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Rev. esc. enferm. USP vol.19 número1

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Academic year: 2018

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EDITORIAL

SER JOVEM

1985. Ano Internacional da Juventude. Neste ano as atenções nacionais e internacionais estarão concentradas nos jovens e em seu potencial de contri-buição para o bem-estar humano.

A literatura quase sempre nos mostra a juventude como os anos mais feli-zes da vida. No campo da saúde, o período assinala o estágio provavelmente mais sadio, mais livre de riscos de adoecer, em relação aos outros. As pessoas mais velhas esperam muito dos jovens e os políticos dizem que neles está a esperança de dias melhores. O jovem é visto como um indivíduo pleno de vigor e de ideais. E a juventude deve ser, realmente, a melhor fase da vida para muitas pessoas pois muitos idosos sentem saudades dela.

Mas um período tão importante da vida pode ser muito mal aproveitado. Dependendo de como o jovem e as outras pessoas encarem a juventude, tra-balhem com ela, esse período poderá ser o mais infeliz e conturbado da exis-tência, deixando cicatrizes profundas para o resto da vida.

Assim esse período tão feliz da vida pode tornar-se o mais triste, quando ao jovem não é propiciado amor e compreensão de que ele necessita ou quan-do ele mesmo não aprendeu a amar e compreender o munquan-do e as pessoas ao seu redor. Pode ser um período onde, por despreparo ou por motivações in-conscientes, o jovem se expõe ao risco de adoecer, acidentar-se ou até mesmo de morrer ou ficar inválido para sempre. Pode ser um período onde o jovem, por seu idealismo e romantismo, mas ainda inseguro em seus valores, seja arrastado por ideologias políticas ou religiosas extremistas que o fazem tri-lhar um caminho de fanatismo, violência e destruição. Pode ser um período em que ele fuja da vida através dos tóxicos ou apresente comportamento contraditório, misturando, aos seus pensamentos idealísticos, o egoísmo e a intolerância, principalmente em relação aos valores do passado e às pessoas mais idosas. Além disso, apresentar, devido à sua sensibilidade à flor da pele, comportamento extremamente instável.

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na ânsia de viver, também, tudo o mais rapidamente possível, como se a ma-turidade e a velhice os impedissem de realizar seus desejos ou venha a ser um período muito ruim. Eles esquecem, entretanto, que nenhum período, da vida, em tese, é melhor que o outro. Cada um, bem vivido, pode tornar-se o melhor — é só a pessoa querer; não há barreiras constituídas pela idade para viver novas emoções, sonhar, trilhar novos caminhos e contribuir para um mundo melhor. Estão aí os exemplos de idosos que contribuíram muito para a humanidade, após sexagenários: Charles Chaplin, Bertrand Russel, Cora Coralina, Oswaldo Cruz. Que se pode ser jovem, ainda, até morrer. E só não perder o idealismo, o romantismo mas, ao mesmo tempo ter a visão amadu-recida e de si mesmo; sentir sempre a necessidade de mudanças e participar delas substituindo o velho pelo novo mas sem violência e destruição desme-didas; sentir-se e ser livre, isto é, não importar-se com quanto seus pensa-mentos ou ações possam ou não agradar aos outros; confiar mais na própria razão e experiência como guia para estabelecimento de normas morais de vida do que submeter-se emocionalmente a normas autoritárias irracionais; não acovardar-se diante das dificuldades ou barreiras e renunciar, se necessá-rio, ao conforto, às vantagens, à segurança ou aos apegos no momento em que precisar mudar ou trilhar novos rumos; manter equilíbrio expressional e cuidado adequado do corpo, da mente e do espírito; viver, sempre, o dia a dia e aproveitar cada período da vida, para aprender e produzir, sem fi-xar-se ao passado e sem medo do futuro. E será, sempre, até morrer, um jo-vem, porque será sempre, cada dia, um homem novo.

Referências

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