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OS DIREITOS HUMANOS E AS GARANTIAS FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO E SUAS MAIORES DIFICULDADES.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO CENTRAL APPARECIDO DOS SANTOS – UNICEPLAC

CURSO DE DIREITO

ÂNGELA MARIA DA SILVA

OS DIREITOS HUMANOS E AS GARANTIAS FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO SISTEMA CARCERÁRIO

BRASILEIRO E SUAS MAIORES DIFICULDADES.

Gama, DF 2021

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OS DIREITOS HUMANOS E AS GARANTIAS FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO SISTEMA CARCERÁRIO

BRASILEIRO E SUAS MAIORES DIFICULDADES.

Artigo apresentado como requisito para conclusão do curso de Direito do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Orientadora:Risoleide dos Santos Nascimento.

Gama- DF 2021

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OS DIREITOS HUMANOS E AS GARANTIAS FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO SISTEMA CARCERÁRIO

BRASILEIRO E SUAS MAIORES DIFICULDADES.

Artigo apresentado como requisito para conclusão do curso de Direito do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Orientadora: Profª Risoleide dos Santos Nascimento.

Gama, 05 de junho de 2021.

Banca Examinadora

Profª. Risoleide dos Santos Nascimento Orientadora

Prof. Luís Felipe Perdigão de Castro Examinador

Profª. Caroline Lima Ferraz Examinadora

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OS DIREITOS HUMANOS E AS GARANTIAS FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO SISTEMA CARCERÁRIO

BRASILEIRO E SUAS MAIORES DIFICULDADES.

Ângela Maria da Silva - 00022131

RESUMO

Este artigo acadêmico tem como objetivo analisar um tema pouco discutido, mas de grande relevância, pois procura verificar se os direitos humanos e as garantias fundamentais das pessoas com deficiência, no sistema cárcere brasileiro, estão sendo respeitados. A temática aborda os aspectos ligados à acessibilidade das pessoas com deficiência nos estabelecimentos penitenciários, data vênia, sem nenhuma pretensão de querer esgotar o assunto, todavia, procurando aguçar a um novo despertar de atenção e fomentar uma reflexão sobre o cumprimento ou não dos Direitos Humanos e Garantias Fundamentais das pessoas com deficiência, nos sistemas carcerários brasileiros no âmbito da execução penal.

Procurou-se visualizar quais são as ações que o Estado, no uso de suas atribuições, toma, sob a forma de políticas públicas, para amenizar a falta de acesso de mobilidade nos presídios brasileiros.

O artigo pretende estimar a quantidade e localização das pessoas com deficiência, no cumprimento de sua pena privativa de liberdade, suas garantias e benefícios e identificar quais são as suas maiores dificuldades para poder pagar sua pena, diante do ius puniendi do Estado. Pretende, ainda, trazer alguns exemplos sobre a realidade vivenciada pelos presos com deficiência. Os dados, coletados por meio de pesquisas em órgãos do senso prisional, mostram que a situação atual das prisões referente ao acesso à mobilidade para as pessoas com deficiência tem demonstrado fragilidades, muitas

vezes pela existência de pequeno contingente dessas pessoas, mas, principalmente, pela falta de conhecimento referente a necessidade específica de cada deficiência. Além disso, predomina-se, nesses espaços, uma visão esquecida do Direitos Humanos e suas Garantias Fundamentais das pessoas com deficiência, isolada das demais políticas setoriais.

PALAVRAS-CHAVES: Direitos Humanos, Acessibilidade, Pessoas com Deficiência, Sistemas Carcerários.

ABSTRACT

L'objectif de cet article scientifique est de travailler sur un dialogue afin de pouvoir analyser un sujet peu discuté, qui est un sujet d'une grande pertinence, venant se demander si les droits de l'homme et les garanties fondamentales des

1 Graduanda Ângela Maria da Silva - 0002213, Artigo apresentado como requisito para conclusão do curso de Direito do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos- Uniceplac.

Orientadora: Profª. Risoleide dos Santos Nascimento- Email:misangelguereira44@gmail.com.

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respectés, avec le thème dans lequel ils voient l'accès à la mobilité des personnes handicapées dans ces établissements pénitentiaires, une date qui vient sans aucune prétention de vouloir épuiser cette problématique venant pourtant aiguiser une nouvelle attention vers une réflexion dans le sens du non- respect des Droits de l'Homme et des Garanties Fondamentales des personnes handicapées, dans les systèmes pénitentiaires brésiliens dans le cadre de l'exécution criminelle.

Essayer de visualiser quelles sont les actions dans lesquelles l'Etat, dans l'usage de ses attributions, prend des politiques publiques pour pallier le manque d'accès à la mobilité dans les prisons pénitentiaires brésiliennes.

Plus précisément, concernant la personne handicapée dans l'exécution de sa peine privative de liberté, ses garanties et ses avantages et ses plus grandes difficultés à pouvoir payer sa peine, ayant le biais de montrer combien elle est, où elle se trouve, même si elle est estimée données, et compte tenu du ius puniendi de l‟État.

L'article se propose d'apporter quelques exemples de la réalité vécue par les détenus handicapés. Les données ont été collectées à travers les résultats des informations estimées des organes de la prison. Ils montrent que la situation actuelle des prisons en ce qui concerne l'accès à la mobilité des personnes handicapées a montré des faiblesses, souvent dues au nombre limité de personnes handicapées, emprisonnées au Brésil, mais principalement en raison du manque de connaissances sur les besoins spécifiques de chacun. invalidité.

De plus, dans ces espaces, prévaut une vision oubliée des Droits de l'Homme et de ses Garanties Fondamentales des personnes handicapées, isolées des autres politiques sectorielles.

Je suis donc venu discuter des droits de l'homme et des garanties fondamentales des personnes handicapées dans le système pénitentiaire brésilien et de leurs plus grandes difficultés

MOTS CLÉS: Droits et garanties des personnes handicapées dans les systèmes pénitentiaires.

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INTRODUÇÃO

O presente artigo científico tratará dos direitos humanos e garantias fundamentais das pessoas com deficiência, nos órgãos penitenciários, onde o cumprimento de pena privativa de liberdade no sistema carcerário brasileiro apresenta dificuldades ligadas à acessibilidade e mobilidade nesses locais. Trata-se de tentar provocar uma reflexão sobre a falta das garantias dos direitos fundamentais no âmbito do encarceramento da pessoa com deficiência e existência de instalações inadequadas a cada tipo de deficiência, trazendo dificuldades ou até mesmo impossibilitando as condições de ir e vir, com o mínimo de dignidade, para o pagamento da dívida do preso com a sociedade.

Tem por objetivo analisar essa questão por meio de estudos doutrinários, jurisprudenciais e fontes do direito, apoiando-se na mesma declaração que determina que “ninguém será submetido à tortura, nem a penas, nem a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”. (Art,5º, inciso ,III,CF/88).

O sistema carcerário brasileiro está entre os sistemas de menor eficácia no tocante as instalações adaptadas para as pessoas com deficiência.

São inúmeras razões que levam com que as unidades prisionais brasileiras percam seu caráter pedagógico, para um caráter punitivo, tornando estas instituições em um verdadeiro depósito de seres humanos.

Analisar alguns fatores na Constituição Federal de 1988 (Art. 5º parágrafo 1º, alinha a, decreto 5.296-04), no Estatuto da Pessoa com Deficiência, por qual foi reconhecido pelo Brasil em 2012, e conhecido como Lei Brasileira de Inclusão, (LBI).

A Organização das Nações Unidas, (ONU), compactuou a Declaração dos Direitos da Pessoa com Deficiência, publicado em 1975.

Neste tema poderá vislumbrar, quais são as maiores dificuldades, para que o Estado com suas políticas públicas, possam implantar nas penitenciárias brasileiras, mecanismo com maior efetividade, e venham garantir na área do Direitos Humanos e as Garantias Fundamentais das Pessoas com Deficiência no sistema carcerário, no que tange as unidades prisionais brasileiras?

Observando este conceito, poder conceituar a diversidades de deficiência e como melhor, tentar atender cada uma delas, no cumprimento dos Direitos Humanos e suas Garantias Fundamentais referentes às pessoas com deficiência e suas limitações, com dificuldade de acesso no sistema carcerário brasileiro. Tentar identificar alguns problemas, quando não se tem um sistema carcerário adequado, para poder receber uma pessoa com deficiência em seus estabelecimentos penitenciário brasileiro.

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O crescimento substancial da população carcerária brasileira que comete delitos.

sendo pessoas com deficiência, ao se depararem com muitas estruturas físicas e humanas não adaptadas em penitenciárias brasileiras, procurar possíveis soluções para as adequações necessárias referentes á essas necessidades fundamentais, trazer alguns exemplos de adequação para que venha tentar chamar a atenção referente ao sistema carcerário brasileiro aonde às pessoas com deficiência poder ter seu acesso garantido a mobilidade no mesmo local aonde vira a pagar sua pena , vislumbrando algumas soluções viáveis no qual mostrar algumas dificuldades especificas referente a pessoas com deficiência.

E vislumbrar se existe a possibilidade de treinamento humanizado dos funcionários que atuam no sistema carcerário brasileiro.

2. A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A partir de agora serão expostos os conceitos de pessoa com deficiência, o quantitativo de presos com deficiência, nas penitenciárias brasileiras, por Estados, gêneros e idade.

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interações com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas. Nesta toada, (a Lei Federal n°

13.146/2015, que regulamenta internamente as disposições da Convenção da ONU, prevê em seu artigo 2º).

Esta lei tem a importância de poder identificar cada tipo de deficiência, podendo ficar mais fácil à compreensão das necessidades nas adequações estruturais em cada estabelecimento prisional brasileiros

2.1 Conceito do que vem a ser pessoas com deficiência

A mudança conceitual da deficiência foi estabelecida pela Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, proclamada pela ONU em 2006, que em seu artigo 1º dispõe:

A Convenção da Deficiência é o primeiro tratado realizado dos direitos humanos do Século XXI e é amplamente reconhecida como tendo uma participação da sociedade civil sem precedentes na história, particularmente de organizações de pessoas com deficiência. O Decreto nº 5.296/04 veio alterar, o Decreto nº 3.298/99, que estabelece a Política Nacional de Integração da pessoa com deficiência, sobre o atendimento prioritário, é considerada pessoa com deficiência quem se enquadre nas

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seguintes categorias,

I - Deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano , acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) II - Deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;

(Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004)

III - Deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;

os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004);

IV -Deficiência mental funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:

Comunicação;

Cuidado pessoal;

Habilidades sociais;

Utilização dos recursos da comunidade; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004);

Saúde e segurança;

Habilidades anêmicas;

Lazer;

Trabalho;

V - Deficiência múltipla associação de duas ou mais deficiências.

Consideram deficiências múltiplas, deficientes que se encontra com várias deficiências juntas (mental, física, visual e auditiva). Após o exposto nessa lei antevemos, quais os tipos de deficiência em seu total teor da lei para auxiliar como deve ser planejado as ações de melhoria desses estabelecimentos prisionais no Brasil, vindo a colaborar a algumas sugestões, de como adequar a esses espaços, a necessidade das pessoas com deficiência, cada tipo de deficiência necessita de uma adequação especifica

2. 2 Como se denomina pessoas que têm deficiência

Em cada período do tempo tem sua própria terminologia sociedade.Com o passar dos anos, diversos termos e expressões foram empregados, ficando mais conhecidos os seguintes:

Inválidos, incapacitados, minorados, impedidos, descapacitados

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excepcionais...etc.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência já considerava que a própria deficiência é um conceito em evolução. Assim, as convenções e os tratados internacionais trouxeram ao Brasil a concepção adotada atualmente da expressão

“pessoa com deficiência” para denominar essa condição. Sendo que o tratado referente as pessoas com deficiência foi o primeiro a ser ratificado por esse colegiado.

Nesse sentido, a legislação brasileira anteriormente apontada, adotou essa denominação e as iniciativas necessárias à sua real implementação, não importa se a deficiência é física, auditiva, visual ou intelectual, a referência que se faz é a uma pessoa com deficiência. Além disso, a referida Convenção destaca ainda em seu preâmbulo o reconhecimento de que:

[…] a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras estruturais e ambientais que impedem sua plena e efetiva participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas .( caput Protocolo aprovado juntamente com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 6 de dezembro de 2006, através da resolução A/61/611.da Convenção da ONU ,sobre os direitos das pessoas com deficiência.

Com essa concepção, confirma-se que a pessoa não é “portadora” de uma deficiência que lhe é intrínseca, mas que esta resulta das barreiras do ambiente físico e social. E por essa razão, a denominação consolidada é mesmo “pessoa com deficiência”.

Observa-se, portanto, que as expressões "deficiente" ou "portador de necessidades especiais" tornaram-se obsoletas e inadequadas, vez que não mais correspondem ao novo paradigma adotado pelo Estado brasileiro ao ratificar a Convenção da ONU e, deste modo, foram substituídas acertadamente pela terminologia "pessoa com deficiência", que ao adotar uma perspectiva mais humanizada considera que estes indivíduos são, antes de qualquer coisa pessoa que necessita de ser garantidos seus direitos humanos. Diante de tais esclarecimentos, destaca-se a necessidade de um esforço coletivo no sentido de empregar a terminologia correta e adequada ao novo modelo inclusivo, pois não fazê-lo significa dar margem a perpetuação da exclusão e estigmatizarão destes sujeitos.

Vindo a trazer maior dignidade humana ao sujeito com sua privação de liberdade decretada, as pessoas com deficiência no nosso sistema carcerário brasileiro. Projeto de Lei Nº, de 2016 (Do Sr. Carlos Bezerra). Este Projeto de Lei, são os norteadores da aplicabilidade do acesso a mobilidade no sistema carcerário brasileiro, e ser estão respeitando os Direitos Humanos e suas Garantias Fundamentais, referente as

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pessoas com deficiência. Qual poderá pagar sua restrição de liberdade com um mínimo de acesso a mobilidade.

2.2.1 Números de pessoas com deficiência no cumprimento da pena privativa de liberdade no Brasil

Averiguando o número provável de pessoas com deficiência que estão privados da sua liberdade no sistema carcerário brasileiro. População prisional brasileira. A taxa de ocupação é calculada pela razão entre o número total de pessoas privadas de liberdade e a quantidade de vagas existentes no sistema prisional. Com exceção do ano de 2002, em que foi produzido apenas relatório referente ao primeiro semestre do ano, e do ano de 2016, que se refere a junho, os demais dados referem-se ao mês de dezembro de cada ano. Não há dados disponíveis para os anos de 1996 e 1998.

Os dados disponíveis em cada ano, incluem as pessoas com deficiência privadas de liberdade que se encontram no Sistema Penitenciário Federal. Já que a perspectiva desses números já se encontra maior. De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional - Ministério da Justiça e Segurança Pública, o senso realizado em 2016 teve o resultado que contabilizou e pela primeira vez da história, a população prisional brasileira sendo que ultrapassou, pela primeira vez na história, a marca de 700 mil pessoas privadas de liberdade, o que representa um aumento da ordem de 707% em relação ao total registrado no início da década de 90.

2.2.2 Brasil qual o número parcial nas penitenciarias brasileiras

De acordo com as informações repassadas pelas unidades prisionais acerca da existência de pessoas com deficiência e das diferenças típicas de cada deficiência, destas pessoas representam 65% das unidades prisionais do país no total de 4.350 pessoas com deficiência em cárcere privado, concentram 74% da população prisional total. Devido os dados observados entre essa população, vindo a afirmar que 1% da população prisional é composta por pessoas com deficiência.

A maior parte destas pessoas apresenta deficiência intelectual, que soma 2.557 pessoas, em todo o sistema, seguida pela proporção de pessoas com deficiência física, que somam 1.169 pessoas. essa tabela está desatualizada tendo em vista ter sido feita no ano de 2016 e com um aumento considerado de pessoas com deficiência realizando atos ilícitos.

Tabela 1: Pessoas com deficiência privadas de liberdade por Unidade da Federação

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UF

PESSOA COM m

DEFICIÊNCIA

PORCENTAGEM POR PESSOA COM

DEFICIÊNCIA

AC 13 0%

AL 13 0%

AM 25 0%

AP 31 1%

BA 134 1%

CE 77 0%

DF 91 1%

ES 80 0%

GO 45 0%

MA 60 1%

MG 300 0%

MS 55 0%

MT 21 0%

PA 2 0%

PB 51 0%

PE 445 1%

PI 102 3%

PR 54 0%

RJ 69 0%

RS 66 1%

SC 50 0%

SE 17 0%

SP 2.164 1%

TO 64 2%

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - Infopen, Junho/2016.

2.2.3 Gênero no Brasil

Através do senso foi possível contabilizar o número provável de pessoas com deficiência privativa de suas liberdades no sistema carcerário brasileiro, seu número e relativo pois se trata de uma pesquisa feita em 2016, esta avaliação veio indicar o número por gênero nos estados brasileiros.

Números da população carcerária brasileira que estava privativa de liberdade no Brasil no momento de seu levantamento Relativos a gêneros e suas classificações de deficiência

Tabela 2: Pessoas com deficiência privadas de liberdade no Brasil em gênero

Pessoas com deficiência privadas de liberdade HOMEM: 4.130 MULHER:220 a) Deficiência

intelectual.

2.395 162

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b) Deficiência física 1.139 30

Desta são cadeirantes 385 11

c) Deficiência auditiva: 200 17

d) Deficiência visual 304 10

e) Deficiências múltiplas 92 1

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - Infopen, Junho/2016.

2.2.4 Idade estimada de pessoas com deficiência em liberdade privativa

Os dados que se indicaram sobre faixa etária da população prisional estavam disponíveis para 514.987 pessoas (ou 75% da população prisional total). no senso realizado no ano de 2016. Mais a perspectiva e que esse número seja maior

A partir da averiguação da amostra de pessoas onde foi possível obter dados acerca da idade, tem como resultado que 55% da população em cárcere prisional é formada por número expressivo de jovens, considerados até 29 anos, segundo classificação do Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/2013).

A população entre 18 e 29 anos representa 18% da população total no Brasil 28 e 55% da população no sistema prisional no mesmo ano.

2.2.5 Penitenciárias adaptadas no Brasil

Devido ao considerável aumento de pessoas com deficiência cometendo delitos e não tendo condições estruturais e físicas, para que se pudesse atender essa nova demanda adequadamente ouve- se- a necessidade de se realizar uma análise acerca das condições de encarceramento das pessoas com deficiência, foi solicitado aos gestores responsáveis pelo preenchimento dos formulários do Infopen que classificassem a condição de acessibilidade 30 dos estabelecimentos penais. As informações consideram a existência de módulos, alas ou celas adaptadas para as pessoas com deficiência em geral.

O demonstrativo da quantidade de pessoas com deficiência com um aumento significativo. Essa demanda vem trazer a necessidade de construções de locais adaptado,

Como por exemplo: celas com banheiro adaptado, cadeiras de rodas, cadeiras de banho, muletas insumos para uso hospitalar, fraldas, sondas para o procedimento do cateterismo, piso tátil, etc. parcialmente os parâmetros da Norma Brasileira ABNT nº 9.050, de 2004.

Entre as pessoas com deficiência física, 64% encontra-se em unidades que não foram adaptadas para suas condições específicas de acessibilidade aos espaços, o

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que determina sua capacidade de se integrar ao ambiente e, especialmente, se locomover com segurança pela unidade.

Gráfico 1: Pessoas com deficiência física por situação de acessibilidade da unidade prisional em que se encontram

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - Infopen, Junho/2016.

A menor população prisional do pais se encontra no estado de Roraima, com 2.339 pessoas privadas de liberdade, entre aquelas custodiadas em unidades do sistema prisional e aquelas que se encontram em carceragens.

3. O QUE DIZ A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Os direitos humanos e as suas Garantias Fundamentais se encontram em posição privilegiada na Constituição Federal de 1988, de forma a proteger o indivíduo contra os abusos do Estado. É nítido, já no seu início, o objetivo primordial para que se possa instituir um Estado Democrático, vindo a assegurar o exercício dos direitos individuais.

Em seu art. 1º, caput, tem por definido o perfil político constitucional do Brasil como o de um Estado democrático de direito. Se tornando no mais importante dispositivo da CF de 88, pois dele se fundamenta todos os princípios fundamentais de nosso Estado.

Ao proclamar a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que todos os homens sem distinção, nascem livres e iguais em dignidade e direitos e por serem os originais detentores de razão e consciência, devem sempre agir com espírito de fraternidade, uns para com os outros. É notório que a República Federativa do Brasil mesmo apesar de ser um Estado Democrático de Direito, ainda tem muito preconceito a alguns grupos de pessoas, em referência ao acesso a mobilidade para a pessoa com deficiência, tendo como marco a Constituição Federal no seu o artigo 5º aplicação do

60%

23%

17%

Em unidade não adaptadas Em unidade adaptadas Unidades parcialmente adaptadas

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princípio da isonomia e o princípio da igualdade no Brasil.

Dessa forma, através do método descritivo acerca da realidade carcerária atual, o presente ártico acadêmico pretende analisar a eficácia e efetividade da aplicação da Lei da Acessibilidade nos presídios no Brasil, um Estado Democrático de Direito que visa assegurar a garantia dos direitos dos cidadãos. O art. 5º, que trata dos direitos e garantias fundamentais individuais e coletivos, insculpe vários princípios, dentre os quais destacamos o Princípio da Igualdade ou da Isonomia.

Tal princípio consagra serem todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A nossa Constituição Federal Cidadã proíbe as penas onde se verifica crueldade, no que aduz o art. 5º, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; ( CF/88 art. 5º, XLVII,)

E garante ao cidadão-preso o respeito à integridade física e moral nos estabelecimentos prisionais, ainda garantias fundamentais e proteções para as pessoas com deficiência.

Art. 23 e 24 da CF/88, II- cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia, Art. 23 e Art. 24, XIV - Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência.

Este artigo constitucional vem mostrar que o estado tem que trabalhar políticas públicas, atuantes para que possa atender essa demanda que está aumentando desenfreadamente, de pessoas com deficiência cometendo delitos e necessitado cumprir sua restrição de liberdade, com o mínimo de adequações acessíveis necessárias a cada tipo de deficiência.

3.1 Lei Nº 7.853, de 24 de novembro de 1989

Através de ter sido regulamentada pelo Decreto n. 3.298, de 20-12- 1999, que consolida as normas de proteção ao deficiente. Não vindo afastar a culpabilidade pela pratica criminosa, mas sinalizar a falta do acesso a mobilidade no sistema carcerário brasileiro, mostrando o desrespeito ao deficiente que restringe apenas a sua liberdade e seus direito políticos, mais não podem serem duplamente penalizados em seus direitos como cidadão, parte que é de uma minoria que por meio de normas infraconstitucionais desfruta de garantias, como, por exemplo, acesso a mobilidade.

Trazendo uma íntima violação aos Direitos Humanos das pessoas com deficiência, reclusa no sistema carcerário brasileiro. São vários os fatores que se

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encontram tentando explicar as possíveis causas dessas inexistências de adequações em meio ao setor penitenciário brasileiro, como por exemplo, ver se há deficiências na administração, a notória falta de uma fiscalização mais rígida sobre as adequações dos locais com acesso a mobilidade e a grande lentidão do Poder Judiciário etc.

São vários os fatores que se encontram tentando explicar as possíveis causas dos tratamentos degradante ou desumano com as pessoas com deficiência nas penitenciarias, sem respaldo nenhum no mesmo proibido pela constituição brasileira juntamente com a tortura refere-se a qualquer ato que atente contra a dignidade da humana. Entende-se por dignidade“[…] não só um reconhecimento do valor do homem em sua dimensão de liberdade, como também de que o próprio Estado se constrói com base nesse princípio”. (CARVALHO, 2004, p. 280).

O termo dignidade designa que todos merecem respeito referente aos direitos fundamentais, em caráter prioritário, as pessoas com deficiência, no que se trata a convivência humana em harmonia e a possibilidade plena de desenvolver todas as suas garantias fundamentais, em poder se locomover mesmo sendo de baixa, media ou grave complexidade a sua deficiência, como um dos direitos humanos fundamentais, ir e vim.

Em relação à possibilidade do cerceamento da liberdade do indivíduo ainda que no ato provisoriamente, a constituição brasileira aduz no artigo 5º, incisos LXI ao LXVII, define que o indivíduo somente poderá ser preso mediante prisão em flagrante ou mediante ordem judicial, escrita e fundamentada. Ao ser preso em fl(agrante, o preso terá direito à identificação dos responsáveis pela sua prisão e interrogatório, bem como da comunicação imediata em 24 horas (da autuação em flagrante) ao juiz competente, ao Ministério Público, à sua família ou outra pessoa que indicar, bem como à Defensoria Pública caso não tenha advogado. (BRASIL, 1988). Quanto à prisão por ordem judicial, conforme previsto no artigo; 312, do Código de Processo Penal brasileiro (BRASIL, 1941), a prisão preventiva será decretada:

(...) como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de quaisquer obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. Art., 312, do Código de Processo Penal brasileiro (BRASIL, 1941), Nesse sentido o dispositivo legal tem embasamento no qual vem assegurar as pessoas com deficiência em vários artigos, o Direito Humano e suas Garantia Fundamentais, referente ao acesso a mobilidade no setor carcerário brasileiro mesmo

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que a pessoa com deficiência tenha violado as leis possa vim ia cumprir sua pena de restrição de liberdade com o mínimo de dignidade.

3.3 Direitos Humanos e suas Garantias Fundamentais e seus princípios e seus princípios

Os Direitos Humanos e as Garantias Fundamentais estão mais eminentes no Artigo 5º, do Estado Brasileiro estão presentes dentro da Constituição Federal de 1888, artigos 1º a 5º que são: federativo, democrático de direita separação dos poderes, presidencialista, soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, a livre. Os direitos fundamentais são todos aqueles que se referem ao ser humano, positivados em um código ou lei. Estes direitos, e também garantias, foram feitos com o intuito de proteger os cidadãos do poder do Estado através de constituições escritas.

O princípio da dignidade da pessoa humana expõe que os direitos fundamentais devem garantir o mínimo necessário para que o cidadão tenha uma vida digna. Os direitos fundamentais surgiram em períodos distintos, de acordo com as demandas de cada época, progressiva e seguindo uma sequência nos textos constitucionais.

3.3.1 O Princípio da Dignidade Humana

A dignidade da pessoa humana é um conceito extremamente abrangente desta forma, existe uma grande dificuldade de se formular um conceito jurídico a respeito.

Sua definição e delimitação são amplas, haja vista englobar diversas concepções e significados. Seu sentido foi sendo criado e compreendido historicamente como valor, preexistiu ao homem. a palavra dignidade se deriva do latim dignitas (virtude, honra, consideração), se estende a qualidade moral, que cada pessoa possui serve de base ao próprio respeito em que é tida: compreende-se também como o próprio procedimento da pessoa pelo qual se faz merecedor do conceito público; em sentido jurídico, também se estende como a dignidade a distinção ou a honraria conferida a uma pessoa, consistente em cargo ou título de alta graduação; no Direito Canônico,

indica-se o benefício ou prerrogativa de um cargo eclesiástico O princípio da dignidade da pessoa humana, vem nos expor um valor moral e

espiritual referente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito. Este e um dos Princípios Fundamentais elencado no nosso rol da Constituição Brasileira de 1988. O valor da dignidade da pessoa humana, resultante do traço distintivo do ser

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humano, dotado de razão e consciência, embora tenha suas raízes no pensamento clássico, vincula-se à tradição ,de que se alguém comete um crime terá que pagar sem ver se existe o mínimo de condições arquitetônicas nas instalações carcerárias brasileira, com adequações para poder receberem essa nova demanda sendo pessoas com deficiência , que também é pessoa com seus direitos , sendo alienados por não ter condições estruturais pra que as pessoas com deficiência pague sua pena com seu direito de ir e vim garantido.

Por este contexto, a dignidade da pessoa humana não se encontra apenas, no âmbito do Direito, sendo por sua vez, o ser humano é o centro de imputação jurídica, dessa verdade teológica, que identifica o homem à imagem e semelhança do Criador, na qual se origina sua eminente dignidade e grandeza, bem como seu lugar na história e na sociedade. A Constituição Federal de 1988 traz como fundamentos da República Federativa do Brasil e consequentemente, do Estado Democrático de Direito disposto em um nível maior a dignidade da pessoa humana.

É o que dispõe o art. 1º, III da CF A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito III – a dignidade da pessoa humana.

Todo o brasileiro independente de ser ou não pessoa com deficiência tem o direito de pagar suas transgressões com o mínimo de acesso a mobilidade, e com o mínimo de seus direitos garantidos.

3.3.2 O Princípio da ISONOMIA ou IGUALDADE

Quanto ao Princípio da Isonomia, em resumo, tratar igualmente os iguais e tratar desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Como no texto da nossa Constituição Federal de 1988, esse princípio é enunciado com referência à lei

“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, alguns juristas construíram uma diferença, porque a considera importante, entre a igualdade na lei e a igualdade diante da lei.

O princípio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas de forma desigual.

O seu foco volta-se sempre ao alcance de uma maior isonomia, quando não, de uma redução das desigualdades, tem sido objeto de debates e indagações visando a sua efetiva concretização. Está atrelado à premissa que a igualdade está positivada

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tão somente na redação do dispositivo, que vem a contempla, no caso em te lá, exposta em um artigo constitucional, onde ostenta o preceito da isonomia sob a epígrafe “Dos Direitos Fundamentais e as Garantias Fundamentais” das pessoas com deficiência.

A Constituição Federal de 1988 assegura garantias que visam à integração social das pessoas com deficiência, tais como os direitos de acesso a locomoção, com eliminação das barreiras arquitetônicas

Art. 227, §1º, II e §2º; art. 244 - atendimento educacional e de Saúde especializados.

Art. 208, III e 23, II; - integração social.

Necessário observar que, pelo fato de estarem em cumprimento de pena privativa de liberdade, as pessoas com deficiência devem ficar privadas de sua liberdade e de seus direitos políticos, mas não da sua Dignidade Humana e Garantias Fundamentais, pois é inevitável reconhecer os efeitos deletérios sobre as pessoas com deficiência que estão em cumprimento de pena, ocasionados pelas prisões.

Numa grande lista de mazelas, vale relatar as deficientes condições de alojamento, de alimentação e de higiene, além das péssimas condições de acessibilidade nos cárceres prisionais brasileiro

Para maior entendimento desta questão, vale conceituar acessibilidade na possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços mobiliários e equipamentos existentes, e das edificações, dos transportes, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Refletindo sobre tal conceito, em um paralelo com o atual contexto do sistema penitenciário brasileiro, não seria ousado inferir que em tais instituições não existem condições sequer para a locomoção de tais pessoas, violando um direito fundamental de primeira dimensão, ao impossibilitar o exercício do direito de ir e vir.

Não seria visionário, se afirmar, também, que não há condições para o livre exercício de ir e vim, inclusive pelo deficiente, fator preponderante para a socialização do indivíduo, através da participação do estado nesses estabelecimentos que teriam, em tese, direito.

4. A LEI DE EXECUÇÃO PENAL BRASILEIRA REFERENTE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

PROJETO DE LEI Nº , DE 2016 (Do Sr. Carlos Bezerra)

Altera o art. 126 da Lei nº 7.210, de 11de julho de 1984 (Lei de Execução Penal),para que o

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condenado com deficiência possa remir parte do tempo execução de pena quando o seu cumprimento se der em estabelecimento prisional não dotado de acessibilidade e dá outras providências.

De acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, existem 1.575 pessoas com deficiência privadas de liberdade.

Analisando a proporção de pessoas privadas de liberdade com deficiência física que estão custodiadas em um estabelecimento adaptado de modo a atender aos preceitos da acessibilidade, constata-se que apenas 5% delas encontram-se em unidades adaptadas (INFOPEN, junho/2014, pp.55-57).

É forçoso reconhecer que tal quadro viola a dignidade da pessoa com deficiência, pois a submete a condições desumanas e degradantes.

Cabe ressaltar que o Poder Público deve efetivar o direito à acesso a mobilidade inclusive promovendo condições para que o preso deficiente possa trabalhar e estudar nos estabelecimentos prisionais, de acordo com a sua capacidade e aptidão.

E, nesse ponto, registre-se o que dispõe a Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), sendo a mesma sendo recentemente publicada.

O descumprimento do Estado se comprova, em não garantir condições dignas, quando se averigua que o encarceramento às pessoas com deficiência, encontra-se diretamente relacionado a uma deficiência crônica de políticas públicas prisionais adequadas, que atinge boa parte da população carcerária.

E esse quadro torna-se ainda mais grave quando se trata desse grupo de pessoas que apresenta uma maior vulnerabilidade. Por esse motivo, o presente artigo acadêmico, pretende provocar uma discussão no qual se discutiria através de analisar sugestões, assim podendo estudar algumas soluções para compensar as condições atentatórias à dignidade da pessoa com deficiência que precisa cumprir pena em um estabelecimento sem acessibilidade, já que tal violação de direitos ensejaria a responsabilização do Estado pelos danos morais suportados por essas pessoas.

4.1 As sanções e o perigo de ter pessoas com deficiência cumprindo pena , em local não Adaptado

Propomos, assim, que seja assegurada ao preso deficiente a remição de dias de pena cumpridos em estabelecimentos prisionais não dotados de acessibilidade. Para tanto, estabelecemos que a contagem do tempo de remição seja feita à razão de 1 dia de pena a cada 3 a 7 dias de encarceramento em condições adversas à pessoa com deficiência, a depender da gravidade do descumprimento do direito à acessibilidade pelo Poder Público.

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A medida é necessária, pois a sanção restritiva da liberdade cumprida pelo deficiente em tais condições (sem acessibilidade) é mais penosa do que àquela cumprida em ambiente carcerário em que respeitados os seus direitos.

Noutras palavras: a sanção imposta passa a ser mais gravosa do que àquela constante da sentença penal, haja vista que não bastará cumprir a pena, mas deverá cumpri-la em condições violadoras de direitos humanos fundamentais.

Outrossim, mostra - se imprescindível incluir entre os direitos do preso a garantia de acessibilidade às pessoas com deficiência submetidas a medidas restritivas de liberdade, a fim de adequar a Lei de Execução Penal (LEP) ao Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Na mesma linha, entendemos pertinente inserir no rol do art. 117 da LEP, que prevê a possibilidade de recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular, o condenado deficiente.

Ante o exposto, roga-se o apoio dos nobres pares para a aprovação da presente proposta legislativa Sala das Sessões, em de 2016 (Deputado BEZERRA, CARLOS).

Considera-se pertinente o comentário que “a pena não traz a ressocialização, mas estigmatiza; não limpa, mas macula. Como tantas vezes se tem lembrado aos

„expiacionistas‟; que é mais difícil a uma pessoa com deficiência que sofreu uma pena sem a mínima mobilidade carcerária do que outra que não teve essa amarga experiência; que a sociedade não pergunta por que uma pessoa esteve em um estabelecimento penitenciário, mas tão - somente se lá esteve ou não” ( MOLINA, 2004)

A prisão torna-se, assim, corresponsável na deterioração dos indivíduos em cumprimento de pena, face às doenças e condições sanitárias precárias existentes e da péssima estrutura que comporta os seus estabelecimentos de cumprimento de privação de liberdade. Portanto, conclui-se tal tópico com a grandeza do pensamento do famoso penalista Mirabete.

De fato, a reforma penitenciária nacional deve iniciar pela arquitetura das prisões, conforme assinala o insigne douto: Já se tem afirmado que uma autêntica reforma penitenciária deve começar pela arquitetura das prisões.

Entretanto, nos dias de hoje, no recinto das prisões, respira-se um ar de constrangimento, repressão e verdadeiro terror, agravado pela arquitetura dos velhos presídios em que há confinamento de vários presos em celas pequenas, úmidas de tetos elevados e escassas luminosidade e ventilação, num ambiente que facilita não só o homossexualismo como o assalto sexual. (MIRABETE, 2000)

O tratamento degradante ou desumano proibido pela constituição brasileira juntamente com a tortura refere-se a qualquer ato que se atente contra a dignidade

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humana. Entende-se por dignidade o Estado tem que ser fixar nesse princípio, reconhecer o valor do homem em referência aos cárceres privados.

O termo dignidade, diz que todos merecem referem-te ao respeito aos seus direitos fundamentais, em prioridade, no que se refere à convivência humana em harmonia e a possibilidade plena acesso a mobilidade. Em relação à possibilidade do cerceamento da liberdade do indivíduo ainda que provisoriamente, a constituição brasileira no artigo 5º, incisos LXI ao LXVII, define que o indivíduo somente poderá ser preso mediante prisão em flagrante ou mediante ordem judicial, escrita e fundamentada.

Quanto à prisão por ordem judicial, conforme previsto no artigo 312, do Código de Processo Penal brasileiro (BRASIL, 1941), a prisão preventiva será decretada,

(...) como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. no artigo 312, do Código de Processo Penal brasileiro (BRASIL, 1941)

Não há, taxativamente, texto normativo direcionado a atender as pessoas com deficiência. Ainda que, numa tentativa de estender e ampliar os benefícios aos presos “diferentes”, poder-se-á recorrer a uma interpretação sistemática todavia, as normas que gravitam em torno das questões dos estabelecimentos penais e da própria Lei de Acessibilidade(lei n° 10.098/00), não corroboram no sentido de veicular uma norma que de tal maneira declaremos direitos desses deficientes. À exemplo da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal), em seu art.82, que veio falando da mulher gestante e, o legislador foi omisso quando teve a oportunidade de inserir neste grupo os que apresentam restrições físicas e sociais de maior gravidade, deparar com o estado lamentável dos estabelecimentos sem sequer mencionar as pessoas com deficiência. Se o preso comum se submete às indignas condições carcerárias, deplorável será a situação de “outros presos”.

A Lei de Acessibilidade, também, não escapa da defasagem em relação às garantias constitucionais postas aos que portam algum tipo de dificuldade de ordem física. Em nenhum momento e em nenhum âmbito de atuação do poder de punir do Estado consegue-se visualizar uma expressão textual positiva em favor dos deficientes apenados ou mesmo uma hermenêutica denotaria contextualização.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Indiscutivelmente o instituto da filiação no Brasil vem passando por sucessivas mudanças. O modelo patriarcal de família a que o Direito esteve atrelado por muitos anos não mais traduz a realidade desta instituição. Modernamente, o que une e mantém uma família são os laços de afeto. A evolução das formas de família e de filiação evidencia mais intensamente o caráter de identidade socioafetiva, o que veio a alterar a consideração do critério biológico como único, até então reinante na definição da paternidade e maternidade.

É possível verificar pelo que foi exposto que a família se norteia, hoje, por três elementos: igualdade entre os cônjuges e companheiros; igualdade entre os filhos; e pluralidade familiar, nascendo às premissas, de que as mais variadas formas de famílias devem ser reconhecidas, bem como os filhos são para todos os efeitos, sendo pouco relevante a sua origem, biológica, civil ou afetiva Pode ser visto que Supremo Tribunal Federal ao julgar o Recurso Extraordinário 898.060 pelo STF, que gerou a Repercussão Geral 622, fixou a tese de que a paternidade socioafetiva, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os seus efeitos jurídicos próprios. Com isso, os Tribunais passaram a permitir a inclusão do nome do pai socioafetivo sem prejuízo do pai biológico, como demonstrado pelos julgados, constituindo um novo modelo de entidade familiar, denominado de família socioafetiva ou multiparental.

Além do mais, o CNJ por meios dos Provimentos 63 e 83, possibilitou o reconhecimento Multiparentalidade através das vias extrajudiciais, concederam celeridade e efetividade, proporcionando igualmente, todos os direitos fundamentais aos envolvidos, das decisões judiciais. Fica claro que o reconhecimento da multiparentalidade, não é mais uma invenção doutrinária e jurisprudencial, e sim uma solução encontrada pelo julgador para atender às novas expectativas do direito de família contemporâneo brasileiro. Sendo amparado por diversos princípios constitucionais, entre eles os princípios constitucionais implícitos da afetividade e da busca a felicidade que darão a esta família a dignidade e a possibilidade de uma melhor construção da personalidade daqueles entes familiares, logo, o alcance desses objetivos para a família brasileira oportuniza uma sociedade fortalecida, alicerçada e amparada por valores constitucionais, e assim, consolidando paulatinamente o Estado Democrático de Direito.

Fica nitido que a multiparentalidade vem a ser um avanço para o Direito familiar, uma vez que garante aos filhos socioafetivos os mesmos direitos garantidos como se biológico fossem. Percebeu-se que não existira nenhuma diferenciação entre os filhos

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biológicos e socioafetivos, desta forma de maneira igualitária não haverá também distinção entre os pais. Portanto, é correto afirmar que os laços podem se formar em excepcionalidade da consanguinidade, e que a recognição do novo modelo de família é de extrema relevância para os indivíduos, bem como para a sociedade.

Após a demonstrar e analisar os principais aspectosque cerca a inserção da paternidade socioafetiva no Registro Civil, das bases legais, doutrinárias e jurisprudenciais e das questões controvertidas que cercam a multiparentalidade, Conclui-se, que foi positivo e um grande passo o fato dos cartórios de registro civil poderem adotar os novos modelos de certidões de nascimento, definidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que permite a inclusão de nomes de pais socioafetivos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de ter participado desse tão imensurável curso de bacharelado em direito, a minha doce mãe Dalva meus filhos Carla Fernanda e Fernando Henrique e meu netos Jose Bernardo, Kennedy Cauan, meus familiares e amigos, pelo apoio me dedicado.

Aos mestres tão dedicados e aos coordenadores que passou e se encontra atualmente do curso, desde o porteiro ao reitor administrativo acadêmico. E em ênfase a minha orientadora: Profª. Risoleide dos Santos Nascimentos

Agradeço a duas amigas Fatima Godoi, que pela sua persistência amizade vim fazer o curso e Ana Elka amiga que Deus chamou porem seu legado ficou.

Muitas vezes olhamos o obstáculo e pensamos não poder ultrapassá-los, porem nosso maior inimigo somos nós mesmos, tudo podemos naquele que nos fortalece.

Com a certeza que farei o melhor, para poder refletir as lições que tive dessa instituição, fazer o direito uma forma nova.

Aliada da lei Determinada Voz da justiça Oriundo da verdade Guerreiros incansáveis

Armador de defesas Dinâmicos no defender Arguida da garra do defender

Bacharel em Direito da turma de 2021 - Direito pelo Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac.

Orientadora: Profª. Risoleide dos Santos Nascimentos Ângela Maria da Silva

Referências

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