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Avaliação: um olhar sobre o cotidiano escolar da educação infantil

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PATRÍCIA LEITE

AVALIAÇÃO: UM OLHAR SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

SANTA ROSA 2014.

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PATRÍCIA LEITE

AVALIAÇÃO: UM OLHAR SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado junto o Curso de pedagogia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, no Departamento de Humanidades e Educação.

Orientadora: Hedi Maria Luft

SANTA ROSA 2014

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PATRÍCIA LEITE

AVALIAÇÃO: UM OLHAR SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada para obtenção do título de graduada em Pedagogia na Universidade Regional Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Banca Examinadora:

... Profa. Dra. Hedi Maria Luft – UNIJUÍ (orientadora)

... Profa. Ms. Claudia Seger Cunegatti – UNIJUÍ

Nota: ...

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SUMÁRIO

RESUMO ... 4

ABSTRACT ... 5

AGRADECIMENTOS ... 6

INTRODUÇÃO ... 9

1. A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. ... 12

2. COMPREENDENDO O PROCESSO DE AVALIAÇÃO ... 17

2.1 PARA QUE VAMOS AVALIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL? ... 18

2.2 O QUE E DE QUE MANEIRA AVALIAR? ... 20

3. OS DOCUMENTOS OFICIAIS E A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 29

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RESUMO

O objetivo central do presente estudo é compreender como ocorre o processo de avaliação na Educação Infantil, quando o professor leva em conta a singularidade da criança no cotidiano escolar e as suas implicações na educação. A metodologia usada foi de um olhar investigativo sobre a questão da avaliação na Educação Infantil, observando a postura e os pareceres descritivos dos professores de uma escola pública e uma privada, acompanhando os resultados de ações afirmativas sobre a aprendizagem das crianças. Além destes elementos de análise, as contribuições da minha prática em sala de aula, enquanto educadora sempre foram referencia importante e inevitável. Portanto, as práticas avaliativas fazem parte de concepções de escola, educação, sociedade, criança, trabalho docente e desenvolvimento infantil. Constatou-se assim que os professores na Educação Infantil fazem parte deste processo e atendem aquilo que a legislação prescreve, ou seja, elaboram seus pareceres descritivos, no entanto, em alguns casos ainda permanece uma forma padronizada, não atendendo na integralidade aquilo que a avaliação mediadora propõe.

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ABSTRACT

The central aim of this study is to understand how the evaluation process occurs in kindergarten, when the teacher takes into account the uniqueness of the child in school life and their implications for education. The methodology used was an investigative look at the issue of evaluation in kindergarten, observing the posture and descriptive opinions of teachers from a public school and a private, monitoring the results of affirmative action on children's learning. Further to this analysis, the contributions of my practice in the classroom while teacher always been important and unavoidable reference. Therefore, assessment practices are part of conceptions of school, education, society, child, child development and teaching work. It was found so that teachers in kindergarten are part of this process and meet what the law prescribes, ie descriptive prepare their opinions, however, in some cases still remains a standardized way, not in full view of what the review mediator proposes. Keywords: Evaluation; child education; school.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me possibilitado realizar essa caminhada, seguindo com fé, não permitindo que desanimasse diante das dificuldades,

À professora Hedi Maria Luft, minha orientadora, que como eu também é uma apaixonada pela Pedagogia. Agradeço pela indispensável ajuda, incentivo, palavras doces e a paciência durante a elaboração deste trabalho,

À minha família pela compreensão na realização deste sonho,

Ao Charles Eduardo Assmann, meu amado namorado, pelos momentos de apoio durante a realização do meu sonho.

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DEDICATÓRIA

À minha família, base de confiança e amor para mim, especialmente à minha mãe, espelho de dedicação e incentivo.

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Epígrafe

Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais...

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INTRODUÇÃO

A avaliação na Educação Infantil tem sido um assunto trazido à tona com intensidade, nos debates dos ambientes escolares. Referindo-se à necessidade de compreender este processo avaliativo nas escolas públicas e privadas o presente trabalho de conclusão de curso visa trazer algumas considerações sobre o tema abordado, com enfoque na avaliação.

Sempre tive prazer em estar em contato com crianças e, hoje sou professora da Educação Infantil, convívio diariamente com elas vivenciando experiências e adquirindo aprendizados. Assim, reconheço a necessidade e a importância de avaliar cotidianamente o meu trabalho em diferentes aspectos na escola, no entanto, para que isso aconteça é necessário levar em consideração como a criança está inserida neste espaço, suas possibilidades e desafios, como a sala de aula que é o espaço mais específico do processo avaliativo está organizado para possíveis aprendizagens desejadas e, o planejamento que intervirá diretamente neste processo.

A presente pesquisa se deu inicialmente por meio de minhas inquietações referentes às práticas avaliativas adotadas pelas escolas de ensino privado e também públicas, partindo por meio dessa diversidade de experiências, buscando refletir a postura da coordenação pedagógica, direção e comunidade escolar perante estas formas avaliativas que são apresentadas hoje no cotidiano escolar. Assim, através dessa pesquisa teve como metodologia a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo do tipo exploratória e descritiva, em que se buscou direcionar o olhar investigativo sobre a questão da avaliação na Educação Infantil, a postura dos professores da Educação Infantil de uma escola privada e os resultados de ações afirmativas sobre a aprendizagem das crianças. Tendo como base algumas contribuições da minha prática em sala de aula, enquanto professora, priorizando os momentos de avaliação cotidiana.

O objetivo deste estudo tem por sua vez, compreender como ocorre o processo de avaliação na Educação Infantil, quando o professor leva em conta a singularidade no cotidiano escolar. Dessa forma, sinto-me motivada a conhecer mais sobre essa prática, para ampliar conhecimentos, o que contribui na minha atuação como docente. Ressaltando ainda que, este estudo favorece a ampliação da reflexão dos professores de Educação Infantil, trazendo conceitos a respeito de uma prática avaliativa mediadora, ou seja, que vise o acompanhamento constante dos alunos.

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No primeiro capítulo abordo sobre- A avaliação na Educação Infantil, destacando a importância das práticas avaliativas na Educação Infantil, citando o olhar atento, crítico do professor como algo primordial para este processo avaliativo. Uma vez que a avaliação então depende quem observa e é necessária que aconteça momentos de análise e reflexão perante os alunos e também a prática que o professor exerce sob a turma. Fazendo um paralelo se o professor sabe o que os alunos já sabem, enfatizando a necessidade de realizar uma avaliação inicial com os alunos para posteriormente possuir subsídios para realizar uma avaliação quem venha a somar.

Em contraponto no segundo capítulo – Compreendendo o processo de AVALIAÇÃO, trago alguns conceitos básicos do que vem a ser a avaliação escolar, explicitando o tema que abrange não só o aluno e o professor, mas inclusive a coordenação pedagógica, a direção, os pais. Mencionando o planejamento do professor, que é um dos pontos principais para que seja possível chegar às práticas avaliativas, onde todas essas questões têm relação com a aprendizagem, a busca pela melhoria deste processo de avaliação, tanto nas escolas públicas como nas privadas, vislumbrando uma educação digna para todas as crianças. Destaco ainda uma reflexão sobre como vamos avaliar na Educação Infantil e faço alguns questionamentos, expressando a minha opinião. Busco diferenciar também, o que vamos avaliar e de que maneira avaliar, priorizando a singularidade de cada criança e, trazendo a escola, a qual é vista como um local onde se busca por conhecimentos, valores, enfim, fazendo essa relação dos diferentes conceitos que permeiam a avaliação.

No terceiro capítulo - O que dizem os documentos oficiais sobre a Avaliação na

Educação Infantil, como forma de demonstrar que a avaliação na Educação Infantil não é

mais um tema desconhecido, que está ganhando espaço entre os documentos oficiais que se referem à educação e que tem o direito de ser executada de maneira coerente para com as crianças. Ressalto ainda quais instrumentos que auxiliam a avaliação das crianças na Educação Infantil, destacando o significado positivo que o professor possui ao registrar diversos momentos da turma para embasar sua prática avaliativa e, escolher o instrumento mais adequado para a faixa etária com a qual trabalha.

Por fim para que de fato exerçamos o objetivo da Educação Infantil, tendo como foco a avaliação, é preciso embasar a prática pedagógica, para que dessa maneira se torne possível acompanhar o processo do desenvolvimento infantil. Procurando investigar as possibilidades e necessidades de cada sujeito, compreendendo que esta caminhada é um procedimento, portanto exige dedicação, esforço e pesquisa. O professor é o mediador deste processo, que

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conduz à criança as aprendizagens e aos desafios cotidianos, espero que estas contribuições venham a acrescentar o trabalho que já existe nas escolas, no entanto, pode ser modificado e aperfeiçoado, sendo um dos meus desejos enquanto professora, poder ter voz e vez para impulsionar novas e diferentes práticas pedagógicas avaliativas.

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1. A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Avaliar na Educação Infantil é como “pular corda”. Você observa atento aos movimentos da corda e quando já se sente seguro o suficiente arrisca-se e atreve-se a pular. Aí então você descobre que nem era tão difícil assim e, com o passar do tempo passam a ter uma relação única, como já se conhecessem. O pulo passa a ser fácil, alegre, mas que, no entanto, algumas vezes pode levar a cair, o que tão natural é na vida do ser humano. Avaliar pode ser comparado a isso, ter um olhar atento, aprender, ficar orgulhoso de si mesmo, cair, recriar e, a corda não para, assim como as possibilidades de avaliar também. Cada qual a seu modo, no seu tempo, no ritmo em que a corda permitir!

Sou educadora da Educação Infantil e tenho imenso orgulho em dizê-lo, meu intuito ao contribuir com este assunto importantíssimo que é a Avaliação na Educação Infantil se reporta a prática de manter constantemente um olhar investigativo sob os alunos, o que se faz imprescindível na etapa de aprendizagens, desafios e, entender as principais necessidades destes alunos, para orientar as formas de ensinar. É também o momento de compreender como ocorre este processo neste espaço do cotidiano escolar, onde tudo é possível, a imaginação, a fantasia, os contos de fadas... Levando em consideração as vivências que já possuo, as quais, trago com ousadia e coragem a ponto de também desafiar-me a avaliar minha prática educativa.

Escreveu Quintana: “Quem não compreende um olhar, tampouco compreende uma longa explicação” (2014, p.1). Quisera eu ter a infinita ternura do olhar de uma criança, que através de um simples olhar transmitir suas emoções e sentimentos. Assim, a avaliação depende dos olhos de quem vê. Refiro-me ao olhar único de cada um, quando nós educadores temos que intervir, afinal, é esse o nosso caso na Educação Infantil.

A avaliação depende da visão de quem observa, falo aqui de um olhar curioso, questionador e persistente, ainda que este olhar (observação e registro) altere de pessoa para pessoa, seja nas práticas, nas análises, nas diferentes metodologias de registro algo carece prevalecer em comum perante os diferentes olhares. O cuidado com os deveres e direitos de todas as crianças, a que primeiramente viverem plenamente a meiga alegria de uma infância. E que, avaliar será somente, não menos importante, uma decorrência das ações realizadas por elas.

Nesse contexto, a avaliação na Educação Infantil exige um olhar atento da professora, que observa, registra e estuda suas reações, confiando nas possibilidades de seus alunos. Por

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meio de atividades planejadas, a professora precisa acompanhar de perto este processo e avaliar a aprendizagem dos alunos. Segundo a autora Teresa Esteban (2001, p.188) nos diz que

Novos olhares que mostram a produtividade do diálogo entre conhecimento e desconhecimento, que percebem todo ponto de chegada como indício de novos pontos de partida, sendo ambos marcados pelos erros e acertos, num processo contínuo e desafiador. Desafio inscrito na necessidade/possibilidade humana de sonhar utopias e tecer coletivamente trajetos para torná-las realidade.

No entanto, no momento em que os professores avaliam as ações das crianças na Educação Infantil solicitam também uma análise dos diferentes olhares, sempre buscando evoluir no processo de criação de novas circunstâncias. Pois avaliar vai além de olharmos para as crianças como simples sujeitos observados, ou seja, a finalidade avaliativa é exatamente propor ao educador à criação de objetivos e atividades planejadas que estejam adequadas a realidade delas, priorizando a aprendizagem e a reflexão acerca destas.

A criança da educação infantil é foco deste trabalho, e neste sentido salientamos que é na escola que acontecem experiências diárias, o professor tem a função de ser um observador e identificar determinadas situações, para assim, transformá-las em experiência para o grande grupo. Neste período, ou seja, na infância, as crianças se descobrem, e é através das experiências que são oferecidas a elas que se conhecem e aprendem. A criança como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com determinada cultura, em um determinado momento histórico. O trabalho docente tem ligação com a família, esta por sua vez, tem o papel de proporcionar as crianças uma infância tranquila, com o direito de brincar, se divertir e ter as condições necessárias para sobreviver. Buscam então, por um apoio, um local que as auxiliem nesta fase significativa da vida de seus filhos, a infância. E este espaço pelo qual buscam é a escola, e é da escola que as famílias esperam pelo aprendizado e resultados, e seus filhos, encontram ou no mínimo deveriam encontrar o encantamento, o mundo do brincar, da criatividade, da descoberta, do pensar.

E, avaliar nesta perspectiva de certa forma é acompanhar o processo que possibilita melhorias e admiráveis mudanças em benefício da criança, pensando individualmente em cada uma delas, visando atitudes e relações positivas que favoreçam todos os envolvidos. Já que conhecê-los muito bem é tão primordial quanto estar próximos a eles, para que então de fato, possamos enquanto professores intervir nas práticas avaliativas.

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Nós professores, quando recebemos uma turma, nos deparamos com uma nova realidade, muitos olhares, cada qual com o seu modo de viver, suas particularidades, preferências e a sua identidade. No momento em que nos referirmos a avaliação precisamos inicialmente priorizar o respeito à individualidade de cada criança e, buscar conhecer a sua identidade pois na escola não há crianças iguais, dessa forma, também não aprendem de maneira igual e consequentemente não podem ser avaliadas de maneira igual.

Na perspectiva mediadora o relatório de avaliação é uma proposta de avaliação e segundo Hoffmann (2000, p.66) “para a criança, o relatório de avaliação é o registro que historiciza o seu processo de construção de conhecimento e que constitui a sua identidade” Veja que ele provoca muito mais que um olhar reflexivo do professor sob a prática avaliativa, mas que este é um participante deste processo.

Uma sala de aula é marcada por muitos desafios a nós educadores, ao investigarmos o que cada aluno já sabe para planejarmos o que devem aprender facilitamos o processo. É o que podemos chamar de diagnóstico inicial, ou sondagem das aprendizagens, sendo está uma das atividades mais importantes no diálogo entre o ensino e a aprendizagem. Afinal, não podemos decidir determinado assunto para explorar com a turma, sem antes fazer este exercício para analisar o que os alunos já sabem. Já que eles, ao contrário do que muitos acreditam, sabem muito.

A partir daí a importância da avaliação inicial. O olhar atento do professor, tentando não perder nenhum detalhe dos alunos, para posteriormente pensar no planejamento de maneira adequada, tendo como base as necessidades e possibilidades de aprendizagem do grupo. Um exemplo bastante simples das crianças da Educação Infantil que direciona o olhar do educador para levá-lo a realizar esta sondagem1 inicial são os desenhos. Através dos desenhos criados pelas crianças, onde é possível avaliar o que foi antes desenvolvido com elas, neste sentido, o desenho é um registro apreciado pela maioria das crianças. Por meio dele podemos acompanhar o estágio em que a criança encontra-se. Ao solicitarmos para que nos relatem o que desenharam é possível acompanhar as compreensões e ideias que foram obtidas por elas. No entanto, em algumas situações determinadas crianças preferem não relatar o que desenham, e aí surge a questão, de que modo iremos buscar para avaliar aquela criança. Afinal, é um direito da criança não querer se expressar em tais situações, mas

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também é dever do educador avaliar todos os alunos, buscando maneiras que as contemplem de forma tranquila e que obtenha resultados de uma aprendizagem de qualidade.

Neste sentido, o diagnóstico inicial é essencialmente indispensável para que o professor aproprie-se mais do seu grupo, descobrindo as especificidades de cada um, permitindo-lhe direcionar o seu planejamento. Esta alternativa é para entendermos as principais necessidades da turma para orientar as formas de ensinar. Muitas vezes nos preocupamos em fazer algumas perguntas aos alunos, mas o importante é colocar o aluno em contato com a realidade de modo que possa aprender. Destaco aqui uma experiência realizada em um projeto intitulado: “Explorando o corpo através da Arte”, onde levamos até a sala de aula uma obra de arte de Flávio de Carvalho (Amparo da Barra Mansa, RJ, 1899- Valinhos, SP, 1973). O intuito foi questionar as crianças sobre o que elas estavam vendo nessa obra, como era a obra, se apresentava cores, enfim realizamos uma série de questionamentos. Assim, percebemos que as crianças possuem uma percepção surpreendente, observando detalhes e, que interpretam obras de arte. A turma contribuiu bastante, cada aluno tinha uma forma de participar. Assim, exploramos o contexto do artista e comentamos que cada obra de arte é criada por algum artista, que se tornou reconhecido por seu trabalho.

Ao apresentarmos as obras de arte para as crianças falamos um pouco da vida e obra dos mesmos, contando de maneira lúdica para melhor compreensão. Os alunos da turma eram espertos e estavam com muita vontade de produzir, então propusemos a eles que cada criança realizasse no decorrer do projeto algumas obras de arte, desenhos, releituras e que fizessem suas invenções. Conforme Oliveira (2003, p.78) “trabalhar na educação infantil envolve vários aspectos, entre eles a organização de variadas atividades com diferentes materiais e espaços organizados, para que o educador possa interagir com as crianças, favorecendo a interação entre elas e delas com os espaços, objetos e situações disponíveis”. Assim se torna mais educativo e traz informações importantes para o professor realizar seu planejamento e intervir no contexto. Ressaltando que esta atividade ao ser planejada, está diretamente vinculada com a aprendizagem.

E, consequentemente com a avaliação que mais uma vez nos mostra que, pode ser feita de diferentes formas, lembrando-nos que continuamente necessitamos analisar se o aluno avançou de um nível para outro maior de conhecimento sobre o que lhe foi ensinado. Por isso, é tão importante registrar qualquer dado referente ao aluno, porque será um subsídio do que ensinamos em sala de aula e o modo de como é recebido pelos alunos.

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Assim, com as produções concluídas, é possível considerar o que cada um sabe e de que forma representa isso no papel. Afirma Hoffmann (2008, p.148):

Avaliar não é observar se o aluno aprende. Esta resposta já se tem: todos aprendem sempre, senão não estariam sequer vivos, pois enquanto se respira, se aprende. Entretanto, ninguém aprende sozinho, aprende-se muito melhor com o outro, com o diferente ou na interação com os pares, mas sobretudo com apoio, com desafios intelectuais significativos.

Sendo que, o resultado que se tem desta etapa é uma espécie de mapa do grupo, com os conhecimentos cotidianos da sala de aula. Sabemos que cada aluno possui seu tempo para aprender e interagir com o meio em que está inserido, entretanto, a escola possui a responsabilidade de organizar espaços que propiciem o diálogo, a troca de ideias, as novas aprendizagens e, a interação em si. É neste espaço que, por meio da convivência, conseguem progredir nesta significativa etapa. Cada aluno é único, portanto, suas experiências são singulares, por mais que sejam desenvolvidas no coletivo, cada um tem uma visão sob o que lhe é apresentado.

E é aí que interfere o professor/avaliador que com toda sua perspicácia mantém seu olhar atento e curioso sob as manifestações de cada criança, respeitando as possibilidades de cada uma, refletindo sobre o significado dessas manifestações em questão do desenvolvimento. Como aprendem, sejam durante as brincadeiras, atividades propostas, ou até mesmo desavenças... Enfim, primando pela interação entre os sujeitos que se faz necessária em qual seja a faixa etária. Visto que, avaliar é qualquer hipótese, é observar se o aluno aprende, desde o primeiro dia de aula até o último instante em que frequenta a sala de aula que fica sob nossa responsabilidade.

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2. COMPREENDENDO O PROCESSO DE AVALIAÇÃO

A avaliação na Educação Infantil se dá pela organização do trabalho pedagógico, sendo centralizado pelo professor. Cada turma, de acordo com as atividades planejadas e definidas, visando o desenvolvimento dos alunos de maneira individual e coletiva, ressaltando que cada momento em que se é executada determinada atividade é interessante que seja elaborada a partir dos interesses e das necessidades das crianças.

Através do planejamento do professor para a Educação Infantil, podemos dizer que é um dos pontos primordiais para que possamos posteriormente avaliar os alunos. Uma vez que, o enfoque deste planejamento é a aprendizagem, no entanto, traz consigo uma série de informações, dúvidas, áreas do conhecimento, que tem de ser compreendidas, para então serem executas.

Uma aposta é o trabalho realizado fora da sala de aula, que viabiliza o lúdico, a brincadeira em um espaço externo que, oferece diferentes elementos para serem explorados pelos alunos. A partir desta interação caracterizada pelo brincar é possível obter um novo olhar, pois no momento que a criança está em contato com a brincadeira ela se liberta, expressa seus sentimentos e socializa-se espontaneamente, possibilitando ao professor fazer uma avaliação libertadora, ou seja, que não se restringe apenas a um espaço formal que a escola oferece, como por exemplo, neste caso, a sala de aula, que busca também valorizar os espaços externos onde tanto é apreciado pela maioria dos alunos.

A sala de aula é um espaço riquíssimo para que ocorram aprendizagens, interações, diálogos e inclusive brincadeiras. O que manifesto aqui é a sensibilidade que o professor necessita ter para contribuir no processo avaliativo dos alunos. Tendo como opções não só de espaços, mas de distintas formas de buscar por inovações no modo de avaliar, e que, revele os resultados de maneira significativa. Como atuante deste método importantíssimo, a avaliação, tem de participar na elaboração dos relatórios avaliativos e, não ser simplesmente um executor deste processo. Pois, são os professores que passam grande parte do tempo em contato com os alunos, comparado com a direção da escola, assim, realizam o papel de orientar cotidianamente e adquirem laços afetivos. Então, nada mais justo do que este participar na elaboração das fichas avaliativas.

Por outro lado, para compreendermos melhor a avaliação no espaço escolar, necessitamos olhar o todo, desde as rotinas de trabalho elaboradas pelo professor até a

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listagem de conteúdos a serem ensinados, sendo que, todas estas questões devem estar de acordo com a proposta de cada escola, das suas necessidades as possibilidades. Para Hoffmann (2000, p.38):

É urgente repensar esse espaço pedagógico bem como a definição dos objetivos educacionais, uma vez que a finalidade da educação infantil é o acompanhamento sério e reflexivo do desenvolvimento global de uma criança, estendendo-se dos cuidados que ela necessita à natureza do seu ser racional, conhecedor, desde recém-nascido.

O compromisso pedagógico então é de respeitar e valorizar a criança, cada qual com seu tempo, de acordo com suas condições, onde a criança seja levada agir, interagir e intervir com o meio em que se encontra. Sempre pensando na condição de aprendizagem, proporcionando a exploração de diferentes espaços e materiais, sem deixar de lado o brincar, citado aqui como um dos principais objetivos da educação infantil. E, ao mesmo tempo, que a autonomia seja uma das produtoras de conhecimento.

2.1 PARA QUE VAMOS AVALIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

No momento em que nos questionamos para que vamos avaliar os alunos, precisamos apresentar um cuidado diferenciado em relação ao acompanhamento do desenvolvimento dos alunos por meio da análise de suas produções. Na Educação Infantil podemos dizer que avaliamos as crianças por meio de variados instrumentos, partindo daí a importância de registrar as falas, contribuições da turma, pois consequentemente estes registros auxiliam o professor a pensar o registro dos processos de aprendizagem adquirida. Avaliar na Educação Infantil é primordial, sendo que esta avaliação se propõe a obter informações e subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento e aprendizagens das crianças de maneira plena e significativa.

Ao pensarmos o porquê da importância da avaliação na Educação Infantil, também é relevante refletirmos enquanto professores como estão sendo planejados os ambientes para a construção das aprendizagens, da autonomia, enfim se está sendo de fato propício para a socialização individual e coletiva da turma. Partimos daí o pressuposto de que o cotidiano dos alunos precisa ser levado em conta, inclusive a postura do lado pedagógico frente às práticas avaliativas. No entanto, o que presenciamos em muitas escolas são as fichas “prontas” ou os pareceres descritivos padronizados trazidos pela coordenação pedagógica/direção no final de

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cada semestre para a Educação Infantil. Ou seja, toda a parte da vivência do aluno e professor, as experiências compartilhadas, digamos que são substituídas por simples questões, como por exemplo, analisar as áreas do conhecimento e as habilidades/conceitos desenvolvidos e assinalar nas fichas se o aluno: demonstrou aprendizagem, está em processo de

desenvolvimento ou se ainda necessita acompanhamento.

A questão que defendo é que o “preenchimento” destes modos padronizados, os quais têm sido aderidos pela maioria das escolas impedem o professor de ter voz ativa na sua turma, na escola e na profissão de educador. Uma vez que o professor tenha oportunidades para escolher a maneira como ele enxerga que deveria ser feita a avaliação, afinal ele conhece como poucos os seus alunos. O registro padronizado não permite protagonismo do professor, mas bem sabemos que muitos não se manifestam porque uma vez organizado um processo facilitado de registro, a maioria prefere este.

Assim estes conceitos e/ou pareceres são apenas conceitos, mas o que está por trás de tudo isso deveria certamente aparecer. Não podemos generalizar, pois falamos aqui de uma parte de escolas que adotam estes métodos que, inclusive não tem o termo certo ou errado.

Falamos aqui de instituições que simplesmente impõem e/ou propõem os diversos métodos avaliativos, sem sequer consultar o professor de determinados significados. Desse modo, ele “executa” a sua tarefa de avaliar, sendo este um de seus papéis na escola, mesmo que ele aprove ou não. O que nesse caso, se torna difícil, pois a avaliação é ou deveria ser um momento ímpar, proveitoso e apreciado pelos professores, já que são eles que ficam próximos a maior parte do tempo dos alunos e por esta questão poderiam ter o direito de se manifestar perante estas práticas avaliativas.

Todas estas considerações são relevantes porque as práticas avaliativas fazem parte das concepções de escola, educação, sociedade, criança, trabalho docente e desenvolvimento infantil. Portanto, esses processos interferem na formação reflexiva tanto do professor como da criança, para desenvolver o processo pedagógico. Sendo que a proposta de trabalho para a Educação Infantil tem como aspectos centrais a formação integral do ser humano no que se refere a um conjunto de ações como a cooperação, solidariedade, cidadania, identidade, que priorizam o seu desenvolvimento seguido pelo o acompanhamento do professor.

Avaliar é preciso e, avaliamos para podermos falar com propriedade de cada aluno, de seus avanços e por vezes dos seus retrocessos, também. Na Educação Infantil onde a avaliação geralmente, é realizada semestralmente, os professores e demais profissionais que trabalham com as crianças durante este período ficam preocupados e também ansiosos em

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então preencher as fichas de avaliação ou os pareceres descritivos, o fato, de terem que apontar os dados positivos ou os aspectos que podem ser melhorados dos alunos. Faz parte do trabalho do professor essa tarefa, mas é minuciosa e exige reflexão, para então analisar cada criança, e diagnosticar seu potencial, suas necessidades e possibilidades, levando em consideração a faixa etária. Segundo Hoffmann (1993) é através da avaliação mediadora que podemos compreender que a aprendizagem tem o seu momento próprio e é diferenciada em cada aluno, propiciando tanto ao professor quanto ao aluno momentos de reflexões sobre as práticas pedagógicas utilizadas, ou seja, quando o professor avalia o aluno esta também avaliando o seu fazer pedagógico.

2.2 O QUE E DE QUE MANEIRA AVALIAR?

Conviver com crianças é uma arte! No momento em que nós professores nos propusemos a conviver e interagir com elas estamos nos desafiando a ensinar e aprender e vice-versa. Pensando em também ressignificar a avaliação na Educação Infantil, criando oportunidades para que as crianças identifiquem suas possibilidades, e que isto nos afaste do risco de compará-las, classifica-las e rotulá-las. Pois avaliar implica que nós professores acompanhamos a aprendizagem, priorizando a individualidade de cada criança, suas interações com o meio, produções e contribuições para o grupo.

Conhecer o aluno é tão importante quanto a nossa intervenção sob os conhecimentos que propomos a eles. Uma vez que, como nos fala a Madalena Freire (1989, p. 15),

quando se tira da criança a possibilidade de conhecer este ou aquele aspecto da realidade, na verdade se está alienando-a da sua capacidade de construir seu conhecimento. Porque o ato de conhecer é tão vital como comer ou dormir, e eu não posso comer ou dormir por alguém. A escola em geral tem esta prática, a de que o conhecimento pode ser doado, impedindo que a criança e, também, os professores o construam. Só assim a busca do conhecimento não é preparação para nada, e sem VIDA, aqui e agora.

Assim, a escola é vista como um local onde se busca por conhecimentos, por valores, por amigos e por parte da vida, porque conhecer faz parte dos sujeitos, e a educação para ter cada vez mais possibilidades de falar dos alunos, de avaliá-los, precisa possuir a sensação de pertencimento e acima de tudo, conhecer a realidade com a qual caminha.

Para que este processo de desenvolvimento, aprendizagem e socialização ocorra tranquilamente não podemos deixar de utilizar a observação que nessa fase da vida é

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essencial, intervindo como mediadora deste processo. O que vamos avaliar é esse cotidiano, repleto de especificidades e as situações-aprendizagens realizadas pela criança, lembrando que isto é um processo em andamento, contínuo e que se aceita modificações, complementações e novas ideias ao longo do percurso, sendo que, o resultado final está sempre em aberto.

A dinâmica utilizada para as práticas avaliativas interfere no envolvimento dos alunos e conduz o movimento da avaliação. Para que o professor possa avaliar com segurança, precisa acompanhar os processos de mudança, ou seja, criar novas táticas para encantar os alunos, sem deixar de lado a criticidade.

Neste sentido, o que vamos avaliar nada mais é do que as produções das crianças, as quais orientamos diariamente. Sabemos que não é uma tarefa fácil conciliar todos os alunos no momento de avaliá-los, mas é aí que entram as anotações realizadas, o ideal é ter um caderno de anotações da turma, onde cada aluno tenha um espaço dedicado para si. Com estas anotações torna-se mais prático focar no que estamos avaliando e observar de fato o que naquele momento é significativo. Dessa forma, a cada proposta de registro, os alunos comentam e socializam as produções e o professor é o mediador desta interação, da qual esperamos que a criança se dê conta de suas representações em forma de desenhos, falas, atividades vivenciadas em grupo, fazendo-se assim passo a passo compreender pela interação com o outro, através das diferentes opções de registro.

As crianças interagem muito bem entre si, na infância podemos dizer que as restrições passam despercebidas, pois o brincar faz com que as crianças vivam situações e criem conhecimentos, porque a fantasia lhes permite isso. O belo da fase da infância é isso, um dia ser fada no outro palhaço e, sem nós professores ficarmos de lado, pois podemos até estar na plateia, mas jamais sair de cena.

Ballester destaca algumas ideias referente a este processo “a regulação do processo pode-se dar nos diferentes momentos da ação docente: o pré-ativo, quando planificamos as atuações; o interativo, quando estamos desenvolvendo-as com os alunos; e o pós ativo, quando refletimos sobre o que ocorreu no momento interativo e propomos as modificações necessárias” (2003, p. 62). Isto porque num grupo, assim como nos contextos individuais e pessoais sempre há questões que podemos mudar. Nada esta dado, a vida em todas as suas perspectivas quando avaliada sempre nos mostra algo que podemos melhorar, modificar. é a forma que os homens encontram para progredir.

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Assim, quando estamos envolvidos com os alunos nas diferentes atuações, algumas situações nos passam despercebidas, no entanto, temos que ter construído critérios de acolhimento prévio e posteriores à ação, a partir da avaliação. Os critérios embasam nossas atitudes de justiça. Segundo Hoffmann (1993) Um professor mediador preocupa-se com a aprendizagem de seu aluno e tem a observação como um aliado na construção do conhecimento, ao observar seu aluno o mesmo é capaz de identificar suas habilidades e trabalhá-las plenamente e também suas dificuldades procurando alternativas junto ao aluno para transformar a aprendizagem em um momento prazeroso e levar o aluno a perceber sua importância para a construção de seu próprio conhecimento.

Ao nos aproximarmos da avaliação de aprendizagem podemos constatar que o ato de examinar de julgar é diferente do ato de avaliar. Embora muitas vezes o desenvolvimento do trabalho do professor, dos alunos, da coordenação pedagógica, da direção na rotina escolar utilizam como princípio de trabalho.

A forma de como vamos avaliar é singular de cada professor, levando em consideração a proposta de ensino da escola. A partir do momento que planejamos já pensamos a maneira mais viável que utilizaremos para avaliar, pois o que sabemos é que teremos que avaliar, no entanto, existe uma infinidade de opções, dentre as quais o professor seleciona e realiza no cotidiano. Ao pensarmos nas formas avaliativas, estamos pensando no aluno que é no caso, o avaliado e, nós avaliadores temos esse papel de selecionar e buscar alternativas que progridam a avaliação escolar.

Alguns elementos vêm ao nosso pensamento quando o tema é avaliação com ênfase na Educação Infantil, e ainda mais quando somos nós professores os responsáveis pelo jeito de como será realizada essa avaliação e qual a melhor forma. Ao longo da caminhada, pode-se dizer que é conflituoso, desafiador, não somente para o professor e os alunos, mas a todos os envolvidos, a avaliação procede por diferentes ideias. Precisamos pensar em fatores que nos permitem uma diferenciação entre o ato de julgar uma ação e o ato de avaliar, sendo que são vários, citando inicialmente o controle do professor perante a turma, a comparação e o julgamento, seguidos do resultado, tendo valor qualitativo ou quantitativo e então parte-se para o diagnóstico do aluno.

Estes temas que nos auxiliam na compreensão e realização da avaliação está presente na nossa prática educativa, fazem parte das discussões nas escolas, no local educativo, existem inúmeras situações que nos deparamos com o ato de avaliar. Contudo, nesse momento, pertence a cada professor pensar na avaliação na maneira em que ela está

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acontecendo e como estamos desenvolvendo no dia a dia. Enfatizando a Educação Infantil que carece tanto dessa avaliação, que proporciona as crianças benefícios também futuros a partir da execução desse processo significativo em qual seja a faixa etária, mas que inicia-se na infância e devido a isso necessita ter uma base sustentável.

Assim, é corriqueiro nós nos questionarmos de como vamos fazer isso. Uma vez que durante o semestre as professoras da Educação Infantil são responsáveis por coletar dados de diferentes situações (parque, sala de aula, pátio, biblioteca), nas diversas linguagens, em trabalhos coletivos e individuais, em interação com os alunos e até mesmo na autoavaliação. É preciso pensar também no modo de como comunicar os pais a avaliação, a comunicação é primordial entre a relação família e escola, assim realizar reuniões é uma aposta positiva, pois é um momento em que ideias são compartilhadas e socializadas com todos.

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3. OS DOCUMENTOS OFICIAIS E A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A avaliação na Educação Infantil não é mais um tema desconhecido entre os documentos oficiais brasileiros que se referem à educação, mas está presente na legislação e na política pública no Brasil anteriormente de 1996. Sendo que, na prática pedagógica, ela é anterior, pois a partir do momento que estamos em contato com as crianças a avaliação se faz presente, o olhar é preciso perante qual for o modo que conhecemos ou fazemos.

Esses documentos apontam que a avaliação é necessária e tem de fazer parte do processo pedagógico, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), que passou por algumas modificações na seção II, no artigo 31, inciso I, lei número 12.796/2013, sobre à Educação Infantil, “(...) a avaliação mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo da promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental” e ainda, no inciso V, referente ao registro de avaliação, “expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança”.

Além destas referencias legais, o Referencial Curricular Nacional - RCNEI, é o documento também vem trazendo sugestões práticas sobre a avaliação na Educação Infantil, o que se justifica por ser um documento que apresenta um texto designado especialmente aos professores, tendo como propósito ser utilizado para orientar a nossa prática pedagógica cotidiana. Segundo o RCNEI (1998, p. 59), a avaliação é,

...um conjunto de ações que auxiliam o professor a refletir sobre as condições de aprendizagem oferecidas e ajustar sua prática às necessidades colocadas pelas crianças. É um elemento indissociável do processo educativo que possibilita ao professor definir critérios para planejar as atividades e criar situações que gerem avanços na aprendizagem das crianças. Tem como função acompanhar, orientar, regular e redirecionar esse processo como um todo.

Ao analisar estes documentos podemos dizer que, os principais instrumentos dessa avaliação indicados são a observação e o registro. Trazem sugestões para ampliar a prática do professor, acrescentando a ideia de que estas observações cotidianas que realizamos seguidas de registro proporcionam a nós professores uma visão integral das crianças ao mesmo tempo em que revela suas particularidades.

Cabe salientar ainda dois fragmentos dos RCNEI (1998, p.60), um nos fala sobre a avaliação das crianças e outro sobre o planejamento pedagógico da instituição:

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No que se refere às crianças, a avaliação deve permitir que elas

acompanhem suas conquistas, suas dificuldades e suas

possibilidades ao longo de seu processo de aprendizagem e ... A avaliação também é um excelente instrumento para que a instituição possa estabelecer suas prioridades para o trabalho educativo, identificar pontos que necessitam de maior atenção e reorientar a prática, definindo o que avaliar, como e quando em consonância com os princípios educativos que elege.

Então, cabe uma questão fundamental: - quais são os instrumentos que auxiliam a avaliação das crianças na Educação Infantil?

Na Educação Infantil ao pensarmos nas práticas avaliativas e nos instrumentos de avaliação precisamos ter um foco, como por exemplo, se a criança evidencia o seu avanço, seja por meio dos desenhos ou até mesmo a escrita. A criança possui autonomia para indicar o seu desenvolvimento frente ao que realizou, ela sabe que evoluiu e dessa forma a partir das suas produções vai socializando-se com propriedade.

Os registros feitos pela professora em situações simples do dia a dia podem levar a análises que são anexadas no portfólio. O portfólio é um instrumento de avaliação que é principalmente construído com a participação e organização do aluno com o seu material e refletir sobre o que nele está envolvido, ou seja, ele se autoavalia. Nessa perspectiva o portfólio é para o aluno o melhor que ele acredita ter produzido, pois possuem sensação de pertencimento, que foram eles próprios que construíram, pois afinal, selecionaram as suas produções preferidas, aquilo que também carece ser apreciado como suas conquistas para a elaboração do portfólio.

Consequentemente neste documento são arquivadas as produções que são realizadas no ambiente escolar e que a partir do momento que está concluído é levado para casa e, os alunos têm expectativas em relação ao trabalho que produziram, ficam ansiosos para mostrá-los para os familiares, juntamente com a comunidade da escola, pois é através do portfólio, sendo este uma coleção de trabalhos já realizados, relacionados com o alcance de objetivos e, é por meio dele que percebemos os avanços de cada criança. Assim, nós professores podemos refletir sobre quais atividades fizeram mais sentido para os alunos e alcançaram resultados mais efetivos e quais ficaram confusas e necessitam de maiores ou novas explorações.

A estética não é o mais importante, mas tem influencia, por isso não pode ser desmerecida. A professora da turma tem as fichas e, anota-as por vezes, a mão mesmo, uma vez que o registro é feito em momentos alternados, pois o fundamental é registrar, porque são essas anotações que traduzem as aprendizagens. Falando nisso, alguns objetivos voltados à aprendizagem devem ser levados em consideração, certamente que nós professores não vamos

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falar o objetivo de fato para a criança, mas tem que ficar claro a explicação para o aluno. Assim, a criança vai compreendendo e então se autoavalia. Lembrando que isso é um trabalho coletivo da professora com o aluno, a professora dá ao aluno a possibilidade de se autoavaliar e, aprimorar o que para ela ainda era difícil.

Ao a criança se autoavaliar ela nos relata o que mais gostou de aprender e o que ela não gostou de aprender e o porquê. Nesse momento, o comentário do professor se faz presente, pois ele também se autoavalia a partir do que os alunos se expressam e se avaliam. Quando falamos de portfólio temos algumas diretrizes que nos amparam para colaborar com o portfólio, alguns exemplos:

-Qual será o foco;

-Direcionar a faixa etária;

-Organizar a estrutura física para o portfólio (isso tem que estar pensado anteriormente, pois interfere diretamente no trabalho realizado com as crianças); -Quais instrumentos serão utilizados;

-Pensar o processo (colocar as datas, separar as áreas do conhecimento);

-Refletir no processo (principalmente o tempo, não pode ser um inimigo, ele tem que acontecer num período tranquilo).

Muitas vezes quando paramos para pensar e repensar todo esse contexto, especialmente nós educadores nos perguntamos na maioria das vezes que o que estamos elaborando em sala de aula é para os pais dos alunos, ou para a coordenação pedagógica, ou para a direção ver, notar que está bonito. No entanto, isso é somente uma consequência do trabalho do professor, o que está em jogo é a evolução da aprendizagem da criança, nessa perspectiva, o portfólio é formativo. A produção de um portfólio é uma tarefa trabalhosa, exige tempo e dedicação. É necessário o desenvolvimento de pais, professores, alunos e coordenação pedagógica para a preparação tornar-se significativa e que resultem de fato pontos positivos dos registros que fazem parte do trabalho realizado. Segundo Hoffmann (2000) a aprendizagem acontece em tempos diferentes para cada aluno, pois é um processo de natureza individual, o importante é apontar rumos do caminho e torná-lo tão sedutor a ponto de aguçar a curiosidade do aluno para o que ainda está por vir. A avaliação ao ser organizada de forma a favorecer a aprendizagem dos alunos, promove a evolução dos mesmos, mas acima de tudo respeita os tempos de cada um e os deixa ser gente.

Podemos dizer que, também existe a possibilidade de estar projetando novas possibilidades, novos caminhos, novas questões, então a avaliação traz em si uma dimensão

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reflexiva bastante forte, e que essa deva ser a dimensão a ser ressaltada na avaliação. A prioridade está no processo reflexivo. Para que se realize a reflexão, uma reflexão que e ajude a compreender melhor esse processo ensino-aprendizagem, essa dinâmica estabelecida, os resultados alcançados, os múltiplos processos que a dinâmica pedagógica vai instaurando na própria sala de aula, ou seja, o que o educador está fazendo e de que maneiras para buscar avaliar seus alunos. Para Hoffmann (1993, p. 56),

os entendimentos dos alunos decorrem de sua experiência de vida, o mesmo acontece com o educador. Daí a tarefa avaliativa ser uma verdadeira charada. Ou seja, há diferentes maneiras do aluno compreender o professor, a matéria, o que a escola lhe pede; há diferentes maneiras do professor compreender o aluno, pelo seu maior ou menor domínio em determinadas áreas do conhecimento, expectativas pré-determinadas.

Fizemos o relatório de avaliação que mostra o trabalho realizado no cotidiano da escola, explorando de forma qualitativa e também descritiva o percurso da criança nesse ambiente. Explanando as produções das crianças de acordo com suas necessidades e possibilidades, colocando com propriedade o desenvolvimento de cada uma, a partir das atividades exploradas anteriormente. Os relatórios de avaliação são documentos que revelam toda a caminhada da criança no ambiente escolar e, é entregue aos responsáveis de cada criança, sendo um momento ímpar de dialogar e refletir sobre os aprendizados e desafios.

Como já citado anteriormente, podemos fazer a avaliação das crianças de diversas maneiras, assim o parecer descritivo é uma delas, o qual precisa complementar aquilo que já foi registrado, os desafios do professor, considerando os instrumentos de avaliação e sobretudo priorizando as produções, os critérios de avanços analisados. No parecer descritivo é necessário levar em consideração os aspectos: sociais, físicos, cognitivos, psicomotores e afetivos, analisando os conhecimentos e valores culturais que já têm, buscando pela autonomia, criatividade e cooperação das crianças. O mais importante de todos esses instrumentos de avaliação é que sejam realizados de forma mais clara para todos, pais, alunos e professores. Para os professores responsáveis da execução do trabalho que, auxilie na reflexão e futuros planejamentos. Para os pais, que consigam identificar os progressos e necessidades de seus filhos colocados a partir do olhar de um profissional da educação e que ainda acrescente informações construtivas sobre elas. Para as crianças, que juntamente com os pais e professores possa admirar suas produções e reconhecer-se como integrante de um grupo.

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Em hipótese nenhuma podemos sequer pensar em avaliar por simplesmente avaliar, ou para avaliar, mas para melhorar a qualidade da nossa prática educativa. Daí a importância de propiciar condições que permitam, nos valermos da avaliação, para então alcançar essa finalidade de avançarmos. Portanto avaliar é ir além do ato, e ir de encontro à mudança, tanto para os professores como os alunos, pois a avaliação da aprendizagem, nesse sentido, não é algo separado, mas sim que integra o processo de ensino-aprendizagem. Um desafio sempre novo e que exige compreender que cada aprendizagem tem seu momento e seu tempo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve como objetivo compreender como ocorre o processo de avaliação na Educação Infantil, quando o professor leva em conta a singularidade no cotidiano escolar. De tal maneira que, o trabalho indicou-nos a verificar algumas compreensões pedagógicas que tem relação com a avaliação e à aprendizagem. Frequentemente, sentimo-nos desafiados e até mesmo inquietos com as diferentes práticas avaliativas que nos deparamos no cotidiano escolar, no entanto, em algumas situações não aproveitamos seu potencial de aprendizagem, pois o que está colocado parece se tornar mais prático, mas em contraponto também existem atividades de avaliação que contribuem para melhorar e aprimorar a aprendizagem, é claro, se considerarmos de perspectivas diferentes.

Nessa perspectiva, ao avaliar na Educação Infantil é imprescindível realizar uma ligação entre professor e aluno e vice versa, buscando unir a participação do aluno no processo avaliativo de suas aprendizagens, para isso, buscamos nos aproximar de algumas concepções pedagógicas que por sua vez embasam essa caminhada significativa na vida escolar. Apontando quais são os instrumentos avaliativos presentes na Educação Infantil e identificar o objetivo destes, tendo o aluno como protagonista também deste processo pelo qual necessita passar durante o período escolar. Contudo, para realizar essa intervenção responsável, é preciso ir além, ou seja, propiciar a autonomia, pois para que de fato ocorra o envolvimento e reconhecimento de avanços e retrocessos.

Os resultados apontaram que as instituições de ensino privado e também públicas observadas durante a realização da presente pesquisa ainda apresentam algumas dificuldades de articulação de diversos instrumentos de avaliação, sendo que de fato na prática, os professores utilizam poucos instrumentos, na maioria das situações os triviais, pois tomar a iniciativa de inovar nas práticas educativas é uma tarefa importante e que necessita ser bem planejada. Afinal para qualquer instrumento avaliativo que seja estabelecido, precisamos esclarecer os objetivos pontuais dos mesmos, nesse caso, foi constatado que, as escolas dão a liberdade para o professor modificar os métodos de avaliação, no entanto, fica a critério de cada um ir de encontro ao aperfeiçoamento.

Dessa forma, ainda há algumas incoerências entre a finalidade pedagógica que está presente no cotidiano escolar com a prática de avaliação que as professoras desenvolvem. Lembrando nesse ponto, a importância da organização pedagógica bem estruturada, pois se torna fundamental na Educação Infantil, assim, conhecer a realidade, oferecer aos professores

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condições de avanças nos métodos avaliativos, propor espaços adequados para a aprendizagem, proporcionar a vivência de valores são questões ímpares ao pensarmos neste assunto. Primando por um planejamento de acordo com as necessidades e possibilidades da turma, respeitando a sua faixa etária, avaliando de maneira coerente cada atividade proposta nesta fase da Educação Infantil.

As escolas fazem parte desse contexto, sendo que, certamente também precisam mudar, mas de maneira segura, lentamente, e junto com ela a avaliação. É no espaço escolar que acontecem os momentos significativos de aprendizagem, a coordenação pedagógica, a direção, os alunos, os pais engrandecem este espaço e um dos desafios é que pensem juntos diferentes formas de mediar fatos ocorridos neste ambiente. Assim como a avaliação que merece uma participação responsável deste grupo no processo avaliativo, elaborada passo a passo com instrumentos que favoreçam o crescimento e desenvolvimento.

Diante disso, o professor precisa voltar o olhar para onde está o foco, ou seja, onde deseja chegar. A caminhada é longa, porém ao decorrer do percurso encontramos desafios que com sabedoria são transformados em aprendizagem, e ao longo dela, vamos registrando de maneiras variadas, adquirindo uma observação formativa e que, em algum determinado momento estes instrumentos que sintetizam a nossa prática da melhor forma possível, nos possibilitando sensações, lembranças e experiências.

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REFERÊNCIAS

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FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

HOFFMANN, Jussara. Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. 9. ed. Porto Alegre: Mediação, 2000.

___. Avaliar respeitar primeiro educar depois. Porto Alegre: Mediação, 2008.

___. Avaliação Mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.

OLIVEIRA, Zilma Morais Ramos De. (org.). Creches: Crianças, Faz de conta e Cia.12. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

QUINTANA, Mario. Frases. Disponível em< http://frases.globo.com/mario-quintana/13335> Acesso em 6 de junho de 2014.

Referências

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