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DIAGNOSTICO DO PERFIL DE PERSONALIDADE DE ATLETAS DE ESPORTES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

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Academic year: 2022

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DIAGNOSTICO DO PERFIL DE PERSONALIDADE DE ATLETAS DE ESPORTES INDIVIDUAIS E

COLETIVOS

Monografia elaborada como pré-requisito da disciplina Seminário de Monografia do Curso de Educação Física da UFPR.

ORIENTADOR: RICARDO COELHO

CURITIBA 1992

(2)

A o s téc n i c o s das d i v e r s a s i n s t i t u i ç d e s que no s f a c i l i t a r a m o a c e s s o aos atletas.

Aos atletas, o b j e t o m a i o r da n ossa pesquisa, que r e p r e s e n t a m todos os a t l e t a s brasileiras.

Ao p r o f e s s o r R i c a r d o Coelho, da U n i v e r s i d a d e Fed e r a l d o Paraná, do D e p a r t a m e n t o de E d u c a ç ã o Física, o r i e n t a d o r d e s t a pesquisa, que p r o p o r c i o n o u a c o n c r e t i z a ç ã o do n o s s o t r a b a 1h o .

E, a todos a q u e l e s qu e c o n t r i b u í r a m para a c o n s e c u ç ã o d e s t a pesquisa.

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R e s u m o 03

I n t r o d u ç ã o 05

1 P r o b l e m a 07

1.1 E n u n c i a d o 07

1.2 DelimitaçEJes 07

1.2.1 Local 07

1.2.2 U n i v e r s o 08

1.2.3 A m o s t r a 08

1.2.4 V a r i á v e i s 08

1 . 2 . 5 é p o c a 09

2 J u s t i f i c a t i v a 10

3 O b j e t i v o s 13

3.1 O b j e t i v o Geral 13

3.2. O b j e t i v o e s p e c i f i c o 13

4 F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a 14

4.1 R e v i s ã o d e L i t e r a t u r a 14

4.2 D e f i n i ç ã o d e t e r m o s 34

5 H i p ó t e s e 36

6 P r e m i s s a s 37

7 M e t o d o l o g i a 38

8 A n á l i s e d o s D a d o s 40

9 I n t e r p r e t a ç ã o d o s D a d o s 50

C o n c l u s ã o e RecomendaçCJes 52

A n e x o s 53

R e f e r e n c i a s B i b l i o g r á f i c a s 56

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0 e s t u d o do D i a g n ó s t i c o do Perfil de P e r s o n a 1 idade em 80 a t l e t a s de E s p o r t e s I n d i v i d u a i s e coletivos, de a mbos os sexos, c o n s i d e r a d o s os m e l h o r e s na sua e s p e c i a l i d a d e , segundo suas r e s p e c t i v a s federações, da cidade de Curitiba, na idade e ntre 15 e 18 anos, visou v e r i f i c a r se a clientela, s u b m etida ao Teste de P e r s o n a l i d a d e 16PF de CATTELL, a p r e s e n t a v a d i f e r e n ç a s ou não no perfil de persona 1 idade em e s p o r t e s indi v i d u a i s e coletivos.

Os p r o c e d i m e n t o s m e t o d o l ó g i c o s u t i l i z a d o s o b e d e c e r a m as s e g u i n t e s etapas: 1 e s t u d o teór i c o da p e s q u i s a (revisão de

literatura, de l i m i t a ç õ e s , p r e s s u p o s t o s teóricos, objetivos, hipótese, e l a b o r a ç ã o e e s c o l h a do instrumento, n e s t e caso, o Teste de P e r s o n a l i d a d e 16PF de CATTELL); E t a p a 2- a p l i c a ç ã o do i n s t r u m e n t o de pesquisa; E t a p a 3- a v a l i a ç ã o e c o n c l u s ã o da p esquisa (análise de dados, e i n t e r p r e t a ç ã o dos resultados, e s t u d o c o m p a r a t i v o e v a l i d a ç ã o da h i p ó t e s e da pesquisa,

c onclusões e r e c o m e ndações).

Qs d a d o s o b t i d o s a t r a v é s do e s t u d o nos permite concluir q u e n ão existe, n e s t e g r u p o testado, um padrão d e f i n i d o no perfil de p e r s o n a l i d a d e nos a t l e t a s de es p o r t e s indiv i d u a i s e coletivos, o q ue c o n t r a r i a a h i p ó t e s e principal d esta pesquisa.

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há uma d i f e r e n ç a s i g n i f i c a t i v a de padrão de p e r s o n a l i d a d e entre um grupo e outro. Ao c o n t r á r i o a l g u m a s s e m e l h a n ç a s e n t r e os grup o s foram e v idenciadas.

D e s s a forma para e v i d e n c i a r a h i p ó t e s e formulada, r e c o m e n d a m o s n o v o s estudos, a m p l i a n d o o u n i v e r s o da pes q u i s a e a faixa e t á r i a dos atletas.

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As p e s q u i s a s e n v o l v e n d o à P s i c o l o g i a no E s p o r t e tem sido alvo c o n s t a n t e de i n t e r e s s e dos p r o f i s s i o n a i s da área.

A c o n s c i ê n c i a c r e s c e n t e de d i v e r s o s a u t o r e s em e n t r e l a ç a r a p s i c o l o g i a e o e s p o r t e fez com que p r o p o r c i o n a s s e m c o n d ições para o seu d e s e n v o l v i m e n t o .

A p e s a r dos d i v e r s o s tr a b a l h o s r e l a c i o n a d o s à P s i c o l o g i a no E s p o r t e realizados, p r i n c i p a l m e n t e no que se refere a P e r s o n a l i d a d e do atleta, poucos são as c o n c l u s õ e s que se tem c o n h e c i m e n t o à respeito.

Assim, com o p r e s e n t e estudo, se p r e t e n d e ve r i f i c a r a s p e c t o s r e l a c i o n a d o s á p e r s o n a l i d a d e do atleta, em d i f e r e n t e s e s p o r t e s c o l e t i v o s e individuais, c o n t r i b u i n d o d e s s a forma para que a P s i c o l o g i a no E s p o r t e se d e s e n v o l v a a inda mais.

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1 P r o b l e m a

1.1 E n u n c i a d o

Co m o pro b l e m a estru t u r a l da n o s s a pesquisa, l evantamos a s e g u i n t e indagação:

É possível haver d i f e r e n ç a s no perfil de p e r s o n a l i d a d e em a t l e t a s de d i f e r e n t e s m o d a l i d a d e s c o l e tivas tais como: voleibol, basquetebol, handebol e futebol de salão e no perfil de p e r s o n a l i d a d e de m o d a l i d a d e s i n d i v i d u a i s tais como: judô, karatê, a t l e t i s m o e natação, s endo possível chegar a um tipo e s p e c í f i c o de p e r s o n a l i d a d e em e s p o r t e s i n d i v i d u a i s e um tipo e s p e c í f i c o de p e r s o n a l i d a d e em e s p o r t e s c o l e t i v o s ?

1.2 Delimitações

1.2.1 Local

A p e s q u i s a foi r e a l i z a d a na c i dade de Curitiba, situ a d a no E s t a d o do P a r a n á nas s e g u i n t e s i n stituições: Clube Curitibano, C E F E T (Centro Federal de E d u c a ç ã o T e c n o l ó g i c a do Paraná), C o l é g i o Estadual do Paraná, e a t l e t a s de karatê

f iliados a sua federação.

(8)

1.2.2 U n i v e r s o

A t l e t a s na faixa e t á r i a e n t r e 15 e 18 anos, de ambos os sexos, c o n s i d e r a d o s os m e l h o r e s na sua e s p e c i a 1 idade segu n d o suas r e s p e c t i v a s federaçftes.

1 .2.3 A m o s t r a

Para a pe s q u i s a foram tes t a d o s BO atletas, de ambos os sexos, s e n d o 40 de e s p o r t e s i n d i v i d u a i s n as s e g u i n t e s modalidades: 10 de judô, 10 de karatê, 10 de a t l e t i s m o e 10 de n a t a ç ã o e, 40 de e s p o r t e s coletivos, s e n d o 10 de voleibol, 10 de b a e q u e t e b o l , 10 de handebol e 10 de futebol de salão.

1.2.4 V a r i á v e i s

Var i á v e l d e p e n d e n t e : Perfil de p e r s o n a l i d a d e

Variável i n d e p e n d e n t e : e s p o r t e s c o l e t i v o s e i n d i v i d u a i s

Va r i á v e l c o n t r o l a d a : A t l e t a s m e l h o r e s c o l o c a d o s na sua e s p e c i a l i d a d e s e g u n d o suas repecti- vas F e d eraçdes.

Idade e n t r e 15 e 18 anos.

(9)

1.2.5 É p o c a

O e s t u d o foi r e a l i z a d o no p e r í o d o de ma i o a outu b r o de 1992.

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2 J u s t i f i c a t i v a

T a n t o na f i s i o l o g i a da e s t á t i c a como do m o v i m e n t o é n e c e s s á r i o c o nhecer o c o m p o r t a m e n t o do atleta. N ão basta que músculos, a r t i c u l a ç ò e s , s e n s o de equil í b r i o , funçóes c a r d i o v a s c u l a r e s s e j a m normal ou e x c e p c i o n a l m e n t e elevados.

Exis t e algo, fora d e s s e s e l e m e n t o s a n á t o m o - f i s i o l ó g i c o s , ou acima deles q ue d e f i n e e informa a a t i t u d e do atleta, o tipo do esp o r t e a que se dedica, o elã c o m p e t i t i v o e sua variação, tão d i f e r e n t e s às v ezes de um dia para o outro. é n e c e s s á r i o avaliar, co n h e c e r todos os e l e m e n t o s p s i c o l ógicos, seja do i n d i v í d u o ou do g r u p o para j u l g a r - s e do r e n d i m e n t o a g o n í s t i c o

(Silva, 1967).

Nas ú l t i m a s décadas, tem h a v i d o g r a n d e i n t e r e s s e em i d e n t i f i c a r algum tipo ideal de p e r s o n a l i d a d e que fosse c a r a c t e r í s t i c o de a t l e t a s em geral. E s s e i n t e r e s s e o c u p o u e ainda o c u p a n u m e r o s o s p e s q u i s a d o r e s da área de p s i c o l o g i a do e s p o r t e .

A t r a v é s dos d a d o s s o b r e a p e r s o n a 1 idade é possível como coloca M O R G A N (1978) o b t e r i n f o r m a ç ò e s g e r a i s e, de certo modo, p r o v i s ó r i a s sobre um a t l e t a i n d i v i d u a l m e n t e , as quais, j u n t a m e n t e com o u t r a s p r o v a s (por exemplo, entr e v i s t a s ) formam um q u a d r o c o m p l e t o que s e r v i r á para m e l h o r c o m p r e e n s ã o do indivíduo.

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A t u almente, s e g u n d o C R A T T Y (1984), c o n s i d e r a - s e que os testes sâfo v á l i d o s para e s t u d a r o c o m p o r t a m e n t o em vasta gama de s i t u a ç ó e s (achar os traços de p e r s o n a l i d a d e de um indivíduo) se os m e s m o s fizeram parte de uma visão p s i c o l ó g i c a total do sujeito, a c r e s c e n t a n d o - s e a eles e s t u d o s de psicólogos, f i s i o l o g i s t a s e m é t o d o s u t i l i z a d o s por p s i c ó l o g o s sociais.

A p e s a r da i m p o r t â n c i a dos d a d o s r e l a t i v o s a personalidade, a liter a t u r a e n f a t i z a os r e s u l t a d o s n e g a t i v o s da maio r i a das p e s q u i s a s a respeito, pela m e t o d o l o g i a utilizada. O que p e r c e b e - s e no rela t o d os t r a b a l h o s r e a l i z a d o s é a i ntenção de emp r e g a r os r e s u l t a d o s como forma de e x c l u i r i n d i v í d u o s de times.

Com todos os a s p e c t o s n e g a t i v o s r e s s a l t a d o s na literatura, s o b r e as p e s q u i s a s r e l a t i v a a p e r s o n a l i d a d e dos õ^tletas, a inda a s s i m a c r e d i t a - s e ser possível se chegar a c o n c l u s B e s q ue poss a m b e n e f i c i a r o d e s e m p e n h o do atleta. Se foi possível c o ncluir que c e rtos tipos fís i c o s sào mais indicados para d e t e r m i n a d o s esporte'., pode - s e i n f e r i r também que certos e s p o r t e s p o s s u e m i n d i v i d u o s com p e r s o n a l i d a d e s e m e l h a n t e s ou não, e, q ue e s t e s p r o c u r a m d e t e r m i n a d o s e s p o r t e s por p o s s uirem um tipo c a r a c t e r í s t i c o de p e r s onalidade.

0 pr e s e n t e e s t u d o j u s t i f i c a - s e pela n e c e s s i d a d e de co m provar se pess o a s com uma e s t r u t u r a de p e r s o n a l i d a d e e s p e c i f i c a busc a m a t i v i d a d e s nu m a m o d a l i d a d e d e s p o r t i v a

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condizente, e x i s t i n d o uma a f i n i d a d e estrut u r a l e n t r e m o d a l i d a d e d e s p o r t i v a e a p e r s o n a 1 i d a d e .

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3 O b j e t i v o s

3.1.1 O b j e t i v o Geral

V e r i f i c a r se e x i s t e a l g u m p a drão de personal idade em a t l e t a s de e s p o r t e s i n d i v i d u a i s e coletivos.

3.2.1 O b j e t i v o s E s p e c í f i c o s

V e r i f i c a r se e x i s t e s e m e l h a n ç a ou não no perfil de p e r s o n a l i d a d e de a t l e t a s de e s p o r t e s tais como:

voleibol, basquetebol, handebol e futebol de salão.

V e r i f i c a r se e x i s t e s e m e l h a n ç a ou não no perfil de p e r s o n a l i d a d e de a t l e t a s de e s p o r t e s i n d i v i d u a i s tais como: judô, karatê, a t l e t i s m o e natação.

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4 F U N D A M E N T A Ç A O T E Ó R I C A

4.1 R e v i s ã o de L i t e r a t u r a

P r o v a v e l m e n t e , como c o loca K L E I N E (1986), não e x iste n enh u m tema na P s i c o l o g i a do Esporte, ao qual foi d e d i c a d o tanto interesse, q u a n t o à p e r g u n t a r e f e r e n t e ao r e l a c i o n a m e n t o entre o e s p o r t e e a persona l i d a d e .

D u r a n t e as ú l t i m a s décadas, os i n d i v i d u o s i n t e r e s s a d o s na E d u c a ç ã o F í s i c a tem d i r i g i d o sua a t e n ç ã o as d i n â m i c a s da p a r t i c i p a ç ã o da p e r s o n a 1 idade na a t i v i d a d e física.

C o n s i d e r a n d o esta relação, é possível que o p a d r ã o da conduta móvel do homem e s teja r e l a c i o n a d o d i r e t a m e n t e com a e s t r u t u r a de sua p e r s o n a l i d a d e . A p e r s o n a l i d a d e de um i n d i v í d u o pode e xercer uma g r a n d e i n f l u ê n c i a s obre sua e l e i ç ã o e e s t i l o dos padróes de m o v i m e n t o ao m e s m o tempo, as p o s s i b i l i d a d e s de influ e n c i a r a p e r s o n a l i d a d e e a cond u t a a t r a v é s de pr o g r a m a s de a t i v i d a d e física e s p e c i a l m e n t e s e l e c i o n a d o s para e s t e p r o p ó s i t o pode ser a r g u m e n t o v i á v e l .(H A R R I S , 1980)

Para K L E I N E ( 1986), m e s m o que a pal a v r a p e r s o n a l i d a d e seja um c o n c e i t o conhecido, já a p a r e c e aqui o p r imeiro problema, pois e x i s t e m p r o v a v e l m e n t e tantas definiçÊJes do que se e n t e n d e por p e r s o n a 1 i d a d e , como e x i s t e m p e s q u i s a d o r e s que se

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d ed i c a m ao e s t u d o d e s t e tema. A l g u n s e x e m p l o s são (citados por FISHER, 1976, p.316):

" P e r s o n a l i d a d e

(...) é uma c o n t i n u i d a d e fluente de a c o n t e c i m e n t o s e n t r e o r g a n i s m o e m e i o a m b i e n t e (MURPHY, 1947);

(...) pode ser d e f i n i d a como a q u i l o q ue se diz o que o ser h u mano vai fazer, q u a n d o chega nu m a d e t e r m i n a d a s i t u a ç ã o (C A T T E L L , 1955);

(...) é a o r g a n i z a ç ã o d i n â m i c a d e n t r o de um indivíduo, de tais s i s t e m a s p s i c o f í s i c o s , que d e t e r m i n a m sua s i n g u l a r a d a p t a ç ã o ao meio a m b i e n t e (A L L P O R T , 1937);

(...) é o p a drão s i n g u l a r de t r aços de uma pessoa (G U I L F O R D , 1959)".

F R E E M A N (1955), d e f i n i u P e r s o n a l i d a d e como um termo u sado para c a r a c t e r i z a r a i n d i v i d u a l i d a d e que e m e r g e da interação e n t r e um o r g a n i s m o p s i c o - b i o l ó g i c o e o m u n d o no qual se d e s e n v o l v e e vive.

Para H A R R I S (1980), a pala v r a " p e r s o n a l i d a d e se deriva da pal a v r a latina " p e r s o n a " , que se r e fere as m á s c a r a s trágicas ou cômicas que levaram aos a t o r e s a i d e n t i f i c a r seus papéis no teat r o antigo. A P e r s o n a 1 idade pode ser c l a s s i f i c a d a com pa l a v r a s como beleza, amor, l i b erdade e d e m ocracia, etc, e está s u j e i t a a c o n v e n i ê n c i a de q u e m a utiliza. N ão e x i s t e um

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conceito b á sico do qu e é a d e f i n i ç ã o da p e r s o n a l i d a d e e há tantas teor i a s q u a n t o d e f inições. Tem q ue se r e c o n h e c e r que existe algo de m i s t e r i o s o com r e s p e i t o ao que é a p e r s o n a l i d a d e humana, como se desenvolve, como trabalha, que fato r e s estão e n v o l v i d o s ou q uais são os potenciais. Os t e ó r i c o s a p r e s e n t a m a p e r s o n a 1 idade como algo m u i t i d i m e n s i o n a l , s u m a m e n t e complexo, com i n f l u ê n c i a de m u i t o s fatores d u r a n t e seu d e s e n v o l v i m e n t o .

S e g u n d o KLEI N E (1986), como se torna c laro n e s t a s definições, a p e r s o n a l i d a d e pode ser c o m t e m p l a d a sob um ponto de vista i d e o g r á f i c o ("cada pessoa é singular") ou também de um ponto de v i s t a n o m o t é t i c o ("todas as p e s s o a s são de uma certa forma, iguais"), de um ponto de v i s t a biológico, g e n é t i c o ou de um que a c e n t u a a r e l e v â n c i a da i n f l u ê n c i a do m e i o social, ou também sob cada ponto de v ista e n t r e e s t e s extremos. Além disso, pode - s e c o n s i d e r a r a p e r s o n a l i d a d e como e s t á t i c a ou dinâmica, como firme ou transf ormável e para cada uma dessas po s síveis f o rmas de c o n c e i t u a i i z a r a p e r s o n a l i d a d e exis t e m teorias. Isto é i l u s t r a d o c l a r a m e n t e por K L U C K H O N N e M U RRAY (1949), que c o n s t a t a m que as t e o r i a s de a c o r d o com seu enf o q u e p r e f e r i d o p a r t e m da s u p o s i ç ã o de que cada pess o a é:

... igual a' todas as o u t r a s pessoas;

... como a l g u m a s pessoas;

... como n e n h u m a pessoa.

A i n d a KLEINE (1986), a f i r m a que sem d e s e j a r reduzir as c o n t r i b u i ç õ e s d e s t a s e de o u t r a s t e o r i a s ao n o s s o atual

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nível de conhecimento, pode-se, no entanto, v e r i f i c a r que na atual P s i c o l o g i a e m p í r i c a da P e r s o n a l i d a d e , logo também na P s i c o l o g i a do Esporte, p r e d o m i n a c l a r a m e n t e o a s s i m chamado pr i n c í p i o de traços. E n t e n d e - s e por traços as c a r a c t e r í s t i c a s do i n d i v í d u o que são a base do c o m p o r t a m e n t o e o d e terminam. De G U I L F O R D vem a sugestão, de q u a l q u e r forma perceptivel e r e l a t i v a m e n t e duradoura, na qual um i n d i v í d u o d i f e r e do outro, deve ser c o n s i d e r a d a como "traço". Um "traço" pode ser c o n c e i t u a l i z a d o como uma causa ou t e n d ê n c i a mais geral ou mais profunda do c o m p o r t a m e n t o , q ue leva à c o n s i s t ê n c i a e g e n e r a b i 1 idade do compor t a m e n t o . Logo, um traço contribui para a e s t a b i l i z a ç ã o do c o m p o r t a m e n t o a t r a v é s do tempo, bem como também em s i t u a ç ò e s diferentes. Assim, traços são v i s t o s como tendê n c i a s de c o m p o r t a m e n t o do individuo, q ue são r e l a t i v a m e n t e u n i v e r s a i s (isto é, v á l i d o para m u i t a s pessoas), r e l a t i v a m e n t e g e rais (isto é, v á l i d o para m u i t a s s i t u a ç ò e s diversas) e r e l a t i v a m e n t e e s t á v e i s (isto é, v á l i d o para m u i t o s momentos).

O e s f o r ç o de pesquis a d o r e s , que d e f e n d e m esta a b o r d a g e m (entre os mais c o n h e c i d o s e s t ã o EYSENCK, G U I L F O R D e CATTELL), co n s i s t i u p r i n c i p a l m e n t e em e n c o n t r a r traços f u n d a m e n t a i s e c o n s i s t e n t e s da p e r s o n a 1 i d a d e , que, em v i r t u d e do p r o c e d i m e n t o e s t a t ístico, ligado a esta abordagem, a anál i s e de fatores, são c h a m a d o s tamb é m de fat o r e s ou d i m e n s ã o da personalidade.

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S e g u n d o C R A T T V (1984), parece v e r d a d e q ue os atletas, além de, por vezes, se parecerem, na v e r d a d e d e v e r ã o ter d e s e m p e n h o s s e m e l h a n t e s para terem sucesso. Entretanto, é igual m e n t e v á l i d o con c l u i r que, e m b o r a a l g u n s d e s p o r t i s t a s possam ser iguais, em sua m a i o r i a t r azem t a l e n t o s e emoçbes d i f e r e n t e s para o a m b i e n t e atlético, e x p e r i m e n t a m div e r s o s s e n t i m e n t o s d u r a n t e a a t u a ç ã o e tem d i f e r e n t e s idéias sobre as razEfes da v i t ó r i a ou da d e r r o t a d e p o i s de u ma competição.

J u n t a m e n t e com a n o ç ã o de q ue t odos os i n d i v í d u o s são diferentes, está a idéia de que há mais um traço, disposição, s e n t i m e n t o ou a v a l i a ç ã o pós c o m p e t i ç ã o q ue podem afetar o atleta (opu um time), em d e t e r m i n a d o momento, e que esse c o mplexo de sentimentos, traços, pensamentos, etc. varia de jogo para jogo, ou mesmo, de m o m e n t o para momento.

Para S I N G E R (1975), uma pessoa é o que ela é d e v i d o à c o m b i n a ç ã o e i n t e r a ç ã o de m u i t o s traços, cujo n ú m e r o ainda não foi d e t e rminado. Além disso, uma a n á l i s e s u b j e t i v a da persorealidade de o u t r a p e ssoa é u s u a l m e n t e d i s t o r c i d a pela pe r c e p ç ã o da pessoa que está f a z e n d o a análise. F r e q ü e n t e m e n t e , vemos os o u t r o s u s a n d o - n o s como referência. E m b o r a seja possível d e s c r e v e r certas c a r a c t e r í s t i c a s , a e x t e n s ã o em que estas e s t ã o p r e s e n t e s nu m a pessoa é j u l g a d a com base na presença d e s t a s em o u t r o ser, em que um g r u p o p a r t i c u l a r ou em uma n orma da sociedade.

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Ainda S I N G E R (1975), coloca que o a r r a n j o dos s istemas p s i c o f í s i c o s de cada pessoa dita suas t e n d ê n c i a s a r e s ponder de uma forma predizível, q u a n d o e s timulada. Tais t endên c i a s são c o n s t r u í d a s a t r a v é s dos anos. A g e n é t i c a d e t e r m i n a a p r e d i s p o s i ç ã o para agir, mas os c o m p o r t a m e n t o s e s p e c í f i c o s n ão são herdados. Entre t a n t o , a t r a n s m i s s ã o g e n é t i c a f o r n e c e a estrutura, e n q u a n t o as e x p e r i ê n c i a s de vida trazem à tona ou r e p r i m e m as t e n d ê n c i a s c o m p o r t a m e n t a i s .

São e s t e s tipos de c o m p o r t a m e n t o que, para SING E R (1975), tendem a nos f o r n e c e r uma imag e m do espo r t i s t a . Q u a n d o eles a p a r e c e m com a l g u m grau de c o n s i s t ê n c i a de a t l e t a para atleta, nós e s t e r i o t i p a m o s g r u p o s de a t l e t a s ou atle t a s em geral. Embora, cada um de n ós se c o m p o r t e d i f e r e n t e de outra pessoa numa m e s m a situação, t e n t a m o s a c h a r p o n t o s comu n s entre g r upos de pessoas com o c u p a ç ó e s comuns, a t i v i d a d e s r e c r e a c i o n a i s e coisas s e m e lhantes.

SACK (1982, c i tado pos A. Thomas, 1983), o b s e r v o u que 907. de todas as p e s q u i s a s e m p í r i c a s p a r t e m do c o n c e i t o da c a r a c t e r í s t i c a pessoal ou traço (trait) da p e s q u i s a da personalidade. E s t a s p e s q u i s a s a d m i t e m que se possa d e s c r e v e r q u a l q u e r i n d i v i d u o por me i o de uma e s t r u t u r a e x c l u s i v a e r e l a t i v a m e n t e c o n s t a n t e de q u a l i d a d e s q ue são reunidas, formando um traço c a r a c t e r í s t i c o de sua índole. Este traço c a r a c t e r í s t i c o da índole do i n d i v i d u o (trait), s e g u n d o o conceito da c a r a c t e r í s t i c a pessoal (conceito de trait), possui

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a q u a l i d a d e da g e n e r a l i z a ç ã o , isto é, r e v e l a - s e em trait q u a l q u e r s i t u a ç ã o imaginável de aç ã o e em todas as areas da vida. A l i a - s e ao co n c e i t o da c a r a c t e r í s t i c a pessoal a s u p o s i ç ã o de um e f e i t o de t r a n sferência, isto é, c a r a c t e r í s t i c a s de c o m p o r t a m e n t o a d q u i r i d o s pelo e s p o r t e (por exemplo, a amb i ç ã o de domínio) também se r e v e l a m em s i t u a ç õ e s de ação não desportivas. Al é m desses, e x i s t e o p o s t u l a d o da constância,

isto é, p e r m a n e c e m e s t á v e i s por longo tempo e são r e l a t i v a m e n t e r e s i s t e n t e s a m o d i f i c a ç õ e s . A s s i m e x p l i c a - s e por que a pesquisa emp í r i c a s o b r e o tema "es p o r t e e p e r s o n a l i d a d e " faz uso dos m é t o d o s p s i c o d i a g n ó s t i c o s d e s e n v o l v i d o s pela p s i c o l o g i a da personalidade, p r i n c i p a l m e n t e os i n v e n t á r i o s da personal idade b a stante a c e i t o s (como, por exemplo, 16PF de C A T T E L L , MPI de EYSENCK, GZ T S de G U I L D F O R D ou FPI de F A H R E N B E R G ) , a fim de poder d e t erminar, com o a u x i l i o de p r o c e s s o s de c o r r e l a ç ã o estatística, as d i f e r e n ç a s de c a r a c t e r í s t i c a s de "traits" entre a t l e t a s e n ã o - a t l e t a s e, d e n t r e os primeiros, os p r a t i c a n t e s de d i f e r e n t e s m o d a l i d a d e s d e s p o r t i v a s e d i f e r e n t e s classes de

p e r f o r m a n c e s .

S e g u n d o T H O M A S (1783), a c o m p r o v a ç ã o de uma i n f l u â n c i a do e s p o r t e s o b r e a funç ã o p s i q u i c a do homem (raciocínio, m otivação, a p r e n d i z a g e m , q u a l i d a d e s da personalidade, etc) já o c u p o u os p s i c ó l o g o s a l e m ã e s dos anos 20 e 30 d e s t e século.

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A p r e c i a n d o - s e a l i t e r a t u r a r e f e r e n t e ao tema com mais de 1000 tr a b a l h o s e mpíricos, e n c o n t r a m - s e as s e g u i n t e s formas de a p r e c i a ç õ e s (SACK, 1982, cita d o por T H O M A S , 1983):

(1) A v i s ã o m a c r o s o c i a l perm i t e c o n c e b e r o e s p o r t e como parte s u b stancial das i n s t i t u i ç õ e s s o c i a i s e que exerce, assim, um e f e i t o s o c i a l i z a n t e s o b r e o indivíduo. 0 a t leta como m e m b r o d e s t a i n s t i t u i ç ã o é p a r t i c i p a n t e a t i v o d as a t i v i d a d e s desportivas, a l t e r a valores, c o n c e i t o s e form a s de conduta, em d i r e ç ã o a n o r m a s s o c i a i s aceitas. 0 e s p o r t e deve ser c o n s i d e r a d o como i n s t â n c i a sociali z a n t e .

(2) A t i v i d a d e d e s p o r t i v a de i n t e n s i d a d e além da média, como a c o n t e c e no e s p o r t e de alto nível e tamb é m já no e s p o r t e de massa, conduz a "desvios" e "destaques" na e s t r u t u r a da personalidade. A p e r s o n a l i d a d e do a t l e t a d i s t i n g u e - s e , de forma c a r a c t e r í s t i c a , da m é d i a das p e r s o n a l i d a d e s dos não-

l

atletas.

N e s t e m o d o de a p r e c i a ç ã o p o d e m - s e d i s t i n g u i r duas variantes:

(2a) P e s s o a s com uma e s t r u t u r a de p e r s o n a l i d a d e e s p e c í f i c a b u scam a t i v i d a d e s numa m o d a l i d a d e d e s p o r t i v a condizente. E x i s t e uma a f i n i d a d e estru t u r a l e n t r e a m o d a l i d a d e d e s p o r t i v a e a person a l i d a d e . A c o r r e l a ç ã o e n t r e o e s p o r t e e a personalidade, por conseguinte, seria explic á v e l pela s e l e ç ã o e não pela a p rendizagem.

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(2b) A prática do e s p o r t e a l t e r a a p e r s o n a 1 idade do atleta. Q u a l i d a d e s da p e r s o n a l i d a d e já e x i stentes, m e d i a n a m e n t e p ronunciadas, t o r n a n - s e f o r t e m e n t e p r o n u n c i a d a s pela prática intensa do e s p o r t e (por exemplo, a a m b i ç ã o pela p e r f o r m a n c e ).

No ímpeto de um p r o c e s s o de a p r e n d i z a g e m compensada, o e s p o r t e p ermite s u b s t i t u i r as q u a l i d a d e s i n d e s e j á v e i s da p e r s o n a l i d a d e por d e s e j á v e i s (por exemplo, uma pessoa m e d r o s a g a n h a a u t o ­ confiança) .

S I N G E R (1975), r e s s a l t a que o e s p o r t i s t a d e cide p a r t i c i p a r de uma da d a a t i v i d a d e e n t ã o se torna c o m p e t e n t e devido, ao m e n o s em parte, à persona 1 idade q ue ele tráz à situação. E s p o r t e e r e a l i z a ç ã o d e v e m ser al g o c o m p a t í v e i s com a p e r s o n a l i d a d e de um indivíduo.

W arr e n F r a l e i g h (citado por SINGER, 1975), ac r e d i t a que um in d i v í d u o s e g u e o p r o c e s s o c i r c u l a r abaixo:

p a r t i c i p a em a t i v i d a d e s n o r m a i s de jo g o -> ganha a u t o - a v a l i a ç ã o favorável e stat u s no g r u p o — > o b t é m s u c e s s o e s a t i s f a ç ã o com a p a r t i c i p a ç ã o — > pro c u r a p a r t i c i p a r mais — >

d e s e n v o l v e mais h a b i l i d a d e s — > o b t é m a v a l i a ç ã o favorável e s t a t u s — > procura p a r t i c i p a r ainda m a i s — > a l c a n ç a alto nível de habilidade.

Para S i n g e r (1975), é lógico e s p e r a r que a p e r s o n a l i d a d e do e s p o r t i s t a seja m o d i f i c a d a pela e x t e n s ã o e nat u r e z a de suas e x p e r i f n c i a s e s p ortivas. C om certeza, o e n v o l v i m e n t o intenso d u r a n t e um longo p e r í o d o de tempo tem

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alguma influência, boa ou má, sobre a personalidade. Além disso, desde que a maioria dos traços de personalidade sejam desenvolvidas durante a juventude, a idade do competidor também é outro fator. Os esportistas mais novos são mais impressionáveis e suscetíveis a influências externas. Eles tem comportamentos menos estáveis que os esportistas mais maduros.

Ainda SINGER (1975), coloca que por tantas situações ambientais nos afetarem, é perigoso atribuir as mudanças características especificas somente ao envolvimento na esporte.

Não podemos postular qualquer informação definitiva até que instrumentos de medida mais precisos sejam desenvolvidos, estudos sejam planejados e variáveis sejam controladas.

THOMAS (1983), coloca que a discussão sobre a relação entre atividade desportiva e personalidade é determinada por excessivas suposições e hipóteses globais. Questões como "se", e até onde o esporte em geral influencia o desenvolvimento da personalidade de uma pessoa que pratica esporte" não podem ser respondidas cientificamente por meio desta forma. 0 esporte só pode ser imaginado dentro de um contexto sócio-cu1tura1, com determinadas formas de interação social, etc; por conseguinte, não se pode esperar efeitos socializantes generalizados, mas apenas efeitos de interação diferenciais e especiais de meio ambiente-esporte-pessoa. Logo, parece ser recomendável abster- se, no futuro, de teses globais, formulando apenas questões diferenciadas. assim, se quisermos levar em conta a

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complexidade do problema, temos que perguntar sob o aspecto pedagógico: Quais as características da persona1 idade que podem ser influenciadas de tal forma que permenecem estáveis e sejam relativamente generalizadas, em que faixa etária, com que modalidades desportivas, com ajuda de que formas de treinamento ou execícios, e em que condiçóes circunstanciais? (SINGER e H A A S E , 1975).

Já THOMAS (1983), coloca que a análise cientifica da correlação entre esporte e personalidade e suas conclusfbes para o treinador, atleta e professor de Educação Física vai depender do resultado do problema da utilidade do conceito de "trait"

(característica pessoal), ou seja, a disponibilidade de conceitos de personalidade alternativos tão importantes para a pesquisa da personalidade: "Será suficiente incluir disposiçòes de comportamento (states) si tu.'» tivas. variáveis, limitadas no tempo, ao lado do efeito de um traço da personalidade constante, passando assim a conceitos de pesquisa mais complexos, como já se tentou?".

Considerando então, as afirmações entre os diversos autores sobre a relação entre esporte e personalidade, será que existem diferenças de persona1 idade entre atletas de esportes

individuais e atletas de esportes coletivos?

Segundo SINGER (1975), a crença popular sustenta que os competidores de esportes individuais (ginastas, mergulhadores, nadadores e jogadores de golfe) são mais

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introvertidos e auto-centrados do que esportistas de equipe que são mais extrovertidos e socialmente orientados. Existem aqueles que pensam que ós lutadores e os jogadores de futebol são mais hostis e agressivos que os arqueiros, jogadores de tênis, jogadores de golfe e ginastas. Freqüentemente elas são frustradas quando um esportista pratica dois esportes, tais como tênis e luta livre. Todavia, tendemos a atentar para o tipo físico, eventos esportivos e esportistas de sucesso, e tentamos relacionar tais fatores e variáveis de personalidade.

SACK (1982, citado por THDMAS, 1983), analisou os dados empíricos com questües especificas, tais como, se há alguma diferença entre atletas das diversas modalidades desportivas no que concerne às características da personalidade? Segundo ele, é raro encontrar divergências significativas entre atletas das diversas modalidades desportivas. Pode-se afirmar com certeza que as diferenças de personalidade entre atletas das diversas modalidades desportivas é menor do que aquelas entre atletas e não atletas e seria ainda maior entre os atletas das várias modalidades desportivas. Mantém-se o grau de variação dos resultados obtidos.

BIERFHOFF-ALFERMANN (1974, citado por T H O M A S , 1983), em sua análise das relaçOes do esporte com as variáveis da personalidade, cita que os atletas versus não-atletas, atletas bem sucedidos versus atletas mal sucedidos, participantes de

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diversas modalidades de esporte entre si distinguem-se por determinado padrão de personalidade, mas que não "se explica"

pelo esporte e sim por uma terceira variável, por exemplo, a origem social, ou o estilo de educação. Isso significa que nem o esporte influencia a persona 1 idade, nem determinados padrÊJes de personalidade determinam a prática de certas modalidades desportivas; há, isto sim, uma terceira variável que determina ambos".

Segundo SINGER (1975), a aceitação do ponto.de vista, de que existem personalidades distintas entre atletas de esportes diversos e que dentro de um dado esporte há níveis diferentes de proficiência, é muito comum no mundo esportivo hoje. Esta, no entanto, não ocorre entre pesquisadores. Esta crença tem sido confirmada e defendida pelas obras e esforços de dois psicólogos do Estado de San Jose, Bruce Ogilvie e Tom Tutko. Eles desenvolveram uma extensa bateria de testes de personalidade a partir dos já existentes. Numerosos atletas de ambos os sexos e de todos os níveis de competição foram testados.

OGILVIE (1967, citado por SINGER 1975), está convencido de que "o competidor do sexo masculino é, basicamente, uma pessoa emocionalmente saudável, que atende à extroversão. Ele é mentalmente forte, auto-assertivo, auto- confiante, com uma enorme capacidade de resistir ao stress de competiçües de alto nível". Além disso, ele sugere que "o

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(atleta do sexo masculino) procurará conduzir uma vida mais estruturada e viver de uma maneira socialmente desejável".

□ psicólogo dos esportes inglês, JOHN KANE (1965, citado por SINGER, 1975), afirmou que "existe agora uma quantidade crescente de evidências acuradas disponíveis relacionando a capacidade esportiva com dimensóes de parsonalidade. "Ele prossegue indicando que "medidas de personalidade ou traços de "agressão", "controle",

"persistência", "impulso", "confiança" e "extroversão geral"

tem sido encontrados mais freqüentemente associados ao sucesso nas habilidades esportivas".

Para SINGER (1975), a tentativa de associar traços de personalidade com interesses e realizaçEfes esportivas é, certamente, fascinante. Tentar verificar através da ciência apuilo que tem sido popularmente concebido é bastante compreensível. Mas o que tem sido provado exatamente?

Se alguém acumulasse todos os dados coletados até então acerca do tópico, provavelmente concluiria que existem algumas diferenças nos traços de persona1 idade entre grupos desportivos, mas que elas não podem ser especificadas de uma forma conveniente e significativa. A maioria das investigaçòes revela um ou dois traços de personalidade que tendem a distinguir os grupos de atletas testados. Não tem havido um número suficiente de estudos que permita quaisquer conclusòes seguras. Além disso, não há consistência suficiente entre os

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resultados abtidos. As tendências ainda não são bastante claras, diferenças obtidas em um estudo particular podem ser associados aos métodos particulares de seleção dos sujeitos e a características particulares dos esportistas, á natureza dos grupos comparados ou ao tipo de teste de persona1 idade usado e aos meios selecionados para analisar os resultados dos testes.

□s traços e perfis de personalidade, segundo SINGER (1975), revelados dependerão dos testes de persona1 idade e meios de avaliação estatística empregados. Inventários auto­

biográficos são os mais freqüentemente usados na pesquisa nesta área. Muitos e variados testes de persona1 idade deste tipo existem no mercado e são encontrados. Investigadores usam meios convenientes ou aqueles que eles pensam ser os melhores, mas no processo de seleção é difícil comparar os dados de um estudo e de um teste de personalidade com um outro estudo, e mesmo com um outro teste de personalidade. A maioria dos instrumentos usados na pesquisa atual acerca de personalidade é do tipo auto-relato e, por isso, a honestidade dos sujeitos está sempre em questionamento.

THQMAS (1983), coloca que há ainda o problema da representatividade das amostragens das pessoas pesquisadas, referentes a todos os atletas em geral, a todos os atletas de determinada modalidade ou prova desportiva ou pelo menos de determinada classe (grupo de performance). VANECK E H0SEK(1977) verificaram que nenhum dos métodos análogos de pesquisas foi

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testado e verificado em amostragens representativas da população desportiva. Eles reuniram os problemas mais importantes nas pesquisas das influências do esporte sobre as características da personalidade, da seguinte maneira:

(1) O papel social da pessoa experimental

Ao contrário das pessoas que se sujeitam normalmente às pesquisas de diagnósticos da personalidade (por exemplo, pacientes com perturbações psíquicas, candidatos a emprego, etc), os atletas consideram as pesquisas psicodiagnósticas como perturbadoras e interferentes em sua personalidade. Esta predisposição negativa comumente observada para tais pesquisas, naturalmente, altera os resultados dos testes.

(2) A especificidade das atividades desportivas

A intensidade do treinamento representa pesada carga físi ca e psíquica que prejudica bastante o equilíbrio vegetativo do atleta. Conseqüentemente, alguns fatores que se pensa poder determinar por questionários (formulários impressos) ligados, por exemplo, ao nervosismo e ao medo, perderam sua validade para o esporte. Isso vale, sobretudo, para sintomas como sudorese, cansaço, diminuição da performance, falta de ar, sensação constante de fome. (Alguns autores trataram minuciosamente esses fatores). Formulários impressos, estandardizados naamostragem de uma população comum, não podem ser usados sem mais nem menos para determinar

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qualidades da personalidade de atletas de competição de alto n í v e l .

(3) A singularidade da personalidade do atleta de competi­

ção de alto n í v e l .

A tendência mais elevada ao medo e á desconfiança verificados em muitas pesquisas, possivelmente, são menos um adjetivo da personalidade de que o resultado do esforço permanente em manter um nível elevado de performance, isto em constante confrontação com o adversário.

(4) A pouca homogeneidade dos grupos esportivos.

Trata-se aqui da dificuldade de se encontrar uma amostragem realmente representativa da população total dos atletas.

(5) A definição do termo "atleta"

Deve-se entender como "atleta" toda pessoa que pratica o esporte regularmente (incluindo-se também o esporte de lazer) ou apenas o praticante do esporte de competição de alto nível?

(6) O número reduzido de atletas de e l i t e .

Examinando-se apenas os atletas de elite por acreditar— se que as influências do esporte se manifestam neles com mais vigor, o número de examinados restringe-se geralmente a um reduzido grupo de pessoas, o que dificulta, por quest&es metodológicas, a validade do exame.

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(7) ft dependência da cultura dos métodos psicodiagnósticos Sob o aspecto internacional, existe uma série de processos

de testes psicodiagnósticos com os quais, em parte, são obtidos resultados bastante satisfatóri o s . Mas estes processos, em geral, aplicam-se a pessoas experimentais estandardizadas por um círculo cultural definido dentro de determinado grupo populacional de uma nação, sendo difícil sua tranfer?ncia para condições diferentes de outra nação. Assim, por exemplo, pesquisas minuciosas revelaram que os testes de personalidade desenvolvidos e estandardizados nos EUA não são transferidos às condições européias.

A análise de VANEK e HÜSEK demonstrou claramente que um raciocício crítico primário da metodologia faz sugerir dúvidas se as supostas influências do esporte na marcação da personalidade existem de fato e resistem a um reexame empírico.

Além disso, como coloca THDMAS (1983), muitas vezes considera-se que a prova empírica do efeito da atividade desportiva sobre a personalidade só pode ser garantida quando se leva em conta que o indivíduo já foi suficientemente pré- marcado até o momento do início da atividade pelo histórico de sua socialização. Deve-se considerar, ainda, as possibilidades de influências e modificações condicionadas ao desenvolvimento psicológico em determinada faixa etária ou fase do desenvolvimento. Nisto desempenham papel importante as condições socializantes fora do esporte que podem atuar na

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mesma direção ou em direção oposta, e que atuem em alternância com as qualidades da personalidade do atleta e seu campo de ação e de vivência.

Segundo HARRIS (1980), um instrumento para medir traços permanentes da personal idade é o CATTELL 16PF.

Este teste avalia as 16 dimensbes da "Significação Psicológica Real" (CATTELL, 1972), obtendo-se assim uma análise completa de persona 1 idade.

CATTELL também considera que estes 16 fatores são independentes uns dos outros, devido à correlação existente entre eles ser muito fraca.

CRATTY (1984), considera que os testes de personalidade tradicionais estão sendo, no presente, cuidadosamente examinados por aqueles interessados no comportamento e seus fundamentos emocionais dentro de um contexto esportivo.

Finalmente, conforme THOMAS (1983), o desenvolvimento de processos de pesquisa para descobrir características da personalidade especificas do esporte em conexão com uma transição na teoria da personalidade promete um progresso diante dos esforços atuais. As pesquisas nesta direção deixam esperar que se possa determinar influências do engajamento no esporte sobre uma mudança nos conceitos, nas estruturas de valores e no autoconceito individual, por exemplo, desde a imaginação subjetiva da própria capacidade de performance até o

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corpo propriamente dito. Também o modo de trabalho cada vez mais individualizado, clinico-psicológico e ideográfico presta- se para aprender as modificaçòes que se processam no atleta com referência ao esporte.

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4.2 DEFINIÇÃO DE TERMOS

(1) Análise Fatorial: Técnica estatística para reduzir correlaçfâes entre grande número de variáveis a um número menor de fatores significativos.(MCK N N E Y ,1986)

(2) Atletas É qualquer pessoa que participa com certa regularidade de um esporte ou variedade de esportes e consegue um relativo sucesso.

(3) Atleta de alto nível ;Sê(o atletas pertencentes a equipes de alto rendimento.

(4) Personalidades é o conjunto de atitudes e comporta­

mentos habituais da pessoa, ante as diversas situaçfâes que a vida lhe apresenta.(HURT A D O ,1991)

(5) Socializacãos O processo pelo qual as atitudes, crenças, valores e comportamentos de uma pessoa recebem a influência de o u t r a s .(S T RGMMEN, 1986)

(35)

(6) Teste de Personali­

dade;

(7) T r a ç o :

(8) T ransferência;

Um dispositivo de estimulo padronizado, que permite obter e registrar reaçóes

globais da individualidade,

fundamentalmente motivados pelas tensões afetivo-conativas e capazes de proporcionar elementos para um diagnóstico e um prognóstico de compor—

tamento.(MIRA Y LOPES, 1974) .

Uma causa ou tendência mais geral ou mais profunda do comportamento, que leva à consistência e generabi1 idade do comportamento.(KLEINE, 1986)

Indica o fato de haver uma melhora da performance, quando houve antes o exercício e o treinamento sistemática de uma funçòlo seme 1 han te . ( THOMAS , 1983)

(36)

5 HIPÓTESE

Hi Existe um padrão definido no perfil de personalidade em atletas de esportes individuais e coletivos.

(37)

h PREMISSAS

(1) Observa-se que existe um comportamento padrão de personalidade dentro das atividades coletivas e individuais.

(2) Observa-se através da literatura a comprovação de que existe semelhança no perfil de personalidade de indivíduos em esportes coletivos e, semelhanças no perfil de personalidade em individuos em esportes individuais.

(38)

7 Metodologia

7.1 Caracterização da Amostra

A amostra foi composta por 10 atletas de voleibol, 10 de basquetebol, 10 de handebol, 10 de futebol de salão, 10 de judô, 10 de karatf, 10 de natação, 10 de atletismo, perfazendo 80 atletas divididos em 8 grupos de especia1 idades diferentes.

Estas 8 amostras de 10 atletas correspondem aos melhores de sua especialidade em Curitiba de acordo com suas respectivas Federações.

7.2 Instrumento

Foi utilizado para a avaliação da personalidade dos atletas o teste 16 P.F. do R.B. C A T T E L L .

□ questionário deste teste consta de 187 perguntas de múltipla escolha (3 hipóteses), sendo que o examinando deverá escolher apenas uma, que identifica mais com sua maneira de s e r .

Este teste tem como vantagem a economia de tempo, e avalia as 16 dimensões da "Significação Psicológica Real"

(CATTELL, 1972), obtendo-se assim uma análise completa da persona1 i dade.

(39)

7.3 Análise Estatística

Para avaliação dos resultados foi utilizado a percentagem dos escores em cada fator de persona1idadi ■, comparando—os entre <is atletas de esportes individuais e atletas de esportes coletivos

7.4 Proced imen tos

Para a aplicação do instrumento de pesquisa, o teste 16 P.F. de CATTELL, considerou-se as seguintes etapas:

a) Contato com as Federações das diversas modalidades esportivas, para indicação dos locais para a aplicação do teste.(vide ítem 1.2.1)

b) Contato com os técnicos para marcar o horário da aplicação do teste.

c) üs atletas foram orientados sobre o objetivo da pesquisa e sobre a decisão se participariam ou não da testagem.

d) Para a testagem, os atletas foram agrupados em grupos de no mínimo cinco e no máximo dez, sendo que a duração da aplicação do teste ficou em torno de 40 a 60 minutos.

(40)

8 Análise de Dados

Através das informações fornecidas pelos quadros le 2 podemos verificar os seguintes resultados nos 16 fatores primários e nos 4 fatores secundários, do Teste 16 P.F. de CATTELL.

FATORES PRIMÁRIOS

FATOR "A"

Reservado versus aberto

Os resultados apresentados nos quadros 1 e 2 demonstram uma tendência dos atletas de esportes coletivos

í

voltarem-se para as classes centrais (70'/.), assim como nos atletas de esportes individuais a concentração dos valores também foi nas classes intermédias, não apresentando tendência significativa para quaisquer dos pólos, existindo nos dois grupos um equilíbrio entre a atitude reservada e a atitude mais aberta

(41)

Neste fator os resultados apresentados nos quadros 1 e 2 nos dão valores que se assemelham entre os atletas de esportes individuais e coletivos, quer a nível estatístico quer na distribuição por classes.

Estes resultados nos sugerem uma tendência de ambos nas classes intermediárias, o que podemos concluir que o fator inteligência não é predominante nem significativo para diferenciar um atleta de esporte individual de um atleta de esporte coletivo.

FATOR "C"

Hipersensibi1 idade versus Calmo

Este sfator apresenta-se também tastante equilibrado, com predominância nas classes centrais, demonstrando que tanto atletas de esportes individuais, quanto atletas de esportes coletivos tem uma tendência para um comportamento entre a estabilidade emocional e a hipersensibi1 i dade.

F A T O R "B"

Me nos Inteligente v e r s u s Mai s Inteligente

(42)

Os resultados deste fator apresentam nos atletas de esportes individuais 74,37. dos valores nas classes superiores, demonstrando tendência para uma atitude de domínio. Nos atletas de esportes individuais os valores concentram-se nas classes intermediár ias , (807.) , demonstrando uma ligeira tendência para a atitude de domínio.

F A T O R "E"

S u b m i s s o v e r s u s Do m í n i o

FATOR "F"

Moderado versus Expansivo

Neste fator também não há diferenças significativas entre atletas de esportes individuais e coletivos, pelo contrário, ambos apresentam predominância nas classes centrais, sendo que os atletas de esportes individuais possuem 76,87. e os atletas de esportes coletivos 757.. Isto demonstra uma atitude equilibrada entre o comportamento expansivo e o moderado, nas duas classes de atletas.

(43)

Os dados deste fator demonstram que os atletas de esportes individuais e coletivos não apresentam características bem definidas, havendo um equilíbrio entre os pólos superior e inferior. Nos atletas de esportes individuais 877. e nos atletas de esportes coletivos 857..

FATOR ,,H"

Tímido versus Sociável

Os resultados neste fator realçam-nos uma concentração de 907. dos atletas de esporte coletivos nas classes centrais e uma distribuição bastante dispersa dos atletas de esportes individuais pelas cinco classes, com tendência às classes centrais 75,97.. A partir destes dados conclui-se que não existem diferenças significativas entre os atletas, sendo que ambos apresentam um comportamento entre o sociável e o tímido.

F A T O R "G"

N e g l i g e n t e v e r s u s P e r s e v e r a n t e

(44)

Nos resultados observados, a amostra revela uma concentração dos valores tanto dos atletas de esportes individuais (76,87.), quanto dos esportes coletivos (957.), nas três classes centrais. Com isto, podemos concluir que ambos se encontram equilibrados entre os dois pólos deste fator.

FATOR "L"

Confiança versus Desconfiança

Os dados deste fator apontam, nos dois casos, para uma ligeira tendência superior. Sendo 657. nos atletas de

^sportes coletivos e 717. nos atletas de esportes individuais.

Isto nos leva a concluir que ambos apresentam uma tendência para atitudes de obstinação e desconfiança.

FATOR “M"

Prático versus Imaginativo

Os resultados deste fator apresentam nos atletas de esportes individuais uma concentração nas classes centrais (877.) demonstrando equilíbrio entre os dois pólos. Verificando- se o mesmo com os atletas de esportes coletivos que apesar de

F A T O R ”1"

Realista v e r s u s Sensível

(45)

apresentarem uma distribuição bastante dispersa pelas cinco classes, existe uma tendência para as classes centrais de 77,5'/.. Demonstrando em ambos, equilíbrio entre a atitude prático-formal e imaginativa.

FATOR "N"

Ingenuidade versus Perspicácia

Nesta dimensão de persona1 idade podemos observar tendência de ambos os grupos de atletas para valores nas classes centrais. Nos atletas de esportes individuais 79,37. e para os atletas de esportes coletivos 82,57., caracterizando-se por um comportamento de equilíbrio entre a perspicácia e a ingenuidade.

FATOR “O"

Calmo versus Ansioso

Embora em ambos os grupos apresentarem uma divisão pelas cinco classes, há uma tendência nos atletas de esportes individuais em concentrar os valores nas classes centrais, 74,27., podendo assim deduzir que os sujeitos testados se caracterizam por uma atitude entre a ansiedade e a serenidade.

Já nos atletas de esportes coletivos, 657. tendem para o polo superior denotando um comportamento ansioso.

(46)

Também neste fator existe uma tendência dos dois grupos em concentrar os valores nas classes centrais, 957. nos esportes coletivos e 84,57. nos esportes individuais, isto leva a concluir que ambos os atletas apresentam um equilíbrio entre o comportamento conservador e inovador.

FATOR "Q3 "

Dependente do grupo versus Independente do grupo

Nesta dimensão de personalidade, observa-se uma tendência dos atletas de esportes coletivos 72,57., e dos atletas de esportes individuais 76,9/i, para as classes centrais, demonstrando um equilíbrio entre a dependência e a independência em relação ao grupo.

FATOR "Q3 “

Incontrolado versus Controlado

0 fator "Q3 " do teste de personalidade mostra uma tendência dos dois grupos para as classes centrais, sendo nos atletas de esportes individuais 74,27. dos valores e nos atletas de esportes coletivos 757.. A partir da análise efetuada podemos

F A T O R “O i "

Conse r v a d o r v e r s u s Inovador

(47)

referir que, ambos os grupos denotam uma tendência para o comportamento entre o, incontrolado e controlado nas relaçbes sociais.

FATOR "GU"

TeasSo enérgica fraca versus Tensão enérgica elevada

Os resultados apresentados neste fator denotam uma tendência de ambos os grupos para o pólo superior, nos atletas de esportes individuais 71,77. e nos atletas de esportes coletivos 72,57., caracterizando um comportamento voltado para a tensão enérgica elevada.

FATORES SECUNDÁRIOS

FATOR ,,QI"

Introversão versus Extroversão

Este fator nos dá valores muito idênticos entre os dois grupos, voltados para os pólos centrais sendo 857. dos atletas de esportes coletivos e 717. dos atletas de esportes individuais, isto leva a concluir que ambos os atletas apresentam um equilíbrio entre o comportamento de introversão e extroversão

(48)

Este fator apresenta-se também bastante equilibrado, faz-se notar a grande predominância dos resultados nas três classes intermédias. Atletas de esportes individuais 797. e atletas de esportes coletivos 807..

Podemos concluir que o fator adaptação ansiedade não é predominante nem significativo para diferenciar um grupo do outro.

FATOR - Q l i r

Emotividade versus Dinamismo

No presente fator os atletas de esportes individuais apresentam maior tendência para o pólo superior 71,77., para uma atitude dinâmica. No que diz respeito aos atletas de esportes coletivos, os resultados dão-nos valores muito equilibrados.

Estes encontram-se repartidos, essencialmente, pelas zonas intermédias 907., com ligeira tendência para o pólo superior.

Conseqüentemente, concluimos a existência de um equilíbrio entre a atitude emocional e a atitude dinâmica.

F A T O R " Q H "

A d a p tação v e r s u s A n s i e d a d e

(49)

Submissão versus Independência

Neste fator tanto os resultados dos atletas de esportes individuais 89,67, quanto dos atletas de esportes coletivos 92,57., encontram-se nas classes intermédias, evidenciando em ambos os grupos um equilíbrio entre a atitude de submissão e a atitude de independência.

F A T O R "QIV"

(50)

9 Interpretação dos Dados

Na apresentação dos resultados, constatados no teste 16 P.F. de CATTELL, podemos observar:

I. Nos 16 fatores primários do teste, a maioria dos resultados encontram-se nas classes intermédias (médio inferior, médio e médio superior) demonstrando que em ambos os grupos de atletas de esportes individuais e coletivos, caracterizam-se, na generalidade por um equilíbrio entre os fatores, não apresentando diferenças significativas a serem analisadas.

II. Nos Esportes individuais há, uma tendência dos atletas no fator "E" apresentarem um comportamento mais independente, agressivo, obstinado e de domínio. Outra tendência ressaltada, no fator "L", nos atletas de esportes individuais, é de uma atitude de desconfiança, obstinação em suas opiniòes e interesse na vida mental e interior. No fator "GU", os atletas de esportes individuais, demonstram um comportamento mais tenso, inquieto, impaciente apresentando em relação a grupos, certa dificuldade no grau de unidade, de ordem e liderança.

III. Nos Atletas de Esportes Coletivos, assim como nos esportes individuais, no fator "L", o comportamento tende a ser de desconfiança, obstinação em suas opinibes e com interesse na vida mental e interior. No fator há propensão a um comportamento apreensivo, preocupado, com tendência a

(51)

sentimentos de angústia quando em dificuldades. Também como está presente nos atletas de esportes individuais, no fator

"Q*" nos atletas de esportes coletivos, o comportamento apresenta-se mais tenso, inquieto, impaciente, com certa dificuldade no grau de unidade, de ordem e liderança em relação a grupos.

IV. Nos fatores secundários, que correspondem a quatro amplos fatores que consistem: 1 ajustamento x angústia; 2 introversão x extroversão; 3 brandura emocional x aprumo vivaz (personalidade empreendedora) e, 4 sujeição x independência, não foram observados através dos resultados diferenças significativas, havendo, assim como nos fatores primários equilíbrio entre os fatores, sem a tendência de um pólo ou o u t r o .

V. O único fator observado com valores mais elevados, foi o fator "QIII", nos atletas de esportes individuais, apresentando uma personalidade mais empreendedora, resoluta e impertubável.

Em geral tanto os resultados dos fatores primários, quanto dos fatores secundários do Teste 16 P.F. de CATTELL não apresentaram diferenças significativas no perfil de personalidade em atletas de esportes individuais e coletivos.

(52)

Conclusões e Recomendações

Os resultados obtidos de uma população de 80 atletas, 40 de esportes individuais e 40 de esportes coletivos, com idade entre 15 e 18 anos, submetidos ao Teste de Personalidade 16 P.F. de CATT E L L , nos permite concluir que não existe, neste grupo testado, um padrão definido no perfil de personalidade nestes atletas que praticam esportes individuais e coletivos, hipótese principal deste estudo.

Algumas tendências de comportamento foram constatadas em ambos os grupos, mais são muito pequenas para se concluir que há uma diferença significativa de padrão de personalidade entre um grupo e outro. Ao contrário, constatam-se muitas semelhanças no perfil de persona1 idade entre os atletas de esportes individuais e coletivos.

Dessa forma recomendamos que novos estudos sejam realizados para evidenciar a hipótese de existência de um padrão definido de personalidade em esportes individuais e um padrão de personalidade definido em esportes coletivos considerando os seguintes fatores:

(1) Aumento do universo da pesquisa, e

(2) Aumento da faixa etária dos atletas testados.

(53)
(54)

ESPORTES INDIVIDUAIS

?atores INFERIOR

B-X-2 MeDIO i n f e r i o r

3 - 4 MeDIO

5 MeDIO SUPERIOR

6 - V

A 2,56X 30, VX 28, 2X 28 ,2X

B 2, 56X 48, 7X XV,9X XV, 9X

C X5, 4X XV, 9X 43, SX

: E 2 ,56X 10,25X X2 ,8X 46, XX

F 2,56X 12,82X 23, 0X 4X ,0X

G S, XX » 38, 4X X2 ,8X 35, 8X

H X2,8x XV, 9X 23, 0X 35 ,8X

I X5, 3X 28, 2X 23, 0X 25 ,6X

L 5, XX V, 6X X5, 3X 38 ,4X

M 28, 2X X5, 3X 43, SX

N X5, 3X 20, SX 43, SX

O 2.56Z XV, 9X XV, 9X 38, 4X

Q1 2, 56X 23, 0X 20, SX 4X ,0X

Q2 X7,9X 28 ,2X 20, SX 28, 2X

Q3 — .— 30, VX 20, SX 23 .0X

Q4 — .— 10, 2x XV, 9X 43, SX

Q I 5, 0X X5, 3X X5, 3X 4X ,0X

Q II 5 ,0X X5, 3X X5 ,3X 48, VX

Q U I 2,56X V,6X XV, 9X 43, SX

QIU 2 ,56X XV,9X 25,6X 46, XX

Q U A D R O X

(55)

ESPORTES COLETIUOS

'atores INFERIOR

0—1 — 2 MeDIO INFERIOR

3 - 4 MeD IO

5 MeDIO SUPERIOR

6 - 7

A 5X 12, 5X 25,0/ 32 .5VC

B 15VC 32, 5X 17, 5/ 27, 5/

C 20, 0% 22, 5VC 45 ,0VC

E 2 ,5X 12, 5X 30, 0X 37, 5VC

F 2 ,5 VC 10, 0VC 25 ,0/ 40, 0VC

G J.0JÍ 42, 5vc 12, 5X 30, 0VC

H — .— 22 ,5X 15 ,0X 52 ,5VC

I 25,0/i 30, 0/ 40, 0VC

E 7,5X 20, 0>: 7, 5/ 40, 0VC

ti 12,5X 30, 0X 15 ,0/ 32 ,5VC

H 2, 5VC 37, 5X 10, 0/ 35, 0/

O 2 ,5Z 15, 0VC 17, 5/, 37 ,5VC

Ql 2, 5VC 32,5X 20, 0/ 42, 5 VC

Q2 15, 0'/ 37, 5it 22 .5/. 12 ,5 VC

Q3 — .— 25, 0Z 10, 0/ 40, 0VC

Q4 """■ 12, 5X 15 ,0/ 52 ,5VC

QI m 25, 0X 15, 0VC 45, 0VC

QI I 2, 5/. 20, ex 10, 0/. 50, 0VC

q u i m 15,0/. 27 ,5/ 47 ,5Z

QIU 5, 0VC 30, 0Z 22 ,5 VC 40, 0VC

Q U A D R O 2

(56)

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Referências

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