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AS DIFICULDADES DOS ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE CAUCAIA NA COMPREENSÃO DE TEXTOS

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

CAMILA DE ALMEIDA SILVA

(2)

2011

CAMILA DE ALMEIDA SILVA

(3)

obtenção do grau de licenciada em Pedagogia.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Paula de Medeiros Ribeiro

(4)

S579d Silva, Camila de Almeida.

As dificuldades dos alunos do 5° ano do ensino fundamental da rede pública de Caucaia na compreensão de textos / Camila de Almeida Silva. – 2011.

57 f. : il. color.; 30cm.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Faculdade de Educação, Curso de Pedagogia , Fortaleza, 2011.

Orientação: Profa. Dra. Ana Paula de Medeiros Ribeiro. 1. Leitura. 2. Avaliação Educacional. 3. Mediação. I. Título.

(5)

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

AS DIFICULDADES DOS ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE CAUCAIA NA COMPREENSÃO DE TEXTOS

Autora: Camila de Almeida Silva

Monografia defendida e aprovada em ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Profa. Dra. Ana Paula de Medeiros Ribeiro (Orientadora e Presidente da Banca)

Universidade Federal do Ceará - UFC

_______________________________________________

Profa. Dra. Maria Cilvia Queiroz Farias – UFC

_______________________________________________

(6)

essa vitória, ajudaram-me a trilhar o caminho

que me levou até ela, incentivaram-me a

superar os obstáculos e me deram o privilégio

de partilhar essa conquista e tiveram ao meu

lado durante todos esses anos de minha vida.

Com todo carinho e amor, meu muito

(7)

Existem várias situações em nossas vidas em que é fundamental contar com o apoio e a

ajuda de algumas pessoas. Para realizar este trabalho de conclusão de curso, obtive o apoio de

várias pessoas. E é para essas pessoas que prestarei os meus sinceros agradecimentos.

Primeiramente a Deus, que me proporciona momentos maravilhosos em minha vida e,

nos momentos em que mais preciso, Ele está ao meu lado.

À minha família: meus pais José Valdeci e Doriane Maria e à minha irmã Irla Almeida,

que sempre estiveram ao meu lado dando todo o apoio necessário e palavras de conforto nas

horas que mais foi preciso no decorrer de todos esses anos da graduação. Outrossim, nos bons

e ruins momentos, nos felizes e nos infelizes, agradeço por fazerem parte e estarem sempre

presentes em minha vida.

À professora Ana Paula de Medeiros, orientadora deste trabalho, que com seus

conhecimentos, atenção, compreensão e com muito carinho, me permitiu finalizar este

trabalho e me sentir mais preparada para seguir em frente, minha grande admiração.

À professora Ana Elisabeth, a qual começou a orientação deste trabalho, e que,

infelizmente, por motivos de força maior, não pôde continuar a me orientar.

Às minhas grandes amigas Camila Marques, Cíntia Sales, Daniela Almeida, Angélica

Carvalho e Emanuela Alcântara, que com a amizade que perpassou os muros da UFC e que

com certeza será para todo o sempre e que além disso, fizeram e fazem dos meus dias mais

felizes nos nossos encontros e desencontros, na presença e ausência de todas elas e que a

partir de agora todas nós seguiremos caminhos diferentes, porém, os laços de amizade se

entrelaçam para sempre.

À minha prima Silviane Goés pelo compromisso de me ajudar da forma que pôde durante

este ano de conclusão de curso se disponibilizando nas suas poucas horas vagas a me dar

dicas e idéias de como melhorar o meu trabalho.

À minha prima Liana Gadelha e tia Socorro Gadelha, que no momento de minha pesquisa,

me acolheram em sua casa, me dando todo conforto e atenção necessários para o desempenho

do meu trabalho.

Às duas grandes amigas de anos, Cláudia Patrícia, que acima de tudo foi quem me ajudou

(8)

orientando da melhor forma possível e pelos conselhos que enriqueceram o presente trabalho.

À minha amiga Ana Paula Duarte que com seu apoio e dedicação me ajudou na pesquisa

de campo, conseguindo disponibilidade da escola em aceitar a pesquisa.

À Escola Augusto César Silva Sales, e ao seu núcleo gestor, que abriram os portões da

Instituição e com seus préstimos e acolhimento me ajudaram a desempenhar uma pesquisa de

campo sólida.

À Universidade Federal do Ceará e a Faculdade de Educação que me mostrou novos

caminhos, e acrescentou a cada dia o “conhecimento” necessário que levarei para sempre

comigo, meu muito obrigado. Portanto, deixo registrado aqui, os meus préstimos, admiração e

(9)
(10)

O presente trabalho teve como principal objetivo investigar as dificuldades na interpretação

de textos dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública. A pesquisa em

questão caracterizou-se como um estudo qualitativo e quantitativo. Os procedimentos

metodológicos envolveram a coleta de dados a partir de um instrumento de avaliação da

leitura dos alunos, entrevista com a professora das turmas investigadas e observações de aulas

da disciplina de língua portuguesa. As análises dos dados revelaram que os alunos, embora já

estejam no 5º ano, ainda apresentam dificuldades nas habilidades mais elementares da leitura,

como decodificar, compreender, interpretar e reter. Entretanto, verificou-se que o trabalho

pedagógico da professora envolvendo o desenvolvimento da leitura apresentou-se bastante

válido para os alunos, trazendo-lhes benefícios como a compreensão da realidade em que os

educandos encontram-se inseridos, sendo essencial e dando suporte para o estudo de outras

áreas do conhecimento. Pôde-se concluir que a leitura sendo uma habilidade que desenvolve a

imaginação, a atenção, e o senso crítico estabelece uma relação entre o mundo da fantasia e o

da realidade, é algo imprescindível de se trabalhar cotidianamente na escola. Do contrário, os

alunos irão acumular dificuldades prejudicando, assim, o seu pleno desenvolvimento

intelectual.

(11)

The present work aimed to investigate the difficulties in the students’ reading interpretation of

the 5th level of elementary school in a public institution. The research in question was

characterized as a qualitative and quantitative study. The methodological

procedures involved the collection of data from an instrument for measuring students' reading,

interview with the teacher of the investigated classes and observations of classes in the

discipline of the Portuguese language. The data analysis revealed that students, though they

are now in 5th level, still have difficulties in the most basic reading skills like how to decode,

comprehend, interpret and retain. However, it was verified that the teacher's pedagogical

work involving the development of reading brought forward quite valid for the students,

bringing them benefits such as the reality’s comprehension in which

students are placed, being essential for and giving support to the study of other disciplines. It

was concluded that reading is a skill that develops the imagination, attention and the critical

sense establish a relationship between the world of fantasy and reality, is

something essential to work in school daily routine. Otherwise, students will

accumulate difficulties and thus impair its full intellectual development.

(12)

INTRODUÇÃO... 10

2 LEITURA: O ENSINAR A LER ...13

2.1 O Que é leitura ...13

2.2 A leitura e a mediação do outro ...16

2.3 A importância social da leitura ...20

3 AS AVALIAÇÕES DA APRENDIZAGEM ESCOLAR ...23

3.1 A avaliação educacional ...23

3.1.1 O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA ...24

3.1.2 O SAEB ...25

3.1.3 Os sistemas estaduais de avaliação ...27

4 METODOLOGIA... 31

4.1 A escola... 31

4.2 Os sujeitos ...32

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...33

5.1 As coleta de dados3...3

5.2 A entrevista ...34

5.3 A avaliação da leitura dos alunos ...38

6 CONCLUSÃO ... 41

REFERÊNCIAS ... 43

ANEXOS ...45

(13)

INTRODUÇÃO

A leitura é fundamental para o desenvolvimento intelectual do ser humano. Uma

leitura com compreensão representa a oportunidade de ampliar a consciência e, por

conseguinte, a visão de mundo. A leitura se configura como uma ferramenta eficaz nos

processos de aprendizagem, haja vista que, através da leitura, é possível criar uma série de

conceitos e significações acerca do objeto estudado.

Segundo Freire (1983, pag. 34), “A leitura, na nossa sociedade, é uma condição

para dar voz ao cidadão, e mais, é preciso prepará-lo para tornar-se sujeito no ato de ler”. O

livro e todos os portadores de texto, devem levar a uma leitura/interpretação da vida, que

ajude o indivíduo na transformação de si mesmo e do mundo. Nesse contexto, a leitura se

torna um valor básico para o dia-a-dia de todas as pessoas.

Começar a ler um livro nem sempre é uma tarefa fácil. Porém, basta ser instigado

por ele para que a leitura flua e cative por meio do imenso patrimônio cultural que é colocado

à disposição. Para dar conta do desafio de mostrar às crianças esse e outros sentidos que

envolvem o hábito de ler, formando assim verdadeiros leitores, há de se realizar um esforço

pedagógico qualitativo. A leitura, sendo elemento essencial para se adquirir conhecimento, é

um processo complexo que requer habilidades de quem ensina e de quem aprende.

Muitos professores de Língua Portuguesa apontam como situação grave a falta de

leitura e interpretação, uma vez que é motivo de reprovação naquela disciplina, bem como em

outras. Se nas séries iniciais do Ensino Fundamental, os alunos forem estimulados a ler, o

hábito e o gosto pela leitura podem ser desenvolvidos, auxiliando os alunos na assimilação e

na compreensão dos conteúdos em todas as disciplinas. No entanto, é fato que apesar de ser

uma prática indiscutivelmente importante por familiarizar o indivíduo com o texto, o hábito

da leitura nem sempre é tratado de forma adequada pela família nem pela escola, acarretando

sérias conseqüências para os estudantes, dificultando o seu desenvolvimento em outras

disciplinas e dificuldades em escrever determinadas situações em que são submetidos.

Tal assertiva pode ser comprovada pelo baixo desempenho dos alunos da

educação básica em Língua Portuguesa, fato este atestado nas avaliações em larga escala

como SAEB. Ademais, enquanto realizava a disciplina de estágio no ensino fundamental,

pude observar a existência de muitas dificuldades na leitura das crianças o que ocasionavam,

entraves na compreensão dos textos trabalhados em sala de aula. O estudo foi realizado em

(14)

Ao realizar o estágio do Ensino Fundamental e através de atividades propostas em

sala de aula pela professora, como também pelas estagiárias de sala, ficou latente a

necessidade de se investigar as questões relacionadas ao hábito da leitura. Nessas atividades

se evidenciaram problemas de interpretação de textos, ao qual foram atribuídas, a priori, à

ausência do hábito de ler. Constatou-se durante o estágio que pela falta deste hábito havia a

dificuldade de assimilação, de entendimento da idéia central dos textos, de expressão das

idéias através da escrita, havia uma certa dificuldade no uso do vocabulário e de figuras de

linguagem entre outros.

Portanto, a hipótese central desse estudo é que a falta do hábito da leitura, nesta

faixa de ensino, se apresenta como entrave no desenvolvimento da habilidade de compreensão

textual. Convém destacar que vários são os fatores que impedem uma boa interpretação dos

textos, os quais sejam a falta de interesse, do conhecimento do que quer ler, do despertar para

a leitura, da curiosidade, do incentivo e até da necessidade de se ler.

Com isso, tornou-se relevante a pesquisa em questão. Os resultados podem servir

para que os profissionais de educação sintam-se motivados e motivem os educandos para

desenvolver o gosto pela leitura, o hábito de ler e, acima de tudo, possam desenvolver

estratégias para auxiliar o desenvolvimento das habilidades de interpretação de textos.

É através da leitura que o aluno desperta para a interpretação dos fatos e ainda

sente-se estimulado para desenvolver a aprendizagem, posto que a leitura auxilia no

amadurecer do intelecto. A importância da interpretação de textos em sala de aula está voltada

em desenvolver um trabalho efetivo no sentido da formação do leitor independente, crítico e

reflexivo ampliando novos horizontes.

Este trabalho tem como objetivos principais os que se seguem abaixo.

Objetivo geral

Investigar quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos do 5º ano do

Ensino Fundamental no processo de compreensão de textos.

Objetivos específicos

 Analisar os mecanismos pedagógicos utilizados pelo professor para estimular e desenvolver nos alunos habilidades da compreensão dos textos.

(15)

Este trabalho está organizado em seis capítulos. O primeiro capítulo introduz o

tema a ser discutido no decorrer do trabalho, justificando sua relevância e mostrando seus

objetivos. O capítulo 2 sintetiza o que é leitura e traz alguns conceitos na visão de diversos

autores e como ela é importante na escola e na família, ou seja, sua importância social. No

capítulo 3, estão condensadas informações sobre as avaliações de desempenho dos alunos em

níveis internacional, nacional e estadual, interligando com o objetivo da pesquisa e com a sala

de aula em estudo (5º ano). O quarto capítulo traz a metodologia adotada para a consecução

da pesquisa. O capítulo 5 apresenta e discute os resultados e, por fim, o último capítulo traz as

(16)

2 LEITURA: O ENSINAR A LER

Ler é, basicamente, abrir-se para novos horizontes, é ter a possibilidade de experimentar outras alternativas de existência, é concretizar um projeto consciente, fundamentado na vontade do individual. (SILVA, 1981, p. 46)

2.1 O que é leitura

Conforme Soares (2003), a leitura tem um valor positivo absoluto: ela traz

benefícios óbvios e indiscutíveis ao indivíduo e à sociedade - forma de lazer e de prazer, de

aquisição de conhecimentos e de enriquecimento cultural, de ampliação das condições de

convívio social e de interação.

De acordo com Silva (1981, p. 43-44),

Quando a pessoa experimenta a leitura ela executa um ato de compreender o mundo. O propósito básico de qualquer leitura é a apreensão dos significados fixados pelo discurso escrito, ou seja, a compreensão dos horizontes inscritos por um determinado autor, numa determinada obra.

Ler é um processo bastante complexo no qual se encontram envolvidas muito mais

as habilidades que se resolvem, do que o imediatismo da ação de ler, do ato propriamente

dito, abrangendo assim, por meio do texto lido as habilidades: saber ler, observar e interpretar.

Bamberger (1995, p.11) afirma que:

A leitura promove favorece a renovação das barreiras educacionais de que tanto se fala, concedendo oportunidades mais justas de educação, principalmente através da promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual e aumenta a possibilidade de normalização da situação pessoal de um indivíduo.

De acordo com Soares (1998), quando iniciamos o estabelecimento de relações

entre as experiências e tentamos resolver os problemas que nos apresentam, então podemos

dizer que estamos procedendo a leitura, habilitando-se a ler toda e qualquer coisa, pois saber

ler é saber o que o texto diz e o que não diz, o que o constitui significativamente.

Neste contexto, é possível comparar que o processo de leitura é também um

sistema de interação com o leitor e o texto, satisfazendo, assim, um propósito ou finalidade

quando se lê. A leitura propicia o conhecimento, transportando através do ato de ler o

(17)

percepção e atribuição de significados, através de uma conjunção de fatores pessoais com o

momento, o texto e suas circunstâncias. Constitui-se, assim, em um processo extenso

proporcionando ao indivíduo a promoção de experiências intelectuais, compreendendo que o

ato de ler deverá ser sempre um meio e nunca um fim. Naturalmente, dentro do contexto de

leitura, os objetivos são sempre diferentes, existindo várias funções, ou seja, as diferenças

entre ler para estudar, para escrever, para pesquisar, para se divertir, etc. A leitura exerce uma

percepção sob as influências de um contexto, levando o indivíduo a um entendimento peculiar

da realidade. O ato da leitura é um processo extensivo, que requer bastante compreensão no

momento da leitura, de entender o mundo a partir de uma característica particular do homem e

da sua capacidade de interação com o outro através das palavras do texto, que, por sua vez,

estão sempre submetidas a um contexto. Assim sendo, jamais a recepção de um texto será

entendida como um ato passivo, pois quem escreve o faz pressupondo o outro.

Ao se referir à leitura, os PCN, da Língua Portuguesa, assim se posicionam:

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. (PCN, 1997, p.51).

Na concepção de leitura em que existe o diálogo entre leitor e autor, a leitura

torna-se uma atividade social de alcance político, permitindo, assim, a interação entre os

indivíduos. A leitura não pode ser compreendida basicamente como uma atividade

decodificadora de símbolos gráficos, mas sim como a leitura do mundo, devendo constituir-se

de sujeitos capazes de compreender o mundo e nele atuar como cidadãos conscientes. No

entanto, para que esse ato torne-se qualificado e crítico, deve sempre envolver a constatação,

reflexão e transformação de significados a partir do diálogo e confronto de um leitor com um

determinado documento, pois a leitura sem compreensão é simplesmente uma ação mecânica.

Os leitores precisam de objetivos específicos em suas leituras, para determinar a direção de

suas expectativas sobre um determinado assunto. Um leitor que lê com prudência, lê o texto

para encontrar na sua estrutura lingüística e no seu conteúdo as respostas às suas indagações;

ler-se para checar as suas hipóteses, pois têm sempre objetivos a serem alcançados. Os

leitores que não lêem com determinados objetivos, não conseguem criar sentido as palavras,

apenas passam os olhos sobre as linhas de uma página escrita.

(18)

A leitura de mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica na percepção das relações entre o texto e o contexto (...) a dita flui do mundo mesmo através da leitura que dele fazemos. De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas procedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo” ou de “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente.

A leitura nos aproxima da cultura. Normalmente, um dos objetivos da leitura é ler

para aprender, pois quando o leitor compreende o que lê, o mesmo aprende e coloca em

funcionamento uma série de estratégias cuja função é certificar esse objetivo. É fundamental

que ao ler, o leitor perceba quais são os objetivos para determinar tanto as estratégias

responsáveis pela compreensão na leitura, quanto o controle que, de forma inconsciente,

exerce sobre ela à medida que lê. Para se ler de forma eficiente deve-se existir o controle da

compreensão, o mesmo é requisito essencial durante a leitura. O leitor deve se envolver na

atividade leitora, porém é necessário que a mesma tenha significado. Tem que se sentir que é

capaz de ler e de compreender o que se lê, ou seja, o texto que tem em suas mãos. Contudo, a

leitura só será motivadora para o leitor, se o conteúdo do se que lê estiver relacionado aos

seus interesses e, provavelmente, se a tarefa em si corresponder a um determinado objetivo.

Assim sendo, é essencial a interação dos elementos textuais com os conhecimentos que o

leitor já possua, quanto maior a concordância entre eles, maior será a probabilidade de se

obter êxito na leitura, esta deve ser vista, igualmente, como um fenômeno duplo que envolva

o compreender e a compreensão.

Conforme Kriegl (2002, p. 06),

É necessário fazer uma distinção entre ler e aprender a ler. Ler é estabelecer uma comunicação com textos, por meio da busca da compreensão. A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente que se enriquece com novas habilidades na medida em que se manejam adequadamente estes textos cada vez mais complexos. Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano de vida escolar. Atualmente, sabe-se que aprender a ler é um processo que se desenvolve ao longo de toda a escolaridade e de toda a vida.

O leitor deve interligar e usar de forma simultânea, os seus conhecimentos de

mundo e os seus conhecimentos sobre o texto, e assim, formar a sua interpretação sobre o que

se lê, é essencial examinar, interpretar, ter conhecimento do que lê para associar determinado

(19)

A leitura é algo verdadeiramente fascinante, desvenda mistérios, estimula os

pensamentos, e pode transformar idéias, porém, não se deve esquecer que a leitura não é uma

prática neutra, pois entre o leitor e o teor exposto no texto estão envolvidas questões culturais,

políticas, históricas e sociais. A leitura não se resume em decifrar, como num jogo de

adivinhações, ou entender um texto. O leitor será capaz de atribuir significados ao texto,

quando começa a fazer relações, quando reconhece no texto o tipo de leitura que seu autor

pretende passar para os seus leitores e, dono da sua própria vontade, entrega-se a esta leitura,

ou rebela-se contra ela, propondo outra não prevista.

Farias (2010, p. 20) assevera que:

A partir das contribuições advindas da história cultural, é possível compreender que os diferentes usos que a sociedade faz da leitura, os diversos modos de penetração nos vários domínios da vida social influenciam na construção dos significados das práticas sociais de leitura pelas pessoas.

Quando lemos, aprendemos a imaginar, a censurar, a pensar sobre a nossa

realidade, a fazer as escolhas certas. No entanto, temos que saber usar as estratégias

apropriadas para verificar o sentido que reside não só nas palavras, mas no que elas provocam

em nossa mente no confronto das idéias. São as idéias que libertam o indivíduo.

Conforme Godoi; Farias; Araújo (2006, p. 19),

A leitura acontece quando se produz o sentido e quanto mais informação, experiências de leituras anteriores, mais consciência na formação de sentido terá o leitor, pois além de que se encontram nas linhas é preciso atender também as entrelinhas. Só quem lê interpreta, questiona, estabelece julgamentos do que pode e deve fazer, exercendo plenamente a sua cidadania. Só quem lê pode mudar a realidade para melhor.

Por fim, no dia em que aprendermos a ler por conta própria e com autonomia,

jamais serviremos a alguém sem o nosso próprio consentimento. Teremos alcançado a

liberdade. Transformar-nos-emos em leitores maduros e preparados para enfrentar os desafios

que a vida nos traz.

2.2 A leitura e a mediação do outro

Através das influências da atmosfera cultural e dos esforços conscientes da educação o desenvolvimento de interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que começa no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola e continua pela vida afora. (BAMBERGER 1987, p. 92)

Na escola, a leitura tem sido, primordialmente, um objeto de ensino. Para que

(20)

para o educando, isto é, a atividade de leitura deve responder do seu ponto de vista, os

objetivos de realização instantânea. Como se trata de uma prática social complexa, se a escola

pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem, sem descaracterizá-la, ou seja,

trabalhar com a diversidade de textos e de combinações entre eles, deve resguardar sua

natureza e sua complexidade. Deve-se ler examinando as informações importantes ou o

significado subentendidos nas entrelinhas para a solução de um problema. Só assim,

formaremos leitores capazes.

O trabalho de leitura, na escola, tem por objetivo levar o aluno à análise e à compreensão das idéias dos autores e buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. É importante que o leitor se envolva, emocione-se e adquira uma visão dos vários materiais portadores de mensagem presentes na comunidade em que se vive. (KRIEGL, 2002, p. 06).

Um dos múltiplos desafios que a escola nos traz é ter acesso ao aprendizado da

leitura e, porventura este é o mais expressivo, exigido e valorizado por nossa sociedade, tendo

por obrigação possibilitar aos seus alunos o acesso ao conhecimento e à leitura. A escola,

como importante agente transmissor de cultura, tendo não somente o papel de estimular o

contato dos educandos com os variados textos literários, porém deve aprofundar sua

compreensão por meio da leitura minuciosa de obras narrativas. Outrossim, a leitura na escola

é importante para fundamentar e aperfeiçoar as diferentes atividades propostas na escola e é

na escola que se torna possível a interpretação de textos que sozinho não se consegue ler, que

se aprende a descobrir aspectos que poderiam passar despercebidos, garantindo, assim, a

possibilidade de se chegar a uma maior elaboração do significado do que se lê, promovendo

assim o estímulo da leitura em seus alunos.

Tornando-se fator essencial na aquisição do hábito da leitura e na formação do

leitor, a escola mesmo com suas limitações, é o espaço destinado ao aprendizado da leitura. A

maioria das crianças tem no ambiente escolar o primeiro (e, às vezes, o único) contato com a

leitura. Fica claro que a escola pode ser estruturada com vistas à alfabetização tendo um

caráter formativo e constituindo-se num ambiente privilegiado para formação do leitor crítico.

As atividades voltadas para o ensino inicial da leitura na escola devem possibilitar

a interação significativa e funcional da criança com a língua escrita, como um meio de

construção. Os conhecimentos necessários para poder abordar as diferentes etapas da

aprendizagem dos educandos. Por isso, é fundamental trazer para a sala de aula os

conhecimentos que as crianças já possuem, para dialogar e confrontar essas experiências, e, a

(21)

Desse modo, é necessário que dentro do ambiente escolar o professor faça a

mediação entre o trabalho e o aluno, para que, assim, sejam criadas situações onde o aluno

seja capaz de realizar sua própria leitura, concordando ou discordando e ainda fazendo uma

leitura crítica do que lhe foi apresentado. Diante disso, considera-se a leitura como uma das

mais importantes atividades que a escola deve colocar em prática, porém é importante

ressaltar que para isso acontecer o professor deve ter a consciência das suas necessidades, das

suas competências, além de praticar com eficiência o hábito da leitura.

Enfim, é essencial que o professor, ao lidar com a leitura na escola, apresente várias modalidades de textos, facilitando, dessa maneira, a formação e construção dos conhecimentos de seus alunos, pois as diversas formas de leituras, além de promover reflexões, enriquecer o vocabulário, com diferentes modos de dizer, possibilitam ainda a construção de textos e possíveis interpretações. Permite, ainda, ao aluno transformar-se num escritor-crítico, pois as várias formas de leitura permitem que o mesmo reconheça e aprenda a utilizar dos diversos métodos de se construir um texto, pois a cada leitura realizada, o aluno acaba por construir um novo texto a partir de sua compreensão e entendimento da leitura desempenhada. (apud SOARES, 1998, p.26).

E é nesse sentido que se apresenta, novamente, com mais precisão o papel do

professor, incluindo a sua importância na escolha de leituras:

“[...] é papel do professor partir daquilo que o aluno já conhece para aquilo que ele desconhece, a fim de se proporcionar o crescimento do leitor por meio da ampliação de seus horizontes” (COSSON, 2006, p. 35).

Podemos dizer que a escola tem a possibilidade de estimular o gosto pela leitura se

consegue promover de maneira lúdica o encontro da criança com o texto. Por isso, é

fundamental propiciar a leitura e a literatura de modo a deixar o aluno ousar ao criar e recriar

o universo de possibilidades que o texto literário lhe sugere.

A esse respeito Zilberman (2003, p. 16) descreve que

[...] a sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada, muito menos desmentida sua utilidade. Por isso, o educador deve adotar uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da criança.

O professor, além de promover o aprendizado e incentivar a autonomia na

constituição de valores de cada aluno, tem que ser criativo. Pois a criatividade em sala de aula

torna-se imprescindível para desenvolver no ambiente pedagógico um clima favorável à

leitura, marcado por interações abertas e democráticas. Interações estas que irão permitir

(22)

interesses, valores e crenças diferentes. Os professores devem possibilitar a reconstrução da

trajetória interpretativa de cada um dos seus alunos, buscando compreender a construção de

cada sentido apontado. Deve existir no processo de leitura a diversidade, pois esta ainda deve

ser a essência dos propósitos que a leitura nos traz, definindo assim diferentes tipos de relação

com o texto, pois são diversas as possibilidades de exploração, encaminhamento e avaliação

da leitura na sala de aula. Se a leitura for bem-sucedida, a tendência é que ela possa cumprir

sua função de forma reflexiva.

A habilidade de ler além de ser a grande herança que a escola pode deixar para os

seus educandos, é possivelmente a mais importante que a escola produz. No entanto, para se

obter um melhor aprendizado sobre a leitura, precisa-se que este processo prossiga e

permaneça fora da escola, a leitura tal como aqui concebida, constituindo-se assim, em um

atalho para o desenvolvimento de mais interações, construção de mais sentidos, superação do

imediato e concretização de uma vida mais feliz para todos que tenham a leitura como uma

fonte valiosa de conhecimento. Sendo assim, a construção dos conhecimentos dos indivíduos

precisa enfatizar a leitura como uma via de inclusão social e de melhoria para a sua formação,

dando oportunidades de lidar com a escrita e seu alto grau de abstração e autonomia

contextual, promovendo ao ser humano o resgate da cidadania.

Segundo afirma Kriegl (2002), ninguém se torna leitor por obediência, e não

nascemos gostando de leitura. É fundamental a influência dos adultos como referência, sendo

assim, de grande importância serem vistos lendo ou escrevendo.

Devemos considerar como fundamental a leitura realizada por outros (família,

amigos, pessoas) por familiarizar a criança com a estrutura do texto escrito e com sua

linguagem, pois ler para uma criança muda a sua história. As crianças aprendem pelo

exemplo, por isso pais que lêem, transferem para os filhos o gosto pela leitura e manifestam a

vontade de “conhecer”. Poderia ser de competência dos pais à primeira estratégia para

despertar o gosto da criança pela leitura, devendo esse estímulo pela leitura continuar pelos

familiares, no lar e em meio à sociedade na qual a criança se encontra inserida, no decorrer de

seu desenvolvimento, prolongando-se durante toda a idade escolar.

(23)

Uma boa estratégia consiste em oferecer livros adequados ao nível etário das

crianças, pois as crianças precisam de estímulos adequados.

2.3 A importância social da leitura

Uma das coisas fundamentais para quase tudo em nossas vidas, hoje em dia, é

saber ler, saber ler nos auxilia a ter atenção às placas, a anúncios, a símbolos, a qualquer tipo

de informação que nos interesse e a coisas importantes de verdade com as quais precisamos

estar sempre antenados.

Segundo Freire (1983, p. 34),

A leitura, na nossa sociedade, é uma condição para dar voz ao cidadão, e mais, é preciso prepará-lo para tornar-se sujeito no ato de ler”. O livro deve levar a uma leitura/interpretação da vida, que ajude o indivíduo na transformação de si mesmo e do mundo. Nesse contexto, a leitura se torna um valor básico para o dia a dia de todas as pessoas.

A importância da leitura destaca-se pela ampliação que ela propicia, alargando os

conhecimentos dos indivíduos em áreas desconhecidas pelo aluno, ou pelo menos não se tem

a noção de como é, aumentando conseqüentemente a sua própria cultura sobre determinados

temas em que você não lendo nunca poderia ter aproximação ou vir a conhecer as pessoas e as

coisas importantes da história.

A leitura tem o poder, se esta for expressiva, de desenvolver um trabalho efetivo

no sentido da formação do leitor independente, crítico, reflexivo e desafiante. Durante a

leitura, o ser humano constrói os seus próprios significados, elaborando suas possíveis

questões, e assim, podendo rejeitar, confirmar e reelaborar as suas possibilidades de respostas.

São os próprios leitores quem deve inscrever ou reinscrever o significado do escrito a partir de

suas próprias histórias. Diante do exposto, o leitor crítico e reflexivo é aquele que se coloca

como co-enunciador, e não apenas em um decifrador de sinais, é aquele que trava um diálogo

com o escritor e seu texto, sendo capaz de construir um universo textual e produtivo próprio

na medida em que refaz o percurso do autor em questão, instituindo-se como sujeito ativo do

processo de ler. Para haver compreensão e saber interpretar o que se lê de forma coerente, é

essencial que o leitor interaja com o texto e seu autor, e assim, despertará e desenvolverá o

gosto e o hábito de ler, fazendo com que haja uma contribuição na formação de leitores

competentes e críticos e não apenas alfabetizados funcionais que lêem, mas não conseguem

compreender o que leram, apenas decodificam os signos da língua. Ler é um bem precioso

(24)

passagem textual, se envolverá em vários passos, onde a aprendizagem da leitura sempre se

apresentará intencionalmente como algo mágico, em um mundo de descobertas, um universo

desconhecido e maravilhoso.

Para Lajolo (2000), a leitura de livros de literatura é importante, pois o cidadão

para exercer a sua cidadania plena, precisa apropriar-se da linguagem literária, alfabetizar-se

dela, tornar-se usuário competente mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque

precisa ler muito:

Cada leitor, na individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de suas leituras com os vários significados, que ao longo da história de um texto, este foi se acumulando. Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a história das suas. (LAJOLO, 2000, p. 106).

Um dos meios que o indivíduo tem de comunicar-se e transmitir-se com o mundo

é através do ato de ler, o mesmo possibilita contato com novas idéias, pontos de vista distintos

e experiências que talvez sua vida prática jamais possa lhe proporcionar.

Atualmente, mais do que nunca, tem um significado consistente o encontro das

pessoas com elas mesmas, é uma atividade básica na formação cultural da pessoa. É natural

que a leitura estimule aquele nosso “terceiro olho”, sem o qual o senso crítico, a

individualidade (no sentido de independência de opinião, de liberdade) não se desenvolveria.

Todas as formas de leituras são interessantes e necessárias para o ser humano, principalmente

se este se encontra no processo de construção de seus conhecimentos, o importante é ler, não

importa o que, pois o hábito de ler é uma valiosa atividade mental. Quem lê constrói sua

própria ciência.

Atualmente o domínio da leitura é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio desta que o homem se comunica, tem acesso às informações, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo e produz conhecimento. (BRASIL, 1997, p.15).

A leitura constitui-se como uma forma de compreensão do mundo, da cultura e da

(25)
(26)

3 AS AVALIAÇÕES DA APRENDIZAGEM ESCOLAR

A avaliação é entendida como um processo dinâmico, continuo e sistemático que acompanha o desenrolar do acto educativo (GOLIAS, 1995, p. 90).

3.1 A avaliação educacional

Avaliar é um processo dinâmico de reflexão sobre o que fazemos. É um

movimento constante e permanente entre AÇÃO, REFLEXÃO e, novamente, AÇÃO. Nesse

sentido, o processo de avaliação e o processo de aprendizagem são entendidos como um só.

Conforme Jaegger (1993), existem três momentos importantes no processo de avaliar: a coleta

de informações, a expressão de um juízo e a tomada de decisão pelo professor. Esses

momentos enquanto definem a avaliação, indicam também as etapas do processo, para efeito

de compreensão.

A boa avaliação começa por fazer, então, um bom diagnóstico da realidade. Tanto

a busca quanto o entendimento da realidade devem ser compartilhados por avaliadores e

avaliados.

Segundo Rabelo (1998, p.80):

Precisamos transformar o discurso avaliativo em mensagem que faça sentido, tanto para quem emite quanto para aquele que a recebe. O maior interesse de um processo de avaliação deveria recair no fato de se tornar verdadeiramente informador. A avaliação deve tornar-se o momento e o meio de uma comunicação social clara e efetiva. Deve fornecer ao aluno informações que ele possa compreender e que lhe sejam úteis.

A questão da avaliação é amplamente discutida e abordada em todos os segmentos

externos e internos da escola. Nos últimos anos, as escolas buscam constantemente redefinir o

seu papel e a sua função social. Elas estão elaborando o seu projeto educativo para nortear as

práticas educativas e, conseqüentemente, a avaliação.

A avaliação é um processo contínuo e paralelo ao processo de

ensino-aprendizagem. Ela deve ser permanente, permitindo-se a periodicidade apenas no registro das

dificuldades e avanços do aluno relativamente às suas próprias situações pregressas.

Avaliações como SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), Prova Brasil

(27)

índices melhores de aproveitamento escolar. Porém esses índices encontram-se aquém do

esperado.

3.1.1 O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA

Conforme o PISA (1999), a leitura se define como

[...] compreender, usar e refletir sobre textos escritos, a fim de atingir um objetivo, desenvolver o conhecimento e o potencial e de participar na sociedade (OCDE/PISA, 1999, p. 18).

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA - Programme for International Student Assessment) foi criado em 1997 e realizado pela primeira vez em 2000 com previsão de extensão até o ano de 2015, sob a coordenação da Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com o intuito de medir o nível

educacional de jovens de 15 anos por meio de provas de Leitura, Matemática e Ciências

(OCDE, 2006). O PISA é uma avaliação padronizada, de âmbito internacional, desenvolvida

pelos países membros da OCDE e por diversos países convidados, entre os quais o Brasil. Em

cada país, cerca de 4.500 a 10.000 jovens estudantes, em vias de conclusão da etapa de

escolaridade mínima obrigatória, são avaliados, sendo considerado esta uma faixa etária

propícia para investigar os conhecimentos, habilidades e atitudes acumulados, além de

possibilitar uma análise da eficácia do sistema educacional, a partir da coleta de informações

sobre os estudantes, as famílias e os fatores institucionais que explicam as diferenças de

desempenho. Conforme os resultados divulgados, o PISA vem produzindo indicadores

contextuais a partir da relação entre resultados de desempenho e as características

socioeconômicas, demográficas e educacionais, além de indicadores de tendências desses

resultados, sendo capaz de medir a competência dos alunos, um traço característico do PISA é

sua vocação integradora, já que se baseia na colaboração dos países participantes e é dirigido

de maneira conjunta a partir de interesses comuns.

O objetivo principal é avaliar aptidões ou competências comparáveis

internacionalmente e produzir, em todos os países envolvidos, indicadores de desempenho

estudantil voltados para as políticas educacionais, fornecendo orientação, incentivo e

instrumentos para melhorar a efetividade da educação, além de possibilitar a comparação

internacional. Organizado em ciclos trienais, o PISA tem como foco principal, a cada ano de

(28)

em 2003 em Matemática, em 2006 em Ciências, em 2009, novamente em Leitura e, em 2011

teremos novamente, a avaliação com foco em Matemática, finalizando em 2014, em Ciências.

Onde suas provas são formadas por perguntas objetivas, buscando identificar a existência de

certas competências e habilidades que, juntos, permitem resolver certos problemas individuais

e situações da vida. Não importa, então, na abordagem da avaliação de competência apenas

quando uma pessoa lê e quanto você ler, por exemplo, mas sim o que a concorrência está

lendo o que a capacidade de identificar idéias e argumentos no texto, que a habilidade para

reconhecer problemas e abordagens diferentes.

Assim, os alunos são avaliados quanto aos conhecimentos e às habilidades

funcionais necessárias à vida adulta, que tornam possível uma participação ativa na sociedade.

Essa participação ativa na sociedade vai além da realização de tarefas impostas externamente,

extrapolando o domínio de um currículo escolar específico.

No Brasil, a instituição responsável pela implementação do PISA é o Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep, ao qual cabe o desenvolvimento e

execução do Programa a nível nacional e atuação e articulação com instituições

internacionais, mediante ações de cooperação institucional e técnica, em caráter bilateral e

multilateral.

Em 2009, dos 65 países avaliados em três áreas de conhecimento — leitura,

matemática e ciências —, o Brasil ocupou a 53ª posição, com 401 pontos. No Brasil, a

avaliação foi feita em 20 mil alunos de todos os estados, revelando desigualdade regional. O

Distrito Federal foi a unidade da Federação com a maior pontuação (439 pontos), uma

classificação que o colocaria com uma educação igual à do Chile, e à frente de nações como

México, Tailândia e Uruguai.

3.1.2 O SAEB

Conforme Sousa & Oliveira (2003, p. 881),

Define-se o SAEB como um sistema de monitoramento contínuo, capaz de subsidiar as políticas educacionais, tendo como finalidade reverter o quadro de baixa qualidade e produtividade do ensino, caracterizado, essencialmente, pelos índices de repetência e de evasão escolar.

Desde o início da década de 1990, o Brasil passou a estruturar e a desenvolver

sistemas de informação e de avaliação sobre a educação no país. A primeira iniciativa adotada

(29)

começou ainda em 1990. No entanto, o SAEB vem ocorrendo de forma sistemática, desde

1995, como uma avaliação amostral de âmbito nacional que visa conhecer o sistema

educacional brasileiro, através de um exame bienal de proficiência dos alunos de 5º e 9º anos

do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio das escolas públicas e privadas, o ANEB

(Avaliação Nacional da Educação Básica). Por se tratar de uma avaliação amostral, o ANEB

oferece resultados médios de desempenho apenas para o Brasil, regiões e unidades da

Federação. Para tanto, evidenciou-se a necessidade de se apreender e analisar melhor a

diversidade e especificidades das escolas brasileiras. Em razão disso foi criada, em 2005, a

Prova Brasil (Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - ANRESC), que se configura como

uma avaliação censitária, pois devem realizar a prova todos os estudantes do 5º e 9º anos do

ensino fundamental de todas as escolas públicas urbanas do país que possuem mais de 20

alunos/turma.

O diferencial dessa avaliação é que a mesma fornece as médias de desempenho

para cada um dos municípios e escolas participantes. Além desses resultados referentes às

médias de desempenho, a Prova Brasil também fornece para cada escola participante números

de participação, indicadores de rendimento escolar, médias de hora-aula diária, número de

docentes com curso superior e percentual de alunos com distorção idade-série.

Dessa maneira, atualmente o SAEB no Brasil é composto por dois exames

complementares: o ANEB e o ANRESC ou Prova Brasil. Essas avaliações em larga escala são

desenvolvidas pelo Inep com o principal objetivo de avaliar a qualidade do ensino brasileiro.

Tanto o ANEB quanto a Prova Brasil utilizam dois instrumentos de coleta de

dados: os instrumentos cognitivos e os instrumentos contextuais. Os instrumentos contextuais

são questionários sobre aspectos sociais, culturais, vida escolar e nível socioeconômico,

aplicados a alunos, professores de Língua Portuguesa e Matemática dos anos de ensino

avaliados e diretores das escolas. Esses questionários possibilitam conhecer também aspectos

voltados à formação profissional, práticas pedagógicas, estilos de liderança, formas de gestão,

bem como sobre as condições físicas e equipamentos das escolas. São esses dados que

permitem analisar os fatores associados ao desempenho dos alunos. Os instrumentos

cognitivos são provas de Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na

resolução de problemas) que avaliam competências construídas e habilidades desenvolvidas e

detectam dificuldades de aprendizagem. No caso da Prova Brasil, o resultado amplia a gama

(30)

em cada escola avaliada. Nessas duas avaliações, assim também como no PISA, a proficiência

dos alunos é estimada via TRI.1

A partir das informações do ANEB e da Prova Brasil, o MEC e as secretarias

estaduais e municipais de Educação podem definir ações voltadas ao aprimoramento da

qualidade da educação no país e a redução das desigualdades existentes, promovendo, por

exemplo, a correção de distorções e debilidades identificadas e direcionando seus recursos

técnicos e financeiros para áreas identificadas como prioritárias. Os dados dessas avaliações

são comparáveis ao longo do tempo, ou seja, pode-se acompanhar a evolução dos

desempenhos das escolas, das redes e do sistema como um todo. Em 2011, as escolas rurais

de ensino fundamental com mais de 20 alunos nas séries avaliadas também foram

selecionadas para realizarem a Prova Brasil.

3.1.3 Os sistemas estaduais de avaliação

Foi durante os anos 1990 que diversas avaliações de sistema escolar tomaram

corpo também em várias regiões do país, a exemplo dos estados de Minas Gerais, São Paulo e

Ceará que possuem sistemas de avaliação consolidados.

Em Minas Gerais existe o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública

(SIMAVE), desenvolvido desde 1992. Uma de suas missões é avaliar para avançar, ou

melhor, para continuar avançando. É por meio desse trabalho, que a Secretaria de Estado de

Educação consegue identificar necessidades, problemas e demandas do sistema e das escolas,

auxiliando no planejamento de ações em diferentes níveis e momentos que objetivam a

melhoria da educação pública da rede estadual (Ensino Fundamental e Médio) em Minas

Gerais.

As avaliações realizadas pelo SIMAVE buscam aferir todas as dimensões do

sistema educacional da rede pública estadual. Elas analisam os resultados alcançados em sala

de aula, na escola e no sistema; na ação docente, na gestão escolar e nas políticas públicas

para a educação; no nível de aprendizagem na alfabetização e nos conteúdos básicos do

ensino fundamental e médio. O SIMAVE atua em duas modalidades, complementares e

integradas: a primeira é a avaliação interna da escola, por meio do Programa de Avaliação da

Aprendizagem Escolar – PAAE. A segunda modalidade é a avaliação externa do sistema de

ensino, através do Programa de Avaliação da Alfabetização - PROALFA e o Programa de

Avaliação da Rede Pública de Educação Básica - PROEB.

(31)

O Sistema de Avaliação do Estado de Minas Gerais é hoje um dos mais

consolidados do país, tornando-se referência para outros estados brasileiros e até mesmo

outros países.

A avaliação da Educação Básica do estado de São Paulo, denominada SARESP, é

o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, originado da

necessidade de melhorias na educação básica. Utiliza-se de procedimentos metodológicos

formais e científicos cada vez mais bem elaborados para a coleta de dados e sistematiza essas

informações sobre o desempenho dos educandos do Estado de todas as séries da Educação

Básica. Além dos alunos fazerem prova, preenchem também um questionário com

informações sobre características, sejam estas pessoais, socioeconômicas, culturais e sobre

suas situações escolares, com isto obtêm-se informações preciosas e detalhadas acerca dos

alunos. O SARESP também possui um diferencial entre os sistemas de avaliação, professores,

coordenadores e diretores são solicitados a fornecerem informações relacionadas ao processo

de aprendizagem dos educandos. Posteriormente, esses resultados chegam até a escola em

forma de relatórios, onde os diagnósticos são divididos por alunos e turmas.

Como em todas as redes públicas de ensino do País, São Paulo também, não tinha

um currículo objetivo para a educação básica, necessitando assim, da obtenção de uma

reestruturação no seu currículo, para desenvolver parâmetros de caráter moral e que

funcionem efetivamente na prática, para a melhoria da educação nas redes paulista de ensino.

O SARESP auxilia a avaliação em processo, como pode-se perceber no trecho

retirado do documento base Matrizes de referência para a avaliação – SARESP (2009, p. 11):

Na avaliação em processo ou formativa, aquela que o professor realiza no dia a dia com a classe por meio do uso de múltiplos instrumentos e registros, a especificação das habilidades na matriz apresenta importantes mecanismos para que ele possa acompanhar o desenvolvimento dos alunos de sua turma em relação a sua proposta de trabalho, tendo em vista o cumprimento da proposta curricular no ano letivo.

No entanto, percebe-se como o professor deve está totalmente interligado com os

vários tipos de avaliação sabendo, acima de tudo, que deve ter a condição de reconhecer os

seus alunos e de orientá-los durante os processos avaliativos.

No caso do Estado do Ceará, desde 1992, O Governo, por meio da Secretaria da

Educação (SEDUC), implementou o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica

do Ceará - SPAECE. É a partir deste sistema de avaliação e informações coletadas que se

(32)

Essa avaliação abrange as escolas estaduais e municipais, através de testes com itens

elaborados pelos professores da Rede Pública, que tem como orientação os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN) do Ministério da Educação (MEC) e os Referenciais

Curriculares Básicos (RCB) da SEDUC. Aplicam-se também, questionários contextuais,

investigando dados socioeconômicos e hábitos de estudo dos alunos, perfil e prática dos

professores e diretores.

O SPAECE é considerado um instrumento de avaliação eficaz de gestão, deste

modo, a Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC), ampliou, a partir de 2007, a

abrangência do sistema de avaliação, integrando a avaliação da alfabetização e ampliando a

avaliação do Ensino Médio para as três séries de forma censitária.

Desta forma, o SPAECE passa a ter três focos:

 Avaliação da Alfabetização - SPAECE-Alfa (2º ano).  Avaliação do Ensino Fundamental (5º e 9º anos) e  Avaliação do Ensino Médio (1a, 2a e 3a séries).

A Avaliação do Ensino Fundamental, de natureza censitária, dando continuidade à

série histórica do SPAECE, manteve-se com periodicidade bianual, intercaladas aos ciclos do

SAEB. A referida avaliação é realizada nas séries finais de cada etapa do Ensino

Fundamental, com a finalidade de diagnosticar o estágio de conhecimento, bem como analisar

a evolução do desempenho dos alunos do 5º e 9º anos e os fatores associados a esse

desempenho, produzindo informações que possibilitem a definição de ações prioritárias de

intervenção na Rede Pública de ensino (estadual e municipal).

O objetivo principal do SPAECE é fornecer benefícios para formulação,

reformulação e monitoramento das políticas educacionais, além de possibilitar aos

professores, dirigentes escolares e gestores um quadro da situação da Educação Básica da

Rede Pública de ensino.

Com as informações coletadas através do SPAECE, permite-se que se monte um

quadro sobre os resultados da aprendizagem dos alunos, descobrindo seus pontos fortes e

fracos, e características dos professores e gestores das escolas estaduais. Por se tratar de uma

avaliação com característica longitudinal, possibilita ainda acompanhar o progresso de

(33)

De acordo com as questões dos simulados do SPAECE, referentes ao 5º ano do

Ensino Fundamental, percebe-se como a leitura e a interpretação de textos estão presentes em

todas as questões do simulado de língua portuguesa, fazendo assim, com que o aluno interaja

com as questões da prova, e desenvolva seus conhecimentos de leitura e interpretação,

proporcionando uma melhor aprendizagem e avaliação.

4 METODOLOGIA

A escola em pesquisa encontra-se na Zona Urbana do Município de Caucaia,

situada no Bairro: Padre Romualdo, a escola é pertencente à Rede Pública de Ensino de

Caucaia, e tem como objetivo principal, preparar crianças e jovens para a vida e seguindo

responsavelmente seus princípios.

A referida pesquisa configura-se como um estudo explicativo, com abordagem

qualitativa, uma vez que “tem como preocupação central identificar os fatores que

determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos”(GIL, 2002, p. 42).

O fenômeno investigado foi a dificuldade de compreensão na leitura de alunos do

5º ano do Ensino Fundamental. Pela natureza desse fenômeno, a pesquisa exigiu um

delineamento que envolveu um estudo de campo, o qual se desenvolveu por meio de uma

observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevista estruturada com a

professora das turmas investigadas para captar informações relevantes ao estudo do fenômeno

pesquisado.

(34)

Uma técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção de dados que interessam a investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.

Foi exatamente de acordo com essa definição de Gil (1999), que a entrevista, do

tipo estruturada, foi escolhida para a realização deste trabalho, pois, além desta técnica,

proporciona a coleta adequada das informações, o roteiro contendo as perguntas norteadoras,

possibilitou o posicionamento da pesquisadora diante da professora entrevistada,

proporcionando assim, uma melhor visão na etapa das análises dos dados. Utilizando-se a

entrevista, pôde-se observar como a professora se comportou diante das perguntas e se foram

favoráveis ou não ao que lhes for perguntado.

4.1 A escola

A escola escolhida para o estudo de campo foi uma escola pertencente à rede de

ensino público de Ensino Infantil e Fundamental da Secretaria de Educação do Município de

Caucaia. A escola em pesquisa é uma escola modelo, segundo a Prefeitura Municipal de

Caucaia. Por este fator e pelo fato de haver uma proximidade com a escola a mesma foi

escolhida para a pesquisa de campo.

Foram feitas três visitas a esta escola, duas das visitas no turno manhã e uma no

turno da tarde. Durante estas visitas, aconteceram as observações, a entrevista e a aplicação do

instrumento de avaliação.

4.2. Os sujeitos

Na investigação sobre as dificuldades dos alunos na compreensão de textos, foi

necessário aplicar um instrumento de avaliação (ANEXO 1) para identificar os níveis de

leitura dos alunos investigados. A amostra se compôs de 12 alunos matriculados no 5º ano da

escola em que a pesquisadora atuou como estagiária, momento este que foram detectadas as

dificuldades dos alunos na competência leitora.

Nessa pesquisa o anonimato dos sujeitos foi totalmente garantido, uma vez que ao

(35)

estão identificados pelas iniciais de seus nomes e a professora está identificada pelo nome de

Emília.

Os sujeitos da pesquisa foram 12 alunos matriculados no 5º ano do ensino

fundamental da escola supracitada. Destes, 3 eram do sexo masculino e 9 do sexo feminino.

Do total de alunos, 6 eram do turno da manhã e 6 do turno da tarde. A professora investigada

era a mesma em ambos os turnos.

A amostra foi escolhida a partir do seguinte critério: foi solicitado à professora das

duas turmas de 5º anos que indicasse 6 alunos que ela considerasse como os que sabiam ler e

os que têm dificuldades na leitura, sendo 3 de cada categoria. A esses alunos foi aplicado um

instrumento de avaliação para categorizar o seu nível de leitura (RIBEIRO, 2011).

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta a descrição e a análise quantitativa e qualitativa dos dados

colhidos em campo através da entrevista e do instrumento avaliativo aplicado aos alunos.

5.1 A coleta de dados

No primeiro dia de visita, foi estabelecido o primeiro contato com a escola, com o

núcleo gestor, com a professora regente (5º ano do Ensino Fundamental) e com as crianças.

Foi nesse momento que se deu a oportunidade de observar a professora e os alunos em sala de

aula. Na aula observada, em um primeiro momento, aconteceu uma leitura de grupo, em que

cada um dos grupos leu um trecho do livro “O gato de botas”, esse livro fazia parte da

atividade de sala. A leitura foi realizada individualmente por cada aluno participante de seu

grupo, em seguida, como exercício de classe, foi proposta uma atividade para fazer o resumo

(36)

Na segunda visita, ocorreu a entrevista com a professora do 5º ano do Ensino

Fundamental. A professora regente de sala se mostrou muito prestativa. Em nenhum momento

a professora mostrou-se incomodada com a presença da pesquisadora e continuou dando sua

aula da mesma forma, interagindo com os seus alunos e disposta a ajudar no trabalho de

pesquisa.

Na terceira visita, foi aplicado o instrumento de avaliação a cada um dos grupos de

seis alunos. Os educandos mostraram-se curiosos em saber do se tratava e bastante prestativos

e dispostos durante a aplicação do instrumento de avaliação. Os dados colhidos são discutidos

mais adiante.

Na última visita à escola, pôde-se observar o ambiente da sala de aula. Algo que

chamou bastante atenção foi o fato de que nas paredes havia pôsteres de vários gêneros

textuais como: poesia, cordel, histórias em quadrinhos, modelos de convites, receitas, bilhetes,

notícias etc. Pôde-se inferir que há muito contato das crianças com a leitura, dentro da sala de

aula.

Com relação à prática docente da professora regente, diante do contexto de leitura

observado em sala de aula, como leituras em grupos e atividade de compreensão textual,

percebeu-se bastante segurança durante as atividades propostas pela professora, as quais

estimulavam as crianças a sentirem prazer em ler e a desenvolver essas atividades.

Observou-se, também, uma interação mútua entre aluno e professor em sala de aula, algo fundamental

para a formação dos alunos.

Vale ressaltar que os alunos se mostraram interessados nas atividades de leitura e

freqüentemente buscam livros na biblioteca, os quais podem levar para casa. Pôde-se

perceber, também, que existem trabalhos de incentivo à leitura como o projeto “Nas ondas da

leitura”.

5.2 A entrevista

Durante a entrevista, Emília (nome fictício) relatou um pouco sobre a falta de

hábito de leitura que alguns alunos têm, observando também que esse trabalho de formação de

leitores só acontece na escola e que os pais, não são participantes ativos durante esse

processo, deixando assim, toda a responsabilidade dessa aprendizagem para a escola em que o

(37)

A primeira pergunta “Como é feito o trabalho de leitura com as crianças e como se

avalia esse processo?”, a professora revelou que o trabalho pedagógico se realiza

Através de leituras e interpretações oral e escrita, usando diferentes gêneros textuais. Avaliamos através de observações, ficha de leitura, avaliação individual e exercícios.

Revela-se na resposta da professora que há a utilização de diferentes gêneros

textuais no incentivo à leitura. Isso de fato traz uma considerável interação entre leitor e

leitura. Conforme mencionado nos capítulos anteriores, a ideia de Freire (1983) é que os

livros devem levar não só a leitura em si, mas, à interpretação de vida para o indivíduo de si

mesmo, como também do mundo. A exploração dos diversos gêneros textuais também está

presente nas recomendações dos PCNs.

Os vários gêneros existentes, por sua vez, constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura, caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional (BRASIL, 1997, p. 18).

De acordo com esse documento, a leitura deve ser trabalhada

[...] com a diversidade de objetivos e modalidades que caracterizam a leitura, ou seja, os diferentes “para quês” — resolver um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar o próprio texto — e com as diferentes formas de leitura em função de diferentes objetivos e gêneros: ler buscando as informações relevantes, ou o significado implícito nas entrelinhas, ou dados para a solução de um problema (BRASIL, 1997, p. 41).

Portanto, conforme o depoimento da professora, o caminho recomendado pelos

PCNs no ensinar a ler é praticado.

A segunda pergunta tratou sobre os materiais utilizados no processo de aquisição

da leitura. Indagou-se se a professora teria recursos e livros à disposição das crianças. Sobre

esse assunto, ela afirmou que utiliza

Livros deles, paradidáticos e textos de outros livros. Alguns paradidáticos.

O que revela a resposta da professora quanto os materiais utilizados, causa certo

desconforto, pois dá a impressão de haver pouco material para a construção do processo de

leitura. De acordo com sua resposta, os materiais se limitam aos livros utilizados diariamente

em sala de aula. Segundo afirma Kriegl (2002), ninguém torna-se leitor apenas pela

(38)

vistos lendo ou escrevendo. Então nós adultos temos que dar suporte (materiais ou

conhecimento) à essas crianças durante esse processo de leitura.

No terceiro questionamento, perguntou-se em que momentos eram promovidas as

atividades de produção textual. A resposta da professora foi:

Durante as atividades de língua portuguesa, dentro do Projeto Nas Ondas da Leitura do 5º ano e outros projetos que a escola desenvolve.

A professora menciona um projeto que a escola possui no qual são desenvolvidas

as atividades relacionadas à produção textual. Cosson (2006) afirma que é papel do professor

trabalhar a partir do que o aluno já possui para o que ainda lhe é desconhecido,

proporcionando assim o crescimento do leitor. Sendo assim, torna-se benéfico produzir essas

atividades de produção textual em cima do que o aluno traz de suas experiências, para que ele

sinta prazer em descobrir o “novo”.

Os PCNs ressaltam o quão importante é o trabalho pedagógico que se utiliza de

projetos.

Os projetos são situações em que linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos se inter-relacionam de forma contextualizada, pois quase sempre envolvem tarefas que articulam esses diferentes conteúdos. São situações linguisticamente significativas, em que faz sentido, por exemplo, ler para escrever, escrever para ler, ler para decorar, escrever para não esquecer, ler em voz alta em tom adequado (BRASIL, 1997, p. 46).

Quando perguntado sobre as atividades que têm sido utilizadas para ensinar o

aluno a ler, a professora mencionou mais uma vez o referido projeto e as ações do PAIC

(Programa Alfabetização na Idade Certa).

Percebeu-se que os projetos lhe dão suporte durante o desenvolvimento das

atividades, porém não são os projetos propriamente ditos que ensinam o aluno a ler, e sim,

como esses projetos estão inseridos dentro do processo de leitura, como esses projetos

acontecem e como os mesmos estão sendo utilizados. Foi por acreditar nisso, que se indagou a

ela se durante o trabalho de leitura era desenvolvido algo particular voltado para a

interpretação de texto e se ela percebia que os alunos demonstravam dificuldades em

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