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Turismo Educativo na fortaleza de Anhatomirim

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Academic year: 2021

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Turismo Educativo na fortaleza de Anhatomirim

Pedro Mülbersted Pereira* Elison Antonio Paim**

Introdução: Uma boa opção é ir a Anhatomirim1

O Diário Catarinense em sua edição 11 de janeiro de 1990 sugeria: “Uma boa opção é ir a Anhatomirim”. A Ilha de Anhatomirim é apresentada pelo artigo jornalístico como uma atração turística diferenciada por conciliar cultura e lazer:

Que tal adicionar umas pitadas de cultura às férias sem ter, no entanto, de excluir do roteiro o sol e o mar? Para quem simpatizou com a ideia a sugestão é uma visita à Ilha de Anhatomirim, que a 10 milhas de Florianópolis – cerca de uma hora e meia de barco – e minúscula em seus 6.9 quilômetros quadrados, costuma agradar a gregos e troianos, oferecendo costões salpicados de ouriços e estrelas do mar e três pequenas praias arenosas que completam seu litoral. 2

O artigo informa como o visitante poderia ter acesso à ilha, os serviços que disporia, e como poderia aproveitar o passeio. A Fortaleza de Anhatomirim, recém-restaurada e aberta à visitação,3 ganhava destaque nesta publicação do Diário Catarinense, que apontava o trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na tutela e preservação do patrimônio, sobretudo na adequação deste espaço como ponto turístico:

* Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), graduado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

* * Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), Mestrado Profissional em Ensino de História (Profhistória/UFSC) e de Estágio Supervisionado em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutor em Educação (Unicamp). Mestre em História (PUC- São Paulo).

1 A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) assumiu a guarda e manutenção da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em 1979, e, a partir de 1990, assumiu também as fortalezas de Santo Antônio de Ratones e São José da Ponta Grossa. Delimitamos como objeto de estudo neste texto a Fortaleza de Anhatomirim – embora, quando necessário nos referir às três fortalezas, nos referimos como “as fortalezas catarinenses”. O processo de

patrimonialização da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim é tema de minha pesquisa de mestrado. 2 UMA boa opção é ir a Anhatomirim. Diário Catarinense. Florianópolis, p. 10. 11 jan. 1990. Acervo do Iphan

(Florianópolis), pasta 81.

3 As obras de restauro da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim tem início nos anos 1970, com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) à frente deste processo; as obras foram concluídas, nos anos 1980, através de parcerias firmadas entre o Iphan, o Ministério da Marinha, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e outras instituições públicas e privadas catarinenses. Posteriormente, a partir de 1989, outra fase de restauro da fortaleza têm início, com o Projeto “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina: 250 Anos de História Brasileira” .

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Sob a responsabilidade da UFSC desde 1979, a ilha abriga a Fortaleza de Santa Cruz (1744), um dos três fortes que formam o sistema defensivo que guardava a entrada da Barra Norte da Ilha. Toda a história é contada através de vídeo e passeio pelas construções do século XVIII por guias de turismo preparados pela universidade. No momento, estão no fim as aulas práticas que deverão formar mais 30 orientadores para trabalhar no local durante a temporada – hoje, eles são cerca de 10.

Apesar de aberto à comunidade, o Curso Preparatório para Guia em Anhatomirim é formado, basicamente, de estudantes universitários que receberam aulas dos professores do Departamento de História, Arquitetura e Enfermagem.4

Este mesmo jornal celebrava, no final daquele ano, o início oficial da temporada de verão de Santa Catarina com uma programação especial organizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na Fortaleza de Anhatomirim. A publicação “O verão chega a Anhatomirim” foi capa da edição de 3 de dezembro de 1990 deste jornal.

A programação contou com a presença de Alberto Policarpo, presidente do Banco do Brasil; Bulcão Viana, prefeito de Florianópolis, Felix Theiss, secretário da Fazenda representando o governador do Estado; e Bruno Schlemper Júnior, reitor da UFSC. Esta reunião de figuras ilustres da cena pública catarinense e brasileira não é casual: trata-se de um momento em que está em execução o projeto “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina: 250 Anos de História Brasileira”, da Universidade Federal de Santa Catarina.5

A programação cultural da abertura da temporada de verão – “diversas competições estudantis, exibições artísticas e de pára-quedismo”6 – não ganha tanto destaque na matéria jornalística quanto a restauração e as adequações aos usos turísticos da Fortaleza de Anhatomirim:

As edificações da ilha, erguidas no século 18 pelos portugueses, preocupados em defender suas colônias, estão sendo restauradas pela UFSC com o apoio financeiro da Fundação Banco do Brasil. Para Alberto Policarpo, esse trabalho – 90% já realizado e que estará

4 UMA boa opção é ir a Anhatomirim. Diário Catarinense. Florianópolis, p. 10. 11 jan. 1990. Acervo do Iphan (Florianópolis), pasta 81.

5 O projeto “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina: 250 Anos de História Brasileira” (1989 – 1991) foi um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Fundação Banco do Brasil (FBB) que buscou captar recursos para restauração das fortalezas de Anhatomirim, Ratones e Ponta Grossa. A UFSC já havia adotado a Fortaleza de Anhatomirim, como instituição tutora, desde 1979, e, com este projeto, assumiu também as fortalezas de Ratones e Ponta Grossa. O projeto incluía também investimentos em programas de pesquisa, formação e

publicações sobre as fortalezas catarinenses.

6 VERÃO chega antes em Anhatomirim. Diário Catarinense. Florianópolis, 03 dez 1990, p. 03. Acervo do Iphan (Florianópolis), Pasta 81.

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concluído em março próximo – é de importância histórica para Santa Catarina e o País. Quando se chega à ilha, encontra-se o Armazém da Praia, destinado agora à recepção turística. Nos seus 250 anos, recebeu diversas modificações. A Casa do Comandante, após a restauração, teve eliminadas as repartições internas, transformando-se em dois grandes salões. Os vestígios da obra foram mantidos em filmes e fotos. A Casa da Farinha conserva ainda seu aspecto original. Outros atrativos da ilha são o Farol, a Casa de Radiotelegrafia, a Casa da Pólvora e a Fonte.7

O último parágrafo do texto jornalístico explicita qual o objetivo da universidade para com o monumento em questão: “A UFSC pretende, com a temporada de verão na Ilha de Santa Catarina, despertar a necessidade de valorização histórica, a cultura e o lazer. Nos próximos anos, Santa Catarina terá condições de dispor de um roteiro de turismo ecológico e cultural”.8

Além do Diário Catarinense, outros jornais catarinenses seguem a mesma linha: o Jornal de

Santa Catarina, O Estado, e A Notícia também relacionam o restauro da Fortaleza de Anhatomirim

à sua transformação em ponto turístico, particularmente atração da temporada de verão catarinense. O que fazia deste espaço algo diferente de outras atrações turísticas da Grande Florianópolis era o fato de a Fortaleza de Anhatomirim ser um bem cultural preservado pela Universidade Federal de Santa Catarina, uma iniciativa pioneira e inédita no Brasil, naquele contexto (TONERA, 2005).

Quando a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) assumiu a tutela a Fortaleza de Anhatomirim havia uma série de usos propostos pelos agentes envolvidos no processo de patrimonialização desta fortaleza, usos voltados para preservação do patrimônio histórico, pesquisa científica e turismo. Quando esta universidade assumiu a tutela das fortalezas de Ratones e Ponta Grossa, estes mesmos usos passaram a ser aplicados também nestes monumentos – embora haja especificidades no caso destas duas últimas, por se tratar de um outro momento no campo do patrimônio e na relação da UFSC com as fortalezas catarinenses.

Analisamos neste artigo as propostas de turismo para as fortalezas catarinenses, a partir da documentação oficial e da fala de alguns destes agentes, a partir das suas narrativas presentes no CD-Rom Fortalezas Multimídia (TONERA, 2001). Relacionamos a proposta de Turismo Educativo nas fortalezas ao conceito de Educação Patrimonial, e, a partir da crítica de Pereira e Oriá (2012) problematizamos estas propostas, valendo-nos também os referenciais teóricos de E. P. Thompson

7 VERÃO chega antes em Anhatomirim. Diário Catarinense. Florianópolis, 03 dez 1990, p. 03. Acervo do Iphan (Florianópolis), Pasta 81.

8 VERÃO chega antes em Anhatomirim. Diário Catarinense. Florianópolis, 03 dez 1990, p. 03. Acervo do Iphan (Florianópolis), Pasta 81.

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(2002), em sua discussão sobre Educação e experiência, e Walter Benjamin (2012), a relação que este faz entre cultura e barbárie na modernidade.

Turismo Educativo na Fortaleza de Anhatomirim

O Convênio assinado entre a Marinha do Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 1979 estipulava que a UFSC, representada pelo reitor Caspar Erich Stemmer, propunha “utilizar a ilha de Anhatomirim, como seu acervo histórico, para fins didáticos e de turismo educativo” - o que o Comando do 5º Distrito Naval, ao qual estava subordinada a Fortaleza de Santa Cruz, tinha o interesse, porém, não havia recursos necessários.9

A partir deste Convênio, a UFSC tinha permissão de instalar na Ilha de Anhatomirim “bases de pesquisa oceanográfica, de ecologia marinha”, bem como promover “pesquisas vinculadas aos programas de pós-graduação em Ciências Sociais e História e ao Museu Universitário ou outros que venham a ser aprovados”.10 O Convênio também atribuía a universidade, junto com o Iphan, a obrigação de “preservar os monumentos históricos existentes na ilha, recuperando-os e mantendo-os com recursos do IPHAN” e “permitir o desembarque de turistas na ilha, observando as normas da UFSC e disciplinando a visitação”.11

Caspar Erich Stemmer, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no momento em que esta assumia a tutela da Fortaleza de Anhatomirim, contempla estas propostas de uso para a fortaleza em seu discurso de abertura do seminário “O mar e seus recursos” realizado em março de 1980 na própria Ilha de Anhatomirim:

Desejamos usar os prédios como museus de arqueologia, oceanologia, biologia marinha,

9 CONVÊNIO que fazem entre si o ministério da Marinha, a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPAHN para utilização da Ilha de Anhatomirim, pertencente à Marinha do Brasil e localizada no município de Florianópolis, neste Estado. Florianópolis, novembro de 1979. Acervo do Iphan (Florianópolis), pasta 83.

10 CONVÊNIO que fazem entre si o ministério da Marinha, a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPAHN para utilização da Ilha de Anhatomirim, pertencente à Marinha do Brasil e localizada no município de Florianópolis, neste Estado. Florianópolis, novembro de 1979. Acervo do Iphan (Florianópolis), pasta 83.

11 CONVÊNIO que fazem entre si o ministério da Marinha, a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPAHN para utilização da Ilha de Anhatomirim, pertencente à Marinha do Brasil e localizada no município de Florianópolis, neste Estado. Florianópolis, novembro de 1979. Acervo do Iphan (Florianópolis), pasta 83.

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como salas de aula para cursos de verão, como laboratório, como rede de um Instituto de Ciências do Mar. Haverá lugar para pesquisa de arqueologia, história e biologia marinha. Aquários ampliarão os atrativos para o ensino e para o turismo.

Desejamos a ilha visitada por milhares de turistas. Não por turistas desorientados, que escrevem e jogam resíduos por toda parte, mas sim por turistas acompanhados e orientados por guias treinados. Esta sem dúvida poderá ser uma tarefa interessante para os nossos estudantes de história, geografia ou letras, os quais, a par de ampliarem sua cultura no contato com o turista, poderão ter uma boa fonte de renda. Os turistas levarão assim, não só uma imagem de beleza natural da costa catarinense, mas também uma imagem da história e da cultura de nosso povo. Quem volta para casa, de uma visita à ilha de Anhatomirim, sem guia, pouco poderá contar. Porém, um bom guia, poderá contar muito, de cada prédio, de cada fortaleza, de cada pedra, de cada árvore desta ilha.12

Ernani Bayer, que sucedeu Stemmer na reitoria desta universidade, exprime ideia semelhante: “O que se pretendia era, realmente, fazer daquele local um centro de pesquisas na área de biologia marinha, mas também que se transformasse num local de turismo educativo”.13

A mesma ideia aparece na fala de Maria de Lourdes de Souza, que integrara a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão desta universidade como pró reitora de Planejamento, durante a execução do projeto “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 Anos na História Brasileira” (1989-1991):

Vejamos pois, reconhecer e treinar lideranças para o turismo – guias criando novos mercados, não somente para os estudantes da universidade. O impacto não é só local, muitas pessoas vêm do interior do Estado de Santa Catarina como grupos organizados para visitar as Fortalezas. No verão, nem se fala, dá gosto de ver.

[...]

O contingente populacional – o número de visitantes, atesta por si só que as Fortalezas deveriam ser restauradas e preservadas como laboratório vivo da cultura histórica de Santa Catarina. Afinal, é uma escola aberta, onde se aprende educação com lazer.

A educação para o turismo, para o mundo do trabalho, para a vida como um processo incrivelmente diversificado.14

12 STEMMER, Caspar Erich. Discurso de abertura do seminário O Mar e Seus Recursos. Fortaleza de Anhatomirim (SC), 17 de março de 1980. O discurso na íntegra encontra-se transcrito no CD-Rom Fortalezas Multimídia (TONERA, 2001).

13 BAYER, Ernani. Agosto de 1990. Entrevistador: Rosangela M. Machado, Florianópolis, Ago 1990. A entrevista na íntegra encontra-se transcrita no CD-Rom Fortalezas Multimídia (TONERA, 2001).

14 SOUZA, Maria de Lourdes de. Abril de 1990. A entrevista na íntegra encontra-se transcrita no CD-Rom Fortalezas Multimídia (TONERA, 2001).

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Esta fala da pró-reitora Maria de Lourdes Souza está presente na entrevista gravada em 1990, no âmbito de execução do projeto “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 Anos na História Brasileira”; trata-se, portanto, mais de expectativa para com as ações realizadas pela universidade que os resultados, propriamente.

Educação, cultura, restauração e turismo se entrelaçam, indissociavelmente, na narrativa de Maria de Lourdes de Souza. É possível identificar que tipo de laboratório e qual a perspectiva de “cultura histórica” a pró-reitora mobiliza ao discorrer sobre as ações empreendidas pela universidade:

Sistematizar, documentar e divulgar conhecimentos – reconhecimento da história como componente da vida. Vários livros produzidos, revelando inclusive novos talentos, claro que este também é um compromisso da Universidade. Por outro lado, muitas pessoas (cidadãos brasileiros e do mundo) têm tido aulas ao vivo e a cores, num processo de universidade aberta, onde o conhecimento, a sensibilidade, tem sido estimulada, independente da escolaridade dos visitantes das Fortalezas.15

Maria de Lourdes de Souza conclui que o Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 Anos na História Brasileira “é uma Escola Viva, de Educação para o resgate dos valores culturais, para a vida e liberdade, sem perder de vista a economia e valores sociais, embora as Fortalezas em suas origens não tenham tido esta conotação”.16

A valorização se daria também através da vinculação das fortalezas com outras atividades de extensão da universidade, como o Museu Universitário, o Instituto de Ciências do Mar, bem como a vinculação com a pesquisa científica, através dos programas de pós-graduação em Ciências Sociais e História, pesquisas de arqueologia e pesquisas voltadas para a biologia marinha e oceanografia.

Turismo Educativo como Educação Patrimonial

Relacionamos a proposta de turismo nas fortalezas catarinenses com o conceito de Educação Patrimonial. É possível estabelecer associações entre a ideia Educação Patrimonial, conforme se configurava nos anos 1980 e 1990 no Brasil, e a prática do Turismo Educativo empreendida pela

15 SOUZA, Maria de Lourdes de. Abril de 1990. A entrevista na íntegra encontra-se transcrita no CD-Rom Fortalezas Multimídia (TONERA, 2001).

16 SOUZA, Maria de Lourdes de. Abril de 1990. A entrevista na íntegra encontra-se transcrita no CD-Rom Fortalezas Multimídia (TONERA, 2001).

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Universidade Federal de Santa Catarina, no âmbito do projeto “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina: 250 Anos de História Brasileira” (1989 – 1991).

Pereira e Oriá (2012, p. 164) analisam que o conceito de Educação Patrimonial desenvolveu-se no Brasil em meados dos anos 1980, “tributário das lutas sociais e institucionais pela predesenvolveu-servação dos registros patrimoniais”, situado em um “contexto histórico de lutas pela manutenção, conservação e registro de bens de natureza material, uma luta, digamos, contra a destruição dos registros históricos nacionais”. Destacam a experiência pioneira da museóloga Maria de Lourdes Horta no Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Entretanto, “as transformações sociais, políticas, educacionais e culturais marcaram, desde então, profundamente as concepções acerca do Patrimônio Cultural e, por suposto, a Educação”; Pereira e Oriá (2012, p. 165) analisam que houve uma “ampliação da noção de patrimônio histórico para a de patrimônio cultural” nas últimas décadas do século XX, estendendo-se para além das cidades coloniais, monumentos, edificações antigas, obras de arte e sítios arqueológicos e passou a ser pautada pelos referenciais culturais dos povos, pela percepção dos bens culturais nas dimensões testemunhais do cotidiano e das realizações intangíveis, uma alteração que “marcará profundamente os processos educativos, convocando as faces intangíveis do patrimônio e os fazeres e saberes cotidianos”. A partir destas transformações no campo do patrimônio e da cultura, assim como na Educação, tecemos nossa crítica à proposta de Turismo Educativo nas fortalezas catarinenses.

Pereira e Oriá (2012, p. 165 – 167) consideram este modelo de Educação Patrimonial, desenvolvido nos anos 1980, como sendo “meramente instrumental”, e que “se concentra na análise do objeto museológico em si, preterindo outras dimensões importantes do processo educativo, ou seja, os sujeitos da aprendizagem e que são, também, sujeitos históricos”. Este modelo de Educação Patrimonial, egresso de um conceito de Patrimônio Histórico de pedra e cal – isto é, “aquela restrita aos bens materiais edificados que foram alvo prioritário da ação preservacionista do Estado em contextos de destruição” - é vinculado a “uma proposição educativa voltada à compreensão do passado histórico (sem, necessariamente, vincular-se ao presente vivido), à heroicização das ações e sujeitos históricos, à compreensão do histórico como excepcional, raro e materialmente valioso”.

Em que medida podemos aproximar estas considerações da proposta de Turismo Educativo da Universidade Federal de Santa Catarina para as fortalezas catarinenses?

As fortalezas catarinenses foram tombadas como patrimônio histórico e artístico nacional de acordo com a concepção da “pedra e cal”, isto é, dentro de uma configuração do campo do patrimônio no Brasil em seus primeiros anos, caracterizado pelo tombamento de bens isolados

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(notoriamente, construções luso-brasileiras do século XVIII e XIX, tais como igrejas, casarões, prédios, fortificações) como “testemunhas da história”, história cuja “matriz discursiva foi produzida no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB)” (DELGADO, 2008, p. 113). No caso das fortalezas catarinenses, encontramos paralelo com o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC), cuja matriz discursiva pode ser caracterizada como “uma História narrativa, baseada especialmente em fontes oficiais – mas, no caso de Santa Catarina, também muitos em relatos de viajantes –, normalmente referenciada nos fatos políticos, cujos personagens são os chamados 'grandes homens'”(CAROLA, WOLFF, SILVA, 2011, p. 304).

Estas fortalezas foram restauradas entre o início da década de 1970 e primeiros anos da década de 1990, em uma fase em que o campo do patrimônio no Brasil passava por profundas transformações. A partir de 1968, o Iphan procura demonstrar a compatibilidade entre “os interesses da preservação e os do desenvolvimento”, assumindo a postura de “negociador, que procura sensibilizar e persuadir os interlocutores, e conciliar interesses” (FONSECA, 2009, p. 142). A conciliação do valor cultural ao valor econômico se deu de duas maneiras: “seja considerando os bens culturais enquanto mercadorias de potencial turístico, seja buscando nesses bens os indicadores culturais para um desenvolvimento”.

Neste contexto, surgiram também dois outros órgãos paralelos e alternativos ao Iphan: o Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC) e a Fundação Nacional Pró-Memória (FNpM), em busca de outra perspectiva, novas abordagens para novos objetos para além da “pedra e cal”, novas formas de preservação aliadas ao novo referencial adotado. Fonseca enfatiza que Aloísio Magalhães, figura a frente do CNRC, bem como o grupo de intelectuais ali reunido, “formularam uma proposta de política cultural que tinha como ambição fornecer subsídios para a solução dos problemas do desenvolvimento no Brasil”. (FONSECA, 2009, p. 162).

O projeto de modernização posto em curso no Brasil no período em questão, no qual se insere a conciliação entre valores tradicionais e o desenvolvimento econômico, também pode ser identificado em Florianópolis, nas esferas políticas, culturais e econômicas desde meados dos anos 1960 (LOHN, BRANCHER, 2014). O turismo, como prática socioeconômica e cultural, figura como atividade econômica viável dentro da política econômica adotada no período (DELGADO, 2008, p. 110). É neste contexto ocorreu a restauração das fortalezas catarinenses – a sua “redescoberta” pelo Iphan, nas palavras de Tonera (2005, p. 5)

A proposta de Turismo Educativo da Universidade Federal de Santa Catarina para as fortalezas catarinenses é diretamente vinculada às concepções de História patrimônio, cultura, e

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ensino em voga naquele contexto, assim como atende aos interesses de mercado, conforme a agenda econômica dos anos 1980 e início da década de 1990. Embora reconheçamos que estas concepções a que nos referimos, expostas acima, não fossem as únicas presentes – isto é, dividiam espaço com outras perspectivas e outras práticas – eram as concepções hegemônicas, e mobilizadas no caso das fortalezas catarinenses.

É possível identificar a permanência desta ideia de Turismo Educativo para as fortalezas catarinenses nos Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) desenvolvidos pela universidade.17

As fortalezas são mencionadas no Plano de Desenvolvimento Institucional de 2005-2009 (UFSC, 2004) no breve histórico que apresenta as diversas ações desenvolvidas pela universidade; o documento afirma que as fortalezas, “restauradas e preservadas pela Universidade, formam um complexo turístico visitado anualmente por cerca de 200.000 pessoas e fomentaram a criação de 300 empregos diretos na área do turismo”. (UFSC, 2004, p. 12)

O Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina é destacado pelo PDI entre “algumas dessas atividades, caracterizadas pelo forte impacto social, desenvolvidas através de vários projetos, atendendo às áreas de saúde, educação, cultura, trabalho, direito e cidadania” (UFSC, 2004, p. 71); consta também que “nas três fortalezas, restauradas pela UFSC, com recursos da Fundação Banco do Brasil, vem sendo, desenvolvidos trabalhos de Turismo Educativo com a participação de estudantes universitários”. (UFSC, 2004, p. 91).

Já o Plano de Desenvolvimento Institucional de (PDI) 2010-2014 consta que com a criação da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte), separando-se da antiga Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, a partir de 2008, as atividades culturais e os “programas, projetos e eventos de impacto cultural” dentre os quais o Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina, passaram a ser vinculados à SeCArte (UFSC, 2009, p. 23). O Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina é apresentado no item

Preservação da memória e do patrimônio cultural, como “inicialmente foi um meio de levantar

recursos e administrar a restauração e a revitalização de um conjunto de fortalezas coloniais da Ilha de Santa Catarina”; afirma também que “presentemente, a Universidade administra o acesso público às fortalezas restauradas. (UFSC, 2009, p. 49)

O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) de 2015 a 2019 traz a consideração que “a UFSC é pioneira no gerenciamento e na preservação das fortificações militares de Santa Cruz de

17 O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) é um documento produzido pela Universidade Federal de Santa Catarina aonde estão definidas a missão e os objetivos estipulados para um quadriênio, bem como as estratégias, diretrizes e políticas a serem seguidas para alcançar estes objetivos.

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Anhatomirim, Santo Antônio de Ratones e São José da Ponta Grossa, construídas pelos portugueses no século XVIII”; traz também a consideração que “tais fortificações são fontes incontestáveis de conteúdo histórico na formação e desenvolvimento da Capital do Estado de Santa Catarina e celeiro inesgotável de possibilidades para o ensino, a pesquisa e a extensão universitária”. (UFSC, 2015, p. 30)

O documento destaca também a inclusão do Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina no Plano de Aceleração do Crescimento de Cidades Históricas (PACCH) do Governo Federal. Com isso, a UFSC propõe um “Plano de Ação para Integração Acadêmica”, para viabilizar “ações conjuntas na direção do fortalecimento e expansão da preservação patrimonial”; desta maneira, possibilitaria a utilização das fortalezas como um “campus avançado — laboratório vivo, com programas continuados de ensino, pesquisa e extensão dos departamentos de ensino e programas de pós-graduação da instituição” .

A proposta caminha para a construção de uma Agenda Propositiva em que todos os envolvidos — docentes, discentes, núcleos de pesquisa, laboratórios e grupos de estudos — tenham a participação efetiva por meio de ideias, propostas, sugestões e parcerias que possibilitem a vinculação do Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina com as atividades acadêmicas de extensão da UFSC e sua inter-relação com o ensino e a pesquisa. (UFSC, 2015, p. 52)

A proposta de criação de um Plano de Ação para Integração Acadêmica, envolvendo “docentes, discentes, núcleos de pesquisa, laboratórios e grupos de estudos”, a fim de efetivamente vincular as fortalezas catarinenses com as “atividades acadêmicas de extensão da UFSC e sua inter-relação com o ensino e a pesquisa” reverbera a proposta de conciliação entre ensino, a pesquisa e a extensão universitária e preservação do patrimônio histórico – o que é possível identificar nos três Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI) citados.

Inferimos que os PDIs trazem para o presente as discussões sobre o uso dado às fortalezas catarinenses pela universidade desde que esta assumiu a tutela destes bens culturais. Entretanto, há que se problematizar estas permanências com um olhar crítico para as relações de poder presentes nesta discussão.

O Convênio de 1979 determinava que a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) seria a responsável por permitir o desembarque de turistas na Ilha de Anhatomirim, bem como a responsável por disciplinar a visitação à Fortaleza de Anhatomirim. É mais que uma questão de zelo

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pela integridade e preservação do patrimônio: com isso, fica estabelecido que a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como tutora deste bem cultural, que determina como será a relação entre a fortaleza e aqueles que a visitam, portanto, influenciando no tipo de experiência que este visitante terá com este patrimônio.

Trata-se de uma relação vertical: a universidade, detentora dos direitos de uso da Fortaleza de Anhatomirim, é também a detentora dos saberes históricos que serão transmitidos aos visitantes deste monumento. Nesta perspectiva, o visitante não conhece nada sobre a história ou a cultura, sequer tem parâmetros para se apropriar destes elementos durante a visita – afinal, conforme as palavras de Caspar Erich Stemmer, “sem guia, pouco poderá contar”. Assim, os estudantes, após terem cursado os cursos especiais oferecidos pela própria universidade para atuarem como guias, seriam os mais capacitados para a mediação entre os visitantes e o monumento, por serem eles detentores dos saberes privilegiados produzidos na universidade. Os guias seriam os responsáveis por transmitir estes saberes para os visitantes.

É a universidade a responsável por eleger quais valores, sentidos e significados devem ser preservados e valorizados como patrimônio nestes bens culturais. O valor histórico das fortalezas catarinenses é construído a partir de uma dada concepção de história – a “história do vencedor”, na perspectiva do filósofo alemão Walter Benjamin. São valorizados como História os fatos, os feitos, os sujeitos e as narrativas das elites, os dominadores, aqueles que, segundo Benjamin, conduzem o “cortejo triunfal” por sobre aqueles que se encontram prostrados. Daí a sua consideração que “nunca houve um documento da cultura que não fosse simultaneamente um documento da barbárie”, pois, “assim como o próprio bem cultural não é isento de barbárie, tampouco o é o processo de transmissão em que foi passado adiante” (BENJAMIN, 2012, p. 237).

Pelo viés de Benjamin, podemos identificar na preservação do patrimônio cultural a legitimação da barbárie, a medida que consagra um determinado uso, valor, sentido, significado de um bem cultural em detrimento de outros. Como podemos identificar esta dinâmica, no caso das fortalezas catarinenses? As memórias, as narrativas e os saberes da população catarinense, especialmente os que vivem no entorno das fortalezas, não são valorizados na mesma medida que os saberes produzidos pela historiografia catarinense – não são História: são estórias, lendas, “causos”, (UCHOA; MACHADO, 1992).

Pereira e Oriá (2012, p. 166) apontam que, ao adotar uma “noção mais abrangente de Patrimônio Cultural”, rompeu-se com a “visão elitista que considerava apenas objeto de preservação cultural as manifestações de classes historicamente dominantes”, passando a levar em

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consideração as dimensões imateriais do Patrimônio Cultural, isto é, “os registros e modos de expressar a cultura de diferentes grupos étnicos e sociais que contribuíram e contribuem para a formação da sociedade brasileira”. Neste sentido, os autores apontam que dentro das novas noções de patrimônio cultural, “são os homens e as mulheres no presente que elegem os bens culturais reveladores de seu passado e de seu presente para a constituição de sua identidade como sujeitos históricos e cidadãos plenos que constroem coletivamente suas múltiplas memórias (PEREIRA; ORIÁ, 2012, p. 168).

Entendemos que tal virada acarreta não apenas a ampliação do rol de bens e práticas a serem preservadas, mas, também, a uma ressignificação dos bens outrora já consagrados, tais como os bens isolados dentro da perspectiva da “pedra e cal”, a medida que estabelecemos novas maneiras de se relacionar com estes bens, assim como passamos a considerar outras relações, valores, sentidos e significados atribuídos a estes bens, que não os das elites. Novos sujeitos entram em cena, e com eles, novos saberes, novos sentidos precisam ser levados em consideração, a fim de termos novas práticas para com o patrimônio.

Estes elementos nos aproximam das discussões do historiador britânico Edward Palmer Thompson sobre experiência e Educação, quando estava vinculado ao Departamento extramuros da Universidade de Leeds, em 1968. Naquele contexto, Thompson (2002, p. 45) ponderava sobre o que seria uma universidade aberta: uma “porta de saída para o conhecimento e as competências”, e, simultaneamente, “uma porta de entrada para a experiência e a crítica”. Tais considerações estão diretamente vinculadas à sua concepção de cultura: Thompson não via uma oposição entre a “cultura letrada” e a “cultura popular”, pelo contrário: apostava na “intercâmbio dialético entre educação e experiência” para construção de uma “cultura igualitária comum”.

No caso das fortalezas catarinenses, vemos a abertura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no sentido de “uma porta de saída para o conhecimento e as competências”, sem, contudo, ser uma “uma porta de entrada para a experiência e a crítica”, porquanto propõe ações que transmitem os saberes produzidos no âmbito acadêmico para fora dos muros da universidade, porém, estabelece uma relação vertical com a sociedade catarinense. Assim, impossibilita que haja o pleno “intercâmbio dialético entre educação e experiência”, a medida que valoriza a “cultura letrada” em detrimento da “cultura popular”.

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O Turismo Educativo, como um dos usos propostos para as fortalezas de Anhatomirim, Ratones e Ponta Grossa pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está vinculado diretamente ao processo de patrimonialização destas, entre 1970 e 1992. É uma modalidade de turismo cuja prática é definida de acordo com as concepções de patrimônio, cultura, História e ensino naquele contexto – portanto, relacionada às transformações no campo do patrimônio no Brasil, nas décadas de 1970 e 1980.

Com as transformações no campo da educação e no campo do patrimônio, outros sujeitos portadores de outros sentidos, entram em cena, a partir do momento que as dimensões imateriais do patrimônio são levados em considerações. Com isso, novas abordagens e novas práticas para com o patrimônio são possíveis.

As permanências dos usos propostos pelos agentes envolvidos no processo de patrimonialização das fortalezas catarinenses entre as ações desenvolvidas e propostas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) hoje atestam a atualidade do tema. Atualidade, neste caso, não apenas na questão da relevância das pesquisas em torno das fortalezas catarinenses, a partir e/ou na articulação de diferentes áreas do conhecimento, mas, sobretudo, na necessidade da discussão com respeito ao sentido dado a estes bens culturais.

Queremos afirmar, com isso, a dimensão política do patrimônio, entrecruzado por relações de poder, que podem, por vezes, se configurar como disputas de poder. Por isso, esta é uma discussão que concerne não apenas a UFSC – como instituição tutora das fortalezas de Anhatomirim, Ratones e Ponta Grossa – mas a todos aqueles que fazem uso deste bem cultural.

Referências

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 8ª ed. rev. São Paulo: Brasiliense, 2012. (Obras Escolhidas v.1)

CAROLA, Carlos Renato; WOLFF, Cristina Scheibe; SILVA, Janine Gomes. A historiografia de Santa Catarina: olhares sobre os últimos 50 anos. In.: GLEZER, Raquel et al. Do passado para o futuro: ediç ão comemorativa dos 50 anos da Anpuh. São Paulo: Contexto, 2011.

DELGADO, Andréa Ferreira. Configurações do campo do patrimônio no Brasil. in: BARRETO, Euder et al (Orgs.). Patrimônio Cultural & Educação Patrimonial. Goiânia: Secretaria de Educação, 2008.

FONSECA, Maria Cecília Londres. O patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2009.

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GRUNBERG, Evelina. Manual de atividades práticas de Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN, 2007.

LOHN, Reginaldo Lindolfo; BRANCHER, Ana Lice (Orgs). Histórias na ditadura: Santa Catarina (1964-1985). 1. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2014.

PEREIRA, Júnia Sales. ORIÁ, Ricardo. Desafios teórico-metodológicos da relação Educação e Patrimônio. RESGATE, v. 20, n. 23, 2012, p. 161-171.

THOMPSON, Edward Palmer. Educação e experiência. In.: ______. Os românticos: A Inglaterra na era revolucionária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

TONERA, Roberto. Fortalezas Multimídia: Anhatomirim e mais centenas de fortificações no Brasil e no mundo. Florianópolis: UFSC, FAPEU, 2001. [CD-ROM]

UCHOA, Carlos Eduardo; MACEDO, Josiane Therezinha. Fortalezas catarinenses: a estória contada pelo povo. Florianópolis: Editora da UFSC, 1992.

UMA boa opção é ir a Anhatomirim. Diário Catarinense. Florianópolis, p. 10. 11 jan. 1990. Acervo do Iphan (Florianópolis), pasta 81.

UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina. Plano de Desenvolvimento Institucional 2004 a 2009. Florianópolis: UFSC, 2004.

UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina. Plano de Desenvolvimento Institucional 2010 a 2014. Florianópolis: UFSC, 2010.

UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina. Plano de Desenvolvimento Institucional 2015 a 2019. Florianópolis: UFSC, 2015.

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