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A reutilização de materiais reciclavéis como estratégia de educação ambiental aplicada à saúde em comunidade ribeirinha da região amazônica / The reuse of recyclable materials as environmental education strategy applied to health in a river community of t

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761

A reutilização de materiais reciclavéis como estratégia de educação

ambiental aplicada à saúde em comunidade ribeirinha da região amazônica

The reuse of recyclable materials as environmental education strategy

applied to health in a river community of the amazon region

DOI:10.34117/bjdv5n11-121

Recebimento dos originais: 27/10/2019 Aceitação para publicação: 12/11/2019

Bráulio Brandão Rodrigues

Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: brandaobbr@gmail.com

Pryscila Rodrigues Moreira

Bacharel em Farmácia (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Endereço completo: Av. Sen. Filinto Müler, 355 - Vila Ipiranga, Campo Grande – MS.

E-mail: pryscila4010@hotmail.com

Flávia Gonçalves Vasconcelos

Bacharel em Farmácia (Universidade Estadual de Goiás - UEG)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: flaviavilleneuve@hotmail.com

Daniela Cristina Tiago

Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: danielatiago7@gmail.com

Nathália Ramos Lopes

Bacharel em Medicina (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA Endereço completo: Centro Universitário de Anápolis - Av. Universitária Km. 3,5 - Cidade

Universitária – Anápolis-GO E-mail: nathaliaramosnrl@gmail.com

Leonardo Teodoro de Farias Bacharel em Farmácia (UniEVANGÉLICA)

Instituição de atuação atual: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Endereço completo: Av. Sen. Filinto Müler, 355 - Vila Ipiranga, Campo Grande – MS.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 E-mail: leoteofa@hotmail.com

RESUMO

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo apresentar um relatório das atividades realizadas por uma equipe multiprofissional e estudantes de graduação, nas oficinas “Brincando com garrafa PET” (Polietileno Tereftalato) e “Construindo uma Horta Vertical”. Relato de Experiencia: As oficinas foram desenvolvidas na Comunidade de São José do Lago do Arara, Caapiranga-AM. Para elaboração das atividades utilizou-se de garrafas PET, terra, pedras, sementes, barbante, tesouras e fitas adesivas. Inicialmente foi ministrado breves palestras para introdução do assunto, seguidas pelas atividades práticas de confecção dos instrumentos (Horta e brinquedos). Discussão: Durante as atividades, as crianças mostraram-se bastante interessadas no processo de confecção da horta, e na praticidade desse processo, permitindo que replicassem esse procedimento em casa com a ajuda dos pais e responsáveis. Ademais, a oficina com garrafas PET apresentou características semelhantes que estimularam o interesse do público alvo, assim como uma participação massiva destes. Essa atividade apresentou um enfoque predominante na reciclagem de materiais descartáveis e na produção de brinquedos, voltando-se aos aspectos gerados pela poluição do meio ambiente. Conclusão: Ambas atividades permitiram aumentar a reutilização de resíduos recicláveis, atuando na redução da contaminação da comunidade por resíduos não biodegradáveis.

Palavras-chave: Reciclagem, Educação em Saúde, Sustentabilidade, Populações Vulneráveis.

ABSTRACT

Objective: This paper aims to present a report of the activities carried out by a multiprofessional team and undergraduate students at the workshops “Playing with PET Bottle” (“Polyethylene Terephthalate”) and “Building a Vertical Garden”. Experience Report: The workshops were held in the community of São José do Lago do Arara, Caapiranga-AM. For the elaboration of the activities we used PET bottles, earth, rocks, seeds, string, scissors and adhesive tapes. Initially, short lectures were given to introduce the subject, followed by the practical activities of making the instruments (vegetable garden and toys). Discussion: During the activities, the children were very interested in the process of making the garden and the practicality of this process, allowing them to replicate this procedure at home with the help of parents and guardians. In addition, the PET bottle workshop had similar characteristics that stimulated the interest of the target audience, as well as their massive participation. This activity presented a predominant focus on the recycling of disposable materials and the production of toys, focusing on the aspects generated by environmental pollution. Conclusion: Both activities increased the reuse of recyclable waste, reducing the contamination of the community by non-biodegradable waste.

Keywords: Recycling, Health Education, Sustainability, Vulnerable Populations.

1. INTRODUÇÃO

A educação ambiental é um processo que ganhou destaque nos últimos anos, principalmente nas escolas. Utiliza-se uma abordagem interdisciplinar propiciando que os alunos reflitam sobre suas atitudes, valores, importância da coletividade e impacto ambiental de suas ações (VIEIRA & TEIXEIRA, 2015). Esse assunto adquiriu maior ênfase após a

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 criação da Lei 9.795/99 denominada Lei do Meio Ambiente, que caracteriza a educação ambiental como um processo de interdependência coletiva e individual em prol da construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes voltadas a conservação ambiental, desenvolvimento sustentável e com qualidade de vida (BRASIL, 1999).

As questões envolvendo meio ambiente e desenvolvimento sustentável possuem maior representatividade em países cuja economia depende do agronegócio, como o Brasil. Sendo que a conscientização dos trabalhadores rurais sobre a educação ambiental apresenta efetividade na conservação da natureza, promovendo uma agricultura sintrópica, como estratégia de sustentabilidade. (DIAS & OLIVEIRA DIAS, 2017). Diante disso, a educação ambiental auxilia na visualização de problemas emergentes, não necessariamente ecológicos, mas sociais e com impacto no meio ambiente (COSTA et al., 2018).

Nas escolas, a educação ambiental, é responsável pela mudança de comportamentos e concepções disruptivas acerca da sustentabilidade. Os estudantes, em especial crianças, apresentam maior receptividade às ideias de intervenções voltadas ao trabalho coletivo e conservação/preservação do planeta (MEDINA, 2018). Com isso, as instituições de ensino fundamental em sua totalidade (públicas ou privadas) devem sempre promover uma consciência ambiental ativa e eficaz, estimulando os estudantes a serem promotores de mudança em seus lares e sociedade (SOUSA, 2018).

Diante disso, o ambiente escolar deve criar momentos propícios para se debater e colocar em práticas conhecimentos acerca da preservação do meio ambiente (ALMEIDA, 2018). Entre as estratégias utilizadas, a conscientização sobre a vasta produção de lixo dentro da escola e como minimizar essa situação é uma das medidas mais utilizada (BARBOSA, 2017). Outra metodologia empregada é a compostagem para utilização de matéria orgânica em hortas escolares, cuja finalidade é integrar uma cultura alimentar e nutricional saudável associada a práticas agroecológicas (LIMA; SOBRINHO; SOUZA JUNIOR, 2016).

Atividades como construção de hortas, viabilizam a sustentabilidade ambiental, já que estimulam experiências individuais e coletivas em prol do respeito ao meio ambiente, estimulando a interdisciplinaridade entre os conhecimentos empregados na escola e valorizando os aspectos sociais, cultura e trabalho do produtor rural (SILVA et al., 2016). Dessa forma, atua também como um processo de educação ambiental em consonância à Lei 9795/99 (BRASIL, 1999).

Tanto a reciclagem como a utilização de hortas dentro do ambiente escolar estimulam o desenvolvimento de cidadania e sustentabilidade na infância. A valorização dos ecossistemas

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 locais e do consumo responsável, assim como destino adequado do lixo produzido, implementados pelo trabalho interdisciplinar e coletivo potencializam a aprendizagem desse grupo (CHAVES et al., 2017).

Essas ações quando inseridas em um contexto lúdico, com a utilização de materiais coloridos e trabalhos manuais para a construção de instrumentos e jogos, são essenciais para a compreensão das crianças acerca do tema proposto. Agem estimulando a curiosidade e chamando a atenção dos participantes para a importância da reciclagem na a preservação ambiental, facilitando o processo de aprendizagem (ZANUTTO; ISHIDA; DUARTE, 2017). Este trabalho possui como objetivo apresentar um relatório acerca das atividades envolvendo educação ambiental aplicadas à saúde com crianças de uma escola ribeirinha da região amazônica.

2. RELATO DA EXPERIÊNCIA

Este trabalho apresenta um relatório das atividades realizadas por uma equipe multiprofissional composta por farmacêutico, biólogo, enfermeiro e estudantes de graduação das áreas da medicina, enfermagem e farmácia, nas oficinas “Brincando com garrafa PET” (Polietileno Tereftalato) e “Construindo uma Horta Vertical”. Desenvolvidas no projeto UniEVANGÉLICA Cidadã Itinerante – Amazônia Educação, Saúde e Cidadania, edição 2017, realizado no município de Caapiranga-AM Comunidade de São José Lago do Arara.

A oficina “Construindo uma Horta Vertical” foi previamente preparada pela equipe seguindo as orientações do Catálogo Brasileiro de Hortaliças (CEASA, 2010), de forma que fossem selecionadas espécies que apresentassem desenvolvimento adequado de acordo com as características climáticas da região. A técnica de plantio em garrafas PET utilizada pela equipe, foi a descrita no Manual de Hortas Verticais do Encontro Internacional de Design para o Desenvolvimento Social (IDDS, 2012). Este apresentou-se vantajoso na medida que indica a possibilidade de utilização de uma matéria prima reciclável, associada ao baixo custo e facilidade de reprodução e transporte, mesmo em regiões com pouco avanço tecnológico, como o interior da Amazônia.

As atividades dessa oficina foram desenvolvidas no turno vespertino, no pátio da Escola Municipal Comunidade de São José do Lago do Arara. A definição dos participantes foi realizada por meio de sorteio, foram selecionadas 25 crianças de idades variadas do 3º ao 8º ano, além de dois docentes da instituição. No entanto, ao perceberem o movimento na escola

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 alguns alunos mais velhos do turno matutino demostraram bastante interesse pela atividade, os quais também foram convidados.

Para iniciar a atividade, os estudantes foram questionados sobre a construção e manutenção de hortas. Foi constatado que somente a minoria destes, aqueles mais velhos, possuíam conhecimentos acerca do assunto. Logo, foi explicado sobre a importância do cultivo em hortas, e introduzido o conceito de horta vertical. Nesse momento, enfatizou-se a praticidade desta, já que pode ser pendurada ou fixada na parede das casas ou transportadas a locais mais distantes, assim como a variedade de plantas a serem cultivadas, adaptando-se ao clima tropical composto por períodos de chuva (enchentes) e seca (estiagem).

Em seguida, foi abordado a importância de uma alimentação saudável rica em vitaminas e minerais e demostrado quais eram as espécies que possuíam determinados micronutrientes e seus respectivos benefícios, focando principalmente naquelas cujas sementes foram fornecidas durante a atividade (cenoura, alface, repolho, brócolis, quiabo, feijão, cebolinha, couve etc.).

Previamente ao plantio as crianças foram familiarizadas com as sementes e materiais, de modo a facilitar a compreensão da técnica de elaboração da horta vertical (Figura 1). O processo de criação das hortas foi explicado pelos proponentes da atividade e foi enfatizado a necessidade de um adulto na manipulação dos instrumentos cortantes como tesouras e estiletes empregados em sua elaboração, de forma a garantir a segurança de todos.

Figura 1: Criação da Horta Vertical: plantio de hortaliças nas garrafas PET realizado pelas crianças.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 Os estudantes foram orientados pela equipe a colocar uma pequena quantidade de pedras nos vasos confeccionados com garrafas PET, uma camada de terra de cerca de 3 dedos acima das pedras e em seguida adicionar as sementes em furos feitos com os próprios dedos. Após o término do plantio foram oferecidos canetões, pincéis e tintas para que os vasos fossem decorados pelas crianças e levados para casa afim de que elas disseminassem o conhecimento adquirido na oficina em seus lares.

Na “Oficina brincando com garrafas PET” (Figura 2), foi abordada a temática da reciclagem e reutilização como forma de educação ambiental mediante a confecção de brinquedos (bilboquê, vaivém e boliche), além de utensílios. A proposta dos acadêmicos foi a produção desses brinquedos utilizando como matéria-prima as garrafas PET que normalmente são descartadas de forma incorreta pela população, contribuindo ainda mais com a poluição ambiental.

Essa oficina foi realizada com os escolares no turno matutino da escola, a princípio a proposta era a realização da oficina com os alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental, abrangendo um total de 25 crianças. Contudo ao sair para o intervalo diversos alunos de outras turmas ao visualizarem a ação da equipe, se interessaram pelos brinquedos confeccionados e pediram para participar da oficina, com isso o público final dessa oficina foi superior a 40 estudantes de idades variadas.

Em um primeiro momento objetivando estimular a participação e envolvimento das crianças, elas foram questionadas sobre as diferentes maneiras que usavam para divertirem-se na comunidade e se já conheciam os brinquedos propostos na oficina. Logo após, foi discutida a questão da sustentabilidade voltada para a poluição ambiental.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761

Figura 2: Criação da brinquedos usando as garrafas PET fornecidas peças crianças.

Fonte: Arquivo pessoal dos pesquisadores.

Com foco na conscientização das crianças foram levantados os perigos do descarte incorreto de materiais, bem como a quão prolongada é sua decomposição no meio ambiente. Foram esclarecidos os conceitos de reciclagem e de reutilização, demostrando de forma lúdica que é possível reutilizar materiais que são considerados lixo para confeccionar diversos objetos novos, contribuindo com a preservação ambiental e qualidade de vida na comunidade (OLIVEIRA & MOURA, 2017).

Inicialmente foram elaborados para os alunos do primeiro ano quatro bilboquês, dois Vaivém e dois porta-joias, a técnica de confecção do boliche foi explicada passo-a-passo, no entanto esse brinquedo não foi confeccionado, já que demandaria um número maior de garrafas. No intervalo a técnica de confecção de cada brinquedo foi reproduzida e foram ressaltados os pontos mais importantes da palestra sobre a sustentabilidade, de modo que, os demais alunos interessados também participassem da ação e confeccionassem os brinquedos.

Os materiais utilizados foram doados pela organização do projeto com exceção das garrafas PET que com auxílio das crianças participantes da oficina foram recolhidas nas ruas da própria comunidade. Com o intuito, de que não fossem jogadas inadequadamente nos rios ou queimadas evitando a poluição do ar. De forma que a ação fosse inserida no contexto da sustentabilidade e consequentemente fosse incentivada a adoção de novas condutas em relação ao lixo, trabalhando a conscientização dos escolares quanto aos impactos ambientais gerados pelo descarte inapropriado pós-consumo (BECKER & MARTINS, 2016).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 3. DISCUSSÃO

A utilização de atividades educativas demonstra efetividade na transmissão de conhecimentos acerca da educação ambiental em crianças. Ao utilizar elementos do cotidiano com as crianças, foi possível estabelecer maior vínculo com o assunto abordado (RODRIGUES & FARRAPEIRA, 2016). Além disso, espera-se que os conhecimentos adquiridos pelas crianças possam influenciar também suas famílias, estimulando-os a práticas sustentáveis e saudáveis. As atividades desenvolvidas priorizaram ensinar as crianças a reciclarem assim sua importância socioambiental e o impacto dessas ações, o que segundo demonstrado na literatura apresenta maior efetividade (SILVA et al., 2015).

Trabalhar o conceito de nutrição com crianças em idade escolar é um investimento bastante rentável que é essencial tanto para a manutenção da saúde, quanto para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável (HADDAD, 2015). Para que seja atingida uma melhor qualidade de vida, com consequente melhoria de hábitos alimentares e redução de doenças as intervenções executadas no contexto nutricional devem ir além da oferta de conhecimentos, elas precisam integrar saúde, escola e família (MICHALICHEN et al., 2018).

Durante a atividade as crianças se mostraram bastante interessadas no processo de confecção da horta, e na praticidade desse processo, permitindo que replicassem esse procedimento em casa com a ajuda dos pais e responsáveis. A reutilização de garrafas plásticas no desenvolvimento dessa atividade permitiu uma reflexão sobre o impacto ambiental do descarte incorreto desse material. Concomitantemente, foram estimulados a alimentação saudável, tanto por plantas regionais, como por meio de sementes de hortaliças fornecidas pelos organizadores da atividade. A possibilidade de eles cultivarem o próprio alimento, além de estimular a coletividade é capaz de promover hábitos de vida mais saudáveis.

Em consonância a esse desfecho, notou-se que o grupo também demonstrou afeição pela reutilização de materiais recicláveis na criação de brinquedos. A criação do “vai-e-vem”, “bilboquê”, e o estímulo a criação de outros brinquedos e materiais de uso doméstico, além de propiciar um desenvolvimento da criatividade, e a coletividade, também apresentam influências na qualidade de vida desses indivíduos. Já que, estimulam as crianças a praticarem atividades lúdicas e físicas, ao mesmo tempo, complementadas pela educação ambiental sobre reciclagem e descarte correto de materiais não perecíveis.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 4. CONCLUSÃO

Devido à comunidade não possuir um serviço de coleta de lixo, os resíduos sólidos produzidos pelos moradores, incluindo garrafas PET e demais materiais plásticos são incinerados pelos ribeirinhos ou descartados incorretamente pelas ruas da comunidade. Comportamento que contribui com empobrecimento dos solos e poluição da água e do ar, bem como, diminuição da qualidade de vida e consequente aumento de doenças. Assim, estratégias que visem a redução, reutilização e reciclagem desses materiais podem contribuir para a melhora da saúde e preservação ambiental (GARCIA et al., 2016).

Os hábitos alimentares das populações ribeirinhas são guiados pelo ciclo sazonal (cheia/seca). A ingesta de vegetais é bastante limitada, destacam-se, no período da cheia, o peixe (maior fonte proteica) e farinha de mandioca (maior fonte de carboidratos). Já no período de seca, os alimentos industrializados são os mais consumidos (BOTELHO et al., 2015). Desse modo, a realização de ações educativas visando à construção de hortas verticais além de contribuir com a problemática do descarte incorreto de resíduos sólidos colabora com a educação alimentar e nutricional (RODRIGUES et al., 2018).

Ademais, as crianças foram bastante receptivas a “Oficina brincando com garrafas PET, participaram ativamente e fizeram perguntas relacionadas aos brinquedos. Essa atividade apresentou um enfoque predominante na reciclagem de materiais descartáveis e na produção de brinquedos, voltando-se aos aspectos gerados pela poluição do meio ambiente. Isso permitiu que elas fossem estimuladas a brincarem e interagirem entre sim, associando atividades laborais com os brinquedos que confeccionaram como o bilboquê, comtemplando aspectos da saúde física.

A utilização de metodologias lúdicas mostrou-se efetiva no contexto da educação ambiental, o que pode ser avaliado pelo interesse das crianças nessas ações. Trabalhar com o público infantil, especialmente em áreas marginalizadas e com pouco acesso a informação, promove impacto em toda a comunidade, já que estes são responsáveis a transmitirem o conhecimento a seus familiares.

Até mesmo os professores da escola que acompanharam as oficinas mostraram interesse em aprender, podendo tornarem-se importantes multiplicadores e reforçadores do conhecimento e técnicas transmitidas durante as oficinas. Além disso, a utilização de técnicas que preservem o meio ambiente entre as populações ribeirinhas apresenta grandes avanços na qualidade de vida destes, reforçando a necessidade da educação ambiental entre esse público.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 11, p. 24337-24348 nov. 2019 ISSN 2525-8761 AGRADECIMENTOS

Ao Centro Universitário de Anápolis-UniEVANGÉLICA que promoveu o projeto e permitiu o desenvolvimento das ações propostas. À ONG Assas de Socorro e a Igreja Presbiteriana de Manaus que auxiliaram na execução do projeto, prestado apoio local. À Associação de Líderes Comunitários que contribui com a realização deste na comunidade referida assim como estimulou a participação da população no projeto.

REFERÊNCIAS

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BECKER, Magda Márcia; MARTINS, Luzia Ribeiro. Educação ambiental no ensino de química através da confecção de puff's em PET. RCT-Revista de Ciência e Tecnologia, v. 2, n. 3, 2016.

BOTELHO, Wellem Cristina Gomes et al. Avaliação do hábito alimentar nos diferentes regimes de chuvas (vazante e cheia) das famílias residentes na comunidade São José do Saúba no município de Coari-AM. Saber Científico, v. 4, n. 1, p. 34-39, 2015.

BRASIL, Comissão de Políticas de Desenvolvimento. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999: Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, v. 28, 1999.

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CHAVES, Maria do Perpetuo Socorro Rodrigues et al. HORTA ESCOLAR: EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, SUSTENTABILIDADE E CIDADANIA NA CIDADE DE MANAUS/AM. Nexus-Revista de Extensão do IFAM, v. 3, n. 1, 2017.

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Figura 1: Criação da Horta Vertical: plantio de hortaliças nas garrafas PET realizado pelas crianças
Figura 2: Criação da brinquedos usando as garrafas PET fornecidas peças crianças.

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