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9º ano: Agir local, pensar Global

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Academic year: 2021

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9º ano: “Agir local, pensar Global”

“Estou pronto para embarcar Sem me preocupar e sem temer.” (trecho da música “Contato Imediato”, composta por Arnaldo Antunes – Um dos temas musicais do filme “Capitães da Areia”.)

No segundo semestre, além de continuarmos com a escrita intensiva de dissertações e a revisão das classes de palavras, trabalhamos em mais duas frentes: a produção de vídeos que dessem continuidade ao que foi pensado na Semana Cultural, neste ano, na escola; e a leitura do livro de Jorge Amado –

Capitães da Areia.

A turma se dividiu em três grupos, e cada um pensou em um tema – que pudesse ser apresentado em forma de vídeo – e que desse continuidade às reflexões que iniciamos com a Semana Cultural: “agir local, pensar global”. Assim, um primeiro grupo escolheu mostrar como é possível fazer uma composteira caseira e os benefícios que isso pode trazer para o cultivo de uma terra mais fértil. O segundo grupo apresentou o problema do trânsito de caminhões na rua; e um último grupo, baseando-se no sistema internacional

Green Maps, fez um mapa verde da Escola do Sítio.

O objetivo da proposta era promover uma articulação de ideias sobre meio ambiente, preservação, sustentabilidade que fugisse aos lugares-comuns sobre o assunto. Observamos que, quanto mais distantes ficamos da questão, mais ineficientes são os nossos discursos e mais eximidos de uma efetiva ação

RELATÓRIO DE LINGUA PORTUGUESA

2º Semestre/2015

Turma: 9º ano

Professora: Anna Carla de Oliveira Dini

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ficamos. É fácil dissertarmos sobre a preservação da Floresta Amazônica, do continente antártico, mas não percebermos nenhum problema próximo de nós. Partindo disso, os alunos foram convidados a olhar para a situação mais próxima deles, e, com base nesse contexto tão local, buscar respostas e propostas que considerassem a inter-relação entre o local e o global.

Cada grupo, então, esforçou-se para chegar ao mais perto que podia, e os temas foram construídos semana a semana nas aulas de quinta. O “grupo da composteira” chegou a esse tema, quando, observando algumas abelhas na escola, lembraram-se de uma informação ouvida que dizia que esses insetos estavam em extinção. O que fazer, então, para mantê-las e atraí-las? A partir de pesquisas, viram a necessidade de se plantar e manter a diversidade de várias plantas e flores. Daí, a importância de uma terra mais fértil para o plantio e a manutenção das espécies que atraem as abelhas. A linha de raciocínio, ainda que simples, foi tecida com a ajuda de todos do grupo e mostrada, de maneira muito ágil e didática no vídeo que produziram.

O “grupo do transporte” observou como a rua da escola, de alguns anos para cá, ficou intransitável por conta do tráfego de caminhões. Esses caminhões, que atendem às empresas de atacado e outras instaladas na região, chegam a impossibilitar o trânsito de outros carros na rua. O grupo voltou ao tempo e foi entrevistar funcionários da escola que trabalham aqui há mais de 25 anos, com o objetivo de entender como era a rua antes. Descobriram que a rua da escola não era asfaltada e que havia nela várias chácaras; que os alunos podiam brincar na rua. Na tentativa de entender essa mudança tão radical no panorama da rua, o grupo chegou à questão do transporte rodoviário no Brasil, já que os caminhões que transitam por aqui são responsáveis pelo transporte de produtos agrícolas, industriais etc. O grupo pode notar as inúmeras desvantagens que esse tipo de transporte traz para todos, e como os governos priorizaram a construção de rodovias, impulsionando essa forma de transporte, e pouco investiu em ferrovias, por exemplo.

O grupo do “mapa verde” experimentou o uso de uma ferramenta disponível na rede que permite que se mapeie a cidade ou região que você

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vive. Como mostra o documento escrito por ocasião do 1º Workshop Brasileiro do Mapa Verde ocorrido em 2003, essa ferramenta originalmente denominada:

Sistema de Mapas Verdes (Green Map System – GMS), é, em essência, uma estratégia globalmente delineada e utilizada para identificar, promover e permitir a conexão entre os recursos das cidades. O GMS foi iniciado pela ecodesigner Wendy Brawer e foi estimulado pela excelente resposta obtida pela publicação, em 1992, pela Modern World Design do Mapa Verde original de Nova York, que realçava os locais de interesse ambiental na cidade.

Os elementos do GMS foram desenvolvidos de forma colaborativa a partir de uma série de workshops iniciados em 1995 em Nova York (Cooper-Hewitt National Design Museum) e Kyoto (Tennendesign Forum), e que continuaram sendo aprimorados através da Internet.

O Green Map System estimula que grupos locais debatam e estabeleçam os critérios para a definição do que é um local ou atividade sustentável, principalmente do ponto de vista ambiental.

O objetivo da elaboração de um Mapa Verde é estimular a discussão sobre como as cidades estão lidando com o processo de busca da sustentabilidade e qualidade de vida, sendo uma ferramenta única que encoraja os moradores de uma cidade a repensarem e a valorizarem a maneira como a sua cidade está se desenvolvendo e como seus recursos estão sendo utilizados.

Além disto, o Mapa Verde também é, em essência, uma ferramenta direta, universalmente entendida e eficiente na identificação dos recursos e atividades disponíveis voltadas para a sustentabilidade.

O mapa verde é traçado a partir de uma série de ícones que foram desenvolvidos de forma coletiva por diversos grupos e organizações que compõem o sistema. Esses ícones – mais de 120 – têm como objetivo classificar locais de interesse. Assim, o nosso grupo percorreu a escola, mapeou-a e traçou-a em seus vários ambientes, classificando-os de acordo com os ícones já utilizados pelo Green Maps System. A partir disso, puderam identificar quais

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recursos a escola dispõe e, dentre eles, quais já são aproveitados e quais, ainda, precisam ser implantados.

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Sobre a leitura do semestre, a turma conheceu os meninos baianos do trapiche. As aulas de leitura aconteceram às sextas, nos finais da manhã. Em roda, conversamos sobre os sentimentos que os capitães da areia causaram em nós, leitores. A cada roda, esses meninos deixaram de ser personagens para tornarem-se humanos, sentados ali do nosso lado, mostrando suas incongruências, incoerências e como é difícil delimitar as fronteiras entre o que é o bem e o mal.

Assim, estes meninos e meninas do 9º ano encerram mais um ciclo e estão prontos para embarcar e seguirem os seus caminhos, como seguiram os capitães da areia, como seguimos todos nós.

Referências

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