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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC - CAMPUS I
GRUPO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO, DIREITOS HUMANOS E
INTERCULTURALIDADE - GREDHI
RELATÓRIO FINAL
Salvador
2014
2 RELATORIO DO FÓRUM BAIANO DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
AUTORAS:
Graças dos Santos Costa: docente /uneb Silvia Maria Torres Bezerril: docente/uneb Dahyse de Oliveira e Oliveira: analista universitária/uneb
Camila Costa de Carvalho: mestranda do mped-uneb
No dia vinte e dois de maio de dois mil e quatorze foi realizado no Departamento de Educação – DEDC do Campus I, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), das 08h às 18h, o Fórum Baiano de Educação em Direitos Humanos (FBEDH). O evento foi coordenado pelo Grupo de Pesquisa Educação em Direitos Humanos e Interculturalidade (GREDHI) em articulação com o Fórum Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente da Bahia (FEDECA). O FBEDG foi uma iniciativa da Fundação Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e contou com o apoio das Pró-Reitorias de Graduação (PROGRAD) e Extensão (PROEX) da UNEB, da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC).
O encontro que reuniu pólos regionais como Salvador e Região Metropolitana, Feira de Santana e Valença, superou a expectativa de público e contou com participação de 248 (duzentos e quarenta e oito) inscritos, sendo: 105 (cento e cinco), através da página on line de inscrições do evento (http://www.sisdedci.uneb.br/inscricao/FORUM); 143 (cento e quarenta e três), por inscrição presencial. O FBEDH ainda contou com a presença de gestores de Organizações Não Governamentais (ONGs) de Salvador e cidades circunvizinhas, professores da educação básica do município, fundações e instituições afins, além da comunidade acadêmica da UNEB: discentes, docentes e técnicos, Grupo de Pesquisa sobre Tecnologias, Inovações Pedagógicas e Mobilização Social pala Educação - Tipemse e da coordenadora do Mestrado Profissional de Educação de Jovens e Adultos (MPEJA).
O FBEDH buscou difundir e fortalecer o conceito de educação integral, nas ações desenvolvidas pelas organizações não governamentais (ONGs) em parceria com as escolas públicas. Primou ainda por articular teorias e práticas sobre Educação em Direitos Humanos através da compreensão de que, a cultura de direitos humanos não pode ser reduzida a uma mera questão de informação e debate intelectual. As discussões sobre Diretos Humanos foram potencializadas com o envolvimento de diferentes grupos, que desenvolvem e contribuem significativamente para a construção da educação integral. Trouxe também diálogos coletivos
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sobre a participação nos movimentos da sociedade civil, que demandam a soma de esforços para a realização de ações compartilhadas (ou comuns), por parte dos órgãos governamentais e Organizações Não Governamentais (ONGs).
O citado evento trouxe contribuições de algumas ONGs da região metropolitana, a saber: Comunicação Interativa (CIPÓ), Casa do Sol, Centro de Referência de Adolescentes etc. Contando com uma articulação regional e um público diversificado, o FBEDH potencializou o espírito de cooperação que envolveu toda a equipe, tanto no âmbito interno, institucional, quanto externo, de outros órgãos, o que representou o alicerce fundamental para a consolidação do fazer, do saber e do multiplicar da rede em Direitos Humanos.
A mesa de abertura contou com a participação do Superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos (SUDH) do Estado da Bahia, o sociólogo Ailton Ferreira, que convocou a sociedade a uma tomada de consciência e a participar de forma mais efetivamente nas questões sociais, compartilhando as responsabilidades, rumo à construção de um mundo mais justo e solidário. Completou que a educação, neste sentido, deve ser partilhada e incluir em sua pauta novos valores para que haja transformações sociais efetivas.
A Mesa 1 teve como tema: “O papel da sociedade civil na garantia dos direitos da educação integral. As palestras foram proferidas pela Professora Isabel Lima, da UFSB, e pelo Professor José Claudio Rocha, da UNEB. Ambos demonstraram vasta competência, no campo de discussão sobre Direitos Humanos ao passo que versaram com ricas experiências de vida e trabalho ativo, na luta pela igualdade e dignidade humana. Acerca da garantia da educação integral promoveram um debate de mobilização e integração de todas as forças da sociedade civil, propondo pensar em um projeto comum que forme de maneira integral as gerações vindouras para que contribuam com o desenvolvimento de toda a sociedade. Reconheceram que a escola tem um papel fundamental na formação das crianças, adolescentes e jovens, mas não é a única responsável pela promoção da educação integral.
A Mesa 2 contemplou a temática “Educação Integral: crer e fazer Escola em tempo integral: políticas e programas”. O palestrante, Professor Analdino Pinheiro Filho, que representou a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, apresentou o processo de construção dos programas de educação integral no Estado da Bahia. Afirmou a importância de se pensar a pesquisa e formação docente sobre educação integral, apresentando os desafios postos para construção de uma educação integral que considere a criança e o adolescente enquanto “sujeitos de direitos”. Já a professora Maria Alba Guedes Mello (CEE-UNEB) refletiu sobre a educação integral historicamente e alertou para a necessidade de pensar a Educação Integral como política básica dos Governos Federais, Estaduais e Municipais, não
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apenas como programas pontuais de gestão. Na mesma direção, a Professora Rosangela Sacilotti, representante do CENPEC, afirmou a importância das mobilizações sociais para ajudar na construção da educação integral. Ela apresentou a trajetória do Prêmio Itaú-UNICEF, desde a criação em 1995, e alguns números significativos, a exemplos de projetos sociais que ajudam a consolidar tal proposta.
Na Mesa 3, cujo tema foi “Palavras de quem faz” foram apresentadas experiências em educação integral pelos representantes das ONGs. A coordenadora Ana Fernanda Campos trouxe as experiências do programa realizado pela instituição CIPÓ – Comunicação interativa com parceria do Instituto Inspirare no Bairro-Escola Rio Vermelho. A professora Maria Eleonora Rabêllo, membro da coordenação Geral do CRIA, apresentou os projetos desenvolvidos pela instituição e sua fala representou a sua responsabilidade em promover a extensão da educação integral na Bahia. Outra contribuição muito importante foi a da ONG Casa do Sol Padre Luis Linter que trouxe um relato de experiência de um egresso da citada instituição, apresentado os porquês de trabalhar com a comunidade em situação de vulnerabilidade social.
O último momento do nosso encontro foi sintetizado pelo relator do evento, professor Evandro Luis Santos de Jesus, da UNEB, que apresentou a sistematização das diversas falas e experiências através de um documento síntese com as recomendações recolhidas ao logo do FBEDH.
Nesse cenário de conquistas e realizações, fruto dos debates, troca de experiências e inquietações, registramos nossos sinceros agradecimentos a todos e todas que contribuíram direta e indiretamente para o sucesso desse Fórum, a saber: conferencistas e colaboradores do evento, monitores, docentes, técnicos administrativos e demais setores envolvidos da UNEB. Vale ressaltar ainda o apoio significativo dos seguintes colaboradores e parceiros:
1. Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), que ofereceu um
Coffe Break, permitindo a troca dialógica entre os participantes ao longo da
manhã.
2. CENPEC, que por meio do apoio técnico e viabilidade do site publicitário do
evento, permitiu o efeito multiplicador das ações do Fórum;
3. DEDC-I/UNEB, que através do suporte logístico e administrativo, contribuiu singularmente para a exequibilidade do evento;
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4. PROEX/UNEB, que através do lanche fornecido aos participantes, no turno vespertino, oportunizou a continuidade às discussões;
5. PROGRAD, que por meio do suporte de materiais de expediente, contribuiu singularmente para a publicidade do evento.
Foi através do envolvimento coletivo daqueles que confiaram em nossa proposta -oferecendo condições tangíveis de exequibilidade, tanto em termos acadêmicos quanto institucionais - e nas expectativas e compromisso do GREDHI, que consolidamos o acontecer em Direitos Humanos, convalidando os créditos a toda a rede ora constituída para mais um benefício profícuo em prol do desenvolvimento regional baiano.
Enfim, à comunidade unebiana e aos parceiros envolvidos, possibilitamos a sociedade o direito em conhecer e vivenciar a educação integral numa perspectiva humana e cidadã, conforme premissas de Hanna Arendt “a essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos". O direito essencial em se conhecer e popularizar a educação numa perspectiva integral prescinde de ações sustentáveis.