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UMA REFLEXÃO SOBRE CRITÉRIOS DE ACESSIBILIDADE E USABILIDADE EM DISPOSITIVOS COMPUTACIONAIS MÓVEIS

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UMA REFLEXÃO SOBRE CRITÉRIOS DE ACESSIBILIDADE E USABILIDADE EM DISPOSITIVOS COMPUTACIONAIS MÓVEIS

Erick Lino Pedro, e7.ifms@gmail.com Claudio Zarate Sanavria, claudio.sanavria@ifms.edu.br Instituto Federal de Mato Grosso do Sul / Campus Nova Andradina

1. Introdução

Historicamente, ao serem criados, os dispositivos computacionais móveis tiveram como prioridade funcional disponibilizar informações rápidas e em qualquer lugar. Com o passar do tempo, os dispositivos sofreram uma mudança de tamanho ao mesmo tempo em que seus recursos tiveram um considerável crescimento, tanto em termos de variedade de funções, quanto no desempenho de processamento.

Durante a evolução das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) o desenvolvimento de equipamentos e aplicações para os desktop (computadores de mesa) predominou durante muito tempo. Porém, de acordo com Preece (2005), o advento das tecnologias sem fio, móveis e portáteis proveram uma mudança de paradigma para além dos computadores tradicionais.

De com acordo Nakazato et al (2009) por sistemas móveis entendem-se quaisquer sistemas desenvolvidos para executar em tablets, celulares, smartphones, entre outros. Para ser considerado móvel um sistema deve oferecer a possibilidade de acesso imediato e com o usuário em movimento. Atualmente o celular absorveu funções que vão além da telefonia, como por exemplo, executar arquivos de áudio, vídeo, acessar a internet, registrar fotos, dentre outras.

Os dispositivos móveis tornaram-se acessórios indispensáveis para a sociedade, possibilitando que diversos usuários tenham um contanto com a tecnologia. Pode-se verificar que muitos dos usuários desconhecem grande parte das funções de um aparelho móvel e muitas nem saberiam como utilizá-las.

O presente artigo relata parte de uma pesquisa que tem como objetivo propor um instrumento de avaliação da acessibilidade e usabilidade para dispositivos móveis. Pretende-se aqui apresentar parte de um levantamento sobre os critérios que devem ser observados no contexto dos dispositivos móveis.

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2. Revisão teórica

A popularização dos dispositivos móveis, principalmente dos aparelhos celulares, representa um importante nicho de mercado de desenvolvimento com uma crescente demanda de atuação.

Segundo Ribeiro (2006) a computação móvel está se tornando uma das tecnologias com um maior número de pesquisas e investimentos. Assim, seu objetivo principal é transportar todo o poder computacional de um computador pessoal para um dispositivo de grande mobilidade.

Para Tozetto (2012) cerca de 75% da população mundial – ou 6 bilhões de pessoas – já possuem um telefone celular. O número representa um crescimento de 500% em relação ao ano 2000, quando apenas 1 bilhão de pessoas tinham celular no mundo.

De acordo com Tozetto (2012) é possível classificar estas pessoas como usuários comuns, usuário especial e super-usuários. Os usuários especiais interagem com a tecnologia. Permitir o acesso ao conteúdo para esses usuários pode não ser uma tarefa fácil considerando a necessidade especial do utilizador. A NBR 9050-2004 define acessibilidade como “possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”. Apesar de ser mais genérica, o conceito de utilização com segurança e autonomia pode ser transposto para diversos outros contextos, inclusive no do uso de tecnologias.

Pode-se afirmar que a acessibilidade visa facilitar o acesso a conteúdos independentemente do dispositivo ou das necessidades especiais do usuário. Segundo Nicholl (2001) é possível dizer que nem todos os portadores de necessidade especial serão beneficiados pela acessibilidade, considerando as suas características individuais.

A questão da acessibilidade vem para acentuar a exclusão social a que estes usuários já estão sujeitos, seja em termos de relações pessoais ou em situações profissionais. Pessoas com deficiência não podem e nem devem ser excluídas desse processo, pois podem ser grandes beneficiárias das inovações proporcionadas pelos meios de comunicação.

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Além dos fatores apresentados, existe a questão da usabilidade, que vem classificar um determinado produto como agradável, simples e de fácil utilização sobre as perspectivas do usuário.

Segundo Cybis (2007) a usabilidade é a qualidade que caracteriza o uso dos programas e aplicações. Assim, ela não é uma qualidade intrínseca de um sistema, mas depende de um acordo entre as características de sua interface e as características de seus usuários. Para Nicholl (2001) usabilidade trata da devolução do poder de controle, ao público. Trata-se da produção de objetos úteis, prazerosos, seguros e prestativos e que trazem melhorias para a qualidade de nossas vidas.

3. Objetivos

Este artigo é parte de uma pesquisa que tem como objetivo geral identificar os critérios sobre acessibilidade e usabilidade em dispositivos móveis, propondo um instrumento que permita avaliar tais critérios, considerando portadores de necessidade especial visual. Para isso, estabeleceram-se os seguintes objetivos específicos: Elaborar um instrumento que afira o nível de acessibilidade disponível num dispositivo móvel; Garantir que o instrumento identifique as principais características de usabilidade presentes nos referidos dispositivos; Contribuir para o aperfeiçoamento dos princípios de usabilidade em sistemas especificamente desenvolvidos para dispositivos móveis, assim como propor novas reflexões acerca da acessibilidade em sistemas computacionais.

Este artigo procura discutir parte dos critérios levantados na literatura existente.

4. Metodologia

A pesquisa proposta prevê as seguintes etapas: Levantamento teórico e definição dos critérios de acessibilidade e usabilidade; Elaboração do instrumento; Levantamento das tecnologias; Aplicação do instrumento (avaliação por inspeção e teste com o usuário); Análise dos dados coletados; Análise e convalidação do instrumento.

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A pesquisa aqui descrita encontra-se na fase elaboração do instrumento, que será validado em pesquisa desenvolvida em paralelo.

5. Resultados Parciais

A partir dos dados levantando pode-se tirar algumas conclusões para o trabalho desenvolvido sobre os critérios. A NBR 9241-11 define a usabilidade como medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar, em um contexto específico de uso, objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação.

Os critérios acima mencionados não são específicos para os dispositivos móveis, eles abordam a forma geral de usabilidade. Porém pode-se afirmar que tais critérios podem ser adaptados para o contexto móvel.

Nielsen (1993) apud Ferreira (2004) definem a usabilidade por meio de cinco critérios principais, aprendizado, eficiência, memorização, erros e satisfação. Nestes critérios pode-se notar que surgiram mais três que eram desconhecidos pela NBR 9242-11, mas, deve-se considerá-los fundamentais para definir a usabilidade. Estas diretrizes também não são específicas para dispositivos móveis.

Não foram encontrados critérios específicos de usabilidade para dispositivos móveis. Garantir a satisfação do usuário no contexto móvel é muito complexo ainda, pois, com a evolução dos dispositivos móveis os aparelhos diminuíram seu tamanho e aumentaram suas funcionalidades afirmam Araujo et al (2009).

Para Krauser (2011) os dispositivos móveis além de serem portáteis possuem telas pequenas trazendo grandes vantagens, mas, além disso, tem pequenas limitações. Para que a usabilidade seja aplicada corretamente é preciso descrever o perfil do usuário em questão tais como habilidade, experiência e se o mesmo possui algum tipo de necessidade especial.

Com relação à acessibilidade não foram encontrados diretrizes específicas para dispositivos móveis, porém encontraram-se diversas métricas de acessibilidade no contexto de web.

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Adaptando as ideias de Nicholl (2001) para o contexto móvel a acessibilidade é a resposta física a perguntas como: É possível usar um aparelho móvel? É possível utilizar os recursos disponibilizados pelo aparelho? Ainda de acordo com as ideias de Nicholl (2001) é possível que nem todos os usuários da tecnologia móvel sejam beneficiados, pois eles podem ser portadores de múltiplas necessidades, e isto dificultaria a elaboração dos critérios de acessibilidade.

Para garantir que usuário especial seja beneficiado pela acessibilidade, deve-se conhecer o utilizador considerando as suas características individuais afirma Nicholl (2001). Como não existem critérios específicos, é possível montar um caminho para que o usuário especial use a tecnologia móvel, com as seguintes etapas: Verificar se o aparelho móvel é acessível; realizar a descrição do usuário em questão considerando as necessidades especiais do usuário. Depois da descrição do usuário, deve-se indicar uma tecnologia assistiva de acordo com a necessidade especial do mesmo.

Com relação a usabilidade esta também deve conter uma descrição do usuário, para que a utilização dos critérios seja correta. A usabilidade auxiliaria a acessibilidade na facilidade de operação nos dispositivos móveis.

6.Considerações Finais

Este artigo procurou discutir parte dos critérios de acessibilidade e usabilidade para dispositivos computacionais móveis, buscando contextualizar para o uso por portadores de necessidade especial visual.

A partir da análise apresentada, é possível afirmar que não há ainda diretrizes tantos da área de acessibilidade e usabilidade específicas no contexto de computação móvel e há ainda mais restrição quando se pensa nos portadores de necessidade especial visual.

Espera-se que a aplicabilidade desta pesquisa possa contribuir para o atendimento aos princípios da Interação Humano-Computador, permitindo que os usuários móveis sejam produtivos no uso do tempo e dos recursos e estejam sempre satisfeitos em relação aos atributos do sistema.

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7. Referências

ARAUJO, Elaine Cristina Juvino; SOUZA, Lucas Vieira; GUEDES, Rhavy Maia; COUTINHO, Ana Flávia Borba. Avaliação da Usabilidade de Dispositivos

Móveis. Revista Prefácio. João Pessoa: FATEC, 2009. Disponível em

<www.fatecjp.com.br/revista/artigo06.pdf>. Acesso em 15 nov. 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Acessibilidade de

Pessoas Portadoras de Deficiências a Edificações, Espaço, Mobiliário e Equipamento Urbanos. NBR 9050. Disponível em

<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/ >. Acesso em 27 out. 2012.

_______________________________________. Requisitos Ergonômicos para

Trabalho de Escritórios com Computadores. NBR 9241-11. Disponível em <

http://www.inf.ufsc.br/~cybis/pg2003/iso9241-11F2.pdf>. Acesso em 27 out. 2012. Cybis, Walter. Ergonomia e Usabilidade: Conhecimentos, Métodos e

Aplicações. Novatec Editora, São Paulo,2007.

FERREIRA, Danilo Souza. Usabilidade em Dispositivos Móveis. Universidade Federal de Campina Grande. Disponível em

<http://www.dsc.ufcg.edu.br/~patricia/vs2004.2/trabalhos/danilo.pdf>. Acesso em 11 fev. 2012.

KRAUSER, Michael Kulau; MOZZAQUATRO, Patricia Mariotto. Arsha: Objeto de Aprendizagem Móvel Adaptado a Padrões de Usabilidade e

Acessibilidade. Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Disponível em

<http://www.ctec.unicruz.edu.br >. Acesso em 23 out. 2012.

NAKAZATO, Karen M.; BARBOSA, Rafael S.; KATSURAGI, Raphael R.; MARKS, Renan; BRANCO, Rodrigo G. De; DUARTE, Thales F. Multimídias Móveis. Campo Grande: UFMS, 2009. Disponível em <http://www.phpmobile.com.br>. Acesso em 05 nov. 2012.

NICHOLL, Antony Robert Joseph. O Ambiente que Promove a Inclusão: Conceitos de Acessibilidade e Usabilidade. Revista Assentamentos Humanos, Marília, v3, n. 2, p49-60, 2001. Disponível em

<http://www.unimar.br/publicacoes>. Acesso em 05 nov. 2012.

PREECE, Jennifer. Design de interação: além da interação humano-computador. Porto Alegre: Bookman, 2005.

RIBEIRO, Daniel Francisco. Estudo de Interface Humano-Máquina em

Dispositivos Móveis. Trabalho de Conclusão de Curso. UFSC, 2006. Disponível

em <http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos_projetos/projeto_521/ArtigoDaniel.pdf>. Acesso em 15 nov. 2011.

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TOZZETO, Claudia. Três em cada quatro pessoas no mundo têm celular, diz

Banco Mundial. Disponível em <

http://tecnologia.ig.com.br/2012-07-17/tres-em-cada-quatro-pessoas-no-mundo-tem-celular-diz-banco-mundial.html>. Acesso 20 out. 2012.

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