ANO I:: NUM. 54 Fortaleza,
{Ceará) Sabado, 25 de Julho de 1936
'V Direçáo: —JCHOVAH MOTTA 0 Jornal que será sempre o defensor das causas Justas e po-pulares. j ¦ * A Marcha Triunfal Sobre Madrid! Combate-se Em Barricadas Nas Ruas Da Metropoje Espanhola, Emquanto Fóra se Aperta O «Anel De Ferro» Da Revolução DUEIO TRÁGICO ENTRE A AVI» AÇÃO E A MARINHA Iminente A Queda De Madrid Ceuta, 24 (A RAZÃO) — O general Franco anunciou
pelo radio que está iminente a queda de Madrid.
(H)
Combate-se Nas Ruas
De Madrid Incendiados Vários Con-ventos E Igrejas Madrid, 24 (A RAZÃO)— Violentos tiroteios tiveram lu-gar esta madrugada em va-rios pontos da cidade. Dos
tectos das casas foram feitos
muitos disparos contra os
milicianos sendo muitos
atin-gidos gravemente.
A maioria dos armazéns
reabriu, entretanto. A' noite
a cidade apresenta aspecto
muito curioso,
porque o go-verno ordenou
que as jane-Ias de todas as casas fiquem
abertas e iluminadas.
Assinalam-se vários incen
dios em conventos e igrejas,
de onde partiram tiros
con-tra as forças do governo. (H Proclamada A Dlftadu ra Militar Lisbôa, 24 (A R^ZÃO—Diz um radio de Sevilha que o general Quipo proclamou em nome do general Franco a
ditadura militar em todo o
país, disolvendo as organi-sações trabalhistas.
Um «Anel De Perro»
Em Temo da MadrM
Paris, 24 (a RAZÃO)—Pe
lasultimas noticias aqui
che-gadas os revolucionários con-tinuam progredindo em
todo o norte da Espanha, onde
consolidaram suas
posições em 10 províncias. O
cha-mado «Anel de Ferro»
que é constituído
pelas regiões de minas em torno de Madrid se
acha inteiramente fechado.
Três Navios A Pique!
Fisbõa, 24
(A RAZÃO) —
Falando
pelo radio de Sevi-lha o general revolucionário
Gueipo dei Llano anunciou
que os aviões rebeldes pu-zeram a pique por meio de bombas três navios de guer-ra fieis ao governo que bom-bardeavam Cadiz.
HeHin, Em Poder Dos
Rebeldes
Lisboa, 24 (A RAZÃO)—A
estação de radio de Albacete,
em
poder dos rebeldes, anun-ciou a tomada de Hellin,com
a catura de prisioneiros e forças de artilharia. (H) O Avante Da Uma Coluna Fascista Gibraltar, 24 (A RAZÃO)— A Agencia Reuter anuncia a
aproximação de Madrid de 12.000 fascistas sob o
coman-do do sr. José Antonio
Pri-mo de Rivera, a qual será
apoiada
pelo general Mola.
Qovarno
Dasmorali-sado
Queipo fusilou o cel. Corero,
comandante do corpo
de ar-tilharia legal, em virtude
des-te haver distribuído armas á
população civil.
Morto Pata Multidão I
Barcelonai24
(A RAZÃO)— Anuncia-se -
qure e general legalista Gay foi
morto pela multidão. O referido general foi quem presidiu o tribunal militar que condenou
á mor-te os oficiais que primeiro se revoltaram. Os Soviatas Espanhol» Pedem O Auxilio Da Franca Paris, 24 (A RaZÃO) — Chegaram a esta capital dois oficiais superiores da Avia
ção Militar Espanhola. Acredita-se
que estes ofi ciais trouxeram instruções
para negociar com o gover-no francês no sentido de um
auxilio da França
para es-magar a revolta no Marrocos
Espanhol.
Madrid,24
(A RAZÃO) — Aumenta a desmoralização
nesta capital em face
da inu-tilidade dos esforços do
go-verno
para sufocar a rebe-Hão.
O ministro da
guerra, gene-ral Manuel Cruz Bonlosa
pe-diu demissão, sendo
substi-tuido
pelo general Carlos Bernal.
Granada Em Podar
Dos Babaldas
Lisbôa, 24
(A RAZÃO)—A guarnição de Salamanca ad-riu em massa aos rebeldes,
após a chegada do
general Molla, á frente de 40.000
ho-mens.
Em Granada, os rebeldes
usilaram o gal. Compin por-que o mesmo pretendeu ar-mar os civis. Fuslladol Paris, 24 (A RAZÃO)—No-icias procedentes da Espa-nha informam que o gal.
|Os Babaldas
Daclara-ram A Mobilizado
Geral
Lisbôa, 24.—(A RAZÃO)—
Um radio dé Servilha
anun-cia que em Granada as
guar-nições militares e a
popula-ção civil aderiram aos re-voltosos. Um navio com
dois canhões, e que ajudara a
bombardear Ceuta, foi posto
a pique pelos aviões dos
re-voltosos.
Em Madrid reina a mais
cempleta anarquia.
Os governistaa declararam
a mobilização
geral de suas forças. Os que não se
apre-sentarem serão fusilados. E
os operários
que se declara-rem em gréve serão também
executados.
Vlnta Uma Províncias
|Em Poder Dos
Rebel-des
Lisbôa, 24—(A RAZÃO)—A
vitoria dos rebeldes
parecia iminente hoje,
pois o movi-mento alastrava-se
rapida-mente e os aeroplanos dos
militares revoltados inicia-vam um ataque aos navios de guerra legalistas que se achavam em Cadiz, três dos
quais foram a pique.
Outro ataque foi feito
tam-bem aos navios ancorados
no porto de Tanger, os quais
responderam aos
ataques. Os rebeldes controlaram
já 21 Províncias, assim
como todo o territorio do
proteto-rado de Marrocos. (H.) Barbaria Comunista Marselha, 24 (A RAZÃO)— O populacho assaltou, em Barcelona, vários conventos
religiosos, decapitando
três
prelados jesuítas, sendo a cabeça de um deles,
deposi-tada numa bandeja e levada
em procissão
pelas ruas, Os assaltantes injuriaram as frei-ras de uma Comunidade, obri-gando-as a saltarem despi-das as íjanelas do convento.
Madrid Sem
Governo I
Madrid, 24 (A RAZÃO)—Os
comitês da Frente Popular,
sob a direção dos
comunis-tas,
já estão sendo formados em toda a cidade, a qual foi
dividida em distritos sob o
controle dos comitês
princi-pais da Milícia, instalados no Teatro Europa e no Conven
to de Sol ermos.
A Franca Expulsa os
Espanhóis
Rio, 24 (A RAZÃO)—Na ci-dade de Bayonna, as
autori-dades francesas expulsaram
vários espanhóis q,ue desen-volviam no território fran-cês atividade considerada subversiva. Os Governlstas Que» rem Bombardear Palma
Rio, 24 —(A
RAZÃO)—Se-gundo informaçães de Lon-dres aqui recebidas dizem
que os aviões governistas
es-panhois voaram sobre Pai-ma, cidade das ilhas
Balea-res lançando
proclamação e ameaçando de bombardeio,
caso a cidade não se
ren-desse dentro de 24 horas.
Seria A Situação de
San Sebastlan
Rio, 24 (A RAZÃO)—As ul-timas noticias dizem que
con-tinua séria a situação de San
Sebastlan. Era esperado ali o
vaso francês «Indlom Table»
afim de repatriar os
subdi-tos. (HJ O Inicio Da Marcha Contra Madrid Londres, 24 (A RAZÃO)— A batalha pela posse de Ma-drid e pela deposição do
go-verno das esquerdas
já teve inicio em Vilalba, localidade
atuada a 15 milhas ao norte
da capital.
O governo está de
posse das cidades de Almeria,
To-ledo. Guadalajara, Alminsa e La Granjá.
Os
pontos básicos dos re Jeldes
para o cerco de Ma-drid sâo as capitais de
Vai-ladolid, Saragoça e Sevilha. Protestam As Autori-dades Inglésas Gibraltar, 24 (A RAZÃO—) As autoridades inglésas pro-testaram junto ao quartel ge-neral dos revolucionários
pe-lo fato de ter um avião
re-belde, por engano, lançado
uma bomba em "destróier"
inglês. (H)
O Governo Francês
NAo Fez Nenhuma
Proposta Paris, 24 (A RAZÃO)—A-iirma-se nos círculos autori-sados
que o governo francês não entrou em demarches com o governo espanhol que vi-s avi-svi-sem o fornecimento de ma-terial bélico com o fim de
dar cômbate aos rebeldes.
(CouUnua na ultima pagina) EI a El H a o t
2 A RAZAO Sabado, 25 de Julho de 1936 NO LAR E NA SOCIEDADE Aniversários HONTEM Senhor
Pedro de Menezes Cruz, probido-so funcionário da R. V. C. e ele-mento de destaque da ação catoli-ca nesta cidade.
HOJE
Menina
Sarah, netinha do sr. Francisco
Quintino, auxiliar da firma Leite Barbosa & Cia.
Senhor inhas
Holandina de Holanda Galvão, fi-lha do sr. Francisco de Holanda Galvão e de sua esposa d. Graziela Gomes Galvão.
—Maria José Ribeiro, filha de d.
Maria Francisca Ribeiro.
—Edna Bernardes Magalhães,
fi-lha do sr. Ananias Magalhães.
Senhoras
Wanda Acioli, esposa do brilhante cronista dr. Peregrino Júnior, na caDital federal.
—Adalgiza de Alencar Façanha,
do magistério cearense.
—Rosa Amélia Alves, esposa do
sr. Manuel Alves Sobrinho.
CINEMA
Jovens
Antonio Saboía Caboclo, filho do
grafico sr. Francisco Liberato Ca-boclo. |
—Adolfo Almeida, aluno do Liceu
do Ceará.
—Osmar, filho do dr. José Vitor
Ferreira Nobre, catedratico da Fa-culdade de Direito neste Estado.
Senhores
José Batista Lisboa, funcionário da R. V. C
—Antonio Alves Lima,
comercian-te em nossa praça.
Visitas
Esteve em nossa redação, visi-tando-nos o sr. José Vílar Lopes, agricultor na cidade de Guarami-ranga, e elemento de destaque
da-quela sociedade.
O sr. José Vilar, que é nosso
particular amigo, demora-se por alguns dias em nossa capital.
Coupons
No dia 17 do corrente, viu passar a data de seu natalicio a senhori-nha Odelisa Augusta Oriá, filha do sr. João Ferreira Oriá e de d. Ma-ria Augusta Oriá.
Por este motivo a gentil aniver-sariante envia, por nosso interme-dio, 2.000 coupons de bonde para os pobres do Leprosario.
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hilariante comedia em tres atos «O Rapto de Fernanda», e a revuette em 1 tempo e 12
quadros «Bebe Mais Leite».
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Katy Von Nagy.
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Á noite de hoje, no
«José de Alencar», pela
primeira vez a nossa
platéa terá, graças aos esforços da «Sociedade
de Cultura Artistica», que trouxe a Fortaleza, por
contrato especial, as
co-nhecidas bailarinas
Chi-nita Ullmann e Kitty
Bo-deheim, ensejo de
pre-senciar,
verdadeiramen-te, uma apresentação
ex-pressiva de dansas, seja classicas ou modernas.
É este, aliás, um
aspe-cto da educação
artisti-ca de nosso povo que
merece cuidado
carinho-samente, porque se
con-siga afastal-o de falsas
compreensões, de fato
desvirtuadoras do
veri-dico sentido da divina
arte de Terpsicore.
A dansa, como
expres-são de beleza e
harmo-nia, está em tempo de
alcançar, entre nós, um
outro modo de ser
enca-rada, muito diferente da
bioquice colonial e
su-perlativamente hipócrita
que, até agora, soe con-dena-la em nome de
pre-tensos e incríveis
cano-nes morsis.
Outra faceta de
conti-nuo movimento humano
em busca do Perfeito e
do Belo, representação
mimica, cheia de graça
e ritimo, das paixões e
sentimentos que açoitam
as nossas almas,
inter-pretação gesticulada e harmoniosa dos
fenome-nos naturais, a dansa não
pode ser julgada senão como uma categoria de
Arte pura, prescindindo
dos variaveis conceitos
morais.
Adaptando o
pensa-mento wildeano,
pode-mos dizer que não
exis-te dansa moral ou
imo-ral, antes dansa bôa e
má, ou seja bela e feia.
Além disso, cumpre
no-tar, acima de tudo, não
pode revestir a dansa, como Arte que o é,
ou-tra forma que não seja
a beleza, outro meio que
não seja a harmonia,
ou-tra causa que não seja
o sentimento humano e
outra finalidade alem da
perfeição.
Indecencia, se existe,
é nos cerebros acanha*
dos que lhes emprestam,
queremos acreditar ás vezes
inconcientemen-te, os próprios
pensa-mentos maldosos e
in-tenções obscenas, alias
numa transferencia
des-culpabilisma de
comple-xos freudianos. Isto é
que é preciso seja
com-preendido. A dansa não é imoral. Imoral é
aque-le que enxerga maldade
onde não ha senão
be-leza.
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Sabado, 25 de Julho de 1936 RAZÃO » PARA ONDE VAMOS? Depois da grande guerra, as nações exaustas da
terri-vel luta preparavam-se
para num ambiente de calma refa-zerem-se de suas
perdas mate-riais e reconstituírem as suas
perdas industriais cujos
bra-ços haviam sido ceifados pela metralha.
Para isto, assinaram o
tra-tadode Versailhes, cujas clau-sulas não podiam assegurar
a estabilidade do mundo, de
vez que se pousaram sobre
a base de povos vencidos e
povos vencedores.
Mas, como causa imediata
da instabilidade européa, pe-rigo maior que os justos
re-ciamos das futuras gerações
alemãs, estava no bojó, o
grande quisto da desigualda-de economica e sofrimento
das classes baixas.
A historia não se faz por
pedaços, nem a evolução se
processa por sessões. Tudo está subordinado a um
enca-deiamento cujos laços
invisi-veis ninguém os pode
rom-per.
De logo, a Rússia na ancia
de dominar o mundo
pela guerra levanta o mais
possan-te dos exercitos.
E, a cada passo, ameaça
com o surgir dos lobos das
estepes tragar a civilização
occidental.
Os sentimentos básicos de nossa cultura reagem e
en-frentam com a mesma força,
em sentido contrario o
peri-go vermelho.
O cristianismo teve forças
para reviver as novas cruza-das.
E ressaltou o fenomeno fas-cista,
que á falta de outra designação
própria, serve pa-ra caracterizar toda e
qual-quer arregimentação de
for-ças políticas, informadas pelo cristianismo, e eficientes
na ação de combate contra o
monstro de Moscou.
E desde então, o
comunis-mo, que segundo a teoria de
Marx deveria vencer
por um processo
matematico,—come-çou a encontrar um inimigo bem forte, surgido dos
fran-galhos da burguezia e das flores virentes do
proletaria-do conciente e honesto.
E a luta de morte
ensaiou-se na arena do mundo.
Nestas condições a
esquer-da tomou a posição ofensiva
e a direita a defensiva.
No meio, os indiferentes
jogando nas duas paradas—a comunista e a fascisia.
Como a reação se tornasse
muito
grande, o comunismo adotou
para o ocidente a ta-tica da camouflage.
Surgi-ram as frentes
populares e as alianças nacionais.
E a luta deixou de ser
a-berta para ser secreta.
O combate
passou a ser entre as sombras.
Mas, luta tem de haver até
a decisão completa da posse
de cada trato de terra.
Umas lutas são inconcientes,
alguns combates têm a
rigi-dez mecanica, mas a força
que faz mover os contendo-res são duas únicas.
Porque aqueles
que com-batem o comunismo, sob
qual-quer denominação vão insen-sivelmente se tornando
fas-cistas, da mesma maneira
que aqueles
que combatem os fascistas, vão se tornando
comunistas.
E' o dilema universal.
Quem hoje na Espanha não luta
pelo comunismo, é fas cista.
Um dos dois tem de resol
ver a crise social, porque
ambos movimentam-se em
razão de uma nova ordem de
cousas
que prometem implan-*ar.
Um ataca, o outro defende
se e contra-ataca. Mas a de-fesa também é luta. Luta
pela extinção do perigo de
agres-são. E, quando os atacantes
de hontem voltam com
es-tratagemas, a ordem é
de a-taque.
Os brasileiros estão no caso.
Derrotaram os comunistas
Voltaram eles como
ali-ancistas. Investiram e foram
rechassados.
Retrocederam sob a forma
de pacifistas,—mantenedores
do regime—(que
metamor-fose!)
E para onde vamos?
Vamos combater o inimigo,
extingui-lo, ainda
que ama-nhã eles saiam á rua dizendo são nossos amigos.
E isto para
que haja paz. Mas a paz só será
possível quando forem extintas as rai-zes do comunismo que são os grandes sofrimentos da humanidade e do povo bra-sileiro. Vamos crear uma
no-va ordem de cousas, um
no-vo Estado, uma outra
socie-dade. Homens e Fatos "Impressões Do Rio De janeiro" Duas Opiniões BARALHOS N. 21 Typo de combate Fabricados em São Paulo O melhor tvpo de baralho „
PREÇO BAIXO. Procurem
em
GiiIxadA A
Cia.
Rua M. Pacundo, 424-Fortaleza a
Somente os inimigos d o
Brasil e os homens
que re-cusam vêr a própria
eviden-cia pódem hoje negar os
mé-ritos do Integralismo.
Entre-tanto, como ainda não
desa-pareceram de todo essas crea-turas que o vulgo chama
de «espirito de
porco», convém irmos registrando os
inúme-ros depoimentos autorisádos
que reconhécem no Integra-lismo a força
verdadeiramen-te nacionalista, onde se
refu-giou a derradeira esperança da Pátria, que anseia pela sua libertação e pela sua grandeza.
A escritora ítala Gomes Vaz de Carvalho, filha do saudoso maestro Carlos Gomes, cuja
memória a Nação reverenciou no dia 11 deste mês, acaba
de endereçar ao sr. Plinio
Salgado, Chefe Nacional da
A. I. B. o significativo
tele-grama:
«Rio, 18 — Profundamente
sensibilsada agradeço
mara-vilhósa homenagem integra
lista
que o Brasil inteiro pres-tou á memória do meu
sau-doso e querido Pai, Carlos
Gomes—ítala Gomes Vaz de
Carvalho».
Essa testemunha, a mais
autorisada de todas, era só
quem podia afirmar o brilho incomum com que a A. I. B.
comemorou o centenário de
Carlos Gomes, numa demons-tração civica
que marcará época na História
pátria. Uma outra opinião valiosa
prestada sobre ò Integralis-mo foi a- da escritora
Rosa-lina Coêlho Lisboa Miler. Dona de uma fulgurante
personali-dade e de espirito
vivamen-te nacionalista éla declarou,
a respeito do movimento dos
camisas-verdes: «O
que vos posso dizer, como brasileira, é que, sí acaso visse um
mo-vimento nacionalista como o
vosso em outra Patria, eu
te-ria uma
profunda inveja des-sa Patria».
Rosalina Coêlho Lisboa é
uma poetisa
que tem valor intrínseco e ainda há
poucos dias, numa conferencia
me-moravel sobre Olavo Bilac,
éla fazia a mais pujante
de-monstração nacionalista que nos últimos tempos se ouviu
numa conferencia no Rio. A sua afirmação é, pois, como
a de ítala Gomes Vaz de Car-valho um depoimento
sonoro sobre as virtudes da
revolu-ção integralista, que dia a dia se impõe com mais ardor á
inteligência e ao apreço dos bons brasileiros. Des continuidade e Incoerencia Os romanos diziam que a natureza não dá saltos.
Mas só se eram as outras
naturezas,
porque a natureza humana,
pelo menos entre nós, só vive de saltos... e
mortais.
Fita-se um indivíduo,
sabe-se qual seja seu
pensamento. Depois de algum
tempo, só existe, do nosso
homem, o o nome. Todo o resto mudou. Mudou
por tatica, ou
por um processo geral de adaptação biologica.
Até a memória, o homem
perde. Pelo menos não se lembra do que disse algum
tempo atraz.
^
Depois disso, as
incoeren-cias...
Tinham um pensamento, cul-tuavam uma idéa...
Dizem
que ainda tem o mesmo
pensamento... Mas se
julgam com a liber-dade de tomarem todas as ati tudes...
Acham
que não existe a lógica.
a natureza castiga todos
aqueles
que violam seus di tames.
E a lógica é nossa lei da
natureza moral.
Nos referimos a gente que se diz católica, mas...
pôde omar
qualquer orientação em sua vida... sem nenhum exame )ara com os princípios em
que diz acreditar. Até bem )ouco tempo, emquanto moços estudantes de
ginásios, pro-éssavam-se
profundos cato-licos, filhos de Maria, cingiam sem temor a fita azul, símbolo de piedade filial á bôa mãe
do céo.
Mas hoje, os acadêmicos,
cheios de si, orgulhosos de
seu
profundo saber, acham
que estas cousas de moral, religião, coerencia,
passaram com as calças curtas dos
co-legios, onde nada
aprende-ram.
Mas esta
gente não saberá
que por mais que se agitem nunca conseguirão ficar fora
da sanção, do bom senso...
Mas comparando bem suas
atitudes, não se sabem se eles
são finalmente—descontínuos
ou incoerentes.
E' incrível
que os piedosos filhos de Maria de ontem
se-jam os dóceis e obedientes cordeirinhos de Moscou
de hoje.
A esta gente assim, como
chama-los ?
A bôa conciencia, a quem
nunca eles conseguirão
ilu-dir, responderá
por nós.
Muito se tem dito e escrito
sobre Rio de Janeiro.
Estou certo,
porém, de que, ainda Gxist© muita coisa
a S6 dizer, desta cidade
maravi-lhosa, dotada de uma
natu-reza de raro esplendor e
ina-gualavel beleza. O viajante
que pela primei-ra vez a visita, fica
forçosa-mente admirado de
que a rea-lidade ultrapassa
todas as dis-crições feitas até agora,
por uma serie verdadeiramente
grande de escritores,
poetas, jornalistas, etc...
Quem conheceu entretanto a cidade, há cincoenta
anos passados, há-de ficar surpre-endido com o progresso
ver-tiginoso
que teve neste curto lapso de tempo. Edificações sem conta, pre-dios modernissimos e de li-nhas impecáveis, os
arranha-céos da Cinelandia, o
colos-sal edifício da «Noite»
e ou-t r o s edifícios importantes,
atestam a onda de vitalidade
que percorre a cidade...
Seus arrabaldes,
pitorescos e heterogeneos, separados
pe-los morros de luxuriosa
ve-getação, têm, cada um, a sua fisionomia
própria, e, um ob-servador atento, verificará
surpreso
que, o conjunto, dá uma impressão de um
agre-gado de pequenas cidades, com vida independente e
as-pectos proprios.
Logo na entrada, o "Pão de
Assucar", um bloco elegante e
imponente de granito, monta
sentinela á cidade.
Mais adiante, surge o
"Cor-covado", pico rochado que constitue um dos pontos mais importantes e mais dignos de serem visitados. Encimado pela estatua de "Cristo Redentor", de braços abertos, como que, pedindo perdão para a humanidade inteira, como outróra, Moisés
no Monte-Sinai, implorava per-dão para o povo idolatra e
mais tarde deicida...
Do seu alto, descortina-se
um
panorama grandioso, avis-tando-se de lá grande
parte da cidade, a baía, as
fortale-zas, os navios, o oceano,
den-tro de um largo horizonte.
Que diferentes e agradaveis
painéis, descobre a vista pe-Ias atitudes deste
grande monte!
Eis ai logo, á primeira vista
essa alameda sempre fresca
e viçosa,
que acompanha a
grande Praia de Botafôgo em toda sua extensão...
De um lado, o arvorêdo
frondoso e cerrado,
convidan-do o encalmado transeunte a
respirar á sua sombra, e, do
outro lado a Praia de
Bota-fôgo, conhecida em toda o
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expediente DR.
LEONARDO TRUDA
A RAZÃO
Redatores: — Lauro Maciel e Ubirajara índio do Ceará Gerente: — -Tosé Colombo
de Sousa
Redação e OficinasRua Ba rão do Rio Branco, 581
ASSINATURAS Para o Brasil Ano Semestre 50$000 30S000 Para o estrangeiro Ano. Semestre -o-Venda avulsa Atrazado 80$000 45SOOO $200 $400 Reação Ao Perigo Vermellvo José
Os ventos malignos
conti-nuam a açoitar sobre a terra
brasileira as ondas revoltas
do comunismo. Por mais
vi-gilante que
tenha sido a
ação do governo contra os
satrapas de Moscou, a
Rus-sia prosegue na sua
tentati-va ferina de assambarcar o
Brasil.
O Estado Liberal permitiu
que germinasse no solo
bra-sileiro a semente
envenena-da do bolchevismo, que
cres-ceu e criou raizes
profun-das na alma nacional. Aos
que assumiram o compromis-so de governar cabe a
gran-de responsabilidade do
mo-mento de graves apreenções
que atravessamos.
Nesta hora já não é
possi-vel silenciar os nossos
cora-ções. Não podemos esconder a nossa insolidariedade aos
que lançaram o nosso país no dilaceramento nacional,
sem medir o alcance da
des-graça que ia se desencadear sobre a nossa terra.
Sofre-mos hoje as
consequen-cias funestas dos partidos
políticos enfraqueceram e quebraram a unidade da Na-çfto, lançando-nos no cáos
terrível em que nos
debate-mos. O Brasil está dividido,
ferido, torturado, ameaçado
de morte e precipitado em
face da maior incógnita de
sua vida como colonia ou
como Nação livre.
Nesta hora em que a
Pa-tria exige de todos uma
po-sição clara e definida, a
in-diferença é um crime, a
he-mundo, como uma das mais
belaB, p( jada diariamente de
banhista., elegantes, que
fo-gem aos rigores do calor, no verão.
E como brilha lá ao longe
a branca areia, de que está
semeada a Praia de
Copaca-bana!? Cardumes de peixes
de diferentes grandezas
apa-recem também volteando sob
as aguas cristalinas que
ba-nham aquela longa e
encan-tadora Praia...
Bem poucos recantos do
globo terão lugares
assim, de
tanta poesia.
T. Rocha
de A lencar F. Benevides
sitação uma covardia e o
si-lencio um suicídio. Não
po-demos permanecer em
atitu-de de espectativa perante a
gravidade dos acontecimen-tos.
Urge que se oponha á
mar-chá revolucionaria do
mate-rialismo marxista a mais
e-nergica reação em todos
os sentidos. Esta reação
pre-cisa ser, antes de tudo,
es-piritual, porque devemos
com-preender a ameaça sinistra
que o comunismo represen-ta para a vida do Espirito,
porque ele é uma mistica contra a qual se deve opôr
outra mistica.
Esta reação tem que ser
in-telectual, porque o comunismo
é uma idéa que só se vence
com outra idéa.
Nós, integralistas,
repre-sentamos no Brasil esta
rea-ção. Somos um movimento espiritualista que se bate por
princípios, contra a avalan-che penetrante e
esmagado-ra da ideologia exótica de
Karl Marx. A nossa luta é
contra os que visam destruir
a trilogia gloriosa de Deus,
Patria e Familia, que
jura-mos defender acima de tudo,
é contra os que querem solas
par as tradições sociais e
reli-giosas de nossa Patria. Com-)atemos, como a Igreja,
con-ira os mesmos erros e
te-mos, no campo social, em
grande parte os mesmos ad-versarios desta poderosa
ins-tituição que é o Catolicismo.
Refletimos no Brasil a
re-pressão que na Europa se
processou contra o precon-ceito da vitoria inevitável do
socialismo moderno. Somos
afinal, a verdadeira reação
ao comunismo.
O drama aí está. O
espe-tro comunista nos assombra
e não sabemos a que rumos
se destina a nacionalidade.
Não sabemos se o Brasil será
arrastado na voragem
comu-nista ou se será vitorioso
contra as investidas da
Ma-teria.
O Integralismo de ha muito
já iniciou a era nova no sen-tido da reconstrução e nós
lutaremos até o fim, até
ven-cermos ou morrermos,
por-Informações Com
Alipio Campos
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fim de homenagear condignameifte ao Illmo. Snr.
Dr. LEONARDO TRUDA, digníssimo Presidente do
BaNCO DO BRASIL, presentemente em visita ao nos-so Estado, tem a satisfação de convidar a todas
as Associações de classe — representadas
princi-palmente—na Federação das
Associações de
Com-mercio e Industria do Ceará, Centro dos Industriais,
Centro dos Exportadores, Centro dos Importadores,
Associação dos Lojistas, Associação dos
Merceei-ros, Centro dos Proprietários, Syndicato dos
Ser-radores, etc., para a reunião a realisar-se em sua
séde, no domingo, 26 do corrente, ás quinze horas.
Antecipa seus agradecimentos.
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Na-ção livre ou desapareceremos da face da terra.
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Sabado, 25 de Jü!hc uc >936
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roubando-a audaciosamente, foi
pe-fado
por assim dizer em flagrante, .cha-se preso. Mas não é só a isso
que vim: também e principalmente, restituir-lhe, em nome da mesma Policia, o valioso adereço roubado... A dama, mal o ouve, leva instin-tivamente a mão aos lábios, como a reprimir uma risada iminente, mas, contendo-se, sentencia:
—Evidentemente, é louvável a ação da autoridade sempre pronta a reprimir e punir « mirinHa dessa horda de ladrões, «scrocs» e «viga-rístas», que infesta nossa pacata e bela cidade. E essa atitude ainda é mais digna de nota, quando, sabe-mo-lo, essa mesma autoridade, não medindo sacrifícios nem canseiras, não vacila em procurar as vitimas daqueles celerados em seu proprio domicilio, para lhes participar o re-sultado feliz do seu zelo e publica dedicação. E' o nosso caso... Pena é que o objeto que me foi subtrai-do, não compense, por seu ridículo valor, o incomodo que vos impu-zestes demandando nossos pena-tes. Porque, car<» senhor, nada êle representa, trata-se de inRignifican-te obra de missanga, dessas fácil-mente encontraveis: ás centenas, em qualquer loja de í»a. classe.
O meliante, ouvindo atentamente essas palavras, finge-se meiindrado, com as expressões da senhora e redargue:
—Perdão. Estais equivocada.
Agen-Larapio Sem
Ventura
Conto
por J. ALBERTO
te policial cumpridor de meus deve-res, jamais deturparia eu missão
que me cometessem meus superiores hierárquicos, nela envolvendo inte-resses subalternos, inconfessáveis. Não precisais nega-lo, a joia é ver-dadeira e valiosa. Podeis confessa-lo sem constrangimento, certa de
que quem a vem devolver, não exi-giria de sua proprietária cousa ai-guma além da prova escrita dessa devolução. Perdão... mas estais mui-to enganada!
Essas palavras, industriosamente ditas pelo gatuno, chocaram-na bas-tante, deixando-a como que perple-xa. Contudo, pôde revida-las:
—Equivocada
eu? Nossa Senhora! Dissimulando para não gratificar? Santíssimo Deus! Senhor, não insi-nueis. O brinco que me foi arreba-tado não era um objeto precioso, de alto valor, mas um simples
adere-ço de missanga, de alguns mil-reis. E alçando a voz:
—Seria eu. então,
bastante provin-ciana para sair á tardinha, pelas ruas da Metropole, congestionadas de
gente, ostentando gemas de alto preço, á mercê dos gatunos de pro-ficaãu e ocasião?! Não! Ah jóias
ie-gitimas, deixára-as em casa, em seu estojo, e se ainda duvidais pode-rei vol-a* mostrar!
Dizendo isso, encaminha-se, rapi-da, em direção & alcova, enquanto o meliante, a sós, aguarda com oti-mismo o resultado do seu plano ar-diloso.
Mas, penetrando a senhora em seu quarto e ao dirigir-se á pentea-deira, ouve da irmã moça que tudo escutára essa advertencia oportu-nissima.
—Que vais mostrar aquele
extra-nho? Quem sabe lá si ele...
—Tens razão, maninha.
Meu Deus, que incensatez a minha! Mas já a-gora o que fazer, se prometi mos-trar-lh'as?
Alice, retruca brandamente a irmã —aperta-te com
mui pouca cousa!. Porventura já te esqueceste que comprando aquelas missangas para ti, compraste-me outras, precisamen-te iguais, para mim?! Ora, nada mais
fácil, mete-as no estojo das jóias verdadeiras e cumpre tua palavra ruiniuil
A idéa não era para se despresar. E por isso, momentos após torna a senhora á presença do suposto agente policial exibindo-lhe o
esto-jo com os também supostos dia-mantes:
—Estas, sim, as verdadeiras ioias! Olhai-as bem... lindas, não são? Seis contos! Seis contos!
A farça havia atingido o momento culminante. O «policial» aproxima-se maneiro8amente da senhora e recebendo de suas mãos o estòjo aberto, deixa-o propositadamente cair e, ao apanhal-o, troca-lhe,
ra-pido, o conteúdo, num jogo deesca-moteação só digno de um artista de
palco.
Em seguida, passa o estojo, fecha-do. á senhora, a quem se desman-cha em desculpas pelo
pequenino desastre. Despede-se e some-se.
- Com
que alegrão galgara ele o primeiro veículo que lhe passara á frente.
—Estou feito! Não fracassarei mais teria dito com os seus botões, após essa proeza criminosa.
Porque, tão grande fôra o frisson de contentamento que então lhe
passeára á espinha que, consumado o «servicinho», não se detivera, um só segundo que fôsse no exa-me das tetéas roubadas e corréra, ra, a continuo, á casa de um joa-lheiro» de confiança, afim de ven-del-as pelo que lhe fosse oferecido. Ai porem; lhe estava reservado o maior desapontamento
que um ami-go do alheio poderá experimentar no decurso de sua «espinhosa»
pro-fissão.
Mostrando as «jóias» ao negocista, ouve deste, estupefacto:
—Missangas
e nada^mais! —Fui
então ludibriado! Falsas en-tão?!!
—Falsissimas!
Desapontado com mais esse logro
Iue
lhe armara o destino, nfio se esvanece, contudo, o larapio,
que passa a arquitetar
planos sinistros de roubo e ao mesmo tempo de vingança contra aquela que a ob-cessão escolhera, entre milhares,
para vitima.
E blasona. desesperado: —Agora é uma
questão d"e honra.!.. Aquelas jóias têm que ser minhas... As decepções que hei sofrido por causa delas me dão direito a isso...
(Conclue no proximo numero) IDE
Di