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Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.31 número3

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Avaliação: O tema abordado foi sugerido e avaliado pelo editor. Recebido: 18/5/2009

Aceito: 20/5/2009

Professor Adjunto do Departamento de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) – São José do Rio Preto-SP

Correspondência: José Maria Pereira de Godoy Rua Floriano Peixoto, 2950 – Santos Dumont 15020-010 – São José do Rio Preto-SP – Brasil Tel.: (55 17) 3232-6362

E-mail: godoyjmp@riopreto.com.br

Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2009;31(3):122 Editoriais

Fatores de risco e eventos trombóticos

Risk factors and thromboembolic events

José Maria P. de Godoy

Os principais fatores de risco estão bem definidos tanto no evento trombótico venoso como no arterial. A hiper-coagulabilidade abrange causas congênitas e adquiridas, onde a tríade de Virchow – estase venosa, hipercoagula-bilidade e a lesão endotelial – inclui os principais fatores envolvidos com a trombose. Destacam-se nas causas congê-nitas o fator V de Leiden, hiper-homocisteinemia, mutação 20210A do gene da protrombina, antitrombina III, e as defi-ciências das proteínas C e S. Nas causas adquiridas, os anti-corpos antifosfolipídios, neoplasias, gestação, puerpério, cirurgias, traumas e o uso dos anticoncepcionais são os mais frequentes.

Tradicionalmente, os fatores de risco para arterioscle-rose incluem a hipertensão arterial, elevação do colesterol, diabetes, fumo e associam-se com a doença coronariana arterial periférica e acidente vascular cerebral, mas eles têm

pouca associação com risco de trombose venosa.1 Portanto,

a arteriosclerose e a trombose venosa têm diferentes etio-logias.

Estudo avaliando a associação de eventos trombóticos em pacientes arteriais e venosos com fatores de risco obser-vou uma associação com o uso do álcool e do fumo em

população regional.2 Contudo, quando se avalia a associação

do álcool com trombose venosa na literatura não se observa

esta associação.1,3. Entretanto, o fumo tem uma associação

bem estabelecida com doenças arteriais.1,3

Neste estudo regional alerta-se para a recorrência da trombose venosa, que foi de 17,5%, e a associação com úlcera

venosa.2 Esta recorrência sugere a manutenção de fatores de

risco, onde a identificação destes pode ajudar a estabelecer uma forma de prevenção mais adequada. Esta decisão é ava-liada individualmente, considerando sexo, local da trombose (proximal/distal), embolia pulmonar e condições associadas como trombofilia, câncer, cirurgias, etc. A evolução do trombo para recanalização, parcialmente recanalizada, e avaliação do D-dímero devem ser consideradas na retirada da anticoa-gulação.4 No entanto, esta frequência de recorrência é

obser-vada na literatura.

Outra associação neste estudo foi com a úlcera venosa mostrando uma complicação crônica do evento trombótico, que é a síndrome pós-trombotica, entretanto alerta-se para esta associação com as trombofilias.5 A idade é outro aspecto

a ser considerado e que traz mudanças quanto aos fatores de risco. Nas trombofilias, o evento trombótico ocorre em paci-entes mais jovens e geralmente antes dos 50 anos; em torno de 70% já o desenvolveram. Nas idades mais avançadas, as causas adquiridas tornam-se muito importantes e alerta-se para as neoplasias, onde a sua prevalência aumenta com a idade, atingindo em torno de 28% nas faixas etárias dos 60

aos 70 anos de idade.6

As doenças coronarianas e os acidentes vasculares cerebrais são mais prevalentes que a trombose venosa e esta prevalência aumenta com a idade. Contudo, as doenças arteriais têm um aumento mais pronunciado com o avançar

dos anos do que os eventos trombóticos venosos.1

Referências Bibliográficas

1. Glynn RJ, Rosner B. Comparison of risk factors for the competing risks of coronary heart disease, stroke, and venous thrombo-embolism. Am J Epidemiol. 2005;162(10):975-82.

2. Moreira AM, Rabenhorst SHB, de Holanda ARR, Pitombeira MH. Fatores de risco associados a trombose em pacientes do estado do Ceará. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2009;31(3):132-6. 3. Pomp ER, Rosendaal FR, Doggen CJ. Alcohol consumption is

associated with a decreased risk of venous thrombosis. Thromb Haemost. 2008;99(1):59-63.

4. Agnelli G, Becattini C. Treatment of DVT: how long is enough and how do you predict recurrence. J Thromb Thrombolysis. 2008;25 (1):37-44.

5. Pereira de Godoy JM, Andrade Torres CA, Braile DM. Prevalence of antithrombin deficiency in patients with chronic leg ulcer. Blood Coagul Fibrinolysis. 2001;12(7):593-5.

Referências

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