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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA UNIPÊ PRO REITORIA ACADÊMICA PROAC GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ANA CAROLINA DE LIMA CIRILO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ

PRO REITORIA ACADÊMICA – PROAC GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

ANA CAROLINA DE LIMA CIRILO

HIDROTERAPIA NA LOMBALGIA CRÔNICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

JOÃO PESSOA 2020

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ANA CAROLINA DE LIMA CIRILO

HIDROTERAPIA NA LOMBALGIA CRÔNICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Monografia apresentada ao componente curricular TCC II, do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ, em cumprimento aos requisitos necessários para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Linha de Pesquisa: Fisioterapia em Reumatologia.

ORIENTADOR: PROF. Me. LEONILDO SANTOS DO NASCIMENTO JÚNIOR

JOÃO PESSOA 2020

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FICHA CATALOGRÁFICA

C578h Cirilo, Ana Carolina de Lima

Hidroterapia na lombalgia crônica: uma revisão integrativa /Ana Carolina de Lima Cirilo. - João Pessoa, 2020.

40f.

Orientador (a): Prof . Leonildo santos do nascimento júnior

Monografia (Curso de Fisioterapia) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.

1. Lombalgia Crônica. 2. Hidroterapia. I. Título.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pоr tеr mе dado saúde е força pаrа superar аs dificuldades. A meu orientador Prof. Leonildo Santos do Nascimento Júnior por todo incentivo, apoio, paciência, e orientação na elaboração dessa pesquisa. A meus pais Eva e Antônio, e meu irmão Arthur pelo apoio incondicional e

ajuda nos momentos que mais precisei e estiveram presentes.

A minhas amigas de curso, pela ajuda, compartilhação de informações, e que com certeza levaremos essa amizade pra vida toda.

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RESUMO

Frente ao alto índice de lombalgia crônica, acredita-se que a hidroterapia possui efeitos benéficos e torna-se uma alternativa de tratamento eficaz, pelas propriedades físicas da água que podem proporcionar resultados quanto á menor impacto sobre o corpo durante os exercícios, dentre os efeitos térmicos que geram um relaxamento da musculatura. O objetivo desse estudo é discutir, por meio de uma revisão integrativa, os efeitos benéficos que a fisioterapia aquática promove sobre os pacientes com dor lombar crônica. O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de maio de 2020, no qual foram utilizados os seguintes descritores consultados no Descritores em Ciências da Saúde e no Medical Subject Headings respectivamente em português: lombalgia crônica; Hidroterapia e em inglês: chronic low back pain, Hydrotherapy, associados ao operador booleano AND. A busca ativa de artigos foi realizada nas bases de dados eletrônicas Biblioteca Virtual em Saúde e PubMed onde foram selecionados para uma primeira análise, apenas os artigos que se adequassem aos critérios de inclusão e exclusão pré-determinados. Ao fim da seleção, foram selecionados 7 artigos relacionados aos efeitos da hidroterapia na lombalgia crônica. Os resultados obtidos nessa revisão integrativa mostram que a terapia aquática possuem efeitos significativos na melhora da dor e na capacidade funcional mensurados através de testes funcionais e de questionários, evidenciadas através da melhora nas variáveis de força, potência, resistência e, desempenho muscular. Com isso, a hidroterapia é um recurso a ser considerado quando pretende-se desenvolver ações terapêuticas em indivíduos com lombalgia crônica.

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ABSTRACT

Regarding the high rate of chronic low back pain, it is believed that hydrotherapy has beneficial effects and becomes an effective treatment alternative, due to the physical properties of water that can provide results regarding less impact on the body during exercises, among the effects that generate relaxation of the muscu-lature. The aim of this study is to discuss, through an integrative review, the ben-eficial effects that aquatic physiotherapy promotes on patients with chronic low back pain, observing whether there is improvement in pain; functional disability and quality of life. The bibliographic survey was carried out in May 2020, in which the following descriptors used in the Health Sciences Descriptors and Medical Subject Headings were used in Portuguese, respectively: chronic low back pain; Hydrotherapy and in English: chronic low back pain, Hydrotherapy, associated with the Boolean operator AND. The active search for articles happened in the electronic databases Biblioteca Virtual em Saúde and PubMed where for a first analysis, only articles that presented the predetermined inclusion and exclusion criteria were selected. At the end of the selection, seven articles related to the effects of hydrotherapy on chronic low back pain. The results obtained in this integrative review show that aquatic therapy has significant effects on improving pain and functional disability assessed through tests and questionnaires. Contri-bution to variables of strength, power, endurance and muscle performance was seen. Thus, hydrotherapy is a resource to be considered when it is intended to develop therapeutic actions in individuals with chronic low back pain.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...…... 09

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 11

2.1 Coluna Vertebral... 11

2.2 Lombalgia Crônica...…………. 14

2.2.1 Incapacidade Funcional, Dor e Qualidade de Vida na Lombalgia Crônica... 16

2.2.2 A relação entre funcionalidade, flexibilidade muscular e a lombalgia crônica... 17 2.3 Hidroterapia ………... 18 2.4 Técnicas hidroterapêuticas... 21 2.4.1 Bad Ragaz………... 21 2.4.2 Halliwick...…... 23 2.4.3 Watsu... 25 3 PERCURSO METODOLÓGICO………...…... 27 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO……… 29 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS………. 36 REFERÊNCIAS……… 37

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Natour et al., (2004), a coluna vertebral é parte do esqueleto axial, sendo responsável por dar sustentação, favorecer posição bípede e auxiliar na locomoção e equilíbrio. São formadas por 33 ossos denominados vértebras que, em seu centro (forame intervertebral) passa a medula espinhal responsável pela comunicação entre o sistema nervoso central e periférico. A coluna vertebral é uma haste firme e flexível apresentando curvaturas lordótica e cifótica ao longo de sua extensão, além de cinco divisões: coluna cervical (C1 a C7); torácica (T1 a T12); lombares (L1 a L5); sacrais (S1 a S5).

Devido sua função a coluna vertebral em seu segmento lombar é um constante local de dor nos indivíduos acometidos que buscam serviços de fisioterapia. Em média 80% da população mundial refere dor na coluna lombar em alguma momento da vida. Atualmente a lombalgia é considerada como problema de grande impacto sobre a saúde dos trabalhadores pois geram frequentes causas de morbidade e de incapacidade, sendo estatisticamente superadas apenas pelas cefaleias na escala dos distúrbios dolorosos (MAIA et al., 2015).

As dores lombares ou lombalgia é uma afecção de elevada incidência e está relacionada a uma causa traumática, degenerativa, biomecânica ou biopsicossocial. Tem sintomas dolorosos na região lombossacra que pode ou não ser irradiada para os membros inferiores, caracteriza- se por dor aguda ou crônica. A dor pode estar associada também de más posturas, sobrepeso, processos inflamatórios locais, atividades laborativas que causam impacto sobre a coluna vertebral entre outros, causando um problema de saúde pública que é um dos principais motivos de afastamento do trabalho (AMORIM; SALTIÉL; SINHORIM, 2018).

Segundo Stefane et al., (2013) pode ocasionar a limitação e a incapacidade funcional dos indivíduos nas atividades de vida diária, trabalho e lazer, além de poder trazer danos à saúde nos contextos tanto fisiológicos, psicológicos e/ou sociais. A dor crônica pode levar à diminuição da qualidade de vida por meio do sofrimento, tratamentos sem sucesso, dependência de medicamentos, isolamento social, dificuldades no trabalho e alterações emocionais.

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Na lombalgia são usados alguns recursos fisioterapêuticos, dentre eles está hidroterapia. É uma técnica que faz uso dos princípios físicos da água em ação conjunta com a temperatura (aquecida) da mesma. Onde os pacientes ficam com o corpo imerso e é através dos seus efeitos fisiológicos e relaxantes este método promove na lombalgia crônica o fortalecimento muscular, melhora a ansiedade, aumenta amplitude de movimento, diminui espasmos e principalmente ajuda na redução da dor (SANTANA et al., 2014).

A Hidroterapia vem sendo trabalhada em problemas musculoesqueléticos há muito tempo, a água possui propriedades físicas e relaxantes que possibilita ao paciente maior facilidade a movimentos executados a partir do efeito da flutuação, pressão hidrostática e temperatura térmica (ALVES, 2015). Diante disso, o objetivo desse estudo é discutir, por meio de uma revisão integrativa, os efeitos benéficos que a fisioterapia aquática promove sobre os pacientes com dor lombar crônica, observando se há melhora da dor; incapacidade funcional e da qualidade de vida.

Averiguando a influência na melhora desses pacientes poderá contribuir para um melhor entendimento em saúde e a condição de bem estar do paciente. A partir desta premissa, a questão levantada é: Quais os efeitos da hidroterapia em pacientes com lombalgia crônica?

Portanto, a lombalgia crônica caracteriza-se como uma importante afecção de elevada incidência e torna-se importante à condição que deve ser abordada adequadamente. Assim, pela demanda de atendimentos e a recorrência desses; pelos efeitos psicossociais que a patologia acarreta; e pela perda de qualidade de vida para o paciente; faz-se necessário verificar os efeitos do recurso da hidroterapia em relação ao tratamento fisioterapêutico.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Coluna Vertebral

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A coluna vertebral é uma haste firme e flexível formada por ossos individuais – vértebras, que faz parte do esqueleto axial, onde sua estabilização é feita através dos músculos que a envolvem. Constituída por 33 vértebras sendo 24 pré-sacrais (7 cervicais, 12 torácicas, e 5 lombares), as cinco vértebras que formam o sacro e as quatro últimas compõem o cóccix estão fundidas no esqueleto de um adulto, já que em bebês essas últimas vértebras sacrais e coccígeas podem ainda ser cartilagíneas, pois a ossificação ocorre durante o processo de crescimento. As vértebras, no entanto apresentam aspectos particulares de suas regiões, mas toda ela possui em suas propriedades anatômicas as partes: corpo, arco e processos vertebrais (VASCONCELOS, 2004) (Figura 1).

Figura 1- Coluna vertebral

Fonte: Aula de anatomia1.

A coluna vertebral tem como uma de suas funções acomodarem e proteger a medula espinal que passa por dentro do seu canal vertebral, ela tem o formato em S e permite a postura bípede além de interligar a cabeça ao corpo (TOMITA, 2012). Na coluna cervical a primeira e segunda vértebra recebem nomes pela sua função e característica anatômica. Segundo Tomita (2012), a primeira vértebra (atlas) articula-se até o crânio e permite seu movimento

1 Disponível em: <

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vertical; a segunda, áxis (=eixo), permite a movimentação lateral da cabeça […]. Além disso, Andrade Filho e Pereira (2015, p.67) diz que:

A coluna vertebral em ângulo anterior ou posterior deve ser linear, sem desvios ou curvaturas, no entanto, analisada em vista lateral deve apresentar curvaturas fisiológicas. Estas curvaturas servem para aumentar a resistência da coluna, melhorar a distribuição de carga e evitar compressões. Reconhecemos a curvatura cervical e sacral como primárias e com o tempo, ou seja, a postura bípede desenvolve as curvaturas secundárias (cervical e lombar).

A coluna vertebral de um adulto é constituída de 4 curvaturas fisiológicas, sendo assim descritas como lordoses e cifoses. As lordoses são as curvaturas que apresentam concavidade posterior, e as cifoses são as que apresentam concavidade anterior. Sendo assim, na região cervical temos lordose cervical; torácica – cifose torácica; lombar – lordose lombar; sacral – cifose sacral (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015) (Figura 2). Um componente fundamental da coluna é o disco intervertebral que é composto do núcleo pulposo e o anel fibroso, que tem como função suportar a pressão feita por movimentos da coluna vertebral, e dissipação da energia mecânica, através de impactos que sofrem ao receber as forças solicitantes (VASCONCELOS, 2004).

Figura 2- Coluna vertebral: Curvaturas

Fonte: Aula de anatomia2.

A biomecânica é bastante importante para compreender os movimentos da coluna vertebral e suas possíveis complicações, pois é uma disciplina que estuda a mecânica das funções dos movimentos e forças exercidas. Segundo

2 Disponível em:

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Floyd (2011), os movimentos do corpo humano estão classificados em três planos: sagital, frontal e transverso. O plano sagital mediano divide o corpo em duas metades iguais, direita e esquerda; o plano frontal ou coronal divide o corpo nas porções anterior e posterior; o transverso ou horizontal são planos que passam através do corpo dividindo o corpo em partes superior e inferior.

Nos movimentos executados pela coluna vertebral no plano sagital são flexão e extensão; em um plano coronal lateralização direita e lateralização esquerda; e o plano longitudinal rotação ou circundação. Some-se a isso a afirmação de Vasconcelos (2004) de que este segmento corporal é passível a sofrer com as forças de tração e de descompressão, já que conforme este autor o corpo vertebral recebe uma carga de compressão enquanto a lâmina, de forma simultânea, recebe as cargas e sobrecargas equilibrantes de tração, com o auxílio dos músculos e dos ligamentos paravertebrais. Devido ao fato, de acordo com este autor, dos movimentos da coluna não serem executados em apenas um plano individual, mas de uma conjunção de mais de um plano no qual é denominado de diagonal ou oblíquo, este segmento acaba sofrendo em várias ações do cotidiano, laborais ou desportivas.

Segundo Andrade Filho e Pereira (2015), os músculos que envolvem a coluna vertebral têm funções específicas, onde o músculo iliocostal lombar, torácico e cervical alonga a coluna vertebral e a inclinam lateralmente; músculo multífido sua função é estabilizar e estender a coluna vertebral, rodar a coluna para o lado oposto; músculo oblíquo externo e interno do abdômen auxilia na flexão e rotação da coluna vertebral; músculo reto do abdômen flexiona a coluna vertebral; músculo diafragma atua na estabilização da coluna vertebral; músculo quadrado lombar flexionar a coluna vertebral lateralmente para o lado que está sendo contraído; músculo psoas menor tem como função a flexão sutil da coluna vertebral lombar.

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Atualmente as doenças que afetam a coluna vertebral vêm mostrando grande incidência na população. Uma delas é a lombalgia ou dor lombar, que afeta a região lombossacra da coluna vertebral, e tem como sintoma dor nesta região mais baixa do dorso e prega glútea, podendo ser irradiada para os membros inferiores. Sendo uma afecção que pode ser de ascendência traumática; biomecânica ou biopsicossocial, ela afeta tanto o sexo masculino como o feminino ocorrendo principalmente entre os 30 e 55 anos (AMORIM; SALTIÉL; SINHORIM, 2018).

Segundo Bratton (2009) apud Longen (2013), de acordo com a duração, a lombalgia pode ser aguda (início súbito e duração menor do que seis semanas), subaguda (duração de seis a 12 semanas), e crônica (duração maior do que 12 semanas). Ainda assim, a dor lombar pode ser classificada em específica e inespecífica. A dor lombar específica são dores que tem relação causal de algum problema fisiopatológico como hérnia discal, infecção, osteoporose, artrite reumatoide, fratura ou tumor. E a dor lombar inespecífica são sintomas que não possui fator causal, portanto de origem desconhecida, seu diagnóstico é feito por exclusão de uma causa patológica.

Para identificar a lombalgia, conforme Camilotti (2013), é importante saber a história do paciente fazendo uma anamnese, e realizar o exame físico, a partir das respostas obtidas são encaminhados para realizar exames complementares como ressonância, tomografia entre outros.

Já no que se refere à etiologia da Lombalgia, Amorim, Saltiél e Sinhorim (2018), trazem que as principais causas de dor compreendem alterações mecânico posturais, traumáticas, degenerativas, inflamatórias, infecciosas, tumorais, metabólicas, além de serem citadas as afecções de estruturas nas proximidades da coluna vertebral – como o quadril por exemplo - que se manifestam como dor na região lombar e que podem ser considerados, por alguns, incapacitante.

Em estudo feito com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, que trata=se de uma pesquisa de base domiciliar, de âmbito nacional, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, foi evidenciada e analisada a prevalência de dor crônica na coluna vertebral. Na PNS, foram constatados que no Brasil, a dor

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crônica na coluna foi referida por 15,5% em homens e 21,1% em mulheres num universo de 18,5% da população brasileira.

Os dados da PNS revelaram ainda que um quinto da população brasileira possui dor crônica na coluna, e entre os fatores associados estão aumento da idade; baixa escolaridade; história de tabagismo; consumo elevado de sal; sedentarismo; relação com atividades pesadas no trabalho ou domésticas, assim como o aumento do tempo gasto nessas atividades; ter sobrepeso e obesidade; e ter doenças crônicas como hipertensão e colesterol elevado. A elevada incidência da lombalgia crônica resulta em um obstáculo socioeconômico para o país, pois leva a limitação de atividades e gera grandes demandas por serviço de saúde portanto elevando custos sociais como menos capacidade de produção, despesas com auxílio doença, e absenteísmo no trabalho. No qual, prejudica a capacidade funcional dos trabalhadores e interfere nas atividades da vida diária afetando a qualidade de vida (MALTA et al., 2017).

Ouro et al. (2014) realizaram um estudo que teve como objetivo verificar e há correlação entre dor e flexibilidade em indivíduos com lombalgia. Resultados em relação ao teste de flexibilidade intitulado “Teste de flexibilidade sentar e alcançar (TFSA)” demonstraram que os indivíduos com lombalgia apresentaram flexibilidade significativamente menor que o grupo controle. E em relação à dor tiveram como resultados do estudo, que após o TFSA os voluntários do grupo de lombalgia tiveram aumento da percepção da dor.

Estes autores explicam que esta condição está associada ao espasmo muscular (resposta involuntária muscular, normalmente com dor sinalizando algum problema), na dor lombar os músculos podem estar em espasmo muscular, portanto mesmo em repouso gera grande quantidade dor diante das terminações nervosas por isso o TSFA age como estímulo no espasmo muscular reflexo e aumento da dor após a sua realização.

Os exercícios físicos atuam de forma positiva na melhora e prevenção da lombalgia, pois tem relação direta com a flexibilidade. Os exercícios são de grande importância, pois possibilita maior mobilidade, diminui o risco de lesões e aumenta a amplitude de movimento, promove redução de dor, também melhorando a postura corporal gerando maior flexibilidade. No entanto, o não uso das musculaturas como sedentarismo e permanência por longo tempo sentada encurta a musculatura isquiotibial propiciando a diminuição da

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flexibilidade, estudos relatam que a diminuição da flexibilidade é considerada fator de risco para a lombalgia (TACON et al., 2017).

2.2.1 Incapacidade Funcional, Dor e Qualidade de Vida na Lombalgia Crônica Esta patologia apresenta como principal sintomatologia a dor, seguida de outros sintomas como alterações posturais, diminuição da amplitude de movimento e força gerando limitações ou incapacidades funcionais nas atividades de vida diária, e participação na sociedade que portanto são tarefas do cotidiano e que normalmente são indispensáveis em uma vida independente, o que afeta diretamente a qualidade de vida do indivíduo e a sua funcionalidade. (MASCARENHAS; SANTOS, 2011).

A incapacidade funcional gera angústia e as dores afetam psicologicamente os indivíduos, no que se refere à diminuição da funcionalidade que é característica da lombalgia crônica e vem mostrando relação com a qualidade de vida (LONGEN, 2013). Ainda assim, com elevada frequência, podemos encontrar associados à lombalgia, a depressão e a ansiedade. Estas, por sua vez, podem prolongar o quadro doloroso (CARAVIELLO et al., 2005).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2013), qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e no contexto em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Envolve o bem estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além de relacionamentos sociais, como família e amigos e, também, saúde, educação, habitação saneamento básico e outras circunstâncias da vida.

Pacientes portadores de lombalgia crônica evitam fazer alguns movimentos por medo de aumentar a dor. Com isso faça com que ele tenha algumas consequências negativas para sua saúde, como desuso, inabilidade e depressão que limitam as atividades de vida diária. De acordo os princípios da fisiologia dos exercícios, o desuso leva a diminuição da aptidão física, que engloba força, resistência muscular, flexibilidade articular, tempo de reação, condicionamento cardiorrespiratório e composição corporal. Com isso os portadores de dor lombar não sofrem apenas por desconforto físico, mas

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também pela limitação funcional isso tudo causa incapacidade e prejuízo na qualidade de vida (MACHADO, 2014).

Concluiu-se no estudo de Silva (2014), que existem correlações importantes entre a capacidade funcional, a flexibilidade da coluna e a sintomatologia, nos casos de lombalgia com causas não específicas. Também mostrou-se no referido estudo com os dados coletados que quanto maior a sintomatologia maior será a incapacidade requerida, a dor foi de forma moderada e com discreta diminuição da capacidade funcional, e apresentou também associação entre a dor lombar moderada e a flexibilidade com correlação leve. 2.2.2 Relação entre funcionalidade, flexibilidade muscular e a lombalgia crônica

Segundo Tacon et al., (2017), sabe-se que o sedentarismo leva ao encurtamento de músculos, assim diminuindo a flexibilidade do indivíduo. Na lombalgia crônica, a musculatura isquiotibial tende a encurtar devido ao sedentarismo com isso, é notório a importância da atividade física na prevenção e na redução da dor lombar. Assim a flexibilidade está relacionada tanto à exercícios físicos específicos quanto às atividades de vida diária, em razão de possibilitar maior mobilidade, melhora da postura corporal, reduzindo o risco de lesões e aumentado a amplitude e a qualidade de movimento, embora ainda não está definido como a flexibilidade contribui para a prevenção de lesões.

O motivo específico da maioria das ocorrências de lombalgia crônica, ainda é difícil de ser determinado, sabendo-se que a sua causa pode esta relacionada com o estilo de vida, estando o fator do sedentarismo como uma condição de risco potencial, bem como o excesso de peso e a permanência prolongada em certas posições. O encurtamento de músculos íliotibiais e isquiotibiais, levam a diminuição da força e da flexibilidade muscular que são elementos associados à dor lombar, assim como fraqueza muscular abdominal e de eretores espinhais que é comum apresentar na lombalgia (MARTINS; LONGEN, 2017).

O mesmo autor citado acima, descreve também que fortes comprovações relatam que a inatividade física elevam o risco de muitas condições adversas à saúde, e a lombalgia está entre os danos associados à inatividade, como morbidade, mostrando um alto grau de prevalência na população, chegando a

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70% de afetados. Além disso, o aparecimento ou o agravo da lombalgia está relacionado com o déficit de algumas capacidades físicas como fraqueza da musculatura abdominal, a rigidez ou a fraqueza da musculatura lombar, a falta de flexibilidade da musculatura posterior da coxa e do glúteo e a instabilidade e enfraquecimento dos músculos do core (JESUS e DANIEL, 2011).

Contudo, ainda não há um consenso entre pesquisas, que se de fato existe relação entre dor e flexibilidade, pois alguns autores afirmam não haver relação contrapondo os estudos que afirmam ter relação. No entanto, como visto anteriormente, no estudo conduzido por Ouro et al. (2014) houve a conclusão de que os indivíduos com lombalgia apresentaram flexibilidade significativamente reduzida quando comparados aos indivíduos saudáveis, reforçando a ideia de que a diminuição da dor pode estar associada a manutenção de uma boa flexibilidade.

2.3 Hidroterapia

A fisioterapia é uma área da saúde que tem como objetivo a prevenção de doenças e agravos, promoção da saúde, e reabilitação do paciente. No tratamento da lombalgia são usados diversos meios terapêuticos como recursos eletrofototermoterapêuticos, cinesioterapia, pilates e a hidroterapia.

Segundo Santana et al., (2014), a hidroterapia é um método de tratamento que pode ser utilizado na lombalgia, pois pode promover benefícios através dos efeitos fisiológicos da imersão do corpo ou parte dele em meio aquático. A partir da temperatura, a água pode proporcionar um efeito térmico e calmante que proporciona o relaxamento da musculatura. Esta atividade terapêutica deve ser realizada por um fisioterapeuta, e em seus diversos benefícios no tratamento da lombalgia são relatados relaxamento e fortalecimento muscular; a diminuição de espasmos musculares; melhora da ansiedade, e principalmente a diminuição da dor.

Biasoli e Machado (2006) referem que através de nossa história a utilização da água como meio de cura vem sendo descrita desde a civilização grega (por volta de 500 a.C.). Escolas de medicina foram criadas próximas às estações de banho e fontes, desenvolvendo, assim, as técnicas aquáticas e suas utilizações no tratamento físico específico. Hipócrates já utilizava a hidroterapia

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para pacientes com doenças reumáticas, neurológicas, icterícia, assim como tratamento de imersão para espasmos musculares e doenças articulares (460- 375 a.C.).

Logo, a hidroterapia é um recurso usado em diversas disfunções musculoesqueléticas. Através das propriedades físicas da água, seus impulsos sensoriais de pressão e temperatura reduz a sensação de dor, portanto os movimentos realizados na água são menos dolorosos comparados aos realizados no solo. A temperatura da água recomendada é de 32°C, mas pode ser utilizada até 35°C, no qual, precisa ser adaptada em relação à função dos exercícios, os intensos devem ser realizados em temperaturas baixas de 22°C a 27°C; e os exercícios que demostram pouca intensidade deve-se ser realizados em temperaturas mais altas de 32° C a 35° (CAMILOTTI, 2013).

Biasoli e Machado (2006) referem que quando um conjunto de exercícios terapêuticos são administrados no meio aquático dá-se o nome de hidrocinesioterapia. Estes autores afirmam que, de forma geral, trata-se da fisioterapia na água ou a prática de exercícios terapêuticos em piscinas, ainda que associados ou não a técnicas de terapia manual manuseios, manipulações, hidromassagem e massoterapia, configurada em programas de tratamento específicos para cada paciente.

Na hidroterapia pode ser usadas técnicas como Halliwick, Watsu e Bad Ragaz, onde são realizados exercícios cada um com suas funções específicas. Brevemente falando, o método Halliwick visa princípios de adaptação ambiental, restauração de equilíbrio; o Watsu possibilita um aumento da amplitude de movimento e Bad Ragaz proporciona o relaxamento, fortalecimento, reeducação muscular, alongamento da coluna vertebral, entre outros (SANTANA et al., 2014).

Segundo Camilotti (2013), os benefícios advindos das propriedades físicas da água constituem em efeitos hidromecânicos (pressão hidrostática, densidade empuxo, flutuação e viscosidade) e efeitos hidrotérmicos (temperatura da água) (Figura 3).

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Fonte: QUEIROZ (2009)

A pressão hidrostática (Lei de Pascal) constitui-se da pressão exercida por

um fluído igualmente em todas as áreas de um corpo imerso quando está em repouso, aumentando linearmente com a profundidade e de acordo com a densidade do líquido. O empuxo (Princípio de Arquimedes) significa a força exercida pela água com intensidade igual ao peso do volume de líquido deslocado por um corpo ou objeto submerso ou parcialmente submerso, no qual essa força age em sentido contrário à força do peso do objeto submerso, exercendo consequentemente para cima (CAMILOTTI, 2013).

Com o efeito das forças e o empuxo gerado para cima, se obtém a flutuação, com a densidade atuando sobre ela. Sobre isso, Cechetti et al. (2019) afirma que, estando um corpo está imerso em água, há uma aparência de menor peso do mesmo se comparado ao momento em que encontra-se em solo. Isso se deve à força da flutuação, que é oposta à força de gravidade. Ainda assim, Camilotti (2013) traz a referência de que a viscosidade do líquido representa uma resistência durante a execução do movimento, sendo uma resultante da força de adesão entre as moléculas da água.

A densidade é determinada como massa por unidade de volume, a força de flutuação está relacionada com a densidade relativa da água, ou seja, vai estabelecer se o objeto irá flutuar ou afundar, sendo assim objetos com maior densidade que 1 irão afundar, e com densidade menor que 1 irão flutuar. A densidade em seres humanos do biótipo magro (“ectomorfos”) tem maior dificuldade de flutuar pois apresenta uma densidade maior que 1, e indivíduos com um maior percentual de gordura (“endomorfos”) possuem densidade relativa menor que 1 e, por isso melhor tendência a flutuar. (CAMILOTTI, 2013).

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Além disso, o mesmo autor do texto acima relata que pressão hidrostática exercida pela água na superfície corporal pode auxiliar no a fortalecimento da musculatura paravertebral, promovendo a estabilização da coluna vertebral; o empuxo consiste na força exercida pela água, e a flutuação se dá pela relação entre o empuxo e peso; a flutuação possibilita a redução da gravidade, assim permitindo aos pacientes que tenham uma diminuição de cargas geradas pelo corpo e exercício.

Diante disso, são promovidos exercícios com menos desconforto ao paciente, a flutuação possibilita a diminuição de compressão em articulações dolorosas, e permite melhora de amplitude de movimento, espasmos e redução da dor; a viscosidade é referente à força de atrito de um fluído durante um movimento, ela aumenta a velocidade de mobilidade, podendo permitir força muscular a partir de uma velocidade alta de movimento; a turbulência está relacionada à pressão e velocidade, ou seja, quanto maior a velocidade gera maior turbulência; e a água aquecida permite a partir do corpo imerso, a diminuição da percepção da dor (CAMILOTTI, 2013).

Segundo Cunha e Martins (2016), a água promove a flexibilidade através das suas propriedades que geram redução do peso corporal e elimina a força da gravidade nos exercícios, promovendo efeitos benéficos para o paciente, onde a redução da gravidade gera maior facilidade aos movimentos com isso, melhorando a qualidade de vida. Em um estudo realizado em 2016 por estes autores, foram obtidos resultados a partir do teste SF-36 que mostram efeito da hidroterapia em pacientes com dor lombar crônica, apresentando nos domínios de vitalidade e aspectos sociais uma melhora.

2.4 Técnicas hidroterapêuticas

2.4.1 Bad Ragaz

O método Bad Ragaz foi desenvolvido em 1957, por Dr Knupfer na Alemanha. Seu nome vem de uma cidade na Suíça chamada Bad Ragaz, onde foi construída ao redor de um Spa de águas termais, que começaram a serem utilizadas para exercícios em 1930 (CUNHA et al., 2003).

A técnica tinha como objetivo promover a estabilização do tronco e das extremidades, e trabalhar exercícios resistidos. É realizada com o paciente em

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decúbito dorsal, com auxílio de flutuadores ou “anéis” na região do pescoço, pelve e tornozelos, em razão disso também é chamado como “método dos anéis”. Com o passar do tempo, essa técnica foi sendo aperfeiçoada de terapeuta para terapeuta, onde Bridgt Davis incluiu o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva ao “método dos anéis” e Beatice Egger traduziu e publicou em alemão promovendo ainda mais esta técnica, em que pode ser utilizada passiva ou ativamente em pacientes ortopédicos, reumáticos ou neurológicos (BIASOLI; MACHADO et al., 2006) (Figura 4).

Figura 4- Técnica aplicada de Bad Ragaz

Fonte: MAQUINÉ (20153)

Segundo Avanzo et al., (2004), esta técnica é indicada em casos de lesões do Sistema Nervoso Central e disfunções ortopédicas, que levam o paciente a apresentar uma diminuição da amplitude de movimento, fraqueza ou dor. As técnicas atuais do Bad Ragaz empreendem movimentos com planos diretos e padrões diagonais com resistência e estabilização realizadas pelo Fisioterapeuta (BIASOLI; MACHADO et al., 2006).

Segundo Fonsêca et al., (2010), o método proporciona benefícios como o relaxamento, fortalecimento das musculaturas, reeducação muscular, alongamento da coluna vertebral, adequação do tônus, aumento da amplitude do movimento, melhora da resistência e da capacidade funcional do corpo entre outros. Sendo necessário tomar cuidado para evitar a fadiga excessiva, e também existe a contraindicação do método para pacientes com distúrbios vestibulares.

2.4.2 Halliwick

3 Disponível em:

(23)

O método Halliwick foi desenvolvido no ano de 1949, por McMillian na Halliwick School for Girls, em Southgate, Londres. Foi desenvolvido inicialmente como uma atividade recreativa para pacientes que tinham incapacidade, onde visava dar independência individual na água e também ensinava-os a nadar. No decorrer dos anos, a técnica foi otimizada a seu método original que adotou estratégias adicionais que foram desenvolvidas a partir de alguns princípios (BIASOLI; MACHADO et al., 2006).

Segundo Fornazari (2012), esta técnica tem uma metodologia baseada em quatro princípios de instrução, obedecendo a ordem pela qual o córtex cerebral aprende o movimento físico. O mesmo autor designa os quatro princípios que norteiam esta técnica como:

• Adaptação mental: São percebidos pelo paciente as forças da gravidade e do empuxo da água promovido em seu corpo, cujo esses dois componentes conjuntos produz uma rotação corporal.

• Restauração do equilíbrio: Compreende-se o uso de movimentos de grande amplitude, principalmente dos braços, para obter o controle e equilíbrio ou para sua restauração, para em diferentes posturas onde o corpo se move, ter o equilíbrio mantido.

• Inibição: É o conhecimento de criar e manter uma postura mentalmente desejada, através da inibição dos movimentos patológicos.

• Facilitação: É a habilidade de produzir um movimento mentalmente criado e controlá-lo fisicamente, por meio de qualquer recurso sem o recurso da flutuação, dentro da capacidade do paciente, como nadar.

(Fornazari, 2012, p.53)

O método Halliwick subdivide estas 4 fases em um programa com 10 pontos que são citados por McMillan e a postura do terapeuta pode ser vista na Figura 5 abaixo.

(24)

Figura 5-Técnica aplicada de Halliwick

Fonte: Natação sem medo(2020)4.

O Programa de Dez Pontos baseia-se em: a) ajustamento mental: o paciente terá a capacidade de responder de forma apropriada a um meio diferente ou uma situação diferente, sendo importante, durante o exercício, o aprendizado do controle respiratório; b) desprendimento: o paciente torna-se física e mentalmente independente; c) controle de rotação sagital; d) controle de rotação transversal; e) controle de rotação longitudinal; f) controle de rotação combinada; g) inversão mental: o paciente deve acreditar que a água irá lhe sustentar, impedindo que afunde; h) equilíbrio em repouso; i) deslizamento turbulento; o terapeuta movimenta o paciente sem que haja contanto entre os mesmos; j) progressão simples e movimento básico (FONSÊCA 2010).

O trabalho é executado com movimentos voluntários do aluno que apesar de toda e qualquer falta de habilidade que possa ter, o que se enfatiza são as habilidades, por menores que sejam (AVANZO et al., 2004, p.59). Para aplicação do método a piscina ideal deve conter diferentes profundidades para que o nível da água fique em T11, buscando uma simetria com o trabalho de ambos e sem a utilização de flutuadores, que é contra-indicado nessa técnica por induzir uma falsa sensação de segurança ou dependência exagerada, não ser tão adaptável quanto o apoio do terapeuta entre outros (FORNAZARI, 2012).

2.4.3 Watsu

4Figura 5: Disponível em:<

(25)

O método Watsu foi criado pelo educador físico americano Harold Dull em 1980, que iniciou a aplicação de exercícios dentre alongamentos e princípios de Zen Shiatsu numa piscina aquecida. O Zen Shiatsu lida através de tais alongamentos para liberar os meridianos de energia (AVANZO et al., 2004). Segundo Biasoli e Machado (2004), esta técnica aplica os alongamentos e movimentos do shiatsu zen na água, onde são incluidos alongamentos passivos e mobilização de articulações, bem como pressão sobre “tsubos” (acupontos ou, melhor explicando, os pontos de tensão da acupuntura) (Figura 6).

Figura 6- Técnica aplicada de Watsu

Fonte: Diário da região(2020)5.

Santos (2012) refere que como os pacientes tratam-se de recebedores totalmente passivos, experimenta-se um relaxamento profundo promovido pela sustentação da água e pelo movimento rítmico contínuo que flui graciosamente de uma posição para a seguinte. Segundo este autor, os exercícios de alongamento são compostos por transições e por sequências. Ao aplicar a técnica, o terapeuta fornece estabilidade e/ou movimento a um segmento do corpo enquanto o movimento através da água resulta em um efeito de arrasto, que alonga, assim, outro segmento.

Essa técnica foi originada como uma forma de relaxamento na água que podia ser utilizada em qualquer pessoa. Contudo, os fisioterapeutas que realizam a terapia aquática, têm empregado estas técnicas para pacientes com doenças neuromusculares e músculo esqueléticas. Tal método pode ser melhor definido como uma reeducação muscular direcionada que faz uso basicamente

5 Disponível em:

(26)

de alongamentos, no qual deve ser utilizada com precaução, pois pode ocasionar danos específicos como estiramentos musculares e articulares (CUNHA et al., 2001).

3 PERCURSO METODOLÓGICO

Esse estudo trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, que tem como finalidade sintetizar resultados obtidos em pesquisas científicas sobre um tema em torno da temática investigada que traz como questão norteadora: Quais os efeitos da hidroterapia em pacientes com lombalgia crônica?

(27)

As amostras foram selecionadas e analisadas no período de maio de 2020 com busca nas bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e PubMed, com a utilização dos descritores consultados no Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no Medical Subject Headings (MeSH) respectivamente em português: lombalgia crônica; Hidroterapia e em inglês: chronic low back pain, hydrotherapy, associados ao operador booleano AND nas quais foram selecionados para uma primeira análise, apenas os artigos que se adequassem aos critérios de inclusão e exclusão pré-determinados.

Utilizou-se como critérios de busca artigos publicados nos idiomas português e inglês entre os anos 2010 e 2020, disponível em texto completo e gratuito. Foram usados critérios de inclusão que correspondem a estudos do tipo observacional e experimental que abordasse a hidroterapia aplicada a pacientes adultos com lombalgia crônica e excluídos trabalhos que metodologicamente não se adequavam ao tema e objetivo do estudo, assim como em população idosa e pacientes em estado gravídico.

Foram encontrados 21 artigos que corresponderam aos critérios de busca (filtragem) e a temática. Depois de selecionados passaram por uma leitura aprofundada onde 13 artigos precisaram ser excluídos por não atender aos critérios de inclusão, na BVS foram selecionados 15 e excluídos 9, e na PubMed foram 6 selecionados e 3 excluídos mais 2 repetidos, ficando no total de 7 artigos que foram analisados (Figura 7) e em seguida tabelados em ordem alfabética classificando em: Autor; Tipo de estudo; Objetivo; Amostra; Ferramentas de avaliação e Resultados (Tabela 1).

(28)

Fonte: Elaborada pelo autor (2020). Artigos encontrados N 21 BVS 15 PubMed 6 Artigos inclusos na revisão N 7

Artigos e clu dos por não atender aos critérios de inclusão

BVS PubMed 5 Busca de artigos

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra final desta revisão foi constituída por oito artigos científicos, selecionados pelos critérios de inclusão previamente estabelecidos. Destes artigos expostos na tabela, um foi encontrado na base de dados PubMed e sete na BVS. A tabela representa as especificações de cada um dos artigos.

Tabela 1- Artigos selecionados para a revisão

Autor Tipo de estudo Objetivo Amostra Ferramentas de avaliação Resultados

BEANA-BEATO, et al., 2014 Ensaio clínico controlado Determinar os efeitos de um programa de terapia aquática intensivo de dois meses na dor nas costas, incapacidade, qualidade de vida, composição corporal e condicionamento físico relacionado à saúde em adultos sedentários com dor lombar crônica. Homens e mulheres com idade entre 18 e 65 anos e presença de

dor lombar

autorreferida por mais de 12 semanas. Estudo controlado com alocação de participantes nos dois grupos: intervenção ( n = 24, grupo ativo) ou lista de espera ( n = 25, grupo controle). As variáveis de desfecho foram escala visual analógica, Índice de Incapacidade de Oswestry, Pesquisa de Qualidade em Saúde SF-36, peso, índice de massa corporal, percentual de gordura corporal e massa muscular esquelética e saúde. sentar e alcançar, força de preensão manual, curvatura, teste de uma milha de Rockport).

O grupo ativo melhorou significativamente a dor lombar ( na escala analógica visual), incapacidade no Oswestry Disability Index) e o componente físico padronizado no Quality Short-Form Pesquisa de Saúde 36 dos domínios de qualidade de vida, e sem alterações significativas no componente mental padronizado. Em relação à composição corporal e fitness, o grupo ativo apresentou melhorias significativas. BEANA-BEATO, et al., 2020 Estudo de comparação não randomizado Estudar os efeitos de um programa de terapia aquática com diferentes frequências (2 vs 3 dias por semana) na dor lombar crônica. 78 adultos sedentários com CLBP com idade entre 18 e 65 anos e presença de dor lombar autorreferida por mais de 12 semanas, divididos entre grupos experimentais de 2, 3 dias por semana na terapia aquática e o grupo controle (lista de espera). Quality Short-Form Health Survey 36 (SF-36), o questionário Oswestry sobre lombalgia (Oswestry Disability Index, ODI) e a escala visual analógica (EVA), bem como o Rockport 1,6 km teste foram administrados. A FC em repouso também foi medida. Ambos os grupos experimentais apresentaram melhorias significativas na dor lombar e na incapacidade em comparação com o grupo controle. O grupo de 3 dias / semana apresentou benefícios significativamente maiores na flexão e invalidez da EVA do que o grupo de 2 dias / semana CUESTA -VARGAS et al., 2011 Estudo controlado randomizado pragmático Avaliar o efeito de um programa de fisioterapia multimodal com ou sem a adição de corrida em águas profundas sobre dor, incapacidade física e saúde geral.

46 indivíduos com dor lombar crônica inespecífica, divididos em dois grupos experimentais.

Escala analógica visual (EVA); Roland Morris Disability Questionnaire; Short Form Y 12 e mais três testes que mediam força, mobilidade lombossacra e resistência muscular. Ambas as intervenções resultaram em melhorias significativas na dor, incapacidade e saúde física.

(30)

DUPEYR ON et al, et al., 2013 Estudo longitudinal não controlado O objetivo deste estudo longitudinal não controlado foi investigar os efeitos imediatos e de curto prazo de um programa de reabilitação multimodal de curto prazo no reflexo postural do tronco e nos comportamentos antecipatórios. 30 pacientes crônicos com dor lombar (21 mulheres e 19 homens) >18 anos. Antropometria; escala visual analógica (EVA); teste de Schober e teste da ponta do dedo; Testes de resistência (Shirado-Ito e Sorensen); Questionário de Roland-Morris; O questionário de dor de Dallas; e Questionário de Crenças de Evitar o Medo (FABQ).

Nenhum efeito principal de intervenção foi encontrado nos níveis de ativação de avanço e nas amplitudes reflexas, sublinhando a ausência de alterações na maneira como os pacientes com dor lombar reagiram em

condições de perturbação. KEANE, et al., 2016 Estudo controlado randomizado de medida repetida (ECR) O objetivo deste estudo foi comparar o AquaStretch com o alongamento supervisionado em terra (LBS) e medir três resultados: dor, incapacidade percebida e medo de movimento (cinesiofobia).

Indivíduos com idade entre 18 e 70 anos, CLBP autorreferida por 3 meses ou mais (29). Escala Visual Analógica (EVA), Modificado Questionário Oswestry de Lombalgia (MOLBPQ) e Escala de Cinesiofobia de Tampa (TSK). Os resultados deste estudo revelaram que o AquaStretch é uma técnica adicional benéfica, é evidente que uma combinação do AquaStretch e do alongamento em terra proporcionaria um custo mais alto programa de tratamento eficaz para quem sofre de DLC. O estudo também demonstrou que ambas as intervenções beneficiam os indivíduos. SIMMER MAN, et al., 2011 Ensaio clínico cruzado Investigar o efeito da tração vertical aquática na altura da coluna vertebral, na intensidade da dor e na resposta de centralização em comparação com a posição supina flexão terrestre para pacientes com dor lombar e

sinais de

compressão da raiz nervosa.

60 indivíduos com idades entre 40 e 80 anos com dor lombar.

Quality Short-Form Health Survey 36 (SF-36), o questionário Oswestry sobre lombalgia (Oswestry Disability Index, ODI) e a escala visual analógica (EVA), bem como o Rockport 1,6 km teste foram administrados. A FC em repouso também foi medida. A variação média da altura do desvio padrão após tração vertical aquática foi semelhante ao de flexão supina terrestre. O teste t pareado indicou que ambas as intervenções resultaram em aumento significativo da altura.

Uma correlação

significativa entre a altura; redução da dor e centralização foi observado apenas para a intervenção aquática. SILVA, et

al., 2012 Estudo piloto

Investigar um

grupo de

pacientes com dor lombar crônica oriunda de hérnia de disco lombar, para levantar informações sobre o efeito de um programa de fisioterapia aquática associado a um ciclo de palestras educativas. A amostra foi composta por sete indivíduos, que foram

avaliados e submetidos ao programa de tratamento em grupo durante 20 sessões. Indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 35 e 60 anos, que possuíam dor lombar crônica (há mais de seis meses) advinda da hérnia de

disco lombar

comprovada por exame de imagem.

Teste Time Up and Go (TUG); Teste de Velocidade da Marcha; Questionário Rolland Morris e Escala Visual Analógica de dor. Os resultados

demonstram que não

houve melhora

significativa em nenhuma das variáveis estudadas, embora tenham sido registradas discretas modificações benéficas na velocidade da marcha, no tempo do TUG; e na intensidade da dor. Portanto, o programa de Fisioterapia Aquática proposto promoveu uma discreta alteração no quadro de dor e na capacidade funcional do grupo pesquisado, porém esses dados devem ser vistos com cautela, já que não houve diferença significativa.

(31)

Beana-Beato et al., (2014), identificaram que a terapia aquática promove a melhora de dor nas costas e incapacidade, aumento da qualidade de vida e, da composição corporal e do condicionamento físico em adultos sedentários com lombalgia crônica em seu estudo realizado. O ensaio clínico controlado que teve como objetivo determinar os efeitos de um programa de terapia aquática intensivo de dois meses em vários âmbitos como dor, incapacidade e qualidade de vida entre outros, contou com dois grupos.

No programa de intervenção cada sessão de terapia aquática foi realizada em grupos de oito participantes e durou de 55 a 60 minutos com aquecimento, exercícios resistidos, aeróbico e de relaxamento. Foram observados em seus resultados pela (escala analógica da dor) melhorias significativas nos níveis de dor nas costas em repouso, flexão e extensão, e também uma diminuição da incapacidade. Também no grupo ativo houve um aumento de domínios físicos da qualidade de vida relacionada à saúde. Ocorreu melhora significativa na resistência muscular abdominal e da força isométrica da parte superior do corpo. Contudo, vale ressaltar que os resultados não foram estudados ao longo prazo com os indivíduos, portanto, não é possível determinar se o efeito do tratamento pode ser mantido com a realização da terapia aquática ao longo do tempo.

De acordo com Beana-Beato et al., (2013) em outro estudo, analisaram os efeitos de diferentes frequências (2-3 dias / semana) do programa de terapia aquática em adultos com dor lombar crônica, verificou-se em seu estudo de comparação não randomizado resultados no efeito da dosagem do exercício aquático no grupo com dor lombar crônica. O estudo possuiu três grupos para avaliação, um grupo experimental que recebeu terapia 2 vezes por semana; um grupo experimental recebeu 3 vezes por semana e a lista de espera compreende um grupo de controle que não recebeu tratamento.

Cada sessão de terapia aquática durou de 55 a 60 minutos, incluindo-se 10 minutos de aquecimento, 15–20 de exercício resistido, 20–25 minutos de exercício aeróbico e 10 minutos de recarga (exercícios de alongamento). Por fim, obteve-se como resultados que o programa de terapia aquática realizado 3 dias por semana teve um efeito maior na EVA na flexão, no Questionário de Oswestry e uma diminuição da frequência cardíaca em repouso e pós esforço do que o grupo que realizou 2 vezes por semana.

(32)

Foram observadas também melhorias significativas nos níveis de dor nas costas, bem como na incapacidade; aumento em vários domínios da QV relacionada à saúde nos dois grupos experimentais. Ademais foi notado uma evolução significativa da resistência muscular abdominal em ambos os grupos experimentais, com o grupo que cumpriu o protocolo 3 vezes por semana mostrando uma melhora maior que o grupo que cumpriu 2 vezes por semana, além do que os resultados indicaram uma melhora na aptidão cardiorrespiratória, uma redução significativa na frequência cardíaca de repouso e na frequência cardíaca pós esforço.

Candeloro e Caromano (2008) trazem a ideia de que um dos efeitos cardiovasculares da terapia no meio aquático é a redução da frequência cardíaca de repouso e na frequência cardíaca pós esforço sendo fruto de uma adaptação do organismo ao ritmo imposto ao sistema cardíaco num meio que acelera o metabolismo. Estes autores reforçam que essas evidências são dependentes do período em que protocolos de exerícios são aplicados, caracterizando as diminuições da frequência cardíaca como resultada em longo prazo de programas de treinamento.

Zhongju et al. (2018), reforça os achados dos demais autores em um estudo, avaliando os exercícios aquáticos no tratamento da dor lombar, no qual analisaram sistematicamente todas as evidências disponíveis na literatura sobre a eficácia do exercício aquático. Onde verificou que a hidroterapia pode reduzir estatisticamente a dor e melhorar a capacidade funcional em pacientes com dor lombar.

Cuesta-vargas et al., (2011) avaliaram os efeitos do programa de fisioterapia multimodal sozinho em um grupo, e em outro avaliaram mais a adição de um programa de corrida em águas, e foi visto resultados satisfatórios em ambos grupos. Incapacidade, estado de saúde, força e resistência muscular e amplitude de movimento lombar melhoraram significativamente para um nível semelhante nos dois grupos de intervenção. Esse estudo os participantes receberam três sessões de 60 minutos de fisioterapia multimodal ( Intervensão com vários recursos associados) por semana, durante 15 semanas. E, o outro grupo experimental participou do protocolo de corrida em águas profundas de 20 minutos no final de cada sessão de tratamento.

(33)

Embora, os resultados tenha sido positivos nos dois grupos de tratamento, perceberam que a intervenção com fisioterapia multimodal suplementada com 20 minutos de corrida em águas profundas foi mais eficaz, apesar dos valores não serem significatos. Recomendando-se à trabalhos futuros envolver amostras maiores e realizar um acompanhamento a longo prazo, incluindo avaliações funcionais mais precisas.

Duperyon et al., (2013) observaram que a reabilitação multimodal de curto prazo para pacientes com dor lombar em qual, dentro da intervenção multimodal tem inclusa a terapia aquática foi percebido que os Parâmetros físicos e deficiências autorreferidas melhoraram significativamente. Foi investigado os efeitos imediatos de um programa de reabilitação multimodal de curto prazo no reflexo postural do tronco e nos comportamentos antecipatórios, obtendo-se nenhum efeito principal da intervenção foi encontrado nos níveis de ativação feedforward e nas amplitudes reflexas sublinhadas a ausência de mudanças na maneira como pacientes com dor lombar reagiram em condições de perturbação.

Keane et al., (2016), em suas pesquisas comparando o programa AquaStretch com o alongamento supervisionado em solo sobre as dores lombares crônicas. O AquaStretch é uma nova forma de exercício aquático que consiste em quatro etapas: 1) Colocar o paciente na água; 2) Realizar a manobra e sustentar; 3) Forçar o alongamento muscular; 4) Mover (se você precisar mover). Os grupos de tratamento receberam duas sessões de 30 minutos por semana da metodologia AquaStrech durante 12 semanas, e o grupo controle continuaram sua atividade física normal.

No estudo evidenciou-se uma significância estatística no AquaStretch para redução da dor, cinesiofobia e incapacidade percebida. Também verificaram que a redução da dor nos pacientes do grupo AquaStretch diminuiu rapidamente nas 6 semanas iniciais, mas nas 6 semanas seguintes diminuiu a velocidade consideravelmente, podendo esta relacionado com a idade e por isso sugere-se que em estudos futuros utilizem amostra maiores permitindo uma análise para estabelecer a diferença que a idade pode fazer na redução do tempo para aliviar e possivelmente "curar" a dor, quando esta trata-se de uma consequência do desequilíbrio muscular.

Silva et al., (2012), a utilização da fisioterapia aquática em pacientes com dor lombar crônica oriunda de hérnia de disco no qual, em sua intervenção foram

(34)

realizada 2 sessões por semana de 50 minutos durante 10 semanas onde cada sessão contava com exercícios de aquecimento, técnicas de fortalecimento dos grupos musculares do tronco e região lombar, técnicas proprioceptivas para região lombar, exercícios para manutenção da amplitude de movimento da região lomba e alongamento dos grupos musculares envolvidos, que eram progredidos de acordo com a adaptação do grupo, mostrou algumas modificações positivas que foram verificadas na dor e na mobilidade funcional no decorrer das sessões, embora não tenha comprovação estatística devido os valores não serem significativos, já que foram pouco o número de sessões, com número limitado de sujeitos e com inexistência de grupo controle.

No entanto, sugere-se estudos com um número maior de participantes, visto em que foram observados efeitos benéficos aos pacientes e também o discreto aumento da velocidade da marcha que precisa ser mais investigado em futuros estudos, pois como vários outros autores relatam, acredita-se que a realização dos exercícios dentro da água aquecida poderá proporcionar ao paciente uma experiência sensorial e motora mais livre de dor atráves da flutuação, proporcionando-o abandonar seu medo de movimentos que possam-o fazer sentir dpossam-or e assim, tirar a “atitude prpossam-otetpossam-ora” e recuperar um padrãpossam-o de marcha mais funcional.

O estudo apresentado por Simmerman et al., (2011) comparou o efeito da tração vertical aquática com a posição supina flexão terrestre sobre o alongamento da musculatura e o aumento do espaço intervertebral. Como parametro de comparação utilizou-se a altura do indíviduo, sendo que a medição foi feita por um teste com o dispositivo estadiômetro e, embora as duas técnicas tenham sido significativas para aumentar a altura da coluna vertebral, em um subconjunto específico de pacientes com dor lombar a tração vertical do macarrão da piscina aquática parece ser mais eficaz na redução temporária da intensidade da dor e dos sintomas centralizados.

Com isso, estes autores defendem a prática de exercícios aquáticos em razão dos efeitos sobre aumentos significativos na altura geral da coluna vertebral, melhora do quadro álgico e resposta de centralização em indivíduos com dor lombar e sinais de compressão da raiz nervosa.

Diante dos resultados obtidos nessa revisão integrativa, mostram-se evidências da hidroterapia como alternativa para tratamento da dor lombar.

(35)

Observou-se os efeitos benéficos mais significativos em relação para redução da dor, incapacidade funcional e consequentemente a melhora da qualidade de vida do indivíduo. Os métodos de avaliação mais utilizados entre os estudos foram a escala visual analógica (EVA) para avaliar a dor, Índice de Incapacidade Oswestry (Oswestry Disability Index – ODI) e Questionário de Incapacidade Roland Morris para avaliar a capacidade funcional e o questionário de qualidade de vida SF-36.

Em maioria dos estudos foram encontradas na intervenção as técnicas de aquecimento, alongamento, fortalecimento e, exercício aeróbico. Um estudo que corrabora pra essa pesquisa é o de Facci; Marquetti e Coelho (2007) em que usaram a hidroterapia para o tratamento da osteoartrite de joelho, com a intervenção dos mesmos exercícios mais encontrados citados nesse estudo. Durante uma média de 50 minutos com três sessões por semana ao longo de 20 sessões realizadas, onde utilizaram uma amostra de 10 indivíduos, 90% do sexo feminino, com evidências radiológicas e clínicas de osteoartrose de joelho uni ou bilateral. E observaram em seu desfecho que a fisioterapia aquática alcançou bons resultados no ganho de amplitude de movimento, na melhora do quadro álgico e da qualidade de vida avaliados pelo questionário de SF-36 e em outros instrumentos de avaliação.

O período de tratamento achado nos estudos ficaram entre aproximadamente 2 meses e 3 meses, exceto o estudo de Duperyon que durou 5 dias como parte de um programa ambulatorial em um centro especializado de tratamento da coluna. Com a periodicidade encontrada na maioria dos estudos de 2 a 3 sessões por semana, onde inclusive vale salientar o estudo de Beana-Beato et al. (2013), no qual avaliava os efeitos da frequência de 2 e 3 vezes por semana de tratamento, em que obteve-se resultados mais significativos no grupo de 3 vezes por semana. Além dos resultados analisados mais obtidos nos estudos para redução da dor, incapacidade funcional e, aumento da qualidade de vida também foi visto que associada a tração vertical aumenta a coluna vertebral alterada pela lombalgia, e o aumento da mobilidade funcional.

(36)

Com base nas bibliografias pesquisadas e resultados encontrados, conclui-se que, a hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que traz efeitos benéficos significativos na lombalgia crônica, principalmente para redução de dor e aumento da incapacidade. Mostrando-se eficaz em vários âmbitos, já que na água, a flutuabilidade permite exercícios com menor restrição, e são percebidos diversos benefícios acometidos pela água ao paciente, como o efeito térmico que gera um aumento do fluxo sanguíneo e relaxamento, ainda assim como novos questionamentos e a necessidade da pratica baseada em evidências é necessário mais estudos que abranjam esse tema evoluindo e garantindo mais fundamentos.

Considerando que a lombalgia crônica é de elevada incidência e atinge negativamente em diversos âmbitos na população geral, observa-se neste estudo a limitação nas poucas publicações a respeito dessa temática, e as diferentes questões abordadas pelos autores, como também ausência de pesquisas mais atuais, e o uso de diferentes intervenções.

Verificando a necessidade de mais estudos a fim de ampliar as evidências dessa temática, portanto, recomenda-se que as pesquisas futuras façam uma padronização nas amostras investigando se a idade esta correlacionada com o tempo dos efeitos gerados, assim como comparem técnicas ao longo prazo e, ademais sugere-se que em estudos futuros avaliem o efeito da hidroterapia na flexibilidade muscular comparando os valores antes e pós-intervenção já que é uma questão de extrema importância.

(37)

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