• Nenhum resultado encontrado

Reflectindo sobre o conceito de envelhecimento activo, pensando no envelhecimento em meio urbano

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Reflectindo sobre o conceito de envelhecimento activo, pensando no envelhecimento em meio urbano"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Série II

 

17 | 2007

Envelhecimento activo. Um novo paradigma

Reflectindo sobre o conceito de envelhecimento

activo, pensando no envelhecimento em meio

urbano

Paulo Machado

Edição electrónica URL: http://journals.openedition.org/sociologico/1646 DOI: 10.4000/sociologico.1646 ISSN: 2182-7427 Editora

CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa Edição impressa

Data de publição: 1 janeiro 2007 Paginação: 53-63

ISSN: 0872-8380 Refêrencia eletrónica 

Paulo Machado, « Reflectindo sobre o conceito de envelhecimento activo, pensando no

envelhecimento em meio urbano », Forum Sociológico [Online], 17 | 2007, posto online no dia 01 janeiro 2007, consultado o 10 dezembro 2020. URL : http://journals.openedition.org/sociologico/1646 ; DOI : https://doi.org/10.4000/sociologico.1646

(2)

Sociológico

REFLECTI NDO SOBRE O CONCEI TO DE ENVELHECI MENTO

ACTI VO, PENSANDO NO ENVELHECI MENTO EM MEI O URBANO

Paulo Machado

I nvest igador no LNEC, dout or em sociologia ( pm achado60@gm ail.com )

Resumo

Nas sociedades Ocident ais as quest ões do envelhecim ent o act ivo ganharam o est at ut o de agenda polít ica e or ient am , hoj e, os esfor ços para pr om over o bem - est ar social da geração idosa. O t ext o apresent a o conceit o de envelhecim ent o act ivo, propõe o seu equacionam ent o sociológico e defende a int egração das m edidas de polít ica social no quadr o das polít icas do t er r it ór io.

Pa la v r a s- ch a v e : Envelhecim ent o act ivo, polít ica social, envelhecim ent o dem ogr áfi co.

Abstract

I n t he West er n societ ies act ive ageing is on t he polit ical agenda and pr esent ly guide t he effor t s t o pr om ot e t he social w ell- being of t he elder ly. This paper pr esent s t he concept of act ive ageing, quest ions it fr om a sociological per spect ive and ar gues for t he int egrat ion of social policies m ea-sur es in t he t er r it or y policy fram ew or k.

Ke y w or ds: Act ive ageing, social policy, dem ographic ageing.

Just ifi ca- se um a sociologia do envelhecim ent o act ivo?

A apar ent e inocuidade do conceit o de enve-lhecim ent o act iv o na abor dagem sociológica do envelhecim ent o dem ogr áfi co e da velhice é algo para que os sociólogos devem est ar desconfi ados, não t ant o pelo que r evela, m as sobr et udo pelo que escam ot eia. Vale aqui o conselho de Alain Touraine a propósit o da reacção que aprendem os a t er cont ra t odas as cat egorias de int erpret ação que fazem part e do conj unt o das cat egor ias da pr át ica social. Para Touraine, a pr oblem at ização do óbvio e a descons-t r ução da ( falsa) r ealidade descons-t em que fazer “ ar r ancar

os fact os sociológicos dos fact os sociais em que aqueles est ão encer r ados” ( Touraine, 1982: 25) .

Em verdade, t rat a- se de um requisit o do m ét odo de invest igação sociológica: pode não ser novo, m as é bast ant e opor t uno.

Se nos det iver m os sobr e o conceit o de enve-lhecim ent o act ivo apercebem o- nos da sua int encio-nalidade: “ o envelhecim ent o act ivo é o pr ocesso de

opt im ização de oport unidades de saúde, part icipação e segurança visando o aum ent o da qualidade vida das pessoas à m edida que envelhecem ” ( WHO, 2002) .

I nscrevendo- se num a lógica de produção social cuj a cor r ecção polít ica e bondade hum ana são aceit es ( é polit icam ent e cor r ect o e socialm ent e par t ilhado defender- se um envelhecim ent o am igável do cida-dão m ais velho) , est e conceit o car ece, por ém , de um equacionam ent o sociológico pr ópr io. A quest ão sociológica consist e em per ceber por que se fala e ent ende por envelhecim ent o act ivo. Com pr eender, depois, o m odo de cr iação e dist r ibuição das opor-t unidades de saúde, par opor-t icipação e segurança, ou sej a, a sua nat ureza socialm ent e assim ét rica, o seu alcance real e as form as pelas quais os suj eit os e os seus gr upos sociais se apr opr iam dessas m esm as oport unidades; e, fi nalm ent e, perceber os cont ext os sociais e am bient ais em que t ais opor t unidades se concret izam . Trat a- se de um a agenda que o present e t ext o não pret ende cum prir int egralm ent e, m as para a qual gost ar íam os de cont r ibuir.

A Organização Mundial de Saúde ( WHO, 2002: 20- 32) , na apresent ação da sua agenda polít ica para a pr om oção do envelhecim ent o act ivo não deixa de refl ect ir, parcialm ent e, est as m esm as preocupações, nom eadam ent e quando ident ifi ca um conj unt o de infl uências, que denom ina “ det erm inant es”, suscept í-veis de poderem desem penhar um papel relevant e no

(3)

Sociológico

envelhecim ent o act ivo, sej a com o fact ores posit ivos, sej a com o obst áculos – nest e últ im o caso, funcio-nando com o bloqueadores da m udança social que as polít icas de envelhecim ent o act ivo se pr opõem ser. De ent re os m uit os det erm inant es que se poderiam ident ifi car, sublinham os os seguint es:

Cult ura ( “ cult ur e, w hich sur r ounds all

indi-viduals and populat ions, shapes t he w ay in w hich w e age because it infl uences all of t he ot her det er m inant s of act ive ageing” ) ;

Géner o ( “ gender is a «lens» t hr ough w hich

t o consider t he appr opr iat eness of var ious policy opt ions and how t hey w ill affect t he w ell being of bot h m en and w om en” ) ;

Sist em a de saúde e de apoio social ( “ t o pr

o-m ot e act ive ageing, healt h syst eo-m s need t o t ake a life cour se per spect ive t hat focuses on healt h prom ot ion, disease prevent ion and equit able access t o qualit y pr im ar y healt h car e and long- t er m car e” ) ;

Com por t am ent o saudável ( “ t he adopt ion of

healt hy lifest yles and act ively part icipat ing in one’s ow n care are im port ant at all st ages of t he life course. One of t he m yt hs of ageing is t hat it is t oo lat e t o adopt such lifest yles in t he lat er years. On t he cont rary, engaging in appropriat e physical act ivit y, healt hy eat ing, not sm oking and using alcohol and m edica-t ions wisely in older age can prevenedica-t disease and funct ional decline, ext end longevit y and enhance one’s qualit y of life” ) ;

Fact ores pessoais e am bient ais ( “ while genes

m ay be involved in t he causat ion of disease, for m any diseases t he cause is environm ent al and ext er nal t o a gr eat er degr ee t han it is genet ic and int ernal” : 26. “ The great m aj orit y of inj ur ies ar e pr event able; how ever , t he t r adit ional view of inj ur ies as «accident s» has r esult ed in hist or ical neglect of t his ar ea in public healt h” ) ;

Am bient e social ( “ social support , opport unit ies

for educat ion and lifelong lear ning, peace, and pr ot ect ion fr om violence and abuse ar e key fact or s in t he social envir onm ent t hat enhance healt h, par t icipat ion and secur it y as people age” ) ;

Econom ia ( “ concent r at ing only on w or k in

t he form al labour m arket t ends t o ignore t he valuable cont ribut ion t hat older people m ake in w or k in t he infor m al sect or ( e.g., sm all scale, self- em ployed act ivit ies and dom est ic w or k) and unpaid w or k in t he hom e” ) .

Na t ar efa de int er pr et ação dest e quadr o de r efer ência, salt a para a m esa do invest igador a sua for t e ocident alidade, pese em bora a vocação univer sal que caract er iza o em issor. A associação a conceit os sat élit es que nos habit uám os a reconhecer

na agenda da polít ica social cont em por ânea, t ais com o, au t on om ia, in depen dên cia, par t icipação,

qualidade de vida, esper ança de vida, esper ança de v ida sem incapacidades, solidar iedade int er -ger acional, ent r e out r os, é bast ant e evident e. Tal

galáxia concept ual decor r e do m odo pr ópr io com o as sociedades Ocident ais const r uíram , sobr et udo a par t ir da t om ada de consciência do envelheci-m ent o das suas est r ut uras deenvelheci-m ogr áfi cas, a noção de pessoa idosa, e com o agiram em confor m idade com essa noção.

Fora do per ím et r o alar gado do Velho Mundo, onde a infl uência da socialização ger ont e Ocident al é m enos acent uada, e onde a descapit alização social dos m ais velhos é m enos evident e – m uit o em bora se saiba exist ir em pr oblem as sociais sér ios ent r e a população m ais idosa, em est reit o alinham ent o com os pr oblem as da população em geral – a noção de envelhecim ent o act ivo ser á, no m ínim o, est ranha – com o j á o haviam sido, algum as décadas ant es, as noções de 3ª e 4ª I dades. Nas sociedades Ocident ais, som ent e quando os quadros e os processos de acção social revelaram sinais de fragm ent ação geracional – dir- se- ia, acom panhando Boavent ura Sousa Sant os ( 1998) , t urbulências no sist em a com um de valores, gerando est ranham ent o, desfam ilização, sur pr esa, per plexidade – é que a quest ão da ger ação idosa, com o se de um cor po social est ranho se t rat asse, se veio a colocar. Essa ( nova) sit uação dem ográfi ca ger ou um a cr ise do paradigm a social, polít ico e cult ural do cont rat o social m oder no, na m edida em que ele se t or nou ao m esm o t em po pr oem inent e m as insat isfat ór io ( perant e as necessidades) . O em pur r ão dos m ais velhos para fora da lógica de cr iação do Pr odut o Nacional, e a sua subsidiação for çada, cr iou dependência, inact ividade, e m uit os desiguais ganhos em t er m os de qualidade de vida. Sobret udo, criou um vazio t em poral m uit o alargado, por quant o t ais m udanças no Ocident e são cont em -por âneas do aum ent o da esperança de vida depois dos 65 anos de idade.

Há, por con segu in t e, qu e n ão con fu n dir a im p or t ân cia d as solu ções d o Est ad o d e Bem -- Est ar com o paraíso na Ter ra. Para os idosos que foram t oda a vida assalariados com baixas rem une-rações, ou para aqueles que t ão- pouco exer ceram act ividades r em uneradas – as pr est ações sociais, nom eadam ent e pecuniár ias, equivalem obj ect iva-m ent e à diferença ent re a sobrevivência e indigência ext r em a. De out r o m odo, est ar iam condenados a um a dependência dir ect a dos seus fam iliar es e da

fi lant r opia da com unidade pr óxim a. A suspensão

das prest ações sociais num a sociedade envelhecida corresponderia a um a cat ást rofe social de am plit ude inim aginável.

Por ém , a opor t unidade as soluções que pr ocur em sat isfazer as necessidades sociais de bem -- est ar de um a percent agem crescent e da população

(4)

Sociológico

é, igualm ent e, um a evidência, e é nest e cont ext o que dever em os per ceber o alcance, t ant o quant o as lim it ações, da agenda do envelhecim ent o act ivo. É nest a per spect iva que encont ram os um cam po analít ico pr opício ao desbravar de um a sociologia do envelhecim ent o act ivo, que per scr ut e a m edida polít ica e a dist inga da r ealidade social para a qual se dir ige, discut indo, em ult im a r at io, a sua j ust i-fi cação.

O alongam ent o e a dilat ação ger acionais

Obser ve- se com o a dilat ação das coor t es nos últ im os anos de vida se vem m anifest ando na socie-dade por t uguesa ( ver Gr áfi co 1) . Nas últ im as t r ês décadas os ganhos de t em po de vida foram crescendo linearm ent e e revelam diferenças de 5,2 anos para as m ulheres e de 4,2 anos para os hom ens. Os refl exos dest a t ransform ação do ciclo de vida nas est rut uras populacionais não poderiam deixar de se m anifest ar, ent r e out r os indicador es, no índice de longevidade1

( em 2006 at ingiu os 45% , t endo aum ent ado quase 4 pont os per cent uais desde 2000) .

Est a alt eração do calendár io social2 acar r et ou

que as coort es se ext ingam cada vez m ais t arde, m as sobret udo que um cada vez m aior núm ero de hom ens idosos e ( sobret udo) m ulheres idosas est ej am vivos durant e m ais t em po. O aum ent o da esperança de vida é um indicador de desenvolvim ent o económ ico e social, um a espécie de t r iunfo da ciência e das

polít icas públicas ( sanit árias, sociais, de rendim ent o) sobre as causas da m ort alidade precoce que ceifava um grande núm ero de vidas num passado não m uit o dist ant e do nosso pr esent e.

Tal signifi ca que o senso com um se engana quando lam ent a a precocidade da m ort e na sociedade cont em porânea, m as o aforism o é válido para sufra-gar a pr oposição de Riley ( 1988) , segundo a qual o m odo com o as pessoas envelhecem é afect ado pelas caract er íst icas da coor t e a que per t encem e pelas m udanças am bient ais, cult urais e sociais às quais a sua coor t e foi expost a, ao m over- se por sucessivos est rat os et ários. Porque a sociedade m uda, os m em -bros das sucessivas coort es envelhecem de m aneira difer ent e. Não exist ir ão, nest e dom ínio, excepções ent r e as difer ent es for m ações sociais.

No que r espeit a à concent ração da m or t e nos últ im os grupos et ários, os últ im os dados disponíveis ( r efer ent es a 2006) indicam que m ais de 87% dos óbit os de m ulheres ocorridos em Port ugal e m ais de 74% dos m asculinos respeit aram a pessoas com , pelo m enos, 65 anos. Dez anos ant es, esses valores eram , respect ivam ent e, de 85% e 70% . A concent ração da m or t alidade nos últ im os anos de vida das coor t es é cada vez m aior. Se r ecuar m os algum as décadas ( ver Gr áfi co 2, lim it ado à r epr esent ação at é 2001) apercebem o- nos de que a m ort e envelheceu: perdeu saliência nas cam adas et árias infant is, m uit o j ovens, j ovens e adult as e ent r incheir ou- se na geração idosa. A obser vação de longo prazo per m it e r et er

Fon t e : I NE, I ndicador es Dem ogr áfi cos para o per íodo de r efer ência ( 1970 a 2006)

Gr á fi co 1 Evolução da Esperança de vida aos 65 anos, por Sexo, em Por t ugal

18,19 13,50 16,31 12,15 19,78 14,56 R2 = 0,9739 10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00 19,00 20,00 HM Homens Mulheres Linear (HM ) 2 0 0 6 2 0 0 5 2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2 2 0 0 1 2 0 0 0 1 9 9 9 1 9 9 8 1 9 9 7 1 9 9 6 1 9 9 5 1 9 9 4 1 9 9 3 1 9 9 2 1 9 9 1 1 9 9 0 1 9 8 9 1 9 8 8 1 9 8 7 1 9 8 6 1 9 8 5 1 9 8 4 1 9 8 3 1 9 8 2 1 9 8 1 1 9 8 0 1 9 7 9 1 9 7 8 1 9 7 7 1 9 7 6 1 9 7 5 1 9 7 4 1 9 7 3 1 9 7 2 1 9 7 1 1 9 7 0

(5)

Sociológico

Fon t e : dados r et irados de I NE – sér ies cr onológicas: TEMA: C - População e Condições Sociais; SUBTEMA: 02 - Dem ografi a e Censos.

Cálculos efect uados por nós.

Gr á fi co 2 Evolução de longo prazo na est rut ura et ária da m ort alidade em Port ugal – óbit os das gerações idosa ( 65+ anos) e m uit o idosa ( 85+ anos)

 

30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0 75,0 80,0 1939 1941 1943 1945 1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001

% óbitos de pessoas com mais de 65 anos no total de óbitos

% óbitos de pessoas com mais 80 anos no total de óbitos da população idosa

%

que os óbit os das pessoas idosas r epr esent avam , no fi nal da década de 30, cer ca de 1/

3 ( 34% ) do

t ot al de óbit os r egist ados, cont ra os 4/

5 ( 81% ) em

2006. Concom it ant em ent e, a pr opor ção de óbit os das pessoas m uit o idosas ( i.e., com m ais 80 anos) no conj unt o do obit uár io da geração idosa, que era m inor it ár ia em 1939 ( 36% ) , chegou aos nossos dias com o m aior it ár ia ( 58% em 2006) – ou sej a, a m aior ia dos idosos m or r e com m ais de 80 anos. O r efor ço dest a t endência acent uou- se, sobr et udo, a par t ir da década de 80.

As m udanças dos padr ões de m or t alidade ( e t am bém da m or bilidade) que se podem sinalizar com o ocorridas nas últ im as décadas, deixam perce-ber o por quê da exist ência de um m aior núm er o de pessoas m ais velhas, m as obrigam a int errogar- nos sobr e com o se poder ão m ant er act ivas. Haver á por aqui um a for m ulação idealíst ica cor r espondent e à vont ade de r et ar dar a m or t e? Algo congr uent e com um a represent ação social da m ort e enquant o acon-t ecim enacon-t o desprovido de senacon-t ido, progressivam enacon-t e desrit ualizada, em pobrecida em t erm os de sent im en-t os e expr essões3, e cada vez m ais hospit alizada

e m edicalizada, de que r esult a a sua invisibilidade social ( Mar t ins, 1985) , em t ot al cont rast e com a m or t e dom est icada, da r esignação ao inevit ável de que nos falava Ar iès ( 1977) para um per íodo não m uit o r ecuado da nossa hist ór ia.

O pr ocesso de envelhecim ent o individual: par ent e pobr e da abor dagem

sociológica

Dir - se- ia que o envelhecim ent o de um ser hum ano é um pr ocesso cuj o r esult ado é óbv io, m as cuj o m ecanism o per m anece desconhecido. Por env elhecim ent o biológico pode ent ender - se a incapacidade pr ogr essiva - r esult ant e do declí-nio do sist em a im unit ár io do or ganism o - em se adapt ar às condições var iáveis do seu am bient e. A dim inuição do volum e dos t ecidos – que pode igualm ent e ocor r er na sequência de um qualquer pr ocesso pat ológico independent e do pr ocesso de envelhecim ent o – é, por vent ura, a m anifest ação física m ais evident e, m as não sufi cient e para a cat a-logação de “ velho”. Concom it ant e a est a dim inuição, aum ent a a preponderância dos t ecidos conj unt ivos, em det r im ent o do par ênquim a, que se vê invadido pelos pr im eir os, acar r et ando a m odifi cação da sua est r ut ura e função.

Est a m odifi cação é designada por escler ose, conceit o que se incor por ou no vocabulár io com um , e qu e t en de par a u m a u t ilização sin ón im a de est ado de velhice: “ est ar escler osado” signifi ca, na generalidade das sit uações em que a expr essão é em pr egue, “ est ar velho”. No ent ant o, no dom ínio das ciências da vida per m anecem lar gas m anchas de desconhecim ent o e cam po aber t o para difer ent es desenhos t eór icos. Par ecendo pr evalecer as t eor ias que at r ibuem a pr im azia às m odifi cações, com

(6)

Sociológico

a idade, de cer t os t ecidos ou de cer t as células4,

ex ist e um consenso na bibliografi a das especia-lidades ger iát r ica e ger ont ológica r elat ivam ent e a t r ês aspect os do env elhecim ent o que im por t a sublinhar num a discussão sobr e o signifi cado de env elhecim ent o act ivo:

1º . O envelhecim ent o hum ano est á associado ao declínio, m ais ou m enos r ápido, das funções fi siológicas, hist ológicas, bioquím i-cas ou genét ii-cas, ainda que esse declínio var ie de função para função e em cada pessoa;

2 º . Não exist e um a causa única para o envelhe-cim ent o: est e processo é, provavelm ent e, r esult ant e de um com plexo sist em a de causas int r ínsecas ( ao suj eit o) e ext r ín-secas ( i.e., r elat ivas ao m eio am bient e a que per t ence) , sendo a noção de causa ent endida, dada a incer t eza do r esult ado, com o o elem ent o que aum ent a a pr oba-bilidade do acont ecim ent o;

3º . O envelhecim ent o hum ano acarret a conse-quências no com port am ent o do indivíduo, enquant o act or social.

De acor d o com o q u e v im os d ef en d en d o ( Machado, 2007) , suport ados pela perspect iva eco-lógica em sociologia, e orient ados para o est udo da m udança social, do envelhecim ent o dem ogr áfi co e da velhice em m eio urbano, qualquer um dest es t rês aspect os ganha um a act ualidade considerável, e reforça a consist ência dos argum ent os sócio- ecológi-cos. O declínio funcional repercut ir- se- á nos processos t ransaccionais pessoa- am bient e, e t erá im plicações não despiciendas nos níveis de congruência ecoló-gica que garant em a sat isfação das necessidades de bem - est ar dos idosos e a sua qualidade vida. Est as considerações são relevant es na abordagem , por exem plo, da sua m obilidade no m eio am bient e urbano, na apreciação da sua acuidade cognit iva, designadam ent e sobre os riscos urbanos, e na sua avaliação ( percept iva) desses m esm os riscos.

Sim ult aneam ent e, e num a per spect iva sist é-m ica, as alt erações do aé-m bient e ur bano ( as causas ext r ínsecas a que nos r efer im os) não dever ão ser m enospr ezadas na com pr eensão do pr ocesso de envelhecim ent o individual, e porvent ura explicá- lo- ão parcial e indirect am ent e, pelo m enos em t erm os dos padr ões da sua m or bilidade. Dest acar íam os, nest e âm bit o, as quest ões am bient ais que int er fer em , sobr em aneira, no quot idiano das cidades, designa-dam ent e as que se referem à ( falt a) de qualidade do ar, ao ruído, à t em perat ura e às am eaças bact erianas. Acr escent ar íam os, pela sua act ualidade, a quest ão da sinist ralidade do peão ur bano idoso.

Assim , é lícit o adm it ir que os parâm et ros bioquí-m icos e hebioquí-m at ológicos que caract erizabioquí-m as coort es envelhecidas na sociedade cont em por ânea podem

não signifi car exclusivam ent e efeit os de idade, m as t am bém de geração: em r igor, podem ser ent endi-dos com o par âm et r os fi siológicos sociologicam ent e ex plicáv eis. A diet a alim ent ar, os consum os de álcool, o t abagism o, as condições de t rabalho a que foram expost os durant e um per íodo longo da sua vida, a ausência de polít icas de saúde pr event ivas ( que se ver ifi cou durant e décadas) e defi cient es condições habit acionais – que frequent em ent e ainda perduram – são elem ent os considerados relevant es na caract er ização do act ual est ado de saúde das gerações m ais idosas. O indiv idual inscr ev e- se, dest e m odo, no social e é par cialm ent e explicado por est e. Trat a- se de um a r elação explicat iva m uit o prom issora que os est udos int erdisciplinares podem aj udar a desenvolver.

No m esm o sent ido, e no que respeit a à saúde m ent al, os efeit os de geração e de idade t êm sido evidenciados para explicar a elevada prevalência de pert urbações m ent ais e com port am ent ais na velhice ( OMS, 2002) . A depressão, m uit o com um ent re os idosos, é ainda m ais expressiva ent re os idosos com pert urbações físicas incapacit ant es. As pert urbações m ent ais são, com algum a frequência, erradam ent e consideradas com o fazendo part e do processo de envelhecim ent o, fact o que não é, de t odo, irrelevant e em face do cham ado efeit o ret roact ivo das represen-tações sociais sobre os m odelos de interacção ( m esm o dent ro dos subsist em as sociais periciais) int ergera-cional e sobre as prát icas sociais correspondent es. O fenóm eno de ancianism o (ageism ) – identifi cado pelas at it udes negat ivas perant e a velhice – inscreve- se nest e quadro e pode ser convocado com o t ópico relevant e para se com preender o envelhecim ent o hum ano e a associação que se pode est abelecer com a m udança social.

Est a abor dagem não nos pode conduzir a um r educionism o sociológico abst ract izant e – que cor-r espondecor-r ia a t udo explicacor-r pocor-r via da sociogénese –, nem fazer esquecer a nossa base fi logenét ica com o algo que det er m ina o lim it e de vida dos sis-t em as or gânicos, pese em bora a elevada var iabili-dade int er individual. Mas não é er rado falar de um envelhecim ent o socialm ent e difer enciado quando ident ifi cam os sit uações precedent es com um a causa-lidade relevant e, respeit ant es a det erm inados grupos sociais, e dist int as de out ras que respeit am a out ros gr upos sociais. Os est udos sobr e os difer enciais de esperança de vida ( I NE, 2000) – m uit o desenvolvidos na década de 80 – ou os est udos epidem iológicos sobr e a incidência de det er m inadas pat ologias com desigual incidência em coor t es geracionais ( I NSA, 2001) , r esult am em lar ga m edida do accionam ent o dos pr incípios da causalidade – pelo m enos em t er m os de associação est at íst ica – que se podem conv ocar para afi r m ar a infl uência ( capacidade explicat iva) de det er m inados fact or es pr ecedent es sobr e os fenóm enos que pr ocuram os explicar.

(7)

Sociológico

Vej am os com o a psicoger ont ologia, sob um a per spect iva ecológica ( Paúl, 1991) , equaciona a diver sidade que ocor r e no pr ocesso de envelhe-cim ent o:

“ Não devem os deixar de colocar a hipót ese de se ver ifi car a nível int ra- individual um a indifer enciação de sist em as em que as vár ias esferas da vida, biológica, psicológica, social, est ão de novo de t al for m a im br icadas, que a alt eração em qualquer dos sist em as t em im plicações dir ect as e pr ofundas em t odos os out ros. O com port am ent o dos idosos surge- nos m uit o com o um t odo, em que um a alt eração no sist em a biológico, um agravam ent o de um a defi ciência sensorial ou m ot ora, o desapareci-m ent o de desapareci-m ais udesapareci-m ent e quer ido da sua r ede social de apoio, por exem plo, se confundem com um a disfunção do hum or, apat ia, ou a perda de capacidades cognit ivas. Mas ao con-t rário do que se passa com os recém - nascidos, cuj o com por t am ent o t em um grande peso da m at uração, com o se a est r ut ura im pusesse lim it es clar os ao desem penho, nos idosos não se conhecem ( ainda?) m ecanism os senão m at urat ivos, degenerat ivos, responsáveis pelo com por t am ent o” ( Paúl, 1991: 42) .

Com o con ceit o de env elh ecim en t o act iv o acaba, a nosso ver, por se colocar a m esm a exi-gência que veio a colocar com os conceit os de 3ª e 4ª I dades: ou sej a, a sua ut ilização cr ít ica e não com prom et ida, por part e do discurso cient ífi co, dado que esses conceit os são sem pr e sedut oram ent e suscit ador es de visões unifor m es e r edut oras. O que nest e pont o do t ext o, r efer ent e ao pr ocesso de envelhecim ent o individual, quer em os acent uar é que o pr ópr io envelhecim ent o do suj eit o é um a função par cialm ent e ex plicada pela sua hist ór ia de vida, pela hist ór ia social do seu gr upo, e pelo m eio em que se int egra. Pelo que a pr om oção do envelhecim ent o act ivo é algo que r espeit a às polí-t icas de saúde pública, de solidariedade social, m as igualm ent e às de t ranspor t e, habit ação, pr om oção do espaço público, segurança pública, et c.

No ent endim ent o de que envelhecim ent o act ivo corresponde a um a pré- noção cient ífi ca, e que releva de visões uniform izadas sobre as condições sociais e individuais do processo de envelhecim ent o ( produt o social) , ou sej a, com o sinónim o da velhice sã da sociedade cont em porânea Ocident al, a sua ut ilização acr ít ica cor r esponde à negação do pr ópr io obj ect o sociológico no cam po da análise do envelhecim ent o hum ano e dem ogr áfi co.

Um a velhice em cr ise ou a cr ise do m odelo int er ger acional

Refer im o- nos, m ais at r ás, à cr ise do para-digm a social, polít ico e cult ural do cont rat o social m oder no. Essa cr ise est á, de r est o, longe de poder considerar- se debelada. Não nos r efer im os apenas ao desafi o que o envelhecim ent o da população coloca hoj e e nas pr óxim as décadas à Segurança Social, desafi os de sust ent abilidade fi nanceira do sist em a m as t am bém a sua sust ent abilidade económ ica e social, com o fact or est r ut urant e para o desenvolvi-m ent o econódesenvolvi-m ico e para a coesão social. De not ar que est a cr ise foi alavancada pela m udança dem o-gr áfi ca, m as as suas raízes encont ram - se t am bém pr ofundam ent e no m odelo m acr oeconóm ico e no enquadram ent o do m ercado de t rabalho, elem ent os est r ut urant es da vida colect iva e que se encont ram esgot ados. E é j ust am ent e a discussão dest e esgo-t am enesgo-t o que cabe r efer ir ao analisar o conceiesgo-t o de envelhecim ent o act ivo.

Sem prej uízo de se considerar a alavancagem do fact or dem ográfi co, a verdade é que a t ransform ação sensível da vida social não se t em pr ocessado sem gerar cont radições, t ensões e efeit os indesej ados ( não esperados) ; dir- se- ia, um a cer t a inst abilidade norm at iva e valorat iva que afect ou o valor social das pessoas de m ais idade, sobr et udo no m er cado de t rabalho e no âm bit o m ais vast o das relações sociais de pr odução. Tais t ransfor m ações det er m inaram um a subst it uição geracional abr upt a no m er cado de t rabalho, ao m esm o t em po a que se assist ia a um pr olongam ent o signifi cat ivo da longevidade m édia da população Ocident al. Medidas houve, em Port ugal e na generalidade dos países Ocident ais, que apoiaram e incent ivaram at é a saída precoce da cham ada vida act iva, associadas ao saneam ent o fi nanceiro das em presas, m as não só, num a lógica geracionalm ent e pouco solidária.

A lógica do m om ent o e do com prom isso polít ico sincr ónico fez esquecer a espessura t em poral dila-t ada dos pr ocessos de r elação indila-t er geracional e o efeit o de longo prazo das m edidas de saneam ent o. O hiat o t em poral gerado pela despar t icipação da esfera laboral e o calendár io da m or t e cr iou em m uit os gr upos sócio- pr ofi ssionais, sobr et udo dos sect ores secundário e t erciário, o vazio ocupacional. A ideologia da 3ª I dade pr ocur ou funcionar com o um paliat ivo para esse hiat o, m as o ( in) sucesso dessa ideologia pode m edir- se pelo fact o de não t er conseguido t ransform ar os idosos aposent ados/ / r efor m ados num a geração efect iva, no sent ido em que para r econhecer a exist ência de um a geração efect iva é indispensável que se ident ifi que um a unidade de consciência com por t am ent al que t enha sido m oldada por experiências part ilhadas at ravés de posições sim ilares na est rut ura social. Tal fenóm eno nunca ocor r eu nos últ im os 50 anos.

(8)

Sociológico

Em rigor, e im port a perceber est e fact o hist órico, a sucessão geracional – ou m et abolism o dem ogr á-fi co com o a designou Ryder ( 1997) – pr ecedent e à nossa cont em poraneidade sem pre se baseou num a lógica m ais individual, em que a condição pr ópr ia de cada indivíduo era det er m inant e no pr ocesso de sucessão e as r elações sociais do t ipo par t icu-lar ist a se sobr epunham às r elações sociais do t ipo univer salist a. A nor m alização et ár ia e o pr ocesso subst it ut ivo cont em por âneo, encarado sob vár ios pont os de vist a, e adequadam ent e, com o um a aqui-sição civilizacional relevant e, não deixou, porém , de gerar efeit os nefast os, que parcialm ent e as polít icas do envelhecim ent o act ivo quer em agora cont rar iar. Dir- se- ia que est am os diant e de um a nova agenda de polít icas para um pr oblem a social que se viu agravado nas últ im as décadas.

Há que per ceber que a sucessão geracional sem pr e foi, ao longo da hist ór ia da hum anidade, um pr incípio cent ral na or ganização das socieda-des, na m edida em que as sociedades or ganizam a dist r ibuição de pr ém ios e opor t unidades, e desen-volvem ex pect at ivas de com por t am ent os basea-das em difer ent es caract er íst icas est rat ifi cadoras dos seus elem ent os, sendo a idade um elem ent o cent ral nesses sist em as de est rat ifi cação. Todavia, nas sociedades do Est ado de Bem - Est ar, esse nexo ent r e gerações, com o o designa Ribeir o Mendes ( 2005) est á hoj e gravem ent e com pr om et ido, e a com pet it ividade int er geracional m uit o degradada. Ou sej a, a fact ura do índice de dependência r eal ( a fact ura com as prest ações sociais dos m ais velhos) é m aior do que a fact ura no invest im ent o das gerações m ais novas, deixando a est as um fut ur o som br io. Est a cir cunst ância, só par cialm ent e explicada pela dem ografi a, é um a consequência dir ect a do que Ribeir o Mendes apelidou de conspiração gr isalha, e que se explica por t er sido a geração sanduíche a t rat ar dos seus int er esses ( com o fut ur os idosos) , t ransfer indo os cust os para os pr om it ent es act ivos. A clivagem geracional é assim sist em at izada:

“ É que boa par t e das posições econom ica-m ent e act ivas e ica-m uit os dos post os de coica-m ando do Est ado, das em presas e das inst it uições da sociedade civil est avam nas m ãos de pessoas per t encent es às gerações ent radas na vida adult a e no m er cado de t rabalho no fi nal dos anos 60 e início dos anos 70” ( Mendes, 2005: 134) .

Ent r e nós – e r epar e- se na pr oxim idade das dat as dos t r ês pr im eir os diplom as que a seguir se enunciam – só com a nova reform a da Lei de Bases da Segurança Social ( Lei n.º 4/ 2007, de 16 de Janeiro) , que r evogou a que se encont rava em vigor desde 2002 ( Lei n.º 32/ 2002, de 20 de Dezem br o) , e que por sua vez r evogara a Lei n.º 17/ 2000, de 8 de

Agost o, que t inha vindo subst it uir a Lei n.º 28/ 84, de 14 de Agost o, se consagrou o fact or de sust ent a-bilidade das pensões – defi nido pela relação ent re a esperança m édia de vida verifi cada num det erm inado ano de r efer ência e a esperança m édia de vida que se ver ifi car no ano ant er ior ao do r equer im ent o da pensão. O que pode parecer um det alhe t écnico para penalizar a ant ecipação da r efor m a, r evela- se na nossa per spect iva com o um elem ent o fundam ent al para a com pr eensão do signifi cado at r ibuído pelo legislador à r elação int er geracional e, por que não adm it ir, à pr ópr ia r elevância at r ibuída ao t rabalho com o par t e int egrant e da vida dos t rabalhador es com m ais idade.

Ent r e o que se pode considerar a pr im eira for-m alização de ufor-m sist efor-m a nacional ( quase) int egral de gest ão dos r iscos sociais, plasm ado na Lei n.º 28/ 84, de 14 de Agost o – ainda na linha do incipient e m odelo de 1962 ( Lei nº 2115, de 18 de Junho) –, e a r evisão de 2007 ( Lei n.º 4/ 2007) , m uit o m udou. Dem ografi cam ent e, dir- se- á que as t endências que se per spect ivavam no início dos anos 80 viram - se confi r m adas e at é r efor çadas. Ext er nam ent e, a in -fl uên cia do cham ado Modelo Social Europeu ganhou um a im por t ância incont or nável. Polit icam ent e, os Governos nacionais – depois de um a t ent at iva frus-t rada de pr oceder a r efor m as indolor es, viram - se for çados a um r efor m ism o pragm át ico em nom e da sust ent abilidade fut ura do sist em a de Segurança Social que int egra agora os princípios da diferenciação posit iva ( “ fl exibilização e m odulação das prest ações

em função dos r endim ent os, das event ualidades sociais e de out r os fact or es, nom eadam ent e, de nat ureza fam iliar, social, laboral e dem ográfi ca”, cfr.

ar t º 10º da Lei n.º 4/ 2007) e da coesão int er gera-cional ( “ aj ust ado equilíbrio e equidade geracionais na

assunção das responsabilidades do sist em a”, cfr. art º

13º , idem ) de m odo subst ant ivam ent e diferent e do que acont ecera na reform a de 2000, e at é de m odo inédit o ( se a com paração se fi zer com o t ext o da Lei de Bases de 1984) . Socialm ent e, a t ransform ação das condições da reform a, nom eadam ent e do calendário em que ocorre, adiando o m om ent o, penalizando a ant ecipação, foi t alvez a principal de t odas as con-t escon-t ações e reforçou na discussão pública a quescon-t ão da ( falsa) descont inuidade ent re o período act ivo e o “ éden” ( ent endido com o sinónim o de desvincula-ção da responsabilidade do t rabalho) . Sendo m ais evident e j unt o de largos sect ores socioprofi ssionais da Adm inist ração Pública, a verdade é que o sect or em presarial privado ou part icipado pelo Est ado – com excepção m ais evident e para as em presas que se encont ram em processos de saneam ent o fi nanceiro – percebeu que essa descont inuidade abrupt a se t orna funcional e organizacionalm ent e insust ent ável, pelo que com eça a ser prát ica corrent e que a reform a do t rabalhador, sobret udo dos m ais qualifi cados, dê lugar à sua post erior ( re) cont rat ação com o

(9)

aven-Sociológico

çado, consult or, colaborador event ual, fazendo do reform ado e precocem ent e idoso, um envelhecido act ivo. As soluções de t rabalho volunt ário não se inscrevem nest a lógica.

De acor do com os dados dispon ív eis pelo I nquérit o do Em prego ( ver Gráfi co 3) , e procurando capt ar o que se m odifi cou na últ im a década em t er m os do em pr ego das pessoas com m ais de 65 anos, apenas 6,1% dos act ivos m asculinos e 5,6% dos act ivos fem ininos t êm essa idade. Dez anos ant es esses valor es eram prat icam ent e idênt icos ( r espect ivam ent e 5,5% e 5,1% ) .

Por ém , quando analisam os a dist r ibuição da população act iva por nível de escolar idade, ver ifi -cam os um efeit o de geração m uit o vincado, dado que os idosos act ivos não t êm ganho posição per-cent ual j unt o da população m ais qualifi cada, e pelo cont r ár io est ão r em et idos para um nicho de act ivos pouco ou nada qualifi cados. Em 1998 represent avam 27% dos act ivos m asculinos sem habilit ações, e

Já havíam os ident ifi cado est a iniquidade diant e do m er cado de t rabalho em análises ant er ior es ( Machado, 2007) , r ecor r endo ent ão aos dados dos gr u pos socio- econ óm icos dos Cen sos de 2 0 0 1 . Repare- se que em t odos os grupos socio- económ icos r epr esent ados no Gr áfi co 4 ( e que são os aqueles em que a r epr esent at ividade de t rabalhador es com idades com pr eendidas ent r e os 55 e os 64 anos era m ais elevada) , a var iação é m uit o acent uada, ainda que difer enciada. Na t ransição dos 65 anos, assist e- se a um desaparecim ent o m assivo de pessoas act ivas. Mesm o que algum as delas, obt ida a reform a por velhice, cont inuem a t rabalhar – o que poder á ver ifi car- se m ais facilm ent e ent r e os t rabalhador es independent es, pat r ões e em pr esár ios – o fact o é que perm anece a dúvida sobre a capacidade de um a sociedade ( e a sua econom ia) , com for t e depaupe-ram ent o de recursos qualifi cados, pode m ant er est a fract ura geracional por m uit o m ais t em po.

Fon t e : I NE, I nquér it o ao Em pr ego. Cálculos efect uados por nós.

Gr á fi co 3 Evolução da pr opor ção da população act iva idosa no conj unt o da população act iva ( Sér ie

1998) , por sexo e nível de escolar idade m ais elevado com plet o

6,1 41,7 12,3 0,9 0,9 1,0 2,6 5,5 27,0 6,9 0,9 1,5 1,1 2,4 49,0 9,5 0,3 0,3 0,3 0,4 5,1 31,7 3,8 0,4 0,5 0,3 1,0 5,6 Homens Mulheres % 4º trimestre de 2007 4º trimestre de 1998 To ta l N en hu m B ás ic o 1 º C ic lo B ás ic o 2 º C ic lo B ás ic o 3 º C ic lo S ec un d ár io e p ó s-se cu nd ár io S up er io r To ta l N en hu m B ás ic o 1 º C ic lo B ás ic o 2 º C ic lo B ás ic o 3 º C ic lo S ec un d ár io e p ó s-se cu nd ár io S up er io r

dez anos volvidos j á r epr esent am 41,7% . No que respeit a às m ulheres idosas, passaram a represent ar quase m et ade ( 49% ) das act ivas sem qualifi cações, m as há dez anos r epr esent avam j á 31,7% . Com o nível de escolar idade m ínim o ( básico – 1º ciclo) , a t endência t em sido idênt ica.

Apar ent em ent e, o fact or de sust ent abilidade pr et ende t ravar a saída pr ecoce e est im ular o pr o-longam ent o da vida act iva por m ais algum t em po, m as não evit ar á que se pr ocur em novas m edidas dest inadas a est im ular o cr escim ent o da pr odut ivi-dade e que se ent endem com o incont or náveis para

(10)

Sociológico

superar as consequências do envelhecim ent o sobre o cr escim ent o económ ico. O cor t e for m al com a vida pr ofi ssional aos 65 anos é br ut al – e a der iva para o sect or infor m al não se pr opor ciona a t odos nem garant e um a post erior segurança fi nanceira –, pouco consent âneo com os reequilíbrios fi nanceiros do sist em a de segurança social, geracionalm ent e inj ust o e individualm ent e penalizador, sendo r ele-vant e, de um pont o de vist a sociológico, per ceber o signifi cado concr et o da act ividade dos suj eit os no per íodo do seu envelhecim ent o individual e no cont ext o em que um a e out r o ocor r em . Do Plano Nacional de Em prego 2005- 2008 const a, com o m et a Eur opeia para 2010 aum ent ar em m ais 5 anos a idade m édia efect iva de saída do m er cado de t ra-balho ( que em 2005 se sit uar ia, de acor do com o Eur ost at , em 63,1 anos) .

Do polít ico ao social, ou de com o a r ealidade social é sem pr e m ais com plexa

do que a pr oposição r efor m ist a

Por t ugal, à sem elhança do que vem acont e-cendo com out r os países Ocident ais, t em vindo a int egrar os obj ect ivos da polít ica de envelhecim ent o act iv o n os d if er en t es in st r u m en t os d e p olít ica social. No nosso caso, com dest aque para o Plano Nacional de Saúde ( PNS) e para o Plano Nacional de Em pr ego ( PNE) . Em r elação ao PNS foi defi nido

um inst rum ent o operacional denom inado Program a Nacional para a Saúde das Pessoas I dosas ( 2004) . No âm bit o do PNE 2005- 2008, e int egrado no desafi o da m oder nização do sist em a de pr ot ecção social ( Desafi o 5) , o Gover no ent endeu, em r espost a a um a r ecom endação for m ulada em 2004 pelo Con-selho Eur opeu, desencadear os t rabalhos, em sede da Concer t ação Social, conducent es à for m ulação de um a Est rat égia Nacional de Env elhecim ent o Act ivo ( ENEA) . Pr et ende o r efor m ador que a ENEA sej a um Plano de Acção assent e num a abor dagem global e coer ent e, act uando em vár ios dom ínios e para fom ent ar, num a ópt ica sobret udo prevent iva, a part icipação económ ica sust ent ada dos indivíduos ao longo de t odo o seu per cur so de vida. Num a ópt ica r eparadora, a ENEA pr et ende com bat er não só o desem prego dos t rabalhadores m ais velhos ( que se vêm considerando com o aqueles com m ais de 50 anos! ) , com o t am bém a passagem hoj e em r egra generalizada à inact ividade, incent ivando o r et or no dos m esm os ao m er cado de t rabalho.

Para além das quest ões que os par ceir os ( das confederações sindicais e pat r onais) colocam , com per spect ivas difer ent es e por vent ura ant agónicas, às ópt icas pr event iva e r eparadora, o pr ópr io act or polít ico proponent e ident ifi ca um conj unt o relevant e de quest ões cr ít icas para a efi cácia da est rat égia, a saber :

Fon t e : I NE, Censos 2001. Cálculos efect uados por nós5.

Gr á fi co 4 Var iação da pr opor ção de act ivos por gr upo sócio- económ ico, at ravés do m ét odo da com

pa-ração dir ect a ent r e coor t es

trabalhadores independentes -76,9% pequenos patrões -78,8% quadros superiores e dirigentes -79,2% empresários -81,7% quadros intelectuais e científicos -80,7% quadros técnicos e administrativos intermédios -88,1% operariado -90,6%

(11)

Sociológico

i) “ a t endência para a saída precoce do m er-cado de t rabalho ( nom eadam ent e por via de r efor m as ant ecipadas) ;

ii) a escassez de ofer t as de em pr ego dispo-níveis;

iii) o r eduzido núm er o de inst r um ent os de polít ica act iva disponíveis para est e seg-m ent o;

iv) a m aior incidência de baix as qualifi ca-ções;

v ) o m enor acesso a inform ação e/ ou disponi-bilidade para a act ivação por par t e dest es públicos” ( MTSS, 2007)

Se em r elação ao Plano Nacional de Saúde, a ênfase sobr e o envelhecim ent o act ivo se or ient a no sent ido da obt enção de ganhos em anos de vida com independência ( i.e., viver com independência na com unidade sem aj uda ou com pequena aj uda de out rem ) , o que pressupõe a adequação dos cuidados às necessidades das pessoas idosas e a pr om oção do desenvolvim ent o de am bient es capacit adores, no Plano Nacional de Em pr ego, e m ais concr et am ent e na Est rat égia Nacional de Envelhecim ent o Act ivo, a ênfase recai sobre a criação de condições para at ribuir um signifi cado e um sent ido aos ganhos alcançados em t erm os de duração de vida. Essas condições, em nosso ent ender, só podem ser ent endidas quando pensam os as quest ões do envelhecim ent o à escala local. As r espost as aos pr oblem as suscit ados pela ( pr ópr ia) agenda do envelhecim ent o act ivo deixam de ser do dom ínio r est r it o das polít icas sociais para se insinuar em nas polít icas do t er r it ór io.

Do societ al ao local: com o pr om over o envelhecim ent o act ivo int egr ado no desenvolvim ent o ur bano

É nest e cont ex t o de for t es t ransfor m ações sociais, nom eadam ent e da evolução das relações de t ipo part icularist a para as relações de t ipo universa-list a, dos desequilíbrios num éricos e afast am ent os ( físicos) entre estratos etários, do perfi l e desem penho das econom ias nacionais ( e da econom ia global) , do aparecim ent o do Est ado m ediador e provident e, das difi culdades que encont ra na sat isfação dos seus com prom issos, que se pode colocar a quest ão sociológica do envelhecim ent o das sociedades.

No que r espeit a às cidades, as t radicionais dim ensões da análise social do envelhecim ent o e da velhice ( rendim ent o, saúde/ bem - est ar, educação, lazer, sociabilidades e polít icas sociais) , que per m i-t em ideni-t ifi car um a condição social da velhice em perda, revelam - se j á insufi cient es. Novas dim ensões analít icas ganham act ualidade e suger em novas t em át icas e possíveis feixes pr oblem at izador es: condições habit acionais ( desfavoráveis) ; segregação r esidencial ( cr escent e) ; adequação ( funcional) dos

cenár ios com por t am ent ais dest es ur banit as ( por nascim ent o ou adopção) m ais idosos; ut ilização do espaço público ( em que as quest ões da segurança se colocam com part icular acuidade) ; respost as inst it u-cionais à dependência ( sobret udo dos m uit o idosos) ; violação dos dir eit os hum anos ( com dest aque para a violência dom ést ica exer cida por fam iliar es) , são exem plos do alargam ent o possível de um m odelo de análise para capt ar a m udança dos quadr os sociais em m eio ur bano. Mas são t am bém , na nossa per s-pect iva, os feixes das polít icas que visem pr om over o envelhecim ent o act ivo dos cidadãos.

A qu est ão sócio- polít ica est á iden t ifi cada: com o envelhecer em m eio ur bano, garant indo a coesão social e a cidadania de t odos? Pelas nossas palavras, com o superar a discr epância signifi cat iva ent r e padr ões sociais e a r ealidade social? Um a sociologia do envelhecim ent o e da velhice em m eio ur bano, num a per spect iva ecológica, com o aquela que defendem os ( Machado, 2007) im põe um a m at riz de com preensão sobre as m udanças que ocorrem na est rut ura dem ográfi ca urbana ( cam po da m orfologia social) , no habit at urbano ( cam po das com plexidades ecossist ém icas e de confront ação ideológica, sim bó-lica e polít ica) , e nos quadr os e pr ocessos de acção que m oldam as r elações geracionais e int er gr upais ( cam po da análise accionist a) .

A agenda do env elhecim ent o act iv o, com o fi cou r ecent em ent e r efl ect ido na Declaração de Leon ( Espanha) , cuj o obj ect ivo consist e em supor-t ar a im plem ensupor-t ação do Plano de Acção sobr e o Envelhecim ent o, apr ovado em Madr id, em Abr il de 2002, pr essupõe m edidas de nível est rat égico e de nível operacional. Ent r e est as últ im as, é r ecom en-dada a cr iação de um I nst it ut o Eur opeu sobr e o Envelhecim ent o que pr om ova, ent r e out r os t em as de invest igação considerada pr ior it ár ia, os t em as da pr evenção a longo pr azo e pr om oção da saúde

física, psicológica, espir it ual e social ( sem as quais,

diríam os nós, não se pode falar em envelhecim ent o act ivo) , e do pr ópr io envelhecim ent o act ivo: m

obi-lidade e am bient e, quaobi-lidade de vida e est ilos de vida saudáveis.

Não par ece pr ov áv el que a insist ência em m odelos de or ganização colect iva assent es num cada vez m enor nexo geracional, e sem cuidar de conhecer e com pr eender a int eracção e o m út uo condicionam ent o ent r e os quadr os e os pr ocessos de acção social, as polít icas e nor m as t écnicas e as com unidades hum anas, e os r efl exos dest as int eracções na m udança social, ao nível do habit at ur bano, cont r ibuindo para a capacidade dest as for m ular em polít icas adequadas ao seu devir, não parece provável que essa insist ência, dizíam os, sej a um a via pr ocedim ent al adequada quando se pensa o envelhecim ent o e a velhice em m eio ur bano.

(12)

Sociológico

Not as

1 Def in id o h ab it u alm en t e com o o q u ocien t e en t r e o

núm er o de pessoas com 75 ou m ais anos e o núm er o de pessoas com 65 ou m ais anos ( expr essa em % ) ) . A fór m ula de cálculo é a seguint e: I L = [ ( P( 75,+ ) / / P( 65,+ ) ] * 100.

2 A longevidade biológica ( m ar cada por out r os com passos

m enos sociais) m ant ém - se r elat ivam ent e inalt erada. Regist a- se, f r equ en t em en t e, u m a con f u são en t r e o alongam ent o do t em po de vida de um a coor t e com o aum ent o da longev idade dos indiv íduos, por v ent ura devido à ut ilização ( abusiva) do t er m o anglo- saxónico

longevit y com o sinónim o do valor da pr obabilidade de

sobr evivência à idade x. A est e pr opósit o convém r et er a explicação de Pr essat ( 1985) : “ Alt hough aver age life

expect ancy has increased great ly since pre- indust rial t im es t he m axim um lenght of t im e seem s t o be lit t le alt er ed and t o be som ew aht over 100 year s. Repor t s of special populat ions w it h high pr opor t ions of cent enar ians have all pr oved t o be based on poor dat a w it h consider able age over - st at em ent ” .

3 Lem bram os que Max Weber havia cham ado a at enção

para est a ausência de sent ido que as sociedades cont em -por âneas at r ibuem à m or t e, na sua célebr e confer ência sobr e a Ciência com o Pr ofi ssão, pr ofer ida em Janeir o de 1919. A quest ão cent ral colocada consist iu na relação que se poder ia est abelecer ent r e a ciência e os valor es que act uam com o orient adores da vida hum ana. Baseando- se na noção de processo hist órico de racionalização ocorrido no Ocident e, que t er ia per m it ido o desenvolvim ent o de difer ent es m aneiras de ent ender a vida e o Mundo, bem com o de dist int os sist em as de valores, t ribut ários da racio-nalização e cont r ár ios à explicação sacralizada, a m or t e, segundo Max Weber, apar ece com o um acont ecim ent o cont rário ( porque irreversível) ao sent ido de progresso do conhecim ent o cient ífi co ( que não se int er r om pe) .

4 Em reforço dest e grupo de t eorias, t am bém conhecidas por

físico- quím icas, avanços cient ífi cos r ecent es ( publicados na r evist a Nat ur e, 2004) dão cont a de que a chave do envelhecim ent o est á no ADN m it ocondr ial, r esult ant e de um a sér ie de pequenas alt erações de um com ponent e g en ét ico celu lar ch am ad o ADN m it ocon d r ial. Essas m ut ações podem causar v ár ias alt erações associadas ao envelhecim ent o, em bora nem t odo o envelhecim ent o t enha or igem nessas m ut ações. A m it ocôndr ia é com o um a cent ral bioquím ica que exist e nas células com a função de conversor energét ico, cont endo porções de ADN pr ópr io que est ão separadas do núcleo da célula, onde r esidem os genes do cor po. Est es r esult ados são, ainda, consist ent es com a t eor ia de que os cham ados “ radicais livr es” desem penham um papel no envelhecim ent o.

5 As coort es com paradas foram : população act iva com idades

com pr eendidas ent r e os 55 e os 64 anos vs. população act iva com idades com pr eendidas ent r e os 65 e os 74 anos

Refer ências bibliogr áfi cas

ARI ÈS, P. ( 1977) , O Hom em Per ant e a Mor t e, Mem -- Mar t ins, Publicações Eur opa-- Am ér ica.

I NE ( 2 0 0 0 ) , Esper ança de Vida sem I ncapacidade

Física de Longa Dur ação, Cader no Tem át ico, 10,

Lisboa, I NE.

I NSA ( 2001) , I nquérit o Nacional de Saúde 1998/ 1999.

Cont inent e. Dados Gerais, Lisboa, I nst it ut o

Nacio-nal de Saúde.

MACHADO, P. ( 2007) , As m alhas que a ( c) idade t ece.

Mudança social, envelhecim ent o e velhice em m eio ur bano, TPI 44, Lisboa, LNEC.

MARTI NS, H. ( 1985) , “ Trist es Durées”, R. Feij ó, H. Mar-t ins e J.P. Cabral [ orgs] , A MorMar-t e no PorMar-t ugal

Con-tem porâneo – Aproxim ações Sociológicas, Literárias e Hist óricas, Lisboa, Querco.

MENDES, F. R. ( 2005) , Conspir ação Gr isalha:

Segu-rança Social, Com pet it ividade e Gerações, Oeiras,

Celt a.

MTSS ( 2006) , Linhas Est rat égicas da Reform a da

Segu-r ança Social, Lisboa, MTSS.

MTSS ( 2 0 0 7 ) , Plan o Nacion al de Em pr ego ( 2 0 0 5

-- 2008) – Relat ór io de Acom panham ent o 2006,

Gabinet e de Est rat égia e Planeam ent o, Lisboa, MTSS.

OMS ( 2002) , Relat ór io Mundial da Saúde 2001. Saúde

m ent al: nova concepção, nova esperança, Lisboa,

Dir ecção- Geral da Saúde/ OMS.

PAÚL, C. ( 1991) , Per cur sos pela Velhice – um a per

s-pect iv a ecológica em psicoger ont ologia, Por t o,

I nst it ut o de Ciências Biom édicas de Abel Salazar – Univer sidade do Por t o ( t ese policopiada) . PRESSAT, R. ( 1985) , The Dict ionar y of Dem ogr aphy,

Oxfor d, Blackw ell.

RI LEY, M., A. Fon er e J. War in g ( 1 9 8 8 ) , “ Socio-logy of Age” in N. Sm elser ( ed.) Handbook of

Sociology, London, Sage.

RYDER, N. ( 1997; 1ª edição de 1965) , “ The Cohor t as a Concept in t he St udy of Social Change”, M. Har dy [ ed.] ( 1997) , St udying Aging and Social

Change – concept ual and m et hodological issues,

London, Sage, pp. 66- 92.

TOURAI NE, A. ( 1 9 8 2 ) , Pela Sociologia, Lisboa, D. Quixot e.

WHO ( 2002) , Act iv e Ageing - A Policy Fr am ew or k, Geneva, WHO.

SANTOS, B. SOUSA ( 1998) , Reinvent ar a Dem ocr acia, Cader nos Dem ocr át icos, nº 4, Lisboa, Fundação Már io Soar es/ Gradiva.

Referências

Documentos relacionados

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

Durante este estágio, passei a maior parte do tempo no internamento do serviço mas também estive algumas noites no serviço de urgências, para além das consultas externas

Em síntese, no presente estudo, verificou-se que o período de 72 horas de EA é o período mais ad- equado para o envelhecimento acelerado de sementes de ipê-roxo

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

Deste modo, o autor defende que as estruturas sociais são, ao mesmo tempo, condicionadas e condicionantes das ações; enquanto os indivíduos se apresentam como

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha

A dispensa de medicamentos é a função primordial do Farmacêutico e deve ser feita unicamente em Farmácia, por Farmacêuticos ou técnicos devidamente habilitados, sempre sob

Este estágio despertou-nos para a realidade profissional e a importância do papel do farmacêutico como profissional de saúde, contribuindo, não só para a