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PREVENÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR ALÉM DAS NORMAS REGULAMENTADORAS

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Academic year: 2021

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PREVENÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR ALÉM DAS NORMAS REGULAMENTADORAS

Elisabeth Mônica Hasse Becker Neiverth: Professora na Universidade Estadual de Ponta Grossa,

PR, UEPG, Mestre e Doutoranda em Ciências Sociais Aplicadas. Endereço: Pça Santos Andrade, n. 1, Ponta Grossa, PR. Fone: (42) 9936-8492. Email: monica_hbecker@hotmail.com.

Silvana Souza Netto Mandalozzo: Professora na Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR, UEPG,

Mestre e Doutora em Direito. Endereço: Pça Santos Andrade, n. 1, Ponta Grossa, PR Ponta Grossa, PR. Fone: (42) 3222-9923. Email: smandalozzo@uol.com.br.

Edélcio José Stroparo: Professor na Universidade Estadual do Centro-Oeste, PR, UNICENTRO,

Mestre e Doutorando em Educação. Endereço: Rodovia PR 153, Km 7, bairro Riozinho, Irati, PR. Fone: (42) 9815-1588. Email: ejstroparo@yahoo.com.br.

EIXO TEMÁTICO: TRABALHO E SAÚDE DO TRABALHADOR

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PREVENÇÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR ALÉM DAS NORMAS REGULAMENTADORAS

RESUMO: O presente texto tem como objetivo despertar o interesse

em se discutir segurança e saúde do trabalhador em uma perspectiva de implementação de ações em ambientes empresariais, além das exigências legais. Para tanto, valeu-se de pesquisa documental, bibliográfica e de campo, cujas buscas são apresentadas em um escorço histórico das conquistas em segurança e saúde do trabalhador, seguidas pela descrição das principais exigências legais e de dados estatísticos envolvendo o tema; finaliza com reflexão acerca da possibilidade de empresas de qualquer porte conduzirem ações neste sentido.

Palavras chave: Empresas, prevenção, saúde do trabalhador.

ABSTRACT: This paper aims to spark interest in discussing worker

safety and health in an implementation perspective of shares in enterprise environments, beyond legal requirements. Therefore, it drew on desk research, literature and field, whose queries are presented in a historical foreshortening of the achievements in safety and health of workers, followed by the description of the main legal requirements and statistical data involving the theme; ends with reflection about the possibility of businesses of all sizes to conduct actions in this direction.

Key-words: Enterprises, prevention, worker health

INTRODUÇÃO

As estratégias concebidas para o crescimento empresarial incluem cuidados com a saúde dos trabalhadores tendo em vista o ordenamento jurídico a exigir tais iniciativas. Contudo, os novos processos produtivos desencadeiam novos problemas de saúde, como estresse, fadiga, lesões por esforços repetitivos, distúrbios osteomusculares, depressão, dentre outros, os quais podem ser evitados, senão minimizados com medidas preventivas adotadas pelas empresas em complemento àquelas exigidas por lei. Este texto discorre no primeiro tópico sobre os modelos de cuidados com a saúde do trabalhador experimentados ao longo dos tempos. No segundo tópico evidencia os Programas aos quais as empresas estão obrigadas pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego e o caminho de iniciativas inovadoras que as empresas vêm adotando. Dados estatísticos e de pesquisa de campo, assim como a discussão sobre a execução, pelas empresas, de ações além das exigências legais, compõem o terceiro tópico. Por meio de pesquisa documental, bibliográfica e de campo, com abordagem qualitativa e quantitativa e com referencial teórico calcado em René Mendes,

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Elizabeth Costa Dias, Mario Ferreira Junior dentre outros, o objetivo do presente trabalho é suscitar a discussão e reflexão para tema de inquestionável relevância que é a saúde do trabalhador.

SAÚDE DO TRABALHADOR NO CONTEXTO CAPITALISTA

Refletir sobre a saúde do trabalhador pressupõe breve resgate da trajetória das conquistas que hoje se apresentam como um conjunto normativo a ser seguido com atribuições do Estado, de empregadores e empregados na busca da qualidade de vida do trabalhador.

Com o surgimento do Capitalismo, organização econômica pautada pelos princípios da propriedade privada, da livre competição e do lucro e caracterizada por atividades de produção e distribuição, estabeleceu-se uma nova ordem na qual passou a se identificar uma classe social dedicada a atividades lucrativas e outra classe social, a dos trabalhadores. Desde o período do Capitalismo Comercial (ou Mercantilista), passando pelo Capitalismo Industrial (época da Revolução Industrial) e na contemporaneidade com o Capitalismo Monopolista-Financeiro, coexistem as duas referidas classes.

A luta da classe trabalhadora por melhores condições de vida e trabalho é uma constante em todos os períodos, porém as conquistas alcançadas foram reflexos da postura adotada pelo Estado. Com postura de Estado Liberal, não intervencionista, houve poucos avanços de proteção social ao trabalhador, tendo em vista a sua atuação mínima nas relações entre os indivíduos. Contudo, como fruto da luta de classes, dentre estas a dos trabalhadores, consolida-se o Estado de Bem Estar Social (EBES) que se constitui, segundo Kerstenetzki (2011, p. 3) como “um conjunto articulado de políticas e instituições que expressam o reconhecimento da responsabilidade pública sobre o bem estar social”, surgindo neste contexto uma produção legal expressiva no âmbito das relações sociais de trabalho.

Os direitos trabalhistas que emergem traçando avanços em direção à proteção da saúde do trabalhador também experimentam períodos diferenciados, marcados pelo modo de focar e enfrentar os males à saúde advindos do trabalho.

A inicial Medicina do Trabalho como apontam Mendes e Dias (1991, p. 341, 342), tinha por finalidade a existência de um profissional médico de inteira confiança do empresário, disposto a defendê-lo, responsável pelos trabalhadores, com o intuito de manter o nível mais elevado possível de adequação do trabalhador ao trabalho. Restringia-se à seleção de candidatos a emprego e à tentativa de por meio de atividades educativas adaptar os trabalhadores às suas condições de trabalho. Objetivava o controle da força de trabalho. Os trabalhadores criavam uma dependência aos serviços médicos da empresa em razão da inexistência ou fragilidade dos sistemas de assistência à saúde provenientes de seguros sociais ou do próprio Estado.

Neste modelo Medicina do Trabalho, em que o médico apenas atendia o trabalhador doente, sem preocupar-se com os fatores causais da enfermidade, sem investigação científica da relação trabalho-saúde, havia o favorecimento dos processos de produção Taylorista/Fordista, pois sendo

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atendido na própria empresa, o operário retornava sem demora à linha de produção (OLIVEIRA, 2002, p. 67).

Tendo em vista a ineficiência do modelo Medicina do Trabalho, um novo enfoque para enfrentamento dos acidentes e doenças dos trabalhadores surgiu com objetivos traçados por um comitê misto da Organização Internacional do Trabalho e da Organização Mundial da Saúde. A Saúde Ocupacional como foi chamado o novo modelo veio com finalidade de:

incentivar e manter o mais elevado nível de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as profissões; prevenir todo o prejuízo causado à saúde destes pelas condições de seu trabalho; protegê-los em seus serviços contra os riscos resultantes da presença de agentes nocivos à sua saúde; colocar e manter o trabalhador em um emprego que convenha às suas aptidões fisiológicas e psicológicas e, em resumo, adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho (OLIVEIRA, 2002, p. 71).

Foi neste período da Saúde Ocupacional, na década de 70, que o Brasil vivenciou mudanças na legislação trabalhista, reproduzindo o processo ocorrido nos países de Primeiro Mundo, a exemplo da regulamentação do Capítulo V, do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943; das normas relativas à obrigatoriedade de equipes técnicas multidisciplinares nos locais de trabalho (atual Norma Regulamentadora – NR-4 da Portaria 3.214/1978 do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE); na avaliação quantitativa de riscos ambientais e adoção de limites de tolerância (Normas Regulamentadoras – NR-7 e NR-15, dentre outras). Na legislação previdenciária/acidentária nem tantas mudanças ocorreram, pois foram conservadas as práticas medicalizadas, de cunho individual, voltadas exclusivamente para os trabalhadores engajados no setor formal de trabalho (MENDES e DIAS, 1991, p. 344).

Esse modelo Saúde Ocupacional também mostrou-se insuficiente deixando de atingir os objetivos propostos. Para Lacaz (2007, p. 759), a Saúde Ocupacional pouco contribui na compreensão da causalidade das doenças relacionadas ao trabalho, especialmente as que acometem os trabalhadores na atualidade, como as cardiovasculares, psicossomáticas e mentais, pois vê o trabalhador individualmente e não como coletivo.

A evolução nos cuidados com a saúde do trabalhador seguiu com novo modelo nominado Saúde do Trabalhador que deixa de limitar-se ao assistencialismo e recuperação de agravos para emergir promovendo, prevenindo e atuando na vigilância em saúde.

A introdução do novo modelo Saúde do Trabalhador no ordenamento jurídico brasileiro tem como marco a Constituição da República de 1988, quando a saúde foi considerada como direito social, garantindo-se aos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. A saúde consolidou-se como direito de todos e dever do Estado, em consonância com as declarações internacionais. Normas de amparo à saúde do trabalhador também foram contempladas na Lei Orgânica da Saúde (8.080/1990) e nas leis previdenciárias (8.212 e 8.213, ambas de 1991). Em 1990 o Brasil ratificou a Convenção n. 161 da OIT sobre Serviços de Saúde do

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Trabalho e em 1992 ratificou a Convenção n. 155 da OIT sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores (OLIVEIRA, 2002, p. 78).

Na Constituição da República de 1988 também está inserta a preocupação com a qualidade de vida do trabalhador que contempla no artigo 225 o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como essencial à sadia qualidade de vida. No artigo 200, VIII o destaque é a proteção ao meio ambiente nele compreendido o do trabalho. No Ato das Disposições Transitórias, o artigo 79, com o acréscimo da Emenda Constitucional n. 31 refere-se à instituição de programas de relevante interesse social voltados para a melhoria da qualidade de vida (OLIVEIRA, 2002, p. 79).

A IX e a X Conferências Nacionais de Saúde, realizadas em 1992 e 1996, respectivamente, assim como o I Congresso Internacional para a Gestão de Riscos do Trabalho, realizado na Argentina em 1999, enfatizam a expressão “qualidade de vida” e neste último evento citado, Volpi (1999, p. 35) relata que

Também foi salientada a importância de se passar da abordagem tradicional da segurança, higiene e saúde ocupacional para o conceito de qualidade de vida laboral, entendendo que o mesmo não se limita ao local e horário de trabalho, e, sim, que se integra ao modo de vida do trabalhador e se insere em sua realidade social. Este conceito se refere às condições e meio ambiente de trabalho a partir de uma perspectiva mais generalizada e profunda, com papel mais ativo, integrado e transcendente dos profissionais de segurança, higiene e saúde ocupacional.

No mesmo período em que a Constituição da República inseria em seu texto a preocupação com a qualidade de vida do trabalhador, Quirino e Xavier (1987, p. 72), esclareciam que qualidade de vida aplicada à situação do trabalho era uma abordagem recente; na literatura de organizações e recursos humanos, vinha representando o aspecto globalizante do que antes era abordado através de estudos de motivação, de fatores ambientais, ergonômicos e de satisfação do trabalho.

Essa preocupação com a qualidade de vida voltada ao ambiente laboral requer a reavaliação e a reinvenção da empresa de forma constante, pois como adverte Senge (1998), as empresas que sobreviverão e que se manterão líderes são as voltadas para o futuro, são as capazes de assimilar informações novas, se adaptar, mudar, ou seja, capazes de aprender. As questões afetas à saúde do trabalhador são consideradas como elemento integrante da responsabilidade social das organizações. Segundo Borger (2001),

A atuação das empresas orientada para a responsabilidade social não implica que a gestão empresarial abandone os seus objetivos econômicos e deixe de atender aos interesses de seus proprietários e acionistas; pelo contrário, uma empresa é socialmente responsável se desempenha seu papel econômico na sociedade produzindo bens e serviços e gerando empregos, retorno para os seus acionistas dentro das normas legais e éticas da sociedade. Mas cumprir o seu papel econômico não é suficiente; a gestão das empresas é responsável pelos efeitos de sua operação e atividades na sociedade.

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E na esteira das mudanças, vislumbra-se a necessidade de inovações com contribuição social voltada ao ambiente de trabalho seguro e preservação da cidadania do trabalhador, salientando a relevante posição da empresa como garantidora da oferta de trabalho formal.

No panorama atual visualiza-se um farto regramento trabalhista/previdenciário calcado nos dispositivos constitucionais que se desdobram em leis, decretos, regulamentos, portarias, originando-se destas, as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (NRs) as quais estabelecem parâmetros a serem seguidos nas diversas situações em diversas atividades para a preservação da vida, saúde e segurança do trabalhador no ambiente laboral. A par desse conjunto normativo há um processo de reestruturação produtiva com um novo perfil de trabalhadores que por sua vez apresenta um novo quadro de morbimortalidade decorrente desses novos processos produtivos que exigem a maior qualificação do trabalhador, maior desempenho para alcançar metas, o exercício de tarefas repetitivas, além da exposição a riscos biológicos, químicos, físicos, muitas vezes presentes nos ambientes de trabalho, nem sempre controlados, apenas monetarizados.

A partir desta contextualização, explicita-se que cabe ao Estado, empregadores e organização de trabalhadores, prover ações em saúde do trabalhador no cumprimento de suas responsabilidades advindas da legislação vigente. Contudo, sendo o escopo do presente estudo a abordagem da atuação empresarial frente a saúde do trabalhador, a reflexão segue como foco nas ações dos empregadores.

EMPREGADORES E A SAÚDE DO TRABALHADOR

A organização das ações de Saúde e Segurança no Trabalho por iniciativa dos empregadores remonta à época da Medicina do Trabalho nos tempos modernos, tanto no Brasil como em outros países. O marco seria a Primeira Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, nos séculos XVIII e XIX e a Segunda Revolução Industrial ocorrida nos Estados Unidos, que coincide com a emergência da Saúde Ocupacional (MENDES e DIAS, 1991).

A preocupação dos empregadores com as condições de Saúde e Segurança dos trabalhadores aqui no Brasil, segundo Dias (2000, p. 22) ganhou corpo nos anos 50, quando inúmeras empresas estrangeiras de grande porte, das indústrias automobilística e química aqui se instalaram, trazendo consigo o know how e a tecnologia, além das práticas de organização de Serviços de Medicina do Trabalho já praticados em seus países de origem.

Em razão do grave quadro de acidentes de trabalho vigente no Brasil, em 1972 foram regulamentados pelo Ministério do Trabalho, os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SEESMT), que os tornou obrigatórios para empresas enquadradas segundo o grau de risco da atividade desenvolvida e número de trabalhadores, dentro da estratégia definida pelo governo. Posteriormente, por meio da Portaria Ministerial 3.214, de 1978, os SEESMT foram regulamentados pela Norma Regulamentadora n. 4 (NR-4), reformulada em 1983, estabelecendo parâmetros para sua criação, dimensionamento, finalidades, de acordo com o risco da atividade

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principal e o número total de empregados da empresa; além da composição qualitativa e quantitativa de seu quadro de pessoal especializado, e suas competências e atribuições. Após a ratificação da Convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho em 1990, relativa aos Serviços de Saúde no Trabalho, algumas prescrições desta NR-4 ficaram superadas, a exemplo da possibilidade da organização dos serviços comuns a várias empresas, por critério geográfico ou por setor. Os SEEMST estão subordinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) em razão da Lei Orgânica da Saúde (LOS), n. 8.080/1990, artigo 6º, parágrafo, 3º, inciso VI (DIAS, 2000, p. 22).

Integram a já citada Portaria Ministerial n. 3.214/1978, os textos de Normas Regulamentadoras (NRs) que exigem mecanismos de proteção a serem observados pelos empregadores determinando a existência de riscos ambientais do trabalho em níveis ou concentrações que prejudiquem a saúde ou a integridade física do trabalhador. A NR-7 prevê a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO); a NR-9 prevê o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); a NR-18 dispõe sobre o Programa de Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção (PCMAT) e a NR-22 trata do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

Pelo próprio texto da NR-7 tem-se que o PCMSO é um Programa de elaboração e implementação obrigatória por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto de seus trabalhadores, cujos parâmetros estão previamente estabelecidos, mas nada impede que sejam ampliados mediante negociação coletiva de trabalho; deve estar articulado com o disposto nas demais NRs e considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores e privilegiar instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre a saúde e o trabalho (SARAIVA, 2015, p. 123).

O PCMSO, como prevê a NR-7, deverá ser elaborado e implementado com o caráter de promover a prevenção, o rastreamento e o diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive aqueles de natureza subclínica, além de também constatar a existência de casos de doenças profissionais ou de danos irreversíveis à saúde do trabalhador. O custeio de referido Programa é responsabilidade do empregador e deve ser coordenado por médico do trabalho; serão realizados exames médicos nos trabalhadores compreendendo avaliação clínica, abrangendo a análise ocupacional, exame físico e mental e outros complementares, após o que será emitido o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). O PCMSO deve ter planejamento e relatório anual. Com base neste relatório serão tomadas providências quanto à adequação do ambiente de trabalho, bem como havendo ocorrência ou agravamento de doenças profissionais ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, o médico tomará providências como: solicitar a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT); indicar o afastamento do trabalhador do risco que está afetando sua saúde; encaminhar o trabalhador à Previdência Social e

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orientar o empregador quanto à necessidade de implementar medidas de controle no ambiente ocupacional (SARAIVA, 2015, p. 123-127).

O PPRA, objeto da NR-9, é o Programa que vai apontar com clareza os riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho. Por riscos ambientais entende-se os agentes físicos (ruídos, vibrações, etc), químicos (poeiras, fumaças, etc.) e biológicos (bactérias, fungos, bacilos, etc), capazes de causar dano à saúde do trabalhador. Deverá ser elaborado o mapa de tais riscos, também sob responsabilidade do empregador, sempre articulado com as demais NRs, possibilitando ao empregado visualizar o risco a que se expõe em razão de determinado agente no local onde se encontra ou desenvolve sua atividade no ambiente laboral (SARAIVA, 2015, p. 139-142).

O PGR, previsto na NR-22, é um Programa relacionado a atividades na mineração, de responsabilidade da empresa ou permissionário de lavra garimpeira e ao responsável pela mina em exploração; desde que implementado, substitui o PPRA; vai apontar, para conhecimento dos trabalhadores, os riscos ambientais específicos desta atividade (SARAIVA, 2015, p. 481-484).

O PCMAT, constante da NR-18, é obrigatório para os estabelecimentos que desenvolvam atividades relacionadas à indústria da construção, identificadas na tabela de Códigos Nacionais de Atividades Econômicas (CNAE) com 20 trabalhadores ou mais por estabelecimento ou obra, tendo como objetivo implementar medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho; deve contemplar as exigências contidas no PPRA (SARAIVA, 2015, p. 388 e 389).

Houve avanço da norma nos cuidados com a saúde do trabalhador por meio da exigência destes Programas voltados à prevenção. Porém, as estatísticas demonstrativas dos acidentes e doenças do trabalho levam a crer que estas normas podem estar sendo fraudadas ou mesmo que cumpridas em seus requisitos mínimos, podem não estar sendo sendo suficientes para minimizar as adversidades oriundas dos novos processos produtivos que afetam a saúde do trabalhador.

Para Paulo, Cury e Ferreira Junior (2000, p. 67) é necessário proporcionar o que se denomina Saúde nas Empresas, com o exercício conjunto de profissionais qualificados (médico, engenheiro, enfermeira, técnico em segurança do trabalho, auxiliar de enfermagem e outros), visando ao desenvolvimento de ações primárias (como a promoção de saúde e a prevenção de doenças) e secundárias (como diagnóstico e tratamento precoces) de saúde para grupos de trabalhadores.

Na perspectiva de alcançar melhorias no ambiente de trabalho e proporcionar qualidade de vida aos trabalhadores, muitas empresas, além de constituírem os obrigatórios Serviços e Programas, oferecem ou contratam serviços de natureza assistencial para seus trabalhadores, extensivo às suas famílias. São Programas adicionais de Segurança e Saúde no Trabalho implementados além das exigências constantes nas Normas Regulamentadoras. As grandes empresas já caminham nesta direção na maioria das vezes em razão das exigências das normas de Certificação de Qualidade (ISO – sigla de International Organization for Standardization, ou Organização Internacional para Padronização) que são rigorosas e que precisam ser cumpridas para garantir às empresas competitividade no

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mercado. Seus relatórios anuais demonstram diminuição no número de afastamentos, de acidentes de trabalho e absenteísmo em relação a períodos anteriores à implementação das ações.

Quanto às empresas de menor porte, é sabido que de acordo com seu enquadramento, são isentas de certas obrigações em Saúde e Segurança do Trabalho (SST), como é o caso do SEESMT e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Contudo, Costa e Menegon (2007, p. 60) salientam que

A maior deficiência quanto ao cumprimento das normas em SST por parte das empresas de menor porte em relação às empresas maiores é fato verídico em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Jensen et al (2001) dizem que geralmente as firmas menores não seguem as regras estabelecidas pelas normas de saúde e segurança. Como exemplo, podemos citar os estudos de Champoux e Brun (2001), que demonstraram que a abordagem à gestão em SST na Pequena Empresa (PE) não é sistemática, a seleção dos problemas a resolver é feita de maneira arbitrária e a PE tende a utilizar medidas de controle pouco elaboradas. Algumas empresas gerenciam a atenção à saúde ocupacional somente direcionando ações de segurança – destacando-se o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) -, havendo frustração entre muitos empregadores ao perceberem que os EPI fornecidos não são amplamente utilizados (BRADSHOW et al., 2001; CHAMPOUX; BRUN, 2001; RONGO et al., 2004).

Fato é que empresas de menor porte guardam particularidades em relação às grandes empresas, desde a sua estrutura física, forma de gestão, modo de produção, tipo de atividade, perfil dos trabalhadores até o acesso a crédito e possibilidade de investimentos tanto na estrutura quanto em ações, dentre estas as voltadas à saúde e segurança do trabalhador. Do acima exposto surge o interesse em descobrir se as empresas se dispõem e/ou conseguem executar Programas voltados à segurança e saúde do trabalhador além daqueles exigidos pelas Normas Regulamentadoras.

ACIDENTES E DOENÇAS. PENSANDO EM PREVENÇÃO

O Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) demonstra que no ano de 2013 foram registrados no Brasil 717.911 acidentes e doenças do trabalho em relação aos 48.948.433 empregos formais existentes no mesmo ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). A Região Sul do país aparece em segundo lugar em número de acidentes e doenças, registrando 163.023, atrás da Região Sudeste com 399.970. Na Região Sul, o Estado do Paraná registrou 53.773 acidentes e doenças, figurando em segundo lugar, antecedido pelo Estado do Rio Grande do Sul com 61.139. E no Estado do Paraná, o Município de Ponta Grossa registrou 1.658 acidentes e doenças do trabalho, posicionado em sexto lugar dentre os dez Municípios com maior número de registros de acidentes e doenças do trabalho, antecedido pelos Municípios de Curitiba com 11.789, Londrina com 4.078, Maringá com 2.486, Cascavel com 2.401 e São José dos Pinhais com 2.296 e seguido pelos Municípios de Foz do Iguaçu com 1.271, Araucária com 1.105, Apucarana com 1.015 e Arapongas com 975 (AEPS, CAGED, IPARDES).

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Com relação ao número de empregos, segundo o CAGED, a Região Sul aparece, no ano de 2013 em terceiro lugar no Brasil, com 8,1 milhões, sendo que o Estado do Paraná posiciona-se em primeiro lugar com 3,0 milhões e o Município de Ponta Grossa figura, no Paraná, em sexto lugar com 87.151, distribuídos entre serviços, comércio, indústria de transformação e construção civil. A indústria de transformação ocupa o terceiro lugar em número de empregos em Ponta Grossa, com 16.872, com prevalência da indústria da madeira e mobiliário com 3.932, indústria de alimentos, bebida e álcool com 3.317 e a indústria metalúrgica com 2.359 (CAGED; IPARDES).

Constata-se, pelos dados obtidos junto ao AEPS que em 2013, na indústria de transformação, o ramo que registrou o maior número de acidentes e doenças do trabalho no Brasil foi o de produtos alimentícios e bebidas, com 52.846. E nos dez municípios do Paraná com maior número de registros de acidentes e doenças do trabalho, na indústria de transformação, o ramo que se destacou em primeiro lugar em número de empregos foi também o de produtos alimentícios com 22.206 (AEPS; IPARDES).

Os dados acima demonstram número expressivo de acidentes e doenças relacionados ao trabalho o que leva ao questionamento sobre a eficiência das medidas preventivas que estão sendo adotadas e a possibilidade de adoção de outras que complementem as já existentes e direcionadas a situações específicas com o olhar para os novos problemas de saúde que afetam o trabalhador nos dias atuais. A fim de se proceder a uma investigação sobre a adoção ou não por empresas, de programas adicionais voltados à segurança e saúde do trabalhador além daqueles exigidos pelas Normas Regulamentadoras, optou-se pelo cadastro da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) para selecionar empresas com atividade na indústria de transformação, grupo C da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE C), do ramo de fabricação de produtos alimentícios, grupo 10 (CNAE 10), estabelecidas nos municípios pertencentes à Associação dos Municípios dos Campos Gerais do Paraná (AMCG – Esta Associação é um órgão de representação municipal e microrregional constituída sob a forma de sociedade civil, sem fins lucrativos que tem como principal objetivo a integração regional, econômica e administrativa, buscando o fortalecimento dos municípios, defendendo os seus interesses, visando o desenvolvimento econômico e social e é composta por 18 municípios da Região dos Campos Gerais, a saber: Arapoti, Carambeí, Castro, Imbaú, Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Ortigueira, Palmeira, Piraí do Sul, Porto Amazonas, Ponta Grossa, Reserva, São João do Triunfo, Sengés, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania).

O levantamento efetuado com base no cadastro das indústrias da FIEP apontou para 29 indústrias de transformação (CNAE C) do ramo de produtos alimentícios (CNAE 10) das subclasses “Abate e fabricação de produtos de carne” (CNAE 10.1), “Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado” (CNAE 10.2), “Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” (CNAE 10.4), “Laticínios” (CNAE 10.5), “Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais” (CNAE 10.6), Fabricação e refino de açúcar” (CNAE 10.7), “Torrefação e moagem de café” (CNAE 10.8) e “Fabricação de outros produtos alimentícios – panificação, massas, chá, vinagre”

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(CNAE 10.9), estabelecidas em 10 dos 18 municípios pertencentes à Associação dos Municípios dos Campos Gerais do Paraná.

Constatou-se pelo cadastro da FIEP o seguinte número de indústrias do ramo alimentício por municípios : em Ponta Grossa, 17; em Castro, 3; em Palmeira, 2 e no restante dos municípios, Arapoti, Carambeí, Ivaí, Piraí do Sul, Reserva, São João do Triunfo e Telêmaco Borba, apenas uma por município. Destas, 12 são sociedades limitadas e enquadram-se no regime de Microempresa – ME (faturamento bruto anual até trezentos e sessenta mil reais – BRASIL.2006), 10 também são sociedades limitadas e enquadram-se no regime de Empresas de Pequeno Porte – EPP (faturamento bruto anual superior a trezentos e sessenta mil reais e igual ou inferior a três milhões e seiscentos mil reais – BRASIL, 2006), 5 são grandes empresas operando na modalidade de sociedades anônimas, 1 é Cooperativa e 1 é Associação.

Indagadas sobre a adoção ou não de Políticas ou Programas adicionais implementados além das exigências impostas pelas Normas Regulamentadoras (NRs), obteve-se o resultado a seguir descrito.

No universo das indústrias pesquisadas, as Microempresas, em número de doze, não executam Políticas ou Programas de Saúde além das NRs, cuja justificativa está no fato de que a empresa é pequena, tem poucos funcionários e os custos pela implementação de alguma ação neste sentido são inviáveis. Um dos empresários acrescentou que estaria quase encerrando suas atividades empresariais, outro alega que ginástica laboral ou outra atividade similar é incompatível com o ritmo da produção e outro empresário alega que não apareceu nenhuma empresa oferecendo tais serviços para a sua empresa.

Dentre as dez Empresas de Pequeno Porte, em sete delas a justificativa para a não adoção de Políticas ou Programas de Saúde além das NRs é a mesma das Microempresas, poucos funcionários e custos elevados. Duas empresas oferecem a seus empregados sessões de ginástica laboral e uma empresa tem convênio com Plano de Saúde para seus empregados. O responsável por esta última empresa destaca que inicialmente o custo inviabilizaria a implementação de alguma ação a mais em segurança e saúde para os empregados, que sua empresa ainda não chegou neste nível, mas que vê a necessidade de subsídio científico que demonstre a necessidade de implementação de políticas de saúde além da exigência legal, pois admite que seja uma questão de cultura externa o fato de as grandes empresas multinacionais terem políticas implementadas e as empresas locais ainda não tomarem esta iniciativa.

Quando se questionou junto às cinco grandes empresas, sociedades anônimas, constatou-se que todas executam programas próprios de segurança e saúde para seus empregados, além dos exigidos pelas NRs, os quais são chamados de: “Processo de Comportamento Seguro”, “Política de Segurança e Saúde”, “Programa de Segurança no Trabalho”, “Política de Segurança, Saúde e Meio Ambiente” e “Política de Saúde, Segurança e Meio Ambiente”. Tais programas consistem em um

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conjunto de ações de prevenção de acidentes e doenças no ambiente de trabalho, e da promoção à saúde por meio de convênios e programas bem abrangentes.

Tendo em vista o resultado em que apenas vinte e sete por cento das empresas pesquisadas executam ações além das NRs com vistas à qualidade de vida de seus empregados, buscou-se descobrir se outras empresas, independente do ramo de atividade, se mobilizam neste sentido. Verificou-se que há, nos municípios de Ponta Grossa e Castro, um pequeno número de empresas (16) proporcionando a seus empregados, mediante convênio, Programas de Qualidade de Vida oferecidos pelo Serviço Social da Indústria (SESI). Tais empresas, a maioria de grande porte, são de ramos variados, metalurgia, química, alimentos, madeira, plásticos, agricultura, etc.

Ficou evidenciado que o entrave apontado pelas Micro e Pequenas Empresas para justificar a ausência de Políticas além das NRs é a questão financeira. De fato, firmar convênios para oferecimento de Programas de Qualidade de Vida ou inserir na empresa ferramentas de Análise Ergonômica do Trabalho (AET) para aprimorar o ambiente laboral, resulta em custos a mais. Essa também foi a justificativa apresentada por médias e pequenas empresas em estudos realizados na Inglaterra, por Jensen et al (2001), na Holanda, por Hale e Glendon (1997), por Costa e Menegon (2007) e Oliveira, (2003) aqui no Brasil, não sendo, portanto um fator apenas local ou regional.

A limitação de recursos financeiros tem sido a alegação das empresas inclusive para justificar a ausência de Programas obrigatórios em saúde do trabalhador. Oliveira (2003, 11) pondera que “a justificativa da escassez de recursos para solucionar problemas pertinentes à segurança do trabalho não se relaciona propriamente à sua falta, mas à importância que se dá ao emprego” quanto mais se o investimento for para algo além das exigências legais. O autor menciona os estudos de Hale e Glendon (1997) os quais verificaram que tal alegação de escassez de recursos procedia não apenas das pequenas e médias empresas holandesas, mas também das grandes, inclusive as estatais. E o fenômeno foi verificado em todos os países da União Européia por eles visitados, não era peculiaridade somente da Holanda.

Jensen et al (2001, apud Costa e Menegon, 2007, p. 3), consideram que não seria a falta de recursos o maior impedimento à implementação de políticas de segurança e saúde no ambiente laboral, pois para tal bastaria qualificar apenas uma pessoa dentro da empresa a partir de um treinamento e esta, por sua vez, conduziria as ações e gerenciaria a informação. Para Costa e Menegon (2007, p. 3) o verdadeiro empecilho às ações em segurança e saúde no trabalho estariam relacionados à natureza dos Programas existentes. Respeitadas as diferenças entre micro, pequena, média e grande empresa, as ações seriam desenvolvidas de acordo com o tamanho da empresa e suas características o que para as menores empresas não demandaria tanto em termos financeiros.

Corrobora com o entendimento acima, o resultado apresentado nesta pesquisa realizada com as indústrias dos municípios pertencentes à Associação dos Municípios dos Campos Gerais do Paraná, no qual duas EPPs oferecem ginástica laboral e uma EPP oferece convênio com Plano de Saúde aos seus empregados. As empresas estão oferecendo o que está ao seu alcance, adaptado à sua realidade

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financeira, consciente de que o primeiro passo deve ser dado para ampliar a prevenção e cuidados com a saúde dos empregados para quiçá em futuro próximo desenvolver e oferecer políticas próprias bem mais abrangentes a exemplo do que já é realidade em grandes empresas conforme resultado desta mesma pesquisa.

É importante ressaltar que a adaptação das ações voltadas à saúde do trabalhador no ambiente laboral deve observar não somente o tamanho da empresa, mas deve haver a preocupação com suas especificidades, os fatores de risco à saúde e o perfil dos trabalhadores. Com um mapeamento inicial será possível definir prioridades. Paulo, Cury e Ferreira Junior (2000, p. 77) exemplificam alguns assuntos e programas que podem ser desenvolvidos:

Grupo 1 – Saúde auditiva; saúde respiratória, prevenção de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho e estresse; prevenção para trabalhadores expostos a agentes biológicos, radiações ionizantes e não ionizantes, metais pesados, eletricidade; operadores de veículos; manipuladores de alimentos; uso ocupacional de armas de fogo; primeiros socorros. Grupo 2 – Alimentação; atividade física, hábitos saudáveis, higiene habitacional e corporal; gestação e puericultura; planejamento familiar; imunização básica do adulto e na infância; educação sexual e saúde bucal. Grupo 3 – Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, obesidade; hipertensão arterial; diabetes; doenças cardiovasculares; cânceres.

Para desenvolvimento destes programas, levando-se em conta o número de empregados envolvidos e recursos humanos e financeiros disponíveis, pode-se utilizar de reuniões informais, palestras, cursos, filmes, revistas, folhetos, cartazes e outros meios de comunicação e tudo sempre com o uso da informática como instrumento de manutenção de banco de dados atualizados e no processamento de informação, cálculos, geração de formulários, relatórios, gráficos (PAULO, CURY e FERREIRA JUNIOR, 2000, p. 78). Relatórios periódicos sobre as ações executadas, absenteísmo e número de afastamentos servirão para avaliação da eficácia das mesmas e também como indicativo para ajustes que se façam necessários.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema saúde do trabalhador é recorrente. Resgatar as conquistas alcançadas ao longo das décadas e projetar o que se almeja alcançar que é a qualidade de vida dos trabalhadores, requer ações no momento presente sem olvidar que no grande mosaico chamado qualidade de vida, a saúde se entrelaça com educação, hábitos de vida, condições de trabalho e lazer.

O que se pode apreender das reflexões acima é que os novos processos produtivos trazem novas formas de adoecimento do trabalhador que necessitam ser vistas como passíveis de prevenção por ações integradas entre empregadores e empregados. O desafio é conseguir ir além do que está posto como exigência legal, e será pela criatividade e inovação que ações em saúde, que demandem poucos recursos e ótimos resultados, adaptadas ao porte de cada empresa conduzirão para o alcance do objetivo maior que é a qualidade de vida do trabalhador.

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