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“Como é bom saber tocar um instrumento”.

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Academic year: 2022

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José Nilo Pinheiro

“Como é bom saber tocar um instrumento”.

Caetano Veloso Dedicatória

Dedico esta obra a todos que contribuíram para minha formação, moral e musical:

minha mãe, Luzanira Pinheiro Normando, pe. Pedro Ferreira, Maestro Raimundo Alves Bezerra, Professores: Joaquim Peixoto, Maria Clara , Ronaldo , Leudo Xavier, Aldemiro e sr Jorge Luiz da Silva.

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PREÂMBULO

É muito difícil estudarmos uma área do conhecimento humano sem dividi-la. A Música, por abranger um conjunto muito grande de elementos, normalmente é dividida em várias disciplinas, como: Harmonia, Percepção, Teoria Musical, Instrumentação, Orquestração, Técnica Instrumental, Regência, História dentre outras, com a finalidade de simplificar as aulas, não obstante, o professor deva se esforçar para mostrar, através de exemplos práticos, que todos estes conteúdos estão sempre presentes é que formam a Música.

Neste opúsculo, estudaremos alguns elementos da disciplina “Teoria Musical”, onde aprenderemos o nome de alguns elementos e sua utilização para que possamos ler uma partitura. Muito raramente comentaremos um pouco da história de algum deles. Isto para chamar a atenção para o fato de que os elementos de que dispomos hoje são fruto de um longo desenvolvimento histórico.

A partitura não é a Música. A partitura é apenas um veículo, por meio do qual, podemos escrever os sons, analisar composições e, enfim nos comunicarmos. O Músico ler a partitura e constrói a Música com sua sensibilidade, cultura e talento. Caso um Músico execute uma partitura perfeitamente como uma máquina, a audiência questionará pela Música que ficou ausente. Sendo assim, “A teoria musical é uma tentativa de explicar a prática musical” assim dizia a professora Maria Clara. Isto quer dizer que esta disciplina não é exata, trata-se de modos inteligíveis e aceitos pelos músicos para escrever partitura. E foi com as vistas nisso que expus o assunto.

Minha primeira preocupação foi com relação a diversidade de nomes utilizados para denominar as diversas ferramentas empregadas na escrita musical. Cuidei em usar apenas um nome para cada símbolo.

Omiti algumas ‘figuras rítmicas’ propositalmente, tendo em vista o seu desuso. Nas

‘fórmulas de compasso’ melhor seria usarmos a figura rítmica mesmo, fazendo assim estaríamos afastando a Música desta noção de que, como a partitura obedece a uma lógica Matemática, então a Música também se submeteria a mesma lógica. Não.

A prática do solfejo é imprescindível, aproveite-o como preparação para o ditado e também pensando em cantar em um coro.

A história do sistema temperado é uma alegoria que se usa para resolver o problema da curiosidade dos alunos... Como poderia ter sido o caminho do “temperamento”? Quem fixou um ponto (o diapasão), para que todos os outros aceitassem e seguissem? O canto dos pássaros não é “temperados” e como são belas suas músicas!

Agradeço por todas as críticas, e sei serem muitas. Estou convencido de que este trabalho está em processo de aperfeiçoamento.

Antes de iniciar o estudo adquira um caderno com pautas musicais para praticar todos os exercícios.

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O que é a Música?

É a arte dos sons. E não havendo definição absoluta diz-se que é a arte de demonstrar os sentimentos por meio dos sons.

Primeiras definições

O material de trabalho da música é o som.[para produzir som usamos de muitos objetos.]

O homem dividiu os sons em dois grandes grupos, são eles:

Sons indeterminados – que possuem quatro qualidades, a saber: intensidade, timbre e duração, altura IRREGULAR.

Como exemplo podemos citar: os tambores, as caixas, as castanholas, o prato o pandeiro e triângulo, o trovão, arrastar de cadeira, dentre outros.

Sons determinados – que possuem as mesmas qualidades sendo que a altura é REGULAR.

Exemplo: a voz humana, piano, a flauta, o violão, o trombone e a guitarra, dentre outros.

Qualidades do som

intensidade é a qualidade do som que os diferencia entre forte e fraco, muita intensidade quer dizer forte. Diz-se que um som tem pouca intensidade quando se trata de um som suave.

timbre é a qualidade do som que nos permite saber quem é o ‘dono’ de uma certa voz (som), ou seja, como esta sendo produzido, mesmo quando não o vemos. Isto se aplica a todos os sons especialmente à voz humana e a “voz” dos instrumentos musicais.

duração é a qualidade do som que trata do tempo que este permanece soando.

altura é a qualidade do som relacionada diretamente com a freqüência (em outro momento trataremos disto).

Em música nota é igual a som, e traz duas informações, altura e duração, no entanto usaremos esta palavra apenas para os sons determinados. Quando estivermos falando de

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Como se escreve em música?

Este é o momento em que iniciaremos o estudo de alguns dos símbolos usados na escrita musical. Devemos estar atentos para o fato de que “a partitura não é a música”, trata- se apenas de um “roteiro”, que nos orienta por onde ir não como ir. A partitura está para o Músico assim como o texto está para o ator. Suponhamos o texto que segue:

_ João[o marido], irritado com seu chefe e vivendo um daqueles dias em que nada dar certo, ao chegar em casa observa a garagem e diz: _ Meu Deus! Cadê nosso carro?

_ dona Maria, sempre cheia de carinho, paz e compreensão, exclama também: _ Meu Deus!

Cadê nosso carro?

Escritas de uma maneira bem diferente, todas estas orientações [irritado, cheia de carinho, paz] estão presentes na partitura (folha de papel contendo uma melodia escrita com sinais musicais). É isto vamos começar a estudar!

O primeiro símbolo que estudaremos é a pauta:

Constituída de cinco linhas paralelas e eqüidistantes, onde escrevemos pequenos círculos (chamados ‘cabeças de notas’) marcando posições, ora nas linhas, ora nos espaços entre elas. Estas notas representam os sons. Ordenamos as linhas e espaços de baixo para cima. Logo, a primeira linha é a que fica mais próximo do chão se estamos olhando para a partitura. Observe bem que o centro da ‘cabeça da nota ‘deve estar exatamente no centro da posição desejada:

As notas musicais são apenas sete, e estão dispostas em várias oitavas (porque se conta oito notas de uma a outra de mesmo nome) assim teremos, por exemplo, o mesmo nome de nota ré com diferentes sons[vibrações], o que dizemos, ré em diferentes oitavas . A oitava é indicada por um número. Ex: oitava número 2.

... lá si dó (ré) mi fá sol lá si dó (ré) mi fá sol lá si dó (ré) mi fá sol...

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Observe que sempre depois de um dó aparece um ré, e antes dele há sempre um si.

Esta é a sucessão (ascendente e descente) usada em grande parte do mundo. Ela também é chamada sucessão diatônica(mais informações a seguir).

As linhas e espaços da pauta são insuficientes para escrevermos todas as oitavas.

Com isto, fez-se necessário o uso de pequenas linhas e espaços “suplementares” acima (superiores) e abaixo (inferiores) da pauta. Contamos as linhas e espaços suplementares partindo da pauta, ou seja, a 1ª linha suplementar é a mais próxima da pauta. Lembre-se que elas são paralelas e eqüidistantes e normalmente não se escreve mais de cinco.

A clave (‘chave’ em espanhol) é um símbolo colocado no início da pauta para dar nome às notas. Isto ocorre porque a clave tem um nome, por exemplo: clave de sol. Esta clave marca a posição da nota sol na oitava de número 3, daí, conhecendo a sucessão das notas saberemos a localização de todas as outras. Clave de sol:

A clave de fá é usada em duas posições, na 3ª e 4ª linhas. Esta clave marca a posição da nota fá na oitava de número 2. clave de fá:

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A clave de dó ... Pode ser usada em quatro posições: 1ª, 2ª, 3ª e 4ª linhas, e

indicará a nota dó na oitava 3. O exemplo é a da clave de dó na 3ª linha (a clave que usamos para escrever para a viola!).

As três claves, que se colocam em sete posições, têm como objetivo aproveitar as linhas e espaços da pauta, evitando-se assim as linhas e espaços suplementares.

Atualmente são utilizadas apenas três claves; a de sol para instrumentos (voz) agudos, a de fá na 4ª linha para instrumentos (voz) graves e a de dó para outros instrumentos como viola e fagote.

Figuras rítmicas dos sons [sinais que dizem a duração dos sons]: são símbolos resultantes da agregação, às cabeças de notas, dos seguintes sinais:

1- preenchimento, ou não preenchimento, da cabeça de nota, ; 2- uso da haste, ;

3- uso do colchete, .

As diferentes figuras servem para indicar a ‘duração’ das notas, ou seja, informam sobre a quantidade de ‘tempos musicais’ cada nota deve permanecer soando. Quais são elas?

Semibreve o (que em princípio lhe daremos um valor) = 4 Mínima 2 semínima ♩ 1 colcheia ½ semicolcheia ¼ fusa 1/8

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semifusa 1/16

Perceba que há uma proporcionalidade entre seus valores, veja que a figura que vem após dura sempre a metade do valor da anterior.

Mas em alguns momentos a música pede que façamos silêncio, e para escrevermos isto na partitura usamos sinais chamados pausas (Figuras rítmicas do silêncio):

pausa de Semibreve _ (escrito abaixo da 4ª linha) Mínima _ (escrito acima da 3ª linha)

semínima colcheia semicolcheia fusa semifusa

A duração das pausas é a mesma das figuras dos sons. Existem outras figuras rítmicas, contudo as estudadas até aqui são as necessárias para se iniciar a leitura da partitura.

Treino da leitura

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https://br.pinterest.com/pin/853995148067359028/?lp=true acesso em 13 fev 2020.

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Compasso é um grupo de tempo[uma quantidade de ‘tempos musicais’]. Ele se forma da união de dois elementos, a ‘pulsação’ e o ‘acento métrico’. Ele fragmenta a peça musical para tornar mais fácil sua escrita.

Pulsação: palavra que vem de pulso, o pulsar constante de nossas veias. No universo musical esta palavra define a ‘regularidade’ com que se sucedem os tempos do compasso.

Quanto a esta o mais importante é ‘perceber’ para poder entender o conceito. Se quisermos descobrir a pulsação de uma canção basta acompanhá-la batendo palmas ou andando, como fazemos quando marchamos.

Raras são as músicas que não obedecem a uma pulsação contínua, regular... mas existem.

Acento métrico: é o reforço que se observa a se repetir sempre num mesmo tempo musical. Em se ampliando a percepção observaremos uma pulsação forte e três fracas, e agrupando as quatro pulsações, agora chamadas tempos, acha-se o compasso quartenário . Outras vezes observaremos uma forte e duas fracas, é o que chamamos: compasso ternário, quando temos um tempo forte e um fraco, chamamos compasso binário.

Existem compassos de quantos tempos você quiser, no entanto os mais usados são:

O Quartenário, o Ternário e o Binário.

Os compassos estão divididos em dois grandes grupos: Simples e Compostos.

Nos compassos simples indica-se o tipo de compasso usando um símbolo chamado f’órmula de compasso’ e consiste em dois números sobrepostos (ou um número em cima e uma figura rítmica em baixo), onde o número de cima indica a quantidade de tempos que ele tem, Observando as fórmulas de compasso a seguir:

Devemos aprender que o número de cima nos diz o tipo de compasso: quando 1, compasso unário; 2 , compasso Binário; 3, Ternário; 4 (ou C), quartenário; 5, quinário; e assim por diante.

Já o número de baixo, nos mostra qual é a figura rítmica que vale um tempo (também chamada de unidade de tempo).

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Os números que designam as figuras rítmicas são:

Iniciaremos o estudo do solfejo usando o compasso Quartenário e raramente usaremos unidade de tempo diferente da semínima. A barra vertical usada para separar os compassos chama-se ‘barra de compasso’ e a última barra da música é dupla, chama-se

‘barra final’.

Marcar compasso é demonstrar os tempos por meio de movimentos da mão. Assim:

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Lições de Solfejo

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Treinamento da percepção e teste.

Recursos utilizados para alterar a duração das notas

Ligadura: seu símbolo é uma linha curva posta acima ou abaixo das notas, seu objetivo é de uni-las de modo que não haja silêncios entre os sons. As notas de mesma entoação soaram como uma só, ou seja, há uma soma dos valores.

Ponto de aumento: um ponto colocado após uma nota aumenta-lhe a metade do valor. Assim, uma passa a ter um valor igual a uma

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Uma

O ponto de aumento também é usado nas pausas, e tem a mesma finalidade. É permitido usar ponto após ponto, e a regra é a mesma, cada ponto valerá a metade do valor do anterior. Não é usual além de três pontos. E uma observação que nos parece útil é:

Sempre que qualquer sinal vier a causar dúvida, evite-o.

_... é igual a _ + _ + +

‘Fermata’ seu símbolo é , seu objetivo é permitir que o músico, ou o regente, lhe dê a duração que a interpretação mandar, ela deturpa a progressão rítmica. É usada em notas e em pausas. Contudo sobre as pausas chamamo-na ‘suspensão’ (pois suspende, pára o tempo musical). A suspensão também aparece entre duas notas, e sobre barra de compasso.

Estacato: é utilizado para que na execução o músico diminua o valor da nota. Existem três tipos:

Estacato brando: seu símbolo é uma ligadura juntamente com pontos acima (ou abaixo) de cada nota. Na hora de tocar cada nota soará apenas ¾ de seu valor.

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Estacato simples: é representado por um ponto acima (ou abaixo) das notas. Executa- se apenas ½ dos valores.

Estacato seco: seu sinal é uma ponta de seta. Tocaremos apenas ¼ do valor de cada nota.

É oportuno lembrar que estes valores não são matematicamente calculados, eles dependem do estilo, da época, do compositor e da interpretação. A arte admite mais coisas que a Matemática.

Quiálteras são notas que aparecem em maior ou menor número que deviam[segundo a lógica Matemática], este recurso é utilizado para suprir a insuficiência de figuras rítmicas.

Ficou, através dos tempos, convencionado que na carência de figuras deve-se usar figuras de valores aproximados e indicar com um número a proposição do compositor. Raramente aparecem pausas juntamente com notas, no entanto resolve-se este arranjo com o mesmo raciocínio.

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Escrita abreviada

Os sinais de repetição tem como objetivo economia de escrita, de papel, pretende condicionar a partitura. D.C. (da capo, do italiano) pode ser entendido como: “desde o começo”, ou seja, quando encontramos tal inscrição no decorrer da partitura devemos executar imediatamente o compasso inicial da peça (ou o compasso onde este aparece).

Obedecida uma vez, a indicação torna-se sem efeito.

Al segno : ‘ao sinal’, tem emprego semelhante ao D.C. porém a diferença

é que ao encontrarmos pela 1ª vez nada faremos, mas ao encontrá-lo pela 2ª vez, reexecutaremos a partir do compasso da 1ª aparição, e seguimos sem mais obedecê-la.

Ritornelo: ‘retorno’, significa que haveremos de repetir um

trecho que se acha entre os dois, a face deste sinal é o lado marcado com dois pontos.

Observação: Antes do 1º compasso não é necessário escrever ritornelo.

Casa de 1ª e 2ª vez: aparece

normalmente com o ritornelo e significa que quando, tendo executado o ritornelo que está

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Ao invés de se escrever 4 semínimas, podemos escrever uma semibreve e por 4 pontos em cima.

Colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas podem ser escritas abreviadamente usando-se para isto traços diagonais.

Solfejo

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O traço diagonal: significa que devemos repetir o tempo anterior.

O traço diagonal com pontos laterais: significa que devemos repetir o compasso anterior. Traços em “x” (normalmente com o número 2 em cima) significa que devemos repetir os dois compassos anteriores.

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Andamento é a velocidade da pulsação escolhida para se executar uma peça. Indica- se o andamento por um número (ou uma palavra) seguido das letras “MM” (metrônomo de Maelzel), este instrumento fará soar a pulsação.

Termos que modificam o andamento :

Afretando, acelerando... para aos poucos ir acelerar Ritardando, ralentando... para aos poucos ir retardar

Rubato, para indicar “certa” liberdade (depende da interpretação).

Termos que orientam quanto a expressão (o que se deve exprimir ao se executar tal trecho):

apaixonadamente, com brilho,

com afeto, e etc.

Obs.: todo compositor está livre para usar qualquer termo, inclusive a língua vernácula.

Dinâmica é a parte da teoria que nos orienta quanto a variação na Intensidade:

pp pianíssimo (suavíssimo) p piano (suave)

mf meio forte f forte ff fortíssimo

dim. (diminuindo, a cada momento usa-se menos intensidade) ou

cresc. (crescendo, a cada momento usa-se mais intensidade) ou

obs: estas indicações não são precisas, tudo fica sob o talento do artista.

Para destacarmos uma nota de maneira particular usamos mais estes símbolos:

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Compasso composto é a subdivisão do tempo em três partes. Para indicar estes compassos usa-se os números: 6 (para binário composto), 9 (ternário), 12 (quartenário) e outros na parte de cima da fórmula de compasso e em baixo usa-se os mesmos números dos compassos simples. Ex.:

Há correspondência entre os compassos simples e compostos. A fórmula 3/2 é útil para descobrirmos esta relação. 3 x 3 = 9 12 ÷ 3 = 4

4 x 2 = 8 8 ÷ 2 = 4 obs: A matemática na música é apenas uma forma de inserir o aprendiz no mundo subjetivo da arte das musas. Contudo quanto mais a Música estiver próxima da lógica mais longe da arte estará.

O acento métrico nos tempos acontece da seguinte forma: o 1º tempo é forte e os demais são fracos, nos compassos simples, cada tempo se dividi em duas partes iguais sendo, a 1ª parte forte e a 2ª fraca, ou seja devemos tocar as notas que se encontram na 1ª parte com um pouco mais de ênfase que na 2ª. Em se dividindo uma das partes obteremos o mesmo achado de antes, a 1ª parte é forte e a 2ª é fraca , e deveremos ter o mesmo cuidado, já descrito, na execução das notas ali escritas. É o que se diz: subdivisão binária.

Nos compassos compostos o 1º tempo é forte e os demais são fracos, cada tempo se dividi em três partes iguais sendo, a 1ª parte forte e a 2ª e 3ª fracas. Temos, então subdivisão ternária.

A 1ª parte do 1º tempo é o momento mais forte do compasso.

Lições de solfejo

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Treinamento de percepção

Quando uma peça se inicia na 1ª parte do 1º tempo dizemos que esta música é tética, se não é acéfala (sem cabeça) ou anacrústica , as notas que aparecem no 1º compasso de uma música acéfala chamam-se anacruses.

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para criar a sensação de instabilidade quanto à pulsação. Os contratempos estão no segundo compasso.

‘Síncope’ é o efeito produzido por uma nota que se inicia em tempo ou parte fraca e se prolonga a um tempo ou parte forte. chama-se esta ‘nota sincopada’.

Estrutura musical

Os elementos fundamentais são:

Melodia é a sucessão das notas (obedecidas leis da estética [filosofia das belas artes, ciência que trata de tudo que se relaciona com o belo na natureza e na arte]).

Ritmo é a maneira como estão organizadas as figuras rítmicas.

Harmonia é o sentido de acompanhamento que envolve a melodia, mesmo esta sendo executada sozinha será perceptível o movimento harmônico.

É um conjunto de sons extraídos da audição da melodia da qual é parte.

Harmonizar é escolher e anotar a harmonia que me agrada. Uma mesma melodia

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Alterações na altura das notas

‘Um(1) tom’ é a maior “distância” entre duas notas consecutivas, e ‘um meio tom’ (no ocidente) é a menor. Não confundir com 1 tom com “o” tom (explicações a seguir).

‘Armadura de clave’ é o conjunto de acidentes (símbolos que modificam a altura das notas) escritos entre a ‘clave’ e a ‘fórmula de compasso’. Estes acidentes têm o poder de modificar a entoação das notas durante toda a peça. Abaixo, a armadura de lá maior:

Usa-se o sustenido ( # ) para elevar em meio tom a altura das notas;

O dobrado sustenido ( ) eleva mais meio tom, (o que gera um tom de diferença em comparação com o som natural);

O bemol ( ) abaixa a nota em meio tom;

O dobrado bemol ( ) abaixa em mais meio tom,( um tom em relação ao som natural);

O bequadro ( ) levar a nota a sua entoação natural.

Quando, usando destes sinais, alteramos a altura das notas dentro de um compasso, tal poder limitar-se-á àquele compasso. Usa-se reescrever o acidente para a mesma nota em 8ª diferente.

A ‘linha de 8ª’ é um recurso utilizado para facilitar a escrita. Seu objetivo é fazer com que o músico execute as notas na 8ª superior (ou inferior se estiver expresso a palavra

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‘Tonalidade’ é um termo que deriva de tom. É uma técnica desenvolvida durante longos séculos, onde se privilegia uma nota [a principal], e as demais aparecerão como coadjuvantes, sempre a apontar para a principal. É preciso desenvolver a percepção para sentir o que verdadeiramente é tonalidade. Ouça e descubra qual é a nota mais marcante.

‘Escala’ (do verbo ‘escalar’)

Escala é uma série consecutiva de notas, que procede segundo a sucessão estabelecida como “normal” das notas, executadas sucessivamente e que inicia e termina com nota de mesmo nome e altura diferente. Quando a nota inicial é mais grave que a última, diz-se escala ascendente; quando ocorre o inverso, chamamos escala descendente.

‘Escala diatônica ‘(escala que contém dois tipos de intervalo: tom e meio tom)

Na linguagem musical a palavra ‘modo ‘significa “maneira de disposição dos tons e meios tons”, estudaremos aqui dois modos, o maior e o menor, da escala diatônica. A disposição no modo maior é a seguinte:

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A escala diatônica tida como modelo é dó maior, cuja armadura de clave é a ausência de acidentes.

Estas três escalas são, com relação aos seus intervalos, iguais. Para isto tivemos que usar os acidentes.

A escala diatônica menor se apresenta de três modos. E o modelo é lá menor.

Modo menor primitivo

Modo menor harmônico

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Cada nota da escala diatônica recebe um algarismo romano para o identificar, também recebe um nome. Estes nomes dizem respeito a sua ‘função na escala’ (ou tom).

No sistema tonal (onde há a subordinação dos demais graus à tônica, I) os graus mais

“obedientes”, e mais usados são:

 I, é o lugar de repouso para nosso ouvido;

 IV, dar a impressão de distanciamento, devaneio, vagar; e

V, ao se ouvir este grau sentimos tensão, vontade de sair deste grau e ir para a

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Estes graus são chamados ‘graus tonais’ por eles serem suficientes para caracterizar o tom. Observe que a tônica só será ouvida como tal se a ouvirmos em uma sucessão de notas do tom, dendo, uma destas, especialmente a dominante.

Observando-se a armadura de clave e a última nota ou acorde (conjunto de notas executadas ao mesmo tempo), pode-se ter um palpite quanto ao tom da música. No entanto a certeza só virá com análise teórico-auditiva da ‘progressão harmônica’

(seqüência de acordes) e das ‘cadências’ (pontuação musical).

Diz-se que os graus são conjuntos quando passamos de um para o outro na seqüência natural das notas, e que são graus disjuntos quando eles não são consecutivos.

Chamamos ‘escalas relativas’ aquelas escalas que têm modos diferentes (uma é no modo maior e a outra é no modo menor) estas escalas guardam uma relação íntima entre si. Podemos identificar as escalas relativas menores contando-se um intervalo de terceira menor descendente, partindo-se da tônica do modo maior.

‘Escalas homônimas ‘ são aquelas que têm a mesma tônica [mesmo nome!] e modos diferentes.

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‘Escalas enarmônicas ‘ são aquelas escalas que têm notas diferentes, mas a mesma altura.

A diferença de altura entre duas notas chama-se intervalo.

Quando o intervalo envolve duas notas consecutivas, chamamos intervalo de 2ª ex. dó e ré;

Quando envolve três notas, intervalo de 3ª ex. mi, fá e sol;

Se quatro, intervalo de 4ª, e assim por diante.

Os intervalos de 2ª, 3ª, 6ª e 7ª podem ser maiores, menores, aumentados e diminutos. Os intervalos de 4ª, 5ª e 8ª podem ser justos, aumentados e diminutos.

Nosso referencial é a escala maior, é nela que conheceremos os intervalos maiores e justos.

E partindo-se deles conheceremos a estrutura dos demais.

Escala modelo com os intervalos maiores e justos:

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Se diminuímos em um semitom um intervalo menor, ele se torna diminuto.

Se acrescentamos um semitom a um intervalo maior, ele se tornará aumentado.

Se retiramos um semitom de um intervalo justo, ele se torna diminuto.

E se acrescentamos um semitom a um intervalo justo, ele se tornará aumentado.

Quando o intervalo é de até uma 8ª, dizemos que o intervalo é simples. Se não diz-se intervalo composto.

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Intervalo diatônico é um intervalo formado com notas pertencentes a escaladiatônica;

intervalo cromático, é aquele em que aparece pelo menos uma nota que não pertencente a escala diatônica.

Meio tom diatônico é aquele encontrado nas escalas diatônicas, já os meios tons cromáticos (cromo significa cor, os meios tons cromáticos têm a intenção de “colorir” a música), são meios tons que não fazem parte da escala diatônica.

A teoria musical diz que há dois tipos de intervalos: os consonantes, ou seja, os que agradam, relaxam o ouvido; e os dissonantes , aqueles que “incomodam”, causam tensão. A classificação que usaremos é:

Intervalos consonantes perfeitos: 4ª, 5ª e 8ª[justas].

Consonantes imperfeitos: 3ª e 6ª[maiores e menores].

Dissonantes: 2ª, 7ª e todos os aumentados e diminutos.

Exercício

Construir intervalos.

Algumas vezes somos obrigados a trocar a altura de alguma nota de um intervalo, outras vezes queremos trocá-la para criar um “efeito especial” a isto chamamos Inversão de intervalo.

Ao se inverter, os intervalos maiores tornam-se menores; os menores tornam-se maiores; os aumentados tornam-se diminutos; os diminutos tornam-se aumentados; mas os justos permanecem justos. A inversão da 2ª é a 7ª; uma 3ª invertida torna-se 6ª; a 4ª torna- se 5ª. Não se inverte intervalos compostos.

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A inversão da 8ª justa gera o uníssono. E quando ela for aumentada ou diminuta gerará o meio tom.

Exercício

Inverter intervalos.

APÊNDICE

Além de músicas tonais (obedientes ao tonalismo) é bom saber que existem sistemas outros, tais como: o modalismo e o atonalismo, desobedientes as regras de tonalidade.

Ritmo e harmonia são partes integrantes da melodia.

Para os gregos Harmonia, Acorde (acordo entre um grupo de notas) e diapasão (através de todos os sons) são a mesma coisa.

Andamentos lentos largo de 40 a 60 (semínimas por minuto) Largeto de 61 a 66

Adágio de 67 a 76 Andamentos moderados andante de 77 a 108 Moderado de 109 a 120 Andamentos rápidos alegro de 121 a 168 Presto de 169 a 200

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As figuras máxima ( ), longa ( ), e breve ( ) são

largamente usadas no canto Gregoriano. Já a quartifusa ( ) é usada na música

rápida.

Um dia, num passado distante, a clave de sol fora um G, a clave de fá, um F e a clave de dó um C. Todas as notas poderiam se representadas por uma letra, daí:

C D E F G A B Dó ré mi fa sol lá si

Freqüência é o número de oscilação ou vibrações realizadas pelo móvel (qualquer material que seja flexível como: um fio de metal, cordas vocais, palheta de madeira e etc.) na unidade de tempo (um segundo). Em resumo, quanto mais vibrações, maior frequência, musicalmente falando, nota mais aguda. O inverso é verdadeiro, quanto menos vibração, menor freqüência, nota mais grave.

Sabemos que os primeiros instrumentos usados na música foram os instrumentos de som indeterminados, como: tambores, tronco de arvores. outros. Em um outro estágio, surgiram os instrumentos de som determinado cuja novidade é a Altura.

Síncope REGULAR é aquela em o valor total está dividido igualmente entre as partes (ou tempos) fortes e fracos; IRREGULAR será, se está divisão não ocorre em partes iguais.

Cada som gerador (cada nota) é apoiada por um grupo de sons (harmônicos) provenientes das vibrações parciais do (corpo) instrumento musical, esta inter-relação é harmonia. Os diferentes timbres são obtidos modificando-se as intensidades dos harmônicos.

A piaccere e ad libitum quer dizer: à vontade.

Pentagama é sinônimo de pauta.

Na baixa Idade Média, aproveitando um conhecido hino a São João Batista, tomaram as duas primeiras letras de cada frase e nomearam os sete primeiros sons determinados, os nomes foram: ut(dó), ré, mi, fá, sol, lá, si. O nome das notas musicais, com relação a História da humanidade, é bem recente. A nota dó é uma alteração do sec. XVII , João Batista Doni a fez .

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Cante o Hino a São João Batista

Referências

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