Profª Ms. Juliane Monks da Silva INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE - CAMPUS PELOTAS
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA
ESTABILIDADE
É a resistência que o material possui a sua degradação face a agentes físicos, químicos etc.
Cabe a empresa responsável pelo produto avaliar a estabilidade antes de disponibilizar ao consumo.
QUALIDADE E SEGURANÇA INFRAÇÃO SANITÁRIA
ESTABILIDADE
O estudo sobre estabilidade fornece informações sobre o comportamento do produto, em determinado intervalo de tempo, frente a condições ambientais a que está submetido, desde a fabricação até o término de validade.
Modificações dentro de limites determinados podem não configurar motivo para reprovar o produto.
ESTABILIDADE
O estudo da estabilidade de um cosmético contribui para:
o Orientar o desenvolvimento da formulação e do material de acondicionamento adequado;
o Fornecer subsídios para o aperfeiçoamento das formulações;
ESTABILIDADE
o Estimar o prazo de validade;
o Auxiliar no monitoramento da estabilidade organoléptica, físico-química e microbiológica.
Cada componente, ativo ou não, pode afetar a estabilidade de um produto.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESTABILIDADE
Variáveis relacionadas à(ao):
o Formulação
o Processo de fabricação o Material de acondicionamento o Condição ambiental o Transporte
FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESTABILIDADE
Classificação das alterações conforme à origem:
o EXTRÍNSECAS – determinadas por fatores externos.
o INTRÍNSECAS – determinadas por fatores inerentes à formulação.
FATORES EXTRÍNSECOS
EXTRÍNSECOS
Tempo Temperatura Luz e Oxigênio Umidade
Material de Acondicionamento Microrganismos
Vibração
TEMPO
O envelhecimento do produto pode levar a alterações nas características:
o organolépticas, o físico-químicas, o Microbiológicas, o Toxicológicas.
TEMPERATURA
Podem ser decorrentes pelas não-conformidades no processo de fabricação, armazenamento ou transporte do produto.
Ocorre desestabilização em função de altas e baixas temperaturas.
TEMPERATURA
Temperaturas ELEVADAS aceleram reações físico- químicas e químicas, ocasionando alterações na(o):
o atividade de componentes, o viscosidade,
o aspecto, o cor, o odor.
TEMPERATURA
BAIXAS temperaturas aceleram possíveis alterações físicas:
o Turvação, o Precipitação, o Cristalização.
LUZ E OXIGÊNIO
A luz ultravioleta, juntamente com o oxigênio, origina a formação de radicais livres e desencadeia reações de óxido-redução.
Produtos sensíveis devem ser acondicionados ao abrigo da luz, em frascos opacos ou escuros.
Devem ser adicionadas substâncias antioxidantes na formulação, a fim de retardar o processo oxidativo.
UMIDADE
Afeta principalmente as formas cosméticas sólidas como talco, sabonete em barra, sombra, sais de banho, entre outras.
Podem ocorrer alterações:
o aspecto físico do produto amolecido, pegajoso o modificando peso ou volume
o contaminação microbiológica.
MATERIAL DE ACONDICIONAMENTO
Avaliar o tipo de material a ser utilizado: vidro, papel, metal e plástico.
Devem ser efetuados testes de compatibilidade entre o material de acondicionamento e a formulação, a fim de determinar a melhor relação entre eles.
MICRORGANISMOS
Os produtos cosméticos mais suscetíveis à contaminação são os que apresentam água em sua formulação:
o emulsões, o géis, o suspensões, o soluções.
VIBRAÇÃO
A vibração durante o transporte pode acarretar em:
o separação de fases de emulsões, o compactação de suspensões, o alteração da viscosidade, o outros.
Fator agravante do efeito da vibração é a alteração da TEMPERATURA durante o transporte do produto.
FATORES INTRÍNSECOS
INTRÍNSECOS
Relacionados à:
o própria natureza das formulações,
o interação de seus ingredientes entre si e/ou com o material de acondicionamento.
Resultam em incompatibilidades de natureza física ou química que podem, ou não, ser visualizadas pelo consumidor.
INTRÍNSECOS – tipo de incompatibilidade
FÍSICA:
FÍSICA:
o precipitação,
o separação de fases,
o cristalização,
o outras.
INTRÍNSECOS – tipo de incompatibilidade
QUÍMICA:
QUÍMICA:
o pH,
o Reações de óxido-redução,
o Reações de hidrólise,
o Interação entre ingredientes da formulação,
o Interação entre os ingredientes da formulação e o material de acondicionamento.
pH
Deve-se compatibilizar três diferentes aspectos relacionados ao valor de pH:
o estabilidade dos ingredientes da formulação, o eficácia,
o segurança do produto.
REAÇÕES DE ÓXIDO-REDUÇÃO
Ocorrem processos de oxidação ou redução levando a alterações de:
o atividade das substâncias ativas,
o características organolépticas e físicas das formulações.
REAÇÕES DE HIDRÓLISE
Acontecem na presença da água, sendo mais sensíveis substâncias com funções éster e amida.
Quanto mais elevado o teor de água da formulação, mais provável a ocorrência desse tipo de reação.
INTERAÇÕES
ENTRE INGREDIENTES: são reações químicas indesejáveis que podem anular ou alterar a atividade dos componentes.
ENTRE INGREDIENTES E MATERIAL: são alterações químicas que podem acarretar modificação tanto em nível físico ou químico.
TIPOS DE PRODUTOS COSMÉTICOS
SEGUNDO À FORMA
CONFORME O ESTADO FÍSICO:
o SÓLIDO – pós, cápsulas.
o LÍQUIDO – loções, suspensões.
o CREMOSOS – emulsões.
o GASOSOS – aerossóis.
SEGUNDO À FORMA
CONFORME O SISTEMA QUÍMICO:
o SOLUÇÃO – é um sistema monofásico.
o SUSPENSÃO – sistema bifásico, heterogênio, no qual uma fase sólida de partículas relativamente grandes encontra-se dispersa em uma fase líquida.
o EMULSÃO – sistema bifásico, no qual uma parte é a envolvente e a outra a envolvida, estabilizados por um agente emulsionante. Partes: água e óleo.
EMULSÕES – componentes básicos
AGENTE EMULSIONANTE: tween, span, trietanolamina, creme ou loção MEG, deyquart A.
FASE OLEOSA: óleos vegetais, ceras, gorduras, como álcool cetílico, álcool cetoestearílico, ácido esteárico, vaselina, cetiol.
FASE AQUOSA: água destilada e substâncias hidrossolúveis, como glicerina, sorbitol, propilenoglicol, trietanolamina.
EMULSIFICANTE
EMULSÕES - tipos
A/O: ÁGUA EM ÓLEO A/O: ÁGUA EM ÓLEO
o Composta de muito óleo e pouca água.
o A fase dispersa é a água e a dispersante é a óleo.
o É muito empregada pelo fato de ser excipiente/veículo ideal para a introdução de substâncias ativas na pele, porque suas propriedades são semelhantes a da pele.
EMULSÕES - tipos
A/O: ÁGUA EM ÓLEO A/O: ÁGUA EM ÓLEO
o Apresentam efeito engordurante deixando sobre a epiderme um aspecto brilhante.
o Potencial comedogênico.
EMULSÕES - tipos
O/A: ÓLEO EM ÁGUA O/A: ÓLEO EM ÁGUA
o Composta de muita água e pouco óleo.
o A fase interna ou dispersa é de natureza apolar (óleo) e a fase dispersante ou externa é de natureza polar (água).
o Cremes de baixo potencial engordurante;
EMULSÕES - tipos
O/A: ÓLEO EM ÁGUA O/A: ÓLEO EM ÁGUA
o Evaporam se expostas ao ar.
o Podem apresentar esbranquiçamento quando aplicados, que desaparece após completa absorção.
EMULSÕES – tipos de bases galênicas
BASE IÔNICA MEG BASE IÔNICA MEG
o Creme iônico à base de ácidos graxos e ésteres glicólicos.
o Base formada por monoestearato de glicerina (MEG).
o O emulsificante pode ser a trietanolamina.
EMULSÕES – tipos de bases galênicas
BASE IÔNICA LANETTE BASE IÔNICA LANETTE
o Creme iônico a base de ácidos graxos, onde o principal componente é o Lanette N, O ou E (álcool graxo de alto peso molecular).
o O emulsificante é formado pela reação entre o Lanette E e a glicerina (ou sorbitol) ou Lanette O e MEG.
EMULSÕES – tipos de bases galênicas
BASE NÃO BASE NÃO--IÔNICAIÔNICA
o Creme neutro, base para princípios ativos diferenciados, principalmente em fórmulas de incorporação de material biológico.
o Formado por cera auto-emulsionante não-iônica (Cosmowax).
EMULSÕES - quebra
EMULSÕES - quebra
COALESCÊNCIA OU SEPARAÇÃO DAS FASES:
irreversível, pois ocorre a formação de duas fases distintas
o Ocorre por:
• Tamanhos de partículas irregulares;
• Emulsificante inadequado ou pouca quantidade;
• Diferença grande de temperatura entre as fases, devendo a temperatura da fase aquosa ser superior a da fase oleosa;
• Reatividade entre os constituintes;
• Matéria-prima de baixa qualidade;
• Técnica do manipulador.
EMULSÕES - quebra
FLOCULAÇÃO (GRUMOS): reversível, pois se dá pela união de alguns glóbulos em agregação que sobem ou descem na emulsão.
o Alternativas técnicas:
• Peneiramento (tamização),
• aumento da temperatura (cuidar par não aumentar muito),
• agitação mais forte (não muito).
EMULSÕES - classificação
Quanto à carga oleosa:
o Alta: sensação pesada e gordurosa. Fase oleosa acima de 20%.
o Média: fase oleosa, contém de 10 a 20%.
o Leve: menos de 10% de fase oleosa.
EMULSÕES - classificação
Quanto à forma:
o Cremes: média a alta viscosidade
o Loções: média viscosidade
o Leites: baixa viscosidade
FORMAS COSMÉTICAS
FORMAS COSMÉTICAS
CREME: forma consistente e emulsionada. Destinada a hidratação ou nutrição.
LOÇÃO CREMOSA OU LEITE: é uma emulsão fluída, geralmente O/A.
LOÇÃO: o veículo pode ser água, água e álcool, água e propilenoglicol
FORMAS COSMÉTICAS
GEL: forma viscosa, transparente ou não, que ao secarem deixam uma película invisível sobre a pele.
Indicado para pele oleosa por não conter materiais graxos.
SUSPENSÃO: mistura heterogênea de uma fase líquida onde encontra-se dispersa uma fase sólida.
PÓS: mistura de substâncias que se encontram no estado seco.
LOÇÕES
São dispersões de um líquido em outro com o qual não é miscível, em presença de um agente emulsionante.
Destinam à limpeza, proteção, hidratação e conservação de um aspecto sadio da pele, podendo conter inúmeras substâncias ativas.
CREMES
São formas farmacêuticas semi-sólidas.
São constituídos de duas fases intimamente dispersas uma na outra (água e substâncias graxas), por meio de um agente emulsivo.
Destinam à limpeza, proteção, hidratação e conservação de um aspecto sadio da pele, podendo conter inúmeras substâncias ativas.
CREMES
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CREME:
o Hipoalergênico
o Baixa comedogenicidade
o Facilmente absorvido
o Facilidade de espalhamento
CREMES
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CREME:
o Estável por si só e com adição dos princípios ativos
o Adaptável às características de cada pele
o Brilho e consistência adequada
o Não conter grumos