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O perfil do soberano em Thomas Hobbes

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Academic year: 2021

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The profile of the sovereign in Thomas Hobbes

Monique Kaanade de Souza Almeida1 Resumo: Este artigo científico é fundamentado no pensamento político do filósofo inglês

Thomas Hobbes (1588-1679), tendo em vista a pesquisa no tocante às características e incumbências do soberano descrito pelo filósofo em suas obras De Cive: elementos filosóficos a respeito do cidadão, e Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado eclesiástico e civil. Thomas Hobbes é uma das figuras mais intrigantes da filosofia e sua concepção política marcou significativamente o século XVII e, neste período, realçou o embate ferrenho entre a monarquia e a democracia. O presente artigo ressalta a importância que Hobbes tem para a filosofia política, expondo como este filósofo concebe a vida social, a instituição do Estado e sua finalidade, e mais especificamente, analisando o representante do poder estatal, isto é, o soberano que se caracteriza na configuração hobbesiana, entre outros aspectos, por possuir poder absoluto e por não ser voluntarioso, sendo incumbido principalmente de evitar a guerra civil, de zelar pela vida de seus súditos e de promulgar leis que definam o que é justo e o que é injusto.

Palavras-chave: Thomas Hobbes. Filosofia Política. Soberano.

Abstract: This scientific article is based on the political thought of the English philosopher

Thomas Hobbes (1588-1679), In view of the research regarding the characteristics and responsibilities of the sovereign described by the philosopher in his work De Cive: philosophical rudiments concerning government and society, and Leviathan or the Matter, Form and Power of a commonwealth, ecclesiastical and civil. Thomas Hobbes is one of the most intriguing figures of philosophy and his political conception significantly marked the seventeenth century and, at that time, highlighted the fierce struggle between monarchy and democracy. This article emphasizes Hobbes’ importance to political philosophy, showing how this philosopher understands social life, the institution of the state and its purpose and, more specifically, analyzing the states’ representative, that is, the sovereign, who is characterized in the Hobbesian configuration, among other things, as having absolute power and not being willful, and with his main task being to avoid civil war and care for the lives of his subjects, as well as enact laws defining what is just and what is unjust.

Keywords: Thomas Hobbes. Political philosophy. Sovereign.

   

*  *  *  

Considerando a importância das condições político-sociais concretas na configuração do pensamento de Thomas Hobbes, parece ser coerente apontar que o período de turbulência e instabilidade em que se encontra a Inglaterra do século XVII, fez com que o filósofo desenvolvesse uma postura conservadora que se colocou a favor                                                                                                                          

1 Graduanda em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Orientador: Prof. Dr. José Carlos da Silva. E-mail para contato: m.kaanade@yahoo.com.br

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da monarquia e desconfiou veementemente dos ideais liberais que se destacavam e ganhavam cada vez mais espaço na conjuntura social da época.

Uma vez que é afirmado que Hobbes se coloca a favor de uma determinada forma de governo em detrimento de outras, é relevante colocar como ponto de partida o que o autor de Leviatã considera como formas de governo existentes:

[...] Quando o representante é um só homem, o governo chama-se monarquia. Quando é uma assembleia de todos os que se uniram, é uma democracia, ou governo popular. Quando é uma assembleia apenas de uma parte, chama-se lhe uma aristocracia. Não pode haver outras espécies de governo, porque o poder soberano inteiro (que já mostrei ser indivisível) tem que pertencer a um ou mais homens, ou a todos. (HOBBES, 1983, p. 114)

Na concepção hobbesiana, aparece com grande ênfase que na sociedade deve existir a paz entre as pessoas e tudo o que impedir ou for contrário à paz deve ser evitado e neste sentido, o filósofo defende a monarquia por acreditar que esta forma de governo é a que mais se aproxima da constituição de uma sociedade pacífica. Essa ideia que relaciona a paz à monarquia é apresentada quando Hobbes2 afirma que:

[...] é impossível um monarca discordar de si mesmo, seja por inveja ou por interesse; mas numa assembleia isso é possível, e em grau tal que pode chegar a provocar uma guerra civil. (HOBBES, 1983, p. 116).

O pensamento de Hobbes é uma empresa grandiosa para a Filosofia, porque entre outras razões, este filósofo, diferentemente de muitos outros, desconsidera que por natureza o homem tenha a inclinação de viver em sociedade. Para Hobbes, o homem naturalmente não é um animal político.

[...] Para ele, o homem não nasce apto para a sociedade, mas assim pode se tornar pela disciplina. A aptidão para a vida social é, portanto, uma característica adquirida e não natural. Consequentemente, a sociedade é produto (artificial) da vontade humana, fruto de uma escolha e não obra da natureza. (FRATESCHI, 2008, p. 297)

                                                                                                                         

2 Na obra Leviatã, capítulo XIX “Das diversas espécies de governo por instituição, e da sucessão do poder soberano”, Hobbes apresenta vários argumentos a favor da monarquia, indicando as razões pelas quais esta forma de governo é superior às demais, como pode ser notado na afirmação: “Nenhum rei pode ser rico ou glorioso, ou pode ter segurança, se acaso seus súditos forem pobres, ou desprezíveis, ou demasiado fracos, por carência ou dissensão, para manter uma guerra contra seus inimigos. Ao passo que numa democracia ou numa aristocracia a prosperidade pública contribui menos para a fortuna pessoal de alguém que seja corrupto ou ambicioso do que, muitas vezes, uma decisão pérfida, uma ação traiçoeira ou uma guerra civil”.

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Vol. 6, nº 2, 2013.

Hobbes não acredita que os homens tenham a necessidade de estarem interagindo uns com os outros de maneira natural e que se busque neste convívio a harmonia e o prazer comuns. Não há relações entre os homens desprovidas de interesses individuais; cada homem visa no contato com o outro obter uma vantagem para si mesmo.

Hobbes, ao afirmar que o que é primordial na natureza humana é o princípio ou instinto de conservação que pode ser também entendido por conatus, que vincula o homem ao desejo de manter-se próximo daquilo que lhe agrada e a afastar-se daquilo que lhe desagrada, indica a impossibilidade de o homem ser naturalmente um animal político e de a sociedade também existir de modo natural. A vida em sociedade para Hobbes não seria uma finalidade para o homem, mas sim um dos meios possíveis para que ele possa assegurar a sua conservação.

[...] o desejo primário ou o impulso natural dos homens não visa à vida social, mas à obtenção de benefícios individuais que, em princípio, dependendo das circunstâncias e dos agentes envolvidos, podem ser obtidos por meio da constituição da cidade, da dominação ou até mesmo da guerra. (FRATESCHI, 2008, p. 298)

Hobbes desconsidera que o altruísmo seja algo natural no ser humano, pois para ele, todos os homens são egoístas naturalmente, preocupando-se apenas com seu próprio bem-estar. Ao afirmar que o princípio de conservação norteia todas as ações humanas e o estado de natureza se caracteriza exatamente pela ausência de um poder coercitivo para regular as ações dos homens e dar-lhes a medida do justo e do injusto, do certo e do errado, Hobbes revela que todos os homens são levados a usar de quaisquer meios para assegurar para si o que lhes é primordial, isto é, a sua própria conservação.

[...] na concepção de Hobbes, o homem está isolado em sua condição natural e não constitui um dever seu o atribuir valor às vontades alheias à sua. Todas as metas giram em torno de sua própria preservação [...]. (QUEIROZ, 2001, p. 138)

Quando os homens se encontram livres de qualquer ação coercitiva que defina o que lhes é lícito fazer ou não fazer, o que impera é o seu desejo desenfreado de poder e mais poder sobre todas as coisas, pois sem essa ação coercitiva, os homens se encontram no chamado estado de natureza e nele existe o direito ilimitado de todos em relação a qualquer coisa.

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No estado de natureza não há ainda a propriedade privada, pois aqui ninguém é dono definitivo de alguma coisa. Fora da sociedade civil, os homens têm consigo apenas aquilo que por meio de suas forças consigam obter e nada que possuam neste momento está garantido para um momento posterior.

[...] Conclui-se que a propriedade teve início juntamente com as cidades, e que é própria de todo homem aquela coisa que ele pode reservar para si através das leis e do poder de toda a Cidade, isto é, daquele a quem o comando soberano foi conferido. (HOBBES, 1993, p. 108)

De acordo com Hobbes, todos os homens são iguais por natureza, aspecto este, que é a porta de entrada para as desavenças entre eles.

Desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins. Portanto se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser gozada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (que é principalmente sua própria conservação e às vezes apenas seu deleite) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro [...]. (HOBBES, 1983, p. 74)

Para Hobbes, o direito ilimitado a tudo possibilita qualquer um a conseguir o que se queira, pois “[...] um homem mais fraco fisicamente pode conseguir as mesmas coisas que um outro fisicamente mais forte se superá-lo em inteligência ou esperteza [...]” (FRATESCHI, 2008, p. 300). Mas enquanto isto for assim, a insegurança e o ataque constante e violento de todos contra todos não terá fim.

Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens [...]. (HOBBES, 1983, p. 75)

Os homens em seu estado natural são marcados pela constante insegurança de serem atacados a qualquer momento, uns pelos outros. Na medida em que todos possuem as mesmas capacidades de obterem aquilo que almejam e entendem ser necessário para a sua conservação, a desconfiança e a aversão mútua se generalizam e cada homem passa a ver o outro como seu mortal inimigo.

As condições nas quais os homens se encontram no estado de natureza descrito por Hobbes, indica que o filósofo considera que nas relações entre os mesmos, cada um é para o outro, ao mesmo tempo, uma presa e um predador. Para se proteger e garantir

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para si aquilo que lhe agrada, cada pessoa verá no uso exacerbado da violência a única forma de viabilizar os seus objetivos.

[...] A generalização das suspeitas no estado de natureza é algo que parece inevitável a Hobbes. Essa coexistência marcada pela ansiedade e violência iminente é, para ele, qualquer coisa menos segurança e tranquilidade. (QUEIROZ, 2001, p. 141)

No estado de natureza, a violência generalizada é o único meio que os homens encontram para assegurarem a preservação de suas vidas. Mas a insegurança e ameaça constantes que permeiam a sua existência fazem com que eles concluam que não é a guerra de todos contra todos a melhor via para defender o conatus, mas sim a paz. “[...] todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la [...]”. (HOBBES, 1983, p. 78).

O direito ilimitado que é condicionado a todos os seres humanos pelo fato de todos serem iguais torna-se um grande problema, pois do que adianta ter direito a tudo, se efetivamente nada é assegurado a ninguém? Neste sentido, os homens viram o quanto importante é a limitação de seu direito, para que de fato, venham a ter garantia de alguns bens, sobretudo, o bem mais caro a todos: a própria vida.

No estado de natureza, uma vez que há a insegurança e aversão mútuas, os homens são levados a guerrearem entre si na tentativa de preservarem suas vidas, contudo, ao perceberem que nesta condição o conatus está sempre ameaçado, a superação do estado natural torna-se um intento para os homens.

O impulso inicial que faz com que os homens queiram romper com o estado de natureza é o medo que todos têm de sucumbir. O medo da morte violenta é, por assim dizer, o ponto determinante no qual se dá a abertura para que os homens saiam do estado que tanto os põe em perigo.

O medo que todos sentem em não conseguirem se preservar é o que primariamente revela aos homens a necessidade de se instituir a paz entre eles e o que incita a passagem do estado de natureza para o estado político, onde existirá a sociedade civil. O estado político hobbesiano é possibilitado pelo medo que todos sentem em serem destruídos estando no estado natural, porém, se o estado político vai poder surgir devido ao medo humano, não será simplesmente o medo que o construirá.

O medo que os homens têm em não se conservarem é o primeiro impulso para desencadear a superação do estado de natureza, mas cabe à razão empreender o caminho

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que deverá ser percorrido por todos até a instituição do estado político que proporcionará aos homens paz e segurança, coisas estas tão importantes ao conatus.

Hobbes confere à razão a peculiaridade de a mesma ser como uma máquina calculadora que auxilia o homem na sua pretensão de conservar-se. “[...] Enquanto faculdade prática, a razão aponta as ações benéficas e maléficas à conservação da vida [...]” (FRATESCHI, 2008, p. 303). A razão serve, portanto, para determinar o que deve ser feito para a obtenção da paz, mas não é ela o que leva os homens a descobrirem o quanto o estado de natureza é prejudicial ao conatus, mas sim o medo de perder a vida que surge diante da experiência da violência generalizada.

Na medida em que o estado de natureza é percebido pelos homens como algo desvantajoso que apresenta proeminente perigo à conservação de todos, se faz necessário haver uma série de mudanças na vida das pessoas. Neste contexto, a sociedade e o estado político surgirão como um meio de os homens obterem com maior eficácia a preservação de suas vidas.

Os homens então concluem que é preciso a renúncia ao direito ilimitado para que o estado de natureza com aquela condição constante de guerra que o mesmo apresenta acabe. É preciso que pelo menos a grande maioria das pessoas aceite renunciar ao direito ilimitado a todas as coisas, e essa renúncia deve ser feita a partir de um contrato, pois aqueles que se comprometem em renunciar ao seu direito ilimitado a todas as coisas antes que os demais também façam essa renúncia de forma contratual, não estão se protegendo e visando a sua conservação, pelo contrário, estão se tornando vulneráveis à violência e permitindo a aniquilação de suas vidas.

O conjunto dos homens que se unem para fazerem a renúncia de seu direito ilimitado a tudo, a fim de saírem da condição de guerra generalizada presente no estado de natureza, deve ser proporcionalmente muito maior do que a porção dos que insistem em viver neste ameaçador estado natural, pois desta forma, os que não admitem o rompimento do estado que tanto põe o conatus em perigo, não terão força suficiente para violarem o contrato firmado pelos demais, sendo inclusive repelidos pelo poder coercitivo constituído no estado político, por cometerem esta ação prejudicial ao estabelecimento da paz.

[...] E se alguém não quer concordar, os demais entre si constituirão a cidade sem ele. A consequência é que a cidade manterá contra o discordante o seu direito primitivo, isto é, o direito de guerra, e passa a tratá-lo como inimigo. (HOBBES, 1993, p. 102)

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Contudo, para que esse contrato se valide e para que ocorra de fato o seu cumprimento, tem que haver um representante que o personifique e que sirva como testemunha e executor do mesmo e que disponha de poder suficiente para isto.

Quando se faz um pacto em que ninguém cumpre imediatamente sua parte, e uns confiam nos outros, na condição de simples natureza (que é uma condição de guerra de todos os homens contra todos os homens), a menor suspeita razoável torna nulo esse pacto. Mas se houver um poder comum situado acima dos contratantes, com direito e força suficiente para impor seu cumprimento, ele não é nulo. Pois aquele que cumpre primeiro não tem qualquer garantia de que o outro também cumprirá depois, porque os vínculos das palavras são demasiado fracos para refrear a ambição, a avareza, a cólera e outras paixões dos homens, se não houver o medo de algum poder coercitivo. (HOBBES, 1983, p. 82)

De acordo com isto, um homem (ou uma assembleia de homens) é designado para representar todos aqueles que firmaram o contrato para saírem do ameaçador estado de natureza em que se encontravam e esse homem (ou assembleia de homens) será tido como soberano.

A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de defende-los das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a um homem, ou assembleia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade [...]. (HOBBES, 1983, p. 105) Os homens que pactuaram para romper com o estado de natureza e possibilitar o surgimento da sociedade civil tiveram que submeter suas vontades discrepantes entre si a uma única vontade, ou seja, à vontade do soberano, na medida em que cabe ao mesmo estabelecer os meios necessários para o alcance da tranquilidade pública. “[...] O fundamento do poder da sociedade civil é a própria vontade única do soberano”. (PIRES, 2006, p. 16).

A vontade do soberano deve ser aceita como a vontade geral no tocante às decisões que assegurarão a harmonia social e por extensão a preservação da vida de todos os cidadãos.

Como, pois, a concentração de muitas vontades num só fim não basta para a preservação da paz e a defesa estável, exige-se a presença de uma só vontade de todos em relação aos meios necessários à paz e à defesa. Isto, porém, é inviável se cada indivíduo não submeter sua vontade a uma outra vontade, por exemplo, de um homem, ou de um

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conselho, de tal modo que, tudo que essa vontade quiser em relação aos meios necessários para a paz comum, seja aceita como da vontade de todos e de cada um. [...]. (HOBBES, 1993, p. 98)

Todos almejam viver em segurança para se protegerem de ações violentas e preservarem suas vidas, sendo por este motivo, que decidem por instituir o estado político, onde há de ter sempre um poder coercitivo e uma governabilidade que regule as relações entre os homens e os impeçam de cometer atos que resultem em desavenças e agressões que podem levá-los à temível e repugnante morte violenta. Por isso, é imprescindível o consentimento dos cidadãos para com as decisões tomadas pelo soberano.

É útil, pois, que os indivíduos para sobreviverem estejam de acordo com a forma de governo assumida pelo Estado, para que sua sobrevivência esteja garantida. (PIRES, 2006, p. 13)

Para que a segurança dos cidadãos seja garantida, não basta que eles se comprometam por meio de discursos e promessas a evitarem contendas ou a não se agredirem mutuamente, pois eles por sua natureza humana são movidos pela inveja, ódio, ambição e outras paixões que os fazem não cumprirem com seus acordos, e por isso, apenas um poder coercitivo agindo sobre as ações dos homens e punindo-lhes se necessário é que pode garantir que eles vivam harmoniosamente. “[...] É preciso, pois, prover a segurança não por meio de acordos, mas mediante punições” (HOBBES, 1993, p. 103).

No estado político, o ato de estabelecer e aplicar punições é de exclusividade do soberano, que é por excelência, o detentor dos meios para o alcance da paz social e o responsável pelas determinações sobre a justiça. Se no estado de natureza cada homem é o seu próprio juiz, determinando para si mesmo o que deveria fazer para se preservar, no estado político o soberano é o juiz de todos, sendo responsável por estabelecer medidas punitivas para pôr em ordem a vida em sociedade e de firmar guerras com outras nações se isto for preciso para garantir a segurança dos seus súditos.

Há de entender-se, portanto, que cada indivíduo da Cidade transferiu todo este direito de guerra e de paz para um homem ou um conselho. Este direito que podemos chamar de espada da guerra, compete ao mesmo homem ou conselho ao qual compete a espada da justiça. Ninguém, pois, pode legitimamente convocar às armas os cidadãos, e mantê-los às custas do erário de guerra senão aquele que tem o direito de punir a quem não obedecer. Ambas as espadas, portanto, a da guerra e da justiça, pela própria constituição da Cidade e

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essencialmente, pertencem à autoridade soberana. (HOBBES, 1993, p. 104)

O soberano afirmado por Hobbes aparece como sendo o resultado do pacto que os homens estabelecem entre si como forma de evitar a ameaça constante à vida, devido à violência generalizada de todos contra todos.

[...] É nele que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente para assegurar a paz e a defesa comum. Àquele que é portador dessa pessoa se chama soberano, e dele se diz que possui poder absoluto. Todos os restantes são súditos. (HOBBES, 1983, p. 106)

Para haver a compreensão do pensamento de Hobbes no âmbito da política é imprescindível a análise sobre o perfil do soberano definido pelo referido filósofo. Na medida em que o estado político hobbesiano exige que haja um representante de poder absoluto, isto é, um soberano, inseri-se neste quadro teórico o seguinte problema: quais são as características e incumbências do soberano descrito por Hobbes?

O soberano caracteriza-se por possuir poder absoluto e por não ser voluntarioso3. Ele é incumbido de evitar a guerra civil, de zelar pela a vida de seus súditos e de promulgar leis que definam o que é justo e o que é injusto.

Ao desejar sair do estado de natureza, os homens por meio do pacto recíproco entre eles, irão instituir o estado político e viabilizar a existência do representante do poder estatal que cuidará da segurança de todos os que se tornaram por livre escolha seus súditos.

Os cidadãos, a seu arbítrio, impõe a si mesmos um soberano, quer seja um homem só, quer seja um grupo de homens, ou um colegiado, revestido da autoridade soberana de governo. (HOBBES, 1993, p. 100)

Se no estado de natureza cada homem possui direito ilimitado a todas as coisas, com a instituição da sociedade civil e surgimento do soberano pelo pacto, os homens passam a não ter mais o direito ilimitado a tudo, sendo que ao pactuarem transferem o                                                                                                                          

3 O adjetivo “voluntarioso”, empregado para designar uma das características do soberano descrito por Hobbes, deriva das palavras latinas voluntas e voluntarius, que significam respectivamente “vontade”, e “de própria vontade”. A escolha do referido adjetivo, empregado junto a uma expressão de negação, justifica-se para caracterizar o soberano hobbesiano por indicar que este não utiliza seu poder absoluto para agir satisfazendo as suas próprias vontades.

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seu direito ilimitado ao soberano, para que este consiga fazer o que for necessário para garantir a paz e segurança a todos os cidadãos.

[...] O monopólio de direitos atribuído a um poder soberano é o único cálculo que anula por completo a figura do inimigo. Excetuando-se este homem artificial que permanece com a posse integral dos direitos naturais, todos os outros tornam-se impotentes no que diz respeito ao dano mútuo. (QUEIROZ, 2001, p. 154)

No entanto, Hobbes faz uma ressalva quanto à transferência de direitos dos pactuantes ao soberano, pois há um direito que todos os homens possuem que não é pactuável, e por isso não houve a transferência deste direito quando os homens firmaram o contrato que instituiu o soberano.

É importante destacar que, para Hobbes, ninguém pode transferir ou renunciar ao seu direito de defesa contra alguém que o ataque e ponha a sua vida em risco, já que o único motivo pelo qual alguém renuncia aos seus direitos é justamente obter, como contrapartida, a segurança de vida e dos meios de preservá-la. (BREIER, 2008, p. 37)

No pensamento hobbesiano, nenhum homem pode naturalmente renunciar a si mesmo, desvinculando-se do intento de preservar sua própria vida, pois o maior impulso relativo à espécie humana é o instinto de conservação. Para Hobbes, jamais se pode admitir que seja natural que o homem não queira conservar-se, por isso, ao pactuarem entre si para estabelecerem o estado político e o soberano que o personifica, os homens não puderam transferir ao representante do poder estatal o seu direito de resistência ao ataque à vida, e isto desemboca no fato de que o soberano não pode impedir os súditos de se defenderem caso sintam-se ameaçados, cabendo ao soberano evitar que os mesmos sintam-se ameaçados numa condição de insegurança quanto a preservação de suas vidas.

[...] sendo a renúncia ao direito a todas as coisas um ato voluntário, a intenção daquele que assim abdica só pode ser o de obter algum bem. Isso implica o fato de que existem alguns direitos aos quais os pactuantes não podem renunciar, seja qual for o motivo alegado para isso, ou seja, qualquer direito cuja renúncia represente um dano, perigo ou ameaça ao bem maior dos seres humanos: a vida. Sendo a preservação da vida uma lei natural [...] Hobbes defende que qualquer acordo ou pacto no qual alguém se comprometa a essa lei, é simplesmente nulo. Logo, um acordo em que alguém renuncia a seu direito de se defender caso a sua vida esteja sendo ameaçada é nulo [...]. (BREIER, 2008, p. 37)

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Cada homem ao tornar-se súdito transfere a responsabilidade da conservação de sua vida às mãos do soberano, e para que este tenha condições suficientes para assumir o seu encargo é necessário que disponha de poder absoluto, este poder que consiste em ser ilimitado. “Hobbes acredita que o soberano só poderá cumprir a sua função de garantir a segurança e a paz se o seu poder for absoluto, ou seja, ilimitado [...]”. (BREIER, 2008, p. 46).

Isto indica que se o soberano não for eficiente para proteger a vida dos súditos, é compreensível e autorizado que os mesmos se rebelem, porque por mais que o soberano exerça demasiado poder sobre os seus súditos, estes obedecem em primeiro lugar ao seu instinto de conservação. O soberano não deve atentar contra a vida de seus súditos, e se isto ocorrer, os súditos têm a liberdade de se rebelarem.

Sendo o principal objetivo da sociedade organizada politicamente preservar e proteger a vida humana, o direito à vida é inalienável. É direito de qualquer cidadão se defender e resistir quando atacado e sua vida esteja em perigo mesmo que o agressor seja o próprio estado [...]. (BREIER, 2008, p. 08)

Através do consentimento dos pactuantes, o soberano apresenta-se como o único responsável por determinar os meios de obtenção da paz, no intuito de guiar a todos os cidadãos pelos caminhos da segurança, fazendo com que eles vivam harmoniosamente. Porém, uma vez que o soberano possui poder ilimitado, o que garante que ele não irá simplesmente governar para satisfazer suas vontades pessoais? A primeira coisa que precisa ficar clara, para que esta pergunta possa ser respondida, é que o soberano não detém o poder para atender às suas vontades íntimas.

O soberano existe para que dê proteção aos súditos (os mesmos que instituíram sua existência) e não para explorá-los e usar o poder que lhe foi consentido para seu próprio benefício. E neste sentido, Hobbes ao defender a soberania constituída com poder absoluto, esclarece que a mesma não deve ser entendida como uma forma perniciosa de poder, uma autoridade arbitrária, cujo uso seja para atender aos interesses individuais daquele que a detém.

Parece tão desagradável à maioria das pessoas esse poder soberano e absoluto que passam elas a odiar até os seus nomes. Isto acontece principalmente por falta de conhecimento a respeito da natureza humana e das leis naturais, e em parte por culpa daqueles que, uma vez investidos nessa grande autoridade, abusam dela a seu bel-prazer. (HOBBES, 1993, p. 110)

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Hobbes não formulou um soberano voluntarioso e sanguinário, mas um representante do poder estatal que deve adequar suas ações e utilizar seu poder absoluto para legislar a favor dos súditos, proporcionando-lhes proteção. O soberano de Hobbes deve ser entendido acima de tudo como o guardião do conatus e não como um ser perigoso que por possuir tanto poder, seja um monstro impiedoso que a qualquer momento aniquilará os seus súditos.

O pensamento hobbesiano não é assim do despotismo (à Montesquieu) nem só do absolutismo (à Luís XIV), é da soberania: reconhecer, no interior do corpo político, um poder soberano perante o qual nenhum privilégio localizado, nenhum direito adquirido subsista; fundar tal poder na representação, fazendo este foco central haurir dos súditos a sua força. (RIBEIRO, 1999, p. 53)

O soberano de Hobbes permite, por assim dizer, a liberdade de expressão dos súditos, desde que não haja nenhuma ameaça à paz.

[...] o laissez faire4 e a liberdade dos súditos são permitidos. O estado não interfere nas questões particulares dos seus habitantes, como religião, atividades econômicas ou educação - a não ser que haja alguma ameaça à paz [...]. (BREIER, 2008, p. 07)

O soberano possui como maior incumbência evitar a guerra civil, motivo esse, que justifica a sua existência. Mas na medida em que ele precisa assegurar de fato a conservação da vida de seus súditos, outras incumbências lhe são conferidas; o soberano deve proteger a vida das pessoas, zelando pelas mesmas e garantindo a elas condições de vida favoráveis, não as deixando à própria sorte, sem terem como fazer para se sustentarem.

O direito à preservação da vida é a base que fundamenta o estado hobbesiano. O Estado e o soberano que ele corporifica devem prover os meios para garantir a vida de seus súditos. E pensamos que isso vai além de promover a paz e evitar a guerra, principal interesse de Hobbes, motivado principalmente pelo contexto histórico em que viveu. Por exemplo: segue-se desse direito fundamental que todos têm                                                                                                                          

4 A expressão de origem francesa “laissez-faire” (na sua forma mais completa, laissez faire, laissez

passer, Le monde va de lui-même (que em língua portuguesa pode ser traduzido por “deixem fazer”,

“deixem passar”, “o mundo vai por si mesmo”) representa um princípio defendido por economistas liberais e que estabelece que o Estado deve interferir o menos possível na atividade econômica, e deixar que os mecanismos do mercado funcionem livremente. Ao que tudo indica, Volmir Miki Breier em sua análise sobre o pensamento de Hobbes, interpreta este filósofo inglês como alguém que defendesse em sua configuração política, uma liberdade para as relações comerciais, desde que estas não fossem contrárias ao estabelecimento da paz social.

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direito aos bens materiais necessários para sua sobrevivência: alimentos, água, abrigo, entre outros [...]. (BREIER, 2008, p. 09)

Se todos os seres humanos agem conforme o instinto de conservação e no estado de natureza cada homem tem direito ilimitado a todas as coisas e não há um poder coercitivo para regular suas ações, é certo afirmar que tudo o que venha a ser feito por cada pessoa é lícito e irrepreensível. Portanto, o estado de natureza é amoral e cada um governa a si mesmo, definindo e viabilizando o que considera ser indispensável para a sua autopreservação.

Na concepção de Hobbes, em relação à instituição do estado político, pode ser afirmado que é aquele que exerce o poder soberano o responsável por configurar todo o fundamento da justiça, a fim de que os cidadãos vivam respeitando as regras por ele estabelecidas e estejam convivendo uns com os outros pacificamente. Não cabe aos súditos julgarem quais ações são justas ou injustas, nem determinarem por si mesmos o que é bom ou ruim para a vida em sociedade.

A divergência de opiniões dos homens sobre a justiça e outras questões morais é tão ameaçadora à concórdia, que pode resultar desta discordância atos de extrema violência, e por este motivo, somente o soberano tem autoridade para deliberar sobre a moralidade e criar as leis que devem reger a conduta dos cidadãos.

[...] As regras do bem e do mal, do justo e do injusto, do honesto e do desonesto, são leis civis, por isso, o que o legislador ordena deve-se ter por bem, e o que proíbe, deve-se ter por mal. Legislador é sempre aquele a quem compete o poder supremo na Cidade [...]. (HOBBES, 1993, p. 156)

No estado político hobbesiano, todo o edifício moral se projeta nas decisões do soberano, pois é ele quem dita as regras de convívio entre os homens, indicando, na intenção de promover a paz social, o que é lícito ou ilícito, justo ou injusto, o que é bom ou mal.

Hobbes defende a tese de que é dever do soberano, e apenas dele, estabelecer e promulgar as leis civis que estabelecem o que é justo ou injusto. Essas leis promulgadas pelo soberano são os únicos critérios para os súditos sobre o que é justo ou injusto. Hobbes diz que o soberano ordena o que é justo, portanto é justo o que o soberano ordena. (BREIER, 2008, p. 47)

Na concepção de Hobbes, a justiça que é por assim dizer, criação do soberano, só pode ter, portanto, sua origem definida por contrato e nunca como fruto da natureza.

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[...] Segundo Hobbes, só faz sentido falar que uma ação foi justa ou, ao contrário, injusta, em relação a determinado pacto ou acordo previamente realizado sobre determinado assunto [...]. (BREIER, 2008, p. 39)

Na medida em que o soberano é o autor de tudo aquilo que venha a ser considerado justo, isto implica em dizer, que tudo o que ele faça será justo. Levando-se também em consideração que todas as ações do soberano foram autorizadas pelos súditos (por meio do contrato que estes fizeram entre eles), necessariamente por causa disto, os súditos jamais poderão ser injustiçados pelo soberano.

[...] É certo que os detentores do poder soberano podem cometer iniquidades, mas não podem cometer injustiça nem injúria em sentido próprio. (HOBBES, 1983, p. 109)

Como o soberano descrito por Hobbes é a fonte de toda a justiça, nada do que ele fizer pode ser considerado injusto, porém uma vez que isto é afirmado por Hobbes, seria justo o soberano agir não protegendo a vida de seus súditos? Pelo o que Hobbes propõe, o soberano que é criador de toda a definição de justiça, por este motivo, não pode jamais ser considerado injusto mesmo que aja sem proteger os súditos, mas é possível que ele seja iníquo e que utilize seu poder sobre a determinação da justiça para se afastar de sua principal incumbência que é proteger a vida dos súditos.

No entanto, se o soberano não fizer a proteção da vida dos cidadãos e utilizar indevidamente o seu poder, o qual deve servir principalmente para o estabelecimento da segurança e paz social, os súditos poderão se rebelar contra o soberano, pois em primeiro lugar, eles que são homens (e por isto, obedecem primordialmente ao impulso de se conservarem), instituíram o representante de poder absoluto visando com isto a manutenção do conatus, além do mais “[...] a filosofia política de Hobbes é uma teoria do contrato: que nenhum poder se sustém sem a vontade, expressa ou suposta, do cidadão.” (RIBEIRO, 1999, p. 31). Por este motivo, se o soberano não adequar suas ações ao estabelecimento da segurança de seus súditos, estes poderão desprezá-lo e não terão mais o dever de obedecê-lo.

O autor de Leviatã admite que os súditos podem se rebelar contra o soberano caso ele não os proteja, mesmo que o soberano seja considerado justo.

Se o soberano ordenar a alguém (mesmo que justamente condenado) que se mate, se fira ou se mutile a si mesmo, ou que não resista aos que o atacarem, ou que se abstenha de usar os alimentos, o ar, os

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Vol. 6, nº 2, 2013.

medicamentos, ou qualquer outra coisa sem a qual não poderá viver, esse alguém tem a liberdade de desobedecer. (HOBBES, 1983, p. 135) Se o soberano não adequar suas ações àquilo para o qual foi designado, ou seja, estabelecer a paz social, promovendo uma vida segura e cômoda para os cidadãos, o mesmo estará passível ao dano e seus súditos não terão mais o dever de obedecê-lo e poderão destituí-lo de seu poder.

[...] O fim da obediência é a proteção, e seja onde for que um homem a veja, quer em sua própria espada quer na de um outro, a natureza manda que a ela obedeça e se esforce por conservá-la. Embora a soberania seja imortal, na intenção daqueles que a criaram, não apenas ela se encontra, por sua própria natureza, sujeita à morte violenta através da guerra exterior, mas encerra também em si mesma, devido à ignorância e às paixões dos homens, e a partir da própria instituição, grande número de sementes de mortalidade natural, através da discórdia intestina. (HOBBES, 1983, p. 135)

O soberano além de ser incumbido de garantir a preservação da vida de seus súditos, deve se empenhar ardorosamente para prover-lhes uma vida satisfatória e o quanto possível feliz. Este guardião do conatus existe para estabelecer em sociedade o convívio harmonioso e o bem-estar de todos os cidadãos.

Os que, portanto, estão encarregados da administração do poder supremo naquela espécie de Cidade, pecariam contra a lei da natureza, frustrando a confiança dos que lhes entregaram esse poder, se não fizessem tudo quanto fosse permitido pela lei para que os cidadãos venham a gozar abundantemente de todos os bens, não apenas para a sobrevivência mas para o prazer da vida. (HOBBES, 1993, p. 168) Se na atualidade há a pretensão de se encontrar um sentido para a filosofia política, é imprescindível recorrer aos autores clássicos. O contratualista do século XVII, Thomas Hobbes, ao elaborar uma conjuntura política que visa a paz entre os homens, incontestavelmente, contribui para que possa haver hoje uma retomada da significação da vida humana no âmbito social. Neste sentido, fica indicada a importância do estudo do pensamento hobbesiano para a filosofia e por isso, justifica-se a relevância pela busca da compreensão das características e incumbências do soberano descrito por Hobbes na configuração do seu estado político.

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BREIER, V. M. A função do Estado em Hobbes. Disponível em:

<http://www.tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1503.pdf>. Acesso em 17 jan. 2013.

FRATESCHI, Y. Estado e direito em Thomas Hobbes. In: MACEDO, Roberto. Curso de Filosofia política: do nascimento da filosofia a Kant. São Paulo: Atlas, 2008. HOBBES, T. De cive: elementos filosóficos a respeito do cidadão. Tradução de Ingeborg Soler. Petrópolis: Vozes, 1993.

___________. Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de Estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva 2ª edição. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

PIRES, C. A soberania possível no artifício estatal de Thomas Hobbes. Disponível em: <http://www.ufpe.br/ppgfilosofia/images/pdf/pf25_artigo10001.pdf>. Acesso em 09 abr. 2013.

QUEIROZ, M. A. A soberania no De Cive de Thomas Hobbes. Disponível em: <http://www.posugf.com.br/biblioteca/?word=Thomas+Hobbes>. Acesso em 12 mar. 2013.

RIBEIRO, R. J. Ao leitor sem medo: Hobbes escrevendo contra o seu tempo. 2ª Ed. Belo Horizonte: UFMG, 1999.

Referências

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