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Aula 00: História. História do Brasil para Soldado da PM BA. Prof. Danuzio Neto. 1 de 60 História para Soldado da PM BA

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Aula 00: História

História do Brasil para Soldado da PM BA

Prof. Danuzio Neto

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SUMÁRIO

SUMÁRIO 2

BRASIL COLÔNIA: SISTEMA COLONIAL (1530 A 1822) 3

OCICLODOPAUBRASILPERÍODOPRÉ-COLONIAL 3

OINÍCIODACOLONIZAÇÃO 4

CAPITANIASHEREDITÁRIAS 4

SOCIEDADE DO AÇÚCAR 6

ESTRUTURADOSENGENHOSCOLONIAIS 7

OFUNCIONAMENTODOSENGENHOSCOLONIAIS 9

FORMAÇÃOSOCIALBRASILCOLÔNIA 11

TRABALHODOSESCRAVOS 12

OFIMDOCICLODACANA-DE-AÇÚCAR 12

SOCIEDADE DA MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA 14

OPAPELDOSBANDEIRANTESNADESCOBERTADOOURO 14 OOUROEOSEUPAPELPARAAINTERIORIZAÇÃOEOPOVOAMENTODOTERRITÓRIO 14

OSPAULISTASEOSEMBOABAS 15

GUERRADOSEMBOABAS 15

COMOOOUROERAEXTRAÍDO 16

ATRIBUTAÇÃODOOURO 18

ASTRANSFORMAÇÕESQUEAMINERAÇÃOPROPORCIONOU 19

UMACULTURAMINEIRA 20

AEXPLORAÇÃODOSDIAMANTES 21

ASCONSEQUÊNCIASDAMINERAÇÃO 21

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 23

LISTA DE QUESTÕES 43

GABARITO 57

RESUMO DIRECIONADO 58

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BRASIL COLÔNIA: SISTEMA COLONIAL (1530 a 1822)

O BRASIL COLÔNIA começa com o descobrimento do país pelo navegador português Pedro Alvares Cabral, em 22 de abril de 1500, e se estende até 07 de setembro de 1822, quando outro Pedro, de linhagem mais nobre, o Dom Pedro I, declara a independência do Brasil e dá início a outro período da nossa História, o BRASIL IMPÉRIO. Dom Pedro I se torna então o nosso primeiro imperador.

Alguns autores consideram o início do Brasil Colônia apenas em 1530, quando estas terras começaram a ser efetivamente colonizadas/exploradas pelos portugueses. Até então, estas paragens estavam completamente abandonadas pela Coroa Portuguesa, que não enxergava na América boas oportunidades de negócio. O período de 1500 a 1530 é conhecido, portanto, como BRASIL PRÉ-COLONIAL.

Assim, a exploração efetiva começa com o envio ao Brasil da primeira expedição colonizadora, que foi chefiada por Martim Afonso de Souza. Apesar de o descobrimento do Brasil ter se dado pelo Nordeste, onde atualmente está o estado da Bahia, foi na Vila de São Vicente, no litoral do atual estado de São Paulo, que Martim Afonso de Souza, em 1532, fundou o primeiro núcleo de povoamento do nosso país.

Logo após a chegada dos portugueses à nova colônia, a primeira atividade econômica desenvolvida foi a exploração do pau-brasil, árvore que se desenvolvia em grande quantidade na costa brasileira, especialmente no nordeste do País. O período em que se deu a exploração deste produto ficou conhecido como CICLO DO PAU- BRASIL e foi caracterizado pelo seu caráter meramente extrativista dos recursos naturais das novas terras, já que não havia a intenção de uma ocupação efetiva das novas terras. Até então, o trabalho de derrubar árvores e preparar a madeira para embarque era desenvolvido por indígenas e uns poucos portugueses que permaneciam em feitorias na costa.

Com a exploração predatória, as árvores próximas da costa desapareceram ainda durante o período colonial.

CICLO DO PAU-BRASIL

A primeira atividade econômica desenvolvida no Brasil foi a exploração do pau-brasil.

O ciclo do pau-brasil foi o primeiro ciclo econômico do nosso país.

O CICLO DO PAU BRASIL – PERÍODO PRÉ-COLONIAL

Logo após a chegada dos portugueses à sua nova colônia, a primeira atividade econômica desenvolvida foi a exploração do pau-brasil, existente em grande quantidade na costa brasileira, principalmente no nordeste do País.

Esse período ficou conhecido como Ciclo do Pau-Brasil, geralmente identificado com o período de 1500 a 1530.

A exploração do pau-brasil, no entanto, foi meramente extrativista e não deu origem a uma ocupação efetiva do novo território.

O trabalho de derrubar árvores e preparar a madeira para embarque era feito pelos nativos indígenas e uns poucos europeus que permaneciam em feitorias (entrepostos comerciais) na costa.

Assim, temos que não havia fixação de população europeia no novo território, muito menos um processo de interiorização deste.

Explorado de forma predatória, as árvores próximas da costa desapareceram já durante a década de 1520.

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O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO

Nos primeiros anos de Brasil, várias expedições portuguesas vieram reconhecer toda costa do novo território, bem como combater os piratas e comerciantes franceses que tentavam se apoderar das novas terras.

As mais importantes expedições portuguesas foram as comandadas por Cristóvão Jacques (1516 e 1526), que combateu os franceses.

Outro português, Martim Afonso de Sousa (1532), também combateu a pirataria francesa. Ele também instalou, em São Vicente, a primeira povoação dotada de um engenho para produção de açúcar, em 1532.

Dois anos após a chegada de Martim Afonso de Sousa, em 1534, a Coroa Portuguesa dividiu o território em 15 capitanias hereditárias. Estas eram imensos lotes de terra que se estendiam do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. O objetivo desta primeira organização político-administrativa era colonizar o Brasil e garantir a posse da terra.

Esses lotes foram doados a capitães (donatários), pertencentes à pequena nobreza lusitana que, por sua conta, numa espécie de privatização rudimentar, promoviam a defesa local e a colonização do território.

As Capitanias Hereditárias dariam início a um novo ciclo econômico, o da cana-de-açúcar.

No atual nordeste, a atividade açucareira atingiu seu maior grau de desenvolvimento, principalmente nas capitanias de Pernambuco e da Bahia.

Assim, durante os séculos XVI e XVII, o Nordeste tornou-se o centro dinâmico da vida social, política e econômica do Brasil.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Com o interesse cada vez maior que outros países europeus tinham nas novas terras americanas, Portugal enviou várias expedições para este continente, com o objetivo de reconhecer toda a costa brasileira e também de combater os piratas e comerciantes franceses.

Das expedições deste período, as mais importantes foram as comandadas por Cristóvão Jacques (1516 e 1526), que combateu invasores franceses. Martim Afonso de Sousa, que instalou em São Vicente a primeira povoação dotada de um engenho para produção de açúcar (1532), também combateu a pirataria francesa.

Para colonizar o Brasil e garantir a posse da terra, em 1534, a Coroa dividiu o território em 15 capitanias hereditárias, que. Esta foi a primeira divisão político-administrativa do país.

As capitanias hereditárias surgiram em 1534, como forma de povoar o território da América Portuguesa, que começava a ser cobiçado por outras nações europeias. Para tanto, a então colônia de Portugal foi dividida em 15 capitanias hereditárias, que mediam entre 10 e 100 léguas e que seriam administradas com capital privado.

As capitanias hereditárias eram gigantescos lotes de terra que se estendiam do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.

Os cidadãos portugueses a quem eram outorgadas as capitanias eram chamados de donatários e geralmente membros da baixa nobreza.

Além da administração das capitanias, cabia aos donatários proteger militarmente as terras recebidas.

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AS QUINZE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Essa primeira “regionalização” do país visava à subdivisão de responsabilidades, o que na teoria tornaria mais fácil administrar o território a ser explorado. Ocorre que esse sistema gerou unidades autônomas que estavam desarticuladas entre si, tanto na questão logística quanto em trocas comerciais.

Atenção!!

DONATÁRIOS

Responsáveis pela administração das capitanias hereditárias;

Geralmente membros da baixa nobreza;

Responsáveis pela defesa militar das terras recebidas.

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SOCIEDADE DO AÇÚCAR

A sociedade açucareira desenvolveu-se no que atualmente é o Nordeste do país, especialmente na Zona da Mata, numa faixa litorânea que se estende do Rio Grande do Norte ao Recôncavo Baiano.

Com o protagonismo da produção açucareira, notadamente em Pernambuco e na Bahia, o Nordeste tornou-se o centro dinâmico da vida social, política e econômica do Brasil.

Além de Portugal já ter experiência no cultivo e exploração da atividade econômica da cana-de-açúcar, também são apontados como pontos fundamentais para o desenvolvimento desta cultura no Brasil:

o clima tropical, tido como propício ao cultivo da cana-de-açúcar, e o solo de áreas do Nordeste brasileiro.

Há questões, inclusive, que simplesmente perguntam onde essa produção açucareira melhor se desenvolveu no Brasil Colônia, como podemos observar a seguir:

Questão para fixar!

1. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2010)

Após as primeiras décadas, marcadas pelo esforço de garantir a posse da nova terra, a colonização começou a tomar forma. Como aconteceu em toda a América Latina, o Brasil viria a ser uma colônia cujo sentido básico seria o de fornecer ao comércio europeu gêneros alimentícios ou minérios de grande importância.

A política da metrópole portuguesa consistirá no incentivo à empresa comercial, com base em uns poucos produtos exportáveis em grande escala e na grande propriedade. Ao lado da grande empresa colonial e do regime de grande propriedade, acrescentamos um terceiro elemento: o trabalho compulsório.

Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008, p. 47-8 (com adaptações).

Considerando o fragmento de texto acima e o quadro geral vigente no período colonial brasileiro, julgue os próximos itens.

A cana-de-açúcar foi o principal produto agrícola de exportação do Brasil no período colonial, com produção concentrada na região de São Vicente, substituindo a extração aurífera que entrara em decadência.

( ) Certo ( ) Errado

Comentário:

A questão erra ao informar que a produção de cana-de-açúcar estava concentrada na região de São Vicente, em São Paulo. Ou seja, na região Sudeste.

O correto seria informar que a produção se concentrava na região Nordeste, apesar de haver também produção açucareira em outras partes do país.

Outro erro está em dizer que o açúcar substituiu a extração aurífera.

Na verdade, é o contrário. A produção aurífera substituição a então decadente atividade açucareira.

Gabarito: Errado

Portugal já tinha experiência no cultivo de cana, bem como na produção e no comércio de açúcar. Por volta de 1440, as colônias portuguesas de Açores, Madeira e Cabo Verde tinham uma produção que abastecia não só a metrópole, mas também a Inglaterra e algumas cidades da Itália.

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Além da experiência portuguesa neste mercado, o açúcar foi escolhido para ser plantado no Brasil porque era um produto muito procurado na Europa e permitia a obtenção de altos lucros.

Não podemos perder de vista que, no contexto do antigo Sistema Colonial, o Brasil era uma colônia de exploração. Ou seja, a economia colonial brasileira era de caráter complementar e especializada, visando atender às necessidades mercantilistas da Metrópole (a Coroa Portuguesa).

Assim, temos que a exploração colonial era uma importante fonte de riquezas para os Estados Nacionais da Europa.

Em 1530, as primeiras mudas de cana-de-açúcar foram trazidas da Ilha da Madeira, na expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa.

Em 1532, Martim Afonso fundou o primeiro núcleo de povoamento do Brasil, a vila de São Vicente, onde instalou o primeiro engenho, a que deu o nome de engenho do Governador.

O engenho de açúcar, é importante destacar, é peça central para entendermos o Brasil Colônia, já que era o local onde se produzia o açúcar durante este período da nossa história. Assim, podemos identificar como engenho as fazendas que funcionavam como unidade de produção de açúcar. Um mundo praticamente autônomo, que funcionava quase como um mundo à parte, com suas próprias leis e costumes.

Por causa disso, os engenhos eram também considerados como “pequenas cidades”.

Sobre esse ponto, é interessante o que falam Lilia Schwarcz e Heloisa Starling:

“Inventou-se [...] uma aristocracia da cana, cujo ápice absoluto era ocupado pelo senhor de escravos e seu centralismo político e social. Nos ‘distantes e largos Brasis’, o proprietário da região reinava quase só, raramente havendo interferência da Coroa portuguesa nesses que se consideravam negócios internos. [...]”

SCHWARCZ, Lilia M; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p 72.

Os engenhos coloniais surgiram no século XVI, com as capitanias hereditárias, quando tem início o segundo ciclo econômico do Brasil: o ciclo da cana-de-açúcar.

ESTRUTURA DOS ENGENHOS COLONIAIS

Para atender as necessidades do mercado consumidor europeu, a produção era feita em larga escala. Daí surgiram o LATIFÚNDIO (grande propriedade) e o TRABALHO ESCRAVO.

O latifúndio monocultor (produção de um único produto), escravista e exportador formam a base da economia colonial, que usou o sistema de PLANTATION para o desenvolvimento de suas atividades.

Fique atento!!!

O Plantation (plantação) era o sistema de exploração colonial que possuía as seguintes características:

- Grandes extensões de terras, o LATIFÚNDIO;

- A MONOCULTURA;

- A MÃO DE OBRA ESCRAVA, especialmente do negro africano;

- Produção destinada principalmente para a EXPORTAÇÃO (agroexportadora).

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As unidades açucareiras agroexportadoras eram conhecidas por engenhos açucareiros. Ou, com o tempo, simplesmente chamados de "engenho", que era como ficou conhecida toda a grande propriedade produtora de açúcar.

Era nessa estrutura que se localizava a casa grande, a capela, a senzala, a fábrica do açúcar, os canaviais e as casas de alguns trabalhadores livres, por exemplo.

O senhor de engenho vivia na casa grande com seus agregados e parentes, exercendo sobre eles grande autoridade num exemplo claro do que viria ser chamado de sociedade patriarcal. Os negros explorados como mão de obra escrava habitavam as senzalas.

Mas o engenho colonial, como um grande complexo que era, apresentava também outras partes, como podemos observar a seguir:

EXEMPLO DE UM ENGENHO DE AÇÚCAR DO BRASIL COLONIAL

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(1) CASA GRANDE: Centro do poder dos engenhos. É onde habitava os senhores do engenho (ricos proprietários de terras) e sua família.

(2) CAPELA: Símbolo da religiosidade dos habitantes do engenho, especialmente dos portugueses.

Local onde ocorriam as missas e demais cerimônias católicas, como batismos e casamentos. Muitas vezes, os escravos eram obrigados a participarem das cerimônias religiosas. As capelas também davam ao engenho uma vida social própria. Como “pequenas cidades”, alguns engenhos chegavam a ter até 4000 habitantes.

(3) SENZALA: Onde os escravos eram abrigados. Apresentam condições muito precárias, donde os escravos dormiam no chão de terra batida. Durante a noite, eles eram acorrentados para evitar a fuga.

(4) MOINHO: Os moinhos eram utilizados para aproveitarem a energia proveniente dos cursos da água (moinho) para movimentar a Moenda.

(5) MOENDA: Local onde a cana é moída e/ou esmagada. Era nesta parte do engenho que se esmagava o caule e o caldo da cana era extraído. A moenda era movimentada utilizando-se a tração animal, mas havia também moendas que utilizavam a energia proveniente da água (moinho) ou ainda a força humana (dos próprios escravos).

(6) CASA DAS FORNALHAS: Espécie de cozinha que abrigava grandes fornos que aqueciam o produto e o transformavam em melaço de cana.

(7) CASA DAS CALDEIRAS: Onde havia o aquecimento do produto em tachos de cobre.

(8) CASA DE PURGAR: Onde era refinado o açúcar e finalizado o processo.

(9) EITO, ROÇA OU PLANTAÇÕES: Além dos canaviais, havia as plantações de subsistência (hortas), em que eram cultivados outros tipos de produtos (frutas, verduras e legumes) destinados à alimentação da população.

(10) CASAS DE TRABALHADORES LIVRES: Habitações simples e pequenas onde viviam trabalhadores do engenho que não eram escravos, geralmente fazendeiros que não possuíam muitos recursos.

(11) CANAVIAL: Grandes extensões de terra (latifúndios) onde o açúcar era cultivado. Ali começava o processo, ou seja, o plantio e a colheita do produto.

(12) ROÇA DOS ESCRAVOS: Local onde os escravos faziam plantações de subsistência.

(13) TRANSPORTE DE CANA.

(14) TRANSPORTE DE LENHA PARA A FORNALHA.

CURRAL: A imagem não apresenta em destaque, mas os engenhos também contavam com um curral, que era o local que abrigava os animais usados nos engenhos, seja para o transporte (produtos e pessoas), seja nas moendas de tração animal ou para alimentação da população.

O FUNCIONAMENTO DOS ENGENHOS COLONIAIS

A seguir, explico o processo que era desenvolvido durante a produção de cana-de-açúcar. Fiz também uma numeração de cada uma das etapas envolvidas nesse processo, a fim de torná-las mais claras e mostrar como elas são encadeadas.

Assim, temos que:

As canas, que eram (1) cultivadas em grandes extensões de terra (latifúndios), eram (2) colhidas e (3) levadas para a moenda, onde o caldo da cana era extraído.

Em seguida, o produto era levado para as (4) caldeiras e, depois, para a (5) fornalha.

Na próxima etapa, o melaço da cana era (6) refinado na casa de purgar.

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Finalmente, o produto era (7) ensacado para ser transportado.

Parte do produto final, especialmente o açúcar mascavo (que não passava pelo processo de refino), era destinado ao comércio interno. A maior parte da produção, porém, era destinada para o mercado consumidor europeu. Ou seja, a maior parte dessa produção era exportada, motivo pelo qual a atividade é conhecida como agroexportadora.

E, fisicamente, onde essas atividades aconteciam dentro do engenho?

A cana era esmagada na casa de engenho, que era formada pela moenda, onde o caldo era extraído.

Na casa das caldeiras o caldo era engrossado ao fogo.

E, finalmente, na casa de purgar o melaço era colado em formas para secar.

O açúcar, em forma de "pães de açúcar", era colocado em caixas de até 750 Kg e enviado para Portugal.

PÃO DE AÇÚCAR, FORMA EM QUE O AÇÚCAR REFINADO ERA VENDIDO ATÉ O SÉC. XIX

Olhando esse pão de açúcar aí em cima, agora você consegue entender porque o Pão de Açúcar do Rio de Janeiro tem esse nome? rs

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PÃO DE AÇÚCAR, RIO DE JANEIRO/RJ

Voltando ao engenho, temos que eles existiam de duas espécies.

• Engenhos reais: movimentados por força hidráulica; e

• Engenhos Trapiches: movidos por tração animal (mais comuns).

A produção de aguardente, utilizada no escambo de escravos, era realizada pelos "molinetes" ou

"engenhocas".

Fique atento !!

Na sociedade do açúcar, nem todos os fazendeiros possuíam engenho.

Assim, alguns fazendeiros viam-se obrigados a moer a cana em outro engenho, pagando por este serviço.

Eram, por este motivo, chamados de SENHORES OBRIGADOS.

FORMAÇÃO SOCIAL BRASIL COLÔNIA

Fundamentalmente três grandes grupos étnicos são responsáveis pela formação da sociedade colonial brasileira: o ÍNDIO, o NEGRO AFRICANO e o BRANCO EUROPEU, principalmente o português.

Os portugueses que vieram para o Brasil pertenciam a várias classes sociais em Portugal, mas, principalmente, eram elementos da pequena nobreza e do povo.

É importante também destacarmos que as tribos indígenas tinham línguas e culturas distintas. Algumas eram inimigas entre si e isto era usado pelos europeus quando desejavam guerrear contra os portugueses.

Da mesma forma, os negros trazidos como escravos da África também eram de diversas etnias, com possuíam crenças, idiomas e valores próprios.

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No Brasil Colônia, o engenho era o centro dinâmico de toda a vida social. Em torno dele viviam, dentre outros personagens, os mulatos, que geralmente eram filhos dos senhores com escravas.

TRABALHO DOS ESCRAVOS

Os escravos, que trabalhavam forçosamente e sem receber salários, representavam a principal mão de obra do trabalho nos engenhos açucareiros (cerca de 80%).

Algumas características reforçam o trabalho degradante que exerciam:

• Trabalhavam longas jornadas;

• Viviam em péssimas condições;

• Vestiam trapos;

• Sofriam castigos físicos, como chicotadas aplicadas pelos capatazes; e

• Comiam restos de comida.

Os escravos exerciam as mais diversas atividades no engenho. Trabalhavam na produção da cana, nas casas senhorias, cozinhavam, exerciam o papel de faxineiras, de amas de leite, dentre outras.

Mas nem só de escravos o engenho era feito. Havia também alguns trabalhadores livres que recebiam salários, como os que exerciam as seguintes funções:

• Feitor – espécie de administrador do engenho. Gerenciavam também, portanto, o trabalho dos escravos e lhes aplicava castigos físicos;

• Capataz – o capataz gerenciava grupos de trabalhadores. Também gerenciava o trabalho dos escravos e lhes aplicava castigos físicos;

• Ferreiros,

• Carpinteiros,

• Mestre do açúcar – controlava o trabalho de transformação da cana em açúcar; e

• Lavradores.

O FIM DO CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR

A produção açucareira no Brasil cresceu continuamente até o começo do século XVII, alcançando o seu auge nas três primeiras décadas desse século.

Em seguida, porém, o ciclo do açúcar entrou em decadência, tendo em vista que surgiu concorrência no mercado internacional e uma nova conjuntura política que afetou diretamente a produção.

No campo político a principal causa da decadência foi a União Ibérica, que foi o período, iniciado em 1580, em que Portugal passou para o domínio da Espanha.

A Espanha, por sua vez, estava em guerra com a Holanda, país que controlava, no início do século XVII, o comércio marítimo europeu.

Foi neste período que a melhor parte da América portuguesa, as terras já cultivadas e prósperas de Pernambuco, foi parar nas mãos dos holandeses. A bem da verdade, os holandeses já conheciam bem a atividade açucareira no Brasil, pois eram os responsáveis pelo financiamento na montagem do engenho do açúcar, transporte do açúcar para a Europa, refino e sua distribuição.

Perdendo espaço para os holandeses, o mercado de açúcar, para Portugal, desorganizou-se e a produção começou a cair.

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Em 1640, a União Ibérica acaba e Portugal se livra do domínio Espanhol. Neste momento, porém, o Brasil já não era mais o principal produtor mundial de açúcar.

A produção de colônias europeias que não Portugal, principalmente das Antilhas, administradas pelos holandeses, havia superado a produção brasileira, por encontrar mais facilidade no mercado europeu.

Durante todo o século XVII o Brasil tentou recuperar a produção, mas nada conseguiu. Com isso, findava o ciclo da cana-de-açúcar, e a colônia entrou numa estagnação com relação à metrópole que só terminou no início do século XVIII, quando começou o ciclo do ouro.

Com as descobertas das jazidas de ouro, que deram início ao Ciclo do Ouro no Brasil, aos poucos os engenhos de açúcar foram sendo desativados e o eixo econômico da colônia foi se alterando do Nordeste para o atual Sudeste, especialmente para a região de Minas Gerais.

CICLO CANA-DE-AÇÚCAR Segundo ciclo econômico brasileiro.

Foi desenvolvido inicialmente com a implantação das capitanias hereditárias.

Desenvolvido principalmente no NORDESTE Sociedade PATRIARCAL e ARISTOCRÁTICA Pouca (ou nenhuma) ascensão social

Sociedade RURALIZADA/AGRÁRIA

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SOCIEDADE DA MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA

O PAPEL DOS BANDEIRANTES NA DESCOBERTA DO OURO

Até o século XVII, a economia açucareira era a atividade principal da colônia e o interesse metropolitano estava inteiramente voltado para o seu desenvolvimento.

A partir de meados do século XVII, porém, o açúcar brasileiro sofreu forte concorrência da produção açucareira antilhana, que era desenvolvida pelos holandeses.

A partir de então, houve a necessidade de se encontrar uma nova atividade econômica para a América portuguesa. Os paulistas, que conheciam bem o sertão, iriam desempenhar um papel importante nessa nova fase da história colonial.

Em 1674, a bandeira de Fernão Dias Pais, apesar de não ter descoberto metais preciosos, abriu caminhos para o interior de Minas.

Poucos anos depois foi a vez da bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera), que se embrenhou na região central do país (Goiás e Mato Grosso).

Na busca pelo ouro, foram financiadas Entradas e as Bandeiras no Brasil, que eram expedições que voltadas para a exploração e descoberta do novo território.

De forma geral, podemos dizer que as Entradas eram iniciativas financiadas pelo governo que buscavam a interiorização do território, enquanto as Bandeiras eram iniciativas privadas que tinham o lucro como finalidade.

Entradas

Eram iniciativas financiadas pelo governo que buscavam a interiorização do território Bandeiras

Eram iniciativas privadas que tinham o lucro como finalidade

O OURO E O SEU PAPEL PARA A INTERIORIZAÇÃO E O POVOAMENTO DO TERRITÓRIO

A procura de metais preciosos no Brasil era bem antiga e datava do início da colonização, principalmente depois da descoberta da mina de prata de Potosí, em 1545, na atual Bolívia. A criação do governo-geral em 1548, no Brasil, e a sua instalação no ano seguinte, foi um reflexo daquela descoberta.

De fato, diversas foram as Entradas que partiram da Bahia, Espírito Santo, Ceará, Sergipe e Pernambuco para o interior do território.

À época, os paulistas foram os principais exploradores do sertão.

Com um irrisório apoio oficial, Fernão Dias Pais partiu em 1674 para o sertão, onde permaneceu por seis anos, chegando ao Jequitinhonha. Porém, não descobriu nada de valor. Em 1681, a sua expedição encontrou turmalinas acreditando serem esmeraldas.

Durante os anos em que permaneceu no sertão, porém, Fernão Dias desbravou grande parte do interior do atual estado de Minas Gerais e abriu caminho para futuras descobertas que seriam decisivas para o futuro da colônia.

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Costuma-se atribuir o início da mineração à descoberta do ouro feita por Antônio Rodrigues Arzão, em 1693, embora a corrida do ouro começasse efetivamente com a descoberta das minas de Ouro Preto por Antônio Dias de Oliveira, em 1698.

Além de se difundir pelo Brasil, a notícia chegou a Portugal através da correspondência dos governadores ao rei.

Como se vê, àquela época, encontrar ouro era mais ou menos como encontrar novas reservas de petróleo.

Alterava com a então geopolítica.

Assim, com as notícias que corriam, começaram a chegar às Minas, de diversos pontos do Brasil, grande quantidade de aventureiros, ávidos por conseguir rápido enriquecimento. Mesmo de Portugal vieram, a cada ano, cerca de 10 mil pessoas, durante sessenta anos.

A primeira consequência desse deslocamento maciço da população para as regiões das minas foi a grave carestia (escassez de alimentos), que se tornou particularmente catastrófica nos anos 1697 e 1698 e, posteriormente, em 1700 e 1701. O jesuíta Antonil, que viveu nesse tempo, escreveu que os mineiros morriam à míngua, “com uma espiga de milho na mão, sem terem outro sustento”.

OS PAULISTAS E OS EMBOABAS

A população das minas era bastante heterogênea, mas dividiam-se claramente em:

PAULISTAS: minoritários nas Minas, tinham o hábito de andar descalços.

EMBOABAS: Como os forasteiros eram chamados, de forma depreciativa, pelos paulistas. Em tupi,

“emboabas” significa “pássaro de pés emplumados” – referência irônica aos forasteiros, que usavam botas. Os paulistas, por outro lado, andavam descalços.

À época, a população paulista era formada por mamelucos e índios que utilizavam a língua tupi mais do que o português.

Embora minoritários, os paulistas hostilizavam e eram hostilizados pelos emboabas. Julgavam-se do- nos das minas por direito de descoberta.

Mas a rivalidade entre paulistas e emboabas tinha outros motivos mais significativos.

O comércio de abastecimento das Minas era controlado por alguns emboabas que auferiam grandes lucros. Assim, por causa da sua riqueza e da importância da atividade que exerciam, este grupo passou a ter grande influência na região. Manuel Nunes Viana, português que chegou na Bahia ainda criança, era um desses ricos comerciantes e principal líder dos emboabas. Era proprietário de fazendas de gado no São Francisco e estava associado aos comerciantes da Bahia.

GUERRA DOS EMBOABAS

A tensão entre paulistas e emboabas teve o seu auge no desentendimento entre NUNES VIANA e BORBA GATO, que era guarda-mor das Minas e, portanto, representante do poder real.

Esse desentendimento deu início à Guerra dos Emboabas.

A fim de combater o contrabando do ouro, a Coroa havia proibido o comércio entre as Minas e a Bahia, com exceção do gado. Apesar dessa determinação, o comércio proibido continuou, sob a liderança de Nunes Viana.

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Borba Gato determinou então a expulsão de Nunes Viana das Minas, mas este não a acatou e foi apoiado pelos emboabas.

Como a maior parte das Minas era ocupada pelos emboabas, estes decidiam expulsar os paulistas, que estavam concentrados no rio das Mortes.

Sendo minoritários, os paulistas se retiraram, mas um grupo deles, com maioria de índios, foi cercado pelos emboabas, que exigiram a rendição, prometendo poupar-lhe a vida caso depusesse as armas. Foi o que fizeram os paulistas. Mas, mesmo assim, foram massacrados no local que ganhou o nome de Capão da Traição.

Expulsos das Minas, os paulistas penetraram em Goiás e Mato Grosso, onde novas jazidas seriam descobertas.

COMO O OURO ERA EXTRAÍDO

No Brasil, o ouro encontrava-se depositado na superfície ou em pequenas profundidades: inicialmente exploravam-se os veios (nos leitos dos rios), que eram superficiais; em seguida, os tabuleiros (nas margens), que eram pouco profundos; e, finalmente, as grupiaras (nas encostas), que eram mais profundas. Diz-se, por isso, que predominou o OURO DE ALUVIÃO, que era aquele depositado no fundo dos rios e de fácil extração, ao contrário das minas de prata do México e do Peru, que dependiam de profundas escavações.

O CICLO DA MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA se estendeu, basicamente, ao longo do século XVIII, com o seu apogeu entre 1750 e 1770. As principais regiões auríferas da época foram Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

Anteriormente, já haviam ocorrido as explorações do ouro de lavagem, mas com resultados inexpressivos, em São Paulo, Paraná e Bahia.

A mineração dos anos setecentos foi desenvolvida, principalmente, a partir do ouro de aluvião, que tinha como características o baixo nível técnico da sua exploração e o rápido esgotamento das jazidas.

No extrativismo aurífero colonial, as formas de exploração mais comuns eram:

AS LAVRAS (grande extração): Em que uma EMPRESA utilizava a MÃO-DE-OBRA ESCRAVA e aplicava uma TÉCNICA MAIS APURADA.

A FAISCAÇÃO (pequena extração): Ocorria por meio da extração INDIVIDUAL, realizada principalmente por HOMENS LIVRES.

À medida que essas jazidas iam se esgotando e sua exploração tomava-se antieconômica para as lavras, estas se deslocavam para outras jazidas, deixando o que restara da anterior para a faiscação, praticada por pequenos mineradores.

Como a extração do ouro de aluvião era mais simples, havia o ESGOTAMENTO MAIS RÁPIDO das regiões mineradoras. Por essa razão, mesmo na organização das lavras, as empresas eram concebidas de modo a poderem se mobilizar constantemente, conferindo à atividade mineradora um CARÁTER NÔMADE. Assim, o investimento em termos de equipamento também não podia ser de grande vulto.

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FORMAS DE EXPLORAÇÃO MAIS COMUNS DO EXTRATIVISMO AURÍFERO COLONIAL

LAVRAS (grande extração) - EMPRESA;

- Utilizava MÃO-DE-OBRA ESCRAVA;

- Técnica mais APURADA.

FAISCAÇÃO (pequena extração) - Meio de extração INDIVIDUAL;

- Realizada principalmente por HOMENS LIVRES;

- Técnica mais RUDIMENTAR.

Após a sua extração, o ouro era levado para as Casas de Fundição. Ali, era quintado, fundido e transformado em barras, como as que podemos ver na imagem a seguir, o que facilitava o controle dos lucros da exploração aurífera pela coroa portuguesa.

A organização da exploração aurífera começou em 1702, quando o Estado português editou o Regimento das Terras Minerais, disciplinando a exploração aurífera estabelecida pela Carta Régia de 1602, que declarava a livre exploração, mediante o pagamento do quinto; em outras palavras, a quinta parte do que se extraía (20%) era o imposto devido à metrópole. É por causa do quinto que se dizia que o ouro deveria ser quintado, que era a forma encontrada para facilitar a tributação do produto.

Por esse regimento, organizava-se a distribuição das jazidas que eram divididas em DATAS – porções das jazidas que representavam a unidade de produção – e passadas para os exploradores mediante o sistema de SORTEIO, promovido pela Intendência das Minas, principal órgão de controle e de fiscalização da mineração do ouro.

Importante ainda destacar que a economia mineradora era essencialmente importadora. Ou seja, a mineração dependia do abastecimento externo de alimentos, ferramentas, objetos artesanais, de luxo, gado, e, finalmente, escravos.

Três agentes eram responsáveis por esse abastecimento: o tropeiro, que trazia alimentos e outras mercadorias; o boiadeiro e os comboieiros, que chegavam com os escravos.

Ao abrir-se como um grande mercado, a mineração foi responsável pela articulação econômica da colônia, integrando-se a São Paulo, Rio, Bahia e à região Sul.

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Minas era também um grande mercado de escravos. A crescente demanda de mão-de-obra escrava provocou significativas alterações no tráfico. Na África, a moeda de compra de escravos era o fumo. A Bahia e Pernambuco tornaram-se, ao mesmo tempo, grandes produtores de fumo e agenciadores de escravos africanos, propiciando o aparecimento de armadores e traficantes brasileiros.

Os traficantes nordestinos chegaram a superar a concorrência de nações poderosas como Inglaterra, França e Holanda, batendo também os portugueses.

Assim, atuando como polo de atração econômica, a mineração favoreceu a integração das várias regiões antes dispersas e desarticuladas. Surgiu, desse modo, um fenômeno antes desconhecido na colônia: a formação de um mercado interno articulado.

A TRIBUTAÇÃO DO OURO

O primeiro ato tributário da Coroa Portuguesa na colônia foi o Regimento das Terras Minerais (1702). Por ele ficou estipulada arrecadação da quinta parte do ouro extraído, ou seja, o quinto representava uma alíquota de 20% do que era explorada nas Minas.

Assim, a tributação do ouro, inicialmente, dava-se por meio do QUINTO, cuja cobrança era dificultada pela circulação do ouro em pó, já que, desta forma, era mais fácil que o ouro fosse contrabando. O ouro, por exemplo, era contrabandeado na carapinha dos escravos ou no interior dos famosos santos de pau oco.

A seguir, exemplos de santos do pau oco, dentro dos quais o ouro em pó costumava ser contrabandeado sem o pagamento do quinto.

Em 1720, com o intuito de efetivar a cobrança do quinto e evitar o contrabando, foram criadas as CASAS DE FUNDIÇÃO. Estas, porém, começaram a funcionar apenas em 1725, em Vila Rica.

As Casas de Fundição tinham a finalidade de transformar o ouro em barras timbradas e quintadas (após descontado o imposto do quinto).

Em 1730, o quinto foi reduzido de 20% para 12%.

Em 1735, foi criado um novo imposto, a CAPITAÇÃO, onde se cobrava 17 gramas de ouro por escravo em atividade na mineração. Era, na prática, um imposto que incidia sobre o número de escravas de cada minerador,

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esperando-se, com isso, que a arrecadação correspondesse ao “quinto”. Mas essa medida gerou revoltas, pois os mineradores ficavam sujeitos ao pagamento mesmo que seus escravos não encontrassem ouro algum.

Em 1750, época do apogeu do ouro, foi instituído o quinto por estimativa, conhecido como FINTA, que consistia no pagamento, pela população minerados, de 30 arrobas anuais fixas (aproximadamente 450 quilos), que, teoricamente, corresponderiam ao quinto. Mas quem não concordou dessa vez foi o rei, que obrigou à volta ao regime de capitação. Devido a novas revoltas, ele recuou e aceitou o sistema de fintas, cujo pagamento foi garantido pelas Câmaras Municipais locais.

Em 1765, foi instituída a DERRAMA, forma arbitrária de cobrança do quinto atrasado, que deveria ser pago por toda a população da região, inclusive com bens pessoais. E esse quadro, marcado pela extorsiva tributação, aumentou o descontentamento contra os abusos da metrópole.

TRIBUTOS NA SOCIEDADE DO OURO QUINTO

Estipulava que a arrecadação da quinta parte do ouro extraído, ou seja, o quinto representava uma alíquota de 20% do que era explorada nas Minas.

CAPITAÇÃO

Cobrança de 17 gramas de ouro por escravo em atividade na mineração.

FINTA

Fixação de uma cota fixa de 30 arrobas que incidia sobre toda a região aurífera.

DERRAMA

Forma arbitrária de cobrança do quinto atrasado, que deveria ser pago por toda a população da região, inclusive com bens pessoais.

AS TRANSFORMAÇÕES QUE A MINERAÇÃO PROPORCIONOU

O ciclo do ouro no Brasil teve dois principais efeitos em Portugal:

• De um lado, aumentou em muito a riqueza da Metrópole (Portugal), que pagou dívidas e construiu monumentos com o dinheiro proveniente da extração aurífera.

• Por outro, ocasionou uma forte migração de portugueses, que buscavam ascensão social e econômica, para as regiões mineradoras. Calcula-se que 40% de toda a população lusitana tenha vindo para o Brasil na busca de riqueza fácil.

A mineração deu início então a um forte fluxo populacional para o interior brasileiro, contribuindo para

“descobrir” novos lugares e criar povoações.

Desta forma, a linha do Tratado de Tordesilhas foi, aos poucos, sendo empurrada continente adentro.

Quando houve o esgotamento das lavras de Minas Gerais, foi descoberto ouro em Goiás e, posteriormente, em Mato Grosso.

O preço ambiental, numa época em que não havia discussão ou preocupação sobre o meio ambiente, foi muito alto, tendo em vista que se desviaram rios e secaram lagos. Além disso, havia o emprego do mercúrio, também prejudicial para o meio ambiente.

Há de se registrar ainda que, com o objetivo de construir suas casas e plantar suas roças, os mineradores destruíram as matas, o que também afetou ecossistemas.

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A mineração, por outro lado, também deixou uma herança de riqueza histórica para o Brasil. Várias cidades históricas brasileiras são justamente deste período, que também legou uma herança de obras de arte para gerações futuras.

Mas não foi só. A mineração apresentou mudanças principalmente no funcionamento da própria sociedade, que passou a ser mais urbanizada, mais dinâmica e plural. A sociedade da mineração apresentava também maiores oportunidades de ascensão social, com maior número, proporcionalmente, de escravos conseguindo alforria. Diferente do ciclo da cana-de-açúcar, que dependia quase que exclusivamente da importação de produtos e insumos em geral, o ciclo do ouro foi capaz de gerar novas atividades econômicas e criar um mercado consumidor interno mais forte.

Como bem explica Emília Viotti da Costa, várias foram as mudanças trazidas com a sociedade da mineração, com desdobramentos das mais variadas espécies:

“No século XVIII, a exploração do ouro e diamantes determinou uma reorientação da política colonial. A Coroa portuguesa viu-se obrigada a ampliar o controle e a fiscalização para evitar os descaminhos do ouro, multiplicando os quadros burocrático e policial, limitando a autonomia dos poderes locais. De outro modo, embora a mão de obra utilizada fosse ainda essencialmente escrava, o trabalho livre encontrava melhores possibilidades nas zonas mineiras do que nas áreas onde prevalecia a economia agrária. A especialização das áreas de mineração que tendiam a se dedicar quase exclusivamente à indústria extrativa motivou o desenvolvimento das regiões periféricas, que passaram a cultivar gêneros de primeira necessidade e a criar gado com o objetivo de abastecer as minas. O mercado interno cresceu, estimulando o comércio e a urbanização”.

(COSTA, E. V. da. Da monarquia à república: momentos decisivos. 9. ed. São Paulo: Editora da Unesp, 2010. p. 239-240).

UMA CULTURA MINEIRA

A sociedade mineira do Brasil colonial, como não poderia ser diferente, também se refletiu na vida cultural e intelectual, sendo caracterizada por um notável desenvolvimento artístico.

Na literatura, destacaram-se os poetas representantes do ARCADISMO.

Na arquitetura e na escultura, está o famoso Antônio Francisco Lisboa, o ALEIJADINHO, e mestre Valentim, nomes importantes do BARROCO MINEIRO.

Na música, além da disseminação de uma música popular – modinhas e lundus – sobressaíram-se os grandes mestres da música sacra–barroca, com as missas e réquiens de Joaquim Emérico Lobo de Mesquita e do padre José Maurício Nunes Garcia.

Além disso, a sociedade mineradora foi importante politicamente também. A partir da influência europeia, com os novos princípios liberais disseminados pela Enciclopédia, a região das Minas assistiu ao nascimento do primeiro movimento de caráter emancipacionista: a Inconfidência Mineira, movimento que consagraria o José da Silva Xavier, o Tiradentes.

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A EXPLORAÇÃO DOS DIAMANTES

Por volta de 1729, Bernardo da Fonseca Lobo descobriu as primeiras jazidas de diamante no arraial do Tijuco ou Serro do Frio, hoje Diamantina. Teve início, assim, a exploração dos diamantes, que, como a do ouro, também era considerada um monopólio da Coroa Portuguesa.

Em 1733, foi criado o Distrito Diamantino, única área demarcada em que se podia explorar legalmente as jazidas. A exploração era livre, mediante o pagamento do quinto e da capitação sobre o trabalhador escravo. Em 1739, a livre extração cedeu lugar ao sistema de contrato, que deu origem aos ricos contratadores, como João Fernandes, estreitamente ligado à figura de Xica da Silva.

Diante das irregularidades e do desvio dos impostos, além do alto valor que alcançavam as pedras na Europa, em 1771, foi decretada a régia extração, que contava com o trabalho de escravos alugados pela coroa.

Posteriormente, com nova liberação da exploração, foi criado o Livro de Capa Verde, contendo o registro dos exploradores, e o Regimento dos Diamantes, procurando disciplinar a extração.

O monopólio estatal sobre os diamantes vigorou até 1832.

AS CONSEQUÊNCIAS DA MINERAÇÃO

A mineração foi responsável por importantes consequências que se refletiram sobre a vida econômica, social, política e administrativa da colônia.

Como já sabemos, provocou uma grande migração portuguesa para a região das Gerais. Segundo alguns autores, no século XVIII, aproximadamente 800.000 portugueses transferiram-se para a colônia, o que corresponderia a 40% da população da metrópole.

No Brasil, paralelamente a isto, ocorreu um deslocamento do eixo econômico e demográfico do litoral para a região Centro-Leste, acompanhado da intensificação do tráfico negreiro e do remanejamento do contingente interno de escravos. Com isso, a colônia conheceu uma verdadeira explosão populacional, ultrapassando com folga a casa de um milhão de habitantes, no século XVIII.

O entorno da região mineradora, compreendendo o eixo Minas-Rio de Janeiro, passou a ser o novo centro de gravidade econômica, social e política da colônia; em 1763, um decreto do marquês de Pombal transferiu a capital de Salvador para o Rio de Janeiro.

Assim, temos o reconhecimento oficial da transferência do eixo político-econômico, que inicialmente se dera no Nordeste, por causa do Ciclo da cana-de-açúcar, para a região das Minas Gerais.

Geradora de novas necessidades, a mineração condicionou um maior desenvolvimento do comércio, associado ao fenômeno da urbanização. Desenvolveu-se o mercado interno, possibilitando a dinamização de todos os quadrantes da colônia, que se organizaram para abastecer a região do ouro.

A vida urbana e o próprio caráter da exploração aurífera geraram uma sociedade mais aberta e heterogênea, convivendo lado a lado o trabalho livre e o trabalho escravo, embora este fosse predominante. Como consequência, a concentração de renda foi menor, enriquecendo, principalmente, os setores ligados ao abastecimento.

Finalmente, a “corrida do ouro” promoveu a penetração e o povoamento do interior do Brasil, anulando de uma vez por todas a velha demarcação de Tordesilhas.

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CICLO DO OURO Terceiro ciclo econômico do Brasil

Deslocou o eixo econômico e político para a atual região Sudeste Sociedade dinâmica e menos aristocrática

Aumento da classe média Maior ascensão social

Maior número de profissionais liberais Sociedade URBANIZADA

Desenvolvimento artístico

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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR

1. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018)

Tendo em vista que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade Moderna, que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumulação primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) o item a seguir, acerca das características básicas da produção brasileira no período colonial.

No período em apreço, em que predominava a pluricultura de produtos, a produção aurífera mineira era voltada para a metrópole, e as indústrias básicas, como a metalurgia, empregavam uma pequena parcela de trabalhadores livres.

( ) Certo ( ) Errado RESOLUÇÃO:

O principal erro desta questão está em dizer que predominava a pluricultura neste período.

O período colonial brasileiro tem como uma de suas maiores características a monocultura, principalmente da cana-de-açúcar.

Apontar a metalurgia é outro erro grosseiro da questão.

Resposta: Errado

2. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018)

Tendo em vista que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade Moderna, que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumulação primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) o item a seguir, acerca das características básicas da produção brasileira no período colonial.

Prevalecia a monocultura agroexportadora, principalmente de açúcar, com predomínio do latifúndio da terra e do trabalho escravo (indígenas e africanos) generalizado.

( ) Certo ( ) Errado RESOLUÇÃO:

Apesar de o trabalho escravo indígena parecer tornar a questão incorreta, o item está correto, já que o trabalho escravo indígena só foi proibido em meados do século XVIII.

O trabalho indígena não era tão utilizado porque o comércio do escravo negro era mais lucrativo para a coroa portuguesa, que tinha o monopólio deste comércio.

Assim, para aprendizado desse período, temos que o Brasil Colônia pode ser caracterizado da seguinte forma:

- Monocultura agroexportadora, principalmente de açúcar;

- Predomínio do latifúndio da terra; e

- Trabalho escravo (indígenas e africanos) generalizado.

Resposta: Certo

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3. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018)

Tendo em vista que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade Moderna, que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumulação primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) o item a seguir, acerca das características básicas da produção brasileira no período colonial.

Exercida sob o modelo de latifúndio autossuficiente, a produção gerava excedentes que propiciavam um vigoroso comércio entre as capitanias.

( ) Certo ( ) Errado RESOLUÇÃO:

Durante o período das capitanias, no Brasil Colônia, não havia uma noção de unidade territorial, nem de integração do território. As capitanias, inclusive, costumam ser caracterizadas como um arquipélago. Ou seja, formada por ilhas que não se comunicavam.

Resposta: Errado

4. (CESPE - SEDUC-AL - 2018)

Com relação à exploração de recursos naturais pelos seres humanos, julgue o item subsecutivo.

O pau-brasil foi o primeiro elemento da rica natureza brasileira explorado pelo mercantilismo europeu.

( ) Certo ( ) Errado RESOLUÇÃO:

A exploração do pau-brasil deu início para a degradação de um dos ecossistemas brasileiros mais importantes, a Mata Atlântica que, atualmente, possui apenas uma pequena fração da sua vegetação nativa conservada.

Resposta: Certo

5. (IBADE - Prefeitura de Ji-Paraná-RO - 2018)

Ainda no século XVI, a América Portuguesa encontrou sua principal vocação: a economia canavieira.

Transportadas para o Brasil a partir da ilha da Madeira, as primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram por meio do donatário Martim Afonso de Souza. A opção pela cultura da cana-de-açúcar foi feita levando-se em consideração uma série de fatores, dentre os quais, pode-se apontar corretamente:

a) a falta de experiência lusa na lavoura canavieira.

b) recursos econômicos oriundos de investidores de várias regiões da Europa.

c) a demanda dos mercados africanos pelo açúcar.

d) a alta tecnologia existente no Brasil para a produção do açúcar.

e) a concorrência do açúcar holandês produzido nas Antilhas.

RESOLUÇÃO:

a) Antes de iniciar a atividade açucareira no Brasil, Portugal já tinha experiência na produção da cana-de- açúcar em outros territórios. ITEM INCORRETO

b) O açúcar era um produto em alta no mercado europeu da época, com vários países interessados em financiá-lo nas mais diversas etapas de produção e distribuição do produto. ITEM CORRETO.

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c) A demanda que havia pelo açúcar era dos mercados da Europa. ITEM INCORRETO.

d) A tecnologia então utilizada era importada, tanto da experiência portuguesa anterior quanto da holandesa, que tentou se instalar no Brasil. ITEM INCORRETO.

e) A concorrência do açúcar holandês produzido nas Antilhas contribuiu para a decadência da sociedade açucareira do Brasil, e não para o seu florescimento. ITEM INCORRETO.

Resposta: B

6. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2005)

Escravidão negra, latifúndio e monocultura. No início da década de 60 do século XX, afirmava-se ser esse o conjunto de fatores em que se assentara a economia brasileira do século XVI ao XIX, como resultado da sua forma de integração ao mercado mundial na qualidade de área subsidiária da Europa, como produtora de artigos tropicais e, posteriormente, de metais preciosos. Essa visão, excessivamente reducionista, com frequência, associava-se à atualmente criticada concepção dos ciclos econômicos. Não se negava, mas minimizavam-se, em forma decisiva, a presença e a importância de outras relações de produção que não a escravidão de africanos e de seus descendentes. Era uma historiografia que não vislumbrava a considerável complexidade econômico-social brasileira. Se considerarmos somente as partes do Brasil que, em cada época, concentram principalmente a população e as produções coloniais, tornar-se-á possível perceber quatro fases no que concerne à história do trabalho:

1) 1500-1532: período chamado pré-colonial, caracterizado por uma economia extrativista baseada no escambo com os índios;

2) 1532-1600: época de predomínio da escravidão indígena;

3) 1600-1700: fase de instalação do escravismo colonial de plantation em sua forma clássica;

4) 1700-1822: anos de diversificação das atividades, em razão da mineração, do surgimento de uma rede urbana, e de posterior importância da manufatura — embora sempre sob o signo da escravidão dominante.

Ciro Flamarion Santana Cardoso. O Trabalho na colônia. In: Maria Yedda Linhares (org.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1996, p. 78-9 (com adaptações).

Considerando o texto acima como referência inicial, julgue o item seguinte, relativos ao contexto colonial brasileiro.

A “fase de instalação do escravismo colonial de plantation em sua forma clássica” coincide com o período de proeminência da cana-de-açúcar na economia colonial.

( ) Certo ( ) Errado RESOLUÇÃO:

Apesar de todo o texto inicial, a questão em si é direta e correta.

São características do Plantation:

- Grandes extensões de terras, o latifúndio;

- A monocultura;

- A mão de obra escrava, especialmente do negro africano;

- Produção destinada principalmente para a exportação (agroexportadora).

Resposta: Certo

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7. (IDECAN - Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo-MG - 2014)

“Por definição, ____________________ é o nome dado a um modelo de organização econômica em que se destacam quatro aspectos principais: latifúndio, monocultura, mão de obra escrava e produção voltada para o mercado externo. Durante o período colonial brasileiro, este foi o modelo adotado em larga escala, sendo a cana de açúcar o principal produto cultivado até meados do século XVIII."

Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.

a) plantation b) escravidão c) monarquia d) agronegócio RESOLUÇÃO:

A questão cita as características do Plantation:

- Grandes extensões de terras, o latifúndio;

- A monocultura;

- A mão de obra escrava, especialmente do negro africano;

- Produção destinada principalmente para a exportação (agroexportadora).

Resposta: A

8. (FEPESE - Prefeitura de Fraiburgo-SC - 2019)

Envolvidos com o comércio com a Ásia, os comerciantes portugueses e a Coroa pouco interesse demonstraram pela Colônia nos primeiros anos após a chegada de Cabral.

Somente por volta de 1530, por muitos fatores, o Estado e os empreendedores particulares passaram a se dedicar à exploração econômica das terras brasileiras.

Assinale a alternativa que indica o produto cujo cultivo permitiu o empreendimento agrícola e a ocupação de largas faixas do território.

a) Café b) Petróleo c) Pau-brasil d) Cana-de-açúcar e) Drogas do sertão RESOLUÇÃO:

Quando começou a haver uma exploração econômica regular e com intuito de ocupação da América portuguesa, Portugal escolheu a atividade açucareira como a principal a ser desenvolvida no seu novo território.

Até então (1500 a 1530), havia apenas a exploração extrativista e predatória do pau-brasil.

A ocupação efetiva do território só se daria realmente com a produção da cana-de-açúcar.

Resposta: D

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9. (FUNCEFET - Prefeitura de Nilópolis-RJ - 2011)

Com base na contextualização destes mapas, em seus momentos históricos, assinale a afirmativa correta em relação aos respectivos aspectos produtivos.

a) Revela a queda do império e o início da república. Traz o momento de transição entre a primeira e a segunda república

b) Não há produção de cana-de-açúcar; nosso principal produto no mercado internacional é o café. Corresponde ao período da consolidação da República.

c) Revela o escambo entre índios e portugueses, através da exploração do pau-brasil. Pertence ao período pré- industrial no Brasil

d) Há produção de cana-de-açúcar: nosso principal produto de exportação no mercado europeu. Existe exploração do ouro.

RESOLUÇÃO:

a) O Império brasileiro teve início apenas em 1822. Os mapas são de 1666 e 1730. Ou seja, nada têm a ver com a ascensão e queda do Império brasileiro. ITEM INCORRETO.

b) Durante o período colonial citado, as atividades econômicas desenvolvidas eram principalmente da cana- de-açúcar e da mineração, nesta ordem. ITEM INCORRETO.

c) Período pré-industrial? A questão está falando do Brasil Colônia. Nem havia indústrias na acepção moderna ainda. ITEM INCORRETO.

d) ITEM CORRETO. Resposta: D

(28)

10. (FEPESE - UDESC - 2010)

Sobre as razões que levaram Portugal a optar pela produção açucareira no processo de colonização do Brasil, é correto afirmar:

a) Havia grande disponibilidade de mão-de-obra experiente na produção de açúcar, na metrópole e na Colônia.

b) A frota naval portuguesa ociosa nos momentos de paz poderia ser ocupada no transporte do açúcar produzido na colônia.

c) A concorrência do açúcar holandês produzido nas Antilhas exigiu a ampliação da produção portuguesa de açúcar no Brasil.

d) A cana-de-açúcar adaptava-se às condições do clima e do solo de áreas do Nordeste brasileiro.

e) Considerando que nenhum outro país europeu se dedicava à produção de açúcar, as possibilidades de lucro com a produção no Brasil eram garantidas.

RESOLUÇÃO:

Além de Portugal já ter experiência no cultivo e exploração da atividade econômica da cana-de-açúcar, também são apontados como pontos fundamentais para o desenvolvimento desta cultura no Brasil: o clima tropical, tido como propício ao cultivo da cana-de-açúcar, e o solo de áreas do Nordeste brasileiro.

Resposta: D

11. (IDECAN - Prefeitura de Leopoldina-MG - 2016)

“Até a descoberta dos metais preciosos a colonização foi marcada pela grande propriedade onde se cultivava predominantemente um gênero destinado à exportação com base no trabalho escravo. A afirmativa de que a Plantation foi a forma básica da colonização foi criticada por alguns historiadores que o projeto ‘plantacionista’ era assumido pela classe dominante colonial, mas a Coroa sempre se preocupou em diversificar a produção e garantir o plantio de gêneros alimentícios para o consumo da própria colônia. Houve uma excessiva redução da estrutura social a senhores e escravos esquecendo-se a importância dos brancos e ignorando-se a existência de um campesinato – pequenos proprietários. Além disso, o negócio da escravidão resultou na cumulação urbana propiciado por capitais investidos no tráfico de escravos. Esse grupo de traficantes não se especializava apenas no comércio de homens, dedicando-se também aos investimentos em prédios urbanos, à usura e às operações de importação e exportação.”

(Fausto, 2002.) Dentre as marcas deixadas pela grande empresa monocultora que caracterizou o Brasil no período colonial podemos destacar:

a) O tráfico humano, negócio altamente lucrativo, feito através de alianças entre traficantes europeus, brasileiros e africanos.

b) O Plantation, localizado apenas em alguns pontos específicos do Brasil, por ser considerado um modo de agricultura sustentável.

c) A cultura da cana-de-açúcar, que apesar de ter se iniciado nos tempos coloniais, ainda representa o sustentáculo da economia nordestina.

d) A grande propriedade, a vinculação com o exterior através de uns poucos produtos primários de exportação, a escravidão e suas consequências.

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RESOLUÇÃO:

a) Faltou o item informar que a Coroa Portuguesa também estava envolvida nesse pacto. ITEM INCORRETO.

b) O Plantation não era sustentável. Como ele era monocultor, ou seja, produzia apenas um produto, como foi o caso da cana-de-açúcar, era necessário fazer importação de quase todos os produtos utilizados e consumidos no engenho. ITEM INCORRETO.

c) A cultura da cana-de-açúcar como principal produto da economia nordestina teve a sua decadência ainda durante o Brasil Colônia. ITEM INCORRETO.

d) ITEM CORRETO. Resposta: D

12. (ACAFE - PC-SC - 2008)

Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

a) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.

b) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características básicas: a monocultura e o trabalho escravo.

c) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos europeus numa relação de escambo com os nativos.

d) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.

RESOLUÇÃO:

Ótima questão para revisarmos o assunto, já que os itens A, B e C estão corretos.

A alternativa D erra ao falar que o ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno e que ele teria realizado a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.

Primeiro, a produção da cana-de-açúcar era voltada para a exportação. Ou seja, não fomentou o mercado econômico interno. Além disso, quase todos os produtos consumidos pelo engenho eram provenientes do exterior, inclusive o maquinário necessário para a sua instalação.

Segundo, o território brasileiro à época não era integrado e ainda não estava interiorizado. A integração das capitanias, inclusive, era desestimulada por Portugal, a fim de melhor subjugá-las.

Resposta: D

13. (Prefeitura de Betim-MG - Prefeitura de Betim-MG - 2015) Sobre a economia do Brasil colonial, assinale a alternativa CORRETA.

a) Com a descoberta do ouro, foi introduzida a mão de obra escrava negra.

b) O ciclo do açúcar foi irrelevante e pouco rentável.

c) A colônia podia desenvolver-se livremente sem nenhuma interferência da metrópole.

d) A economia da colônia foi controlada e limitada pelas práticas mercantilistas.

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RESOLUÇÃO:

a) A mão de obra escrava negra já havia sido introduzida antes do ciclo do ouro e foi amplamente utilizada durante o ciclo da cana-de-açúcar. ITEM INCORRETO.

b) À época do Brasil Colônia, o açúcar era um artigo raro e muito cobiçado na Europa. Assim, alcançava alto no velho continente. Era, pois, uma atividade rentável para os senhores de engenho, para a Coroa Portuguesa e para os envolvidos com o transporte do produto. ITEM INCORRETO.

c) Havia grande interferência da Coroa Portuguesa, que mantinha o pacto colonial. ITEM INCORRETO.

d) ITEM CORRETO. Resposta: D

14. (NUCEPE - Prefeitura de Teresina-PI - 2019)

Durante os séculos XVI e XVII, a economia brasileira, praticamente sustentou-se na produção do açúcar, sendo o Brasil principal produtor mundial.

Sobre a sociedade açucareira, podemos afirmar:

I. A atividade açucareira criou um tipo de sociedade que concentrou a autoridade nas mãos dos senhores de engenho. Este grupo formava uma aristocracia, mas não uma nobreza hereditária, como a existente em Portugal.

II. Uma sociedade rígida e patriarcal era forjada tendo como base a produção de açúcar. A massa de escravos à disposição do senhor de engenho era um indicador de seu poder, marcado também pelos seus domínios territoriais.

III. Havia também uma camada intermediária de pessoas que serviam aos interesses dos senhores, como:

trabalhadores assalariados (feitores, mestres de açúcar, purgadores etc.); agregados (moradores do engenho que prestavam serviços em troca de proteção e auxílio); padres; alguns funcionários do rei; alguns raros profissionais liberais (médicos, advogados, engenheiros).

Dessas afirmações, a) II e III são corretas.

b) I e III são corretas.

c) I e II são corretas.

d) apenas I é correta.

e) I, II e III são corretas.

RESOLUÇÃO:

I - Os senhores de engenho eram bastante poderosos dentro de suas possessões, mas não eram parte da nobreza. ITEM CERTO.

II - O poder do senhor de engenho era medida, principalmente, pelo tamanho de suas terras e pelo número de escravos que possuía. ITEM CERTO.

III - Não era apenas escravos que estavam subordinados ao senhor de engenho dentro dos domínios deste.

Havia também, por exemplo, trabalhadores livres. ITEM CERTO.

Resposta: E

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