DESIDRATAÇÃO E
FLUIDOTERAPIA
MV. MSc. Giovana Adorni Mazzotti
AULA 2 (61)8104 9834 giovanavet@me.com
As células são capazes de viver, crescer e desempenhar sua s funções específica s enquanto estiverem disponíveis, mi!ieu intérieur, concentrações adequadas de oxigênio, glicose, aminoácidos, diversos íons, substâncias gordurosas e outros constituintes...
HOMEOSTASIA: Equilíbrio hidroeletrolítico
Desidratação e Fluidoterapia
Objetivos da Fluidoterapia:
1. Repor deficiências hídricas 2. Repor eletrólitos
3. Ser veículo de infusão 4. Expandir a volemia
5. Manutenção de via de acesso venoso
Fisiologia dos líquidos corpóreos:
Volume de água: 60% peso do adulto (+-20%)
Distribuição dos líquidos:
Líquido intracelular (LIC) interior celular
Líquido extracelular (LEC) líquido intersticial plasma
líquido transcelular (biles, fluido
cerebroespinhal, líquido sinovial, linfa, secreções glandulares, secreções respiratórias, líquido
pericárdico e líquido intra-ocular
Solutos
95% são íons:
LEC: Na+; K+, Cl-, HCO3
LIC: K+ e Mg++, PO
Osmose:
A quantidade de água difundida para dentro da célula é contrabalançada por uma mesma quantidade de água que sai. Quando duas soluções de diferentes concentrações (como é o caso do LIC e do LEC) são separadas por uma membrana permeável à água, mas não aos solutos (portanto uma membrana semipermeável), haverá difusão de água do lado de menor concentração de soluto (mais água) para o lado de maior concentração de soluto (menos água), fenômeno este denominado osmose. Como o sódio é o cátion mais abundante no LEC, ele e seus íons associados respondem pela maior parte das partículas osmoticamente ativas no LEC, seguidos da glicose e uréia.
Tipos de desidratação: líquido que permanece no organismo torna-se...
Isotônica: Perda de solutos igual a de água. O líquido não passa do LEC para o LIC. Quase todos os casos devido à homeostase. Ex.: vômitos, diarréias, IR...
Hipotônica: Perda de solutos é maior que de água. Há
transferência de água do LEC para o LIC, Ex.: excreção elevada de sódio e retenção de potássio no Hipoadrenocorticismo.
Hipertônica: Perda de solutos é menor que de água. O LIC envia água para o LEC. Ex. Diabetes insipidus, febre alta. Raro!
• Equilíbrio hídrico:
• Fontes de entrada de água no organismo: • ingestão de água;
• alimentos;
• água metabólica.
• Equilíbrio hídrico: • Fontes de perda:
• Perdas sensíveis: urina (25 – 50mL/Kg/dia) e fezes • Perdas insensíveis: respiração e suor (22 mL/Kg/dia)
Desidratação e Fluidoterapia
• Mecanismo de controle do equilíbrio hídrico • Sede (centro da sede)
• Mecanismo renal (Hormônio antidiurético, aldosterona)
• Mecanismo gastrintestinal (alterações na absorção principalmente no jejuno)
• Equilíbrio hídrico na enfermidade: Desequilíbrio hídrico-eletrolítico: perda de água + alterações ácido-básicas
Desidratação e Fluidoterapia
• Causas da desidratação:
• Ingestão diminuída • Perda aumentada • Urinária • Gastrintestinal • Respiratória • CutâneaDesidratação e Fluidoterapia
IMPORTANTE!
As células que mais rapidamente demonstram sinais de perda intracelular de água são os neurônios, levando os
animais apresentarem dor na cabeça e demência.
Avaliação Clínica:
•
Turgor cutâneo;•
Umidade das membranas mucosas;•
Posição do globo ocular na órbita;•
Freqüência cardíaca;•
Característica do pulso periférico;•
Tempo de preenchimento capilar.Theo:
Avaliação Laboratorial:
•
Hematócrito*;•
Albumina sérica;•
Densidade urinária;• É indicada a reposição? • Qual via?
• Qual solução?
• Qual quantidade?
• Como será monitorada?
• Vias –Oral –Retal –Intraperitoneal –Subcutânea –Intra-óssea –Intravenosa
Desidratação e Fluidoterapia
• Tipos de solução:
• A escolha da solução baseia-se em qual tipo mais adequado para tratar determinada enfermidade. • Há 3 tipos de classificação
1º - Classificação quanto ao tamanho molecular: a. Cristalóides: solução à base de água com
moléculas pequenas às quais a membrana capilar é permeável, capazes de entrar em todos os
compartimentos corpóreos.
b. Colóides: substâncias de alto peso molecular, com permeabilidade restrita ao plasma de pacientes com endotélio íntegro e não comprometido.
2º Classificação quanto a osmolaridade:
a. Hipotônicas: menor osmolaridade que o LEC b. Isotônicas: igual osmolaridade ao LEC
c. Hipertônicas: maior osmolaridade que o LEC
Desidratação e Fluidoterapia
3º Classificação quanto a função pretendida:
a. Manutenção: Formulas visando à reposição dos eletrólitos, quando não há mais déficit hídrico. Não são elaboradas para infusões rápidas. Menos Na+ e mais K+
b. Reposição: Formulados para corrigir deficiências hídricas e eletrolíticas. São isotônicas, acidificantes ou
alcalinizantes. Podem ser administradas rapidamente e em grandes volumes, sem alterar as concentrações eletrolíticas normais do plasma.
Fluido de Reposição: 1. Ringer com Lactato de Sódio
✴
Isotônico✴
Cristalóide✴
Composição semelhante ao LEC✴
Alcalinizante (lactato é biotransformado em bicarbonato***)✴
Fluido para ReposiçãoFluido de Reposição: 1. Ringer com Lactato de Sódio
Contra-indicações:
Hepatopatas severos (acúmulo de lactato) Pacientes hipercalcêmicos (contém cálcio)
Não deve ser administrada junto com hemoderivados, no mesmo cateter intravenoso, para evitar
precipitação do cálcio com o anticoagulante.
Fluido de Reposição: II. Ringer Símples
Isotônico Cristalóide
Contém mais Cl- e mais Na+, que o RL Levemente acidificante
Fluido para Reposição
Fluido de Reposição: III. Solução NaCl 0,9%
Isotônico Cristalóide
Pouco balanceada (apenas sódio, cloro e água) Acidificante
Fluido para Reposição com poucas indicações:
hipoadrenocorticismo (por aumentar reposição de sódio), insuficiência renal oligúrica ou anúrica (pois evita retenção de
potássio)hipercalcemia (pois não contém cálcio).
Fluido de Reposição:
IV. Solução NaCl 0,9% : Solução Glicose 5%
Solução Glicofisiológica Levemente hipertônica Cristalóide
Acidificante
Fluido para Reposição com poucas indicações por ser muito acidificante.
Fluido de Manutenção: I. Solução Glicosada à 5%
Solução Glicose 5% ≠ Solução Glicosada 5%
Solução Glicose 5% = água para o organismo (15% Kcal) Solução Glicosada à 5%:
500mL RL + 5 amp. Glicose 50%
Uso: Insulinomas, choque séptico (risco de hipoglicemia elevado)
Fluido de Manutenção: II. Solução enriquecida de Potássio
Solução com 15 mEq/L de potássio:
10 mL de KCl a 10% : 1 L Ringer com Lactato
Fluido para Expansão de Volemia: I. Colóides:
Acidificantes
Indicações: PPT menor que 3,5 g/dL, albumina menor que 1,5g/dl e choque hipovolêmico.
Derivados de dextranos (Dextran 40 e 70) Polímeros de gelatina (Haemacel e Polisocel) Amido de hidroxietila (Hetastarch)
Fluídos carreadores de oxigênio à base de hemoglobina (Oxyglobin®, Biopure Corporation, Cambridge, MA).
Fluido para Expansão de Volemia:
II. Solução NaCl 7,5% (Salina Hipertônica):
Hipertônica Cristalóide
Velocidade máxima: 1mL/Kg/min.
Fluido para Reanimação: aumento da freqüência cardíaca, vasodilatação pulmonar e sistêmica,
manutenção do fluxo sanguíneo nos órgãos vitais.
Quanto administrar do fluido
cristalóide?????
Reidratação (L/dia) = % desidratação x Peso (em Kg)
Reposição (mL/dia) = Fator x Peso (em Kg)
40 (vômito) 50 (diarréia)
60 (vômito com diarréia)
Manutenção (mL/dia) = Fator x Peso (em Kg)
40 (senil) 50 (adulto) 60 (filhote)
Limiar Renal Fisiológico: 10mL/Kg/h
Calcular o volume total e dividir pelo nº de
horas... se ultrapassar o limiar renal, aumentar o tempo de fluidoterapia!!!
Equipo microgotas: 1mL = 60 gts.
Equipo macrogotas: 1mL = 15/20gts
Exercícios:
Um cãozinho de 4 meses de idade, foi atendido com com histórico de vômito profuso e diarréia
sanguinolenta e fétida iniciados há 2 dias. O cão
encontra-se prostrado, turgor levemente aumentado, discreta enoftalmia e TPC = 3 segundos. A temperatura retal era 41ºC e o termômetro retal ficou sujo de fezes com sinais de hamatoquezia. Você realiza palpação
abdominal em encontra alças repleta de gazes e
linfonodo mesentérico reativo. O escore corporal era 2 e o animal pesava 10Kg.
Exercícios:
Um cão Samoieda de 30Kg, 7 anos de idade, foi
atendido no Hospital Veterinário da FACIPLAC com histórico de Insuficiência Renal Crônica e vômito há 3 dias. Ao exame clínico observou-se TPC = 4 seg.,
prostração e enoftalmia suave. Qual seu procedimento quanto à fluidoterapia?
Exercícios:
Um cão SRD de 5 meses de idade, preto, de 4 Kg, chegou ao Hospital Veterinário da FACIPLAC com diarréia profusa e vômito. O proprietário relata que o cãozinho adoeceu há 3 dias, mas como parou de comer e está muito quietinho, resolveu procurar ajuda. Ao
exame clínico observou-se TPC = 4 seg., prostração e enoftalmia suave. Qual seu procedimento quanto à fluidoterapia (via de adminsitração, solução utilizada, equipo utilizado, cálculos, etc.)?