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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE LOANDA, PARANÁ.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE LOANDA, PARANÁ.

AUTOS Nº: 0003310-37.2021.8.16.0105 AUTOR: CICERO TENÓRIO DE ANDRADE

RÉU: BANCO BRADESCO S.A. e BRADESCO VIDA E PREVIDÊNCIA S.A.

BANCO BRADESCO S.A., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Cidade de Deus, Município e Comarca de Osasco/SP, inscrita no CNPJ/MF sob n.º 60.746.948/0001-12, endereço eletrônico 4785.advogados@bradesco.com.br e intimacoes@vp.adv.br, e BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S/A, pessoas jurídicas de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n.º 051.990.695/0001-37, localizada na Avenida Alphaville, nº. 779, 10º andar, sala 1002 (Lado B), Bairro Empresarial 18 do Forte, Barueri – SP, CEP: 06.472-900, vem perante Vossa Excelência, respeitosamente, por seus advogados, expor e ao final requerer o que segue:

A parte Ré pugna pela RECONSIDERAÇÃO DO DESPACHO que deferiu a tutela antecipada, sob aplicação de multa diária em caso de descumprimento.

Não concordando com a presente decisão, pugna pela reconsideração do despacho. Com relação a multa diária estipulada por descumprimento é abusiva, pois o prazo estipulado para cumprimento da obrigação é muito curto.

A multa de cinco vezes o valor de cada cobrança (R$ 318,40), SEM QUALQUER limitação é totalmente exorbitante, bem como, houve concessão de apenas 5 dias para cumprimento.

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A multa faz-se totalmente descabida, visto que o autor sequer comprovou qualquer desconto ocorrido, não juntou extrato de sua própria conta comprovando o mesmo, apenas a liberação do valor do empréstimo.

Sem falar no atual momento em que vivemos da pandemia COVID-19, que está atrasando todos os procedimentos internos do banco.

Araken de Assis1 - eminência no direito brasileiro ensina que a multa diária, a astreinte, surgida no século XVIII, trazida do direito jurisprudencial francês para o direito brasileiro, por necessidade de o credor ter o seu crédito satisfeito por parte do devedor, é caracterizada pelo “exagero do algarismo”.

Admite o doutrinador que face o “exagero do algarismo, (...) busca-se a criação de um tipo genérico e adequado para o crime de desobediência às ordens judiciais”. Assim, ao tratar do instituto da astreinte, o doutrinador tanto reconhece a sua eficácia, como também reconhece o exagero que esta eficácia pode trazer, em casos, por exemplo, como o que agora se apresenta.

O nobre julgador a quo concedeu prazo de apenas 5 dias para que o banco cumpra, sendo que o mesmo é sobrecarregado com obrigações de fazer, motivo pelo qual a multa aplicada é abusiva diante desta impotência de cumprir a obrigação de fazer no exato momento em que foi deferida, sendo necessário a concessão de prazo para viabilizar o respectivo cumprimento e diligencias internas .

Excelência, o banco é sobrecarregado com diversas obrigações de fazer impostas judicialmente. Ocorre que o cumprimento destas obrigações tem um FLUXO a ser cumprido, devendo ser concedido um prazo para o devido cumprimento.

No tocante a prazo razoável para cumprimento de obrigação, tem-se o posicionamento da jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZATÓRIA. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA.

NECESSIDADE DE FIXAÇÃO DE PRAZO RAZOÁVEL PARA O CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER ESTABELECIDA.

INSTITUTO DE NATUREZA COERCITIVA E NÃO INDENIZATÓRIA.

Dos autos verifica-se que os encargos da execução do contrato pertinentes ao recorrente não devem ser transferidos ao consumidor, sobretudo considerada a quitação do débito. Do contrário, estariam

1 ASSIS, Araken de. Da Execução de Alimentos e Prisão do Devedor. 6. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, págs.

95-96.

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violadas a função social do contrato e a vedação do enriquecimento sem causa do credor. Assim a tutela de urgência deve ser parcialmente mantida, tendo em vista que houve o pagamento do saldo devedor e de o imóvel encontrar-se pronto para habitação, sem que houvesse justificativa para a demora na entrega. Quanto à multa fixada, o que se quer é que a decisão seja cumprida, de maneira que na sua fixação deve-se observar prioritariamente a obrigação em jogo e a força econômica do obrigado, pois do contrário, descumprirá ele a decisão judicial. Não se quer o pagamento da multa, mas sim o cumprimento da decisão judicial. O aspecto temporal cumpre seu papel, também, para efeito de pressionar o obrigado a honrar diligentemente a tutela de urgência, sob pena de relega-la ao plano da ineficácia. De fato, considerada a peculiaridade dos deveres anexos ao cumprimento da obrigação, o prazo de 5 dias estabelecido faria com que obrigação já nasce ineficaz. O que se pretende com as medidas coercitivas é que o obrigado tenha um prazo razoável para cumprir a obrigação, sob pena de converter a sua finalidade. Recurso parcialmente provido.

(TJ-RJ – AI: 00527719120168190000, Rio de Janeiro, Capital, 2ª Vara Cível, Relator: Marcos Alcino de Azevedo Torres, Data de julgamento: 01/02/2017, Vigésima Sétima Câmara Cível Consumidor, Data de publicação: 06/02/2017). (grifou-se)

Informa-se que o cumprimento da obrigação já foi solicitado junto ao banco, aguardando somente o documento que comprova o cumprimento da obrigação imposta.

Diante do exposto, respeitosamente, o Réu pugna pela concessão de prazo para comprovação de cumprimento da obrigação de fazer, sendo concedido o prazo de 30 (trinta) dias.

EVIDENTE EXCESSO DA MULTA COMINADA A EVENTUAL DESCUMPRIMENTO.

ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA A SER DESDE LOGO COARCTADO. INCIDÊNCIA DO ART. 461, § 6º, DO CPC, E DOS ARTS. 412 E 413, CC/2002, E DO ART. 920, DO CC/1916.

AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO DE PRAZO RAZOÁVEL.

De qualquer modo, e em atenção à eventualidade regente do processo, importa anotar que, ainda quando ad argumentandum houvesse ocorrido descumprimento de ordem judicial, nem assim poderia a pretensão, a título de multa, não ter qualquer limitação de sua incidência.

E cuida-se, nesse ponto, de questão de ordem pública, a ser acertada já desde antes do início de qualquer execução

De acordo com o art. 461, § 6º, do CPC, e dos arts. 412 e 413, CC/2002, e do art. 920, do CC/1916, o valor da cominação não pode jamais exceder o da

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obrigação principal e ao juiz se impõe o poder-dever de equitativamente reduzir o valor da multa.

Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO QUE OBSTA RECURSO ESPECIAL. CONTRADIÇÃO NÃO CONFIGURADA. PROPÓSITO INFRINGENTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL.

OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. EXECUÇÃO DE MULTA DIÁRIA.

VALOR EXCESSIVO. REDUÇÃO E LIMITAÇÃO DO VALOR.

POSSIBILIDADE.

I. É possível a redução das astreintes, sem importar em ofensa à coisa julgada, fixadas fora dos parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade ou quando se tornar exorbitante, limitando-se o total devido a tal título, para evitar o enriquecimento ilícito.

II. O objetivo das astreintes é o cumprimento do decisum e não o enriquecimento da parte.

III. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, sendo negado provimento a este."

(STJ, 4ª Turma, AgRg-Ag n. 1.257.122/SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, unânime, DJe de 17.09.2010)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO

REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MULTA DIÁRIA.

REDUÇÃO. LIMITAÇÃO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL.

POSSIBILIDADE.

PRECLUSÃO. INEXISTÊNCIA. RECURSO ESPECIAL. JUÍZO DE PRELIBAÇÃO. SÚMULA N. 182-STJ.

INAPLICABILIDADE, NA HIPÓTESE.

I. "É possível a redução das astreintes fixadas fora dos parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade, fixada a sua limitação ao valor do bem da obrigação principal, evitando-se o enriquecimento sem causa." (4ª Turma, REsp 947466/PR, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJe 13/10/2009)

II. "Esta Corte já decidiu que o artigo 461, § 6º, do Código de Processo Civil permite que o magistrado altere o valor da multa quando este se tornar insuficiente ou excessivo, mesmo depois de transitada em julgado a sentença. Aplicável, portanto, à espécie, o óbice da Súmula 83 desta Corte." (3ª Turma, AgRg no Ag 1147543/MG, Rel. Min. Sidnei Beneti, DJe 05/08/2009)

III. Agravo regimental desprovido.

(STJ, 4ª Turma, AgRg no Ag 1143766/SP, Rel.

Min. Aldir Passarinho Junior, DJe 10/12/2010)

Requer-se seja afastada a multa por eventual cobrança indevida, ou então minorada para R$ 50,00, limitada a R$ 500,00 sob pena de caracterizar enriquecimento ilícito da outra parte.

DO PLEITO DE TUTELA ANTECIPADA.

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DA AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS PARA DEFERIMENTO DE TUTELA ANTECIPADA. NECESSIDADE DE REVOGAÇÃO DA LIMINAR.

A parte autora alega que estão presentes os requisitos para concessão de medida liminar, qual seja, que a parte ré providencie a suspensão da cobrança aqui discutidos.

Porém, houve regular contratação, a parte autora escolheu o serviço.

Dessa forma, a autora sequer comprova os pressupostos autorizadores da concessão da tutela antecipada, prevista no artigo 300 do Código de Processo Civil, que fala da necessidade de prova inequívoca para a concessão da antecipação da tutela.

Para a concessão da tutela antecipada é necessária a comprovação de dois fatores, o primeiro refere-se a fumaça do bom direito e o perigo de dano irreparável, porém no caso em tela, não se verifica tal circunstância.

Verifica-se, não há no processo os dois pressupostos necessários para a concessão da tutela antecipada, vez que a parte autora nem mesmo comprova o dano irreparável ou de difícil reparação que justifique a necessidade da medida.

Assim se indaga, qual o periculum in mora, neste caso?

Dessa forma, deve Vossa Excelência indeferir o pedido de tutela antecipada, pois não se encontram presentes os requisitos previstos no artigo 300 do CPC, conforme razões supra.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO

Diante do exposto, e de tudo o mais que dos autos consta, REQUER-SE:

a) quanto ao mérito, requer-se a reconsideração da decisão reconhecendo o excesso da multa e a necessidade de afastamento da mesma.

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b) Indeferir o pedido de tutela provisória;

c) seja concedido prazo de 30 dias para o cumprimento da obrigação imposta;

REQUER-SE, ainda, para fins de controle das comunicações judiciais em âmbito nacional, que o cadastro no sistema do Judiciário, intimações, atos e termos do presente processo referentes à parte ora peticionária sejam realizados, sempre conjunto e exclusivamente, em nome dos advogados Gerson Vanzin Moura da Silva, OAB/PR 19.180, Jaime Oliveira Penteado, OAB/PR 20.835 e da sociedade Vanzin e Penteado Advogados, OAB/PR nº 370.

N. Termos, P. Deferimento.

LOANDA , 18 de outubro de 2021.

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