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Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde Ocupacional numa Organização de Prestação de Serviços de Limpeza

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Academic year: 2021

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Sistema Integrado de Gestão da Qualidade,

Ambiente e Segurança e Saúde Ocupacional numa Organização de Prestação de Serviços de Limpeza

Andreia Sofia Ribeiro Martins

Orientadores

Professora Doutora Delfina Gabriela Garrido Ramos Professora Doutora Estela Maria dos Santos R. Vilhena

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas Integrados de Gestão –

Qualidade, Ambiente e Segurança

outubro, 2018

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Sistema Integrado de Gestão da Qualidade,

Ambiente e Segurança e Saúde Ocupacional numa Organização de Prestação de Serviços de Limpeza

Andreia Sofia Ribeiro Martins

Orientadores

Professora Doutora Delfina Gabriela Garrido Ramos Professora Doutora Estela Maria dos Santos R. Vilhena

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas Integrados de Gestão –

Qualidade, Ambiente e Segurança

outubro, 2018

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Declaração

Nome: Andreia Sofia Ribeiro Martins

Endereço eletrónico: martins_asr@hotmail.com Tel./Telem.: 913378687

Número do Bilhete de Identidade: 13428219

Título da dissertação: Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde Ocupacional numa Organização de Prestação de Serviços de Limpeza

Orientadores:

Professora Doutora Delfina Gabriela Garrido Ramos

Professora Doutora Estela Maria dos Santos Ramos Vilhena Ano de conclusão: 2018

Designação do Curso de Mestrado: Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão – Qualidade, Ambiente e Segurança.

É autorizada a reprodução integral desta Dissertação apenas para efeitos de investigação, medi- ante declaração escrita do interessado, que a tal se compromete;

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, 24 de outubro de 2018

Assinatura: __________________________________________

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Resumo

Os sistemas integrados de gestão permitem criar sinergias quer ao nível do investimento realizado e do seu retorno, quer na sistematização e formalização dos processos de trabalho da organização.

Permite dar resposta consolidada à satisfação de todos os seus “stakeholders” (partes interessa- das), bem como requisitos legais relacionados com a qualidade, ambiente e segurança e saúde no trabalho. Desta forma asseguram um controlo eficaz sobre os resultados da aplicação dos seus sistemas, permitindo a melhoria contínua.

Este estudo pretende estudar e conhecer as necessidades, para a integração dos requisitos das três normas de gestão ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001.

As metodologias utilizadas para compreender a organização e o seu contexto foram a Análise “PES- TAL” e Análise “SWOT”. Para a análise das Partes Interessadas da organização, foi apresentada uma Matriz de Influência – Dependência. Foi elaborado e apresentado um registo para dar cumpri- mento ao mapeamento dos processos e a sua interação de acordo com os requisitos das normas.

Em relação à norma ISO 45001 e em matéria de legislação em vigor, foi elaborado e aplicado um inquérito por questionário a todos os trabalhadores da organização de prestação de serviços de limpeza.

Este estudo foi desenvolvido em ambiente empresarial, e pretende contribuir e apoiar a organização a conseguir um melhor desempenho na área da qualidade, ambiente e segurança e saúde no tra- balho e, consequentemente, um melhor desempenho de gestão organizacional.

Palavras-chave: Sistemas Integrados de Gestão; ISO 9001; ISO 14001; ISO 45001; Prestação de Serviços de Limpeza.

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Abstract

Integrated management systems allow synergies to be created both in terms of the investment made and their return, and in the systematization and formalization of the organization's work processes.

It allows a consolidated response to the satisfaction of all its stakeholders, as well as legal require- ments related to quality, environment, and occupational safety and health. In this way they ensure effective control over the results of the application of their systems, allowing continuous improve- ment.

This study intends to study and know the needs, for the integration of the requirements of the three management standards ISO 9001, ISO 14001 and ISO 45001.

The methodologies used to understand the organization and its context were the "PESTAL" Analysis and "SWOT" Analysis. For the analysis of the Stakeholders of the organization, a Matrix of Influence - Dependency was presented. A registry was prepared and presented to comply with the mapping of processes and their interaction according to the requirements of the standards. In relation to ISO 45001 and with regard to the legislation in force, a questionnaire survey was prepared and applied to all employees of the organization providing cleaning services.

This study was developed in a business environment and aims to contribute and support the organ- ization to achieve better performance in the area of quality, environment and safety and health at work and, consequently, a better performance of organizational management.

Keywords: Integrated Management Systems; ISO 9001; ISO 14001; ISO 45001; Provision of Cleaning Services.

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Agradecimentos

À “Organização de prestação de serviços de limpeza Lda.” (designação fictícia usada por motivos de confidencialidade), pelo apoio e a confiança depositada, e ao facto de ter facultado todos os meios necessários à realização desta dissertação.

Às minhas orientadoras Professora Doutora Delfina Gabriela Garrido Ramos e à Professora Doutora Estela Maria dos Santos Ramos Vilhena, pela orientação, disponibilidade e apoio facultado, pelos conhecimentos transmitidos, sem os quais não seria possível a realização da presente dissertação.

À organização por me ter concedido a oportunidade de desenvolver esta dissertação, pela ajuda, compreensão e disponibilidade, pelo tempo cedido para me ausentar, sem tudo isto, não teria sido possível a realização deste trabalho.

Ao meu marido pela força e motivação, pelas horas de ausência, pela paciência, pelo acreditar, pelas vezes que me “levantou” e me fez acreditar novamente que iria conseguir.

Aos meus amigos, pelo incentivo constante.

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Lista de Siglas e Abreviaturas

ACT Autoridade para as Condições do Trabalho ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil

CEO “Chief Executive Officer”(Diretor Executivo ou Diretor Geral) CERTIF Associação para a Certificação

DC Departamento Comercial DP Desvio Padrão

DPS Departamento de Planeamento e Supervisão DQAS Departamento de Qualidade, Ambiente e Segurança DRH Departamento de Recursos Humanos

DSL Departamento de Prestação de Serviços de Limpeza EIC Empresa Internacional de Certificação

EMAS Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria EPI Equipamento de proteção individual

FER Fontes de Energia Renovável

ISSO “International Organization for Standardization” (Organização Internacional de Normalização)

OHSAS “Occupational Health and Safety Assessment Series”

(

Série da Avaliação da Saúde e da Segurança do Trabalho)

OIT Organização Internacional do Trabalho PA Processo Ambiente

PAS Processo Ambiente e Segurança

PDCA “Plan-Do-Check-Act” (Planear-Executar-Verificar-Atuar) PQAS Processo Qualidade, Ambiente e Segurança

PS Processo Segurança

QAS Qualidade, Ambiente e Segurança REA Relatório do Estado do Ambiente SCIE Segurança contra Incêndio em Edifícios SGA Sistema de Gestão Ambiental

SGQ Sistema de Gestão da Qualidade SIG Sistemas Integrados de Gestão

SIGQAS Sistema Integrado de Gestão Qualidade, Ambiente e Segurança SPSS “Statistical Package for Social Sciences”

SST Segurança e Saúde no Trabalho

SWOT “Strengths”, “Weakness”, “Opportunities” and “Threats” (Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças)

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Índice

Resumo ... i

Abstract ... ii

Agradecimentos ... iii

Lista de Siglas e Abreviaturas ... v

Índice ... vii

Índice de Tabelas ... ix

Índice de Figuras ... ix

1. Introdução ... 1

1.1 Enquadramento ... 2

1.2 Objetivos ... 2

1.3 Conteúdo e organização ... 2

2. Estado da Arte ... 5

2.1. Gestão do Risco ... 5

2.1.1 Ferramentas de apoio à gestão do risco ... 10

2.1.2 Riscos associados ao sector da limpeza ... 12

2.2. As implicações do Anexo SL nos Sistemas de Gestão ... 13

2.3 Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) ... 18

2.3.1 Conceito de Qualidade ... 18

2.3.2 O Sistema de Gestão da Qualidade ... 18

2.3.3 NP EN ISO 9001: 2015 ... 19

2.3.3.1 Correspondência entre a NP EN ISO 9001:2015 e a NP EN ISO 9001:2008 ... 20

2.4 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) ... 23

2.4.1 Conceito de ambiente ... 23

2.4.1.1 Preocupações ambientais ... 23

2.4.2 O Sistema de Gestão Ambiental ... 25

2.4.3 NP EN ISO 14001:2015 ... 25

2.4.3.1 Correspondência entre a NP EN ISO 14001:2015 e a NP EN ISO 14001:2004 ... 27

2.5 Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) ... 30

2.5.1 Conceito de Segurança e Saúde no Trabalho ... 30

2.5.1.1 Preocupações da Segurança e Saúde no Trabalho ... 30

2.5.2 O Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho ... 32

2.5.3 ISO 45001:2018 ... 33

(12)

2.5.3.1 Correspondência entre a ISO 45001:2018 e a OHSAS 18001: 2007 ... 34

2.5.4 Benefícios da ISO 45001 ... 37

2.6 Integração dos Sistemas de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde no Trabalho ... 38

2.7 Prevenção de acidentes e doenças profissionais dos trabalhadores do setor da limpeza ... 47

3. Materiais e Métodos ...49

3.1 Contexto ... 49

3.1.1 Organograma ... 50

3.1.2 Serviços prestados ... 50

3.2 Participantes ... 51

3.3 Recolha de informação ... 52

3.4 Metodologia ... 52

3.4.1 Contexto da Organização ... 52

3.4.2 Participação e Consulta dos trabalhadores ... 52

4. Resultados e Discussão ...53

4.1 Contexto da Organização ... 53

4.1.1 Análise PESTAL... 53

4.1.2 Análise SWOT ... 59

4.1.3 Análise de Partes Interessadas (Stakeholders) ... 63

4.1.4 O Âmbito do SIGQAS da Organização ... 66

4.1.5 Os Processos do SIGQAS da Organização ... 66

4.1.5.1 Sequência e Interação dos Processos ... 68

4.2. A Política Integrada da QAS da Organização ... 69

4.3 Participação e Consulta dos Trabalhadores ... 71

4.3.1 Pré-teste ... 71

4.3.2 Questionário/ Análise dos Dados ... 71

5. Conclusões e Perspetivas Futuras ...77

5.1 Conclusões ... 77

5.2 Perspetivas Futuras ... 78

6. Bibliografia ...79

7. Anexos ...85

Anexo 7.1 Mapeamento de Processos – modelo de registo...86

Anexo 7.2 Pré-teste (Questionário – Participação e Consulta dos Trabalhadores) ...87

(13)

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Ferramentas e técnicas para o processo da gestão do risco (NP EN 31010,

2016). ... 11

Tabela 2 – Novos conceitos da NP EN ISO 9001:2015 (adaptado de BSI, 2015b). ... 20

Tabela 3 - Correspondência entre a NP EN ISO 9001:2015 e a NP EN ISO 9001: 2008 (adaptado de NP EN ISO 9001:2015). ... 21

Tabela 4 - Novos conceitos da norma NP EN ISO 14001:2015 (adaptado de APCER, 2016). ... 26

Tabela 5 - Correspondência entre a NP EN ISO 14001:2015 e a NP EN ISO 14001:2004 (adaptado de NP EN ISO 14001: 2015). ... 28

Tabela 6 – Novos conceitos da ISO 45001:2018. ... 33

Tabela 7 - Correspondência entre a ISO 45001:2018 e a OHSAS 18001:2007 (adaptado ISO 45001, 2018; OHSAS 18001, 2007). ... 34

Tabela 8 – Correspondência entre as normas de gestão ISO 9001:2015; ISO 14001:2015 e a ISO 45001:2018. ... 39

Tabela 9 – Análise PESTAL do Contexto da Organização. ... 54

Tabela 10 – Análise SWOT da Organização. ... 59

Tabela 11 – Identificação das Partes Interessadas, as suas Expectativas, Influência e Dependência da Organização. ... 64

Tabela 12 – Processos do SIGQAS da Organização. ... 67

Tabela 13 – Estatísticas descritivas. ... 71

Índice de Figuras Figura 1 - Princípios, estrutura e processo (ISO 31000:2018). ... 6

Figura 2 - Princípios (ISO 31000:2018). ... 7

Figura 3 - Estrutura (ISO 31000:2018). ... 8

Figura 4 - Processo da gestão do risco (ISO 31000, 2018). ... 9

Figura 5 - Estrutura de Alto Nível do Anexo SL (adaptado de BSI, 2017a). ... 13

Figura 6 - Ciclo PDCA (adaptado NP EN ISO 9001: 2015; NP EN ISO 14001:2015 e ISO 45001:2018). ... 17

Figura 7 - Integração das normas do sistema de Gestão. ... 39

Figura 8 - Organograma da Organização. ... 50

Figura 9 - Sequência e Interação dos Processos. ... 68

Figura 10 – Acidentes de trabalho da Organização. ... 75

Figura 11 – Assédio no trabalho da Organização. ... 75

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1. Introdução

A prestação de serviços de limpeza apesar de ser uma atividade que se apresenta de grande im- portância para o bem-estar da população em geral, é pouco valorizada, fisicamente exigente, na maioria das vezes mal organizada/ gerida e desenvolvida essencialmente por mulheres. Quando realizada adequadamente, gera vantagens económicas, proporciona relações comerciais “win-win”

(envolvem benefícios mútuos e satisfação das partes envolvidas), ajuda a conseguir um local de trabalho agradável e produtivo, etc. A rotatividade de pessoal é geralmente elevada, tornando difícil assegurar a segurança e saúde dos trabalhadores (EU-OSHA, 2002).

Segundo BSI (2017a) a viagem de transição para os requisitos da ISO 9001 (2015) e ISO 14001 (2015) exige mais das organizações. Para efetivamente se instituir a mudança, esta começa com a compreensão das novas exigências. A revisão de 2015 exigiu que a liderança se envolva mais em todos os aspetos da entrega de um produto ou serviço. O sistema interno bem como os fatores externos, e como eles podem afetar a organização, também devem ser considerados. Cada vez mais a área da saúde e segurança do trabalho tem impacte na vida das organizações. Não se deve desagregar a boa gestão empresarial de um processo produtivo seguro, que só será sustentável (economicamente viável, ambientalmente correto, e socialmente justo) se focar os olhos nos seus colaboradores. É uma área transversal, isto é, influencia ou recebe influência de várias outras áreas dentro de uma organização.

A prevenção de riscos profissionais apresenta para as organizações uma importância estratégica que se tem vindo a verificar tendo em conta a pressão dos mercados, os requisitos legais, que por sua vez determinam um impacte económico na vida das organizações (EU-OSHA, 2014).

Uma gestão eficaz da segurança e saúde no trabalho é um dos principais fatores de êxito duradouro de qualquer organização (EU-OSHA, 2014).

Quer seja por influência das partes interessadas ou por determinação/ estratégia da equipa de lide- rança, nos dias de hoje, o sistema integrado de gestão qualidade, ambiente e segurança e saúde no trabalho, apresenta-se como um fator de competitividade para as organizações (Nunhes et al., 2016).

Um sistema integrado de gestão é um sistema que organiza, concilia, correlaciona, equilibra e uni- formiza todos os meios, critérios e recursos, tangíveis e intangíveis, para que a organização mate- rialize as suas políticas, atinja os seus objetivos de melhoria e aprenda continuamente, de forma sistemática (Nunhes et al., 2017).

Neste sentido e com a pressão para que as organizações rentabilizem os seus processos de gestão, várias são as que veem na integração dos sistemas de gestão, uma oportunidade para reduzir cus- tos relacionados, por exemplo, a manutenção de diferentes estruturas de controlo de documentos, auditorias, registos, recursos humanos, entre outros. Estes custos normalmente sobrepõem-se e, portanto, acarretam gastos desnecessários (Nunhes et al., 2017).

(16)

1.1 Enquadramento

Esta dissertação tem como propósito o estudo dosSistema Integrados de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde Ocupacional numa Organização de Prestação de Serviços de Lim- peza.

Este estudo foi realizado com a colaboração de uma empresa do setor de Prestação de Serviços de Limpeza da região. A empresa solicitou confidencialidade no que diz respeito à recolha de dados.

A organização conhece a importância da preservação do meio envolvente e nesse sentido, tem princípios baseados na Segurança e Saúde Ocupacional, na prevenção da poluição, nas boas prá- ticas laborais e no sucesso organizacional.

1.2 Objetivos

O objetivo desta dissertação foi estudar, analisar e integrar os requisitos da Secção 4 (Contexto da organização) e a Secção 5, nomeadamente o requisito 5.2 (Política QAS) do Anexo SL, tendo em vista a integração do sistema de gestão da qualidade, ambiente e segurança e saúde no trabalho.

No que respeita à norma ISO 45001 (2018) - Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho foi desenvolvido e aplicado um inquérito por questionário a todos os trabalhadores para dar cumpri- mento às Secções 5 (Liderança e participação dos trabalhadores), nomeadamente o requisito 5.4 (Participação e Consulta dos Trabalhadores) e à Secção 6. (Planeamento), nomeadamente o requi- sito 6.1.3 (Determinação de requisitos legais aplicáveis e outros requisitos).

1.3 Conteúdo e organização

Esta dissertação está organizada de acordo com a seguinte estrutura:

 Estado da Arte

 Materiais e Métodos

 Resultados e Discussão

 Conclusões

 Perspetivas Futuras

Estado da Arte

 Primeiramente, é feita uma abordagem à gestão do risco, às ferramentas de apoio à gestão do risco e aos riscos associados ao setor da limpeza (atividade da organização do estudo).

 Seguidamente, são apresentadas e explicadas as implicações do Anexo SL nos sistemas de gestão.

(17)

 Em seguida, passa-se para o sistema de gestão da qualidade, onde é feita uma abordagem ao conceito de qualidade, ao sistema de gestão da qualidade, à NP EN ISO 9001 (2015), e por fim é feita a correspondência entre a NP EN ISO 9001 (2015) e a NP EN ISO 9001 (2008).

 Continuamente, é feita uma abordagem ao sistema de gestão ambiental, começando pelo con- ceito de ambiente, falando sobre preocupações ambientais, passando para o sistema de gestão ambiental, para a NP EN ISO 14001 (2015) e por fim, também é feita a correspondência entre a NP EN ISO 14001 (2015) e a NP EN ISO 14001 (2004).

 Em seguida, é feita uma abordagem ao sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho, ao conceito de SST, às preocupações da SST, passando para o sistema de gestão da segu- rança e saúde no trabalho, depois para a ISO 45001 (2018), em seguida é feita também a correspondência entre ISO 45001 (2018) e as OHSAS 18001 (2007), e por fim são abordados os benefícios da ISO 45001.

 Seguidamente, na Integração dos SIGQAS, foi feita a correspondência entre as normas de gestão ISO 9001 (2015), ISO 14001 (2015) e ISO 45001 (2018).

 Por fim, para terminar o Estado da Arte, é abordada a prevenção de acidentes e doenças pro- fissionais dos trabalhadores do sector da limpeza (atividade da organização do estudo).

Materiais e Métodos

 Neste capítulo são apresentados os materiais e métodos utilizados no estudo desta disserta- ção, onde foi abordado o contexto de estudo, os seus participantes, como foi efetuada a recolha da informação e apresentadas quais as metodologias desenvolvidas e aplicadas.

Resultados e Discussão

 Neste capítulo, são apresentados os resultados aplicados e obtidos, e desenvolvida a respetiva discussão dos resultados.

Conclusões

 Neste capítulo, são expostas as conclusões obtidas deste estudo.

Perspetivas Futuras

 Por fim neste capítulo, são identificadas as perspetivas futuras para este estudo.

(18)
(19)

2. Estado da Arte

2.1. Gestão do Risco

Segundo Ramos (2013) a publicação em 2009 da norma ISO 31000 (2009) – Gestão do Risco – veio colmatar uma lacuna existente nas normas da série ISO 9000 e ISO 14000 no que respeita à gestão do risco. Não sendo uma norma que possa servir de base à certificação, apresenta princípios e linhas de orientação para a gestão do risco muito úteis.

O risco pode ser entendido como o efeito da incerteza sobre os objetivos (ISO 31000:2018).

A gestão do risco são atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito ao risco (ISO 31000:2018).

As principais normas sobre a gestão dos riscos são:

 ISO 31000: 2018 "Risk management — Guidelines”. Second edition.

 ISO Guia 73: 2009 / DNP ISO Guia 73: 2011 "Gestão do risco - Vocabulário";

 ISO/IEC 31010: 2009 / NP EN 31010: 2016 "Gestão do risco – Técnicas de avaliação do risco".

De acordo com ISO 31000 (2018) as organizações de todos os tipos e tamanhos, enfrentam fatores externos e internos e influências que tornam incerto, se as organizações atingirão os seus objetivos.

Gerir riscos é interativo e ajuda as organizações a definir estratégias, atingir objetivos e tomar deci- sões informadas.

A gestão do risco faz parte da liderança e é fundamental para o modo como a organização é gerida a todos os níveis. Contribui para a melhoria dos sistemas de gestão.

A gestão do risco faz parte de todas as atividades associadas a uma organização e inclui interação com as partes interessadas.

A gestão do risco considera o contexto externo e interno da organização, incluindo o comportamento humano e fatores culturais.

A figura 1 apresenta os princípios, estrutura e processo de acordo com a ISO 31000 (2018).

(20)

Figura 1 - Princípios, estrutura e processo (ISO 31000:2018).

A gestão do risco baseia-se nos princípios, estrutura e processo, conforme ilustrado na figura 1.

Esses componentes podem já existir total ou parcialmente na organização, no entanto, eles podem precisar de ser adaptados ou aprimorados para que a gestão dos riscos seja eficiente, eficaz e consistente (ISO 31000:2018).

O objetivo da gestão do risco é a criação e proteção de valor. Melhora o desempenho, estimula a inovação e apoia o alcance dos objetivos.

Os princípios descritos na figura 2 fornecem orientação sobre as características de uma gestão dos riscos eficaz e eficiente, comunicando o seu valor e explicando a sua intenção e propósito. Os prin- cípios são a base para gerir riscos e devem ser considerados ao estabelecer a estrutura e os pro- cessos de gestão dos riscos da organização. Esses princípios devem permitir que uma organização possa gerir os efeitos da incerteza nos seus objetivos (ISO 31000:2018).

(21)

Figura 2 - Princípios (ISO 31000:2018).

A gestão do risco efetiva, requer os elementos da figura 2 e pode ser explicado adicionalmente como segue (ISO 31000:2018):

a) Integrado

A gestão do risco é parte integrante de todas as atividades organizacionais.

b) Estruturado e abrangente

Uma abordagem estruturada e abrangente da gestão do risco contribui para resultados consistentes e comparáveis.

c) Personalizado

A estrutura e o processo da gestão dos riscos são personalizados e proporcionais ao contexto ex- terno e interno da organização, relacionados aos seus objetivos.

d) Inclusive

O envolvimento apropriado e oportuno das partes interessadas permite que os seus conhecimentos, pontos de vista e perceções sejam considerados. Isso resulta em melhor conscientização e gestão do risco informado.

(22)

e) Dinâmico

Os riscos podem surgir, mudar ou desaparecer conforme as mudanças de contexto externas e in- ternas de uma organização. A gestão dos riscos antecipa, deteta, reconhece e responde a essas mudanças e eventos de maneira apropriada e oportuna.

f) Melhor informação disponível

As entradas para a gestão dos riscos são baseadas em informações históricas e atuais, bem como em expectativas futuras. A gestão dos riscos considera explicitamente quaisquer limitações e incer- tezas associadas a tais informações e expectativas. A informação deve ser oportuna, clara e dispo- nível para as partes interessadas relevantes.

g) Fatores humanos e culturais

O comportamento humano e a cultura influenciam significativamente todos os aspetos da gestão do risco em cada nível e estágio.

h) Melhoria contínua

A gestão do risco é continuamente aprimorada por meio de aprendizado e experiência.

O objetivo da estrutura da gestão do risco é auxiliar a organização na integração da gestão do risco em atividades e funções significativas. A eficácia da gestão dos riscos dependerá da sua integração na liderança e compromisso da organização, incluindo a tomada de decisões. Isso requer apoio das partes interessadas, principalmente da gestão de topo.

O desenvolvimento de estrutura engloba a integração, conceção, implementação, avaliação e me- lhoria da gestão dos riscos em toda a organização. A figura 3 ilustra os componentes de uma estru- tura.

(23)

O processo da gestão dos riscos envolve a aplicação sistemática de políticas, procedimentos e práticas às atividades de comunicação e consultoria, estabelecendo o contexto e avaliando, tra- tando, monitorando, revisando, registando e reportando os riscos. Este processo é ilustrado na fi- gura 4.

Figura 4 - Processo da gestão do risco (ISO 31000, 2018).

O processo da gestão dos riscos deve ser parte integrante da gestão e da tomada de decisões e integrado à estrutura, às operações e aos processos da organização. Pode ser aplicado em níveis estratégicos, operacionais, de programa ou de projeto.

Pode haver muitas aplicações do processo da gestão dos riscos dentro de uma organização, per- sonalizadas para atingir os objetivos e adequar-se ao contexto externo e interno no qual elas são aplicadas.

A natureza dinâmica e variável do comportamento e da cultura humana deve ser considerada em todo o processo da gestão dos riscos.

Embora o processo da gestão dos riscos seja frequentemente apresentado como sequencial, na prática é interativo.

(24)

2.1.1 Ferramentas de apoio à gestão do risco

Segundo Mendonça (2013) quando surge uma falha no processo da organização, são várias as ferramentas que se podem utilizar para enfrentar esses problemas, nomeadamente: a) FMEA (“Failure Mode and Effect Analysis” – Análise de modos de falha e efeitos); b) Brainstorming; c) Entrevistas estruturadas e semiestruturadas; d) Técnica de Delphi; e) “Checklist” ou lista de verifi- cação; f) Diagrama de Causa e Efeito e g) Análise SWOT.

A análise SWOT é uma ferramenta de planeamento estratégico, utilizada para análise de projetos e/ou negócios, ou em qualquer outra situação que envolva uma decisão. A aplicação da técnica consiste na avaliação do projeto sob cada uma das quatro perspetivas: pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças, geralmente apresentadas em forma de quadrantes (Nazarko et al., 2017).

De acordo com a NP EN 31010 (2016) o processo da gestão do risco poderá ser realizado com diferentes graus de profundidade e de detalhe, utilizando um ou vários métodos que vão do simples ao complexo.

A forma da apreciação e os seus resultados deverão ser coerentes com os critérios do risco desen- volvidos como parte do estabelecimento do contexto da organização.

A tabela 1 apresenta as ferramentas e técnicas para o processo da gestão do risco de acordo com a NP EN 31010 (2016).

(25)

Tabela 1 - Ferramentas e técnicas para o processo da gestão do risco (NP EN 31010, 2016).

(FA) (NA) (A)

(26)

2.1.2 Riscos associados ao sector da limpeza

O sector da limpeza é uma indústria multimilionária que emprega milhões de pessoas em toda a Europa, a maioria delas contratadas por pequenas empresas. A limpeza é uma atividade efetuada em todos os locais de trabalho. A coexistência de vários modelos demográficos e de emprego difi- cultam a tarefa de garantir a segurança e saúde aos trabalhadores da limpeza (EU-OSHA, 2002).

A limpeza é um trabalho genérico que é realizada em todos os grupos da indústria e em todos os locais de trabalho, e a indústria da limpeza tem provado ao longo de vários anos, ser um dos secto- res mais dinâmicos, representando um dos principais serviços prestados às indústrias comerciais na União Europeia. A estrutura de emprego dos trabalhadores da limpeza varia entre grandes em- presas, tanto privadas como públicas, que contratam ou subcontratam numa base individual nume- rosos trabalhadores da limpeza. Na sua maioria são mulheres, especialmente migrantes. O trabalho é na maioria das vezes temporário, e com tempos e horários irregulares. Os trabalhadores têm de suportar a ideia de um estatuto de meros "empregados de limpeza", sendo as suas qualificações e experiências ignoradas e vítimas de “invisibilidade” no trabalho. A limpeza realizada à noite é uma realidade inquestionável. Os perigos e riscos que estes trabalhadores enfrentam incluem (EU- OSHA, 2002):

 A exposição a substâncias perigosas contidas nos produtos de limpeza ou presentes no local de limpeza, incluindo perigos biológicos tais como bolores ou resíduos biológicos hu- manos que podem causar asma, alergias, e infeções no sangue;

 Ruído e vibração;

 Risco de escorregar, tropeçar ou cair, em particular durante a execução de trabalhos com água;

 Risco de doenças músculo-esqueléticas provocadas, por exemplo, por movimentação ma- nual ou tarefas repetitivas;

 Riscos psicossociais como o stresse profissional, a violência e o assédio moral/ a agressão psicológica conhecida por “bullying”;

 Riscos provocados pelo equipamento de trabalho, tais como choques elétricos;

 Ritmos e horários de trabalho irregulares.

A prevenção de lesões aos trabalhadores do sector da limpeza requer a introdução de alterações, não apenas por parte das empresas de limpeza, como também por parte da nossa própria perceção de limpeza, sobre a forma como obtemos estes serviços. A mutação dos padrões de trabalho, tais como a passagem de horários de limpeza noturnos para diurnos, a melhoria das condições de con- tratação, valorizando a qualidade do serviço em detrimento do preço, e melhorando a relação entre o cliente e a empresa de limpeza, podem reduzir diretamente o risco de lesões para os trabalhadores de limpeza (EU-OSHA, 2002).

(27)

2.2. As implicações do Anexo SL nos Sistemas de Gestão

Para simplificar o processo de integração de sistemas de gestão, a ISO estabeleceu uma estrutura de Alto Nível – Anexo SL, que deverá ser padrão para as suas futuras normas e revisões. As versões das normas ISO 9001 (2015), ISO 14001 (2015) e a ISO 45001 (2018), já surgem baseadas no Anexo SL (BSI, 2017a).

O Anexo SL é um documento composto por várias partes, sendo o Apêndice 2 o mais relevante para todos os utilizadores das normas. Este encontra-se dividido em três níveis (BSI, 2017a):

– Estrutura de Alto Nível – Texto base idêntico

– Termos e definições comuns

A estrutura de Alto Nível distribui os requisitos em 10 secções, alinhadas com a abordagem PDCA, de modo a dar uma sequência lógica aos requisitos dos sistemas de gestão e propõe texto comum para requisitos muito estáveis dos sistemas de gestão, como sejam a informação documentada, ações corretivas, auditorias internas, revisão pela gestão, entre outros. As secções são apresenta- das na figura 5.

Figura 5 - Estrutura de Alto Nível do Anexo SL (adaptado de BSI, 2017a).

De seguida são explicadas as 10 secções do Anexo SL.

Secção 1: Objetivo e campo de aplicação

Estabelece os resultados desejados do sistema de gestão. Os resultados são específicos da ativi- dade e devem alinhar-se com o contexto da organização (Secção 4).

• Objetivo e campo de aplicação Secção 1

• Referências normativas Secção 2

• Termos e definições Secção 3

• Contexto da organização Secção 4

• Liderança Secção 5

• Planeamento Secção 6

• Suporte Secção 7

• Operacionalização Secção 8

• Avaliação do desempenho Secção 9

• Melhoria Secção 10

(28)

Secção 2: Referências normativas

Faculta detalhes das normas de referência ou publicações pertinentes para uma determinada norma.

Secção 3: Termos e definições

Detalhes dos termos e definições aplicáveis à norma específica.

Secção 4: Contexto da organização

A secção 4 compõe-se de quatro requisitos:

4.1 Compreender a organização e o seu contexto

4.2 Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas 4.3 Determinar o âmbito do sistema de gestão

4.4 O sistema de gestão

A organização precisa de identificar questões internas e externas que podem ter impacto sobre os seus resultados desejados, bem como todas as partes interessadas e os seus requisitos. Também precisa de documentar o seu âmbito e estabelecer os limites do sistema de gestão (de acordo com os objetivos da organização).

Secção 5: Liderança

A secção 5 compõe-se de três requisitos:

5.1 Liderança e compromisso 5.2 Política

5.3 Funções, responsabilidades e autoridades organizacionais

A nova estrutura de Alto Nível dá ênfase especial à liderança, não apenas à gestão como estabele- cido em normas anteriores. Isto significa que a gestão de topo agora tem uma maior responsabili- dade e envolvimento no sistema de gestão da organização.

A gestão de topo necessita de integrar os requisitos do sistema de gestão no processo da organi- zação, assegurar que o sistema de gestão atinge os seus resultados desejados e alocar os recursos necessários. A gestão de topo, também é responsável por comunicar a importância do sistema de gestão e aumentar a consciencialização e o envolvimento dos funcionários.

Secção 6: Planeamento

A secção 6 inclui dois requisitos:

6.1 Ações para tratar riscos e oportunidades

6.2 Objetivos do sistema de gestão e planeamento para os atingir A secção 6 traz o pensamento baseado no risco.

Assim como a organização destacou riscos e oportunidades na secção 4, também a organização precisa de determinar, como tais riscos e oportunidades serão tratados através do planeamento. A fase de planeamento olha para o que, quem, como e quando estes riscos devem ser tratados.

(29)

Esta abordagem pró-ativa substitui a ação preventiva e reduz a necessidade de ações corretivas posteriormente.

É colocado também um foco especial nos objetivos do sistema de gestão. Estes devem ser mensu- ráveis, monitorizados, comunicados, alinhados à política do sistema de gestão e atualizados quando necessário.

Secção 7: Suporte

A secção 7 compõe-se de cinco requisitos:

7.1 Recursos 7.2 Competências 7.3 Consciencialização 7.4 Comunicação

7.5 Informação documentada

Depois de abordar o contexto, compromisso e planeamento, as organizações terão de olhar para o suporte que necessitam para atingir as suas metas e objetivos. Isto inclui recursos, comunicações internas e externas direcionadas, bem como informações documentadas que substituem termos anteriormente usados, tais como documentos, documentação e registos.

Secção 8: Operacionalização

Na secção 8, há um requisito comum:

8.1 Planeamento e controlo operacional

A maior parte dos requisitos do sistema de gestão estão centrados nesta secção única. A secção 8 trata tanto os processos internos, como os subcontratados, bem como formas de gerir a mudança planeada e não intencional.

Secção 9: Avaliação do desempenho A secção 9 é composta por três requisitos:

9.1 Monitorização, medição, análise e avaliação 9.2 Auditoria interna

9.3 Revisão pela gestão

As organizações precisam de determinar o que, como e quando as coisas são monitorizadas, me- didas, analisadas e avaliadas. A auditoria interna também faz parte deste processo para assegurar que o sistema de gestão está conforme os requisitos da organização, bem como com a norma, e que está implementado e mantido de uma forma bem sucedida.

Na etapa final, revisão pela gestão, observa-se se o sistema de gestão é conveniente, adequado e eficaz.

Secção 10: Melhoria

Com três requisitos, a secção 10 observa como devem ser geridas as não conformidades e as ações corretivas:

(30)

10.1 Generalidades

10.2 Não conformidade e ação corretiva 10.3 Melhoria contínua

No mundo dos negócios, em que este se modifica a todo instante, nem tudo acontece de acordo com o planeado. A secção 10 observa formas de abordar as não conformidades e ações corretivas, bem como as estratégias para a melhoria contínua.

Esta medida visa (BSI, 2017a):

 Eliminar obstáculos causados por diferentes estruturas, requisitos e terminologias utilizadas nas diferentes normas que estabelecem os modelos de sistemas de gestão;

 Proporcionar uniformidade e harmonização entre tais normas, tornando o processo de inte- gração dos seus respetivos sistemas de gestão, intuitivamente mais simples;

 Assegurar a coerência e a compatibilidade.

Além disso, de acordo com BSI (2017a), o formato genérico proporcionado pelo Anexo SL, gera uma base para desenvolver novas versões de manuais e processos para integrar sistemas de ges- tão, sinalizando boas expectativas para o futuro.

De uma forma simplificada e considerando um processo de integração a nível de harmonização, uma etapa básica seria estabelecer uma matriz de compatibilidade/correspondência entre as dife- rentes normas referentes a cada sistema de gestão para identificar similaridades entre as mesmas.

Através da estrutura de Alto Nível – Anexo SL, essa etapa torna-se praticamente instantânea, uma vez que a própria estrutura em si é uniformizada (BSI, 2017a).

Considerando que o planeamento de auditorias integradas é reconhecidamente um problema que envolve conhecimento e habilidade de auditores, o Anexo SL proporciona outro potencial benefício que é a otimização da criação de competências em auditoria (interna e externa) e certificação de sistemas de gestão Integrados, pela facilidade em termos de conhecimento e compreensão do con- texto organizacional (BSI, 2017a).

Para que as organizações atinjam os seus objetivos é necessário associar a manutenção dos pro- cessos com a sua melhoria. As melhorias graduais e contínuas aos processos só tendem a agregar maior valor aos resultados do projeto e a assegurar maior satisfação dos clientes (Pinto, 2012a).

De acordo com Pinto (2012a), os processos são mantidos sob controlo através do ciclo PDCA (“Plan-Do-Check-Act”) (Planear-Executar-Verificar-Atuar). Quando se verifica algum problema no sistema, tudo é reestruturado. Se o processo deixa de ser adequado existe a necessidade de refor- mulação, recorrendo ao ciclo PDCA, designando novos objetivos para que o resultado anterior não volte a acontecer.

Ainda de acordo com Pinto (2012a), o ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, foi intro- duzido no Japão após a guerra, idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, quem efetiva- mente o aplicou. O ciclo PDCA tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão, como por exemplo na gestão da qualidade, dividindo-a em quatro principais passos.

(31)

O ciclo PDCA é aplicado principalmente nas normas de sistemas de gestão e deve ser utilizado em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área ou departamento (vendas, compras, engenharia, etc.) (Pinto, 2012a).

O ciclo começa pelo planeamento (“Plan”), em seguida a ação ou conjunto de ações planeadas são executadas (“Do”), verifica-se se o que foi feito estava de acordo com o planeado, constantemente e repetidamente (ciclicamente) (“Check”), e toma-se uma ação para eliminar ou pelo menos mitigar defeitos no produto/ serviço ou na execução (“Act”) (Pinto, 2012a).

A figura 6 apresenta agrupadas as secções 4 a 10 integradas no ciclo PDCA, nas normas de gestão NP EN ISO 9001 (2015), NP EN ISO 14001 (2015) e ISO 45001 (2018).

Figura 6 - Ciclo PDCA (adaptado NP EN ISO 9001: 2015; NP EN ISO 14001:2015 e ISO 45001:2018).

SIGQAS

Resultados dos SIGQAS

(32)

2.3 Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ)

2.3.1 Conceito de Qualidade

Uma organização focada na qualidade promove uma cultura que se traduz em comportamentos, atitudes, atividades e processos que proporcionam valor ao satisfazer as necessidades e as expec- tativas dos clientes e de outras partes interessadas relevantes (NP EN ISO 9000, 2015).

A qualidade dos produtos e serviços de uma organização é determinada pela aptidão para satisfazer os clientes e pelo impacto, pretendido ou não, sobre outras partes interessadas relevantes.

A qualidade dos produtos e serviços inclui não só as funções e o desempenho pretendidos, mas também os correspondentes valor percecionado e benefício para o cliente (NP EN ISO 9000, 2015).

2.3.2 O Sistema de Gestão da Qualidade

A adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma decisão estratégica de uma organização que pode ajudar a melhorar o seu desempenho global e proporcionar uma base sólida para iniciati- vas de desenvolvimento sustentável NP EN ISO 9001 (2015).

O conceito fundamental de Sistema de gestão da qualidade, segundo a NP EN ISO 9000 (2015) é o seguinte:

Um SGQ inclui atividades que permitem à organização identificar os seus objetivos e determinar os processos e recursos requeridos para atingir os resultados desejados.

O SGQ gere os processos e recursos interatuantes que são necessários para proporcionar valor e obter resultados para as partes interessadas que são relevantes.

O SGQ permite à gestão de topo otimizar a utilização dos recursos, tendo em consideração as consequências a longo e a curto termo das suas decisões.

Um SGQ proporciona os meios para identificar as ações para tratar das consequências, desejadas ou não desejadas, do fornecimento de produtos e serviços.

Os benefícios potenciais para uma organização ao implementar um sistema de gestão da qualidade baseado na NP EN ISO 9001 (2015) são:

a) a aptidão para fornecer de forma consistente produtos e serviços que satisfaçam tanto os requi- sitos dos clientes como as exigências estatutárias e regulamentares aplicáveis;

b) facilitar oportunidades para aumentar a satisfação do cliente;

c) tratar riscos e oportunidades associados ao seu contexto e objetivos;

d) a aptidão para demonstrar a conformidade com requisitos especificados do sistema de gestão da qualidade.

(33)

2.3.3 NP EN ISO 9001: 2015

Todas as normas do sistema de gestão ISO estão sujeitas a uma revisão regular sob as regras pelas quais são escritas. Seguindo uma pesquisa com usuários substanciais, a comissão decidiu que a revisão fosse apropriada e criou os seguintes objetivos para manter sua relevância no mer- cado de hoje (BSI, 2015b):

 Integração com outros Sistemas de Gestão;

 Fornecer uma abordagem integrada para a gestão organizacional;

 Fornecer uma base consistente para os próximos 10 anos;

 Refletir os ambientes cada vez mais complexos em que as organizações atuam;

 Certificar que o novo padrão reflete as necessidades de todos os grupos de usuários poten- ciais;

 Reforçar a capacidade da organização para atender os seus clientes.

Nesse sentido e de acordo com BSI (2015b), com a norma NP EN ISO 9001 (2015), a organização consegue:

 Introduzir uma abordagem integrada com outras normas de sistemas de gestão;

 Trazer a qualidade e a melhoria contínua para a estrutura da organização;

 Aumentar o envolvimento da equipa de liderança;

 Introduzir a gestão de riscos e oportunidades.

A NP EN ISO 9001 (2015) é uma oportunidade para que as organizações alinhem a sua orientação estratégica com o seu sistema de gestão da qualidade. O ponto de partida para esta versão, é identificar partes internas e externas que apoiam o sistema de gestão da qualidade. Isto significa que pode ser usado para ajudar a melhorar e monitorizar o desempenho de uma organização.

A tabela 2 apresenta os novos conceitos da norma NP EN ISO 9001 (2015) (adaptado de BSI, 2015b).

(34)

Tabela 2 – Novos conceitos da NP EN ISO 9001:2015 (adaptado de BSI, 2015b).

Conceito Novo ou Atualizado

Breve descrição

Contexto da organização Considera a combinação de fatores e condições internas e externas que podem ter efeito sobre a abordagem de uma organização para os seus produtos, serviços, investimentos e partes interessadas.

Partes Interessadas (PI) Uma pessoa ou organização que pode afetar ser afetada, ou perce- bem que foram afetados por uma decisão ou atividade. Os exemplos incluem fornecedores, clientes, concorrentes, etc.

Liderança Requisitos específicos para a gestão de topo que são definidos como uma pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organiza- ção no mais alto nível.

Ações para tratar riscos e opor- tunidades

Processo de planeamento refinado que substitui a ação preventiva e é definido como oportunidades o efeito da incerteza sobre um resul- tado esperado.

Comunicação Há requisitos explícitos e mais detalhados para ambas as comunica- ções internas e externas.

Informação documentada Substitui documentos e registos.

Avaliação do desempenho A medição do desempenho da qualidade e da eficácia do sistema de gestão da qualidade, cobre os métodos de monitorização, medição, análise e avaliação, conforme o caso, para assegurar resultados váli- dos.

Não Conformidade e Ação Cor- retiva

Avaliação mais detalhada das não conformidades e ações corretivas.

Melhoria Requisitos mais detalhados relativos a entradas e saídas da análise.

2.3.3.1 Correspondência entre a NP EN ISO 9001:2015 e a NP EN ISO 9001:2008

De acordo com APCER (2015) a NP EN ISO 9001 (2015) adota a abordagem por processos, que incorpora o ciclo PDCA de melhoria contínua e integra o pensamento baseado em risco.

Uma organização certificada pela norma NP EN ISO 9001 (2008) apresenta um período de três anos para efetuar a transição para a norma NP EN ISO 9001 (2015). Esse período teve início em setembro de 2015 com a publicação da norma ISO 9001 de 2015 e termina em setembro de 2018.

A tabela 3 apresenta a correspondência entre a NP EN ISO 9001 (2015) e a NP EN ISO 9001 (2008) (adaptado de NP EN ISO 9001:2015).

(35)

Tabela 3 - Correspondência entre a NP EN ISO 9001:2015 e a NP EN ISO 9001: 2008 (adaptado de NP EN ISO 9001:2015).

NP EN ISO 9001:2015 NP EN ISO 9001:2008

Secção Número

Secção

Secção Número

Secção Objetivo e campo de aplicação 1 Objetivo e campo de aplicação 1

Referências normativas 2 Referência normativa 2

Termos e definições 3 Termos e definições 3

Contexto da organização 4 Sistema de gestão da qualidade 4

Compreender a organização e o seu contexto

4.1

Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas

4.2

Determinar o âmbito do sistema da qualidade

4.3

Sistema de gestão da qualidade e res- petivos processos

4.4

Liderança 5 Responsabilidade da gestão 5

Liderança e compromisso 5.1 Comprometimento da gestão 5.1

Política 5.2 Política da qualidade 5.3

Funções, responsabilidades e autori- dades organizacionais

5.3 Responsabilidade, autoridade e comu- nicação

Responsabilidade e autoridade Representante da gestão

5.5

5.5.1 5.5.2

Planeamento 6 Planeamento 5.4

Ações para tratar riscos e oportunida- des

6.1 Planeamento do sistema de gestão da qualidade

Ações preventivas

5.4.2

8.5.3 Objetivos da qualidade e planeamento

para os atingir

6.2

Objetivos da qualidade 5.4.1 Planeamento das alterações 6.3 Planeamento do sistema de gestão da

qualidade

5.4.2

Suporte 7 Gestão de recursos 6

Recursos 7.1 Provisão de recursos

Infraestrutura Ambiente de trabalho

Controlo do equipamento de monitori- zação e medição

6.1 6.3 6.4 7.6

(36)

Tabela 3 – Correspondência entre a NP EN ISO 9001:2015 e a NP EN ISO 9001: 2008 (adaptado de NP EN ISO 9001:2015). (continuação).

NP EN ISO 9001:2015 NP EN ISO 9001:2015

Secção Número

Secção

Secção Número

Secção

Competências 7.2 Generalidades

Competência, formação e conscienci- alização

6.2.1 6.2.2

Consciencialização 7.3 Competência, formação e conscienci- alização

6.2.2

Comunicação 7.4 Comunicação interna 5.5.3

Informação documentada 7.5 Requisitos da documentação 4.2

Operacionalização 8 Realização do produto 7

Planeamento e controlo operacional 8.1 Planeamento da realização do produto 7.1 Requisitos para produtos e serviços 8.2 Processos relacionados com o cliente 7.2 Design e desenvolvimento de produ-

tos e serviços

8.3 Conceção e desenvolvimento 7.3

Controlo dos processos, produtos e serviços de fornecedores externos

8.4 Processo de compra 7.4.1

Produção e prestação do serviço 8.5 Produção e fornecimento do serviço 7.5 Libertação de produtos e serviços 8.6 Verificação do produto comprado

Monitorização e medição do produto

7.4.3 8.2.4 Controlo de saídas não conformes 8.7 Controlo do produto não conforme 8.3

Avaliação do desempenho 9 Medição, análise e melhoria 8

Monitorização, medição, análise e avaliação

9.1 Monitorização e medição dos proces- sos

Satisfação do cliente Análise de dados

8.2.3

8.2.1 8.4

Auditoria interna 9.2 Auditoria interna 8.2.2

Revisão pela gestão 9.3 Revisão pela gestão 5.6

Melhoria 10 Melhoria 8.5

Generalidades 10.1 Melhoria contínua 8.5.1

Não conformidade e ação corretiva 10.2 Controlo do produto não conforme Ações corretivas

8.3 8.5.2

Melhoria contínua 10.3 Melhoria contínua

Ações preventivas

8.5.1 8.5.3

(37)

2.4 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA)

2.4.1 Conceito de ambiente

Envolvente na qual uma organização opera, incluindo o ar, a água, o solo, os recursos naturais, a flora, a fauna, os seres humanos e as suas inter-relações (NP EN ISO 14001, 2015).

2.4.1.1 Preocupações ambientais

Ao longo dos últimos anos, tem-se verificado, devido ao crescimento exponencial da população, um consumo dos recursos naturais de forma desenfreada, o que implicou um aumento da quantidade de resíduos gerados, que não consegue ser absorvido pela terra (que se vê, assim, incapacitada de tratar essa quantidade desmesurada de poluentes, gerando um problema ambiental, a nível mun- dial, com contornos graves). Como consequência, a sociedade tem assistido a uma contínua degra- dação das condições ambientais, como é o caso do aquecimento global, das chuvas ácidas, do degelo das calotes polares, da acumulação de gases de efeito de estufa, da perda de biodiversi- dade, da destruição da camada de ozono, etc. (Pinto, 2012b; Santos et al., 2018).

Segundo o “Guia de referência para a realização de auto-diagnósticos ambientais1”, divulgado pela Direção de Associativismo e Competitividade Empresarial (AIP), a melhor estratégia ambiental é prevenir a poluição (evitar ou reduzir a poluição na origem), evitando-se, assim, esforços adminis- trativos de rastreabilidade e controlo, assim como custos de tratamento e deposição de resíduos, entre outros. Assim, “o princípio da prevenção da poluição é um dos vetores da política ambiental, refletindo-se cada vez mais na legislação ambiental nacional”.

Nesta linha de pensamento, Friend (2009) afirma que há inúmeras tendências globais, como é o caso das “alterações climáticas; o aumento da população; o ritmo alucinante a que se desenvolvem as nações; o esgotamento dos recursos; a degradação ambiental; os custos tóxicos sobre a socie- dade; o desaparecimento da biodiversidade; a perspetiva do pico da extração de petróleo” entre outras, que salientam a necessidade das empresas demonstrarem preocupações ambientais.

O Sumário Executivo do Relatório do Estado do Ambiente 20162 (REA 2016), publicado, anual- mente, pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), onde se pode ler que “na última década, o número de organizações certificadas pela Norma ISO 14001:2004 quase triplicou: passou de 404 em 2004 para 1091 em 2014, tendo o crescimento rondado 1% entre 2014 e 2015.” Entre 2013 e 2014, o crescimento rondou os 4%3. Já o número de organizações registadas no EMAS

(

Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria) tem vindo a decrescer em Portugal, sendo que em 2015 se

1 Informação retirada de: http://docplayer.com.br/1823738-Guia-de-referencia-para-a-realizacao-de-auto-diagnosticos-ambi- entais.html (consultado em 05/2017)

2 Informação retirada de:https://sniambgeoviewer.apambiente.pt/Geodocs/geoportaldocs/rea/REA2016/REA2016.pdf (con- sultado em 05/2017)

3Informação retirada de: https://issuu.com/apambiente/docs/rea_2015_blue_final (consultado em 05/2017)

(38)

verificou uma estabilização, relativamente ao ano anterior. Em 2016, o número de organizações certificadas pela ISO 14001 em Portugal, aumentou para 1123, segundo o Relatório do Estado do Ambiente 20174.

No que concerne à produção de energias renováveis, o referido Sumário Executivo do REA 2017 relata que “Portugal apresentou, em 2016, uma taxa de 62,0% de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis (para efeitos da Diretiva FER foi de 54,1%), confirmando a tendência ascendente verificada na última década. Em 2015, o ano mais recente disponível no Eurostat, Por- tugal teve uma incorporação de renováveis no sector da eletricidade de 52,6%, o que representou a terceira taxa mais alta da União Europeia”.

Em relação à qualidade do ar, de acordo com o documento supramencionado, a classe predomi- nante do “Índice da Qualidade do Ar” (IQAr) nos últimos anos tem sido “Bom”, tendência que se manteve em 2016”.

Relativamente à água, o Sumário Executivo do REA 2017 informa que se mantem “o excelente nível de qualidade da água para consumo humano (99% de água segura na torneira do consumidor em 2016) e uma também excelente qualidade das águas balneares monitorizadas, com níveis de con- formidade muito próximos dos 100%.

O Sumário Executivo do REA 2017 mostra, também, que a produção de resíduos urbanos, em Por- tugal, tem vindo a aumentar desde 2014, cifrando-se, em Portugal continental, nos 4,64 milhões de toneladas em 2016 (+2,6% face a 2015), o que corresponde a uma produção diária de 1,29 kg por habitante. Neste ano, a taxa de preparação para reutilização e reciclagem de resíduos urbanos foi de 38%, mantendo a tendência ascendente verificada na última década. A deposição de resíduos urbanos biodegradáveis em aterro foi de 41% (45% em 2015), observando-se reduções anuais desde 2010”, o que significa que o nosso País ainda envia demasiados resíduos para aterro, apesar desta melhoria.

A par de tudo isto, as empresas estão, cada vez mais, cientes de que as preocupações ambientais lhes proporcionam, entre outros aspetos, “margens operacionais, ao eliminarem drasticamente o desperdício – seja ele de energia, água, materiais e oportunidades -, o que reduz os impactos am- bientais e poupa dinheiro” (Friend, 2009), bem como “lucros, uma vez que conseguem reconhecer, satisfazer e antecipar as expectativas dos consumidores relativamente a produtos e serviços me- lhores, mais seguros e menos prejudiciais” (idem) e, bem assim, a redução dos riscos “ao elimina- rem os perigos para colaboradores, consumidores e mundo em geral antes que os próprios legisla- dores se apercebam deles e os obriguem a fazê-lo e antes que os concorrentes se adiantem e os ultrapassem”.

(39)

2.4.2 O Sistema de Gestão Ambiental

Sistema de gestão ambiental é a parte do sistema de gestão utlizada para gerir os aspetos ambien- tais, cumprir as obrigações de conformidade e tratar riscos e oportunidades (NP EN ISO 14001, 2015).

Um sistema de gestão ambiental é “uma ferramenta que fornece às organizações um método de gerir sistematicamente e melhorar os aspetos ambientais dos seus processos de produção, aju- dando a alcançar as suas obrigações ambientais e metas do desempenho” (Santos et al., 2013).

Em Portugal, no seu vasto campo de ação, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) é responsável por promover a melhoria do desempenho ambiental das organizações, instituindo metodologias para a implementação de sistemas de gestão ambiental, através do desenvolvimento de estudos norma- tivos referentes a estes sistemas, enquanto organismo de normalização setorial (APA, 2018).

Para a gestão ambiental, temos as normas da série ISO 14000 que são internacionalmente reco- nhecidas e de aplicação universal (não específicas de um sector, diversidade geográfica, cultural, social ou dimensão). A norma ISO 14001 é relativa ao sistema de gestão ambiental e foi adotada como norma europeia (EN ISO 14001). A norma ISO 14001 foi publicada em 1996, constituindo o primeiro referencial internacional para a implementação de sistemas de gestão ambiental (Pinto, 2012b).

Em Portugal existe mais um referencial disponível para implementar um SGA, o EMAS

(

Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria), que tem como suporte a ISO 14001 mas também está as- sente noutros pilares, sendo que um deles assenta no facto de o registo ser realizado por uma entidade pública e os restantes assentam no envolvimento dos trabalhadores, na informação pública dos resultados ambientais através da declaração ambiental, na conformidade legal e na melhoria do desempenho dos verificadores ambientais (Santos et al., 2008; EMAS, 2018).

Certificada ou não, qualquer organização necessita de uma gestão, uma vez que não é possível gerir sem organizar, sem pensar e refletir (Almeida, 2013).

2.4.3 NP EN ISO 14001:2015

De acordo com a APCER (2016) com as regras pelas quais as normas são escritas, todas as normas do sistema de gestão ISO, estão sujeitas a uma revisão regular. Através de um inquérito direcionado aos utilizadores dos guias destas normas, a comissão técnica decidiu que era necessária uma revi- são, de modo a adequá-los às novas exigências e criou ainda alguns objetivos para manter a sua caraterística de ferramenta diferenciadora. Objetivos estes que passam:

 Pela integração com outros sistemas de gestão;

 Pelo fornecimento de uma abordagem integrada para a gestão organizacional;

(40)

 Pela reflexão dos ambientes cada vez mais complexos em que as organizações operam, e pela melhoria da capacidade de uma organização para lidar com os seus impactos ambien- tais.

A NP EN ISO 14001 (2015) veio assim, substituir a versão de 2012, trazendo consigo algumas alterações que vêm modificar a forma como a vemos a ela e ao seu modo de aplicação. Esta versão da ISO 14001 atualiza e alarga os requisitos para estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) para qualquer organização globalmente reconhecida, independentemente do tipo ou tamanho. Com efeito, ela propõe uma abordagem cada vez mais estratégica à gestão ambiental (APCER, 2016).

A norma NP EN ISO 14001 (2015) apresenta muitas similaridades em vários aspetos com os requi- sitos da NP EN ISO 14001 (2012), mas apresenta também algumas novidades em diferentes áreas, elencando-se de seguida as principais, na tabela 4.

Tabela 4 - Novos conceitos da norma NP EN ISO 14001:2015 (adaptado de APCER, 2016).

Aspeto Novo ou Alterado

Breve descrição

Resultados pretendidos Os resultados serão os instituídos pela própria norma: melhorar o de- sempenho ambiental, cumprir com as conformidades legais e atingir os objetivos ambientais.

Análise do contexto questões internas e externas

Inclui tanto as questões positivas como as negativas e este é um novo aspeto da norma, sendo que é de nível estratégico.

Partes Interessadas (PI) A norma é mais detalhada quanto à determinação das PI e das suas necessidades e expectativas, ao contrário do que acontecia na ver- são de 2012.

Liderança Na norma NP EN ISO 14001 (2015) deixa de existir a figura do repre- sentante da gestão e há uma maior exigência de liderança e compro- misso da gestão de topo.

Política Ambiental Compromisso com a proteção do ambiente vai mais além, prevendo também o uso sustentável de recursos, a mitigação e adaptação às alterações climáticas, bem como a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas.

Riscos e oportunidades A norma NP EN ISO 14001 (2015) estabelece que as organizações devem determinar riscos e oportunidades relacionados com os aspe- tos ambientais, as obrigações de conformidade e outras questões no sentido de garantir que o SGA possa atingir os resultados estabeleci- dos; prevenção ou redução dos efeitos indesejáveis; e atingir a me- lhoria contínua.

Obrigações de conformidade Esta expressão veio substituir a expressão “requisitos legais e outros requisitos que a organização subscreve”.

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Tabela 4 - Novos conceitos da norma NP EN ISO 14001:2015 (adaptado de APCER, 2016) (continuação).

Aspeto Novo ou Alterado

Breve descrição

Perspetiva de ciclo de vida A norma NP EN ISO 14001 (2015) refere que a organização deve considerar o ciclo de vida dos produtos e serviços em diversos pon- tos, não só na determinação dos aspetos ambientais, mas também no controlo operacional.

Objetivos ambientais e planea- mento para os atingir

A norma descreve com maior detalhe o planeamento para atingir os objetivos, incluindo os indicadores.

Avaliação do desempenho Este novo requisito estabelece que a organização deve avaliar o de- sempenho ambiental e a eficácia do SGA, utilizando para tal, indica- dores.

A NP EN ISO 14001 (2015) é a versão portuguesa da norma Europeia EN ISO 14001 (2015) e tem o mesmo estatuto que as versões oficiais.

Trata-se de uma norma que “é aplicável a qualquer organização, independentemente da dimensão, tipo de natureza e aplica-se aos aspetos ambientais das suas atividades, produtos e serviços que a organização determine que pode controlar ou influenciar, considerando uma perspetiva de ciclo de vida” (NP EN ISO 14001, 2015).

De acordo com a referida norma, os resultados pretendidos de um SGA, devem estar em conso- nância com a política ambiental da organização e incluem:

 A melhoria do desempenho ambiental;

 O cumprimento das obrigações de conformidade;

 O alcance dos objetivos ambientais.

A NP EN ISO 14001 (2015) adota como base o “Annex SL – the new high level structure” (HLS - estrutura de Alto Nível – Anexo SL) que permite uma estrutura comum a todos os sistemas de ges- tão, o que ajuda a manter a sua consistência, alinhar normas de diferentes sistemas de gestão, oferece subcláusulas correspondentes e aplica linguagem comum para todas as normas (BSI, 2014).

2.4.3.1 Correspondência entre a NP EN ISO 14001:2015 e a NP EN ISO 14001:2004

A norma portuguesa NP EN ISO 14001 (2012) é equivalente à ISO 14001 (2004).

Uma organização certificada pela norma NP EN ISO 14001 (2012) apresenta um período de três anos para efetuar o período de migração para a norma NP EN ISO 14001 (2015). Esse período teve início em setembro de 2015 com a publicação da norma 14001 de 2015 e termina em setembro de 2018.

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A tabela 5 apresenta a correspondência entre NP EN ISO 14001 (2015) e a NP EN ISO 14001 (2004).

Tabela 5 - Correspondência entre a NP EN ISO 14001:2015 e a NP EN ISO 14001:2004 (adap- tado de NP EN ISO 14001: 2015).

ISO 14001:2015 ISO 14001:2004

Secção Número

Secção

Secção Número

Secção Objetivo e campo de aplicação 1 Objetivo e campo de aplicação 1

Referências normativas 2 Referências normativas 2

Termos e definições 3 Termos e definições 3

Contexto da organização 4

Requisitos do sistema de gestão ambi- ental

4

Compreender a organização e o seu contexto

4.1

Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas

4.2

Determinar o âmbito do sistema de gestão ambiental

4.3 Requisitos gerais 4.1

Sistema de gestão ambiental 4.4 Requisitos gerais 4.1

Liderança 5

Liderança e compromisso 5.1

Política ambiental 5.2 Política ambiental 4.2

Funções, responsabilidades e autorida- des organizacionais

5.3 Recursos, atribuições, responsabilida- des e autoridade

4.4.1

Planeamento 6 Planeamento 4.3

Ações para tratar riscos e oportunida- des

6.1

Generalidades 6.1.1

Aspetos ambientais 6.1.2 Aspetos ambientais 4.3.1

Obrigações de conformidade 6.1.3 Requisitos legais e outros requisitos 4.3.2

Planeamento de ações 6.1.4

Objetivos ambientais e planeamento para os atingir

6.2

Objetivos, metas e programas 4.3.3

Objetivos ambientais 6.2.1

Planeamento de ações para atingir os objetivos ambientais

6.2.2

Suporte 7 Implementação e operação 4.4

Recursos 7.1 Recursos, atribuições, responsabilida-

des e autoridade

4.4.1

Competências 7.2 Competência, formação e sensibiliza-

ção 4.4.2

Consciencialização 7.3

Referências

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