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Empresa Líder - SOCIEDADE DE ÔNIBUS PORTO ALEGRENSE LIDA

CNPJ n° 007338830001/49

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - RS

Processo Administrativo n° 001.008159.15.7 - Ref. Concorrência Pública n° 001/2015

Ref. LOTE 01 e 05

CONSÓRCIO MOB MOBILIDADE EM TRANSPORTES, por sua

empresalíder SOCIEDADE DE ÔNIBUS PORTO ALEGRENSE LTDA. -aqui representada por sua sócia-diretora, Sra. Loana Lain Faccin, no final assinada, vem apresentar suas

CONTRARRAZÕES EM RECURSO ADMINISTRATIVO

interposto pela empresa STADTBUS TRANSPORTES LTDA, em

.-1^

face ádesclassificação das suas propostas financeiras apresentadas

V.

nÍK

LOTES 01 e 05, pelos fatos e fundamentos a seguir

^ apresentados.

(2)

1. Das Contrarrazões do Recurso Administrativo

1.1 Da Legalidade do Julgamento da Comissão Especial de Licitações do

Município de Porto Alegre/RS;

1.1.1 Da Alegação de Insegurança Jurídica:

A recorrente alega haver sido indevidamente desclassificada do certame e que

tal atitude por parte da d. Comissão de Licitações veio cobrir o procedimento licitatório

de insegurança jurídica.

Inicialmente é de grande importância conceituar o referido princípio, o qual se

refere á segurança que deve sustentar o Estado Democrático de Direito, visto que este

princípio visa basear as condutas, as novas normas, regras e/ou decisões no limiar da

legalidade, ética e costumes. Portanto, não é factível dizer que a decisão da d.

Comissão desrespeitou o princípio da segurança jurídica, aliás a decisão da Comissão fundou-se no princípio citado, posto que observou certeiramente os princípios associados à matéria, além da legalidade e normas editalícias, conforme se busca

demonstrar nestas contrarrazões.

Haverá, sim, clara insegurança jurídica caso o Presidente da d. Comissão venha a dar acolhida ao pleito irresignado da Recorrente, posto que o mesmo não

encontra fulcro na legislação, nem mesmo, nas normas editalícias.

Este detalhe relevante credencia a d. Comissão a atuar em sua defesa em

qualquer das instâncias de controle externo ou interno e mesmo junto ao judiciário,

posto que sua decisão fundamenta-se na legalidade e em normas editalícias suficientemente claras para que pudessem ser seguidas por toda e qualquer licitante

que estivesse interessada na prestação dos serviços ora licitados.

1.1.2 Da alegação de que "a d. Comissão está interpretando de forma

equivocada o Edital"

(3)

Ao contrário do que alega a recorrente de que a d. Comissão está interpretando de forma equivocada o Edital, não foi isto que restou materializado no julgamento da mesma, pois o resultado deriva da constatação objetiva e precisa

quanto ao atendimento dos requisitos do Edital.

Quanto ao Edital de Concorrência Pública n° 01/2015, trata-se de um processo

licitatório fundado na modalidade de CONCORRÊNCIA PÚBLICA, de âmbito

INTERNACIONAL, do tipo MENOR VALOR DA TARIFA. O valor da Tarifa diz respeito á composição do preço da Tarifa Técnica proposta, o qual está condicionado ao cumprimento de um conjunto de requisitos editalícios que vinculam a formação do preço da respectiva Tarifa Técnica proposta. Do contrário, a simples oferta de um preço para a Tarifa Técnica, sem demonstrar a sua viabilidade e sua vinculação aos

requisitos do Edital e seus Anexos, abdicaria da necessidade de se verificar a

viabilidade econômica e financeira da proposta, mesmo que isso significasse a

obtenção de um menor valor para a Tarifa Técnica Proposta, alegando-se o princípio

da modicidade do valor da Tarifa Pública, restaria ainda prejudicado o inicial equilíbrio

econômico e financeiro do contrato de concessão a ser firmado, princípio este

igualmente obrigatório por força constitucional.

Considerando que o valor da Tarifa Usuário (Pública) resulta da ponderação

dos valores das Tarifas Técnicas propostas em cada Lote, cujo entrelaçamento econômico e financeiro não pode se desconsiderar em hipótese alguma, a

inviabilidade de uma proposta, ou a sua formulação fora dos requisitos editalícios

inviabilizaria todo o sistema, em razão da unicidade do valor da Tarifa Usuário.

Num sistema de transporte coletivo urbano de passageiros por ônibus

constituído por 04 (quatro) Regiões de Atendimento denominadas de Bacias Operacionais, sendo uma Bacia Pública, e as demais bacias subdivididas em 02 (dois)

lotes cada, totalizando 06 (seis) Lotes para fins do Edital, onde a Tarifa Pública (Tarifa

Usuária) é única e resulta da ponderação dos preços das Tarifas Técnicas apuradas

para cada Lote e para a Bacia Pública, tem-se que o binômio: "modicidade tarifária X

equilíbrio econômico e financeiro", obriga o rígido atendimento a todos os requisitos

estabelecidos no Editai, sejam eles de ordem técnico-operacional, jurídica ou eçonôítiico-financeiro.

(4)

Havendo dúvidas em relação aos dados franquiados pelo Edital ou mesmo quanto ao preenchimento das propostas cabe ao licitante em potencial proceder pedido de esclarecimento em tempo hábil, o que foi realizado e os quais foram devidamente respondidos tempestivamente. Além disso, o Edital deixou bem claro

que;

"4.1 A LICITANTE deverá propor uma TARIFA TÉCNICA por PASSAGEIRO

EQUIVALENTE, observadas as regras de gratuidades e benefícios tarifários

vigentes,

cujos componentes

de custo da

TARIFA

TÉCNICA

das

PROPOSTAS vencedoras em cada LOTE servirão de parâmetro para o

cálculo da TARIFA USUÁRIO no início da operação, observadas as condições de reajuste e revisão definidas no ANEXO VI e no CONTRATO de

CONCESSÃO."

"4.2 Para elaboração da TARIFA TÉCNICA, a LICITANTE deverá preencher

planilha de cálculo para o inicio da operação, de acordo com as instruções

estabelecidas no ANEXO VI B e das planilhas a serem preenchidas no

ANEXO VI C."

Para efeito do julgamento das propostas o Edital especificou os seguintes

requisitos:

"18.1 A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO verificará se os envelopes

entregues pelas proponentes estão em conformidade com o edital."

"18.2 Não serão aceitas as propostas que:

a) deixarem de atender, no todo ou em parte, as condições deste EDITAL; b) propuserem encargos financeiros ou oferecerem vantagens baseadas nas

ofertas das demais LICITANTES;

c) propuserem valor superior ao fixado no item 3.1 deste EDITAL;

d) sejam inexequiveis, nos termos do art. 48 da Lei n° 8.666/93 e alterações;

e) apresentarem irregularidades, vidos ou defeitos que impossibilitem o seu

entendimento;

f) não estiverem acompanhadas das planilhas da proposta de tarifa técnica

(5)

g) desatenderem ao item 11.5.4 deste edital."

A Recorrente, ao apresentar proposta para o presente certame, manifestou a

sua concordância com os termos do Edital, malogrado o seu interesse intenta imputar

irregularidades ao julgamento da d. Comissão Especial de Licitação, inclusive de

forma caluniosa.

1.1.3 Da Alegação de Tratamento Desigual Dispensado à Recorrente

Quanto a alegação de que a recorrente fora incorretamente desclassificada o

Edital de Licitação n° 01, em seu item 18.2, a) e e). prevê que não serão aceitas as

propostas que deixarem de atender, no todo ou em parte, as condições deste edital e que apresentarem irregularidades, vícios ou defeitos que impossibilitem o seu

entendimento.

O Anexo VI B - Instruções para Elaboração da Proposta da Tarifa Técnica estabeleceu, juntamente com os Anexos VI Al a VI A6, a forma, a metodologia de preenchimento dos dados e informações relevantes para o cálculo da tarifa proposta, assim como para a apresentação das comprovações necessárias, estabelecendo que

as mesmas deveriam ser acompanhadas de planilhas auxíliares. memórias de

cálculo complementares e de texto que explique os critérios e demais aspectos relevantes para a compreensão e comprovação das informações prestadas nas planilhasV

O Edital, em razão de ser um processo licitatório, estabelece um conjunto de

regras, parâmetros e critérios os quais não são interpretados, em sua maioria,

individualmente, cabendo ao licitante interessado fazer as devidas concatenações de

modo a atender as exigências da peça editalícia. Neste sentido tem-se que o item 1.1.1 do Anexo VI 8 estabelece tácita e objetivamente que;

"1.1.1 A LICITANTE deverá apresentar comprovação das informações

prestadas no preenchimento dos itens exigidos pelo PODER CONCEDENTE, ^ Extrai-se do item 1.1,2, do Anexo VI B- Editai de Concorrência Pública n® 01/2015: Acomprovação das informações prestadas

deverá ser entregue em planilhas de cálculo impressas e/ou em arquivos com extensão .xisx ou .pdf, acompanhadas de planilhas aiixyjMqgtmemórias de cálculo complementares e de texto que explique os critérios e demais aspectos relevantes para a

(6)

que:

especificamente dos preços dos insumos, dos coeficientes de consumo de

combustível, do coeficiente de consumo de óleos/lubrificantes (obtido através

da relação entre a despesa com este item e a despesa com combustível),

vida útil de pneus e de recapagens, coeficiente de consumo de peças e

acessórios e de outras despesas, e dos fatores de utilização de pessoal operacional (motorista/cobrador), fiscal, pessoal administrativo e pessoal de manutenção. Isto deverá ser realizado em cada LOTE onde seja elaborada e

apresentada PROPOSTA de TARIFA TÉCNICA."

Em complemento ao item 1.1.1, o item 1.1.2 do mesmo Anexo VI B estabelece

"1.1.2 A comprovação das informações prestadas deverá ser entregue em

planilhas de cálculo impressas e/ou em arquivo com extensão .xisx ou .pdf,

acompanhadas de planilhas auxiliares, memórias de cálculo complementares

e de texto que explique os critérios e demais aspectos relevantes para a

compreensão e comprovação das informações prestadas nas planilhas."

No contexto dos itens 1.1.1 e 1.1.2 resta claro e evidente que, além de

apresentar as informação solicitadas para a composição do preço da tarifa proposta, a LIcitante deveria comprovar as informações prestadas e por meio de texto explicar os critérios e demais aspectos relevantes para compreensão e comprovação das

informações prestadas em sua proposta.

Assim, constata-se que a d. Comissão aplicou acertadamente em seu

julgamento o princípio da vinculação ao instrumento convocatório (art. 41 da Lei

8.666/93), proferindo seu julgamento com estrito respaldo legal.

1.1.4 A interpretação distorcida dos esclarecimentos ao edital

Com respeito, a Recorrente invoca interpretação distorcida dos esclarecimentos prestados pela d. Comissão para pretender elidir exigência editallcia.

(7)

Em resposta, a d. Comissão afirmou que "A proponente tem todos os elementos necessários para o cálculo do FU de operação (motorista /cobrador)

informados no edital, através do Anexo III.B. " (grifou-se).

Além de a resposta da d. Comissão ter sido dada em face de questionamento específico - considerando "uma empresa que não presta os serviços atualmente no Município" (o que não é o caso do ora Recorrido) o esclarecimento é claro ao indicar o local onde se encontrava a informação para a qual foi requerido esclarecimentos,

bem como indicar a forma como deveria ser apresentado os documentos exigidos.

Portanto e conforme o princípio da vinculação ao edital (arts. 3° e 41 da Lei

8.666/93), a d. Comissão não poderia alterar essa sistemática. Ainda de acordo com art, 44 da Lei 8.666/93, "No julgamento das propostas, a comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite".

1.1.5 Da Alegada Criação de Critério Subjetivo não contemplado no Edital

Conforme acima já se demonstrou, o Edital de Concorrência Pública n° 01/2015, previu mais de uma vez a necessária inclusão das planilhas auxiüares ao

cálculo da proposta financeira das licitantes, o que todas as demais licitantes em todos

os lotes obedeceram com resignação. Posto que tal exigência não foi, em nenhum momento, objeto de pedido de esclarecimentos por qualquer das licitantes.

Não há que se falar em criação de critério subjetivo, pois o critério editalício foi

aplicado a todas as participantes, notadamente a Recorrente deixou de apresentar

peça fundamental da proposta financeira. É impossível que a Recorrente pudesse ser

classificada tendo apresentado proposta financeira incompleta, em contra sensu às demais licitantes que apresentaram a proposta financeira desenvolvida dentro dos

parâmetros exigidos pelo Edital.

Entretanto, cabe especificar que as planilhas auxiliares não foram exigidas pelo Município com o mero intuito de embelezar a proposta financeira das licitantes, a

exigência de tal peça tem fulcro na preservação posterior do princípio do equilíbrio

®ujn9®ico-financeiro inicial do contrato. Tal princípio dispõe que o inicial equilíbrio

(8)

econômico e financeiro do contrato deve ser mantido até a finalização do contrato de concessão, entretanto, para que este princípio possa ser comprovado ao longo dos

anos de concessão é de extrema necessidade que existam para referenciar os

processos de revisão tarifária e verificação do inicial equilíbrio econômico e financeiro

do contrato. Esta memória consubstancia-se em um patrimônio inestimável para a gestão de um contrato de concessão com prazo de 20 (vinte) anos.

Portanto, é consabido que tal exigência, corriqueira entre os editais licitatórios preparados para essa finalidade, perfaz-se em uma garantia ao Poder Concedente, assim como ao Concessionário, para que eventual desequilíbrio econômico-financeiro

possa ser apurado ou que haja fundamentos para afastá-lo.

Além disso, as planilhas auxiliares da proposta financeira baseiam a fixação

tarifária, posto que o valor proposto pela licitante apenas sofrerá reajuste anual, de

forma que se este encontrar-se defasado, como é o caso da proposta apresentada pela Recorrente, o desequilíbrio econômico-financeiro terminará por corroer sua capacidade de prestação de serviços ao longo da concessão. Importante destacar que o instituto da Revisão Tarifária será aplicado apenas nos casos de desequilíbrio econômico-financeiro causado por eventos imprevisíveis á época da apresentação de

proposta.

Ex positis, é possível verificar a importância, especialmente para o Poder

Concedente, do conhecimento dos dados contidos nas planilhas auxiliares.

Por fim, cabe destacar, uma vez mais, que as planilhas auxiliares

consubstanciam-se nos alicerces da proposta financeira, assim é crítica a sua

inexistência junto a proposta financeira da Recorrente, a ponto desta ser

desclassificada pela d. Comissão a prosseguir no certame.

Irresignada, a licitante Stadtbus busca chamar a atenção da d. Comissão para

assuntos irrelevantes que não foram objeto de impugnação por parte da Recorrente

em momento oportuno.

(9)

o cálculo desses números deu-se em conformidade com a metodologia do

GEIPOT.

O GEIPOT constitui iniciativa derivada do Ministério dos Transportes para

conceber soluções gerais e uniformes para o transporte público municipal. Nessa

condição, as Instruções para o Cálculo de Tarifas de Transporte Público Municipal do

GEIPOT, existem desde 1982, quando o Ministério dos Transportes, por meio da empresa brasileira de Planejamento de Transportes - GEIPOT, publicou as Instruções

práticas para Cálculo de Tarifas de Ônibus Urbanos, cuja metodologia foi atualizada

pelo Grupo de Trabalho instituído pela Portaria 644/MT de 1993, resultando na

publicação Instruções práticas Atualizadas para o Cálculo de Tarifas de Ônibus

Urbanos, cujo trabalho foi objeto de nova atualização, realizada pelo mesmo grupo de trabalho, resultando na publicação de nova atualização no ano de 1996. Cabe

destacar que ainda hoje esta metodologia é amplamente adotada em âmbito nacional.

A metodologia GEIPOT é aplicada no dimensionamento do número de

operadores (motoristas/cobradores) que deverão compor o custo de pessoal levando

em consideração somente os veículos que operam no mínimo 30 minutos dentro da faixa horária, enquanto a frota operante é dimensionada em função da demanda a ser

transportada ao longo de um dia típico de trabalho, conjugado com os parâmetros de

oferta estabelecidos no Edital e levando em consideração, de modo contínuo, todo o tempo da jornada de operação,

No intuito meramente exemplificativo, considerando as seguintes premissas em

relação â proposta financeira apresentada pelo Consórcio MOB para o Lote 01,

verifica-se:

O cálculo do fator de utilização foi apresentado em conformidade com os itens 1.1.2 e 1.1.3 do Anexo Vl-B do edital, assim disposto: "1.1.2 A comprovação das

informações prestadas deverá ser entregue em planilhas de cálculo impressas e/ou em arquivo com extensão .xisx ou .pdf, acompanhadas de planilhas auxiliares, ..." "1.1.3 A comprovação do Fator de Utilização de Pessoal Operacional (motorista/cobrador) deverá ser entregue no formato de tabela de programação de serviço, seguindo modelo GEIPOT, em uma extensão de arquivo .pdf. ou .xIsx".

Ass^stert® ^^51290

(10)

As extensões dos arquivos a serem observados na apresentação das

propostas, por solicitação do Edital, são típicos padrões de mercado, que permitem a visualização do arquivo em qualquer equipamento compatível com a especificação do

edital - tanto é assim que a própria d. Comissão analisou sem quaisquer problemas os

dados apresentados.

Por outro lado, ainda sim restava a possibilidade de fazer a apresentação da

programação operacional de forma impressa. Cabe destacar que a programação operacional é um conceito de domínio técnico, amplamente conhecido, no âmbito do

transporte coletivo, não cabendo o desconhecimento de quem pretende operar um

Lote com 209 veículos.

Destaque-se que, na proposta apresentada pelo CONSÓRCIO MOB que

disponibilizou a Tabela de Programação de Serviço (QHM01.XLS) em impresso e em meio físico, na forma de planilha auxiliar, contém a programação operacional a partir da qual se estrai o número de veículos em cada faixa horária, requisito necessário para aplicação do método do GEIPOT. inclusive consta detalhado a forma do layout do arquivo disponibilizado, tanto para apuração manual quanto para apuração

computadorizada,

1.1.6.1 O respaldo à utilização da metodologia do GEIPOT: o TCE, os Decretos

Municipais e o Edital

O Município de Porto Alegre encontra-se entre as várias capitais que tradicionalmente adotam a metodologia GEfPOT. Observe-se que tal metodologia não foi objeto de qualquer ressalva ou crítica, nem mesmo da própria Stadtbus.

Com efeito, historicamente o Órgão Gestor tem aplicado a metodologia do

GEIPOT nos processos tarifários, obtendo números de frota operante distintos (porque vinculados ao fator de utilização) do número de frota total integrante do sistema.

Os arts. 4°, § 8°, e 7°, § 2°, do Decreto Municipal 18.560/14 determinam a observância da metodologia do GEIPOT, assim como o próprio edital, como não

(11)

poderia deixar de ser, incorporou expressamente a metodologia do GEIPOT ao

certame (item 2.5.1.1 do anexo VI).

Além disso, o próprio Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul tem

pleno conhecimento do uso da metodologia do GEIPOT por parte do Município de

Porto Alegre/RS.

Entretanto, a recorrente não apresentou todas as comprovações necessárias a

embasar a aplicação do consagrado método e por isso merece a desclassificação do

certame.

1.1.7 A ausência de violação do art. 17 da Lei 8.987/95

Por fim, cabe observar que o art, 17 da Lei 8.987/95 nem mesmo é aplicável á

situação.

O dispositivo veda proposta que dependa de "vantagens ou subsídios" para sua viabilização, ou seja. para que possa ser executada. Trata-se. portanto, dos aspectos materiais da proposta, e não da forma como ela será apresentada.

A título de exemplificação, o Consórcio MOB utilizou, para apresentação de sua

proposta financeira no Lote 01, o formato previsto no edital para apresentar os seus cálculos, assim como disponibilizou os mesmos dados em via impressa. Não houve qualquer vantagem competitiva e os dados da proposta, revelaram-se, afinal, corretos

e inquestionáveis.

O próprio recorrente reconhece a ausência do quadro de horários dos motoristas em sua proposta financeira, tal documento visa basear o fator de utilização - FU. proposto para contratação de pessoal. Apenas esta ausência já seria suficiente para que a proposta financeira do concorrente fosse desclassificada, posto que o

edital determina severamente a necessidade de comprovação de todos os coeficientes

e insumos aplicados ao cálculo.

Mesmo a alegação de desconhecimento de software para cálculo dos fatores

^^yfj^ação, não procede, pois a metodologia do GEIPOT é conhecida e praticada no

11 de 17

(12)

meio técnico desde 1982 e supri tal necessidade ao vincular o conhecimento prévio da programação operacional ao cálculo do fator utilização na forma como estabelece a

metodologia.

Se ainda assim persistisse dúvida ao licitante, neste caso o Recorrente, deveria utilizar o instituto da Visita Técnica estava clara e objetivamente previsto no Edital,

cabendo ao Recorrente utilizar-se de tal procedimento.

Quanto a alegação de desconhecimento de software para cálculo do FU, esta não merece guarida, pois a visitação aos equipamentos foi devidamente franqueada

aos interessados, na forma que segue:

12. DA VISITA TÉCNICA

12.1 Faculta-se aos LICITANTES a realização de visita técnica para conhecer

o funcionamento do Sistema de Transporte Coletivo por Ônibus de Porto

Alegre, oportunizando a verificação dos equipamentos em funcionamento, das características, das linhas operacionais, das estações e corredores de

ônibus.

12.2 Caso a licitante não realize visita técnica, será considerada como ciente

das características operacionais do Sistema de Transporte Coletivo por

Ônibus, não podendo alegar ulterior desconhecimento do objeto da licitação que inviabilize a execução do contrato.

O Edital definiu a metodologia para cálculo do Fator de Utilização, não

deixando esta ao arbítrio do licitante, com vistas a elidir qualquer dúvida e para que

não haja possibilidade de escolha entre métodos variados. O Edital definiu e

padronizou a metodologia em razão da contextualização da formação do preço da

Tarifa Técnica e conseqüente implicação na Tarifa Usuário (Tarifa Pública), exatamente para evitar o livre arbítrio do licitante ao propor o seu Fator de Utilização, quer seja por meio de outro método qualquer ou por simples inferência.

Assim o Cálculo do Fator de Utilização exige o conhecimento e a definição

prévia da programação operacional, sem a qual, trata-se de uma mera estimativa, para

não dizer "um chute" do licitante.

(13)

Por outro turno, o cálculo do Fator de Utilização é prática usual, e por que não

dizer, trivial, por todas as empresas que trabalham usualmente em qualquer sistema de transporte coletivo do país, como é o caso da Recorrente que, deveras, se

dissimula como ingênua vítima.

Ainda no que concerne a alegação de que o acesso ao atual sistema como

fonte de informações privilegiou às atuais operadoras, esta é absolutamente caluniosa além de incabível, è óbvio que a realização de visita técnica era o meio disponibilizado pelo Município para repassar todas as informações necessárias ao licitante, qualquer que fosse o interessado, além do pedido de esclarecimentos e impugnações que o interessado pudesse entendesse relevante. Por seu turno, não é cabível alegar

desconhecimento dos termos editaiícios nesta fase do certame, o que desqualifica tal

discussão por completo.

Assim, não merecem prosperar as infundadas alegações apresentadas pelo

recorrido em razão da falta de fundamentos lógicos, fáticos e jurídicos.

1.1.8 Quanto ao Critério de Julgamento do Edital

Com efeito, não basta a apresentação do pretenso menor preço, para que a proposta possa ser aceita como regular. A Lei 8.666/93 determina o exame não

apenas do valor global ou final da proposta, mas da sua composição, inclusive para

aferir a seriedade e exequibilidade do preço proposto (art. 44, §3°).

A doutrina pátria observa que:

"A licitação não se destina pura e simplesmente a selecionar a proposta de

menor valor econômico, mesmo quando adotado o tipo menor preço. Visa a selecionar a proposta de menor valor que possa ser executada satisfatória

e adequadamente.

Justamente por isso, o ato convocatório deverá impor ao licitante o ônus de demonstrar a formação de seus custos diretos e indiretos, assim como a margem de lucro prevista. Usualmente, essa demonstração envolve a

sA/ogner ^Pi'^s^ntação de planilhas com preços unitários, onde oparticular formula

le ume Matncu\aricu

(14)

projeções quanto a quantitativos de itens necessários à execução da

prestação, indicando o custo necessário a tanto. Esses demonstrativos

deverão indicar tanto os custos diretos como aqueles indiretos, relacionados inclusive com a carga tributária.

Lembre-se que a exigência de apresentação desses demonstrativos destina-se a preencher diversas finalidades. Trata-se não apenas de evidenciar a viabilidade econômico-financeira da proposta, mas também a

controlar a adequação da concepção do particular em vista das exigências

técnico-cientificas e de adotar um fundamento para eventuais modificações

necessárias ao longo da execução do contrato"^

A Administração não busca simplesmente o menor preço, mas sim a proposta mais vantajosa, de forma que a proposta mais vantajosa é aquela que demonstre ser

aderente ao objeto do edital e atenda plenamente os requisitos estabelecidos no mesmo, posto que a composição do preço proposto deverá perdurar ao longo de 20

(vinte) anos.

Resta claro que a proposta da Recorrente foi julgada não aceitável, uma vez

que não se mostrou aderente aos termos do edital, já que deixou de demonstrar o

pleno atendimento dos requisitos exigidos pelo mesmo.

1.1.9 Do Alegado Impacto da Diferença no Fator Tarifa

Em suas alegações, a Recorrente busca arrimo no princípio da insignificância para furtar-se ao cumprimento dos exatos termos editalícios, alegando, ainda, a diferença existente entre o valor ofertado por esta e por sua concorrente para o Lote

05.

Ora, também no Lote 01 houve diferença, fato que não autoriza que a d.

Comissão atropele os demais princípios norteadores do direito administrativo pátrio ao

proferir seu julgamento.

4VVd^f^®Ç^L JUSTEN FILHO, Comentários àLei de Licitações eContratos Administrativos. 15. Ed. São

Dialética, 2012, p. 709.

ystente ^^^90

(15)

Os princípios licitatórios, que por sinal, buscam salvaguardar os interesses públicos obrigam, assim como a legislação vigente, à contratação por meio de um processo licitatório onde a peça central é o edital e seus anexos e dentre tantos elementos indispensáveis, um deles é o critério de seleção. Se for para desconsiderar o que estabelece a peça editalícia, para quê então serviria o edital?

Assim, não há interesse ou vantagem pública em credenciar uma proposta financeira na qual não se demonstre sua viabilidade e nem mesmo apresente a íntegra

dos números utilizados para embasamento da mesma.

Não é possível para a d. Comissão compreender como insignificante a conveniente desatenção ao edital, a qual pode ser considerada como um artifício com o fim de maquiagem da proposta. Dessa forma, demonstrar as bases utilizadas para

se chegar ao número proposto é fundamental e, deveras, nada insignificante, como

quis fazer crer a Recorrente.

O principio da insignificáncia ou bagatela é privilegiado, especialmente, junto ás esferas do direito penal brasileiro, segundo o qual o cometimento de um crime incapaz de trazer ofensa relevante ao bem jurídico tutelado não merece punição.

Analisemos sua aplicabilidade subsidiária ao caso em tela,

O bem jurídico tutelado, neste caso, é a prestação de serviços de transporte público coletivo urbano de forma adequada, nos termos do art. 6° da Lei 8987/95, a ser firmado por meio de contrato de concessão com prazo de duração de 20 (vinte)

a n o s .

Certamente a contratação de uma concessionária para operar o serviço de transporte público coletivo urbano durante 20 (vinte) anos não pode ser considerada

insignificante para a Administração e, sequer, para os administrados, pelo contrário, deve ser tratada com a máxima relevância analisando detidamente cada aspecto que

envolve as propostas das licitantes. Mais uma vez configura-se acertada a decisão da d. Comissão, que em minuciosa verificação decidiu pela desclassificação da

Recorrente.

Unia

(16)

Quanto à análise do princípio da razoabilidade, trazido à baila pelo Recorrente,

este disciplina a proporcionalidade entre a decisão e sua motivação, além de contrabalança-los em razão do interesse público, A decisão da d. Comissão foi

devidamente motivada pela apresentação irregular da proposta financeira do Recorrente que deixou de indicar os alicerces de sua proposta de preço.

A decisão da d. Comissão apresenta alinhamento com o fim do objeto licitatório

pretendido e a motivação para tomada de decisão, além de levar em consideração o interesse público. A tomada de decisão foi motivada pela insegurança da proposta financeira apresentada pela Recorrente, ao descumprir os requisitos do edital.

Afastadas a aplicabilidade dos princípios da insignificância e razoabilidade, passa-se à análise da exequibilidade da proposta em contraponto à escolha da

proposta mais vantajosa.

1.1.10 Da Alegação de que o Menor Preço Representa Toda a Vantagem

Buscada pela Administração

Propostas eivadas de inexequibilidade ou desprovidas de informações obrigatórias exigidas pelo ato convocatório, não podem ser consideradas pela

administração como vantajosas, em razão de sua evidente ilegalidade.

O ponto central da altercação é a inexistência dos alicerces da proposta financeira da Recorrente, o que é consabido por esta, que busca desviar o foco desta

d. Comissão direcionando seu olhar para questões irrelevantes.

1.1.11 Da Acertada Decisão da d. Comissão Especial de Licitações ao

Desclassificar a Recorrente

Por fim, a recorrente requer a revisão do julgamento e para tanto traz os

princípios basilares do direito pátrio como arrimo de suas alegações, entretanto nenhum destes princípios é capaz de afastar as propositadas ausências, incorreções e

incoerências encontradas nas propostas financeiras apresentadas pelo Recorrente,

por extensão, em todos os lotes para os quais participou.

ÍV5U90

16 de 17

(17)

ACS/S'"-2. Dos Pedidos

Diante de todo o exposto, REQUER:

1. O acolhimento e provimento das presentes contrarrazões de recurso:

2. O indeferimento do pleito da Recorrente;

3. Que seja mantida a desclassificação da Recorrente no certame;

4. Não sendo este o entendimento de V. Sa., requer sejam os autos remetidos á

autoridade superior competente, para que, após análise dos mesmos, defira o

presente pedido, dando seguimento ao processo licitatório.

Nestes Termos, Pedimos Bom Senso,

Legalidade e Deferimento,

Porto Alegre, 17 de agosto de 2015

Consórcio Mob - Mobilidade em Transportes

Empresa Líder: Sociedade de Ônibus Porto Alegrense Ltda.

Responsável legal pela Empresa Líder: Loana Lain Faccin

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