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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA:

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PONTA GROSSA

DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PPGEP

FÁBIO GOMES DA SILVA

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA:

DESENVOLVIMENTO E TESTE DE UMA METODOLOGIA

PONTA GROSSA MAIO - 2006

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FÁBIO GOMES DA SILVA

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA:

DESENVOLVIMENTO E TESTE DE UMA METODOLOGIA

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão do Conhecimento e Inovação, do Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da UTFPR.

Orientador: Prof. Dálcio Roberto dos Reis, Dr.

PONTA GROSSA MAIO - 2006

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S586 Silva, Fábio Gomes da

Avaliação do nível de inovação tecnológica: desenvolvimento e teste de uma metodologia. / Fábio Gomes da Silva. -- Ponta Grossa : UTFPR, Campus Ponta Grossa, 2006.

75 f.: il. ; 30 cm.

ORIENTADOR: PROF. DR. DÁLCIO ROBERTO DOS REIS

Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Ponta Grossa, 2006.

1. Inovação tecnológica. 2. Faturamento. 3. Metodologia. I. Reis, Dálcio Roberto dos. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. III.Título.

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TERMO DE APROVAÇÃO

FÁBIO GOMES DA SILVA

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA:

DESENVOLVIMENTO E TESTE DE UMA METODOLOGIA

Dissertação de Mestrado aprovada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão do Conhecimento e Inovação, do Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da UTFPR, pela seguinte banca examinadora:

Prof. Dálcio Roberto dos Reis, Dr. Profª Ana Paula Cabral Seixas Costa, DrªDeptº de Pós Graduação, UTFPR Deptº de Pós Graduação, UFPE

Orientador

Prof. Kazuo Hatakeyama, Dr. Profª Nilceia Aparecida Maciel Pinheiro, Drª Deptº de Pós Graduação, UTFPR Deptº de Pós Graduação, UTFPR

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Dedico este trabalho à minha amada esposa Adriane e às minhas queridas filhas Rafaela e Gabrielle, pela inesgotável paciência, imprescindível apoio e soberana compreensão que tiveram comigo durante mais esta etapa da minha vida.

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Agradeço primeiramente a Deus por me manter com saúde e motivação para chegar ao final de mais esta etapa.

Agradeço a meus pais pela minha vida e pelo apoio que sempre dispuseram

em meu favor nas horas mais difíceis.

Agradeço especialmente ao Prof. Dr. Dálcio Roberto dos Reis, que me

orientou com extremo profissionalismo e dedicação em todas as etapas deste grande desafio.

Agradeço à Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa, representado por sua diretoria, por nos proporcionar este curso de tão alto nível.

Agradeço a todas as pessoas que possibilitaram a realização desta pesquisa nas empresas de Ponta Grossa.

Agradeço a todos os demais familiares, amigos e professores, que sempre mentalizaram positivamente em meu favor e acreditam no meu sucesso pessoal e profissional.

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“Os pais, em nossos dias, exercem sua paternidade sob tensões e pressões de ordem econômica que não existiam na época de nossos avós. O que eu proponho é

que esses pais dediquem o tempo que lhes sobra para ajudar seus filhos a dominarem as habilidades humanas essenciais que são necessárias, não só para lidar com as próprias emoções, como para o estabelecimento de relações humanas

verdadeiramente significativas.”

Daniel Goleman, Phd

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RESUMO

Esta pesquisa teve como finalidade principal desenvolver e testar uma metodologia capaz de avaliar o nível de inovação tecnológica existente nas organizações. A metodologia foi desenvolvida e posteriormente validada através de um teste realizado em 05 (cinco) empresas industriais manufatureiras as quais encontram-se entre as maiores em nível de faturamento da cidade de Ponta Grossa, Paraná, segundo dados fornecidos pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) em sua unidade regional. Os resultados da pesquisa mostraram ser possível avaliar o nível de inovação tecnológica nas empresas através da metodologia desenvolvida, tendo a mesma apresentado um alto nível de eficiência, eficácia e versatilidade. Como resultados secundários a pesquisa mostrou que as empresas mais inovadoras da região também são as que possuem um maior nível de faturamento.

Palavras-chave

Inovação tecnológica, faturamento, metodologia.

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ABSTRACT

The main objective of this research was to develop and test a methodology that makes possible to evaluate the level of technological innovation in organizations. The study was carried out through field research in 5 (five) manufacturing industries which are amongst the biggest, regarding profits, in the city of Ponta Grossa, State of Paraná, according to data available at the regional branch of the Paraná Industries Federation (FIEP) . The results of this research showed that it is possible to evaluate the level of technological innovation in companies through the methodology developed. Further results also pointed out that the most innovative companies are the ones that present highest profitability.

Key-words

Technological innovation, profitability, methodology.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ação dos indicadores de inovação tecnológica nas organizações 11 Quadro 1 – As seis características das empresas inovadoras 15

Quadro 2 – Como as empresas inovam 16

Quadro 3 – O ranking dos dez produtos mais inovadores já lançados por 18 empresas brasileiras

Quadro 4 – Relação instrumento de pesquisa x referencial teórico 25

Gráfico 1 – Gráfico de pontuação 32

Gráfico 2 – Pontuação por questão 33 Figura 2 – Tela de apresentação 34 Figura 3 – Características da empresa 35 Figura 4 – Formulário para avaliação do nível de inovação tecnológica 36 Figura 5 – Classificação da empresa 37 Figura 6 – Gráfico de pontuação 38 Figura 7 – Gráfico de pontuação por questões 39 Quadro 5 – Cargo ocupado pelos respondentes 40

Gráfico 3 – Pontuação da Empresa A 41

Gráfico 4 – Pontuação por questões da Empresa A 42

Gráfico 5 – Pontuação da Empresa B 45

Gráfico 6 – Pontuação por questões da Empresa B 46

Gráfico 7 – Pontuação da Empresa C 48

Gráfico 8 – Pontuação por questões da Empresa C 49

Gráfico 9 – Pontuação da Empresa D 50

Gráfico 10 – Pontuação por questões da Empresa D 51 Gráfico 11 – Pontuação da Empresa E 53 Gráfico 12 – Pontuação por questões da Empresa E 54 Gráfico 13 – Relação nível de inovação tecnológica x faturamento 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Formulário para avaliação do nível de inovação tecnológica

Tabela 2 – As dez empresas mais intra-empreendedoras e inovadora do Brasil Tabela 3 – Benchmarking de uma empresa altamente inovadora

Tabela 4 – Benchmarking de uma empresa altamente inovadora (fictício) Tabela 5 – Critérios para pontuação

Tabela 6 – Pontuação para classificação

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras

BCG - Boston Consulting Group

FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBIE - Instituto Brasileiro de Intra-empreendedorismo MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia

MPOG - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

OECD - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico P & D - Pesquisa e desenvolvimento

PINTEC - Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica UF - Unidade da Federação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01 1.1. Delimitação do tema 02 1.2. Problematização 02 1.3. Objetivos 03 1.3.1. Objetivo Geral 03 1.3.2. Objetivos Específicos 03 1.4. Justificativa 03

1.5. Relação entre as variáveis 04

1.6. Organização do trabalho 04

2. REVISÃO DE LITERATURA 05

2.1. A inovação tecnológica 05

2.2. Inovação tecnológica x vantagem competitiva 12 2.3. Como as empresas inovam 14

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 19 3.1. Classificações da pesquisa 19 3.1.1. Natureza da pesquisa 19 3.1.2. Forma da pesquisa 19 3.1.3. Objetivo da pesquisa 20 3.1.4. Método de abordagem 20 3.1.5. Procedimentos técnicos 20 3.2. Instrumento de pesquisa 21 3.2.1. Teste piloto 33 3.3. Coleta de dados 33

3.4. Criação da metodologia informatizada 34

3.5. Validação da Metodologia 39

3.5.1. Empresa A 40

3.5.2. Empresa B 45

3.5.3. Empresa C 47

3.5.4. Empresa D 50

(14)

3.5.5. Empresa E 53 3.6. A relação nível de inovação tecnológica x faturamento 56

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 59

4.1. Eficiência e eficácia da metodologia desenvolvida 59

4.2. Diagnóstico de gestão 59

4.3. Benchmarking 59

4.4. Auto-avaliação 60

4.5. Análise dos gráficos 60

4.6. Versatilidade da Metodologia 61

4.7. Facilidade de uso da Metodologia 61

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 62

5.1. Conclusões 62

5.2. Sugestões para trabalhos futuros 63

REFERÊNCIAS 64

APÊNDICE A – FORMULÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 67

ANEXO A – RANKING DO FATURAMENTO 69

ANEXO B - INSTITUIÇÕES RELACIONADAS À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 75

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1. INTRODUÇÃO

Vivencia-se atualmente uma era de intensas e profundas mudanças que ocorrem dia-a-dia no mercado global numa velocidade impressionante. Neste mundo extremamente globalizado e competitivo, segundo Chiavenato (2004), acompanhar estas mudanças tem sido o grande ideal da maioria das organizações. Sendo assim, a gestão da inovação tecnológica se apresenta como ferramenta para alcançar uma maior produtividade.

O mundo empresarial contemporâneo encontra-se repleto de inovações tecnológicas que surgem dia após dia. Em praticamente todos os setores de atuação as diversas empresas se deparam com novos produtos, novos processos e novos serviços que são criados e colocados à disposição do mercado consumidor com uma rapidez jamais vista antes. A velocidade das transformações verificada na última década impressiona até mesmo os maiores futuristas conhecidos.

Atualmente já não é mais a qualidade o grande diferencial pelo qual as empresas podem obter suas vantagens competitivas, mas sim, a inovação tecnológica, que surge como fator indispensável para aquelas organizações que desejam se manter ou alcançar uma situação de líderança de mercado. São os novos valores agregados aos produtos, processos e serviços que geram vantagens sobre os concorrentes. Quem inova mais rapidamente, possui uma vantagem considerável sobre os demais participantes desta competição pelos vários mercados consumidores.

Portanto, a inovação tecnológica vem sendo abordada pelos diversos autores, estudiosos, empresários, professores e acadêmicos, como nesta última década da história. Todos querem ser inovadores, mas muitas vezes se deparam com obstáculos e dificuldades que acabam bloqueando o caminho rumo à tão almejada inovação tecnológica. Às vezes por restrições de recursos, outras vezes por dificuldade de se implantar um ambiente e uma visão inovadora na cultura organizacional devido às resistências que surgem, enfim, nem sempre se chega a um nível de inovação adequado para que uma empresa possa ser realmente considerada como inovadora na busca de vantagens competitivas.

(16)

1.1. Delimitação do tema

O tema inovação tecnológica é bastante abrangente. Portanto, a pesquisa limitou-se a estudar os principais indicadores de inovação tecnológica propostos pelos diversos autores da área, e, construir e testar uma metodologia de avaliação do nível de inovação tecnológica a partir destes indicadores.

A pesquisa limitou-se ainda a aplicar a metodologia criada em 05 (cinco) dentre as maiores empresas manufatureiras em nível de faturamento, de vários setores produtivos, da cidade de Ponta Grossa – PR, tendo em vista avaliar a eficácia da metodologia na diferenciação do nível de inovação tecnológica das mesmas.

Estas cinco empresas foram selecionadas a partir da relação das maiores indústrias manufatureiras da cidade de Ponta Grossa – PR em faturamento, fornecida pela Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), em sua unidade regional.

A partir desta pesquisa, outras organizações da região, do Estado do Paraná e/ou de qualquer outra região do Brasil poderão ter seu nível de inovação tecnológica avaliado, bem como os pontos fortes e fracos em relação a este nível, para que os gestores destas empresas possam potencializa-los e corrigi-los respectivamente.

1.2. Problematização

O problema de pesquisa é definido por Luna (2002) como a formulação de uma pergunta ou conjunto de perguntas para se saber inclusive qual a literatura que deverá ser utilizada para o embasamento do trabalho a ser realizado.

Sendo assim, para o desenvolvimento da presente pesquisa, levantou-se a seguinte questão:

- Como avaliar o nível de inovação tecnológica de uma organização ?

Tal problematização do tema mostra-se relevante, tendo em vista a importância de se verificar o nível de inovação tecnológica para que as organizações possam buscar uma maior competitividade no mercado onde atuam.

(17)

1.3. Objetivos

Os objetivos desta pesquisa subdividem-se em geral e específicos, a saber:

1.3.1. Objetivo geral:

Desenvolver e testar uma metodologia capaz de avaliar o nível de inovação tecnológica nas organizações.

1.3.2. Objetivos específicos:

1) Analisar os indicadores de inovação tecnológica propostos por diversos autores e instituições ligadas ao tema;

2) Adaptar os indicadores analisados buscando praticidade e eficácia na coleta de dados;

3) Elaborar um formulário que possibilite a avaliação do nível de inovação tecnológica das organizações através dos indicadores adaptados;

4) Informatizar a metodologia criada através do formulário elaborado para avaliar o nível de inovação tecnológica das organizações pesquisadas.

1.4. Justificativa

Sendo o problema a ser analisado pela pesquisa de extrema importância para as indústrias pontagrossensses, justifica-se a mesma por tratar-se de um trabalho útil na busca da avaliação, criação e/ou potencialização do nível de inovação tecnológica para tais organizações, as quais poderão a partir desta pesquisa, evidenciar seus pontos fortes e fracos em relação à inovação, e a partir daí, desenvolver atividades que potencializem o seu nível de inovação tecnológica na busca de uma maior competitividade no mercado onde as mesmas atuam.

Também através desta pesquisa, os gestores poderão avaliar os prós e os contras de se investir ou não recursos na inovação tecnológica em suas organizações na busca de vantagens competitivas.

Vislumbrando uma maior competitividade através da inovação tecnológica, estas empresas estarão também fortalecendo a capacidade produtiva da cidade e

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da região onde estão instaladas, podendo aumentar a geração de empregos, arrecadações, melhorar a imagem da região no cenário nacional, entre outros fatores positivos que são pertinentes a regiões que possuem empresas competitivas.

1.5. Relação entre as variáveis

A pesquisa possui duas variáveis básicas, uma independente e outra dependente. Segundo Marconi e Lakatos (2001), a variável independente exerce efeito sobre a variável dependente. Neste caso, a variável independente, é composta pelo nível de inovação tecnológica das organizações. Já a variável dependente é representada pelo nível de faturamento apresentado pelas mesmas.

1.6. Organização do trabalho

A presente dissertação encontra-se subdividida em 05 (cinco) capítulos, sendo este primeiro desenvolvido até aqui uma parte introdutória ao tema a ser abordado, apresentando a delimitação do tema, a problematização, os objetivos (geral e específicos) a justificativa e a relação entre as variáveis. O Capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica; O Capítulo 3 apresenta os procedimentos metodológicos; O Capítulo 4 apresenta a análise dos resultados; e, o Capítulo 5 apresenta as considerações finais.

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2. REVISÃO

DE

LITERATURA

Neste segundo capítulo são abordadas as teorias referentes à inovação tecnológica, onde se apresentam as idéias dos principais autores relacionados ao assunto em questão e também de algumas instituições que tratam da inovação tecnológica.

2.1. A inovação tecnológica

Perante as grandes e rápidas mudanças que ocorrem a nível global nos dias atuais, a inovação tecnológica tornou-se um requisito vital para todas as organizações, sejam estas de pequeno, médio ou grande porte, bem como pertençam a qualquer setor de atuação que seja. Já não basta mais apenas oferecer qualidade aos clientes. Muitas empresas que produziam bens ou ofereciam serviços de qualidade pereceram no passado tendo em vista a falta de inovação percebida pelos seus consumidores.

Chiavenato (2004), evidencia que as mudanças lentas e progressivas que ocorriam ha algum tempo atrás foram substituídas por mudanças rápidas e descontínuas, tornando o mercado totalmente globalizado e inovador. Na sua visão, a demanda por produtos e serviços sofreu alterações repentinas, os concorrentes estão agindo cada vez com maior rapidez e estão surgindo cada vez mais de qualquer parte do mundo, ou seja, a concorrência é total e imprevisível. Chiavenato (2004) conclui que o ritmo da inovação tecnológica dos produtos/serviços é extremamente rápido nos dias de hoje.

A inovação tecnológica na visão de Reis (2004) é o principal agente de mudanças no mundo atual, sendo que através da inovação os diversos países e organizações obtém vantagens competitivas e subseqüentemente, um maior crescimento e desenvolvimento sustentável. É a inovação tecnológica que gera a nova força das empresas modernas. Através de inovações contínuas as organizações mantém fidelizados seus clientes já existentes e conseguem captar novos clientes em busca de uma maior lucratividade.

Segundo Kotler (2000), um cliente altamente satisfeito ou “encantado” com a organização, tem um valor dez vezes maior do que um cliente apenas satisfeito.

(20)

Este encantamento do cliente somente é atingido através da oferta de produtos e/ou serviços diferenciados constantemente em relação aos produtos e/ou serviços oferecidos pelos concorrentes, ou seja, se obtém vantagens competitivas através da inovação contínua.

Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) defendem também a idéia de que a inovação impulsiona o sucesso competitivo das empresas não somente com a criação de novos produtos, mas também através de mudanças na sua estrutura organizacional.

Já para Cohan (1998), as empresas que são líderes em tecnologia simplesmente “canibalizam” seus produtos e erradicam seus principais processos gerenciais periodicamente, evitando assim a obsolescência e a acomodação perante sua situação de liderança, que nunca deverá ser considerada como um estado permanente, mas sim, uma fase temporária que só será mantida através da inovação contínua.

Além disso, Cohan (1998) enfatiza a importância das líderes em tecnologia possuírem organizações abertas e uma abordagem humanística para gerenciar as pessoas que compõem a organização. Isso mostra que toda e qualquer organização é formada antes de tudo por pessoas, e não apenas por máquinas, equipamentos, instalações e tecnologia. Sendo assim, são as pessoas que devem ser estimuladas a inovar constantemente e aceitar as mudanças propostas.

Na visão de Mañas (2001), a necessidade de ser competitivo e de manter-se vivo e ativo e ainda colocar-se e manter-se à frente dos concorrentes tem levado as organizações a uma busca contínua da inovação. Porém, conforme Mañas (2001), as pessoas por uma reação natural, inerente ao ser humano, se defendem quando não tem à sua disposição componentes, meios e conhecimentos suficientes para apresentar suas novas idéias, o que muitas vezes acaba bloqueando o processo de inovação.

Essa visão também é apresentada por Chiavenato (2004), quando afirma que são as pessoas que fazem o negócio. Mesmo que a empresa seja dotada de máquinas, equipamentos, prédios, instalações, tecnologia e uma porção de outros recursos físicos, na realidade, esses elementos concretos sozinhos não a fazem funcionar nem atingir seus objetivos.

Mc Gregor (1999) afirma que muitas das nossas tentativas de controlar comportamentos sem ser através de adaptações seletivas violentam diretamente a natureza humana. Consistem em tentar fazer com que as pessoas se comportem

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segundo os nossos desejos, sem respeitar a lei natural. Isso deve ser evitado, devendo-se trabalhar primeiramente a cultura organizacional para que as pessoas aceitem com maior naturalidade as mudanças e sintam-se estimuladas e incentivadas a apresentarem suas idéias na busca da inovação contínua.

Portanto, a inovação depende muito das pessoas que formam uma empresa, seja esta de qualquer porte ou ramo de atividade. Mas a inovação não surge do nada, sem um esforço contínuo direcionado ao gerenciamento de um ambiente favorável para que as pessoas possam participar com suas idéias e buscarem constantemente essas inovações.

Drucker (2000) afirma que somente um trabalho árduo e sistemático voltado para a inovação poderá trazer resultados positivos para a empresa. Conforme Drucker (2000), a inovação sistemática consiste na busca deliberada e organizada de mudanças, e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica ou social.

Um dos maiores especialistas da administração estratégica, Porter (1989) define que a liderança tecnológica almejada pelas indústrias ocorre quando uma empresa é a primeira a introduzir transformações tecnológicas que dêem sustentabilidade às suas estratégias competitivas, ou seja, a inovação contínua na visão deste autor também aparece como fator primordial na busca de vantagens competitivas.

A Inovação tecnológica contínua não requer apenas altas tecnologias lançadas no mercado, as chamadas high-tech. Pequenas mudanças no funcionamento de um produto, no seu design, ou ainda mudanças na forma de se realizar um processo ou de se prestar um serviço, também são consideradas inovações tecnológicas. Para que ocorra uma inovação tecnológica, Reis (2004) considera que deve haver a criação de um novo produto, processo ou serviço, ou ainda, mudanças em produtos, processos e serviços já existentes no mercado.

Outra consideração de Reis (2004) em relação à inovação tecnológica é a sua subdivisão em inovações incrementais (ou menores) e inovações radicais (ou maiores). Nesta concepção, as inovações incrementais são aquelas que vêm agregar algum valor, gerar alguma melhoria, enfim, modificar um produto, processo ou serviço já existente, mas que a partir de alguma mudança nos seus atributos originais, passam a ser percebidos com um novo diferencial em relação aos produtos, processos ou serviços das organizações concorrentes.

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Drucker (1987), visualiza a inovação incremental como o ponto de partida ideal para as grandes inovações.

As inovações eficazes começam pequenas. Não são grandiosas. Procuram fazer uma coisa específica. Pode ser o de permitir a um veículo em movimento puxar força elétrica quando estiver correndo sobre trilhos – a inovação que possibilitou o bonde elétrico. Ou pode ser tão elementar quanto o de colocar o mesmo número de fósforos numa caixa de fósforos (costumava ser cinqüenta), o que possibilitou o enchimento automático das caixas de fósforos, e deu aos originadores suecos da idéia um monopólio mundial de fósforos por quase um século. (DRUCKER, 1987, p. 191)

Uma grande vantagem destas inovações pequenas segundo Drucker (1987), é o fato das mesmas exigirem poucos investimentos iniciais em recursos financeiros, humanos, materiais, de pesquisa, entre outros. As pequenas mudanças devem ser valorizadas, aceitas e principalmente incentivadas nas organizações contemporâneas, pois caso contrário, estas poderão estar correndo o risco de desaparecerem dos mercados onde estão inseridas.

Já as inovações radicais, são aquelas que efetivamente geram novos produtos, processos ou serviços, os quais inclusive acabam por exterminar em muitos casos os seus antecessores (se é que estes existiam). São radicais, aquelas inovações normalmente geradas a partir das atividades de P & D (pesquisa e desenvolvimento).

O investimento em P & D na visão de Sbragia (2001), possui fortes correlações diretas com o valor das vendas e dos lucros obtidos pelas empresas atualmente. Este investimento gera inovações que por conseqüência trazem maiores lucros e competitividade para as empresas. Inovações somente podem ser consideradas como tais, quando efetivamente promoverem a geração de lucro para uma organização. Segundo Reis (2004), para que uma idéia seja transformada em inovação, o novo produto, processo ou serviço, ou ainda as melhorias decorrentes desta idéia devem ser colocados à disposição do mercado e ser utilizado pelos consumidores com a geração e/ou aumento de lucratividade para as organizações inovadoras.

Analisando a área de P & D das organizações, Stefanovitz e Nagano (2005) apresentam situações em que as empresas de alta tecnologia também podem obter

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uma maior lucratividade comercializando os produtos, processos ou serviços gerados a partir das atividades de P & D com terceiros, realizando uma forma de licenciamento destas inovações criadas pela empresa.

Formas para a promoção da inovação tecnológica nas organizações também são apontadas por diversos autores. Nonaka e Takeuchi (1997) sugerem a gestão do conhecimento como uma das principais ferramentas para a geração de inovações contínuas. Similarmente à gestão do conhecimento, Pinchot III (1987) e Pinchot e Pellman (2004), propõem também o fomento ao surgimento de intra-empreendedores dentro das grandes organizações, ou seja, as grandes empresas devem incentivar as pessoas a serem empreendedoras na busca da inovação contínua sem precisarem para isso, pedir demissão da empresa onde são funcionários e abrir seu próprio negócio.

O relacionamento com os stakeholders é outra ferramenta que se mostra como fator primordial para a promoção de inovações tecnológicas para organizações segundo Silva, Hartman e Reis (2005). Através da potencialização do relacionamento com clientes, funcionários, sociedade, fornecedores, cooperação com outras empresas, entre outros atores pertencentes aos ambientes interno e externo da organização, se favorece o surgimento de novas idéias e a transformação destas em inovações tecnológicas.

Mas em todas as abordagens acima citadas, o incentivo para que as pessoas que compõem as organizações compartilhem suas idéias na busca de inovações contínuas é fundamental. A tecnologia da informação é um suporte indispensável para a promoção de inovações tecnológicas. Segundo Davenport (1994), pelas mesmas linhas telefônicas que antes levavam apenas vozes e estática passam hoje inúmeras ordens de compra, somas de dinheiro, plantas de projetos de produtos, material de propaganda, e até mesmo reuniões e conferências.

Mas toda esta tecnologia da informação disponível deve ser utilizada como meio (suporte) e não como um fim, na busca das inovações, pois são as pessoas que efetivamente irão gerar estas inovações, por mais que seja com um forte auxílio da tecnologia da informação. Conforme Chiavenato (2004), a velocidade das mudanças no mundo atual é impressionante, a informática acelerou a criação de novos conhecimentos, porém, são as pessoas que fazem acontecer as coisas dentro das organizações.

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Além dos autores citados até aqui, algumas instituições brasileiras vem estudando, pesquisando e analisando a inovação tecnológica nas organizações. A Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (ANPEI), realizou pesquisas para avaliar a inovação tecnológica nas empresas brasileiras até o ano de 2001. Esta pesquisa era realizada através de um questionário baseado no Manual Frascatti (1993) e no Manual de Oslo (1992), ambas publicações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), com sede na França. O referido questionário verifica a situação da inovação tecnológica nas organizações, porém apenas como um simples levantamento de dados, sem classificá-las dentro de níveis. Também trata-se de uma ferramenta bastante extensa e complexa.

Os manuais citados acima apresentam conceitos e indicadores de inovação tecnológica tomados como referência em muitos países. No Brasil, atualmente, esta pesquisa sobre inovação tecnológica passou a ser realizada pela Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (PINTEC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão pertencente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) com periodicidade de 3 (três) anos. Para a realização de tal pesquisa, a PINTEC utiliza também um questionário semelhante ao utilizado anteriomente pela ANPEI.

Paralelamente a estas pesquisas, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com apoio da ANPEI e da PINTEC, premia anualmente as empresas selecionadas como as mais inovadoras do país. A FINEP privilegia com este prêmio, as empresas e instituições brasileiras que investem na busca contínua da inovação e da liderança tecnológica.

Com base nos indicadores de inovação tecnológica propostos pelas instituições citadas anteriormente e nos conceitos e definições de inovação tecnológica apresentados pelos autores mencionados até aqui, se elaborou o formulário que compõem a ferramenta criada para avaliar o grau de inovação tecnológica das organizações, a qual será apresentada no capítulo 3.

A inovação tecnológica surge efetivamente, quando numa organização existe a ocorrência em um determinado nível mínimo exigível destes indicadores, para que a mesma possa ser considerada como inovadora.

(25)

Dentro dos cinco grupos apresentados acima, surgem questões relativas ao nível de investimentos que as empresas realizam em atividades de P & D (indicadores de entrada), as percentagens do faturamento total da empresa que advém de produtos, processos e/ou serviços lançados no mercado recentemente e número de patentes requeridas e concedidas para a empresa (indicadores de saída), aos novos produtos, processos ou serviços criados e às mudanças e melhorias nos produtos, processos ou serviços efetuadas (formas de inovação – radical/incremental), ao relacionamento da empresa com seus stakeholders na busca de inovações (fontes de inovação), e, por último, quanto aos impactos que as inovações promovem sobre a organização (impactos das inovações).

Estes cinco grupos de indicadores de inovação tecnológica serviram de base para a construção da figura 1, onde se apresenta o processo de inovação tecnológica nas organizações.

INDICADORES DE ENTRADA INDICADORES DE SAÍDA FONTES DE INOVAÇÃO INOVAÇÕES INOVAÇÕES INCREMENTAIS

IMPACTOS DAS INOVAÇÕES SOBRE

A EMPRESA

FATURAMENTO

Figura 1 – Ação dos indicadores de inovação tecnológica nas organizações

Através da Figura 1 se mostra como os indicadores de inovação tecnológica propostos anteriormente, agem sobre a organização, gerando o faturamento para esta. Afinal, como cita Reis (2004), somente se pode considerar inovação, aquela idéia que foi efetivamente transformada em um produto, processo ou serviço que foi

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comercializada e gerou lucro para uma organização. Conforme mostra a figura 1, este faturamento pode inclusive ser novamente aplicado nos indicadores de entrada, como investimento para que outras inovações venham a surgir, criando assim um ciclo virtuoso de inovação/faturamento.

Hamel e Prahalad (1995) realizaram uma pesquisa no Japão e verificaram que o que os gerentes japoneses classificaram como primeira fonte de vantagem competitiva para as empresas foi a capacidade de criar produtos e negócios novos, ou seja, a inovação foi o fator fundamental para a competitividade. Ainda segundo Hamel e Prahalad (1995), para a maioria das empresas, a agenda de transformação organizacional é reativa e não pró-ativa. Isso quer dizer que a maioria das organizações ainda espera as mudanças ocorrerem para daí tomarem atitudes inovadoras, quando na verdade o caminho deveria ser o inverso, ou seja, uma busca diária da inovação.

2.2. Inovação tecnológica x vantagem competitiva

As empresas industriais de manufatura de um modo geral buscam obter e manter a liderança tecnológica no mercado onde atuam, pois assim sendo, seus produtos e serviços serão considerados pelos consumidores como os mais desejados e cobiçados, podendo-se agregar valores intangíveis a estas mercadorias, os quais favorecerão à obtenção de maiores lucros na comercialização dos mesmos.

Segundo Porter (1989), a liderança tecnológica almejada pelas indústrias ocorre quando uma empresa é a primeira a introduzir transformações tecnológicas que dêem sustentabilidade às suas estratégias competitivas, ou seja, a inovação tecnológica contínua.

Estas transformações tecnológicas podem ocorrer através da criação de novos produtos, novos serviços, novos processos, ou mesmo com mudanças e melhorias em produtos, serviços e processos já existentes, o que para Reis (2004) caracterizam-se também como inovações tecnológicas.

Cohan (1998) apresenta a inovação radical nos processos como o diferencial utilizado por aquelas empresas que são líderes nos mercados onde atuam. Na sua visão, empresas líderes em tecnologia não somente devem “canibalizar” seus produtos como também modificar seus principais processos gerenciais. Ou seja, os

(27)

processos gerenciais, devem ser revistos e reconstruídos constantemente para a obtenção de vantagens competitivas.

Mas o mais importante da liderança tecnológica consiste na capacidade que uma empresa tem de sustentar esta condição de líder ao longo do tempo, o que pode ser mais difícil do que o fato da empresa assumir a primeira posição num dado momento.

A liderança tecnológica, na visão de Porter (1989) pode ter sua sustentabilidade favorecida se ocorrer uma das seguintes situações: (1) os concorrentes não têm condições de copiar a tecnologia; (2) a empresa inova com a mesma rapidez ou mais rápido do que a concorrência consegue acompanhar.

Com certeza, a segunda condição mostra-se como mais interessante que a primeira, tendo em vista que promovendo inovações rápidas e contínuas, a empresa líder torna-se um “alvo-móvel”, e dificilmente, os concorrentes conseguirão acompanhá-la em suas mutações tecnológicas.

Alguns fatores importantes influenciam sobremaneira a sustentabilidade da liderança tecnológica de uma organização. Porter (1989) apresenta quatro fatores básicos que vão definir se a liderança será sustentável ou não, a saber: (1) A fonte da transformação tecnológica; (2) A presença ou ausência de uma vantagem sustentável de custo ou diferenciação na atividade de desenvolvimento da tecnologia; (3) Qualificações tecnológicas relativas; (4) Índice de difusão de tecnologia.

Dentre estes quatro fatores influenciadores da liderança tecnológica, o último se apresenta como um dos mais importantes. A difusão da tecnologia desenvolvida por uma empresa ocorre quando esta tecnologia deixa de pertencer exclusivamente à empresa líder e passa a ser dominada pelos concorrentes.

Esta difusão para os concorrentes, de acordo com Porter (1989), pode ocorrer por observações (entre elas a engenharia reversa), através dos fornecedores e vendedores, através dos consultores e da imprensa, através dos compradores e também através da perda de pessoal para a concorrência. A perda de pessoal para a concorrência acaba gerando mais um problema além da difusão da tecnologia que antes pertencia somente à empresa líder.

Com a saída de um funcionário (muitas vezes altamente qualificado), a organização perde um alto valor intangível, ou seja, o capital intelectual que o funcionário leva embora quando sai da empresa. Este valor de capital intelectual

(28)

ainda é difícil de ser mensurado, mas inúmeros estudos sobre o assunto já evidenciaram que as empresa podem perder muito com a migração de seus funcionários para outras organizações, principalmente se estas forem seus concorrentes diretos.

Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) enfatizam que os resultados gerados pelo conhecimento das pessoas são mais difíceis de mensurar do que margens ou estoques, porém, essas melhorias intangíveis criam vantagens competitivas sustentáveis e até mesmo influenciam os resultados financeiros de uma organização.

Portanto, a retenção de talentos é uma das estratégias para desacelerar o índice de difusão da tecnologia em uma empresa líder. Para que isso ocorra, Porter (1989) sugere que as empresas adotem políticas de pessoal que conservem seus empregados para que estes continuem inovando dentro destas empresas.

Como conclusão, torna-se evidente a importância de se investir em capital intelectual na busca da inovação tecnológica contínua que traga aumento de faturamento para as empresas. Na seção 2.3 a seguir, apresentam-se alguma maneiras como as empresas contemporâneas estão trabalhando a inovação tecnológica em busca de vantagens competitivas.

2.3. Como as empresas inovam

Em matéria recente, Blecher (2005) publicou na Revista Exame uma

reportagem mostrando a importância da inovação tecnológica para o faturamento das empresas, e também alguns exemplos de como as empresas modernas inovam continuamente.

Segundo Blecher (2005), uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting

Group (BCG) dos EUA mostrou que de acordo com 90% de mais de 900

(novecentos) altos executivos entrevistados na pesquisa, o crescimento das diversas organizações só se torna possível atualmente com a transformação de novas idéias em bons produtos e/ou serviços, ou seja, inovar é fundamental.

Nesta reportagem, Blecher (2005) apresenta as 06 (seis) características que são comuns à todas as empresas consideradas inovadoras, conforme mostra o quadro 1.

(29)

Cultura de apoio à criatividade Entendimento do mercado e do consumidor Mobilização de equipes Clima de liberdade Avaliação de resultados Eliminação de “muros” Comprome-timento de todos com a inovação Usam pesquisas convencionais e não-convencionais para antecipar-se aos concorrentes e aos clientes Mobilizam funcionários de diferentes áreas para gerar idéias que se transformem em produtos/ser viços/pro-cessos novos e lucrativos Os erros geram aprendiza-gem e não punições O retorno financeiro gerado pelas inovações é avaliado e as equipes são recompensadas Criam redes de inovação com seus stakeholders (fornecedo-res, clientes, entre outros)

Quadro 1 – As seis características das empresas inovadoras Fonte: Blecher (2005)

As seis características comuns às empresas inovadoras apresentadas no

quadro 1 mostram que nos dias de hoje, para ser inovadora, uma empresa tem que deixar de lado características tradicionais, que caracterizavam as empresas mais antigas. As pessoas passam a ser muito valorizadas na busca da inovação contínua, o que exige um certo investimento por parte da empresa que deseja ser inovadora em recursos humanos destinados à geração de novas idéias, seja através de P & D, ou através de estímulos aos funcionários de todos os departamentos a gerarem e compartilharem seus conhecimentos rumo à inovação. Essas pessoas sem duvida ainda devem fazer parte de equipes e devem possuir autonomia para poderem liberar sua criatividade em prol da inovação.

Um relacionamento amplo com os stakeholders se confirma aqui também como um requisito fundamental para as empresas inovadoras. Através de um contato direto e aberto com clientes, fornecedores, comunidade, colaboradores, entre outros, inúmeras novas idéias podem surgir e se transformar em inovações tecnológicas lucrativas. Os produtos, processos e serviços oferecidos pelas organizações atuais podem receber incrementos ou mudanças significativas, que muitas vezes só são percebidas por aqueles que efetivamente utilizam aquilo que a empresa oferece, e com isso, podem se transformar numa fonte importantíssima de novas idéias para o surgimento das inovações.

(30)

E por fim, todas estas idéias geradas devem ser constantemente monitoradas, para que se avalie o que estão trazendo efetivamente de resultados para a empresa, para através daí, se poder também recompensar aqueles que colaboraram para o surgimento das inovações. Estas características das empresas inovadoras apresentadas por Blecher (2005) vem reforçar a necessidade da existência dos grupos de indicadores de inovação tecnológica apresentados anteriormente na seção 2.1 da presente pesquisa.

Blecher (2005) ainda apresenta as formas de inovação que algumas das empresas brasileiras e multinacionais mais inovadoras da atualidade utilizam para gerar novos produtos, processos e/ou serviços tendo como retorno um aumento significativo de seu faturamento, através de melhorias nas vendas, redução de custos, diminuição de estoques, entre outros fatores.

O quadro 2 apresenta os casos analisados por Blecher (2005) de formas de inovação utilizadas pelas empresas inovadoras.

Natura Cosméticos

Apple Google Procter &

Gamble Nutrimental Explora seus valores; Mantém ouvidos abertos; Envolve a cúpula; Estabelece redes (open innovation); Mescla suas equipes. Com erros e acertos; Entusiasmo; Privilegia o design; Utilizam empowerment; Ousam mesmo sem garantia de sucesso. Dá tempo livre para desenvolvimento de projetos particulares; Elabora listas de idéias; Atualiza decisões; Promove brainstorms; Compra boas idéias de outras empresas. Busca parceiros; Descobre as mulheres (clientes); Cria novos mercados; Vai além do produto, pensa também nas embalagens e promoções. Estabelece júri para julgar as idéias; Envolve a cúpula; Remunera as boas idéias.

Quadro 2 – Como as empresas inovam Fonte: Blecher (2005)

Estes exemplos práticos e reais mostram que realmente é preciso trabalhar com os indicadores de inovação tecnológica para se criar constantemente novos produtos, processos ou serviços e também promover contínuas mudanças nestes, em busca do encantamento do cliente e dos demais stakeholders, que são os pilares de sustentação de toda e qualquer empresa, segundo Cunha (2001).

(31)

Mas seguindo a linha de pensamento de Reis (2004), a inovação tecnológica só pode ser considerada como tal, se efetivamente trouxer retorno financeiro para quem a gerou. Uma inovação deve então aumentar a lucratividade, a participação no mercado, o faturamento da empresa, entre outros fatores.

Confirmando esta teoria, Blecher (2005) apresenta o ranking dos 10 (dez) produtos mais inovadores já lançados por empresas brasileiras, ou seja, aqueles que efetivamente trouxeram muito lucro para estas organizações. Afinal, um dos grupos de indicadores de inovação apresentados na seção 2.1 desta pesquisa e na figura 1, é o grupo de indicadores de saída, que são aqueles indicadores que realmente revelam o quanto as inovações promovidas por uma organização geram de faturamento e lucro para a mesma, ou seja, o quanto de faturamento da empresa provêm especificamente de novos produtos lançados no mercado nos últimos anos.

O quadro 3 mostra este ranking elaborado pela Revista Exame e apresentado por Blecher (2005). Analisando o quadro 3 se percebe a importância da inovação tecnológica para o aumento do faturamento das empresas. Desde inovações tão simples como o sistema ploc-off de abertura de latas (que surgiu da idéia de uma funcionária do departamento de RH da empresa) até o desenvolvimento de um motor bi-combustível (que exige investimentos em P & D), são as inovações que trazem retorno para as empresas atualmente.

A partir da análise da revisão bibliográfica apresentada até aqui, se pode verificar a grande importância em se avaliar o nível de inovação tecnológica das organizações para a partir daí gerar vantagens competitivas sustentáveis para as mesmas, destacando-se assim a importância do presente trabalho.

(32)

Quadro 3 – O ranking dos dez produtos mais inovadores já lançados por empresas brasileiras Fonte: Blecher (2005)

EMBRAER VW EMBRAPA ONE FORD CSN PETROBRÁS

UNI-LEVER SAFEST-MAIL BRASILATA Aeronaves para 70 a 110 lugares Sistema Bi-combustível Soja para baixas latitudes Água de Côco em caixinhas Modelo Ecosport Chapas de aço pré-pintadas Exploração em águas profundas Sabão em pó em sacos plásticos Software anti-spam Sistema de abertura de latas ploc-off Mais de 400 modelos vendidos Utilizado em mais da metade da frota brasileira Responde hoje por 40% da produção de grãos do país Aumento das exporta-ções em 06 (seis) vezes Mais de 80.000 unidades vendidas por ano Dobrou o fatura-mento da empresa Auto-suficiência em petróleo e exportações Conquistou o mercado nordestino Licencia-mento de versões pagas pelas empresas Aumento de faturamento significativo para a empresa e conquista de um mercado inexistente

(33)

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta todos os procedimentos metodológicos que foram utilizados para a elaboração da presente dissertação.

3.1. Classificações da Pesquisa

3.1.1. Natureza da pesquisa

Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica e pesquisa

documental (MARCONI; LAKATOS, 2001) seguidas do desenvolvimento de uma

metodologia de avaliação a qual foi posteriormente testada e validade através da sua aplicação em 05 (cinco) dentre as maiores indústrias manufatureiras em termos de faturamento, de vários setores produtivos, da cidade de Ponta Grossa – PR. A pesquisa objetivou principalmente desenvolver, testar e validar uma metodologia capaz de avaliar o nível de inovação tecnológica apresentado pelas organizações, e, adicionalmente, verificar empiricamente este nível nas empresas pesquisadas para relaciona-lo com o seu nível de faturamento, verificando assim a existência de uma relação entre ambos os níveis.

Portanto, trata-se de uma pesquisa aplicada (MARCONI; LAKATOS, 2001), tendo em vista que seus resultados foram testados na prática, empiricamente, não se limitando apenas a uma pesquisa de revisão de literatura, o que no caso, a tornaria uma pesquisa básica.

3.1.2. Forma da Pesquisa

Quanto a sua forma, esta pesquisa classifica-se como quali-quantitativa, que segundo Gomes e Araújo (2005), é o tipo de pesquisa mais indicado quando se trata de abordar assuntos relacionados à gestão das organizações.

No campo da administração há um contexto favorável a utilização de metodologias de pesquisa que adotem um enfoque múltiplo. O cenário organizacional é, ao mesmo tempo, complexo e mutante. Se estudar o ser humano isoladamente já é uma tarefa

(34)

desafiadora,entendê-lo no ambiente organizacional é uma tarefa ainda mais árdua. (GOMES; ARAÚJO, 2005)

Portanto, por se tratar de uma pesquisa que abordou tanto valores numéricos das organizações, como também o relacionamento das mesmas com seus

stakeholders, a mesma se considera uma pesquisa do tipo quanti-qualitativa.

3.1.3. Objetivo da Pesquisa

Quanto ao objetivo, a pesquisa enquadra-se como exploratória. Lima (2004) sugere que a pesquisa exploratória é adequada quando se pretende investigar até que ponto as variáveis da pesquisa podem ser medidas, e em caso afirmativo, como seria possível realizar tal medição. Portanto, a pesquisa exploratória foi utilizada aqui para verificar a possibilidade da mensuração do nível de inovação tecnológica nas organizações.

3.1.4. Método de abordagem

Em relação ao método de abordagem a pesquisa se caracteriza como dedutiva, que segundo Marconi e Lakatos (2001), parte das teorias e leis já existentes sobre o assunto abordado, e na maioria das vezes prediz a ocorrência dos fenômenos particulares (conexão descendente). Portanto, esta pesquisa, a partir da análise de um referencial teórico mostra como se desenvolveu, testou e validou uma metodologia de avaliação do nível de inovação tecnológica nas organizações e ainda, como ocorre ou não, na pratica das organizações, a relação entre este nível e o faturamento das mesmas.

3.1.5. Procedimentos técnicos

Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi adotada a técnica de

Observação Direta Extensiva, através de teste. O teste segundo Marconi e

Lakatos (2001) se utiliza de instrumentos para medir itens como o rendimento, freqüência, capacidade, etc, de forma quantitativa. O instrumento testado na

(35)

presente pesquisa foi a metodologia aqui desenvolvida que se baseou no formulário criado para a avaliação do nível de inovação tecnológica. O formulário, segundo Marconi e Lakatos (2001), trata-se de uma técnica de coleta de dados do tipo observação direta extensiva, e deve ser constituído por um roteiro de perguntas a serem enunciadas pelo entrevistador e preenchidas pelo mesmo com as respostas do entrevistado/pesquisado. Também Lima (2004) define que o formulário deve ser aplicado através da comunicação entre o entrevistador e o pesquisado de forma direta, ou seja, presencial, nos mesmos moldes de uma entrevista.

Para o teste da metodologia criada, o formulário foi encaminhado antecipadamente aos respondentes através de e-mail, devidamente acompanhado de um texto explicativo, pois sendo o formulário uma ferramenta de coleta de dados semelhante à entrevista é importante que o contato se prepare para fornecer as informações necessárias para a pesquisa.

Como o objetivo da metodologia desenvolvida é avaliar dados estatísticos sobre as empresas, o formulário mostrou-se como um instrumento adequado, tendo em vista que as pessoas o responderam na presença do pesquisador, evitando a não solução de dúvidas em relação às respostas.

3.2. Instrumento de pesquisa

Esta pesquisa desenvolveu um formulário com base nos indicadores de inovação tecnológica propostos pelos autores e instituições citados no capítulo 2 deste trabalho para compor uma metodologia informatizada capaz de avaliar o nível de inovação tecnológica das organizações. O objetivo deste formulário é verificar se as empresas classificam-se como inovadoras, medianamente inovadoras ou pouco inovadoras, possibilitando assim, uma análise dos indicadores a serem trabalhados pelos gestores das empresas na busca de um adequado nível de inovação tecnológica para as mesmas visando vantagens competitivas e liderança de mercado, conforme já analisado no referencial teórico da presente pesquisa.

A tabela 1 mostra o formulário elaborado para a avaliação do nível de inovação tecnológica das empresas a serem analisadas. Foram elaboradas 30 (trinta) perguntas de múltipla escolha as quais foram aproximadas em 05 (cinco) grupos, os quais se referem aos grupos de indicadores de inovação tecnológica, apresentados no capítulo 2 desta pesquisa. Tal agrupamento também facilitou a

(36)

visualização e a identificação das respostas. Foram utilizadas perguntas de

múltipla escolha do tipo estimação ou avaliação, que conforme Lima (2004),

permite escolher e indicar a resposta que mais se aproxima da realidade investigada através do seu julgamento, estimação ou avaliação, seguindo uma escala de intensidade crescente ou decrescente. Este tipo de perguntas facilita a tabulação dos dados coletados.

(37)

FORMULÁRIO (Grau de Inovação)

COLUNAS

a.Marque com um "x" a opção que represente a realidade da empresa;

1 2 3 4

b.Preencha apenas uma resposta para cada questão. 5 6

ÍTEM QUESTÃO 1% ou - 2 a 24 % 25 a 49 % 50 a 74 % 75 a 99 % 100 % ou + INDICADORES DE ENTRADA

1 Qual a percentagem dos Recursos Humanos da empresa que são dedicados exclusivamente a P & D ?

2 Qual a percentagem do faturamento da empresa que é investido em P & D ?

3 Qual a percentagem da área física da empresa (prédios, instalações etc) que são destinados exclusivamente à atividades de P & D ?

INDICADORES DE SAÍDA

4 Qual a percentagem do faturamento da empresa que advém de produtos lançados nos últimos 5 anos ?

5 Qual a percentagem do faturamento que advém de tecnologias de produtos e/ou processos criados pela empresa e vendidos para terceiros (royalties) nos últimos 5 anos ?

6

Em relação ao número de novos processos produtivos introduzidos/modificados nos últimos 5 anos: se a empresa não teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30, coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.

7 Qual a economia de custos decorrente de melhoria nos processos produtivos da empresa nos últimos 5 anos ?

8

Em relação aos projetos concluídos que geraram inovação nos últimos 5 anos: se a empresa não

teve nenhum, preencha a coluna 1; se a empresa teve de 1 a 10, preencha a coluna 2; de 11 a 20, coluna 3; de 21 a 30, coluna 4; de 31 a 40, coluna 5, mais de 40, coluna 6.

9

Em relação a patentes registradas: Se a empresa não possui patentes, preencha a coluna 1; se a empresa possui

de 1 a 3 patentes, preencha a coluna 2; de 4 a 8, coluna 3; de 9 a 15, coluna 4; de 16 a 30, coluna 5 e mais de 30, coluna 6.

FORMAS DE INOVAÇÃO 10

Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos que percentagem originou-se de tecnologia

radicalmente nova ?

11

Das principais inovações em produtos e/ou processos nos últimos 5 anos, que percentagem originou-se de

aperfeiçoamentos ou adaptações de produtos já existentes ?

Continua na próxima página

(38)

PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)

FONTES DE INOVAÇÃO

12 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem as atividades de P & D ?

13 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com outras empresas (alianças) ?

14

Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem cooperação com universidades e/ou institutos de

pesquisa ?

15

Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os fornecedores de máquinas, equipamentos, materiais, componentes ou softwares ?

16 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Clientes ou consumidores ?

17 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem os Concorrentes (benchmarking) ?

18 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem serviços de consultoria ?

19 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem outra empresa do grupo ?

20 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem aquisição de licenças, patentes e know how ?

21

Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem feiras, exposições, conferências, encontros

e publicações ?

22 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem Redes de informação informatizadas ?

23 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem treinamentos para os funcionários ?

24 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem mudança significativa de software ?

25 Nos últimos 5 anos, que percentagem das inovações teve como origem novos usos para o produto já existente ?

IMPACTOS DAS INOVAÇÕES 26

As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa melhorando a qualidade dos produtos em:

27

As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando o número de

Produtos ofertados ao mercado em:

28

As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a participação da mesma no mercado (market-share) em:

29

As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa aumentando a capacidade

produtiva em:

30

As inovações de produtos e/ou processos nos últimos 5 anos impactaram a empresa reduzindo o consumo de

Matéria-prima em:

(39)

Para a elaboração deste formulário, baseou-se diretamente no referencial teórico apresentado e analisado no capítulo 2 da presente dissertação, conforme mostra o quadro 4. Na visão de Lima (2004), o pesquisador deve dispor de um referencial conceitual e teórico consistente sobre o tema investigado para reunir elementos que permitam elaborar questões adequadas e alternativas de respostas pertinentes ao problema que se deseja investigar.

GRUPO AUTORES

01

INDICADORES DE ENTRADA

ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)

SBRAGIA (2001) STEFANOVITZ; NAGANO (2005) BLECHER (2005) 02 INDICADORES DE SAÍDA

ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)

REIS (2004) DRUCKER (1987) PORTER (1989) BLECHER (2005) 03 FORMAS DE INOVAÇÃO

ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)

REIS (2004) BLECHER (2005)

04

FONTES DE INOVAÇÃO

ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)

REIS (2004)

SILVA; HARTMAN; REIS (2005) STEFANOVITZ; NAGANO (2005) BLECHER (2005) 05 IMPACTOS DA INOVAÇÃO NA EMPRESA

ANPEI, PINTEC, OECD (Manual de Oslo)

REIS (2004)

PINCHOT; PELLMAN (2004) BLECHER (2005)

Quadro 4 – Relação instrumento de pesquisa x referencial teórico

Analisando-se os autores e instituições apresentados no Quadro 4, verificou-se a inexistência de uma metodologia similar à aqui deverificou-senvolvida, que tenha uma forma simples e fácil de ser utilizada pelos gestores das organizações atuais.

Portanto, a metodologia para avaliação do nível de inovação tecnológica foi desenvolvida com base no formulário da tabela 1, em programa Microsoft Excel®, para que este formulário pudesse ser preenchido eletronicamente pelo pesquisador na presença do respondente. Se for o caso, no momento em que se encerra a entrevista, o pesquisador já pode realizar as análises imediatamente.

Depois de preenchido o formulário, o programa realiza as somatórias dos pontos obtidos pela empresa de acordo com as respostas assinaladas. O critério de

(40)

pontuação das respostas se baseou na pontuação dos resultados obtidos pelo “Ranking da Inovação” realizado pelo Instituto Brasileiro de Intra-empreendedorismo (IBIE), em conjunto com a Revista Exame no ano de 2004, onde foram classificadas as 10 (dez) empresas mais intra-empreendedoras e inovadoras do Brasil, conforme mostra a tabela 2. Este ranking se baseou com maior intensidade nos indicadores de intra-empreendedorismo e não realizou uma classificação por níveis de inovação tecnológica como permite fazer a metodologia aqui desenvolvida.

Através da tabela 2, verifica-se que as empresas classificadas como as mais intra-empreendedoras e inovadoras do Brasil, alcançaram em média uma pontuação dentro da faixa enquadrada entre 80 % e 100 % da pontuação máxima que caracterizava uma empresa altamente intra-empreendedora e inovadora.

O programa desenvolvido faz a contagem dos pontos automaticamente imputando às questões a seguinte pontuação estabelecida para a pesquisa:

a. 2,0 (dois pontos) para cada resposta marcada na coluna 1; b. 4,0 (quatro pontos) para as respostas marcadas na coluna 2; c. 6,0 (seis pontos) para as respostas marcadas na coluna 3; (de dois em dois pontos para as colunas mais próximas do mínimo) d. 8,0 (oito pontos) para as respostas marcadas na coluna 4; e. 9,0 (nove pontos) para as respostas marcadas na coluna 5; f. 10,0 (dez pontos) para as respostas marcadas na coluna 6.

(a cada ponto para as colunas mais próximas do máximo, a fim de valorizar mais estas respostas)

Além desta pontuação, as respostas marcadas no grupo de questões que revelam os indicadores de saída foram consideradas as mais importantes para caracterizar o grau de inovação tecnológica de uma organização seguidas pelos indicadores dos impactos das inovações sobre a empresa. Portanto, para as respostas lançadas no grupo dos “indicadores de saída” e “impactos da inovação sobre a empresa” se acrescentaram ainda os seguintes pesos:

a. peso 4 (quatro) para as respostas lançadas nas questões constantes no grupo de indicadores de saída;

b. peso 3 (três) para as respostas lançadas nas questões constantes no grupo de impactos das inovações sobre a empresa.

(41)

As 10 vencedoras

Tupy Fundições (Santa Catarina) 93,7 %

Unimed

Vales do Taquari e Rio Pardo (Rio Grande do Sul) 87,9 %

Odebrecht

Engenharia e construção (São Paulo) 85,3 %

Multibrás da Amazônia (Amazonas) 85,2 %

Serasa (São Paulo) 85,0 %

Bahia Sul Celulose (Bahia) 82,5 %

Algar (Minas Gerais) 81,7 %

Amil (Rio de Janeiro) 80,6 %

Credicard (São Paulo) 80,3 %

10º Sat

(Satélite distribuidora de petróleo) (Rio Grande do Norte) 79,4 %

Tabela 2: As 10 empresas mais intra-empreendedoras e inovadoras do Brasil Fonte: Revista Exame (2004)

Nenhuma das demais respostas às questões contidas no formulário foram diferenciadas por pesos, tendo todas os mesmos valores apresentados anteriormente. Portanto, a pontuação para classificação das empresas quanto ao seu nível de inovação tecnológica é a apresentada na tabela 3.

Para se ter como parâmetro uma empresa considerada altamente inovadora, utilizou-se o resultado fictício apresentado na tabela 4, ou seja, uma empresa que obtiver na pesquisa um resultado igual ou melhor que o apresentado na planilha da tabela 4, será considerada como no nível máximo de inovação tecnológica para fins de avaliação e classificação, porque são empresas que estão investindo muito em inovação tecnológica e possuem uma grande parte do seu faturamento advindo da comercialização de produtos, processos e/ou serviços lançados recentemente, ou seja, de produtos, processos e/ou serviços inovadores.

Uma empresa que obtenha as respostas lançadas no formulário de avaliação do nível de inovação tecnológica idênticas às apresentadas na tabela 4 obterá conseqüentemente o resultado apresentado pela tabela 3.

(42)

PPGEP – Gestão do Conhecimento e Inovação (2006)

AVALIAÇÃO DO GRAU DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA RESPOSTAS

1 % ou - 2 - 24 % 25 - 49 % 50 - 74 % 75 - 99 % 100 % ou + PONTOS

0 12 12 192 126 150 492,00

Classificação da Empresa Pesquisada:

INOVADORA (IN)

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