Bn, 31 39-46, 178
CARACTER1STICAS
O
PACIENTE PSIQJATRICO
CONSIDERADO PROBATICO
lcinéia Eusáquia
CostaBn/5
COSTA, A.C. - Característics do paciene psiquiátrico considerado problemático. v. ev. Brs.
Enf.; 31 : 39-46, 1978,
1 . INRODUÇAO
Em hospitais psiquiátricos, muitas ve zes m paciente, em. pàrticular, tonla se foco de atenção, devido aos proble mas que ele apresenta para a equipe de enfermagem. Além disso, observamos declarações escritas, nas anotações de enfermagem, sobre pacientes que apre sentam problemas, dificultando o aten dimento de suas necessidades.
De acordo com IRVING (1975), entre os muitos obstáculos enfrentados pela enfermagem, está o comportamento ma nifesto pelO doente.
Para ROBINSON (1972 ) , um problema clássico para o pessoal de enfermagem é o "paciente especial", isto é, a pessoa que, por várias razões, não é percebida como um paciente "normal" e não é tra tada como ta1. Isso pode ser resultado da percepção do paciente sobre sua iden tidade atual, sobre seu relacionamento com a equipe ou sobre o seu comporta mento que, de fato, faz que ele sja
ra-dicalmene diferente da maioria dos doentes.
Segundo AIL (1966) , o paciente P9-de ver sua doença, ãe diferentes aspec� tos. O hospital pode ser um refúgio pa ra ele; sua doença, Uma libertação das tensões de sua vida diária. Pode acei tar bem sua condição de doente, apre. entar incerteza acerca do futuro, tor nar-se passivamente resignado, perder a confiança em si mesmo, ou sntir-se derrotado, perplexo, irritado e rebelãe. Desde que esteja hospitalizado, deixa de conviver com seus· familiares, erde o privilégio de tomar certas decisões, tais como : quando trabalhar, quando divertir-se, quando alimentar-se e dor mir J tornando-se um deepndente do re gulamento do hospita1. Cada paciente vai reagir a essa situação, de acordo co. sua doença e com suas experiên cias anteriores.
Qualquer pessoa, tra.balhando em hos pital, já ouviu dizer que determinado paciente é um "paciente problemático";
CSTA, A.C. - Característics do paciente psiqiátrico considerado problemático. Rev. v. Brs. Enf.; 31 : 39-46, 1978.
e, a partir daí, faz freqüentes generali zações a respeito.
A equipe de enfermagem está m con tacto mais próximo e mais prolongado com os doentes; portanto, é esperado que, muitas vezes, ela se detenha com aqueles que, conforme a percepção de cada elemento da equipe ,são rotulados como difíceis, intransigentes, queixosos, não cooperativos e/ou outros adjetives. Em geral, os elementos da equipe de en fermagem podem especificar o porquê de tal comportamento.
A revisão de literatura revela a pre ocupação dos autores UJLY (1976) ( 1963) , UNRO (1971) e DAWI (1967) em descrever pacientes psiquiátricos que apresntam problemas para a enferma gem; também a de outros, como ARMA COST et aI ( 197,) RICN (1974) UGmE (967) e LM (1966) :m apresentar as reações da equipe de es tudantes e da quipe de enfermagem em relação ao comportamento de "pacien tes-problema" .
Na literatura consultada, verificou-se que são feitas genexalizações a respeito de "pacientes-problema"; mas não se encontraram, em nesso meio, pesquisas que evidenciem as caracteristicas do p. ciente psiquiátrico problemático.
Baseando-nos em nossa experiência em hospitais, onde ebservamos empiri camente as declaraçes do pessoal áe enfermagem sobre paCientes problemá ticos, e na literatura especifica, decidi ·mos elaborar um estudo, em nosso meio, para identficar as cpiniões do pessoal de enfermagem sobre as característi cas dos pacientes psiquiátricos mais pro blemáticos hospitalizados.
II . ETODOLOGIA
1 . Hospitas, campo a qa
Como campo de pesquisa, escolheram se quatro hospitais govenamentais do
40
Município de São Paulo. Para efeito de estudo, eles re�eberam a denominação de hospital A, B, C e D. os quatro, dois intenam pacientes do sexo femi nino, um do masculino e o outro, de ambos os sexos. No períOdO da inv.>ti gação, três estavam com quatro unida des de internação de .dultos funcio nando e um, com apenas duas.
2 . Amostra studaa
Fizeram parte da amostra, todos cs elementos da equie de nfermagem presentes nas unidades de internação nos dias estabelecidos para a coleta de dados, em cada hospital.
3 . Istrumnto utilido
A elaboração do formulário para a coleta de dados foi baeada no instr1-mento utilizado por NWSON et aI ( 1970) no trabalho "The problem pa tient", feio m clinicas obstétrica, mé dica e cirúrgica.
Todas as informações pertinentes ao estudo foram · colhidas em entrevistas, nas quais o formulário era preenchido pelO próprio psquisador.
O formulário constitui-se de duas par tes: a primeira, dos dados obtidos na entrevista feita com o informante; a se gunda, dos dados que foram levantados do prontuário do paciente designado co mo o mais problemático.
III. RESULTADOS E COMENTARIOS
Foram entrevistadas 153 pessoas, pre sentes nos dias estabelecidos para a co leta de dados, no período diuno, dos quatro hospitals, campo da pesquisa.
CSTA, A.C. - Característics do paciente psiquiátrico .·.considerado. problemático. Rev. v. Bras. Enf. ; 3 1 : 39-46, 1978.
formulário; 3 . descrição do paclmte mais problemático de cada unidade dos hospitáis: para facilitar a compreensão do texto.
1 . Características gerais dos pacientes s problemáticos, descritas pelos iformantes
Como resposta à primeira pergul:ta do formulário: quaIs são, de modo g; ral, as características dos pacientes mais problemáticos desta enfermaria; obti vemos 380 características que foram apontadas por 150 informantes. rês de 102 atendentes entrevistados não soube ram caracterizar o paciente problemá tico, embora não tivéssemos notado qualquer dificuldade na compreensão do significado de "paciente problemático". Contudo, eles foram contados no t.tal de informantes, porque, quando se tra tou de indicar o paciente mais proble mático dentro da unidade em que tra balhavam, os três o fizeram.
No Quadro 1, temos a distribuição das características dos pacientes nos quatro hospitais estudados. Devemos destacar que 26,0% das respostas foram conSide radas da área "comportamento emo cional", que corresponde às manifesta ções de psicopatologia, evidentes no comportamento do paciente.
As respostas que não se enquadravam em nenhuma das áreas foram agrupa das no item "outras declarações", que corresponde a 38,9 % das características. Nesse agrupamento, queremos salientar que, no hospital D, aparecem 40 rt's postas que caracterizam' como pacientes mais problemáticos, aqueles que apre sentam distúrbios de comportamento. Dentre essas 40 respostas, 36 referiam se a pacientes com personalidade psicú pática. Destacamos, também, que 56
04,7%) respostas correspondem a diag nósticos; delas, 25 referem-se aos paci entes com personalidade psicopática.
Esse resultado está de acordo, em par te, com as conclusões do estudo de E{DA I 0gem , em que, dentre as ca racterísticas do paciente mais dificil descritas, sobressaem os traços psicopá ticos e os sintomas neuróticos.
2 . Caracteristicas assinaladas no for mulário, sobre os pacients indica dos como os mas problemáticos
Dos 153 informantes, 149 indicara.m 98 pacientes como os mais problemáti cos, num total de 299 designações.
Quatro (um enfermeiro e três aten dentes) , um de cada hospital, não SlU beram indicar nenhum paciente para caracterizar como o mais proõlemático. No Quadro 2 aparece o total de com portamentos assinalados, no formulárló, de acordo com o hospital. Esses com portamentos se referem s característi cas dos pacientes que os informantes designaram como os mais problemáti cos (299 designações) .
O total dos comportamentos assinala dos foi igual a 3348. Nos hospitaIs A, B e C, a maior percentagem de compor tamentos assinalados refere-se a "quei xas": no hospital A: 221 (22,6% ) ; no
B : 174 (23,4% ; no C : 87 (23,7 % ) , No hospital D, a percentagem maior foi re ferente a "comportamento emocional": 251 09,9% ) ,
Quando se pediu 3.0S informantes que caracterizassem, de modo geral, o paci ente mais problemático, eles o fizeram de uma forma que não corresponde, exatamente, à ordem que foi obédecida, quando o fizeram apontando o paciente e assinalando as características no for mulário fechado.
COSTA, A.C. - Características do paciente psiquiátrico considerado problemático. Y.
v. Bs. Enf.; 31 : 39-46, 1978.
Quadro 1 - NúMERO E PERCENTAGEM DAS RESPOSTAS LIVRS SOBRE AS CARACTERíSTICAS GERAIS DOS PACIENTES MAIS PROBLEAl COS, POR HOSPPITAL ESTUDADO - 1976.
N ÚME RO DE RE S P O S T A S , P O R H O S P I TAL TOTAL
RE S P O S TA S
A B C D N 9 %
N 9 N 9 N 9 N 9
Comun i c aç ã o 7 8 3 9 2 7 7 , 1
Q u e i x a s r 4 3 3 1 2 3 , 2
E x i gê n c i a s 3 2 . 5 1 7 4 , 5
C o o p e r a ç ã o 1 3 5 1 2 1 3 4 3 1 1 , 3
I n t e r a ç ã o 1 1 7 4 3 2 5 6 , 6
I n t e r f e rê n c i a s
C o mp o r t amen t o e
mo-c i o n a l 1 5 1 7 2 0 4 7 9 9 2 6 , 8
A p a rên c i a e v e s t
uá-r i o 3 4 2 9 2 , 4
O u t r as d e c l ar a ç õ e s �
- p r o b l e mas c l ín i c o s 4 2 5 9 2 0 5 , 3
- p r o b l e m a s s ó c i o e
-conôm i co s 6
1 1
6 1 2 4 6 , 3- d i a g . õ s d c o 7 8 3 3 8 5 6 1 4 , 7
- d i s t ú r b i o d e c
om-p o r t amen t o * 5 2 1 4 0 4 8 1 2 , 6
T O TAL 7 6 7 0 6 6 1 6 8 3 80 1 0 0 , 0
• Neste título, acrescentamos as respostas livres correspondentes ao comportamento de pacientes com personalidade psicopática, por serem semelhantes.
t
Q ua d r o 2 - N OME RO E P E RCENT AGE M DAS CARACTE Rí S T I CAS AS S IN ALADAS N O FORMULÁRI O S OB RE OS PA C I E NT E S DE S I GN ADOS COMO OS MAI S P ROB LE MÃT I C O S , P OR H OS P I T AL E S T UDADO - 1 9 7 6 .
CARA CTE Rí S T I CAS
C omuni c a ç ã o
Q u e i x a s
E x i g ên c i a s
C o o p e r a ç ã o
I n t e ra ç ã o
I n t e r f e r ên c i as
C omp o r t ame n t o emo c i o n a 1
Ap a r ên c i a e ve s t uá r i o
O u t r a s d e c l ar a çõe s
TOT AL
A
N . o .
9 7 9 , 9
2 2 1 2 2 , 6
1 3 5 1 3 . 8
1 3 9 ' 1 4 , 2
1 6 9 1 7 , 3
3 0 , 3
1 4 3 1 4 , 6
6 6 6 , 8
5 0 , 5
9 7 8 1 0 0 , 0
H O S P I T A L B
N .o .
9 1 1 2 , 3
1 7 4 2 3 , 4
1 5 1 2 0 , 3
8 6 l l . 5
8 9 , 1 2 , 0
l l 4 1 5 , 3
3 9 5 , 2
7 4 4 1 0 0 , 0
c D
N ., 0 . N . o .
2 5 6 , 8 1 9 8 15 , 7
8 7 2 3 , 7 2 1 7 1 7 , 2
5 3 1 4 , 4 2 0 1 1 6 , 0
3 3 9 , 0 1 2 9 1 0 , 3
4 8 1 3 , 1 1 8 4 1 4 , 6
6 0 , 3
8 4 2 2 , 9 2 5 1 1 9 , 9
3 7 1 0 , 1 6 7 5 , 3
6 0 , 5
3 6 7 1 0 0 , 0 1 2 5 9 100 , 0
TOTAL
N . o .
4 1 1 1 2 , 3
6 9 9 2 0 , 9
5 40 1 6 , 1
3 8 7 l l , 6
4 9 0 1 4 , 6
9 0 , 3
5 9 2 1 7 , 7
2 0 9 6 , 2
I I 0 , 3
3 3 4 8 1 0 0 , 0
o
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i
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Q u a d r o
3
- N UME R O E P E RCENTAGEM DAS CARACTE RI s T I CAS AS S IN ALADAS S OB RE OS P ACIENT E S I N D I CA-DOS C OMO O S MAI S P ROB LEMÃT I C O S , NAS UN I DADE S CA-DOS H O S P I T AI S E S TUDACA-DOS -19 7 6 .
N UME RO D O P ACIENTE TOT A L C ARACTE RI S T I CAS
( 1)
( 10 ) ( 15 )
( 2 3) ( 2 4 )
( 3 4)
( 39 )
( 4 6 )
( 5 5 )
( 6 7)
( 6 9 ) ( 7 7 )
( 85 )
( 9 2 )
N . o-Q ue i xa s
20
12
4 4
2 6
1 1
12
5
5
2 6
1 1
1 4
3 3
3 6
2 5 5
2 2 , 6
C omp o r t amen t o
emo c i o n a l
14
2
20
13
8
3
1 1
6
1 1
1 0
1 3
4 8
2 3
2 0
2 0 2
17 , 9
E x i g ên c i a s
12
6
3 2
14
15
8
2
6
9
5
730
72 4
17 7
15 , 7
I n t e r a ç ã o
1 3
72 4
22
2
3
71 0
1 4
2
3 7
14
2 7
182
16 , 1
C omun i ca ç ão
8
6
710
10
2
12
2
I4
8
44
10
8
132
11 , 7
C o op e r a ç ã o
1 3
5
18
10
1 5
1
8
1
4
8
2
2 3
6
9
12 3
10 , 9
Ap a r ên c i a e
v e s t u âri o
1
1
4
13
6
2 13
6
1
10
3
5 1
4 , 5
I n t e r f e r ê n c i as
2
2
0 , 2
O u t r a s d e c l a r a
-1 1
1
1
4
0 , 4
ç o e s
T O T AL
8 3
3 9
I S O10 9
6 7
3 1
46
2 0
6 4
5 8
4 7 2 2 6
60
12 8
112
B100 , 0
o
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S
�
)?
CSTA, A.C. � Características do paciente psiquiátrico considerado problemático. Rev.
Rev. Bras. Enf.; 31 : 39-46, 1978.
apontaram os pacientes mais problemá
ticos, assinalaram principalmente as i
ractrísticas das áreas de "queixas", "comportamento emocional" e "exi gências".
De certa forma, esses resultados con
cordam com os do estudo de NEWSOM
et aI ( 1970) que, em suas conclusões, di zem que as enfermeiras mudam de opi nião quanto às características do pa ciente-problema. Isso apareceu, quando as enfermeiras do seu estudo descreve ram o paciente-problema teoricamente e, depois, apontaram ,s características de um determinado paciente que elas ti nham como problema.
3 . Descrição do paciente mais proble mático de cada unidade dos Bospi pitais
A,
B,C
e DPara efeito do estudo, escolheu-se o paciente mais indicado de cada unida de dos hospitais, sendo 14 no total.
Tentamos analisar, à parte, esses pa cientes, a fim de comparar as opiniões sobre eles com os totais de asinalaçõs dos 98 pacientes, e com as característi cas gerais descritas.
A análie foi feita com relação à id. de, ao sexo, ao estado civil e ao diag nóstico médico.
De acordo com o Quadro 3, sab)-f,e
que, quanto ao diagnóstico médico, o número maior de pacientes ináicados como os mais problemátic�s, em cada
unidade dos hospitais, é de 5 (cinco)
pacientes do sexo feminino, com diag nóstico de esquizofrenia.
No Quadro 4, verifica-se que o mai.cr número de paciente5 indicados como os mais problemáticos nas unidades de ca da hospital são solteiros, com a idade no intervalo de classe de 25 a 30 anos. Quanto ao total de assimilações dos comportamentos que caracterizam os quartoze pacientes mais problemáti cos, aparece, em primeiro, lugar, a
área "queixas" : 255 (22,6% ) , em segun do, "comport
a
mento emocional" : 202 ( 17,9 % ) , em terceiro, "interação": 182 ( 16,1 % ) , conforme está no Quadro 5.Se compararmos os resultados do
Quadro 5 co. os totais das caracterís
icas assinaladas sobre os noventa e
oito pacientes indicados como s mas
problemáticos pelos informantes (Qua dro 2) , percebemos que coincidiram as áreas que aparecem na primeira e se gunda colocação, ou sejam, "quixas" e "comportamento emocional"; já na ter- , ceira aparece "interação", quando, na quele quadro, na mesma posição, apa rece "exigências".
O Gráfico 1 dá para visualizar
iso.-IV . CONCLUSÕES
1 . Ds 153 pessoas entrevistas, 150 (98,0%) tentaram definir o paciente mais problemático, quando foram livres para descrevê-lo, apontando, em maior número, as manifestações de psicopato logia evidente no comportamento do doente (26,0% ) . Em segundo lugar, le
varam em conta o diagnóstico ( 14,7% ) , tendo sido mais citados os enfermos com diagnóstico de personalidade psicopáti ca. Em terceiro, referiram-se a distúr bios de comportamento 02,6% ) . essa tentativa de definição do pacinte pro
blemático, pode-se concluir que as ma
nifestações de comportamento menos
toleradas pelos que prestam assistência de enfermagem a pacientes psiquiátri cos são aquelas próprias da sintomato logia da doença, e que as pessoas que trabalham com doentes mentais têm idéia formada de como seria o doente mais problemático.
2 . As características dos pacientes pro
blemáticos apontada por 149 (97,4% )
informantes, quandO designaram os pa cientes problemáticos, diferiram, quan
titativamente, em relação à questão
---_ .
---COSTA, A.C. - Características dq paciente psiquiátrico considerado problemático. Rev. Rev. Bras. Enf.; 31 : 39-46. 1978.
3 . Considerando a ordem de freqüên cia das respostas assinaladas em rela ção aos 98 pacientes indicados como os mais problemáticos nos quatro hospitais. pode-se concluir que para o seu pes soaI ,de enfermagem. os pacientes pro blemáticos são aqueles que fazem quei xas (20.9 % ) . apresentam reações em face dos sintomas de sua doença ou do melo ambiente (17.7 % ) . são exigentes (16.1 % ) , têm dificuldades de interação (14.6% ) . apresentam problemas de co municação ( 12,3 % ) . não são cooperado res 01.6% ) e não cuidam de sua apa rência (6,2 % ) .
.,. Quanto à individualização do' pa ciente mais problemático por outras ca racterísticas, como quanto à idade. ao sexo e ao diagnóstico, ele se apresenta como o doente do sexo feminino. com idade entre 25 e 30 anos e com diag nóstico de esquizofrenia.
Diante dos resultados deste estudo, sugerimos aos enfermeiros que- traba lham com doentes mentais que procurem orientar o seu pessoal. sobre tópicos es
pecíficos que dizem respeito a compor tamentos de pacientes internados. As�im. seria
de
grande utilidade ter conheci mento de que as manifestações de com portamento apontadas como caracterís 'ticas do paciente mais problemático são,na realidade, manifestações decorrentes da doença mental. Por outro lado, aque le pessoal deveria receber orientação no sentido de perceber e controlar as suas próprias reações frente a essas mani festações, porque, de certa forma. tais manifestações podem também aparecer
46
em conseqüência da maneira pela qual o paciente está sendo tratado.
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