Franklin Ferreira
O
ENSINO
SOBRE
A
GRAÇA
SALVADORA
NA
Uma importante distinção
Deus o criador
concede dádivas a
justos e a injustos
Bênção especial
que Deus, o
redentor, concede
ao seu povo por
meio da fé em
Cristo
Obra própria do
Espírito Santo
Uma definição de salvação
A
obra completa
de Deus em favor dos
pecadores, que por meio do Espírito Santo os
regenera, justifica, liberta de sua escravidão
ao pecado, santifica, sustenta, ressuscita e
conduz à glória.
Recebida pela fé somente.
A origem da salvação se encontra somente
O pecado e a graça
no ensino cristão primitivo
Partem do intelecto, ao
qual a vontade está
subordinada, e por meio da qual opera: o que o homem pensa, poderá fazer.
O homem opera o começo
de sua salvação, onde,
depois, Deus coopera com a graça.
Concedem liberdade à
vontade.
Deus começa a obra e,
depois, o homem coopera com sua vontade,
enfatizando fortemente a obra da graça, ainda que não exclusiva.
O ensino pelagiano no século
IV
A vida cristã consiste de um esforço constante,
através do qual a pessoa vence seus pecados e obtém a salvação.
Deus fez os seres humanos livres e o mal teria sua
origem na vontade, tanto na do diabo como na de seres humanos.
O ser humano sempre tem poder de se sobrepor ao
pecado, através da escolha do bem e do mal,
podendo cumprir perfeitamente os mandamentos de Deus, sem pecar.
Não há necessidade de alguma graça especial de
Deus, pois esta é algo que está presente em todos os lugares, em todo momento.
A conversão de Agostinho
“E tu, Senhor, até quando?Até quando continuarás
irritado? Não te lembres de nossas culpas passadas!. Sentia-me ainda preso ao passado, e por isso gritava desesperadamente: Por
quanto tempo, por quanto tempo direi ainda: amanhã, amanhã? Por que não agora? Por que não pôr fim agora à minha indignidade?”
O triunfo da graça em Agostinho
Total depravação humana e a consequente
incapacidade para salvação;
Somos salvos pela eleição incondicional de Deus,
enfatizando a prioridade da graça livre e soberana de Deus;
Esta graça é irresistível nos eleitos, pois o Espírito
Santo convence eficazmente o pecador;
Os santos perseveram na fé, pois aqueles que de
antemão foram eleitos serão preservados da queda final.
Interesse pastoral e devocional
No fim, a base da diferença entre Pelágio e
Agostinho foram seus pontos de vista sobre a natureza humana e a graça de Deus.
Mas a luta de Agostinho em prol da graça de Deus
não era motivada apenas pela defesa de uma das doutrinas centrais da fé cristã.
A ênfase de Agostinho sobre a primazia da
soberana graça de Deus foi intensamente existencial e pastoral:
“[Na doutrina da graça] Agostinho encontrou o ‘antídoto contra o elitismo cristão’. (...) Nenhum grupo deixava de ser tocado pela graça divina. Pois não havia esforço, por mais humilde que fosse, que não dependesse tão rigorosamente da dádiva da graça divina quanto a
mais espetacular manifestação de ‘carisma’ [como no martírio e no celibato]. Todos os fiéis eram iguais, pois todos eram igualmente ‘pobres’. Todos eram também iguais porque, para seu sustento, eram inteiramente dependentes do abundante banquete de Deus.
(...) Agostinho pôs-se a trabalhar para eliminar a
distância entre a vitória da graça divina nos mártires – cujo comportamento parecia inimitável e muito ‘extramundano’ para a maioria dos seus ouvintes – e a operação menos dramática, porém igualmente decisiva, dessa mesma
graça na média dos cristãos, quando eles enfrentavam a dor e a tentação em sua vida.
(...) A graça divina seguiria o cristão em todas as idades, protegendo o fiel batizado até nos períodos mais vulneráveis de sua vida. (...) E, mais importante que tudo, Agostinho apreendeu com clareza, em sua doutrina da graça, as consequências do intenso sentimento da ação validada por uma inspiração sobrenatural, que perpassava toda a cultura religiosa de sua época. Ele domesticou
essa ideia de ação ao colocar a glória da graça divina à disposição de todos.
Num mundo em que ninguém podia gloriar-se em si mesmo, Agostinho deixou aberto o caminho para que
todos, dentro da Igreja católica, se gloriassem na ideia da ação baseada em Deus, pois insistiu em que Deus era capaz de colocar um peso de glória (2Co 4.17) em cada coração.”
As decisões conciliares
A igreja antiga concordou com Agostinho,
condenando o pelagianismo como herético em três concílios:
Cartago (418), no norte da África
Éfeso (431), na Ásia Menor
Orange (529), na França
Mas ao final desse período já haviam duas novas
interpretações sobre a salvação, conhecidas como semi-pelagiana e semi-agostiniana.
A graça na Igreja Ocidenta
l
POSIÇÃO PRINCIPAIS DEFENSORES RESUMO PELAGIANISMO Pelágio Juliano de Eclano CeléstioO homem nasce essencialmente bom e é capaz de fazer o necessário para a salvação.
AGOSTINIANISMO Agostinho de Hipona
O homem está morto no pecado; a salvação é totalmente pela graça de Deus, a qual é dada apenas aos eleitos.
SEMI-PELAGIANISMO
João Cassiano A graça de Deus e a vontade do
homem trabalham juntas na salvação, na qual o homem deve tomar a
iniciativa.
SEMI-AGOSTINIANISMO
Cesário de Arles A graça de Deus estende-se a todos, capacitando uma pessoa a escolher e a fazer o necessário para a salvação.
Uma influência duradoura
Seguidores da interpretação de Agostinho sobre as doutrinas da graça:
No cristianismo medieval: Anselmo de Cantuária,
Bernardo de Claraval, Tomás de Aquino e Tomás de Kémpis.
As reformas eclesiásticas do século XVI,
especialmente na tradição reformada e episcopal.
A reforma puritana na Inglaterra.
O Grande Avivamento, ocorrido na Inglaterra e nos
Os puritanos e a graça de Deus
A partir do século
XVII,
por causa da influência
dos escritos de William
Perkins, passou-se a
enfatizar certa
sequência ou
ordem da
aplicação da salvação
Uma cadeia que não se rompe
Antes do tempo Deus predestinou e elegeu os
piores pecadores para a salvação;
no tempo, estes foram chamados e regenerados, o que leva os eleitos a responderem ao chamado
do evangelho com fé e arrependimento;
isto implica a justificação e a adoção,
assim como a santificação, a perseverança e, ao fim do tempo, a ressurreição e a glorificação, tendo como alvo a união mística do fiel com Cristo.
A controvérsia hipercalvinista
Uma distorção do calvinismo, surgido no século XVIII
entre os batistas ingleses:
1. Nega que o chamado do evangelho se aplica a
todos os ouvintes; ou
2. Nega que a fé é dever de todo pecador; ou
3. Nega que o evangelho faça qualquer “oferta” de
Cristo, de salvação ou de misericórdia aos
não-eleitos (ou nega que o oferecimento da misericórdia divina é gratuita e universal); ou
4. Nega a existência da chamada “graça comum”; ou 5. Nega que Deus tenha qualquer tipo de amor pelos
Outros caminhos após a Reforma
Com algumas modificações,a posição semi-agostiniana foi assumida pelos
arminianos no século XVII,
por John Wesley e a
tradição metodista no século
XVIII, assim como por grande
parte da tradição de
santidade e pentecostal do século XIX e XX.
O ensino sobre a graça hoje
O ressurgimento das mesmas ênfases na
atualidade não é uma novidade, antes, é o
retorno a uma das doutrinas fundamentais da
teologia cristã, a ênfase na liberdade e
soberania da graça de Deus e na radicalidade
do pecado.
M. Lloyd-Jones, J. I. Packer, R. C. Sproul,
Michael Horton, John Piper, D. A. Carson, Tim
Keller, Albert Mohler e Wayne Grudem
Conclusões
1. As diversas posições históricas devem ser julgadas pelas Escrituras:
“O Juiz Supremo, pelo qual todas as
controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos
escritores, todas as doutrinas de homens e
opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja
sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura”.
Conclusões
2. Um teste importante é se a posição assumida sobre o que a Escritura ensina sobre a graça exclui completamente o orgulho (cf. Rm 3.27).
Um monge perguntou certa vez a Francisco de
Assis qual foi a razão de Deus tê-lo escolhido. Ele não tinha resposta. Mas o curioso monge insistiu; deveria haver alguma razão para Deus tê-lo
escolhido. Depois de um tempo pensando,
Francisco sugeriu que Deus o escolheu por não haver pecador pior.
“Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem
muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados.
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as
coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;
E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;
Para que nenhuma carne se glorie perante ele.”
Conclusões
3. Aqueles que recebem a salvação em Cristo, a recebem somente pela graça, do começo ao fim – e dessa forma Deus recebe toda glória.
De forma maravilhosa, a graça alcança os piores pecadores. São estes que são o alvo da triunfante graça de Deus.
Por isto, todo o orgulho e soberba são excluídos, para que, no fim, aqueles que constituem o novo povo de Deus gloriem-se somente “no Senhor” (1Co 1.31).
Oração ao Espírito Santo
Sopra teu fôlego em mim, ó Espírito Santo, e todos os meus pensamentos poderão ser santos.
Aja em mim, ó Espírito Santo, e o meu trabalho, poderá, também, ser santo.
Atraia o meu coração, ó Espírito Santo, para que eu ame o que é santo.
Fortaleça-me, ó Espírito Santo, para defender tudo o que é santo.
Guarda-me, então, ó Espírito Santo, para sempre poder ser santo.
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