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Todos e Todas Sem Terra Estudando CAMPANHA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO NO MST

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Academic year: 2019

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Todos e Todas

Sem Terra Estudando

(3)

E

XPED I EN TE

A Cartilha “Campanha de N acional de Alfabetização no M ST” é uma publicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Fotos: Arquivo MST

Secretaria Nacional:

Alameda Barão de Limeira, 1232 01202-002 São Paulo - SP Telefax: (11) 3361-3866

(4)

S

UMÁRIO

I – Apresentação ... 05

II – Realidade da Educação no Brasil... 07

III – O que queremos com a Campanha ... 09

IV – A organicidade ... 11

V – Metodologia ... 13

VI – Formação de Educadores ... 15

VII – Infra estrutura necessária... 16

VIII – A mística como elemento fundamental ... 18

IX – Divulgação ... 20

X – Avaliar no começo, durante e no fim ... 23

XI – Conquistar a escolarização, uma missão de todos ... 24

(5)
(6)

Resolver o problema do analfabetismo no Brasil é uma tarefa tão nobre e digna quanto o ato de lutar pela terra e pela reforma agrária. A luta pela educação universal é uma prioridade de toda a militância, por isso, e com grande alegria, é que o MST assumiu a bandeira: Todos e Todas Sem Terra Estudando - Campanha Nacional de Alfabetização no M S T !

Em 23 anos de existência do nosso Movimento, o desafio da educação e da alfabetização sempre caminhou junto com nosso processo de luta, organização e mobilização dos trabalhadores/as rurais. Em nossos primeiros acampamentos já existia a escola, embaixo de uma árvore, num barraco... Com a mesma preocupação de alfabetizar e educar. Não estamos portanto começando uma Campanha do zero, temos acúmulos práticos e teóricos. Temos experiências e temos milhares de pessoas que foram alfabetizadas e educadas nas escolas do MST, com nossa própria pedagogia, voltada para a realidade do campo e com uma perspectiva transformadora.

Assumimos como questão de honra acabar com o analfabetismo em nossas áreas de assentamentos e acampamentos, através da adoção de vários métodos pedagógicos e inspirados em nosso grande mestre Paulo Freire. Pela grandeza da missão, nos coube também a tarefa de conhecer outras experiências no Brasil e na América Latina, no espírito de aprender com outros processos históricos. Assim, e graças à solidariedade do povo cubano, tivemos acesso ao método de alfabetização SIM, EU POSSO! do Instituto Pedagógico Latino Americano e Caribenho de Cuba, no ano de 2005. E de lá pra cá, toda a militância e o conjunto de nosso Movimento vem fortalecendo um belo

I - A

PRESENTAÇÃO

(7)

processo de alfabetização em todos os lugares onde temos famílias Sem Terra.

Lançamos no Encontro da Coordenação Nacional em 2004, Goiânia-GO, a linha política de Todo e Toda Sem Terra Estudando. Logo depois, na reunião da Coordenação Nacional

do MST, em Salvador-BA, no mês de janeiro de 2007, realizamos um belo Ato pela Educação e contra o Analfabetismo, e por último, numa profunda mística durante o nosso 5º Congresso Nacional, em Brasília, com mais de 17.500 delegados/as, todos no mesmo coro e voz, agarramos a responsabilidade histórica com as futuras gerações, afirmando que esta Campanha será a nossa contribuição solidária com a sociedade brasileira.

As tarefas estão lançadas, o desafio é grande. Estamos fazendo chegar até você, este pequeno Manual de orientações práticas. O mais importante é compreender o tamanho da responsabilidade e não permitir que tenhamos companheiros e companheiras analfabetos em nossas comunidades.

Vamos à luta pela alfabetização!

Vamos construir territórios livres do analfabetismo! Um ótimo estudo!

VAMOS TODOS À CAMPANHA, ESSA LUTA ÉNOSSA!

(8)

Os índices de analfabetismo no Brasil são ainda muito elevados e bastante preocupantes, principalmente nas regiões mais pobres do país e na área rural. No campo, de maneira geral, a taxa de analfabetismo entre os adultos (acima de 15 anos) é de 28,7%, enquanto que na zona urbana essa taxa é de 10,3%, num total de cerca de 15 milhões de brasileiros adultos que não sabem ler nem escrever. Essa situação demonstra que a garantia do ensino fundamental, obrigatório e gratuito, previsto na Constituição Federal, não vem sendo cumprida. O acesso à educação em todos os níveis é negado ao povo brasileiro: hoje apenas 50% dos jovens ingressam no ensino médio; destes, apenas 50% se formam e apenas 8% dos jovens entram no ensino superior público.

A Pesquisa Nacional de Educação na Reforma Agrária, realizada em 2004, sobre a situação educacional nas áreas de assentamentos e acampamentos revela que nesses lugares 23% dos adultos são analfabetos, o que nos leva a considerar que o trabalho de alfabetização realizado pelos Movimentos Sociais, mesmo sob condições adversas, tem contribuído para a redução dos índices de analfabetismo no campo.

Para além disso, esse trabalho tem garantido que essa alfabetização seja realizada tendo em conta métodos e conteúdos adequados à realidade de vida de cada jovem e adulto, no nosso caso, à realidade dos trabalhadores/as rurais, historicamente excluídos do direito à educação, ou submetidos a uma educação precária e distante da sua realidade.

Porém tudo o que temos feito ainda não é suficiente, nossa principal tarefa é acabar com o analfabetismo em nossas áreas e em todo o Brasil. O desafio permanece!

II) R

EALIDADE DA EDUCAÇÃO NO

B

RASIL E O PAPEL

DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

(9)

EDUCAÇÃO,

UMA BANDEIRA HISTÓRICA DO MST

- cerca de 2.000 escolas públicas conquistadas nos acampamentos e assentamentos em todo país;

- mais de 200 mil crianças e adolescentes Sem Terra estudando, cerca de 95% a partir de um currículo especial para jovens do campo;

- mais de 3.900 professores;

- alfabetização de jovens e adultos que envolve a cada ano 2 mil educadores e mais de 28 mil educandos;

- convênios com mais de 13 universidades públicas para cursos de nível superior de graduação e

especialização: pedagogia, história, geografia, agronomia, entre outros;

(10)

1.

Desencadear um processo de alfabetização de todos e todas jovens e adultos dos assentamentos e acampamentos coordenados pelo MST que não tiveram acesso à leitura e à escrita, contribuindo para que essas áreas se tornem

territórios livres do analfabetismo;

2.

Envolver na campanha de alfabetização todos/as os sujeitos do Movimento Sem Terra, assentados e acampados, é dever de todos se envolverem nesta nobre tarefa;

3.

Realizar a formação de educadores e educadoras para o exercício da Educação de Jovens e Adultos;

4.

Despertar nos trabalhadores e trabalhadoras do campo o desejo de dar continuidade ao seu processo de escolarização;

5.

Buscar junto ao poder público formas de garantir aos trabalhadores e trabalhadoras o direito de continuarem o seu processo de escolarização. É nosso direito estudar!

6.

Propiciar a elevação do nível de consciência social, cultural, ideológica e política dos Sem Terra do MST.

III – O

QUE QUEREMOS COM A CAMPANHA

:

(11)

“Ninguém educa ninguém. Ninguém se educa a si mesmo. As pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo”

(12)

O compromisso de Todos e Todas Sem Terra Estudando, deve ser uma responsabilidade coletiva de todos os dirigentes e militantes, das escolas e de todos os setores e instâncias do MST, envolvendo desde os núcleos de famílias até às coordenações e direções locais, regionais, estaduais e nacional. Será uma grande obra coletiva.

Como se organizar?

A campanha de alfabetização dever ter uma Coordenação Estadual, uma equipe forte, com a participação integral dos setores: educação, formação, cultura, comunicação, frente de massa, produção, saúde e coletivo da juventude. Esta organicidade deve acontecer no núcleo, na comunidade, na região, na Brigada. A equipe precisa organizar calendários de reuniões.

É necessário envolver todos os militantes do MST na Campanha, assumindo tarefas na articulação e concretização. A partir da organicidade local, podemos fazer reuniões:a)

nos núcleos, b) nos coletivos, c) nas comunidades, e d)

nas instâncias locais e regionais, para divulgar a campanha e conscientizar da importância de superar o analfabetismo:

Os cursos formais e não formais devem ter no conteúdo das etapas o tema: método de trabalho com alfabetização de jovens e adultos. É tarefa dos educandos, no tempo comunidade, envolver-se e serem os educadores da Campanha de Alfabetização.

IV – A

ORGANICIDADE

(13)
(14)

Para o MST a educação acontece de maneira permanente, num movimento continuado de formação das pessoas. Escolarizar é incentivar a pensar com a própria cabeça, é desafiar a interpretar a realidade para mudá-la, é elevar o nível de consciência.

Passo a passo...

Devemos realizar em cada local um diagnóstico que identifique as pessoas que não lêem e não escrevem e o grau de escolaridade médio da comunidade, e fazer um levantamento dos possíveis educadores e organização das turmas. Não há limite para o número de turmas.

Devemos ter atenção para perceber se algum educando/a tem problemas de visão, uma vez que estes podem prejudicar o seu processo de aprendizagem. Neste caso devemos procurar soluções coletivas (consultas no oftalmologista, aquisição de óculos junto às secretarias de saúde, etc..)

฀Sim, Eu Posso! - este é o primeiro passo do processo de

alfabetização. Um método, que através do uso de uma novela de alfabetização, possibilita ao jovem ou adulto, se apropriar dos códigos da leitura e escrita no período de três meses. O educador será um facilitador do processo de aprendizagem, estando sempre presente. Aprender a ler e escrever é um passo importante, porém nosso dever é a continuidade no processo de alfabetização durante mais cinco meses, para assim avançar no nível de estudo e de escolarização

V – M

ETODOLOGIA

(15)

Depois do Sim, Eu Posso!, o educando deverá continuar seus estudos durante cinco meses, orientado pelo educador e com o apoio de um material didático organizado por temáticas que dialogam, problematizam, questionam e projetam transformações na realidade local e global das famílias assentadas e acampadas.

(16)

Recomendamos que cada estado organize cursos de formação, seminários e encontros, para motivação e formação dos educadores. O envolvimento da militância do MST é indispensável nesta campanha. E acima de tudo a participação efetiva dos educadores e educadoras, senão a campanha corre risco de não se concretizar.

Acreditamos na necessidade da formação política e pedagógica continuada dos nossos educadores e educadoras durante todo o desenvolvimento da campanha de alfabetização, para que se sintam preparados do ponto de vista político e pedagógico, para assumir e desenvolver esta importante missão revolucionária.

VI - A

FORMAÇÃO DE EDUCADORES

(17)

Para que o trabalho seja realizado com sucesso necessitamos de uma certa infra estrutura:

luz elétrica na escola, pavilhão ou clube do assentamento ou acampamento;

aparelho de televisão;

aparelho de DVD;

reprodução das aulas em DVD;

reprodução das cartilhas;

quadro (que possibilite escrever com giz)

materiais pedagógico-didáticos: pincel, lápis, caneta, caderno, borracha, papel, lápis de cor e de cera;

transporte para coordenadores e educadores que não são da comunidade;

óculos de grau para quem tem problemas de visão;

e outros.

Tudo isto será possível se construirmos parcerias solidárias com as instituições da sociedade, por exemplo: governos estaduais e municipais, sindicatos rurais e urbanos, igrejas, comércio local, organizações estudantis, escolas particulares e outras organizações de acordo com as articulações e especificidades locais.

(18)

Porém, e se não for possível conseguirmos todos estes materiais e equipamentos?

Mesmo sem as condições materiais, alfabetização é acima de tudo vontade política. O importante é sempre buscarmos as melhores condições, mas na falta do acesso a este direito, fazemos como a exemplo da luta pela terra, “lutamos fazendo”. Assim, devemos nos esforçar por buscar alternativas e seguir adiante com o processo de alfabetização. Como:

• Proporcionar aulas individuais (todos podem ser alfabetizadores voluntários);

• Cada núcleo assume as pessoas que não são alfabetizadas de seu núcleo, e quem já tem este conhecimento pode ser o alfabetizador;

• Se no núcleo não tem quem possa ser o alfabetizador, o assentamento/acampamento deve discutir quem vai ser o responsável por esta tarefa;

• O núcleo também pode assumir a aquisição de caderno, lápis, enfim, os materiais necessários, pois o volume por núcleo é menor e é possível criar as condições.

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A mística de aprender e ensinar deve ser a base da campanha de alfabetização das famílias Sem Terra, de forma que os educandos/as sintam prazer em se alfabetizar e os educadores/as estejam preparados para mediar o processo de aprendizagem e assumir com compromisso a campanha de alfabetização.

Cada comunidade e turma precisa criar sua mística e o entusiasmo próprio. Algumas dicas:

Garantir que o local onde acontece o processo de alfabetização seja um de fato um ambiente educativo, agradável, ornamentado, organizado, com: letrado, jogos, cantinho de leitura, mural informativo e de aniversariantes, etc.

Realizar um trabalho de fortalecimento do direito e necessidade da educação dos trabalhadores e trabalhadoras do campo ou seja, “para trabalhar na roça é necessário estudar”.

Organizar debates e prosas nas comunidades sobre o tema.

O processo de alfabetização dos adultos deve dialogar com o processo educativo das crianças na escola garantido troca de experiências através da: escrita (cartas, etc..), visitas, contação de história dos adultos para as crianças e realização de atividades culturais em conjunto.

Criar uma simbologia através de uma placa ou bandeira, que emule e identifique as comunidades que se tornam territórios livres do analfabetismo.

Garantir a realização de uma festa de formatura de todas

(20)

que o jovem ou adulto está alfabetizado. Confraternizar e comemorar a conquista!

VOCÊ SABIA QUE...

...CUBA foi declarada Território Livre de Analfabetismo no dia 22 de dezembro de 1961?

Durante todo o ano de 1961, a Revolução Cubana mobilizou grande parte da população para a realização da Campanha Nacional de Alfabetização com o objetivo de reduzir o analfabetismo e aumentar a porcentagem de população escolarizada. Mais de 250 mil voluntários, na sua maioria jovens, ensinaram a ler e a escrever a quase um milhão de cubanos em todo o país, muitos deles em áreas rurais isoladas, reduzindo o índice de analfabetismo de um percentual superior a 20% em 1959 para 3,9%.

Desde essa data, Cuba tem contribuído solidariamente com vários países nessa importante tarefa de alfabetização. Atualmente cerca de 2,3 milhões de

pessoas de 15 países estão estudando com o método “Yo sí puedo”.

VENEZUELA utilizou o método cubano no Plano Extraordinário de Alfabetização Simón Rodríguez, mais conhecido como Missão Robinson, e durante cerca de dois anos e meio conseguiu alfabetizar cerca de 1,5 milhões de pessoas.

No EQUADOR vários prefeitos indígenas adotaram o método.

BOLÍVIA, com o apoio de Cuba e Venezuela, pretende erradicar o

analfabetismo para o ano de 2008. Tanto nas áreas urbanas como nas rurais, os povos Aymara e Quechua estão aprendendo a ler e escrever nos seus próprios idiomas.

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A principal tarefa na divulgação é organizar a solidariedade em torno da Campanha de Alfabetização, para isso devemos utilizar todas as formas de divulgação, agitação e propaganda na sociedade e em nossa base social ao nosso alcance.

a) Para o público externo:

√ Realizar uma ampla mobilização da sociedade, tornando

pública a luta pela superação do analfabetismo e pelo direito a educação, de forma que este direito seja legitimado pela população brasileira.

Realizar um ato de lançamento da campanha nas capitais, com amigos, aliados e com outras forças sociais;

Ocupar espaços nas rádios amigas e comerciais, com os materiais da campanha ou dando entrevistas, por exemplo; √ Combinar com padres, bispos e pastores e nas missas e

cultos comentar sobre a importância da Campanha;

b) Para o público interno:

Garantir que a campanha seja lançada em cada local, reunindo educandos e educadores, convidando todas famílias da comunidade para participar assim como as autoridades locais, dirigentes do MST a nível estadual, professores e alunos universitários, amigos e etc.

Produzir camisetas e bonés com o lema da campanha;

(22)

Organizar peças de teatro, como forma de agitação e propaganda;

Realizar encontros de formação e seminários em nossas áreas;

Produzir faixas que motivem e chamem as pessoas para participar das aulas;

Dar visibilidade às turmas de alfabetização na comunidade através de: programas nas rádios comunitárias, participação dos educandos nos momentos culturais da comunidade, organização das turmas para realização de tarefas em benefício da comunidade (embelezamento, mural, arborização nas ruas, produção de horta agroecológica com as crianças da escola, entre outros).

(23)
(24)

A avaliação é um dos elementos indispensáveis no desenvolvimento de processos educativo. Considerando esta importância, a avaliação deverá ser cotidiana, tanto do processo coletivo envolvendo educandos, educadores, coordenadores de turmas, a militância e os dirigentes, como também do processo de aprendizagem de cada educando. Propomos as seguintes etapas:

1) Nos primeiros três meses deverá ser feita uma avaliação semanal para perceber no educando as dificuldades de aprendizagem, os limites e os avanços conquistados.

2) No final dos três meses, a avaliação será feita através de

uma carta escrita pelo educando/a, que cada um deve dedicar a quem desejar, e que deverá ser lida em sala de aula para os companheiros/as de turma e educador/a.

3) Nos meses seguintes devem ser organizados momentos de leituras e de escritas coletivas para que se percebam os avanços e limites dos educandos. E criar uma metodologia de superação.

4) Mensalmente também deverá ser feita uma avaliação coletiva entre educadores e coordenadores de turmas para perceber os limites e as possibilidades de avanços no processo de aprendizagem e no desenvolvimento em geral da campanha.

X – A

VALIAR NO COMEÇO

,

DURANTE E NO FIM

(25)

Sabemos que a educação do campo é um direito nosso e um dever do Estado, e no nosso caso, é um compromisso das comunidades lutar pela garantia desse direito. No MST, compreendemos como organização, que no atual momento da luta de classes é imprescindível que todo e toda Sem Terra eleve o seu grau de escolaridade, para que consigamos responder as demandas da luta pela Reforma Agrária na construção da justiça social e da soberania popular.

Por Lei, o poder público é responsável em garantir escola no local onde residem aos jovens e adultos que não tiveram acesso à escolarização em tempo regular. É necessário que façamos um trabalho junto às escolas de assentamentos para que incluam no seu Projeto Político Pedagógico a ESCOLARIZAÇÃO dos jovens e adultos, garantindo sua aprovação através de negociações junto às Secretarias Municipais e Estaduais de Educação.

O projeto político-pedagógico deve ser elaborado de acordo com a realidade local, respeitando a organização do trabalho e vida cotidiana das famílias, por exemplo: condensar as aulas em alguns dias da semana, ou ter aulas todos os dias, ou nos finais de semana etc. Diante da lei de educação várias coisas são possíveis de serem feitas e ser validadas.

Todos e todas jovens e adultos que passarem pelo processo de alfabetização, ou que já estão alfabetizados devem ser organizados em turmas e coletivamente negociarem com o poder público para que possam continuar seus estudos no local onde vivem até o Ensino Médio, depois

XI

– C

ONQUISTAR A ESCOLARIZAÇÃO

,

UMA MISSÃO

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Elogio do aprendizado

Aprenda o mais simples! Para aqueles cuja hora chegou

Nunca é tarde demais! Aprenda o ABC; não basta, mas

Aprenda! Não desanime! Comece! É preciso saber tudo! Você tem que assumir o comando!

Aprenda, homem no asilo! Aprenda, homem na prisão! Arenda, mulher na cozinha!

Aprenda, ancião!

Você tem que assumir o comando! Frequente a escola, você que não tem casa! Adquira conhecimento, você que sente frio! Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.

Você tem que assumir o comando.

Não se envergonhe de perguntar, camarada! Não se deixei convencer

Veja com seus olhos! O que não sabe por conta própria

Não sabe. Verifique a conta É você que vai pagar. Ponha o dedo sobre cada item

Pergunte: O que é isso? Você tem que assumir o comando.

Bertolt Brecht

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Referências

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