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ATUALIZAÇÃO COVID-19 (artigos aceitos) Hospital Israelita Albert Einstein

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Título Autores e links Pergunta Principal Aspectos-chaves Nat Commun 23SET2020 Massive and rapid COVID-19 testing is feasible by extraction-free SARS-CoV-2 RT-PCR

Smyrlaki I et al. Sweden. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32968075/ Simplificação da RT-PCR para SARS-CoV-2: eficácia, rapidez e menor custo

- Prévio: A doença coronavírus 2019 (COVID-19), causada pelo coronavírus 2 (SARS-CoV-2), é comumente diagnosticada por reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa (RT-PCR) para detectar o RNA viral em amostras de pacientes, mas extração de RNA constitui um grande gargalo nos testes atuais. -> A simplificação metodológica pode aumentar a disponibilidade e eficiência diagnóstica, beneficiando o atendimento ao paciente e o controle da infecção.

- Objetivos: Descrever os métodos que contornam a extração de RNA em testes COVID-19, realizando RT-PCR diretamente em amostras inativadas pelo calor ou lisadas com detergentes.

- Métodos:

(i) Investigação inicial de como os meios de transporte usados para a coleta de swab afetam a RT-PCR: para testar isso, foi misturado o RNA do SARS-CoV-2 de genoma completo sintético (SKU102024-MN908947.3, Twist Biosciences) em séries de diluição de três meios de transporte diferentes (Virocult MED-MW951S, Sigma; Transwab MW176S, Sigma e Eswab 482 C, COPAN) usado para amostragem clínica no momento e local do estudo (Karolinska University Hospital, Estocolmo, Suécia). Cada amostra simulada continha 50.000 cópias de gRNA do SARS-CoV-2 sintético e 95-0,1% de meio, correspondendo a 47,5-0,05% de meio na reação de RT-PCR. Realizada a RT-PCR de reação única usando 10 µl de amostra em uma reação de 20 µl (TaqPath, Thermo, A15299) e o conjunto de primer-sonda de nucleocapsídeo 1 (N1) do CDC e valores de limite de ciclo registrado (Ct) para a série de diluições. (ii) Teste se a RT-PCR direta poderia detectar com precisão a presença de SARS-CoV-2 em amostras clínicas: obtenção de cinco alíquotas de amostras de swab nasofaríngeo armazenadas em meio de transporte a –20 ° C. Alíquotas das mesmas amostras foram previamente diagnosticadas clinicamente usando a extração de RNA convencional (MagNA Pure 96 DNA e Kit Viral NA SV, Roche Diagnostics 06543588001) seguida pela RT-PCR, chamando três amostras de pacientes como SARS-CoV-2 positivas e duas amostras como negativas devido à ausência de detecção viral. (iii) Avaliação do desempenho do conjunto de sondas dos primers em hid-RT-PCR (heat-inactivated direct RT-PCR) usando amostras de

swab nasofaríngeo e conjuntos de sonda de

primers visando os genes do SARS-CoV-2, a saber: RNA polimerase dependente de RNA (RdRP), envelope (E) e nucleocapsídeo (N1).

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Obtidas amostras adicionais do swab

nasofaríngeo inativadas pelo calor (65°C 30 min), denominadas SARS-CoV-2 positivas em diagnósticos clínicos anteriores.

(iv) Para validar experimentalmente a eficácia do procedimento de inativação térmica, o SARS-CoV-2 foi propagado in vitro e as partículas virais ativas coletadas (~ 2,5 milhões de unidades formadoras de placa [PFU] em 500 μl) foram submetidas ao aquecimento a 95 ° C durante 5 min.

- Resultados:

(i) Teste com meios de transporte: observados efeitos inibitórios em todos os três meios e, mais importante, variação pronunciada entre os meios; Virocult e Transwab demonstraram perfis de inibição semelhantes, resultando em + 2-3 Ct nas concentrações médias mais altas e inibição mínima em concentrações abaixo do meio de 30% na reação de RT-PCR; Eswab impediu completamente a detecção em altas concentrações, mas alcançou um nível de inibição igualmente baixo como Virocult e Transwab em concentração de 25% na reação. Para testar se o lote de RNA sintético usado não continha molde de DNA remanescente, realizadas adicionalmente as reações de RT e qPCR em duas etapas separadas, incluindo RT ± controles, que demonstraram a falta de sinal de amplificação de DNA quando a transcriptase reversa foi excluída da reação. Assim, esses resultados indicam inibição mínima ou nenhuma inibição de Virocult, Transwab e Eswab a ≤25% na reação de RT-PCR, correspondendo a ≤5 µl de amostra em uma reação de SARS-CoV-2 de 20 µl de RT-PCR. (ii) Amostras do swab nasofaringe: foram inativadas pela adição de MagNA Pure 96 External Lysis Buffer (Roche, 06374913001), usado na purificação de RNA convencional, ou por aquecimento a 65°C por 30 min, e realizada RT-PCR direto usando 3 µl de amostra; observada falta de amplificação em amostras positivas para SARS-CoV-2 inativadas com tampão de lise externo. No entanto, a RT-PCR realizado diretamente em amostras inativadas pelo calor detectou corretamente o SARS-CoV-2 em todas as amostras positivas e mostrou ausência de sinal nas amostras negativas e controles. Isso indicou a viabilidade em explorar mais profundamente RT-PCR direto inativado pelo calor (hid-RT-PCR) como um método para detectar SARS-CoV-2 em amostras clínicas. Também testada a RT de duas etapas e qPCR para detecção de SARS-CoV-2 nas mesmas amostras clínicas, detectando-se corretamente a presença e ausência de amplificação

(iii) Sondas dos primers: observada uma diferença modesta entre N1 e RdRP em

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hid-RT-PCR (diferença média e mediana de Ct para N1: 0,63 e 0,27, P = 0,032, teste de classificação sinalizada de Wilcoxon) enquanto o conjunto do gene E apareceu com valores de Ct consideravelmente mais elevados do que os outros conjuntos de primer-probe (diferença média e mediana de CT para N1: 2,9 e 1,7, P = 0,00098, teste de classificação sinalizada de Wilcoxon). Os autores ressaltam que o uso de alvos de amplicon curtos é crítico para hid-RT-PCR devido à fragmentação de RNA esperada durante o aquecimento, enquanto as considerações sobre o comprimento do amplicon devem ser menos importantes para a amplificação por PCR realizada em RNA extraído de amostras frescas. Devido ao desempenho superior de N1 em hid-RT-PCR, nos concentramos neste conjunto de primer-sonda nas análises aprofundadas de hid-RT-PCR. As amostas inativadas pelo calor são estáveis até 1 semana quando estocadas a 4ºC. Para testar se a hid-RT-PCR poderia ser melhorada pela adição do ácido polivinilsulfônico (PVSA), um inibidor de RNase, ou um agente químico, termoestável e/ou o agente quelante ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) durante a inativação pelo calor, foi observado qye o EDTA e as concentrações mais altas do PVSA só se tornaram aparentes após 4-7 dias de armazenamento (4°C).

(iv) Realizados os ensaios PFU (plaque forming

units) utilizando as células Vero E6 (1x106): demonstrada a falta de unidades formadoras em placa a partir dos espécimes inativadas pelo calor 95ºC por 5 min. Nas amostras inativadas, foram observas unidades formadoras em placa com as diluições de 1 e 1:104, com redução progressivas nas diluições 1:105 e 1:106.

-> Os dados, incluindo benchmarking usando 597 amostras clínicas de pacientes e um sistema de diagnóstico padronizado, demonstraram que a RT-PCR direta é uma opção viável para testes baseados em extração. -> Usando quantidades controladas de SARS-CoV-2 ativo, confirmada a eficácia da inativação por calor por ensaio de placa e avaliados vários tampões genéricos como meio de transporte para RT-PCR direto.

- Conclusões:

-> Economias significativas de tempo e custo são alcançadas por meio de protocolos livres de extração de RNA que são diretamente compatíveis com pipelines de teste baseados em PCR estabelecidas. Isso pode ajudar na expansão dos testes para COVID-19.

Am J Kidney Dis 19SET2020 Outcomes Among Patients Hospitalized With COVID-19 Ng JH et al. Northwell Nephrology COVID-19 Research Consortium. USA. Desfechos dos pacientes com lesão renal aguda

e COVID-19

- Objetivo: Investigar a sobrevida e os desfechos de pacientes hospitalizados com COVID-19 e lesão renal aguda (LRA). - Métodos:

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and Acute Kidney Injury

https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32961245/

-> Estudo de coorte retrospectivo.

-> Inclusão: pacientes com idade ≥18 anos hospitalizados com COVID-19 em 13 hospitais na área metropolitana de Nova York, entre 1º de março de 2020 - 27 de abril de 2020, acompanhados até a alta hospitalar.

-> Desfecho primário: óbito hospitalar. Desfechos secundários necessidade de diálise na alta e recuperação da função renal.

-> Análise univariável e multivariável de tempo até o evento e regressão logística. - Resultados:

-> Entre 9.657 pacientes internados com COVID-19, a taxa de incidência de LRA foi de 38,4/1000 pacientes-dia.

-> Sem LRA, LRA sem necessidade de terapia de substituição renal (LRA-não TSR) e LRA recebendo TSR (LRA-TSR): mediana de idade 62 (51,75), 71 (61,81) e 64 (57,72), p<0,001; homens 58%, 58,4% e 78,7%, p<0,001; mediana do IMC 28,3 (25,1, 32,5), 27,6 (24,2, 32,3) e 30,1 (26,6, 35,4), p< 0,001; DM 30,5%, 43,3% e 48,4%, p<0,001; HAS 53,7%, 68,5%, 64,1%, p<0,001; doença arterial coronariana 10,3%, 17,6% e 13%, p<0,001; insuficiência cardíaca 5%, 13,4% e 10,7%, p<0,001; doença vascular periférica 1,6%, 3,6% e 2,24%, p<0,001; DPOC 5,2%, 8,4% e 6%, p<0,001; doença renal crônica 2,9%, 8,6% e 7,1%, p<0,001.

-> As taxas de incidência de óbito hospitalar entre pacientes sem LRA, LRA-não TSR) e com LRA recebendo TSR (LRA-TSR) foram 10,8, 31,1 e 37,5/1000 pacientes-dia, respectivamente.

-> Os riscos de morte intra-hospitalar para pacientes com LRA-não TSR e LRA-TSR foram maiores do que entre aqueles sem LRA (HR=5,6 [IC95% 5,0-6,3] e HR=11,3 [IC95% 9,6-13,1], respectivamente). -> Após o ajuste para dados demográficos, comorbidades e gravidade da doença, o risco de morte permaneceu maior entre aqueles com LRA não-TSR (HR ajustado= 3,4 [IC95% 3,0-3,9]) e LRA-TSR (HR ajustado=6,4 [IC95% 5,5-7,6]) em comparação com aqueles sem LRA. -> Entre os pacientes com LRA não-TSR que sobreviveram, 74,1% obtiveram recuperação renal no momento da alta. -> Entre aqueles com LRA-TSR que sobreviveram, 30,6% permaneceram em

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diálise na alta, e a doença renal crônica pré-hospitalização foi o único fator de risco independente associado à necessidade de diálise na alta (OR ajustado=9,3 [IC95% 2,3 - 37,8]).

- Limitações: Estudo retrospectivo observacional, limitado à área metropolitana de NY durante o pico da pandemia de COVID-19.

- Conclusões:

-> LRA em pacientes hospitalizados com COVID-19 foi associada a risco significativo de morte.

-> DRC pré-existente é um fator de risco para LRA e não recuperação da função renal em 1/3 dos pacientes

J Infect 19SET2020

Seroprevalence of SARS-CoV-2

significantly varies with age:

preliminary results from a mass population

screening

Pagani G et al. Italy. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32961253/

Soroprevalência aumenta com a

idade?

-Prévio: A aplicação de um modelo matemático demonstrou que a soroprevalência de pelo menos 50% é necessária para evitar novos casos de COVID-19 após remoção das medidas restritivas (Dimeglio CLoubes J-M Deporte B et al. The SARS-CoV-2 seroprevalence is the key factor for

deconfinement in France. Journal of

Infection. 2020; 81: 318-356).

-Métodos:

-> toda a população de Castiglione D'Adda, Itália, foi convidada a realizar testes imunocromatográficos de fluxo lateral do sangue capilar (Prima Lab, Suíça) de 18 de maio a 7 de junho.

-> Uma amostra aleatória de 562 indivíduos (estratificada por sexo e idade) foi convidada a se submeter a testes de confirmação pelo método quimioluminescente no sangue (CLIA, IgG anti-SARS-CoV-2, Abbott, EUA) e PCR para SARS-CoV-2 através do swab da nasofaringe.

- Resultados:

-> IgG negativo (n=394) versus IgG (n=115): sexo feminino 50,8% vs 42,6%; mediana de idade 46 vs 55,4 anos; HAS 17,3% vs 27,8%, DM 3% vs 6,2%, doença coronariana/infarto do miocárdio 2,5% vs 4,3%, DPOC 0,3% vs 0,9%; sintomas – febre 16,5% vs 58,4%, tosse 14,5% vs 27%, anosmia 5,8% vs 32,2%, disgeusia 6,9% vs 40%, dispneia 5,8% vs 11,3% -> A soroprevalência geral encontrada na amostra testada foi de 22,6% (IC95% 17,2%-29,1%).

-> Curiosamente, a soroprevalência aumentou com o aumento da idade.

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encontrado um efeito significativo da idade (p <0,0001), enquanto nenhuma associação significativa surgiu entre a positividade de IgG e o sexo (p = 0,2560).

-> A possível existência de um efeito não linear da idade foi testada incluindo polinômios spline, sem resultados significativos (p = 0,9078).

-> Além disso, um efeito de interação idade/sexo não resultou significativo (p = 0,5199).

-> Um possível fator de confusão poderia estar relacionado às medidas de distanciamento social: escolas de qualquer série estavam entre as primeiras instituições a serem fechadas na Itália, a partir de 5 de março. Isso poderia ter levado a uma menor exposição à infecção em crianças em grupos de idade pré-escolar e escolar.

- Conclusões:

-> Os dados sugerem que a soroprevalência da IgG para SARS-CoV-2 aumenta com o aumento da idade e esses dados indicam uma menor suscetibilidade à infecção nos grupos de idade mais baixa.

-> Esses achados têm implicações importantes na epidemiologia e na saúde pública, particularmente no planejamento de futuras triagens populacionais, e podem ser uma contribuição importante no processo de reabertura, especialmente considerando que mais de três quartos da população ainda podem ser suscetíveis ao SARS-CoV -2 infecção, mesmo em uma área de circulação viral inicialmente irrestrita. Am J Kidney Dis 19SET2020 Characteristics and Outcomes of Individuals With Pre-existing Kidney Disease and COVID-19 Admitted to Intensive Care Units in the United States

Flythe JE et al. STOP-COVID investigators.

USA.

https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32961244/

- Prévio: A doença renal subjacente é um fator de risco emergente para doença COVID-19 mais grave.

-> Objetivo: Verificar os desfechos clínicos de pacientes com COVID-19 grave com e sem doença renal preexistente e investigar a associação entre o grau de doença renal subjacente e os desfechos.

- Métodos:

-> Estudo de coorte retrospectivo

-> 4.264 pacientes com COVID-19 grave: 143 pacientes em diálise, 521 pacientes com doença renal crônica [DRC] e 3.600 pacientes sem DRC) admitidos em UTIs em 68 hospitais nos Estados Unidos. -> Preditor (es): Presença (versus ausência) de doença renal pré-existente.

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-> Desfecho primário: mortalidade hospitalar

-> Desfechos secundários: insuficiência respiratória, choque, arritmia/parada cardíaca ventricular, evento tromboembólico, sangramento maior e lesão hepática aguda.

- Estatística: utilizadas diferenças padronizadas para comparar as características dos pacientes (valores> 0,10 indicam uma diferença significativa entre os grupos) e análise multivariável ajustada Fine e modelos de sobrevivência Gray para examinar associações de resultados.

- Resultados: -> DRC em diálise (n=143), DRC prévia (n=521) e sem DRC prévia (n=3600): idade 65 (56-71), 69 (60-76), 61 (51-70); sexo masculino 54%, 62%, 64%; DM 68%, 63%, 37%; HAS 87%, 87% e 57%; doença arterial coronariana 38%, 28% e 10%; insuficiência cardíaca 31%, 26% e 6%; fibrilação atrial ou flutter 22%, 13% e 6%; DPOC 15%, 23% e 17%; uso de iECA ou BRA 24%, 47% e 31%; sintomas – dispneia 59%, 69% e 76%, tosse 57%, 56% e 69%, alteração do estado mental 25%, 20% e 12%, diarreia 18%, 22% e 20%; sinais – febre > 38º C 45%, 41% e 51% -> Os pacientes em diálise tiveram um tempo menor desde o início dos sintomas até a admissão na UTI em comparação com outros grupos (mediana [quartil 1 quartil 3] dias: 4 [2-9] para pacientes em diálise; 7 [3-10] para pacientes com DRC; 7 [4-10] para pacientes sem doença renal preexistente).

-> Mais pacientes em diálise (25%) relataram estado mental alterado do que aqueles com DRC (20%, diferença padronizada = 0,12) e sem doença renal (12%, diferença padronizada = 0,36). -> Em geral, pacientes em diálise e DRC apresentaram menor contagem de plaquetas e níveis mais altos de proteína C reativa em comparação aos pacientes sem doença renal.

-> Os níveis de lactato no dia 1 da UTI foram semelhantes entre os grupos, mas os níveis elevados persistiram por mais tempo em pacientes em diálise em comparação com os outros grupos.

-> Longitudinalmente, os níveis de ferritina e troponina foram mais elevados em pacientes em diálise e mais baixos em

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pacientes sem doença renal.

-> Metade dos pacientes em diálise e DRC morreram dentro de 28 dias da admissão na UTI contra 35% dos pacientes sem doença renal preexistente.

-> Em comparação com os pacientes sem doença renal preexistente, os pacientes em diálise tiveram um risco maior de morte hospitalar em 28 dias (HR ajustado=1,41; IC95% 1,09-1,81), enquanto os pacientes com DRC tiveram um risco intermediário (HR ajustado=1,25; IC95% 1,08-1,44). - Conclusões:

-> Os resultados destacam a alta mortalidade de indivíduos com doença renal subjacente e COVID-19 grave, ressaltando a importância de identificar terapias seguras e eficazes para a COVID-19. PloS Pathog 18SET2020 SARS-CoV-2 infection of African green monkeys results in mild respiratory disease discernible by PET/CT imaging and shedding of infectious virus from both respiratory and gastrointestinal tracts

Hartman AL et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32946524/ Modelo pré-clínico de COVID-19 leve/moderada: Macacos verdes africanos

- Prévio: Vacinas são necessárias para combater a pandemia da COVID-19, de modo que o teste destas vacinas candidatas num modelo apropriado com primatas não humanos (NHP- nonhuman primate) é uma etapa crítica no processo.

- Métodos:

-> Macacos verdes africanos (AGM –

African green monkeys) machos ( ~ 3,5

anos) foram infectados com cepas do SARS-CoV-2 de Munique, Alemanha, na 3ª passagen, de modo que esta cepa apresentação a mutação D614G na proteína

spike.

-> 4 animais infectados por pequenas partículas aerossóis (3,7-4,2 log10 pfu de

vírus devido à perda padrão de ~ 2 log de vírus após a nebulização) e 2 infectados por partículas através das mucosas oral, nasal, ocular e intratraqueal (6,4 log10 pfu

de vírus). - Resultados:

-> A infecção de macacos verdes africanos com SARS-CoV-2 humano através de aerossol ou exposição da mucosa resultou em infecção clínica leve com diminuição transitória do volume corrente pulmonar. -> Os animais apresentaram diminuição transitória dos linfócitos e das plaquetas e aumento dos neutrófilos. Por outro lado, oas valores de BUN e amilase diminuíram e as enzimas hepáticas não alteraram. -> A imagem com tomografia por emissão de pósitrons de 18F-fluoro-2-desoxi-D-glicose (18F-FDG PET) co-registrada com tomografia computadorizada (TC) revelou

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lesões pulmonares em 4 dias após a infecção (dpi) que resolveram com o tempo.

-> SARS-CoV-2 foi eliminado de ambos os tratos respiratório e gastrointestinal (GI) em todos os animais de maneira bifásica, primeiro entre 2-7 dpi seguido por uma recrudescência em 14-21 dpi.

-> Assim, a replicação viral foi detectada em todos os swabs nasais e orais de todos os animais em 2 e 4 dpi; ainda no 2dpi, 5/6

swabs retais e 2/6 swabs oculares foram

positivos para vírus infeccioso. Todos os

swabs foram amplamente negativos de

todos os animais em 11 dpi.

-> O RNA viral (vRNA) foi encontrado em ambos os sistemas respiratório e gastrointestinal na necropsia, com níveis mais elevados de vRNA encontrados nos tecidos do trato GI.

-> Todos os animais soroconverteram simultaneamente para IgM e IgG, o que também foi documentado em casos COVID-19 humanos.

-> A soroconversão foi associada ao aumento da produção dos anticorpos neutralizantes.

-> Análise da citometria de PBMCs: aumento dos monócitos (CD14+CD16-) ki67 positivos após a infecção em todos os animais; aumento dos linfócitos T CD4 e CD8 Ki67 positivos entre os dias 2-11 dpi; aumento sustentatdo dos linfócitos T CD8 nos animais infectados pela mucosa; aumento dos linfócitos B CD20lo ki67

positivos na 2ª semana (plasmoblastos); ausência de padrão definido das células NK (em srers humanos com COVID-19 grave, há redução das células NK).

-> Análise das citocinas: IFN-α, IFN-γ, IL-6 e TNF-α foram indectávies; maioria dos animais apresentou aumento transitório de MCP-1, IL-1RA, IP-10, and ITAC no 2 dpi, o que é indicativo de respota a infecções virais.

- Discussão:

-> Macacos verdes africanos representam uma espécie para estudar a doença COVID-19 leve/subclínica e fornecer possíveis insights sobre a eliminação dos vírus vivos.

-> A avaliação de futuras vacinas pode ser realizada nestes animais com correlatos de eficácia, sendo lesões pulmonares por PET/ TC de tórax, eliminação de vírus e carga

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viral no tecido. PloS One

18SET2020

The association between ABO blood group and

SARS-CoV-2 infection: A meta-analysis

Daniels LB et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32946859/

Tipo sanguíneo A mais propenso a ter infecção pelo SARS-CoV-2?

- Prévio: Atualmente, as evidências existentes sobre a associação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e o polimorfismo do grupo sanguíneo ABO são preliminares e controversas.

- Objetivo: Nesta meta-análise, foi investigada esta associação e determinadas as probabilidades de indivíduos positivos para SARS-CoV-2 de terem um grupo sanguíneo específico em comparação com os controles.

- Métodos: Revisão sistemática nas bases de dados MEDLINE e LitCovid para estudos publicados até 15 de julho de 2020. Sete estudos preencheram os critérios de inclusão para meta-análise, incluindo um total de 13 subgrupos de populações (7.503 casos positivos de SARS-CoV-2 e 2.962.160 controles).

-> Estudos da Europa (Espanha e Itália), EUA, Turquia e China.

-> Analisadas as chances de cada grupo sanguíneo entre os pacientes positivos para SARS-CoV-2 em comparação aos controles.

-> Modelos de efeitos aleatórios foram usados para obter a odds ratio (OR)/razão de cjances global.

-> As análises de subgrupo e sensibilidade foram realizadas a fim de explorar a fonte de heterogeneidade e consistência dos resultados.

- Resultados:

-> Tipo sanguíneo A: frequência de 27-51% nos casos e 26-41% nos controles. -> Tipo sanguíneo B: frequência 7-33% em ambos os grupos.

-> Tipo sanguíneo AB: frequência 2,5-13% nos casos e 2,5-10% nos controles.

-> Tipo sanguíneo O: frequência 22-61% nos casos e 30-57% nos controles. -> Indivíduos positivos para SARS-CoV-2 são mais propensos a ter grupo sanguíneo A (pool OR=1,23, IC95%: 1,09-1,40: I2=77,3%) e menos probabilidade de ter grupo sanguíneo O (pool OR=0,77, IC95%: 0,67-0,88; I2=82%).

- Conclusões:

-> Mais estudos são necessários para investigar os mecanismos para explicar essa associação, os quais podem afetar a cinética da pandemia de acordo com a distribuição do grupo sanguíneo na população.

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Emerg Infect Dis 18SET2020 Transmission of Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 During Long Flight Khanh NC et al. Vietnam. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32946369/ Transmissão do SARS-CoV-2 em vôo de longa duração no início da pandemia em março de 2020

-Objetivo: Avaliar o papel da transmissão do SARS-CoV-2 num grupo de casos entre passageiros num vôo comercial de 10 horas.

- Métodos:

-> Investigação de passageiros, tripulantes e seus contatos próximos.

-> Rastreados 217 passageiros e tripulantes até seus destinos finais; entrevista, testes e estabelecimento de quarentena.

- Resultados:

-> Identificado um paciente sintomático (febre e tosse) quando o avião que saiu de Londres e pousou em Hanói (VN54), no dia 02/03/2020.

-> Entre as 16 pessoas nas quais a infecção por SARS-CoV-2 foi detectada, 12 (75%) eram passageiros sentados na classe executiva junto com a única pessoa sintomática (taxa de ataque 62%: 13/21). Destas 16 pessoas, 1 era tripulante. Idade dos infectados: 30-74 anos (mediana 63,5 anos), 56% homens.

-> Entre os passageiros sentados a 2 metros do caso 1, ou seja, na classe executiva como sendo <2 assentos de distância, 11 (92%) foram SARS-CoV-2 positivo em comparação com 1 (13%) localizado a> 2 assentos de distância

-> Desta forma, a proximidade de lugares sentados foi fortemente associada ao aumento do risco de infecção (razão de risco 7,3, IC 95% 1,2-46,2).

-> Dos 12 casos adicionais na classe executiva, os sintomas desenvolveram-se subsequentemente em 8 (67%); a mediana do início dos sintomas foi 8,8 dias (intervalo interquartil 5,8-13,5) após a chegada.

-> Não foram encontradas evidências fortes que apoiem cenários alternativos de transmissão.

-> A transmissão ocorreu provavelmente por gotículas ou aerossóis.

-> Limitações: Primeiro, não havia dados de sequenciamento genômico disponíveis para apoiar a hipótese de transmissão durante o vôo (No entanto, a investigação epidemiológica foi detalhada); em segundo lugar, não havia dados detalhados sobre as atividades dos casos enquanto a bordo (por exemplo, movimentos ou mudanças de assento, uso de banheiros ou compartilhamento de refeições), o que

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pode ter nos permitido identificar a rota precisa de transmissão; terceiro, a avaliação da exposição pré-voo dos passageiros a outros casos confirmados baseou-se apenas em entrevistas; quarto, não havia dados disponíveis sobre o uso individual de máscaras faciais por passageiros a bordo, o que teria permitido uma análise de risco mais refinada. Máscaras faciais não foram recomendadas nem amplamente utilizadas em aviões no início de março, em particular entre os viajantes da Europa (24-26), que constituíam a maioria dos passageiros no vôo VN54; por último, dado o atraso entre a chegada e a confirmação do provável caso índice, nenhuma amostra ambiental pôde ser coletada do avião.

- Discussão

-> A transmissão durante o vôo, a qual provavelmente se originou de um passageiro sintomático, causou um grande cluster de casos durante um vôo de longa distância

- Conclusão:

-> As diretrizes para prevenir a infecção do SARS-CoV-2 entre passageiros de aviões devem considerar o risco de infecção de cada passageiro, o número de passageiros viajando e a duração do vôo.

Infect Genet Evol 17SET2020 Substitutions in Spike and Nucleocapsid proteins of SARS-CoV-2 circulating in South America Franco-Munoz C et al. Colmbia. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32950697/ Mutações do SARS-CoV-2 na América do Sul: D614->G614 da proteína spike

- Prévio: SARS-CoV-2 é um vírus novo do gênero Betacoronavirus, responsável pela pandemia da COVID-19.

-> O vírus cruzou a barreira das espécies e se estabeleceu na população humana aproveitando a alta afinidade da proteína

spike pelo receptor ECA para infectar o

trato respiratório inferior.

-> O Nucleocapsideo (N) e a Spike (S) são proteínas estruturais altamente imunogênicas e a maioria dos ensaios de diagnóstico COVID-19 comerciais têm como alvo essas proteínas.

-> Em uma epidemia imprevisível, é essencial identificar a variabilidade genética do vírus.

- Objetivo: Descrever a frequência de substituição das proteínas S e N do SARS-CoV-2 na América do Sul.

-> Um total de 504 sequências de aminoácidos e nucleotídeos das proteínas S e N do SARS-CoV-2 de sete países da América do Sul (Argentina, Brasil, Chile, Equador, Peru, Uruguai e Colômbia), relatado em 3 de junho, e correspondentes

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às amostras coletadas entre março e abril de 2020, foram comparadas por meio de matrizes de substituição usando o algoritmo Muscle em MEGA X.

-> Quarenta e três sequências de 13 departamentos colombianos foram obtidas neste estudo usando as tecnologias Oxford Nanopore e Illumina MiSeq, seguindo o amplicon baseado Protocolo de rede ARTIC.

- Resultados:

-> As substituições D614G em S e R203K/G204R em N foram as mais frequentes na América do Sul, observadas em 83% e 34% das sequências respectivamente.

-> Surpreendentemente, os genomas com a posição conservada D614 foram quase completamente substituídos por genomas com a substituição G614 entre março e abril de 2020.

-> Um padrão de substituição semelhante foi observado com R203K/G204R embora mais marcado no Chile, Argentina e Brasil, sugerindo história de introdução semelhante e/ou estratégias de controle de SARS-CoV-2 nesses países.

- Conclusão:

-> É necessário continuar com a vigilância genômica das proteínas S e N durante a pandemia do SARS-CoV-2, pois essas informações podem ser úteis para o desenvolvimento de vacinas, estratégias terapêuticas e testes diagnósticos.

Int J Infect Dis 17SET2020 Hypokalemia as a sensitive biomarker of disease severity and invasive mechanical ventilation requirement in COVID-19 pneumonia: a case series of 306 Mediterranean patients Moreno-Pérez O et al. COVID-19-ALC research group. Spain. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32950739/ Hipocalemia: biomarcador de gravidade da COVID-19?

- Prévio: Os níveis séricos do potássio (K+) parecem significativamente mais baixos na infecção grave pelo SARS-CoV-2, com tradução clínica desconhecida.

- Objetivo: investigar se a hipocalemia atua como um biomarcador de gravidade na pneumonia pela COVID-19 e se associa com os principais desfechos clínicos. - Métodos:

-> Estudo de coorte retrospectivo de pacientes internados com pneumonia COVID-19 (3 de março - 2 de maio de 2020).

-> Os pacientes foram categorizados de acordo com os níveis nadir de K+ nas primeiras 72 horas de admissão: hipocalemia (K+ ≤3,5 mmol/l; considerada grave se menor que 3,0 mmol/l) e normocalemia (> 3,5 mmol/l).

-> Os principais desfechos foram mortalidade por todas as causas e

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necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI), analisados por regressão logística múltipla (OR; IC95%).

- Resultados: -> N= 306 pacientes.

-> Normoclaemia (n=212), hipocalemia leve (n=76) e hipocalemia grave (n=18): mediana de idade 64 (46,8-77), 65 (58,3-75) e 73,5 (53,5-80); HAS 46,2%, 57,9% e 50%; uso de BRA e iECA 28,6%, 36,8% 2 22,2%; DM 21,4%, 22,4% e 22,2%; obesidade 38,3%, 31% e 17,6%, doença cardiovascular 13,8%, 9,2% e 16,7%; sinais e sintomas febre 72,1%, 76,3% e 55,6%, dispneia 57,2%, 48,7% e 38,9%, diarreia 24%, 28% e 22,2%; todos p> 0,05; tosse seca 64,9%, 57,9% e 29,4% (p<0,05) -> 94/306 (30,7%) tinham hipocalemia, mostrando comorbidade significativamente maior no início do estudo (índice de Charlson ≥3, 30,0% vs 16,3%) (p=0,02), pontuações CURB65 (1,5 (0,0-3,0) vs 1,0 (0,0 -2,0)) (p = 0,04), e alguns parâmetros inflamatórios (linfopenia, aumento de ferritina, D-dímero, IL-6, BNP e troponina) -> Após o ajuste para fatores de confusão, a hipocalemia foi independentemente associada à necessidade de VMI durante a admissão (OR=8,98; IC95% 2,54-31,74): hipocalemia grave 33,3%, hipocalemia leve 25% e normocalemia 6,2%

-> A mortalidade: 15,0% (n=46) e não foi influenciada pelo baixo K+.

-> A hipocalemia foi associada a maior tempo de internação hospitalar e na UTI: hipocalemia leve 11 (8-18) e 11 (7-31,5), hipocalemia grave 16,5 (7-25,75) e 15 (9,5-36,5) e normocalemia 7 (4-11) e 8 (3,5-13,5), respectivamente. - Conclusões: -> A hipocalemia é prevalente em pacientes com pneumonia COVID-19. -> A hipocalemia é um preditor independente da necessidade de VMI e parece ser um biomarcador sensível de progressão grave de COVID-19.

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Am J Cardiol 15SET2020 Relation of Statin Use Prior to Admission to Severity and Recovery Among COVID-19 Inpatients

Daniels LB et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32946 859/ Uso prévio de estatina: menor gravidade da COVID-19 e recuperação clínica mais rápida?

- Prévio: O impacto das estatinas, inibidores da ECA (iECA) e bloqueadores do receptor da angiotensina II (BRA) na gravidade e recuperação da COVID-19 é importante, dada sua alta prevalência de uso entre indivíduos com risco de COVID-19 grave.

-> Objetivo: Avaliar a associação entre o uso de estatina/iECA/BRA no mês anterior à admissão hospitalar, com risco de desfecho grave e com tempo para desfecho grave ou recuperação da doença, em pacientes hospitalizados pela COVID-19. - Métodos:

-> Estudo de coorte retrospectivo de um único centro de todos os pacientes hospitalizados na UC San Diego Health entre 10 de fevereiro a 17 de junho de 2020 (n=170 hospitalizados pela COVID-19, n=5.281 controles negativos para COVID). -> A regressão logística e análises de riscos concorrentes foram usadas para investigar a progressão para doença grave (morte ou admissão na unidade de terapia intensiva) e o tempo para alta sem doença grave. - Resultados:

-> A doença grave ocorreu em 53% dos pacientes internados com COVID positivos.

-> Pacientes com COVID-19: 58% homens, média de idade 59 ± 19 anos; 56% obeses, 44% HAS, 21% doença cardiovascular, 20% DM, 18% doença renal crônica e 14% neoplasia.

-> A média de tempo desde a hospitalização até a doença grave foi 2 dias; a média de tempo de recuperação foi 7 dias.

-> O uso de estatinas antes da admissão foi associado a risco reduzido de COVID-19 grave (OR ajustado=0,29, IC95% 0,11-0,71, p<0,01) e tempo mais rápido de recuperação entre aqueles sem doença grave (HR ajustado para recuperação=2,69, IC95%1,36-5,33, p<0,01).

-> A associação entre o uso de estatina e doença grave foi menor na coorte COVID-negativa (P para interação=0,07).

-> Houve evidência potencial de tempo de recuperação mais rápida com o uso de BRA (aHR=1,92, IC 95% 0,81-4,56). -> O diabetes foi independentemente associado ao risco aumentado de COVID-19 grave (aOR=3,36, IC95% 1,14-10,87). - Conclusão:

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-> O uso de estatina durante os 30 dias anteriores à admissão para tratamento da COVID-19 foi associado a um menor risco de desenvolver COVID-19 grave e um tempo mais rápido de recuperação entre pacientes sem doença grave.

J Infect Dis 09SET2020 High seroprevalence of anti-SARS-CoV-2 antibodies in Chelsea, Massachusetts

Naranbhai V et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32906151/ Soroprevalência elevada no epicentro da COVID-19 em Massachusetts, EUA

- Prévio: O teste de anticorpos anti-SARS-CoV-2 permite a determinação quantitativa da prevalência da doença, especialmente importante em comunidades de alto risco. -Métodos:

-> Amostragem de conveniência anônima de 200 residentes atualmente assintomáticos de Chelsea, o epicentro da doença COVID-19 em Massachusetts, para análise combinada IgM-IgG (BioMedomics SARS-CoV-2; poin-of-care lateral flow immunoassay).

- Resultados:

-> Mediana de idade 46 (27-55) anos, 40% sexo feminino.

-> A seroprevalência foi 31,5%: 17,5% IgM (+) IgG (+), 9,0% IgM (+) IgG (-) e 5,0% IgM (-) IgG (+).

-> 50,5% dos participantes não relataram sintomas nas 4 semanas anteriores, dos quais 24,8% (25/101) eram soropositivos, e 60% destes eram IgM (+) IgG (-).

-> Dos 48,5% pacientes que apresentavam sintomas nas últimas 4 semanas, 26,5% tiveram tosse, 24% rinorréia, 23,5% odinofagia, 23% dor muscular, 20% febre. - Conclusões:

-> Esses dados são as taxas de soroprevalência mais altas observadas até o momento e destacam a carga significativa da infecção assintomática. JAMA Neurol 08SET2020 Assessment of Brain Injury Using Portable, Low-Field Magnetic Resonance Imaging at the Bedside of Critically Ill Patients

Sheth KN et al. USA. https://pubmed.ncbi.nlm.

nih.gov/32897296/

Poin-of-care MRI?

- Importância: a neuroimagem é uma plataforma fundamental na avaliação clínica da lesão cerebral.

-> Os sistemas convencionais de imagem por ressonância magnética (MRI) operam em campos magnéticos de alta intensidade (1,5-3 Teslas) que requerem ambientes restritos e de acesso controlado.

-> O acesso limitado à neuroimagem oportuna continua sendo uma barreira estrutural fundamental para monitorar de maneira eficaz a ocorrência e a progressão da lesão neurológica em ambientes de terapia intensiva (UTI).

-> Avanços recentes na tecnologia de ressonância magnética de baixo campo permitiram a aquisição de imagens clinicamente significativas fora dos locais

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de radiologia e na presença de materiais ferromagnéticos à beira do leito.

- Objetivo: Avaliar a lesão cerebral em pacientes graves internados em unidades de terapia intensiva, utilizando aparelho portátil de ressonância magnética de baixo campo à beira do leito (Point-of-care MRI). - Métodos:

-> Estudo de coorte prospectivo e de centro único de 50 pacientes internados nas UTIs de neurociência ou doença coronavírus 2019 (COVID-19) no Hospital Yale New Haven em New Haven, Connecticut, a partir de 30 de outubro de 2019 a 20 de maio de 2020.

-> Os pacientes foram elegíveis se apresentassem lesão ou alteração neurológica, sem contra-indicações para RM convencional e com hábito corporal que não ultrapassasse a abertura vertical de 30 cm do aparelho.

-> O diagnóstico de COVID-19 foi determinado pelo resultado positivo no

swab nasofaríngeo por RT-PCR.

-> Realizada ressonância magnética portátil em uma sala da UTI.

-> Avaliação dos dados demográficos, clínicos, radiológicos e de tratamento. - Resultados:

-> Os exames de ressonância magnética no local de atendimento foram realizados em 50 pacientes (16 mulheres [32%]; média de idade 59 ±12 anos [variação, 20-89 anos]). -> Os pacientes apresentaram acidente vascular cerebral isquêmico (n=9), acidente vascular cerebral hemorrágico (n=12), hemorragia subaracnoide (n=2), lesão cerebral traumática (n=3), tumor cerebral (n=4) e COVID-19 com alteração estado mental (n=20).

-> Os exames foram adquiridos com a mediana de 5 (variação, 0-37) dias após a admissão à UTI.

-> Recuperação da inversão com atenuação de fluido dos diagnósticos graduados em T1-poderada, T2-ponderada e T2 FLAIR, e sequências de imagem ponderadas em difusão foram obtidas para 37, 48, 45 e 32 pacientes, respectivamente.

-> Os achados de neuroimagem foram detectados em 29/30 (97%) pacientes que não tinham COVID-19 e 8/20 (40%) pacientes com COVID-19 demonstraram anormalidades.

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COVID-19 foram hemorragia intracranial (n=1), infarto cerebral (n=3), edema cerebral difuso (n1) e leucoencefalopatia (n=3).

-> N=11 pacientes (55%) realizaram exames convencionais (TC, n=8; RNM, n=3): todos tiveram concordância com a RNM portátil

-> Não houve eventos adversos ou complicações durante a implantação da ressonância magnética portátil ou digitalização em uma sala de unidade de terapia intensiva.

- Conclusões:

-> Esta série de pacientes com doença crítica em um único centro em um ambiente de terapia intensiva demonstrou a viabilidade da ressonância magnética portátil de baixo campo.

-> Esses achados demonstram o papel potencial da ressonância magnética portátil para obter neuroimagem em ambientes de cuidados clínicos complexos.

J Med Virol 08SET2020 Analysis of the prophylactic effect of thymosin drugs on COVID-19 for 435 medical staff: A hospital-based retrospective study

Liu X et al. China. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32897543/ Timosina não é eficaz para prevenção da COVID-19

- Objetivo: Para explorar o papel da timosina (fárcamo imunomodulador) na prevenção da COVID-19, foram analisados os efeitos preventivos de diferentes horários de medicação nos profissionais da saúde e, em seguida, fornecidas recomendações para o monitoramento farmacêutico daquele fármaco.

- Métodos:

-> Estudo retrospectivo com 435 profissionais da saúde que utilizaram ou não timosina; 25 de janeiro a 25 de março de 2020, num hospital em Wuhan, China. -> 3 grupos: Grupo A - 57 médicos que não receberam timosina (52/57 mulheres); Grupo B- 101 médicos com profilaxia pré-exposição (96/101 mulheres) e Grupo C- 277 médicos com profilaxia pós-exposição (260/270 mulheres). Idade em 95% dos profissionais 18-40 anos.

-> Profissionais da saúde: ~ 75% enfermerias; < 10% com comorbidades. -> Doses da timosina foram variáveis, bem como a duração: 1 a 10 mg, diariamente a 1 a 3 vezes por semana, por 15 dias.

- Resultados:

-> Eficácia da Timosina: efeito insignificante entre os profissionais da saúde – RT-PCR positiva nos grupos A (0%), grupo B (0,99%) e grupo C (0,36%), p=0,07; imagens pulmonares – Grupo A (3,51%), grupo B (2,97%) e Grupo C

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(1,44%), p=0,17.

-> Segurança da Timosina: 3,7% tiveream febre, especialmente quando combinado com o interferon-α; além de rash (2,65%), fadiga (1,85%), vertigem (2,12%), náuseas (1,32%), vômitos (1,06%), diarreia (1,59%).

- Conclusões:

-> Timosina não teve efeito significativo na prevenção da COVID-19 antes e após a exposição para profissionais de saúde, além da ocorrência de eventos adversos, portanto, não são recomendados.

-> Estudos randomizados e controlados, multicêntricos e com maior número de pacientes são necessários.

PlosBiol 08SET2020 In vivo antiviral host transcriptional response to SARS-CoV-2 by

viral load, sex, and age

Lieberman NAP et al. USA.

https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32898168/

Expressão gênica de acordo com a carga viral, sexo

e idade

- Prévio: Apesar da diversidade genômica limitada, a infecção pelo SARS-CoV-2 tem mostrado uma ampla gama de manifestações clínicas em diferentes populações de pacientes. Os mecanismos por trás dessas diferenças ainda não foram completamente elucidados.

- Métodos

-> Avaliação da expressão gênica da resposta do hospedeiro no curso da evolução da COVID-19, carga viral (definida como o Ct após amplicação da região 1 do gene do nucleocapsídeo [N1]), idade e sexo entre perfis de sequenciamento de RNA shotgun de swabs nasofaríngeos (NP) de 430 indivíduos com SARS-CoV-2 confirmado pela PCR e 54 controles negativos.

- Resultados:

-> Meidan de idade 54 anos (2-98 anos) -> Resultado da RT-PCR: baixo (n=99; Ct>24), médio (n=206; Ct 24-19) e alto (n=108; Ct<19)

-> O SARS-CoV-2 induziu uma forte resposta antiviral com regulação positiva de fatores antivirais, como sensores virais (IFIT1, DDX58) e quimiocinas que atraem linfócitos T (Th1) e células NK (CXCL9/10/11) e inibidores diretos da replicação e função virais (MX2, RSAD2, HERC5).

-> A cultura para o SARS-CoV-2 em amostras do epitélio das vias aéreas humanas (HAE) replicou a resposta do hospedeiro antiviral in vivo 7 dias após a infecção, sem indução de genes estimulados por interferon após 3 dias. -> Espécimes longitudinais pareados pelo paciente (média de tempo decorrido = 6,3

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dias) demonstraram redução na transcrição induzida pelo interferon, recuperação da transcrição de proteínas ribossômicas e início da cicatrização de feridas e respostas imunes humorais.

-> A expressão de genes responsivos ao interferon, incluindo ECA2, aumentou em função da carga viral. A expressão de CXCl9, OASL, MX1, CD274/PDL-1, USP18, CCL2 também aumentaram com a carga viral.

-> Por outro lado, os transcritos para proteínas específicas de linfócitos B e quimiocinas de neutrófilos aumentaram em pacientes com carga viral mais baixa. -> Indivíduos mais velhos tiveram expressão reduzida das quimiocinas Th1 CXCL9/10/11 e seu receptor cognato CXCR3, bem como CD8A e granzima B, sugerindo deficiências no tráfego e/ou função dos linfócitos T citotóxicos e natural killer cells (NK).

-> Em relação às mulheres, os homens tiveram transcrições reduzidas para linfócitos B e células NK e um aumento nos inibidores da sinalização do fator nuclear kappa-B (NF-κB), possivelmente “estrangulando” inadequadamente as respostas antivirais.

- Conclusões: Os dados demonstram que as respostas do hospedeiro ao SARS-CoV-2 dependem da carga viral e do curso de infecção, com diferenças observadas devido à idade e sexo, as quais podem contribuir para a gravidade da doença.

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Int J Epidemiol 05SET2020 Characteristics and predictors of hospitalization and death in the first 11 122 cases with a positive RT-PCR test for SARS-CoV-2 in Denmark: a nationwide cohort Reilev M et al. Denmark. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32887982/ Desfechos clínicos na população da Dinamarca: impacto da idade e das comorbidades

- Prévio: O impacto do conhecimento a nível populacional para os indivíduos com alto risco de progressão da COVID-19 é necessário para guiar estratégias de proteção direcionadas na população geral. - Métodos:

-> Avaliação das características e fatores preditores de hospitalização e morte em uma coorte nacional de todos os indivíduos dinamarqueses testados para SARS-CoV-2 de 27 de fevereiro de 2020 até 19 de maio de 2020.

- Resultados:

-> Identificados 11.122 casos positivos pela RT-PCR para SARS-CoV-2, dos quais 80% eram da comunidade e 20% de indivíduos hospitalizados.

-> A mortalidade por todas as causas em 30 dias foi 5,2%.

-> A idade foi fortemente associada à doença fatal (OR=15, IC95%: 9-26) para 70-79 anos, aumentando para OR=90 (IC95% CI: 50-162) para idades ≥90 anos, quando comparados aos casos de 50-59 anos e ajustados para sexo e número de comorbidades.

-> Entre todos os casos positivos para PCR, a mediana de idade mediana foi 48 anos [(IQR) 33-62], variando de 44 anos (IQR 30-56) entre os casos que não foram hospitalizados até 82 anos (IQR 75-88) entre aqueles que foram a óbito.

-> As comorbidades mais frequentes entre os casos hospitalizados foram hipertensão (55%), DPOC (22%), cardiopatia isquêmica (19%) e diabetes (19%).

-> Da mesma forma, o número de comorbidades foi associado à doença fatal (OR=5,2, IC95%: 3,4-8,0), para casos com pelo menos quatro comorbidades vs sem comorbidades e 79% dos casos fatais tiveram pelo menos duas co-morbidades. -> A maioria das principais doenças crônicas foi associada à hospitalização, com ORs variando de 1,3-1,4 (acidente vascular cerebral, doença isquêmica do coração) a 2,6-3,4 (insuficiência cardíaca, doença renal diagnosticada no hospital, transplante de órgãos) e com mortalidade com ORs variando de 1,1-1,3 (doença cardíaca isquêmica, hipertensão) a 2,5-3,2 (transtorno psiquiátrico importante, transplante de órgãos).

-> Entre os casos de 60-69 e 70-79 anos sem comorbidades, a mortalidade foi 1% e

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4%, respectivamente, embora tenha aumentado para 11% e 29%, respectivamente, entre aqueles com pelo menos quatro comorbidades.

-> Na ausência de comorbidades, a mortalidade foi <5% em pessoas com idade ≤80 anos.

- Conclusões:

-> Neste estudo COVID-19 de base populacional nacional, o aumento da idade e a multimorbidade estiveram fortemente associados à hospitalização e óbito. -> Na ausência de comorbidades, a mortalidade foi, no entanto, <5% até os 80 anos. J Hematol Oncol 04SET2020 SARS-CoV-2 binds platelet ACE2 to enhance thrombosis in COVID-19

Zhang S et al. China. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32887634/ Ação do SARS-CoV-2 nas plaquetas: mecanismo da trombogênese na COVID-19

- Prévio: Pacientes com COVID-19 crítica podem desenvolver um estado pró-trombótico que os coloca num risco letal dramaticamente aumentado.

-> Embora a ativação plaquetária seja crítica para a trombose e seja responsável pelos eventos trombóticos e complicações cardiovasculares, o papel das plaquetas na patogênese da COVID-19 permanece obscuro.

-Métodos:

-> Usando plaquetas de voluntários saudáveis, pacientes não COVID-19 e COVID-19, bem como camundongos transgênicos hACE2 e do tipo selvagem, avaliadas as alterações nos parâmetros plaquetários e de coagulação em pacientes com COVID-19.

-> Investigação da expressão da ECA2 e o efeito direto do vírus SARS-CoV-2 nas plaquetas por RT-PCR, citometria de fluxo, Western blot, imunofluorescência e estudos funcionais das plaquetas in vitro, formação de trombo induzido por FeCl3 in vivo e formação de trombo em condições de fluxo

ex vivo.

- Resultados:

-> Pacientes com COVID-19 apresentam aumento do volume plaquetário médio (VPM) e hiperatividade plaquetária, o que se correlaciona com a diminuição da contagem total de plaquetas.

-> A detecção do RNA do SARS-CoV-2 na corrente sanguínea foi associado à hiperatividade plaquetária em pacientes criticamente doenets.

-> As plaquetas expressaram ECA2, um receptor de célula hospedeira para o SARS-CoV-2, e TMPRSS2, uma serina protease para iniciação da proteína spike.

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-> SARS-CoV-2 (0,1 x 105 PFU; efeito

dose-dependente) e sua proteína spike (subunidade S1) aumentaram diretamente a ativação plaquetária, como agregação plaquetária, ligação de PAC-1, expressão de CD62P, secreção de grânulos α, liberação de grânulos densos, spreading das plaquetas e retração de coágulos in

vitro, além de induzir a ativação da

integrina αIIbß3 e a expressão da P-selectina (medeia a interação entre as plaquetas e os leucócitos).

-> Observada trombose aumentada desencadeada pela proteína spike nos camundongos do tipo selvagem transfundidos com plaquetas transgênicas hECA, mas não em animais transfundidos com plaquetas de tipo selvagem in vivo. -> Há evidências que sugerem que a via MAPK, downstream da ECA2, medeia o papel potencializador do SARS-CoV-2 na ativação plaquetária, e que a expressão de ECA2 plaquetária diminui após a estimulação de SARS-COV-2.

-> SARS-CoV-2 e sua proteína spike fosforilam ECA2, Erk, p38 e JNK em plaquetas humanas: as plaquetas de doadores saudáveis foram pré-tratadas com SARS-CoV-2 (1×105 PFU) ou sua proteína

spike (2 μg/ml) por vários momentos; para a detecção da fosforilação da ECA2, os lisados celulares foram preparados e submetidos a imunoprecipitação com anticorpo anti-fosfo-Ser/Thr, seguido por análise de imunotransferência com anticorpo anti-ECA22.

-> O SARS-CoV-2 e sua proteína spike estimularam diretamente as plaquetas para facilitar a liberação de fatores de coagulação, a secreção de fatores inflamatórios e a formação de agregados leucócitos-plaquetários.

-> A proteína ECA2 humana recombinante (10 μg/ml) e o anticorpo monoclonal

anti-spike (4 μg/ml) inibiram a ativação

plaquetária induzida pelo SARS-CoV-2. -Conclusões: Os resultados indicam uma nova função do SARS-CoV-2 na ativação plaquetária através da ligação da proteína

spike à ECA2.

-> A ativação plaquetária induzida pelo SARS-CoV-2 pode participar na formação de trombos e das respostas inflamatórias em pacientes com COVID-19.

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04SET2020 addition to standard of care versus standard of care alone in the treatment of patients admitted to the hospital with severe COVID-19 in Brazil (COALITION II): a randomised clinical trial COALITION COVID-19 Brazil II Investigators. Brazil. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32896292/ associada à Hidroxicloroquin na COVID-19: ausência de eficácia

azitromicina no tratamento da COVID-19 permanecem incertas. Avaliação se a adição de azitromicina ao tratamento padrão, que incluía hidroxicloroquina, melhoraria os resultados clínicos de pacientes internados no hospital com COVID-19 grave.

- Métodos:

-> Ensaio clínico randomizado e aberto em 57 centros no Brasil.

-> Pacientes admitidos no hospital com suspeita ou confirmação de COVID-19 e pelo menos um critério de gravidade adicional: suplementação de oxigênio com fluxo de mais de 4 l/min; uso de cânula nasal de alto fluxo; uso de ventilação mecânica não invasiva; ou uso de ventilação mecânica invasiva.

-> Os pacientes foram randomizados aleatoriamente (1:1) para azitromicina (500 mg por via oral, nasogástrica ou intravenosa, 1x/dia por 10 dias) mais tratamento-padrão ou tratamento- padrão sem macrolídeos.

-> Todos os pacientes receberam hidroxicloroquina (400 mg 2x/dia por 10 dias) porque fazia parte do tratamento padrão no Brasil para pacientes com COVID-19 grave.

-> Desfecho primário: avaliado por um comitê de adjudicação independente mascarado para alocação de tratamento; definido como o estado clínico no dia 15 após a randomização, avaliado por uma escala ordinal de seis pontos, com níveis variando de 1 a 6 e pontuações mais altas indicando uma condição pior (com razão de chances [OR] maior que 1,00 favorecendo o grupo controle).

-> O desfecho primário foi avaliado em todos os pacientes na população com o método estatístico intention to treat (ITT) que tiveram infecção por síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) pelo SARS-CoV-2 confirmada por teste molecular ou sorológico antes da randomização (isto é, população ITT modificada [mITT]).

-> A segurança foi avaliada em todos os pacientes de acordo com o tratamento que receberam, independentemente da atribuição do grupo original.

-> Este ensaio foi registrado em ClinicalTrials.gov, NCT04321278.

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-> 447 pacientes foram incluídos de 28 de março a 19 de maio de 2020.

-> Azitromicina (n=214) versus controle (n=183): mediana de idade 59,4 (49,3-70)

vs 60,2 (52-70,1), homens 65% vs 67%,

HAS 59% vs 63%m DM 38% vs 39%, Insuficiência cardíaca 7% vs 5%, tabagismo 8% vs 10%, mediana do IMC 26,4 (23,5-31,8) vs 27,2 (23,7-31,7) kg/m2

-> COVID-19 foi confirmada em 397 pacientes que constituíam a população mITT, dos quais 214 foram atribuídos ao grupo azitromicina e 183 ao grupo controle.

-> Na população mITT, o desfecho primário não foi significativamente diferente entre os grupos de azitromicina e controle (OR 1,36 [IC 95% 0,94-1,97], p=0,11).

-> As taxas de eventos adversos, incluindo arritmias ventriculares clinicamente relevantes, parada cardíaca, lesão renal aguda e prolongamento do intervalo QT corrigido, não foram significativamente diferentes entre os grupos (eventos adversos graves Azitromicina 42% vs controle 38%, p=0,35).

- Conclusões:

-> Em pacientes com COVID-19 grave, a adição de azitromicina ao tratamento padrão (que incluía hidroxicloroquina) não melhorou os resultados clínicos.

-> Os achados não apóiam o uso rotineiro de azitromicina em combinação com hidroxicloroquina em pacientes com COVID-19 grave. J Clin Med 04SET2020 Anosmia and Ageusia as Predictive Signs of COVID-19 in Healthcare Workers in Italy: A Prospective Case-Control Study

La Torre G et al. Covid-Sapienza Collaborative Group. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32899778/ Critérios clínicos e positividade para SARS-CoV-2: quais sintomas tem maior correlação?

-Objetivo: Investigar a acurácia diagnóstica de sintomas e sinais em profissionais de saúde com infecção pelo SARS-CoV-2. - Métodos:

-> Estudo caso-controle. O

-> Os casos consistiram em profissionais de saúde sintomáticos que tiveram teste da RT-PCR positivo para SARS-CoV-2, enquanto os controles eram profissionais de saúde sintomáticos com o teste da RT-PCR negativo.

-> Para cada sintoma, curvas ROCs foram plotadass.

-> A precisão do diagnóstico foi calculada usando a sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos (VPPs) e negativos (VPNs).

-> Foi realizada análise de regressão logística para cálculo do OR (IC95%) para

(26)

cada sintoma associado à positividade do SARS-CoV-2.

- Resultados:

-> N=30 casos e N=75 controles.

-> Casos versus controle> sexo masculino 53,33% vs 30,7% (p=0,03), idade 40,7 vs 43,6 anos (p0,29)

-> A febre apresentou a melhor sensibilidade, enquanto a dispneia, a anosmia e a ageusia apresentaram a maior especificidade.

-> Os maiores VPPs foram encontrados novamente para dispneia (75%), anosmia (73,7%) e ageusia (66,7%).

-> Os maiores VPNs foram relacionados à anosmia (81,4%) e à ageusia (79,3%). -> Anosmia (OR = 14,75; IC 95%: 4,27-50,87), ageusia (OR = 9,18; IC 95%: 2,80-30,15), cefaleia (OR = 3,92; IC 95%: 1,45-10,56), anosmia + febre (OR=19,7, IC05% 4,5-86,8), anosmia + dispneia (OR=18,78, iC 5,66-63,35) e anosmia + ageuseia (OR=30,65, IC 95% 5,78- 162,6) estão significativamente associados à positividade para SARS-CoV-2

- Número de sintomas e positividade para COVID-19: ≥ 2 (OR=2,03, IC9%% 0,57-7,17); ≥3 (OR=3,18, IC95% 1,22-8,28), ≥4 (OR=5,89, IC95% 2,25-15,42), ≥5 (OR=6,04, IC95% 1,46-24,93), 6 (OR=9,93, IC95% 0,94-104,4).

- Conclusões:

-> Anosmia e ageusia devem ser considerados, além de febre, tosse e dispneia, como critérios diagnósticos para COVID-19.

-> Em um ambiente com recursos limitados, esse método pode economizar tempo e dinheiro. Lancet 03SET2020 Safety and immunogenicity of an rAd26 and rAd5 vector-based heterologous prime-boost COVID-19 vaccine in two formulations: two open, non-randomised phase 1/2 studies from Russia Logunov SY et al. Russia. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32896291/ Segurança e eficácia da vacina russa de adenovirus 5 e 6, isoladas e combinadas: resultados promissores

- Prévio: Está sendo desenvolvida uma vacina COVID-19 heteróloga que consiste em dois componentes, um vetor de adenovírus recombinante tipo 26 (rAd26) e um vetor de adenovírus recombinante tipo 5 (rAd5), ambos carregando o gene para a glicoproteína spike do SARS-CoV-2 (rAd26-S e rAd5-S).

-> Produção da vacina: N F Gamaleya National Research Centre for Epidemiology and Microbiology (Moscow, Russia)

- Objetivo: avaliar a segurança e imunogenicidade de duas formulações (congelada – Gam-COVID-Vac e liofilizada – Gam-COVID-Vac-Lyo) desta

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vacina. - Métodos:

-> 2 estudos de fase 1/2 abertos e não randomizados em dois hospitais na Rússia. -> Recrutados voluntários adultos saudáveis (homens e mulheres) com idades entre 18-60 anos para ambos os estudos. -> Na fase 1 de cada estudo, administradas, por via intramuscular, no dia 0 uma dose de rAd26-S (n=18) ou uma dose de rAd5-S (n=18) e avaliada a segurança dos dois componentes por 28 dias. Grupo controle teve n=40.

-> Na fase 2 do estudo, que começou não antes de 5 dias após a vacinação da fase 1, administradas, por via intramuscular, uma vacinação primária-reforço, com rAd26-S administrado no dia 0 e rAd5-S no dia 21. -> Desfechos primários: imunidade humoral específica (anticorpos específicos para SARS-CoV-2 avaliados por ELISA nos dias 0, 14, 21, 28 e 42) e segurança (número de participantes com eventos adversos monitorados ao longo do estudo). -> Desfecho secundário: imunidade celular específica ao antígeno (respostas de células T e concentração de interferon-γ) e alteração nos anticorpos neutralizantes (detectada com um ensaio de neutralização SARS-CoV-2).

-Resultados:

-> Entre 18 de junho e 3 de agosto de 2020, foram incluídos 76 participantes para os dois estudos (38 em cada estudo).

-> Em cada estudo, nove voluntários receberam rAd26-S na fase 1, nove receberam rAd5-S na fase 1 e 20 receberam rAd26-S e rAd5-S na fase 2. -> Os eventos adversos mais comuns foram dor no local da injeção (44 [58%]), hipertermia (38 [50%]), cefaléira (32 [42%]), astenia (21 [28%]) e dores musculares e articulares (18 [24%]). -> A maioria dos eventos adversos foram leves e nenhum evento adverso sério foi detectado.

-> Todos os participantes produziram anticorpos para a glicoproteína SARS-CoV-2.

-> No dia 42, os títulos de IgG específicos ao domínio de ligação ao receptor (RBD) foram 14.703 com a formulação congelada e 11.143 com a formulação liofilizada, e os anticorpos neutralizantes foram 49,25 com a formulação congelada e 45,95 títulos

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médios geométricos com a formulação liofilizada, com uma taxa de seroconversão de 100%.

-> Respostas mediadas por células foram detectadas em todos os participantes no dia 28, com média de proliferação celular de 2,5 de linfócitos T CD4 + e 1,3% de linfócitos T CD8+ com a formulação congelada, e uma média de proliferação celular média de 1.3% de linfócito T CD4+ e 1,1% de linfócitos T CD8+ com a formulação liofilizada.

-> Ambas as formulações de vacina foram seguras e bem toleradas.

Interpretação: A vacina heteróloga de COVID-19 baseada nos vetores rAd26 e rAd5 tem um bom perfil de segurança e induziu fortes respostas imunes humorais e celulares nos participantes.

-> É necessária investigação adicional sobre a eficácia desta vacina para a prevenção de COVID-19 em estudos multicêntricos, fase 3. Nat Med 03SET2020 Ad26 vaccine protects against SARS-CoV-2 severe clinical disease in hamsters

Tostanoski LH et al. The Netherlands & USA. https://pubmed.ncbi.nlm. nih.gov/32884153/ Vacina de adenovirus induz imunidade em hamsters e evita a doença grave nestes animais

- Prévio: A COVID-19 em humanos é frequentemente uma doença clinicamente leve, mas alguns indivíduos desenvolvem pneumonia grave, insuficiência respiratória e óbito.

-> Estudos da infecção pelo SARS-CoV-2 em hamsters e primatas não humanos, geralmente descrevem doença clínica leve, e estudos pré-clínicos de vacina SARS-CoV-2 demonstraram redução da replicação viral no trato respiratório superior e inferior em primatas não humanos.

- Métodos e resultados:

-> Syrian gold hamsters (n=20, 10-12 semanas de vida).

-> dose baixa (5x104 – 50% tissue culture

dose – TCID50; n=4) e alta dose (5 x105 –

TCID50; n=16) do SARS-CoV-2 pela via

intranasal.

-> Infecção intranasal de alta dose de SARS-CoV-2 em resulta em doença clínica grave, incluindo altos níveis de replicação do vírus em tecidos, pneumonia extensa, perda de peso (mediana de 19,9% versus 14,7%) e mortalidade.

-> Foram observadas medianas de cargas virais elevadas no tecido no dia 2 de 1012

cópias de RNA por grama no tecido pulmonar e 108–109 cópias de RNA por

grama em narinas e traqueia, com uma média de 105–108 cópias de RNA por

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grama no coração, trato gastrointestinal, cérebro, baço, fígado e rim, indicativos de infecção disseminada. Nos dias 6-7, as cargas virais nos tecidos foram aproximadamente 2 logs menores, apesar da perda de peso contínua.

-> Os hamsters infectados com alta dose de SARS-CoV-2 foram avaliados pela histopatologia nos dias 2 (n=4), 4 (n=4), 6– 7 (n=6) e 14 (n=2): a infecção foi associada a infiltrados inflamatórios marcados e necrose epitelial multifocal na concha nasal e epitélio bronquiolar, resultando em neutrófilos degenerativos e detritos celulares no lúmen; o endotélio de vasos próximos foi reativo com aderência de células mononucleares ao endotélio e transmigrando dentro das paredes dos vasos, indicativo de endotelialite; pneumonia intersticial multifocal moderada a grave caracterizada por consolidação pulmonar afetando 30–60% do parênquima pulmonar já no dia 2 após a infecção por SARS-CoV-2; os infiltrados inflamatórios consistiam em um grande número de macrófagos e neutrófilos com menos linfócitos; o epitélio da concha nasal e as células epiteliais bronquiolares foram fortemente positivos para a proteína do nucleocapsídeo do SARS-CoV-2 (SARS-CoV-N) pela imunohistoquímica em regiões de inflamação e necrose.

-> O vRNA sistêmico também foi detectado nos tecidos distais, incluindo o tronco cerebral, o trato gastrointestinal e o miocárdio: endotelialite proeminente e inflamação perivascular com macrófagos e linfócitos foram observadas nesses tecidos, apesar da coloração mínima de SARS-CoV-N.

-> Uma única imunização com a vacina baseada no vetor de adenovírus, não-replicativo, sorotipo 26 expressando a proteína spike do SARS-CoV-2 (1010 ou

109 das partículas virais) induziu respostas

de anticorpos neutralizantes (ensaio com pseudovírus) e anticorpos anti-RBD (ELISA), protegendo contra perda de peso induzida pelo SARS-CoV-2, pneumonia e mortalidade, quando os hamsters foram desafiados 4 semanas após aquela imunização.

- Conclusões:

-> Esses dados demonstram a proteção da vacina contra a doença clínica

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