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J. Pediatr. (Rio J.) vol.81 número6

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* Médica otorrinolaringologista responsável pelo Setor de Rinologia da

Disciplina de Otorrinolaringologia, Cabeça e Pescoço, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP.

Como citar este artigo: Sakano E. Videonasofaringoscopia na avaliação da hipertrofia adenoideana: importância e cuidados no diagnóstico. J Pediatr (Rio J). 2005;81:425-6.

A

nasofaringoscopia com endoscópio flexível é um exame suplementar ao exame otorrinolaringológico, im-prescindível para a avaliação de doenças das vias aéreas superiores na criança.

Inicia-se o exame com avaliação da cavidade nasal e suas estruturas até a rinofaringe, com

boa visualização dos óstios tubários, áreas que, até o surgimento da endos-copia nasal, eram de difícil acesso.

O exame é bem tolerado por crian-ças maiores, podendo, porém, ser re-alizado em crianças menores, com con-tenção da cabeça e aplicação de anes-tésico tópico na cavidade nasal1,2.

A anestesia tópica para a sua realização é tema contro-verso, pois é difícil definir se a sensação de desconforto durante a passagem do endoscópio pela cavidade nasal é maior do que a sensação de dificuldade para deglutir ou respirar, ocasionada pela sensação anestésica da rino e orofaringe. Cabe ao médico definir, de acordo com a sua experiência.

Embora seja um exame de fácil realização em mãos experientes, a sua indicação não deve ser rotineira, como acontece no adulto.

Na criança, os fatores locais com cavidade nasal estrei-ta, edema de mucosa, algum tipo de variação anatômica, como desvio septal e hipertrofia de conchas, podem dificul-tar a passagem do endoscópio. Além disso, outros fatores, como medo, desconforto por algo sendo introduzido no nariz e ansiedade, principalmente em crianças menores, podem evidenciar mais essa dificuldade1,2.

Videonasofaringoscopia na avaliação da hipertrofia

adenoideana: importância e cuidados no diagnóstico

Nasal fiber optic examination for the assessment of adenoid hypertrophy:

importance and precautions in diagnosis

Eulalia Sakano *

Dessa maneira, o exame endoscópico deve ser restrito à queixa sintomática e realizado sempre após melhora de eventual quadro inflamatório agudo da mucosa nasal. O choro pode aumentar a serosidade nasal, dificultando o exame, pois a aspiração de secreção da cavidade nasal, na maioria da vezes, não é bem tolerada pela criança.

Embora com a utilização de grava-ções em vídeo haja possibilidade de revisão da imagem gravada, a qualida-de do que foi gravado poqualida-de dificultar a análise posterior3,4. Lembramos que a

imagem endoscópica é localizada e, quando as estruturas são filmadas com muita proximidade, podem apresen-tar-se extremamente aumentadas. O aspecto tridimensional da estrutura também deve ser con-siderado.

No caso da avaliação da tonsila faríngea ou adenóide, o seu tamanho em função da obstrução nasal deve levar em conta a sua relação com o bordo posterior do septo nasal e a sua extensão lateral entre os óstios da tuba auditiva.

Essa possibilidade de visualização tridimensional e em movimentos de deglutição e respiração representam a grande diferença entre o raio-X em perfil de cavum, que é

um exame estático, e a nasofaringoscopia.

A nasofaringoscopia também é de extrema utilidade nos casos de tecido adenoideano com crescimento em direção a coanas causando obstrução nasal importante, em que o raio-X em perfil de cavum não mostra alterações causais

compatíveis5.

Em casos de dúvida diagnóstica após nasofaringoscopia, a realização de novo exame sob anestesia geral, principal-mente em crianças menores (meses a 3 anos), é fundamen-tal para o diagnóstico diferencial com tumores congênitos, atresia ou estenose de coanas.

Assim, a realização da nasofaringoscopia não está res-trita a ambientes hospitalares, como bem definiu o artigo “Escolares submetidos a videonasofaringoscopia na escola: achados e aceitação”, de Santos et al.6.

Veja artigo relacionado na página 443 0021-7557/05/81-06/425

Jornal de Pediatria

Copyright © 2005 by Sociedade Brasileira de Pediatria

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426 Jornal de Pediatria - Vol. 81, Nº6, 2005 Videonasofaringoscopia e hipertrofia adenoideana – Sakano E

Referências

1. Oliveira RC, Anselmo-Lima W, Souza BB. A importância da nasofibroscopia na presença de R-X de cavum normal para diagnóstico da hiperplasia adenoideana. RBORL. 2001;67:499-505.

2. Tsuji DH, Braga NA, Sennes LU, Bohadana SC, Chung S. Comportamento da criança durante videonasofaringola-ringoscopia: análise de 105 pacientes. RBORL. 2002.68:175-9. 3. O’Sullivan BP, Finger L, Zwerdling RG. Use of nasopharyngoscopy in the evaluation of children with noisy breathing. Chest. 2004;125:1265-9.

4. Melder PC. Simplifying video endoscopy: inexpensive analog and digital video endoscopy in otolaryngology. Otollaryngol Head Neck Surg. 2005;132:804-5.

5. Endo LH, Sakano E, Marra BM. Obstrução nasal na infância: importância do diagnóstico endoscópico. A Folha Médica -Cadernos de ORL. 1997;115:12-15.

6. Santos RS, Cipolotti R, D’Ávila JS, Gurgel RQ. Escolares submetidos a videonasofaringoscopia na escola: achados e aceitação. J Pediatr (Rio J). 2005;81:443-6.

7. Bhattacharyya N, Kepnes LJ. The effectiveness of immersion disinfection for flexible fiberoptic laryngoscopes. Otolaryngol-Head Neck Surg. 2004;130:681-5.

8. Goeringer GC, Vidic B. The embryogenesis and anatomy of Waldeyer’s ring. Otolaryngol Clin North Am. 1987;20:207-17.

Entretanto, deve ser realizada por profissional treinado, com bom conhecimento anatômico da região, em local propício, podendo ser ambulatório geral, escolar ou de empresa, com condições adequadas para possibilitar, em caso de eventuais complicações de qualquer natureza (san-gramento, mal estar do paciente, vômitos), um atendimen-to adequado.

Embora consideradas de baixo risco em comparação com os endoscópios para cavidade torácica ou abdominal, técnicas apropriadas de limpeza devem ser utilizadas com os endoscópios flexíveis, para assegurar desinfecção ade-quada e proporcionar redução de contaminação bacteriana ou fúngica do nasofibroscópio7.

Nesse artigo, a idéia de definir a prevalência da hiper-trofia adenoideana em escolares é interessante, pois não existem trabalhos semelhantes em nosso meio. Entretanto, o grupo etário avaliado (6 a 13 anos) não é o de maior freqüência para hipertrofia adenoideana.

A tonsila faríngea é visível no recém-nascido e aumenta de tamanho até o sexto ou sétimo ano de vida, com pico máximo de desenvolvimento ao redor de 4-7 anos e regres-são progressiva natural até a adolescência8. Isso justificaria

a prevalência maior de hipertrofia adenoideana grau I nesse trabalho.

Não está claro, no artigo, se os critérios de exclusão foram apenas a secreção purulenta recobrindo a adenóide

Referências

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