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V Seminário Internacional de Pesquisa em Prisão. 09 a 11/12/2019, FFLCH-USP, São Paulo-SP

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V Seminário Internacional de Pesquisa em Prisão

09 a 11/12/2019, FFLCH-USP, São Paulo-SP

Grupo de Trabalho: GT 07 - Encarceramento em massa, políticas de reforma prisional e abolicionismo penal

Louk Hulsman e teologia: possibilidades para uma teologia da abolição das penas

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Resumo: O presente trabalho é um estudo preliminar da teoria abolicionista de Louk Hulsman, a partir de “Penas Perdidas”, na intersecção com a teologia. Busca-se entender as críticas do autor à teologia católica, inseridas nos movimentos pré Concílio Vaticano II, apontando as amarras entre religião e sistema penal. Observa-se a abertura das teologias do século XX-XXI para pensar o encarceramento em massa, e consequente abolição da pena, com base na luta antiprisional nos EUA, sugerindo possibilidades para movimento brasileiro.

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Introdução

São Paulo. Zona Sul. Sábado. Junho de 2018. Marcelo Dias, 39 anos, homem, negro, homossexual e budista, morador do Cursino. Sem antecedentes criminais e não sendo usuário de substâncias consideradas ilícitas, Dias teve sua prisão decretada, acusado de fazer parte de um grupo de quatro pessoas flagrado com 4,9kg de pasta base de cocaína, após dizer para policias militares que faziam a ronda, que dois jovens deixaram uma sacola na porta da ONG presidida por ele. Dias passou seis meses no CDP (Centro de Detenção Provisória) Pinheiros 2, em São Paulo, mas seu contato com o sistema vem desde a infância. No ano do seu nascimento, seu pai foi preso, ficando 24 anos, sendo morto na cadeia de Tremembé, interior de São Paulo. Desde sua detenção, Dias tenta provar sua inocência, alcançando a liberdade provisória em 19 de dezembro de 2018, mas os danos sofridos por essa curta passagem são irreparáveis: “Parece que o sistema foi feito para te matar aos poucos”. Após uma semana em liberdade, Dias foi demitido do emprego. (Cf. MENDONÇA, 2018)

A história de Marcelo Dias não é um caso isolado e ilustra o contingente - cerca de 812 pessoas (CNJ, 2019) - marcado pelo sistema carcerário brasileiro: “A Justiça Criminal é implacável. Tiram sua liberdade, família e moral. Mesmo longe do sistema carcerário, te chamarão para sempre de ex-presidiário.” (RACIONAIS MC’S, 1993). O Brasil é o terceiro Estado com maior população privada de liberdade do mundo, atrás de EUA e China. (Cf. THE WORLD PRISON BRIEF) O encarceramento tem constituído uma prática comum – prima ratio - para responder às situações problemas no Brasil. Enquanto, a média mundial é de 144 pessoas presas por 100 mil, o Brasil possui uma média de 306,2 pessoas presas para 100 mil habitantes. Entre 1990 a 2014, houve um aumento de 575% na população encarcerada no Brasil. O aumento mais expressivo está entre as mulheres. De 2000 a 2014, a quantidade de mulheres presas cresceu 567%, de cerca de 5 mil passamos a encarcerar por volta de 37 mil mulheres. (Cf. INFOPEN MULHERES, 2017) Especialistas apontam para uma política pública de encarceramento em massa1 (SILVESTRE, 2012; MELO, 2012; GODOI, 2011; BIONDI, 2010; DIAS e SILVESTRE, 2009).

O presente trabalho é um estudo preliminar sobre prisão e teologia a partir das contribuições do abolicionista holandês Louk Hulsman e está composto por três momentos. Iniciamos apresentando o autor e sua ideia, baseado em Penas Perdidas: O sistema penal em

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questão (1993); contextualizando sua experiência religiosa católica vivida, sobretudo, na primeira metade do século passado; demonstrando como isso serviu de base para sua crítica e luta contra o sistema de justiça criminal. No segundo momento colocamos a teologia na perspectiva hermenêutica (Cf. GEFFRÉ, 1989, p. 59), levando em consideração toda a movimentação de abertura, em contexto católico, vivida na segunda metade do século XX, tendo como marco o Concílio Ecumênico Vaticano II (1963-1965). A superação de posturas antimodernas e a consequente abertura para o diálogo com o mundo tirou a teologia da sacristia e a devolveu às comunidades (Cf. COMBLIN, 1998, p. 58). Deste modo é que teólogos e teólogas passam a pensar desde as experiências concretas de seus povos. Assim, a prisão e o encarceramento em massa têm aparecido como assunto teológico e ganhado espaço nos círculos de debates. O terceiro e último momento traz justamente a experiência das comunidades negras dos EUA afetadas pela prisão, que a partir da fé (teologia) respondem e se engajam na luta pelo fim das prisões.

Nosso proposito não é encerrar o debate sobre as prisões com afirmações dogmáticas e vazias fundadas em metafísicas caducas (cf. GEFFRÉ, 1989, p. 25), pelo contrário, queremos iniciar uma conversa, aproximando áreas que tem caminhado distantes, pelo menos no campo acadêmico, pois as teologias tem atravessado não apenas as instituições, mas também muitas vidas que enfrentam as opressões das prisões, e que longe de ser uma dimensão alienante, por vezes, é o último rincão onde é possível existir e lutar por liberdade, pois sua compreensão hermenêutica deságua numa prática social e política (Cf. Idem, p. 60)

Experiências interiores

Tomando emprestado o nome da luta de libertação dos negros escravizados do século XIX, o abolicionismo é uma prática igualmente libertária que rompe com a “cultura punitiva da vingança, o ressentimento, o julgamento e a prisão”, (PASSETTI, 2012, p. 19) e, por conseguinte propõe o fim do sistema punitivo. Trata-se de uma corrente teórica e prática compartilhada por acadêmicos e militantes elaborada por intelectuais vítimas, em sua maioria, da perseguição nazista nas primeiras décadas do século passado, mas que somente nos anos 80 ganhou visibilidade, a partir do Congresso Mundial de Criminologia, ocorrido em Viena, em 1983.

Louk Hulsman figura-se entre pensadores/militantes abolicionistas, ao lado de Herman Thomas Bianchi, Thomas Mathiesen, Nils Christie, Eugenio Raúl Zaffaroni, Edson Passetti,

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Maria Lucia Karam, Nilo Batista, Vera Malaguti Batista, Angela Davis, Ruth Gilmore entre outros. Em suma, Hulsman parte da desconstrução da realidade ontológica do delito, afirmando ser apenas um produto político, e aquelas condutas e práticas categorizadas como crime são situações problemáticas que exigem respostas singulares, considerando a gênese e as responsabilidades das partes envolvidas, e não respostas genéricas e nada justas, como se nos marcos do sistema penal (ANITUA, 2012, p. 3)

(...) vi muito claramente como as leis são produzidas: geralmente feitas por reles funcionários e emendadas precipitadamente e por compromissos políticos; não têm absolutamente nada de democráticas e, dificilmente, são fruto de uma coerência ideológica. Pior ainda: são editadas na ignorância da diversidade de situações sobre as quais vão influir... (CELIS e HULSMAN, 1993, p. 20)

Aquilo que consideramos crimes não passam de etiquetas que escondem a realidade dos fatos, por isso a resposta punitiva tem se mostrado ao longo dos anos insuficiente e ineficaz na redução das violências e na chamada ressocialização. Não obstante, suas críticas e afirmações sobre sistema punitivo tem origem tanto em sua prática profissional como operador do Direito e professor de Direito da Universidade de Rotterdam; quanto nas chamadas experiências interiores que o influenciaram sua maneira de ser e de pensar. Aqui nos valemos sobretudo destas últimas, por entendê-las cruciais para localizar o fenômeno religioso na postura abolicionista. Hulsman revela como a vivência do cristianismo católico pré-Vaticano II foi uma das experiências fundamentais, ao lado da detenção num campo de concentração e resistência aos nazistas.

Como “criança difícil" frequentou internatos dirigidos por padres. Sua experiência religiosa se deu num contexto totalitário da instituição eclesiástica, que o autor identifica como sistema escolástico (Cf. CELIS e HULSMAN, 1993, p. 31). A Igreja mediava toda e qualquer relação com o mundo e com as outras pessoas, e sua teologia oficial era rígida, dogmática, apologética, moralista e, marcadamente, antimoderna. (Cf. LIBANIO E MURAD, 2010, p. 142) Tendo fugido do internato, terá suas primeiras experiencias de liberdade em outro ambiente religioso, desta vez, em um externato dirigidos por franciscanos, fazendo amigos e se envolvendo em debates e discussões filosóficas e políticas, a partir do periódico estudantil alternativo. Porém, seu criticismo e abertura ao mundo se desenvolve na Universidade de Leyden, onde se engajou no movimento questionador da Igreja dos anos 1946 e 47 (Cf. CELIS e HULSMAN, 1993, 34-35), que reuniria intelectuais, políticos e clérigos num desejo de

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abertura e inovação, primeirando o aggiornamento que seria vivido no Concílio Ecumênico Vaticano II, convocado por João XXIII, na década de 60.

Hulsman e teologia

Experiência bastante marcante, os internatos eclesiásticos, os quais Hulsman foi submetido, pode ser descrito como aquele poder disciplinar investigado por FOUCAULT, cujo principal alvo é o corpo (Cf. 2014, p. 134) e seu objetivo é o adestramento, pela vigilância, punição e exame (Cf. Idem, p. 167-189). As escolas católicas se organizavam a partir de uma teologia enrijecida, onde Deus é o princípio ordenador de tudo de uma vez por todas (universalismo). A partir do relato de Hulsman, não parece distante afirmar haver alguma influência do Jansenismo nesta experiência. Movimento rigorista teológico do século XVII, o jansenismo surgiu através do holandês Cornelius Jansen, ganhando toda a Europa ocidental, espalhando um pessimismo diante da natureza humana, necessidade da graça eficaz para realizar o bem e predestinação da minoria. (Cf. VIDAL, 2003, p. 411) Deste modo, Hulsman está inserido em um contexto marcadamente neoescolástico, tendo como centro uma teologia moral casuística, que perdura como paradigma de Concílio de Trento (1545-1563) até o Vaticano II (1963-1965), caracterizado por um uma segurança e fechamento para a crítica, uma visão negativa do ser humano e do mundo, um legalismo exacerbado e conotações individualistas. O lema "Salva tua alma” exemplifica muito bem está época. (Cf. MOSER e LEERS, 1988, p. 36-42; VIDAL, 2003, p. 423-456)

Podemos afirmar que tal teologia valoriza a salvação ou condenação a partir da ação humana individual, e entendemos a principal crítica de Hulsman. Trata-se de uma soteriologia baseada na noção de Povo Eleito, que afirma rigorosamente o axioma eclesiológico que fora da Igreja não há salvação, cria separação entre nós e outros, cujo primeiro grupo terá como herança o céu, enquanto o segundo, o inferno. Os batizados são reconhecidos como iguais, irmãos que gozam de mesma dignidade de ser humano; ao passo que os outros, por não participarem do Corpo Místico de Cristo, não são nada, ou melhor, são inimigos, os quais se pode eliminar sem nenhuma responsabilidade, (Cf. CELIS e HULSMAN, 1993, p. 21) seja pelo adestramento ou a guerra.

O sistema penal segue essa lógica de selecionar moralmente os povos entre os bons e os maus, passiveis de louvor ou punição, e mesmo a punição em uma visão humanista, tem sentido salvífico. O cristianismo romano foi um subsídio material e ideológico para o surgimento da

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prisão moderna (Cf. BITENCOURT, 2022, p. 44). A Igreja possuía espaços próprios para a detenção de religiosos e religiosas. A própria noção católica de penitência como voltar-se para si, a fim de reconhecer o pecado cometido contra Deus e a Igreja (sociedade), a partir da oração que conduz ao arrependimento e reconhecimento da culpa, (Cf. CIC, §1491) serviu de inspiração para os primeiros penitenciaristas. (Cf. ANDRADE, 2011, p. 187-271) A relação de pecado – crime e a reforma do delinquente estão no estio da prisão moderna e tem sua inspiração no ensinamento da Igreja de que a pena deve ter efeitos de compensação e expiação, e uma valor medicinal para a correção do culpado (Cf. CIC, §2266).

Porem, ZAFFARONI nos ajuda a entender que o problema de Hulsman não é a teologia em si. A crítica se dirige contra a irracionalidade dos sistemas fechados, que podemos entender como sistemas autorreferentes, que justificam sua verificação por si, como um argumento de autoridade, que apesar de não ser a característica da teologia, não deixa ser uma das principais tentações históricas e pode se confundir, pois não há uma relação direta entre o pensamento religioso e a teoria da pena, mas bem o que se verifica haver em comum são discursos de sistema fechado que produzem ídolos. (2012, p.24)

Guardei uma imagem importante: a de que construímos sistemas abstratos para nos sentirmos em segurança como civilização e trabalhamos para aperfeiçoar estes sistemas; mas, os elaboramos com tantos detalhes e as condições para as quais foram criados mudam tanto que, com o tempo, toda a construção não serve mais para nada. A distância entre a vida e a construção torna-se tão grande que esta acaba desmoronando... (CELIS e HULSMAN, 1993, p. 29)

Hulsman anuncia a queda dos ídolos, como a literatura apocalítica de Daniel interpretando o sonho de Nabucodonosor. Os sistemas fechados são como uma grandiosa estátua feita metais nobres, mas seus pés são de barro. Em linguagem religiosa, podemos afirmar que o sistema penal é superstição. Obedece a uma lógica própria sem conexão com a vida e as pessoas. (Cf. Idem, 1993, p. 22-23)

Contra o fechamento dos sistemas, Hulsman responde ativamente com um movimento de abertura contra a irracionalidade, que se desdobra em duas posturas que tem lastro na teologia pós-vaticano II: viver solidariamente com toda forma de existência e em permanente conversão pessoal e coletiva. A solidariedade hulsmaniana parece ter o mesmo sentido da noção de Casa Comum de Francisco (2015), na mesma lógica do Sumak Kawsay dos povos kíchwa, teko porã dos guaranies ou Ubuntu dos bantus (ACOSTA, 2016, p. 13): todos nós existimos

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juntos numa espécie de comunhão cósmica. (CELIS e HULSMAN, 1993, p. 43) Já conversão é um profundo ato de fé. Ele a descreve como salto mortal rumo ao incerto e desconhecido, que ocorre no nível da compreensão e da prática, de forma pessoal e coletiva. A conversão é uma espécie de novidade, muito bem exemplificada pelo relato que Hulsman faz ao encontrar com a Bíblia:

Tal leitura foi como dinamite. Subitamente, encontrei ali, inclusive nos Evangelhos, toda espécie de material contrário ao sistema e mesmo à liturgia que nos faziam seguir que, aliás me agradava... De fato, era difícil sair dos marcos impostos, pois, não só não davam livros críticos na classe em que eu estava, como, além disso, no contexto católico da região em que eu vivia, não havia a menor possibilidade de encontrar noutros lugares, seja em biblioteca ou livrarias, qual quer literatura contrárias às idéias da instituição Igreja. (CELIS e HULSMAN, 1993, p. 22)

Deste modo, o abolicionismo penal de Louk Hulsmann transcende o saber jurídico e toca o humano, anuncia o novo que vem, desnaturaliza e supera os sistemas fechados que produzem mais e mais vítimas. É processo de educação libertária, questionando indivíduos, sociedades e instituições, para a superação das múltiplas formas punitivas, não apenas as prisões. (PASSETTI, 2012, p. 42)

Aberturas teológicas e viradas hermeneuticas

É consenso na teologia que o Concílio Ecumênico Vaticano II é um marco de abertura pastoral e teológica na Igreja Católica (ICAR). Celebrado em Roma, entre os anos de 1962 a 1965, o evento reuniu o episcopado do mundo para refletir, ao longo de 4 seções, a fé da Igreja e sua ação do mundo. Porém, ainda que convocado por João XXIII, no final da década de 50, o concílio é, sobretudo, resultado de um movimento de renovação teológica contra a rigidez dogmática, com origens nas Escolas de Tübingen (Alemanha) e Roma (Itália), ainda no século XIX, que intentam ir de encontro ao pensamento moderno, questionando a concepção fixista da Escritura e a visão monolítica do dogma. O movimento ganha os teólogos de língua francesa com a chamada Nouvelle Théologie (Nova Teologia), promovida por jesuítas e dominicanos, com um acento no retorno às fontes do cristianismo e aos Padres da Igreja e aplicando o método histórico-crítico, (Cf. LIBANIO E MURAD, 2010, p. 140-146) numa perspectiva crítica ao neotomismo e à neoescolástica, em diálogo com as ciências modernas (psicologia, sociologia e antropologia), reestabelecendo a relação entre teologia e vida.

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É preciso notar em primeiro lugar a noção histórica. O esforço filosófico contemporâneo, de Hegel a Marx e a Bergson, colocou-a no centro do pensamento moderno. Ora, noção de história é estranha ao tomismo. Contudo, é precisamente nela que se baseiam os grandes sistemas patrísticos [...]; e ainda [...] historicidade [e] subjetividade [...] obrigam, pois, o pensamento teológico a ampliar-se. Sabe-se que a teologia ignora essas categorias. (DENIÉLOU apud GIBELLINI, 2002, p. 170)

A Nova Teologia formará os principais peritos que influenciaram o Concílio Vaticano II, como Y. Congar, H. Von Balthasar, H. De Lubac, J. Deniélou, M. D. Chenu, K. Rahner, H. Küng, E. Schillebeeckx. Daí é compreensível o giro teológico do concílio, onde o problema humano é tematizado a partir de uma visão crítica e histórica; e afirmações como a que abre a Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo atual, são possíveis:

As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. (GS, 1)

Assim, enquanto a teologia europeia entendeu os desafios lançados pelos não-crentes, nas periferias do mundo, é grito dos não-humanos o destaque. Diante de estruturas que negam existências produzem mortes, a teologia assume radicalmente o problema dos pobres em um engajamento revolucionário das bases em vista de uma outra ordem. (GUTIÉRREZ, 1974, p. 87-88) Ao lado da Teologia da Libertação, podemos citar a Teologia Negra e a Teologia Feminista como expressão dessa virada hermenêutica que ganha campo na segunda metade do Século XX, a partir do chão onde se localiza os sujeitos hermenêuticos, com uma disposição interdisciplinar. Importante observar a teologia continua nesse movimento de abertura. Desde a virada do nosso século, diversos teólogos e teólogas tem se esforçado numa teologia pública, assumindo o espaço público como temas teológicos e adotando critérios públicos de argumentação, a fim de confirmar seu lugar na universidade e uma visão ético-política. (SINNER, 2018, p. 54; ZEFERINO, 2019, p. 153)

Teologias, prisões, encarceramento em massa e abolição

Nesse movimento de abertura, a prisão também passou a ser tema da teologia. A partir de uma busca pela produção científica sobre prisões na área de Ciência da Religião e Teologia

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no Catálogo da CAPES conseguimos mapear 21 dissertações e teses. A grosso modo essas produções tematizam: Cárcere, Sistema Penitenciário Religião, Religiosidade, Conversão moral, Pluralismo religioso, Mobilidade religiosa, Influência da Religião, Fenômeno Religioso, Teologia, Assistência Religiosa, Ethos Religioso, APAC, Tratamento Penal, Ressocialização, Justiça Restaurativa, Assistência Católica, Pastoral Carcerária, Cidadania, Família, Escola, Reinserção, Proceder Evangélico, Docência, Educação de Jovens e Adultos, Mulheres, Adolescente, Detento, Tensões, Vulnerabilidade, Código de Condutas, Tatuagem, Desvio Social, Pessoas privadas de Liberdade, Menores infratores, Conciliação, Diálogo, Justiça Social, Igualdade, Cultura, Esfera pública, Criminalidade e Teoria dos Controles.

Considerando apenas as três teses de doutorado é forte o estudo do papel da religião no tratamento penal, seja pela análise da filosofia de trabalho da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) no processo de recuperação da pessoa privada de liberdade (Cf. LIRA JÚNIOR, 2017); a compreensão do funcionamento e estabelecimento das religiões no ambiente de encarceramento (Cf. JUNIOR, 2017); ou a investigação sobre a assistência religiosa às pessoas privadas de liberdade e sua contribuição no processo de ressocialização e reinserção social (Cf. GALUCIO, 2018). Diferentemente dos trabalhos anteriores, a pesquisa de Maria Emília Guerra Ferreira, não está no Catálogo por motivos cronológicos. FERREIRA a partir de uma situação de morte – o cárcere – verifica a possibilidade de perceber sinais de Vida e Esperança. (Cf. 1996, p. 9) Porém, e aqui podemos dizer a diferença primordial dos trabalhos aqui já citados, a produção da esperança não é fruto de um tratamento penal a partir da religião, como muitos pesquisadores atestam. FERREIRA se alinha na perspectiva da teologia da libertação, insere a instituição penal no contexto socioeconômico neoliberal e a população carcerária na massa social dos pobres, bem como seus familiares, por extensão, e conclui, que “apesar do sistema de opressão e desintegração (...) o ser humano tem a potencialidade de vida, e recursos internos para a vida, que superam as situações de desintegração e ‘morte’”. (1996, p. 14)

Porém, se tratando especificamente do fenômeno do encarceramento em massa, a produção teológica brasileira é nula, igualmente no que diz respeito ao abolicionismo. Localizamos, nos EUA, artigos e livros sobre o tema. Em outubro de 2017, Havard Divinity School, promoveu um encontro entre estudiosos, ativistas, lideranças e pessoas egressas do sistema carcerário para avançar no estudo crítico do castigo carcerário em relação às práticas e pensamento cristão e provocar ações em torno do encarceramento em massa. Nas palavras de um dos organizadores, o professor POTTS:

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Embora a tradição cristã contribua para a suposição de que a punição deve seguir o pecado, a tradição cristã também tem muito a contribuir para nos ajudar a pensar em outras maneiras de as comunidades responderem às injustiças, para as comunidades florescerem na sequência de erros, pensarem sobre como podemos seguir em frente. (2017)

Willie Jennings abriu a conferência, cujo título era Christianity, Race, and Mass Incarceration [Cristianismo, Raça e Encarceramento em Massa] afirmando a relação intrínseca e histórica da fé cristã com a prisão, a partir das categorias obediência e desobediência, tendo a experiência de Jesus de Nazaré, o Deus condenado, e os primeiros discípulos como referência de uma desobediência obediente. (JENNINGS, 2017) Os painelistas questionaram as categorias teológicas de santificação, benevolência, dívida, culpa, pecado e salvação, a partir do encarceramento em massa.

Em uma perspectiva abolicionista, Lee Griffith faz uma leitura bíblica do fim das prisões em The Fall of the Prison: Biblical Perspectives on Prison Abolition (1993) [A Queda da Prisão: Perspectivas bíblicas sobre Abolição Penal], interpretando as narrativas da libertação do Êxodo e o Exílio na Babilônia, bem como, Lucas 4, 17-21; 23, 32-43; Mateus 18, 12-14; 25: 31-46; 2 Coríntios 5, 17-21. Ainda, localizamos trabalhos italianos. O professor de Direito Penal, Luciano Eusebi, do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão tem se dedicado a aproximação entre Teologia e Direito e pensa, sobretudo, no tema da pena. De sua produção destacamos textos como La Chiesa e il problema della pena. Sulla risposta al negativo come sfida giuridica e teologica [A Igreja e o problema da punição. Sobre a resposta ao negativo como um desafio legal e teológico], publicação de 2014, e Superare il carcere come "modello" della risposta al reato [Superando a prisão como um "modelo" da resposta do crime], de 2015.

Luta antiprisional

Seria um erro afirmar que a partir das contribuições teológicas grupos organizados mobilizaram-se pelo fim das prisões; melhor seria dizer que a expansão do sistema carcerário e os ataques contra as comunidades negras mobilizaram novos movimentos sociais contra a violência do Estado nas ruas e nas prisões, daí que comunidades religiosas passaram a rezar, pensar e militar pela desativação das estruturas quem promovem o encarceramento em massa. Podemos citar a experiência do estado da California, que com o desenvolvimento das práticas de controle dos corpos negros desde a escravidão, sua abolição e os desenvolvimento de práticas legais, como as leis Jim Crow e a política contemporânea de Guerra às Drogas, mantem o

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racismo estruturado a partir do aparato estatal de polícia e justiça. (ALEXANDER, 2017, p. 59-108; DAVIS, 2018, p. 23-41) Em 27 anos, entre 1980 e 2007, a California passou de 24 mil para 173.312 mil pessoas presas (Cf. PASTORAL CARCERÁRIA, 2018, p. 37)

Diversos grupos vão começar a se organizar, a partir dos anos 90 do século passado. O relatório Luta antiprisional no mundo contemporâneo (2018) traz as experiências de pequenos grupos de, sobretudo, mulheres negras que passam a reunir depois da ação violenta do Estado, como sãoos casos do Comitê de Justiça para George Noyes (George Noyes JusticeComittee); Mães recuperando nossos filhos (Mother Reclaiming Our Children -Mothers ROC); Resistência Crítica (Critical Re-sistence); Coalização da California para Mulheres Presas (California Coalition for Women Prisioners – CCWP); Todas/os nós ou ninguém (All of Us or None); e o mais recente Vidas Negras Importam (#BlackLivesMatter). Movimentos sociais de base unem a comunidade negra intra e extra muros, fazem pressão aos governos e são os principais responsáveis pelo programa de desencarceramento no estado, que tem apresentado reduções.

As comunidades religiosas não ficarm indiferentes na California. Em 2013, o professor Joshua Dubler publicou em christiancentury.org um artigo intitulado Where are the Christian prison abolitionists? [Onde estão os cristãos abolicionistas penais], onde resgata as razões que os cristãos se engajaram para o fim da escravidão, destacando o engajamento das comunidades religiosas a partir do livro de ALEXANDER: (DUBLER, 2013) "A igreja deve defender a justiça, (...) Este, para mim, é o propósito da igreja. Às vezes fazemos, às vezes não. Agora é a hora de fazê-lo.” (GARCIA, 2013) Destacamos a experiência do Christians for the Abolition of Prisons [Cristãos pela Abolição das prisões], um grupo de fiéis, em Los Angeles, CA, engajados na formação e divulgação do abolicionismo entre às Igrejas progressitas, estimulando a solidariedade às pessoas presas e comprometimento concreto pela abolição de práticas punitivas, defendendo “a verdade do evangelho de que Cristo aboliu a necessidade de retribuição e que Deus procura todos os que estão perdidos, para curar em comunidade.” (CHRISTIANS FOR THE ABOLITIONS OF PRISONS)

Entre 2007 a 2016, houve a redução de 25,7% presas em unidades estaduais, considerando o gênero, a redução de mulheres presas foi de 49% e 23% homens. (Cf. PASTORAL CARCERÁRIA, 2018, p. 27)

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A partir desse caminho percorrido, podemos considerar as possibilidades teológicas e comunitárias do abolicionismo. Primeiro, é importante salientar que o movimento abolicionista não possui proprietário. (Cf. PASSETTI, 2012, p. 15-16) Isso significa que a diversidade de sujeitos pode colaborar na construção e vivências das práticas abolicionistas. Mesmo a posição de Louk Hulsman não exclui as comunidades religiosas, mas critica um modo de se produzir teologia - escolástica ou neoescolástica - que subsidia sistemas punitivos. Através de suas experiências interiores é possível captar movimentos relevantes para a teologia: abertura, solidariedade e conversão. Assim consideramos a teologia como um espaço de disputa, que não se arroga teoria universal, mas o testemunho da experiência plural, diversa e inclusiva. (Cf. PACHECO, 2019, p. 23-41) Trata-se de um saber histórico e crítico, capaz de mobilizar comunidades comprometidas com a liberdade e a libertação. Finalmente, as comunidades religiosas podem ser pequenos espaços de cuidado e gratuidade, como prática a partir de baixo na construção de novos mundos. (Cf. ZEFERINO, 2019, p. 164)

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