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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 146

Análise do controle judicial abstrato das ações

constitucionais brasileiras

Priscila Maria Werlang Soares, Lélia Júlia de Carvalho

RESUMO: Objetiva-se com este trabalho discorrer sobre o controle de constitucionalidade no ordenamento jurídico brasileiro, suas ações especiais de constitucionalidade (no controle judicial abstrato) e suas principais características. Neste artigo, serão trabalhadas as seguintes ações: ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO), ação declaratória de constitucionalidade (ADC), arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) e ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva). Ressalta-se que a ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI) não será tratada neste artigo, por se entender mais adequado trabalhar sobre ela em um artigo específico, tamanha sua importância. Essas ações especiais foram criadas com a finalidade de estabelecer a formalidade necessária para haver a declaração de inconstitucionalidade que ocorre quando inviável outra interpretação que a harmonize com o texto constitucional. Isso porque as leis são criadas com presunção de constitucionalidade. O objetivo principal é expor as ideias basilares relativas às ações constitucionais supracitadas, através da análise de obras de alguns doutrinadores renomados, bem como da legislação brasileira. Nesse sentido, o presente artigo se mostra relevante por seu propósito em auxiliar na melhor compreensão desse tema e contribuir para seu estudo de forma simples e prática. Para isso, este trabalho inicia com uma análise sobre o controle de constitucionalidade, diferenciando o controle difuso do concentrado; trabalha ainda sobre quais os órgãos do Estado Brasileiro que têm competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou atos normativos; qual a espécie de procedimento para a declaração essa inconstitucionalidade; e quais seus efeitos.

Palavras-chaves: Controle de Constitucionalidade; Constituição Federal Brasileira de 1988; Controle Difuso; Controle Concentrado; Ações Especiais.

ABSTRACT: The aim of this study is to go over the constitutional review in the

Brazilian legal system, the special actions of constitutionality (in the abstract judicial review) and their main characteristics. These special actions were created with the intent to establish the necessary formality to have a declaration of unconstitutionality that occurs when another interpretation is unsuitable and not in harmony with the constitutional text. This so happens because the laws are created with the presumption of constitutionality. The main goal of this paper is: to show the fundamental ideas related to the constitutional actions mentioned above; to outline which Brazilian Federal Government Agencies are able to declare laws or normative acts as unconstitutional; to demonstrate what kind of procedure is followed to declare this unconstitutionality; and to analise the effects, through the analysis of the works of some renowned jurists, as well as of the Brazilian legislation.

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 147 Introdução

O conceito de controle de constitucionalidade tem base no princípio da Supremacia da Constituição sobre todo o ordenamento jurídico – o que significa que as normas constitucionais são superiores às demais manifestações de direito, logo, as normas infraconstitucionais só têm validade se compatíveis com a Constituição –, e ainda, nos princípios da rigidez constitucional e proteção dos direitos fundamentais.

Frente a esses princípios, entende-se que para garantir a aplicabilidade do controle de constitucionalidade em um país é necessário que sua Constituição seja escrita e considerada rígida, pois diante dessas duas características, preciso se faz haver um procedimento especial de alteração ou produção – estabelecido pelo constituinte originário – mais difícil do que o exigido à criação do direito ordinário.

Ao se falar em controle de constitucionalidade, adentra-se em um processo o qual se busca a adequação (material e formal) das leis ou atos normativos perante a constituição. Sendo assim, as normas constitucionais devem ser positivadas e somente essas podem ser utilizadas como base para análise da constitucionalidade. Para propor a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo perante o controle judicial abstrato, algumas ações foram criadas, são as chamadas, ações constitucionais, a saber: ação direta de inconstitucionalidade genérica (art. 102, I, a, CF/88); arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 102, §1º, CF/88); ação direta de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, §2º, CF/88); ação direta de inconstitucionalidade interventiva (art. 36, III, CF/88); e ação declaratória de constitucionalidade (art. 102, I, a, in fine; EC nº 03/93).

No presente artigo pretende-se trabalhar com as acima mencionadas ações especiais constitucionais. Não será tratado sobre a ação direta de inconstitucionalidade genérica, uma vez que em momento anterior já se tratou unicamente sobre essa ação, no artigo “Análise das principais características da ação direta de inconstitucionalidade genérica”.

Noções gerais sobre o controle de constitucionalidade

Em Estados Democráticos de Direito, a lei desempenha função singular, o que quer dizer que somente ela, pode impor ao indivíduo uma obrigação (seja de fazer ou deixar de fazer alguma coisa), é a única que pode estabelecer restrições a direitos dos indivíduos. Ocorre ainda que as leis são criadas segundo a vontade do povo, uma vez que são elaboradas em seu nome, por seus representantes eleitos.

Nessa esteira, e em prol da segurança jurídica, as leis e atos normativos editados pelo Poder Público são considerados constitucionais, válidos, legítimos, até que sejam excepcionalmente e formalmente declarados inconstitucionais frente ao órgão competente para exercer essa função, e somente quando não houver outra hipótese de interpretação que a compatibilize com o texto constitucional. Portanto, toda lei, quando criada, nasce protegida pelo princípio da presunção de constitucionalidade.

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 148 Posto isto, tem-se que a declaração de inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo é uma medida excepcional, devendo ser, nas palavras de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2013, p. 767), proclamada por um órgão que disponha de competência constitucional para tanto – e, ainda assim, na vigência da atual Carta Magna, com a devida motivação (CF, art. 93, IX).

O legislador originário, pela necessidade de haver o controle dos atos normativos, criou um mecanismo de controle em conformidade com os preceitos previstos na Magna Carta. Vale mencionar que a Constituição Federal Brasileira de 1988 quanto à sua alterabilidade é uma Constituição Rígida, ou seja, possui um processo de alteração mais dificultoso e solene que o processo legislativo de alteração das normas constitucionais, conforme previsão de seu art. 60.

Os requisitos fundamentais e essenciais para o controle de constitucionalidade é a existência de uma Constituição rígida além da atribuição de competência, para resolver o problema de constitucionalidade da norma, a um órgão. A rigidez da constituição encontra-se diante de norma que ocupa o grau máximo numa relação hierárquica normativa, sendo, portanto, a norma de validade para todos os atos normativos do sistema. Ilustrando assim o princípio da supremacia da Constituição (SILVA, 2014, pág. 47).

Diante desse ínterim resulta o princípio da compatibilidade vertical das normas do ordenamento jurídico de um país, em que as normas de grau inferior somente serão válidas se compatíveis com a norma de grau superior – a Constituição Federal, caso contrário serão inválidas pela incompatibilidade vertical.

Sistemas e vias de controle realizado pelo poder judiciário: distinções entre controle difuso e concentrado de constitucionalidade

É possível haver três sistemas de controle, que vão depender do legislador constituinte, a saber, o controle misto (que é o controle realizado em parte pelo Poder Judiciário, em parte por órgão que não integra o Poder Judiciário), político (que é o controle realizado por órgão que não integra o Poder Judiciário) ou judicial (que é o controle realizado pelo Poder Judiciário). Esse último, geralmente, possui dois modelos, o controle difuso e o concentrado. O sistema judicial é o que mais tem sido adotado pelas Constituições contemporâneas.

O controle difuso, também conhecido como repressivo, posterior, controle pela via de exceção ou defesa ou controle aberto, é o realizado por qualquer órgão do Poder Judiciário, juiz ou tribunal, para declarar a inconstitucionalidade das leis, desde que competente. Em contra partida, é apenas um órgão/tribunal que tem competência para realizar o controle concentrado, ou seja, “concentra-se” em um único tribunal, como seu próprio nome aduz.

No controle difuso se observa a constitucionalidade de uma norma em um caso concreto, e por consequência a declaração de inconstitucionalidade se dá incidentalmente (incidenter tantum), prejudicando o exame do mérito – ou seja, a inconstitucionalidade apesar de não ser a própria causa de pedir deve ser analisada, em virtude de se pedir algo ao juízo com base na mencionada inconstitucionalidade (LENZA, 2014, pág. 329). Insta mencionar que no controle difuso, uma norma

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 149 somente será considerada inconstitucional diante dos votos da maioria absoluta dos membros do tribunal (MORAES, 2013).

Já no controle concentrado o objeto principal da lide é com base em ato normativo em tese, e assim sendo, é a própria declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado o objeto da ação. Nesse mesmo sentido explica Pedro Lenza ao dizer que “o que se busca saber, portanto, é se a lei (lato sensu) é inconstitucional ou não, manifestando-se o Judiciário de forma específica sobre o aludido objeto” (2014, p. 329).

Controle judicial abstrato das ações constitucionais no Brasil

O controle abstrato não busca a proteção a um direito subjetivo – liberando alguém do cumprimento de uma lei inconstitucional. No controle concentrado não é preciso haver interesse jurídico para agir, pois o que se pretende é a tutela da ordem constitucional (PAULO; ALEXANDRINO, 2013, pág. 826 e 827).

A natureza desse controle é de um processo objetivo, no qual não se reconhecem partes, e seu único fim é a defesa da Constituição, é a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. Ela é exercida, quando em face da proteção à Constituição Federal, somente junto ao Supremo Tribunal Federal mediante ações especiais.

São várias espécies de controle concentrado que a Constituição Federal observou, é possível, portanto, verificar cinco situações de controle concentrado no Brasil, a saber: ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI genérica); arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO); ação declaratória de constitucionalidade (ADC); e ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva). Sobre esta última, cumpre informar que apesar de ser uma modalidade de controle concentrado algumas vezes não pode ser assim caracterizada, diante de não se tratar de uma apreciação de lei ou ato normativo que esteja confrontando a Constituição.

Ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO)

O objetivo da Ação direta de inconstitucionalidade por omissão busca segundo Pedro Lenza combater o que a doutrina chama de “síndrome de inefetividade das normas constitucionais” (2014, p. 414), ou seja, tornar efetiva norma constitucional que não tenha efetividade – o que acontece somente com normas constitucionais de eficácia limitada, cabendo ao Poder Público ou órgão administrativo regulamentá-la. A ação em comento tem por objetivo, portanto, proteger a ordem jurídica de condutas com ela incompatíveis.

Existem espécies de omissão. Esta pode ser total, se não há legislação, ou parcial, em que há uma lei, mas insuficiente. Por sua vez, a inconstitucionalidade por omissão parcial pode ser propriamente dita (ou seja, a lei regula de forma deficiente o texto) ou parcial relativa (que ocorre quando a lei confere benefício a uma

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 150 categoria, mas não concede a outra – falta complementação). A omissão pode prover de qualquer dos poderes, Legislativo, Executivo ou Judiciário.

Sobre a competência de apreciar e julgar, originariamente, as ações diretas de inconstitucionalidade segundo art. 103, §2º mais a interpretação analógica do art. 102, I, ‘a’, da CF/88 entende-se que cabe ao STF. E os legitimados para propor a ação em comento, são os mesmos legitimados a propor a ADI genérica (rol previsto no art. 103, CF/88), inclusive com suas peculiaridades.

O procedimento na ADO é muito parecido com o da ADI genérica. Primeiramente a petição inicial será acompanhada de procuração, se necessário, em duas vias, contendo cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão. A petição inicial deverá indicar a omissão inconstitucional total ou parcial e o pedido com suas especificações. Sob pena de ser considerada inepta liminarmente, e neste caso caberá agravo da decisão. Assim também acontecerá em caso de ser considerada manifestamente improcedente.

O relator solicita a manifestação do AGU, que deve ser feita em 15 dias. E o Procurador-Geral da República quando não autor terá vista do processo por 15 dias passado o decurso do prazo para informações. Insta mencionar que não tem prazo para a propositura da ação, mas uma vez proposta esta ação, não é mais possível desistir.

A partir da Lei n. 12.063/2009 foi admitida medida cautelar na presente ação. Sendo assim, quando houver excepcional urgência e relevância da matéria, é possível ao STF conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades das quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias, pela decisão da maioria absoluta de seus membros.

A cautelar pode suspender a aplicação da norma, do ato normativo questionado (quando houver omissão parcial), dos procedimentos administrativos ou ainda outra providência que o tribunal fixar. É relevante mencionar que o STF, em respeito ao princípio da tripartição dos poderes, não terá competência para elaborar lei para suprir a omissão questionada, pois não é dele a competência típica de legislar. Os efeitos ao poder competente e ao órgão administrativo serão diversos, assim, será dada ciência ao poder competente para que adote as providências necessárias (não é fixado qualquer prazo); o órgão administrativo deverá suprir a omissão da medida no prazo de 30 dias, ou em prazo razoável a ser fixado pelo tribunal (excepcionalmente), sob pena de responsabilidade.

Ação declaratória de constitucionalidade (ADC)

A ação declaratória de constitucionalidade surgiu para declarar a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal, bem como sugere o nome desta ação. Isso acontece porque apesar da lei ter presunção de constitucionalidade, essa presunção é relativa (juris tantum), ou seja, admite-se prova em contrário para que seja declarada, quando necessário, a inconstitucionalidade de uma lei por meio da ADI

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 151 genérica ou do controle difuso, bem como confirmar a constitucionalidade dessa lei, transformando a presunção relativa em absoluta.

A Emenda Constitucional n. 3 que introduziu no ordenamento jurídico brasileiro a comentada ação, pela alteração do art. 102, I, ‘a’, com o acréscimo do §2º do mesmo artigo e §4º do art. 103; a regulamentação sobre seu processo e julgamento veio pela Lei n. 9.868/99.

Diante da transformação de presunção relativa para absoluta (jure et de jure) não mais será admissível prova em contrário, portanto, julgada a procedência da ADC a decisão vinculará os órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública, que deverão agir conforme a decisão do STF. Essa ação permite afastar a insegurança jurídica ou incerteza diante da validade de uma norma preservando a ordem jurídica constitucional.

Nesta ação o objeto somente pode ser lei ou ato normativo federal, diferente da ADI que admite também lei ou ato normativo estadual. Contudo, como o é na ADI, é o STF o tribunal competente, originariamente, para analisar e julgar a ADC. E ainda, os legitimados para propor a ação direta de inconstitucionalidade são os mesmos para propor a ação declaratória de constitucionalidade. A votação e quórum também são os mesmos da ADI genérica. É possível o amigo da corte. Contudo a intervenção de terceiros não é admitida.

Sobre o procedimento na ADC tem-se que é praticamente o mesmo da ADI, sendo necessário atentar para algumas peculiaridades, como ser necessário demonstrar na inicial a controvérsia judicial que existe para a constitucionalidade da lei ou ato normativo federal ser questionado, “permitindo à Corte o conhecimento das alegações em favor da constitucionalidade e contra ela, e do modo como estão sendo decididas num ou noutro sentido” (LENZA, 2014, p. 433).

Outro requisito seria a juntada aos autos da cópia dos documentos sobre o processo legislativo de formação da lei, ato normativo, em caso de o alegado ser vício formal de inconstitucionalidade. Esses requisitos foram expressamente previstos pela Lei n. 9.868/99, em seu artigo 14, que diz:

Art. 14. A petição inicial indicará: I – o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido; II – o pedido, com suas especificações; III – a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de constitucionalidade.

Assim como nas demais ações constitucionais, se a petição for liminarmente indeferida pelo relator por considera-la inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente, dessa decisão caberá agravo, como disposto no art. 15, da já mencionada Lei.

Há a manifestação do PGR, que é indispensável, e posteriormente o relator entregará relatório com cópia aos Ministros, solicitando dia para julgamento. Mas

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 152 quando houver insuficiência de informações existentes nos autos, necessidade de esclarecimento da matéria ou circunstância de fato, pode o relator requisitar novas informações, designar perito ou comissão de peritos que emita parecer sobre a questão, ou designar data para ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria em audiência pública.

Quanto à desistência, uma vez proposta a ação, ela será vedada. E a decisão proferida sobre a ação em comento (que terá eficácia contra todos, será ex tunc e terá efeito vinculante aos órgãos dos Poderes Judiciário e Executivo) será irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória, mas possível de ser objeto de reclamação. São possíveis também os embargos de declaração em analogia ao art. 26 da Lei 9.868/99. É relevante mencionar sobre a possibilidade do pedido de medida cautelar, o qual vem previsto no art. 21 dessa mesma lei.

Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu art. 102, §1º que é o STF quem tem competência (originária) para julgar a arguição de descumprimento de preceito fundamental, norma de eficácia limitada (isto é, enquanto que não houvesse lei regulamentadora, não seria possível a necessária apreciação do STF), motivo pelo qual foi necessária a criação da Lei n. 9.882/99 que regulamentou o dispositivo constitucional, definindo as regras procedimentais para a mencionada arguição. Há duas possibilidades de ADPF, a saber, a arguição autônoma e a incidental. A primeira tem por objeto evitar (caráter preventivo) ou reparar lesão a preceito fundamental (caráter repressivo), resultante de ato do Poder Público (art. 1º, caput, da Lei n. 9.882/99). Entretanto, é preciso haver nexo de causalidade entre a lesão a preceito fundamental e o ato do Poder Público, qualquer que seja a esfera e a lesão pode resultar de qualquer ato administrativo, não se restringindo a atos normativos. A segunda hipótese tem previsão no art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.882/99, que dispõe que caberá também ADPF quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição. Deve, portanto, ser demonstrada a divergência jurisdicional relevante na aplicação do ato normativo que violou o preceito fundamental – logo, é restrita a ato normativo.

Contudo, a Constituição nem a lei definem o que é preceito fundamental, devendo à doutrina, ou ao STF em última instância, essa conceituação. Segundo faz referência Pedro Lenza, para o Professor Cássio Juvenal Faria, preceitos fundamentais seriam: aquelas normas qualificadas, que veiculam princípios e servem de vetores de interpretação das demais normas constitucionais, por exemplo, os ‘princípios fundamentais’ do Título I (arts. 1º ao 4º); os integrantes da cláusula pétrea (art. 60, §4º); os chamados princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII); os que integram a enunciação dos direitos e garantias fundamentais (Título II); os princípios gerais da atividade econômica (art. 170); etc. (LENZA, 2014, p. 408).

Para Bulos, “qualificam-se de fundamentais os grandes preceitos que informam o sistema constitucional, que estabelecem comando basilares e imprescindíveis à

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 153 defesa dos pilares da manifestação constituinte originária”. Como exemplos o autor lembra os arts. 1.º, 2.º, 5.º, II, 37, 207 etc. (LENZA, 2014, p. 104).

Vencido isto, cumpre mencionar que os legitimados para propor a ADPF são os mesmos da ADI genérica, com as mesmas observações quanto à pertinência temática. Foi vetado o inciso II, do art. 2º, da Lei 9.882/99, que permitia a legitimação a qualquer pessoa lesada ou ameaçada por ato do Poder Público. Porém, o art. 2º, §1º, da mesma lei, permite que qualquer interessado possa, por representação, solicitar propositura de ADPF ao PGR, que, examinando os fundamentos jurídicos do pedido e decidirá sobre o cabimento do seu ingresso em juízo.

Faz-se importante mencionar as informações dispostas no art. 4º, §1º da Lei 9.882/99, o qual dispõe que ADPF não será cabível, diante do princípio da subsidiariedade – caráter residual –, quando houver outro meio processual eficaz para sanar a lesividade indicada.

Quando for deferido o pedido de liminar e apreciado pelo relator, esse último solicitará, às autoridades responsáveis pelo ato questionado, informações e no prazo de 10 dias poderá, se necessário, ouvir as partes nos processos que motivaram a arguição (quando incidental), requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos – a fim de emitirem parecer sobre a questão discutida, ou fixar data para declarações em audiências públicas.

É relevante mencionar que em caso de extrema urgência ou perigo de lesão, bem como em caso de período de recesso, o relator pode conceder esta ação ad referendum do Tribunal Pleno.

A eficácia da ação em voga é erga omnes e seus efeitos vinculantes aos órgãos do Poder Público e ex tunc. Entretanto é possível ao STF, excepcionalmente, restringir, por maioria absoluta de seus membros, os efeitos da presente ação, para que sua eficácia seja ex nunc – a partir do trânsito em julgado – ou de outro momento a ser fixado.

Ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva)

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 18, caput, que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo todos autônomos. Deste modo, em regra, nenhum deverá intervir em qualquer outro. Entretanto, excepcionalmente, haverá intervenção federal, estadual ou distrital pelos Chefes do Executivo (art. 34 e 35, da CF/88), sendo um dos pressupostos para essa intervenção a representação interventiva, que segundo estabelece Pedro Lenza:

[...] embora seja formulado um juízo de certa forma abstrato acerca da constitucionalidade do ato normativo – nas hipóteses em que o ato impugnado tenha essa natureza (e, acrescente-se, veremos que o objeto não se resume a ato normativo) – não se trata de processo objetivo, sem partes ou sem um caso concreto subjacente. Cuida-se, sim, de um litígio constitucional, de uma relação processual contraditória, contrapondo União e Estado-membro, cujo desfecho pode resultar em intervenção federal (LENZA, 2014, p. 424).

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 154 Além disso, a decretação da intervenção depende de provimento pelo STF, e ainda de representação do Procurador-Geral da República (em caso de princípios sensíveis da Constituição). Porém, o STF limitou o objeto, inicialmente, da ação somente a atos normativos; mas atualmente pode ser objeto: lei ou ato normativo que viole princípios sensíveis; omissão ou incapacidade das autoridades locais para assegurar o cumprimento e preservação dos princípios sensíveis; ato governamental estadual que desrespeite os princípios sensíveis; ato administrativo que afronte os princípios sensíveis; e ato concreto que viole os princípios sensíveis.

A competência originária da representação interventiva federal – na qual o único legitimado para propor é o Procurador-Geral da República – é do STF, em caso de estadual – que deve ser decretada pelo Governador de Estado, dependerá de provimento pelo Tribunal de Justiça local. O procedimento da presente ação vem atualmente previsto na Lei n. 12.562/2011 que regulamenta o inciso III do art. 36 da CF/88 (que dispõe o processo e julgamento da presente ação).

A petição inicial será apresentada em duas vias e deverá conter, além de cópia do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação, a indicação do princípio constitucional sensível que se diz violado ou das disposições questionadas em caso de recusa à aplicação da lei federal; a indicação do ato normativo, ato administrativo, ato concreto ou omissão questionados; a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei federal; e o pedido com suas especificações.

Liminarmente a petição será indeferida quando não for o caso de representação interventiva, faltar algum dos requisitos estabelecidos na lei ou for inepta. Dessa decisão cabe agravo, no prazo de 5 dias. Quando for recebida a inicial a princípio o relator deve tentar resolver o conflito (administrativamente) da forma como achar necessário segundo o regimento interno. Se não for possível solucionar o problema e não for caso de arquivamento, o relator solicitará informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, que deverão ser prestadas em até 10 dias.

Da mesma forma que as demais ações constitucionais já mencionadas, a decisão sobre representação interventiva somente será tomada se o houver o quórum de instalação da sessão de julgamento que são no mínimo 8 dos 11 Ministros, e será proclamada a procedência ou improcedência do pedido formulado na petição inicial se houver a manifestação da maioria absoluta, ou seja, pelo menos 6 Ministros, caso contrário o julgamento será suspenso, até que compareçam os Ministros ausentes. Sendo o pedido julgado procedente comunica-se às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, e no prazo improrrogável de 15 dias, o Presidente do STF após publicado o acórdão, levará ao conhecimento do Presidente da República. Depois do trânsito em julgado, o STF terá um prazo de 10 dias, para fazer a publicação da parte dispositiva do acórdão em Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.

Importante mencionar que se a decisão sobre a presente ação considerar procedente ou improcedente seu pedido, esta será irrecorrível e insuscetível de impugnação por ação rescisória. Por sua vez, quanto à medida de pedido liminar, o

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 155 art. 2º da Lei n. 5.778/72, ao regular o processo da representação interventiva estadual, admite que o relator a pedido do chefe do Ministério Público estadual e por despacho fundamentado, suspenda liminarmente o ato impugnado.

Atualmente o art. 5º da Lei n. 12. 562/2011 admitiu que houvesse na representação interventiva o pedido de medida liminar, diante de decisão da maioria absoluta dos Ministros do STF. Além do mais, para sua concessão tem o relator a possibilidade de ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, assim como o AGU ou o PGR, no prazo de 5 dias.

O efeito da liminar ensejará na suspensão do andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva.

Conclusão

São dois os pressupostos para o controle de constitucionalidade, em geral, que puderam ser observados; primeiro a existência de uma Constituição do tipo rígida, e segundo previsão constitucional de um mecanismo de fiscalização da validade das leis. Posto isto, é possível inferir que a rigidez da Constituição é tão pressuposto para a existência do controle de constitucionalidade, quanto que esse controle é pressuposto e garantia de uma Constituição rígida.

O controle de constitucionalidade, que é realizado por órgão competente ao confrontar uma lei e a Constituição, evita a criação de atos incompatíveis com a Carta Magna (é o chamado controle prévio ou preventivo) ou retira do ordenamento jurídico atos que nasceram inconstitucionais (é o chamado controle repressivo); permite e garante a supremacia dos direitos e garantias fundamentais que a Constituição Federal de 1988 prevê; bem como criam limites ao poder do Estado, pois determina seus deveres, gerando a possibilidade de haver um processo democrático em um Estado de Direito.

É válido mencionar que são dois meios de controle no Brasil, concentrado e difuso, cada um com suas peculiaridades, sendo a maior delas que o controle difuso é aquele em que o Poder Judiciário apreciará uma controvérsia constitucional suscitada mediante caso concreto; já no controle concentrado o objetivo não é a garantia de proteção a direitos subjetivos, liberando apenas um indivíduo do cumprimento de determinada lei ou ato normativo, mas extirpar do sistema jurídico a lei ou ato declarado inconstitucional.

Sendo assim, no controle abstrato, não há alegação de lesão a direito próprio pelo autor da ação judicial, ao contrário, atua como representante do interesse público em defesa da Constituição, e à vista disso afirmam a doutrina e, ainda, a jurisprudência do STF que esse processo abstrato possui natureza de processo objetivo, que não conhece partes.

São ações utilizadas no controle abstrato em face da Constituição Federal a ação direta de inconstitucionalidade, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a ação declaratória de constitucionalidade, a arguição de descumprimento de preceito

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 156 fundamental e a ação direta de inconstitucionalidade interventiva. Fazendo uma síntese das principais características que distinguem umas das outras, é possível concluir as seguintes observações.

A ação direta de inconstitucionalidade por omissão tornar efetiva norma constitucional que não tenha efetividade; tem competência para declarar a inconstitucionalidade por omissão originariamente também é a Suprema Corte; além do mais os mesmos legitimados para propor a ADI têm legitimidade para propor a presente ação. Diferentemente da ADI, na ADO não é admissível pedido de liminar. Quanto aos efeitos da declaração da inconstitucionalidade da lei ou ato normativo são eles diversos e os mesmos da ADI, como, efeitos contra todos e vinculante aos órgãos do Poder Judiciário e Administração Pública.

A ação declaratória de constitucionalidade busca afastar a incerteza jurídica e evitar as diversidades de interpretações e contrastes que estão leis ou atos normativos sujeitos; o órgão competente para declarar a inconstitucionalidade por omissão originariamente é o STF; e os legitimados para propor a ADC são os mesmos da ADI (elencados no rol do art. 103, CF/88). Os efeitos da decisão dessa ação serão erga omnes e vinculantes.

A arguição de descumprimento de preceito fundamental tem como finalidade evitar ou reparar lesão a preceito fundamental por ato do Poder Público (arguição preventiva e repressiva, respectivamente). O rol do art. 103, da CF/88 também define os legitimados para propor esta ação, e da mesma forma que com as demais ações hora mencionadas, é o STF o tribunal competente para julgar, originariamente, a ação de acordo com os procedimentos. A decisão sobre essa ação será contra todos e vinculante, como as das demais ações, contudo, faz-se ressalva aos efeitos no tempo, que apesar de ser ex tunc, o STF poderá, em razão da segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringi-los e decidir pelos efeitos a partir do trânsito em julgado ou de outro momento futuro que venha a ser fixado, o que exigirá voto de dois terços dos membros do STF.

Finalmente, a ação direta de inconstitucionalidade interventiva que tem a finalidade de proteger os princípios sensíveis quando o Poder Público, no exercício de sua competência venha a viola-los. O órgão competente para processar e julgar, originariamente, essa ação é o STF e os legitimados para propô-la são aqueles elencados no rol do artigo 103, da CF/88. Ressalta-se que assim como a ADO, a ADI interventiva não admite liminar. Por fim, os efeitos que essa ação gerará, são como as demais ações, erga omnes e vinculantes.

Por fim, deve-se mencionar que, no sistema concentrado de controle de constitucionalidade, diferentemente do que há no controle difuso (análise de um caso concreto), não se discute interesses subjetivos; nessas ações, sequer há partes como réu e autor. O mérito da questão é a proteção à boa aplicação e cumprimento das leis ou atos normativos no sistema normativo Brasileiro, é a tutela da ordem constitucional, para a proteção dos interesses de toda a coletividade. Referências

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Projeção Direito e Sociedade, volume 8, número 1, ano 2017, p. 157 BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional nº3, de 17 de março de 1993. Lex: legislação federal e DOU 18-03-1993, Brasília, mar. 1993. Disponível em <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/emecon/1960-1969/emendaconstitucional-16-26-novembro-1965-363609-norma-pl.html>. Acesso em 05 de setembro de 2014. BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional nº16, de 06 de dezembro de 1965. Lex: legislação federal e DOU 06-12-1965, Brasília, dez. 1965.

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Referências

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