DIREITO FAMÍLIA
PROF. DRA. FERNANDA RABELLO
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
1) DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: a família não é mais constituída para gerar
prole, e sim para que o afeto nela se sobressaia.
2) IGUALDADE ENTRE OS CÔNJUGES: antes o homem era o chefe da família, com
o estatuto da mulher casada; havia situação de superioridade do homem no casamento;
atualmente, a sociedade conjugal é administrada de forma equânime entre homem em
mulher. Consagrado na CF, art. 226
1.
3) IGUALDADE NA FILIAÇÃO: art. 227, §6º
2, CF;
4) PLURIDADE DE FAMÍLIAS: a família só era considerada família quando originada
pelo casamento. Com a CF 88 isso muda. Conforme a ordem abaixo:
_CASAMENTO
_ UNIÃO ESTÁVEL: entidade familiar que goza da proteção do Estado.
_ MONOPARENTAL: formada por um dos ascendentes e seus descendentes.
_ PLURIPARENTAL: reunião de 2 pessoas que vem de famílias anteriores e formam
nova família. (famílias reconstituídas. Ex: homem e mulher se unem com filhos de
outro casamento).
_ ANAPARENTAL: previsão doutrinária. Formada entre pessoas que são de uma
mesma família originária, mas não ascendem dos mesmos pais. ex: primas que moram
juntas.
5) AFETO: maior regedor das relações do direito de família.
CASAMENTO: era a primeira modalidade de formar família. Art. 1511
3CC.
1 Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. (Regulamento)
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. § 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)
§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Regulamento
§ 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
2 § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
3 Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
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PONTO 1: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
PONTO 2: CASAMENTO
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- NEGÓCIO JURÍDICO/INSTITUIÇÃO (NATUREZA JURÍDICA): adotamos uma
corrente eclética. Não é puramente negócio jurídico, nem instituição, se forma pela autonomia
das partes, mas se submete às regras pré-estabelecidas de ordem pública. É negócio jurídico
solene por natureza. Há escolha de regime patrimonial.
_CONCEITO: art. 1511 CC – ‘comunhão plena de vida’.
_ ESPÉCIES:
CIVIL, RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS, POR PROCURAÇÃO, NUNCUPATIVO,
PUTATIVO;
O casamento é civil, art. 1512
4CC. Para fins legais, não há casamento religioso, mas
religioso com efeitos civis. Dizer que casamento religioso é união estável não é
verdadeiro, precisa de outros requisitos.
A fase da habilidade e a fase da celebração = casamento civil. Habilitação é importante,
pois comprova que não há impedimento para os nubentes casarem.
Casamento religioso com efeitos civis: precisa da habilitação e celebração
Casamento por procuração – art. 1542
5CC – um ou ambos nubentes estão
impossibilitados de comparecerem a cerimônia de celebração. O cônjuge
impossibilitado nomeia um representante, por procuração pública e com poderes
especiais devendo ser dito com quem casar que é o poder de celebrar o casamento
(contrair o matrimônio).
Carlos A. Gonçalves entende que não há óbice que ambos nubentes casem por
procuração, mas não com o mesmo procurador, no entanto, não há vedação expressa
nesse sentido.
Casamento nuncupativo: art. 1540
6CC – quando uma das pessoas está iminente risco
de vida (morte). Celebrado na presença de 6 testemunhas que irão declarar em juízo
que presenciaram o casamento.
Casamento putativo: art. 1561
7CC – produz todos os efeitos patrimoniais aos
cônjuges e filhos até a sentença, desde que de boa-fé. Se houver má-fé, não serão
assegurado os direitos patrimoniais.
4 Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
5 Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais.
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o
mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos. § 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo.
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
6 Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual
incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
7 Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes
como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
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_ CAPACIDADE: tem haver com a capacidade civil que é atingida com a maioridade, 18 anos
completos. A lei abre exceção – aqueles que tiverem 16 anos completos são possuidores de
idade núbil, quando pode casar, desde que autorizado pelos pais. Art. 1517
8CC. Na falta de
autorização dos pais, o juiz poderá intervir, mas a negativa deve ser injusta, se for justa o juiz
não poderá passar por cima do poder familiar. Art. 1519
9CC. Ex: quando os menores tenham
16 anos e não tiverem trabalho seria motivo justo. Se os pais não autorizarem, podem os
menores procurar o MP, que poderá representar o interesse de ambos.
Se for antes dos 16 anos, seria possível atingir autorização para casar? Art. 1520
10CC –
sim, excepcionalmente. A lei 11106/05 revogou, por efeito reflexo, a primeira parte do art.
1520 CC, já que fez desaparecer os crimes de rapto consentido, e sedução. Só cabe, portanto,
nas hipóteses de gravidez. Há entendimento de que ainda que desse relacionamento tenha
resultado gravidez, se o juiz entender que não atende a melhor necessidade do adolescente não
dará autorização para o casamento.
_ EXISTÊNCIA: para que o casamento tenha existência precisa:
*distinção de sexos: não tem haver com união estável. Precisa ser casamento entre homem e
mulher. Quanto a União Estável pode ser no mesmo sexo. Mesmo que tenham vários julgados
admitindo casamento de mesmo sexo, há vários que não permitem, logo ainda é requisito que
seja de sexos distintos.
*declaração espontânea de vontade: sem vício de consentimento. (erro, dolo e coação (coação
absoluta – física, gerando casamento inexistente; relativa quando for moral, gerando
casamento anulável, art. 1550, inc. III, CC)
*autoridade competente: é a celebrante e precisa ter competência. Se for incompetente em
razão da pessoa, o casamento é inexistente. Ex: Uma pessoa, que não é autoridade para
celebrar casamento. Se for incompetente em razão do lugar, o casamento será anulável. Ex:
tudo que é anulável só tem validade em favor do cônjuge prejudicado.
_VALIDADE: se o agente é capaz, se o objeto é lícito e se a forma é a prescrita em lei.
- Forma:
*habilitação: os cônjuges precisam provar a inexistência de impedimentos. Art. 1525
11CC. Art.
1528
12CC. (o oficial do registro manda publicar editais (conclamas), que são para conclamar a
8 Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
9 Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
10 Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar
imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
11 Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a
seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos: I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
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comunidade, onde vivem os noivos, para que as pessoas tomem conhecimentos de que os
noivos estão querendo casar, para que possa abrir a impugnações, cabendo defesa).
**Suscitação de dúvida _(procedimento que o oficial do registro pode gerar em caso de dúvida
em celebrar ou não o casamento)
Não havendo dúvida emite certificado de eficácia, com validade de 90 dias, prazo do art.
1531
13CC, para casar. Passados os 90 dias, terão que se habilitarem novamente.
*celebração: após a habilitação, marcam a data para celebração feita por um juiz de paz. Se não
for no cartório, será em local público para que todos tenham acesso.
Um casamento produz efeitos a partir da celebração, a partir do ‘sim’. Art. 1535
14CC. Não
pode haver hesitação, se houver não poderá ser celebrado casamento naquele dia.
*hipóteses de nulidade e anulação:
NULIDADE
ANULAÇÃO
Absoluta
Só o cônjuge prejudicado é que pode ajuizar
ação anulatória. Art. 1550 CC. Art. 1551
15CC.
Art. 1548
16CC
Art. 1556
17CC. Art. 1557
18CC.
-
enfermo
mental
sem
necessário
discernimento.
–
infringência
aos
impedimentos. Art. 1521
19CC
Prazos decadenciais – art. 1560
20CC; se não
ingressar no prazo só se desfaz o casamento
por ocasião do divórcio.
12 Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do
casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
13 Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do
registro extrairá o certificado de habilitação.
14 Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do
registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos:"De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
15 Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
16 Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; II - por infringência de impedimento.
17 Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro
essencial quanto à pessoa do outro.
18 Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
19 Art. 1.521. Não podem casar:
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Faz com que o cônjuge volte ao status de
solteiro.
Faz com que o cônjuge volte ao status de
solteiro.
IMPEDIMENTOS: não podem casar implica em nulidade do casamento. O negócio jurídico é
um pouco diferente no casamento. Pode ser absolutamente nulo, mas poderá produzir efeitos
até que sentença declare nulo. Existem para afastar, evitar o casamento entre parentes.
O casamento inválido (seja nulo ou anulável) produz todos os efeitos até que sentença
assim o declare.
Embora a vedação expressa do inc. IV, do art. 1521 CC, doutrina e jurisprudência são
unânimes em entender pela aplicação do dec. Lei 3200/41, que admite o casamento entre tios
e sobrinhos se apresentados atestados médicos que comprovem a inexistência de prejuízo à
prole.
Os impedimentos podem ser alegados até a celebração, mesmo sendo nulo, só poderá
ser arguido através de ação declaratória de nulidade, podendo ser proposta por qualquer
interessado, até mesmo pelo MP. A sentença declaratória de nulidade tem efeito retroativo,
mas protegendo terceiro de boa-fé.
Art. 1523
21CC – CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO: nunca afetam a
validade do casamento, mas determinam a adoção pelos nubentes do regime obrigatório de
separação de bens. Art. 1641
22CC. Visam afastar uma confusão patrimonial. Mas podem ser
afastados em juízo, se provados que as causas suspensivas não irão gerar a confusão
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
20 Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550; II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante; III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557; IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo
para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes. § 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em
que o mandante tiver conhecimento da celebração.
21 Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
22 Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010)
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patrimonial. Art. 1534
23CC. Na linha colateral, só parente até segundo grau poderá ser
suscitar.
_EFICÁCIA:
*nome: admite que tanto o homem quanto a mulher agreguem ao seu o nome o do outro. §1º,
art. 1565
24CC. Em princípio suprimir sobrenome não pode, e sim agregado o sobrenome.
Mas há casos em que o oficial de registro é flexível. Art. 1528
25CC. (dever do oficial de alertar
sobre os deveres dos cônjuges).
*deveres: art. 1566
26CC. A inobservância dos deveres não geram sanção. Ambos os cônjuges
tem o direito potestativo de pedir o divórcio, independentemente se um deles não quiser. Os
filhos ficam com o cônjuge que melhor atenda os interesses da criança. Atualmente, a culpa foi
abolida do ordenamento jurídico. Mas há doutrinadores, minoria, que ainda entendem
existente em alguns casos. Art. 1568
27CC.
Embora a previsão expressa do art. 1576
28CC, na atualidade não é a dissolução da
sociedade conjugal que põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade, bem como ao regime
de bens. Doutrina e jurisprudência comungam do entendimento no sentido de que é a
separação de fato, devidamente marcada no tempo, que faz cessar o regime patrimonial.
*regimes patrimoniais: §2º, art. 1639
29CC.
23 Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas
testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder
escrever.
24 Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis
pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros
para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
25 Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do
casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
26 Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos.
27 Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o
sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.
28 Art. 1.576. A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao regime de bens.
Parágrafo único. O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no caso de incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão.
29 Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges,
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UNIÃO ESTÁVEL: por se tratar de fato, precisa ser provado.
ART. 226, §3º CF
LEI 8971/94 – LEI DOS COMPANHEIROS
LEI 9278/96 – ‘DOS CONVIVENTES’
LEI 10406/02 – 1723
30E SS – o código civil admitiu união estável entre separados de fato.
Concubinato art. 1727
31CC.
UNIÃO ESTÁVEL – precisar ser pública (notória); duradoura; contínua; com ânimo de
constituir família (não confundir com prole, basta ter intenção de família). Não é igual ao
casamento e sim uma semelhança (equivalência) ao casamento. Há distinção, principalmente,
no direito sucessório. Não há exigência, na lei, coabitação, mas a jurisprudência exige
coabitação.
OBRAS COMPLEMETARES:
ARNALDO RIZARDO, CARLOS ROBERTO GONÇAVEZ, FLÁVIO TARTUCI.
30 Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência
pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI
no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.