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POESIAS INFANTIS. Meia-Noite. O filho: A mãe:

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Academic year: 2021

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POESIAS INFANTIS

OLAVO BILAC

“Poesias infantis”

O Sol

Salve, Sol glorioso! Ao teu clarão fecundo, A natureza canta e se extasia o mundo.

Que tristeza, que dó, quando desapareces!

Vens, e a terra estragada e feia reverdeces;

Abres com o teu calor as sebes perfumadas;

Dás flores ao verdor das moitas orvalhadas;

Os ninhos aquecendo, as gargantas das aves Dás gorjeios de amor, e harmonias suaves;

E, cintilando sobre os tufos de verdura, Em cada ramo põe uma fruta madura.

A noite é como a morte; o dia é como a vida.

Ó Sol, quando te vais, a alma vaga perdida...

Os pensamentos mais são os filhos da treva:

Fogem, quando a brilhar, no horizonte se eleva O Sol, pai do trabalho, o Sol, pai da alegria...

Salve, anúncio da Vida, e portador do Dia!

A boneca

Deixando a bola e a peteca,

Com que inda há pouco brincavam, Por causa de uma boneca,

Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira: “É minha!”

— “É minha!” a outra gritava;

E nenhuma se continha, Nem a boneca largava.

Quem mais sofria (coitada!) Era a boneca. Já tinha Toda a roupa estraçalhada, E amarrotada a carinha.

Tanto puxavam por ela,

Que a pobre rasgou-se ao meio, Perdendo a estopa amarela Que lhe formava o recheio.

E, ao fim de tanta fadiga, Voltando a bola e a peteca, Ambas, por causa da briga, Ficaram sem a boneca...

Meia-Noite

O filho:

Ó Mamãe! quando adormecem Todos, num sono profundo, Há mesmo almas do outro mundo, Que aos meninos aparecem?

A mãe:

Não creias nisso! É tolice!

Fantasmas são invenções Para dar medo aos poltrões:

Não houve ninguém que os visse.

Não há gigantes nem fadas, Nem gênios perseguidores, Nem monstros aterradores, Nem princesas encantadas!

As almas dos que morreram Não voltam à terra mais!

Pois vão descansar em paz Do que na terra sofreram.

Dorme com tranqüilidade!

— Nada receia, meu filho, Quem não se afasta do trilho Da Justiça e da Bondade.

A Infância

O berço em que, adormecido, Repousa um recém-nascido, Sob o cortinado e o véu, Parece que representa, Para a mamãe que o acalenta, Um pedacinho do céu.

Que júbilo, quando, um dia, A criança principia,

Aos tombos, a engatinhar...

Quando, agarrada às cadeiras, Agita-se horas inteiras Não sabendo caminhar!

Depois, a andar já começa, E pelos móveis tropeça, Quer correr, vacila, cai...

Depois, a boca entreabrindo, Vai pouco a pouco sorrindo, Dizendo: mamãe... papai...

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2 Vai crescendo. Forte e bela,

Corre a casa, tagarela, Tudo escuta, tudo vê...

Fica esperta e inteligente...

E dão-lhe, então, de presente Uma carta de A. B. C...

CECÍLIA MEIRELES

“Ou isto ou aquilo”

Bolhas

Olha a bolha d’água no galho!

Olha o orvalho!

Olha a bolha de vinho na rolha!

Olha a bolha!

Olha a bolha na mão que trabalha!

Olha a bolha de sabão na ponta da palha:

brilha, espelha e se espalha.

Olha a bolha!

Olha a bolha que molha a mão do menino:

a bolha da chuva da calha!

Leilão de jardim Quem me compra um jardim

com flores?

borboletas de muitas cores, lavadeiras e pas-

sarinhos, ovos verdes e azuis

nos ninhos?

Quem me compra este ca- racol?

Quem me compra um raio de sol?

Um lagarto entre o muro e a hera,

uma estátua da Pri- mavera?

Quem me compra este for- migueiro?

E este sapo, que é jar- dineiro?

E a cigarra e a sua canção?

E o grilinho dentro do chão?

(Este é o meu leilão!)

A bailarina Esta menina tão pequenina quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá

mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si, mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu e diz que caiu do céu.

Esta menina tão pequenina quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,

e também quer dormir como as outras crianças.

O mosquito escreve O Mosquito pernilongo trança as pernas, faz um M, depois, treme, treme, treme, faz um O bastante oblongo, faz um S.

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3 O mosquito sobe e desce.

Com artes que ninguém vê, faz um Q,

faz um U e faz um I.

Esse mosquito esquisito cruza as patas, faz um T.

E aí, se arredonda e faz outro O, mais bonito.

Oh!

já não é analfabeto, esse inseto,

pois sabe escrever o seu nome.

Mas depois vai procurar alguém que possa picar,

pois escrever cansa, não é, criança?

E ele está com muita fome.

O menino azul

O menino quer um burrinho para passear.

Um burrinho manso, que não corra nem pule, mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho que saiba dizer

o nome dos rios,

das montanhas, das flores,

— de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho que saiba inventar histórias bonitas com pessoas e bichos

e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo que é como um jardim apenas mais largo e talvez mais comprido e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses, pode escrever

para a Ruas das Casas, Número das Portas,

ao Menino Azul que não sabe ler.)

As meninas Arabela abria a janela.

Carolina erguia a cortina.

E Maria olhava e sorria:

"Bom dia!"

Arabela

foi sempre a mais bela.

Carolina

a mais sábia menina.

E Maria Apenas sorria:

"Bom dia!"

Pensaremos em cada menina que vivia naquela janela;

uma que se chamava Arabela, outra que se chamou Carolina.

Mas a nossa profunda saudade é Maria, Maria, Maria,

que dizia com voz de amizade:

"Bom dia”

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...

e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.

(4)

4 Uma palmada bem dada

É a menina manhosa Que não gosta da rosa, Que não quer a borboleta Porque é amarela e preta, Que não quer maçã nem pera Porque tem gosto de cera, Porque não toma leite Porque lhe parece azeite, Que mingau não toma Porque é mesmo goma, Que não almoça nem janta porque cansa a garganta, Que tem medo do gato E também do rato, E também do cão E também do ladrão, Que não calça meia Porque dentro tem areia Que não toma banho frio Porque sente arrepio, Que não toma banho quente Porque calor sente

Que a unha não corta Porque fica sempre torta, Que não escova os dentes Porque ficam dormentes Que não quer dormir cedo Porque sente imenso medo, Que também tarde não dorme Porque sente um medo enorme, Que não quer festa nem beijo, Nem doce nem queijo.

Ó menina levada, Quer uma palmada?

Uma palmada bem dada Para quem não quer nada!

O eco

O menino pergunta ao eco onde é que ele se esconde.

Mas o eco só responde: “Onde? Onde?”

O menino também lhe pede:

“Eco, vem passear comigo!”

Mas não sabe se o eco é amigo ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer:

“Migo.”

PEDRO BANDEIRA

“Mais respeito, eu sou criança”

Mais respeito, eu sou criança!

Prestem atenção no que eu digo, pois eu não falo por mal:

os adultos que me perdoem, mas ser criança é legal!

Vocês já esqueceram, eu sei.

Por isso eu vou lhes lembrar:

pra que ver por cima do muro, se é mais gostoso escalar?

Pra que perder tempo engordando, se é mais gostoso brincar?

Pra que fazer cara tão séria, se é mais gostoso sonhar?

Se vocês olham pra gente, é chão o que veem por trás.

Pra nós, atrás de vocês,

há o céu, há muito, muito mais!

Quando julgarem o que eu faço, olhem seus próprios narizes:

lá no seu tempo de infância, será que não foram felizes?

Mas se tudo o que fizeram já fugiu de sua lembrança, fiquem sabendo o que eu quero:

mais respeito, eu sou criança!

O que eu vou ser quando crescer?

Por que me perguntam tanto, o que eu vou ser quando crescer?

O que eles pensam de mim

(5)

5 é o que eu queria saber!

Gente grande é engraçada!

O que eles querem dizer?

Pensam que eu não sou nada?

Só vou ser quando crescer?

Que não me venham com essa, pra não perder o latim.

Eu sou um monte de coisas e tenho orgulho de mim!

Essa pergunta de adulto é a mais chata que há!

Por que só quando crescer?

Não vou esperar até lá!

Eu vou ser quem eu já sou neste momento presente!

Vou continuar sendo eu!

Vou continuar sendo gente!

O grande herói A história de um herói, hoje eu quero lhes contar.

É um homem destemido, quando é hora de lutar!

É um herói que salva todos no incêndio lá do hotel.

Ele enfrenta até leão, tigre, onça e cascavel!

É um soldado corajoso, na defesa nacional.

Não tem medo de injeção, muito menos de hospital!

Você pode acreditar

em tudo o que eu estou falando:

esse herói sempre sou eu, toda vez que estou sonhando!

Os meus errinhos

Está bem, eu confesso que errei.

Eu errei, está bem, me dê zero!

Me dê bronca, castigo, conselho.

Mas eu tenho o direito de errar.

Só o que eu peço é que saibam que eu necessito errar.

Se eu não errar vez por outra, como é que eu vou aprender

como se faz pra acertar?

Pais, professores, adultos também já erraram à vontade, já fizeram sujeira e borrão.

Ou vai dizer que a borracha surgiu só nesta geração?

Vocês, que errando aprenderam, ouçam o que eu tenho a falar:

se até hoje cometem seus erros, só as crianças não podem errar?

Concordem, eu estou aprendendo.

Comparem meus erros com os seus.

Se já cometeram os seus erros, deixem-me agora com os meus!

Brancos e negros

Os brancos são muito diferentes dos negros.

Mas depende do branco e depende do negro.

Na minha caixa de lápis de cor, o branco não serve pra nada.

Só o preto é que serve para desenhar.

Por isso, os dois são muito diferentes.

Tem o giz e tem o carvão.

Eles são iguais.

Os dois servem pra desenhar.

Com o giz, a gente desenha na lousa.

Com o carvão, a gente desenha um bigode na cara do irmão,

para a festa de São João.

Nesse negócio de música, Antigamente não tinha branco.

Só tinha preto,

porque música morava em disco e todos os discos antigos

eram pretos .

Não tinha disco branco.

O papel é branco.

Papel preto é chamado carbono e copia por baixo

tudo o que a gente escreve por cima.

A noite é preta,

mas o dia não é branco.

O dia é azul.

Então o preto da noite é só da noite.

Não é igual nem diferente de nada.

O leite é branco e o café é preto.

De café eu não gosto, Também não gosto de leite,

(6)

6 quando ele está branco.

Prefiro misturar com chocolate.

Aí o leite fica marrom.

Marrom como a minha amiga.

Outro dia me disseram que ela é negra, mas ela é marrom.

Eu estou com raiva dela, porque ela tirou

uma nota melhor que a minha na prova do mês.

Mas eu não quero ser diferente dela.

Vou estudar bastante.

Na próxima prova, eu e ela

vamos ficar iguais.

É tudo tão complicado!

Por que tudo neste mundo É feito pra complicar?

Por que é que a sobremesa Não vem antes do jantar?

Por que o recreio é tão curto E a aula tão comprida?

Por que é que todos querem Complicar a minha vida?

A razão de tudo isso Acho que eu já descobri:

Todo o mundo se aproveita Porque ainda não cresci.

Mas esperem só um pouco, Até que eu tenha crescido, Porque eu vou fazer o mundo Muito, muito divertido!

Nesse mundo, os adultos é que vão perguntar “por quê?”

E as crianças, só de farra, não vão querer responder!

Ao meu irmãozinho Querido irmãozinho,

Me disseram que você vai nascer.

Não sei que ideia foi essa de você resolver nascer.

E logo na minha casa!

Mas também me disseram que não adianta eu reclamar,

pois você vai nascer mesmo e pronto.

Pelo jeito você é um teimoso,

e não há nada que possa fazer você mudar de ideia.

Mas comigo não adianta teimar.

A teimosa aqui sou eu!

Desde já, é bom ficar sabendo de algumas coisinhas:

nesta família, o lugar de criança é meu e muito meu.

Colo de pai, colo de mãe e colo de avó só pode ser ocupado

se eu não estiver querendo colo.

De noite, quando o papai conta histórias, você pode escutar, se quiser,

mas essas histórias são minhas, viu?

Outro ponto importante são os meus brinquedos.

Neles, você não pode mexer,

nem se eu não estiver por perto, está entendendo?

Fique lá com os seus chocalhos

e bonequinhos de apitar-quando-se-aperta, e tire o olhão de cima dos meus brinquedos.

Comigo não adianta chorar, pois eu sei chorar muito melhor.

Para falar a verdade, esse negócio de choro tem as suas vantagens:

quando papai vier brigar com você,

por alguma coisinha que você fizer de errado, comece logo a chorar.

Daí ele fica com pena e para de brigar.

Pai é assim:

a gente engana fácil, fácil!

Nós dois precisamos nos aliar.

Vai ter algumas vezes

que eu vou fazer alguma coisa errada e vou dizer que foi você.

Nesse caso, chore logo,

não diga nada, e nós dois nos livramos do castigo.

Você vai nascer muito pequeno e bobinho, eu sei.

Mas pode deixar que eu ensino as coisas da vida pra você.

Você precisa ter paciência com os adultos.

Eles são muito complicados!

Custam a entender coisas tão simples

que qualquer criancinha compreende na hora.

Para lidar com eles, pode contar comigo.

E, por fim, tem uma coisa:

trate de gostar de mim, porque eu vou gostar de você.

Quanto bicho no Brasil Tem a onça e o veado, tem também tamanduá.

Tem a anta, tem a paca, papagaio e carcará.

Tem mico-leão-dourado, tem calango e jabuti, ararinha-azul pequena e o meu cachorro Tupi.

Dizem que essa bicharada pode desaparecer.

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7 Que perigo, vejam só!

Eu já sei o que fazer:

esses bichos são bonitos e precisam de carinho.

Vou tomar muito cuidado e esconder meu cachorrinho!

VÁRIOS AUTORES A porta

Sou feita de madeira Madeira, matéria morta Não há nada no mundo Mais viva que uma porta Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinheira Eu abro de supetão Pra passar o capitão Eu fecho a frente da casa Fecho a frente do quartel Eu fecho tudo no mundo Só vivo aberta no céu!

(Vinícius de Moraes)

As borboletas Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas.

Borboletas brancas São alegres e francas.

Borboletas azuis Gostam muito de luz.

As amarelinhas São tão bonitinhas!

E as pretas, então...

Oh, que escuridão!

(Vinícius de Moraes)

O direito das crianças Toda criança no mundo Deve ser bem protegida Contra os rigores do tempo Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome Criança tem que ter lar Ter saúde e não ter fome Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer Nem questão de concordar Os diretos das crianças Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção Direito de não ter medos Direito a livros e a pão Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem O direito de sorrir.

Correr na beira do mar, Ter lápis de colorir…

Ver uma estrela cadente, Filme que tenha robô, Ganhar um lindo presente, Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador, Fazer bolha de sabão, Sorvete, se faz calor, Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly, Ver mágico de cartola, O canto do bem-te-vi, Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela Ser tratada com afeição Ser alegre e tagarela Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas, Montar um jogo de armar, Amarelinha, petecas, E uma corda de pular.

(Ruth Rocha)

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8 A Centopeia

Quem foi que primeiro teve a ideia

de contar um por um os pés da centopeia?

Se uma pata você arranca será que a bichinha manca?

E responda antes que eu esqueça se existe o bicho de cem pés

será que existe algum de cem cabeças?

(Marina Colasanti)

Canção para ninar dromedário Drome, drome

Dromedário As areias Do deserto Sentem sono, Estou certo.

Drome, drome Dromedário

Fecha os olhos O beduíno, Fecha os olhos, Está dormindo.

Drome, drome Dromedário O frio da noite Foi-se embora, Fecha os olhos Dorme agora.

Drome, drome Dromedário Dorme, dorme, A palmeira, Dorme, dorme, A noite inteira.

Drome, drome Dromedário

Foi-se embora O cansaço E você dorme No meu braço.

Drome, drome Dromedário Drome, drome Dromedário Drome, drome Dromedário.

(Sérgio Capparelli)

Borboletário

Já pensou em viver na pele de outra criatura?

E se você fosse uma borboleta? E seus amigos também? No Borboletário é assim! Você entra numa cápsula em forma de ovo. À sua direita, há uma tela para inserir seus dados: se é menino ou menina, quantos anos tem. A cápsula se fecha e você vai viver os estágios pelos quais uma borboleta passa até chegar ao que seria o correspondente à sua idade humana.

Lá dentro, você começa a se sentir como uma larva, depois seu corpo vai se modificando, as antenas saem de sua cabeça, as patinhas despontam, as asas vão se formando, até chegar a hora do banho de cor, que fará de você uma beleza de borboleta.

Passado um tempo, sinta suas asas se descolarem e a cápsula, como um casulo, vai se quebrando; quando abrir os olhos, estará num jardim florido – a cidade das borboletas!

Você vai voar de uma flor a outra, viajar até as árvores, sugar o néctar das frutas, pousar no dedo das pessoas. E, claro, fazer amizade com outras borboletas. Borboleta-asas-de-vidro, borboleta-folha, borboleta-zebra, borboleta-esmeralda, borboleta- pavão, borboleta-branca, são muitas as espécies no computador do Borboletário. Qual delas será a sua?

Você é quem escolhe.

Existem também borboletas assustadoras!

Imagine você passeando e, de repente, dá de cara com uma mariposa, uma borboleta bruxa, uma traça, uma borboleta-coruja – que susto! Mas, se você se tornar uma delas, vai querer assustar as outras que voam ali, não vai? Só que, depois de alguns minutos, vai se desborboletar e ser novamente você. Com uma diferença: sua vida ganhou as asas de uma nova experiência.

(João Anzanello Carrascoza. In: Parque encantado)

Referências

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