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DECISÃO DA CÂMARA ESPECIALIZADA DE ENGENHARIA ELÉTRICA Nº 302 CEEE/SE Nº. 105/2017 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CEEE/SE. DECISÃO

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DECISÃO DA CÂMARA ESPECIALIZADA DE ENGENHARIA ELÉTRICA

REUNIÃO ORDINÁRIA:

DECISÃO DA C. ESPECIALIZADA:

PROCESSO:

INTERESSADO:

Nº 302

CEEE/SE Nº. 105/2017

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CEEE/SE.

EMENTA: PROCEDER AO REGISTRO DE EMPRESÁRIOS LEIGOS (EMPRESA INDIVIDUAL DE LEIGO) NOS CASOS ANALISADOS PELA CEEE, EM RAZÃO DO QUE DISPÕEM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI Nº 5.194/66

DECISÃO

A Câmara Especializada de Engenharia Elétrica, apreciando o registro de empresário individual, considerando o art. 5º, XIII, da Constituição Federal do Brasil que diz: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.”, combinado com a Lei 5.194 /1966 que em seus artigos 8º, 59 e 60, diz: “Art.

8º- As atividades e atribuições enunciadas nas alíneas "a", "b", "c", "d", "e" e "f" do artigo anterior são da competência de pessoas físicas, para tanto legalmente habilitadas. Parágrafo único - As pessoas jurídicas e organizações estatais só poderão exercer as atividades discriminadas no Art. 7º, com exceção das contidas na alínea "a", com a participação efetiva e autoria declarada de profissional legalmente habilitado e registrado pelo Conselho Regional, assegurados os direitos que esta Lei lhe confere. Art. 59 - As firmas, sociedades, associações, companhias, cooperativas e empresas em geral, que se organizem para executar obras ou serviços relacionados na forma estabelecida nesta Lei, só poderão iniciar suas atividades depois de promoverem o competente registro nos Conselhos Regionais, bem como o dos profissionais do seu quadro técnico. § 1º- O registro de firmas, sociedades, associações, companhias, cooperativas e empresas em geral só será concedido se sua denominação for realmente condizente com sua finalidade e qualificação de seus componentes. § 2º- As entidades estatais, paraestatais, autárquicas e de economia mista que tenham atividade na engenharia, na arquitetura ou na agronomia, ou se utilizem dos trabalhos de profissionais dessas categorias, são obrigadas, sem qualquer ônus, a fornecer aos Conselhos Regionais todos os elementos necessários à verificação e fiscalização da presente Lei. § 3º- O Conselho Federal estabelecerá, em resoluções, os requisitos que as firmas ou demais organizações previstas neste Artigo deverão preencher para o seu registro; Art. 60 - Toda e qualquer firma ou organização que, embora não enquadrada no artigo anterior, tenha alguma seção ligada ao exercício profissional da Engenharia, Arquitetura e Agronomia, na forma estabelecida nesta Lei, é obrigada a requerer o seu registro e a anotação dos profissionais, legalmente habilitados, delas encarregados., e, considerando a necessidade em se garantir o livre exercício da profissão, que, como se vê, está condicionado ao preenchimento do requisito da formação técnica, sem nenhuma restrição ou limitação ao registro de contrato de responsabilidade técnica; considerando a Lei 5.194 /66, a Resolução n. 336/89 do CONFEA naquilo que ela não exorbite de suas competências em termos de ato infralegal; considerando

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que a Decisão Nº: PL-1230/2007 autoriza os Creas a proceder ao registro de Empresários leigos (empresa individual de leigo) nos casos de produção técnica ou especializada, tais como industrialização, fabricação, instalação, montagens, manutenção, locação e vem das, observada as demais exigências legais; considerando que a expressão “tais como “ tem caráter exemplificativo e não restritivo; considerando que na mesma decisão o Confea assim se manifestou: [...]

Considerando o parecer do conselheiro Sérgio Maurício Mendonça Cardoso transcrito abaixo:

Com o advento do novo Código Civil Brasileiro, a denominação deixa de firma individual deixa de existir. Daqui para frente toda a “firma individual” passa a ser considerada “empresário individual”.

Para o profissional liberal há uma exceção, essa é a dicção do art 966 do NCC:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

O elemento de empresa refere-se à atividade desenvolvida pela empresa, isto é, faz parte do seu objeto social e de sua estrutura organizacional para atuar.

O empresário individual somente pode adotar firma que deverá ter como base o seu nome civil, podendo ser abreviado ou não na composição do nome empresarial, agregando-se ou não o ramo de atividade do mesmo.

Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade."

Assim, à luz do novo Código Civil, um engenheiro que preste pessoalmente seus serviços, mesmo tendo um escritório com empregados que o auxiliem, não é considerado empresário e sim

“autônomo”. Porém se a atividade desenvolvida é elemento de empresa, o profissional é considerado empresário e como tal deve se registrar no Registro Público de Empresas Mercantis.

“A priori, o empresário individual e as sociedades em que existem sócios de

responsabilidades ilimitadas utilizam, como nome empresarial, firma ou razão social, contendo o nome civil, por extenso ou abreviado, do empresário individual, e o nome ou nomes civis do sócio ou sócios de responsabilidades ilimitada, nas firmas das sociedades, adicionados, ou não, da locução e Companhia".

Joseph Robert Terrell Alves da Silva

Segundo FÁBIO ULHOA COELHO "quando se trata de empresário individual, o nome empresarial

pode não coincidir com o civil; e, mesmo quando coincidentes, o nome civil e o empresarial têm

naturezas diversas, o nome civil tem natureza jurídica personalíssima e o nome comercial

natureza jurídica patrimonial".

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A questão do registro da empresa individual está em estabelecer-se ou não diferença entre pessoa física (empresário) e pessoa jurídica (empresa individual) e entre responsabilidade civil e responsabilidade técnica.

O entendimento do Confea, consubstanciado na PL 712/2001 é “pela impossibilidade da transferência total ou parcial da responsabilidade técnica do titular da firma a outro profissional”.

Afirma a PL que “a Firma Individual e a pessoa do seu titular é uma única pessoa”. Se ficar demonstrado que é possível outro entendimentos a conclusão será que há possibilidade de registro de uma empresa individual, desde que ela contrate um profissional habilitado como responsável técnico.

A PL 3725/2003 reitera essa posição incorrendo nos mesmos erros quando afirma que não é possível a transferência da responsabilidade técnica do titular da firma para outro. Ora responsabilidade técnica existe por obra ou serviço, não pela empresa, por esta forma de raciocínio um conjunto de leigos (empresa coletiva) também não poderia transferir tal responsabilidade técnica.

“FIRMA INDIVIDUAL

Conceito: É chamada assim porque não é sociedade, é uma empresa de uma só pessoa. O empresário (pessoa física) e a empresa (pessoa jurídica) têm uma identificação bastante forte.

Responsabilidade: A sua responsabilidade é sempre ilimitada, isto é, responde ele não só com os bens da empresa, mas também com todos os seus bens particulares.

Nome: Razão individual. É facultado o uso de nome de fantasia.”

Luciano L. da Costa

A pessoa física equipara-se a pessoa jurídica quando:

a) em nome individual, explore, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiro de bens ou serviços, quer se encontrem, ou não, regularmente inscritas no órgão do Registro de Comércio ou Registro Civil, exceto quanto às profissões de que trata o art. 150, § 2º, do RIR/1999 (serventuários de justiça, tabeliães, corretores, leiloeiros, despachantes etc);

http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2003/Perguntas

Assim do ponto de vista fiscal a empresa individual se equipara a pessoa jurídica, ou seja, sua responsabilidade fiscal é de pessoa jurídica, possuindo inscrição no CNPJ.

Ora vislumbra-se a possibilidade concreta de uma empresa individual se equiparar a pessoa jurídica para fins de fiscalização no sistema, bastando uma resolução que defina os parâmetros e as condições de registro.

Mais uma vez ressalte-se que a responsabilidade ilimitada e que se confunde com a pessoa

física, no caso de empresa individual é a responsabilidade civil e não a responsabilidade

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técnica que pode ser transferida para um profissional habilitado e registrado mediante regulamentação por parte do Confea.

Embora não exista ainda tal regulamentação é entendimento desta câmara que é possível o registro pleiteado, dados os argumentos aqui apresentados e pela certeza que uma PL do Confea não pode sobrepujar a legislação Federal Civil e Tributária. O conceito de Responsabilidade Técnica é que é equivocado e totalmente desconexo com a realidade. Já existem inclusive diversas decisões judiciais concedendo o registro.

considerando o brilhante parecer da Dr. Elaine Felizola, Assessora Jurídica do Crea/SE, aqui transcrito integralmente, e que balizou o entendimento do GT EPP – Grupo de Trabalho Empresa de Pequeno Porte, constituída através da Decisão PL 74/2016 – Crea/SE, parecer este que fundamentou o acatamento de registro de empresas constantes dos Processos/Protocolos nº 1655262/2015 – Casa Nova Construções - Eireli; 1669274/2016 – Vulcania Serviços Topográficos - Eireli; 1662483/2015 – Adriana Ribeiro de Souza - ME: Verbis: O Plenário do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Sergipe - CREA/SE, criou o Grupo de Trabalho da PL 1.230/2007, com consequente encaminhamento dos processos em andamento junto ao Regional para manifestação da Assessoria Jurídica assim o fazendo nos seguintes termos: O art. 11 da Resolução nº 366, de 27 de outubro de 1989, do Confea que dispõe sobre o registro das pessoas jurídicas nos Creas estabelece: “Somente ao profissional habilitado é facultado constituir-se em firma individual para a prestação de serviços profissionais, ou execução de obras, desde que proceda oi registro no Crea, nos moldes desta Resolução.” É sabido que o Confea possui, por força do art. 27, alínea “f” da Lei nº 5.194 de 24 de dezembro de 1966, competência normativa para regulamentá-la.Art. 27. São atribuições do Conselho Federal:....]f) baixar e fazer publicar as resoluções previstas para regulamentação e execução da presente lei, e, ouvidos os Conselhos Regionais, resolver os casos omissos;No entanto, esse poder normativo não é pleno, visto que suas atribuições esbarram nas limitações legais, não podendo, por meio de simples resolução ir além ou independentemente da lei (praeter legem) ou ir contra a lei (contra legem). A Resolução deve servir para a fiel execução da lei, atuando secundum legem. Nesse sentido, o STJ entendeu corretamente que ?... a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (lei, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciar-se-ão de ilegalidade...”Acontece que a Lei nº 5.194, de 1966 em seu art. 59 determina: Art. 59. As firmas, sociedades, associações, companhias, cooperativas e empresas em geral, que se organizem para executar obras ou serviços relacionados na forma estabelecida nesta Lei, só poderão iniciar suas atividades depois de promoverem o competente registro nos Conselhos Regionais, bem como o dos profissionais do seu quadro técnico. Como se vê a lei ao exigir o registro nos Conselhos Regionais das pessoas físicas e jurídicas que exerçam a atividade da engenharia e da agronomia, não previu nenhuma vedação às empresas individuais de leigo.

Vale lembrar que de acordo com os incisos II e XIII do art. 5º da Constituição Federal, II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.[...]

XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. O art. 11 da Resolução nº 336, de 1989, ao proibir o registro de firma individual de leigo, restringiu os limites previstos na Lei nº 5.194, de 1966, extrapolando sua função normativa. Outro não é o entendimento dos nossos tribunais que, em diversos processos, vêm decidindo no sentido de que a Resolução nº 336, de 1989 do Confea, apresenta-se ilegal por ultrapassar os limites da lei nº 5.194/66, conforme decisões anexadas ao presente parecer.O próprio Confea reconheceu a fragilidade do art. 11 ora questionado quando, ao julgar em grau de recurso o processo de registro da empresa Epifânio Lajes

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Comércio Materiais para Construção, assim decidiu:..., considerando que a Lei nº 5.194., de 1966 é ampla, não restringindo qualquer tipo de empresa, pois ato de hierarquia superior à resolução; considerando que a resolução nº 336, de 1989, encontra-se em revisão;

...,considerando que esse tema caracteriza-se como uma grande demanda e que não há como manter restrição, sob pena de o Sistema Confea/Crea correr riscos de ser levado a esferas judiciais em processos por perdas e danos; considerando ainda que a Lei nº 5.194, de 1966 não faz restrição ao registro de qualquer tipo de empresa, dentro das normas estabelecidas, DECIDIU: 1) Deferir o registro da empresas individual, desde que cumpridas todas as demais exigências. 2) Determinar aos Creas que observem o art. 59 da Lei nº 5.194, de 1966 e a Decisão Plenária nº PL-1230/2007 para o registro de empresas individuais, mesmo de proprietários leigos. Apesar de tornar flexível o referido artigo 11 da Resolução 336, de 1989, o Confea continua extrapolando sua atribuição de normatizar, uma vez que mantém para outras atividades não elencadas na PL 1230/2007 a exigência não prevista em lei.Finalmente, quanto as atividades descritas no item 1 da mencionada decisão, entendo que nos casos de produção técnica ou especializada o termo “tais como” deverá ser interpretado de forma exemplificativa, cabendo, portanto, a respectiva Câmara Especializada promover a análise das atividades a serem permitidas ao empresário leigo, com consequente a anotação de um profissional habilitado para responsabilizar-se tecnicamente por tais atividades junto a empresa. É o parecer. S.M.J.ELAINE FELIZOLA PRADO NASCIMENTO. ASSESSORA JURÍDICA OAB/SE 2702, DECIDIU, por unanimidade, pelo acatamento de registro de pessoas jurídicas de qualquer natureza, observando-se os requisitos legais de pertinência com as atribuições e atuação do Crea/SE, áreas de formação dos profissionais que as integrem, nos termos legais contidos na CF 1988 e na Lei nº 5.194/66.Coordenou a reunião o senhor Eng. Eletricista Alvair Augusto Jacinto. Votaram os senhores Engenheiros Eletricistas Walter Barreto de Oliveira Monteiro, Edvaldo Gois dos Santos, Sérgio Maurício Mendonça Cardoso e Flávio Augusto Santos de Goes. Não havendo votos contrários e abstenções.

Cientifique-se e cumpra-se.

Aracaju, 15 de março de 2017

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