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U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES

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Academic year: 2021

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SENTENÇA

CONCEITO – sentença é o ato privativo do juiz que implica em alguma das situações previstas nos

arts. 485 e 487 do CPC – art. 203 do CPC ( os pronunciamentos são os despachos, decisões interlocutórias e sentenças). Sentença é ato de sentir- do latim sentire. A sentença é o ponto culminante do processo. Natureza jurídica da sentença é um ato complexo, sendo um misto de inteligência do juiz, aplicação da vontade da lei ao caso em concreto e por fim, um ato de justiça. Devido a mudança processual ( lei 11.232/05) que a fase de execução é interligada e não processo autônomo devido ao Princípio do Sincretismo, a sentença não extingue mais o processo e sim o seu cumprimento. E no processo do trabalho, a doutrina majoritária acertadamente sempre

entendeu, que a execução é mera fase do processo e não um processo autônomo.

Decisão Interlocutória – ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.

Despacho – todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou requerimento, cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

Além dos atos indicados, o juiz ainda deve: PRESIDIR AUDIÊNCIA/ INSPEÇÃO JUDICIAL.

PRINCÍPIOS DA SENTENÇA TRABALHISTA

A) LEGALIDADE- observar os requisitos legais, sob pena de nulidade: relatório, fundamentação

e conclusão. No sumaríssimo dispensado o relatório ( art. 852, I, da CLT).

B) LIVRE CONVENCIMENTO – ART. 765 DACLT E ART. 371 DO CPC - o juiz é livre para

valorar a prova e interpretar a controvérsia jurídica, nos limites em que foi proposta.

C) VINCULAÇÃO AO PEDIDO- ARTA. 141 E 492 DO CPC - o princípio baliza o provimento

jurisdicional – Princípio da Adstrição.

D) FUNDAMENTAÇÃO - a decisão fundamentada é uma garantia de cidadania e Estado

democrático de Direito.

REQUISITOS ESTRUTURAIS DA SENTENÇA – ART. 832 DA CLT - RELATÓRIO/ FUNDAMENTAÇÃO/ DISPOSITIVO

RELATÓRIO – pequena síntese do processo, em que são mencionados o resumo do pedido e

contestação, bem como atas de audiências e as provas produzidas e contenham o nome das partes ( sem valoração de provas e julgamento), obediência a ordem cronológica dos atos. O sentido do relatório é a transparência. Todavia, soa cada vez mais dispensável, como visto no procedimento sumaríssimo.

FUNDAMENTAÇÃO - é a parte mais detalhada da sentença, pois é neste momento em que o juiz

apreciará os argumentos que embasam a causa de pedir, as razões porque o réu resiste á pretensão do autor; valorará as provas existentes nos autos e analisará os fatos provados ao Direito. Deve ser clara, objetiva e concisa, a fim que o cidadão que recorre a Justiça entenda o devido processo. A sentença ou acórdão sem fundamentação é arbitrariedade judicial. A lei não traça nenhum modelo de fundamentação, por isso cada juiz tem um estilo diferente. E decisão concisa não quer dizer lacônica e sim fundamentação breve.

Da ordem de apreciação na sentença trabalhista das preliminares: Não há um ordem legal e sim

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citação, inépcia da inicial, impugnação à representação, impugnação ao valor da causa, coisa julgada, conexão, continência, litispendência;

CONDIÇÕES DE AÇÃO - ilegitimidade passiva e falta de interesse de agir QUESTÃO DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA –

ORDEM DE APRECIAÇÃO DO MÉRITO - o que ocorre é uma prejudicialidade dos pedidos. Por exemplo, feito que se discute vínculo de emprego, verbas rescisórias, estabilidade acidentária e justa causa, qual a ordem?

DISPOSITIVO OU CONCLUSÃO - embora seja uma etapa mais simplificada, todavia, é a mais

importante da decisão – posto que a parte da condenação ou absolvição, especificará as parcelas objeto da condenação e os parâmetros de cumprimento da sentença.

DIRETO – exprime diretamente todos os itens;

INDIRETO - reporta-se aos termos da fundamentação ( recomendação de ser evitado), na prática utiliza-se o SEMI DIRETO. A ausência de um dos requisitos essenciais gera a NULIDADE

DA SENTENÇA.

Além disso constará:

questão de juros e correção monetária;

responsabilidade pelos recolhimentos fiscais e previdenciários – art. 832, parágrafo terceiro da CLT; custas de 2% do valor da condenação ou no caso de improcedência – 2% sobre o valor da causa; honorários advocatícios sucumbenciais ( recordando que o posicionamento majoritário – os honorários advocatícios contratuais incompetência da JT – sumula 363 do STJ).

prazo para cumprimento : 8 dias após o trânsito em julgado; intimação das partes.

CLASSIFICAÇÃO ( várias teorias) – de acordo com a natureza das ações em que foi proferida. Outros

doutrinadores chamam de efeitos da sentença. Outra classificação de acordo com o resultado da lide: com ou sem resolução do mérito.

SENTENÇA DECLARATÓRIA OU MERAMENTE DECLARATÓRIA - declaração acerca do objeto

do processo (positiva ou negativa, ou seja, se limita a declarar a existência de um fato, autenticidade ou não de um documento, a existência ou inexistência de uma relação jurídica);ex: reconhecimento de vínculo, estabilidade, dentre outros. A sentença declaratória é desprovida de sanção e não comporta a execução. Produz efeitos ex nunc.

SENTENÇA CONSTITUTIVA - além de declarar a existência dos fatos ou direito, visa a criar,

modificar ou extinguir determinada relação jurídica, ex: rescisão indireta e inquérito. Esta modalidade não comporta execução, produzindo efeitos após o trânsito em julgado.

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condenação pecuniária, dar, fazer ou não fazer ex: pagamento de horas extras. Nesta modalidade comporta execução forçada se não cumprida espontaneamente pelo Réu.

SENTENÇA MANDAMENTAL – objeto imediato é a imposição de uma ordem de conduta

determinando a imediata realização de um ato pela parte vencida ou abstenção da prática de um ato. Ex: MS e concessões de tutelas.

SENTENÇA EXECUTIVA LATO SENSU - ações que tenham por objeto o cumprimento da obrigação

de fazer ou não fazer, o juiz poderá na sentença se procedente o pedido, determinar providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento, ex; art. 536 parágrafo primeiro e 497 e seguintes, do CPC.

COLISÃO OU LIDE SIMULADA – ART. 142 DO CPC, a extinção deve ser feita, na forma do art.

485, X do CPC. A jurisprudência ora contempla como ausência de pressuposto processual ou ora por carência de ação, EX: páginas amarelas UM ACORDO DE 04 MILHÕES A RECEBER ATRAVÉS DE PRECATÓRIO COM TERMO DE RENÚNCIA A PRESCRIÇÃO

As Reclamadas compareceram à audiência pretendendo unicamente a chancela do Poder Judiciário em acordo pondo fim à demanda, com o ofertamento do montante postulado, sem ao menos questionar os valores postulados, assim, ocorrera a inexistência de qualquer defesa. Não obstante a maior parte da dívida remonte ao fato ocorrido nos idos de 1980, apenas no ano de “2004” resolveu o autor vir a Juízo postulá-la, quando há muito poderia tê-lo feito, mormente considerado sua estreita relação com as reclamadas, para quais voltou a prestar serviços quase vinte anos após a rescisão contratual relatada.

Diante da inexistência de lide, pela ausência de pretensão resistida, não há que ser dirimida pelo órgão jurisdicional, carecendo o processo de pressuposto de existência, especificadamente de demanda.

Ressalta-se que o direito processual ao considerar o exercício da demanda não é um direito absoluto, pois que se acha, também, condicionado a um motivo legítimo. A utilização do processo pressupõe um direito a reintegrar, um interesse a proteger, uma séria razão para invocar a tutela jurisdicional, o que não ocorre no caso em tela.

Ainda transcrevendo o livro citado acima:

“ (...) Mas é reconhecido que o direito de estar em juízo é um dos mais expostos à invasão do abuso e da malícia, tornando-se o processo um campo vasto para o exercício abusivo do direito. E o mais grave é que, no processo, ao contrário do que ocorre no direito privado, em que o abuso atinge somente outra parte, também o Estado é atingido. Abusivamente, os órgãos jurisdicionais são utilizados pelo indivíduo com o propósito de prejudicar outrem, ou para obter resultados ilícitos.

Como expressamente discorre José Olimpio de Castro Filho, tal situação é intolerável, eis que a “ manutenção da Justiça custa dinheiro, e não é justo que o dinheiro do povo seja empregado para satisfazer a má-fé, a temeridade, o capricho ou o erro grosseiro de um indivíduo. Evidencia-se, pois de sobejo, a necessidade e a lealdade dos litigantes, buscando-se a moralização do processo e a repressão da improbidade e da má-fé (...)”.

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implicar negar o direito de demandar ou de defesa a quem quer que seja – até porque a boa-fé do que comparece em juízo é sempre presumida. (...)”.

Ora as partes buscam através da presente demanda, a célere formação de título executivo, para pagamento indiscutível, já que amparado por um comando judicial, de valores a um ex-empregado privilegiado, em detrimento de todos os outros trabalhadores que anteriormente ingressaram com ações trabalhistas em face das Reclamadas, resta a tentativa de utilização indevida da via judicial, quando bastaria as partes pactuarem extrajudicialmente no sentido de que parte do precatório mencionado destinar-se-ia ao pagamento da dívida.

Em texto memorável de Couture, narra:

“ (...) o litigante malicioso utiliza ilicitamente o processo e comete um abuso do seu direito constitucional de petição, desviando-se de seus fins próprios. Este direito de petição foi instituído para assegura justiça e não para trazer prejuízo a um terceiro (daí concluindo) agir em juízo constitui uma solução de liberdade e responsabilidade (...)”.

Os terceiros afetados seriam todos os outros trabalhadores que anteriormente ingressaram com ações trabalhistas em face das reclamadas, a homologação do acordo implicaria direcionamento indevido e ilegal dos escassos recursos das empresas acionadas, em que pese não ter sido feito ofício ao distribuidor para feitura de inventários das reclamações trabalhistas intentadas em face das Rés, é sabido a quantia expressiva de tais reclamações, e ainda em matéria jornalística intitulada “ Companhias aéreas são as maiores devedores do INSS: R$ 1,868 bilhão” – do jornal - O GLOBO - Parte de Economia, datado de quarta-feira, 18 de maio de 2005, consta uma relação de devedores do INSS, onde vigora uma das reclamadas EBID - Editora Páginas Amarelas Ltda, com um débito de R$ 253,4 milhões, onde lidera a 10º posição, da lista dos “ maiores endividados”.

Evidenciado, assim, o que Chiovenda denominou destinação anormal do processo, porque tais figuras ( processo aparente, sendo este uma figura histórica, utilizado o processo para alcançar fins que não podiam ser conseguidos de outra forma e, com isso, preenchendo-se lacunas da lei – exemplo: utilizar o processo para obtenção de uma espécie de parecer judiciário, ou seja, apenas para conhecer a posição de um tribunal a respeito da interpretação de um texto de lei, e o processo simulado, ao contrário almeja-se um resultado ilícito, e sua utilização tem objetivo de conseguir, por meio da sentença, com a vantagem de coisa julgada, uma eficácia ilegal).

Diante de tais fatos, não há outra solução ao julgador que repelir qualquer ato que pretenda fraudar a verdadeira finalidade do processo, como se colhe na regra do art. 125, III, recomendando, em seguida, no preceito do artigo 129, que o juiz, atuando de ofício, obste os objetivos ilícitos das partes, proferindo sentença. Proferir sentença significa pôr termo ao processo, na dicção do art. 162, § 1º do CPC, donde se conclui que o processo instaurado com destinação anormal, em que as partes estão impelidas de propósitos simulatórios ou fraudulentos, será extinto, a tanto bastará que convencido pelas circunstâncias dos fatos, que o processo serviu de meio à consecução de objetivo ilegal, contrariamente a sua nobre finalidade.

SENTENÇAS IMPURAS – ART. 487 do CPC – juiz como realizando ato meramente homologador (

TRANSAÇÃO, RECONHECIMENTO DO PEDIDO PELO RÉU e AUTOR QUE RENUNCIA O DIREITO EM QUE SE FUNDA A DEMANDA).

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ocorra a retirada do excesso sem necessidade de declarar a nulidade. Tb. Como ser corrigida por meio de embargos de declaração.

SENTENÇA EXTRA ( fora) – julgamento fora do pedido - prestação jurisdicional sobre o pedido

diverso, ex: pede sobreaviso é deferido horas extras. Neste caso é nula devendo ser reformada. EXCEÇÕES À NULIDADE ( julgamento ultra petita): art. 496 da CLT – reintegração desaconselhável conversão em indenização, súmula 396 do C.TST ( reintegração de período já exaurido na época do proferimento da sentença) e art. 467 da CLT. Caso de pedido de responsabilidade solidária e ocorre o deferimento de responsabilidade subsidiária.

e CITRA petita – OU INFRA PETITA - é a que decide aquém do pedido, a sentença deixa de

apreciar um pedido, passível de embargos de declaração (menos - anulável). Se efetuado embargos e não sanados, aí, sim o retorno, sob pena de supressão de instância.

A questão da aplicação do art. 523 parágrafo primeiro (antigo 475 J), do CPC no processo do trabalho – LACUNA AXIOLÓGICA, TST não entende aplicável por ter norma expressa.

INALTERABILIDADE DA SENTENÇA - ART. 494 do CPC e 833 e 897 - A da CLT – uma vez publicada a sentença não pode alterar sua decisão, salvo nas hipóteses de erros materiais ou em razão de embargos de declaração. Erros materiais - são falhas de digitação ou de grafia, identificados de plano, como erro aritmético. Erros materiais não transitam em julgado.

SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR – ART. 332 DO CPC - Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz independentemente da citação do Réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar. Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 05 dias. Se houver retratação - ocorrerá o prosseguimento da demanda. Em caso contrário, será apresentado prazo para contrarrazões da apelação.

ANTERIORMENTE ; ART. 285 – A – matéria de direito. Já tiver julgado em outro casos idênticos de

forma improcedente.

Aplicação no processo do trabalho - complicado em razão da necessidade de tentativas de conciliação./ Contato do processo em audiência/ e não tem o despacho saneador.

Argumentos favoráveis: instrumentalidade do processo do trabalho, racionalidade e efetividade do procedimento; compatibilidade com o rito trabalhista e omissão da CLT; a retirada da expressão “ conciliar” – art. 114, pela EC 45/04.

COISA JULGADA

MERO EFEITO - QUALIDADE – por força de lei – torna-se imutável e indiscutível as questões decididas no processo. Dentro – CJ formal e Fora – CJ Material.

OBJETIVO - segurança jurídica + pacificação dos conflitos

ORDENAMENTO - art. 337, § § 1º e 2º do CPC – a questão da tríplice identidade.

CJ FORMAL- seria a preclusão impeditiva da impugnação, e reexame da sentença na mesma relação processual, independente da decisão de mérito, ou seja, terminativa ou definitiva.

CJ MATERIAL - abrange a formal, projeta sua eficácia fora do processo, onde foi prolatada tornando-a imutável. Somente admite a AR – no prazo de dois anos.

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REGRA GERAL: somente as partes são atingidas pela coisa julgada e apenas, por exceção terceiros juridicamente interessados, poderão ser atingidos, como, por exemplo, sucessor, cessionário, responsável subsidiário, pertencente a grupo econômico. Ex; ações individuais e plúrimas.

AÇÕES COLETIVAS; MATÉRIA INSUFICIENTE, UMA VEZ QYE A REGRA GERAL SE INVERTE QUANTO AOS SEUS EFEITOS -.CDC ART. 103

I ) ERGA OMNES - exceto pedido improcedente por insuficiência de provas, hipótese que qualquer legitimado poderá intentar outra ação valendo- se de nova prova ( art. 81, I, parágrafo único) – direito difuso

II) ULTRA PARTES – mas limitado ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de prova – coletivo

III) ERGA OMNES – apenas no caso de procedência para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores - INDIVIDUAL HOMOGENEO.

LIMITES OBJETIVOS: O que na sentença adquire a autoridade de coisa julgada? Art. 503 do CPC – Ler/ ou seja, PEDIDO E CAUSA DE PEDIR, E QUESTÕES DECIDAS NO PROCESSO DESDE QUE CONSTEM NO DISPOSITIVO. – ART. 504 DO CPC.

No antigo art. 469 do CPC- Não fazem coisa julgada:

I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; II- a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;

III – a apreciação de questão prejudicial, decidida incidentalmente no processo. As duas primeiras

ocorrera repetição no CPC atual e retirado o inciso III, no correspondente artigo 503.

QUESTÃO PREJUDICIAL pode fazer CJ desde que a parte tenha requerido na forma dos arts. 5º e 325 do CPC, o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide – CPC antigo, atualmente a questão prejudicial é vista de outra forma ( art. 503, parágrafo

primeiro ), assim, a coisa julgada abrangerá não apenas a solução da questão principal como, também, automaticamente a da questão prejudicial interna, desde que enfretamento dependa a resolução do mérito, tenha sido respeitado o contraditório prévio ( exceto demandas com revelia) e o juízo tenha competência em razão da matéria e da pessoa para apreciar o tema. OU seja, o magistrado está decidindo além dos limites provocados incialmente. Pode ocorrer insegurança jurídica, devido a matérias discutidas não poderem ser revistas. ( INSS – pensão por morte e união estável – em juízo em vara única - recurso, Justiça Estadual e Justiça Federal).

REDAÇÃO DO ART. 503 –

A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.

Parágrafo primeiro- O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentalmente no processo, se:

I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;

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principal.

Parágrafo segundo – A hipótese do parágrafo primeiro não se aplica se o processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.

LIVRO FREDIE DIDIER

A questão prejudicial pode ser interna , quando surge no mesmo processo em que está subordinada, ou externa, quando está sendo discutida em outro processo. A coisa julgada estende-se à solução da questão prejudicial incidental que tenha sido expressamente decidida na fundamentação da sentença- art. 503, parágrafo primeiro. A coisa julgada abrangerá, nesse caso, a resolução de questão que não compunha o objeto litigioso do processo. EX: relação de filiação em ação de alimentos; é a relação contratual, em uma cobrança de contrato, é a relação de união estável com pensão com morte; é a autenticidade/ falsidade da escritura púbica, em uma ação de invalidação de registro imobiliário. Questão prejudicial, aqui, é uma questão que poderia se objeto de uma ação declaratória. Trata-se de uma opção legítima do legislador, com nítido propósito de estabilizar a discussão em torno de uma questão que tenha sido debatida com contraditório, ainda que não seja questão principal. A doutrina já queria romper o dogma que a coisa julgada somente poderia recair em objeto litigioso. Essa extensão não depende da vontade da parte, se dá automaticamente por determinação legal.

Cabe ao recorrente impugnar a resolução da questão prejudicial incidental, sob pena de preclusão.

IMPEDIMENTOS À EXTENSÃO DA COISA JULGADA À RESOLUÇÃO DA QUESTÃO PREJUDICIAL

Os obstáculos são – art. 503, parágrafo primeiro e segundo do CPC.

Objeção de impertinência - a coisa julgada não se estenderá à resolução de questão prejudicial que

não depender o julgamento do mérito, ou seja, FUNDAMENTO DETERMINANTE DO RESULTADO DO JULGAMENTO.

Objeção de ausência de contraditório - pressupõe o contraditório prévio e efetivo sobre a questão

prejudicial – paridade de armas. Assim, não há extensão de coisa julgada de questão prejudicial que for trazida ex officio pelo julgador ou em casos de revelia, exatamente pela falta do contraditório.

EX: a constitucionalidade de uma lei pode ser suscitada como questão incidental de qualquer sujeito, no controle difuso, mas apenas aqueles previstos no art. 103 da CR, pode discuti-la em controle concentrado. Neste caso não há extensão da coisa julgada a essa prejudicial, em razão da ausência do contraditório efetivo, que pressupõe a provocação e participação dos legitimados.

Objeção de incompetência - pressupõe que o juiz tenha competência para resolver a questão

incidente como a questão principal. EX: a questão do controle difuso indicada acima, e tb. Demanda na esfera federal cuja prejudicial é uma relação de família, a resolução da questão incidental de família, não se estenderá a coisa julga em razão da incompetência material do juiz federal.

Objeção de consignação insuficiente - se no processo ocorrer limitações probatórias à cognição que

impeça ou dificultam o aprofundamento da questão prejudicial. EX: mandado de segurança, processos de inventário e partilha).

Objeção de ausência de remessa obrigatória – decisões proferidas em face da Fazenda, não

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da coisa julgada a questão prejudicial. Muitos doutrinadores entende cabível inclusive em decisão interlocutória. O art. 503, parágrafo primeiro ficou silente quanto a tal questão.

ALEGAÇÕES DAS OBJEÇÕES À EXTENSÃO DA COISA JULGADA À PREJUDICIAL INCIDENTAL

A) O sujeito propõe demanda, ignorando a resolução da questão prejudicial incidental havia em processo anterior, nesse caso, caberá o réu alegar coisa julgada ao replicar a contestação, o autor poderá objetar a alegação da coisa julgada, afirmando um dos fatos que impedem a extensão da coisa julgada da prejudicial;

B) O sujeito propõe uma demanda, valendo-se do efeito positivo da coisa julgada relativa á prejudicial incidental, o réu em defesa, objeta, alegando um dos fatos que impedem a extensão da coisa julgada à prejudicial incidental.

Nas duas hipóteses, não se busca a desfazer a coisa julgada relativa à prejudicial incidental, e sim, demonstrar, que a coisa julgada sequer existe, nem se formou diante das objeções ocorridas.

INSTRUMENTO DE CONTROLE DA COISA JULGADA DA PREJUCIAL INCIDENTAL – ação

rescisória.

QUESTÃO PREJUDICIAL PRINCIPAL

Nem toda questão prejudicial é incidental. Há questão prejudicial que é também, principal. Quando há cumulação e pedidos – ação de investigação de paternidade com alimentos – a questão da paternidade é prejudicial e principal. – Assim, se submete ao regime jurídico comum.

REGIME ANTERIOR - a questão prejudicial seria resolvida incidenter tantum, não ficaria acobertada pela coisa julgada, exceto se proposta ação declaratória incidental, assim, a prejudicial mudava de fundamento e passava ser objeto da decisão do magistrado.

Sucede que a ação declaratória ainda permanece - no caso de falsidade de documento – art. 430 – parágrafo único do CPC. E reconvenção proposta pelo Réu que suscite uma questão prejudicial incidental controvertida, nesse caso a prejudicial torna-se principal. DIREITO TRANSITÓRIO - O regime jurídico da coisa julgada , relativo à prejudiciais incidentais só se

aplica- se aos processos iniciados após a vigência do CPC – 2015.

QUESTÕES CUJA RESOLUÇÃO NÃO SE TORNA INDISCUTÍVEL PELA COISA JULGADA

A motivação da decisão nãos se torna indiscutível pela coisa julgada. Nem a solução das questões

de direito, nem o exame da prova. ART. 504 DO CPC. Isso quer dizer que outro órgão julgador pode

dar às mesmas questões de direito outra interpretação ou pode ter outro convencimento acerca dos fatos.

Há, porém, algumas considerações:

A) Verdade dos fatos estabelecidos na sentença - a sentença servirá de fonte de prova de que

aqueles fatos ocorreram. A sentença será um indício.

B) Motivos determinantes de uma decisão – elemento normativo de um precedente. Ou seja,

um caso em concreto passa a ser modelo para julgamento de casos futuros e semelhantes.

C) Os motivos, questões de direito e de fato vinculam o ASSISTENTE SIMPLES - eficácia interventiva - art. 123 do CPC. O assistente simples não poderá discutir, em outro processo, a

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nos incisos I e II do art. 123 do CPC. Isso significa que da motivação pode decorrer uma eficácia preclusiva distinta da coisa julgada.

SENTENÇA DETERMINATIVA/ CONTINUATIVA

O art. 505 do CPC- A coisa julgada será revista q nos casos que versem sobre relação jurídica de trato continuado, havendo fato superveniente que justifique essa revisão, e nos demais casos previsto em lei. Não há propriamente a revisão da coisa julgada e sim, um fato novo a modificar uma decisão já deferida. De regra, não cabe sentença futura, aquelas que regram situações ainda não consumadas (futura), haveria falta de interesse de agir de tal situação não concretizada.

Primeiro precisamos revisar os conceitos de relação jurídica instantânea – aquela que decorre do fato gerador que se esgota em um único momento, sem continuidade no tempo, ex: danos materiais emergentes causados em razão de ilícito.

Relação jurídica permanente - nasce de um suporte fático que se prolonga no tempo Tb conhecida como relação continuativa - prestações alimentícias, de família, locatícia, ou seja, envolvem prestações periódicas.

Relação jurídica sucessiva- nascidas de fato gerador instantâneos homogêneos, que por sua reiteração recebem tratamento jurídico conjunto. Ex: exemplos no direito tributário, direito do trabalho.

Assim, as relações jurídicas permanentes e sucessivas contém a cláusula rebus sic stantibus, ou seja, art. 505, I, do CPC.

E as questões com base na relação jurídica CONTINUATIVA? CPC art. 505 – RELAÇOES ALIMENTÍCIAS/ ad insalubridade/ ação revisional – art. 872 CLT – -SENTENÇAS DETERMINATIVAS OU DISPOSITIVAS – são relações provisórios, rebus sic stantibus, podem ser objeto de revisão. MATÉRIA CONTROVERTIDA? OCORRE A COISA JULGADA MATERIAL?

Tais demandas tem no seu bojo a cláusula rebus sic stantibus ( Teoria da imprevisão) – POSSIBILIDADE DE MUDANÇA COM ALTERAÇÃO NO COTIDIANO.

Para uma primeira corrente clássica - não faz, todavia Alexandre Câmara entende que faz, pois embora as partes sejam as mesmas terá alteração da CAUSA DE PEDIR (MUDANÇA DA NECESSIDADEX POSSIBILIDADE, MUDANÇA DO LOCAL DE TRABALHO E FORNECIMENTO DE EPI). Para Wagner Giglio tais não transitam em julgado. Denominada AÇÃO DE REVISÃO OU AÇÃO DE MODIFICAÇÃO – ou seja, ocorrera alteração da causa de pedir, no meu ponto de vista. _ Sempre com efeito ex nunc. A sentença proferida não modificará a anterior, ou seja, a coisa julgada sempre operará.

REDAÇÃO DO ART. 505 - Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:

I - tratando-se de relação jurídica de trato continuativo, sobreveio modificação no estado de fato ou direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;

II- nos demais casos prescritos em lei.

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sentença que não caiba mais recursos ( parágrafo 3º, art. 337, do CPC). Por sua vez, uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido ( § 2º, do art. 337, do CPC).

I ) Inviável o reconhecimento - diante da segurança jurídica – preto no branco, quadrado em redondo. II) Diante do parâmetro JUSTIÇA, POR VIA DE EXCEÇÃO, inclusive é o que ocorre no art. 884, § 5º da CLT e 741, parágrafo único da CLT, retirou no processo civil a expressão “ dependendo do entendimento do julgador e sim, quando o STF declarar inconstitucional, com efeitos ex tunc e não ex nunc. E ainda, a visão de imutabilidade está ultrapassada se levado em consideração os atos do executivo ( autotutela), legislativo ( declaração de inconstitucionalidade – ato típico feitura da lei) e judiciário. Por que o Judiciário teria tal manto de intocabilidade.

AUTONOMIA DA COISA JULGADA

Alcance da coisa julgada formada no processo civil e penal e sua repercussão no processo do trabalho. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor quando estas questões se acharem, decididas no Juízo Criminal.

Ex: existência de justa causa: improbidade – art. 482 , a, CLT.

O juiz será obrigado a suspender o processo e aguardar o desfecho do processo criminal? 1ª – faculdade – comprovação do crime – rígida porque está em jogo a liberdade, falta trabalhista e menos rígida porque o risco é manifestação. 2- deve suspender decisões conflitantes.

COISA JULGADA PARCIAL. AÇÃO RESCISÓRIA CONTRA COISA JULGADA PARCIAL

O CPC admite a prolação de decisões parciais, que são as que dizem respeito a apenas parcela do objeto litigioso. Há previsão expressa de julgamento antecipada parcial do mérito ( art. 356 do CPC), de homologação de autocomposição parcial e de reconhecimento de decadência ou prescrição de um dos pedidos cumulados (art. 354, parágrafo único do CPC). O CPC permite também a delimitação voluntária de recurso. O recurso pode direcionar-se contra apenas parte da decisão. Admite-se o recurso parcial ( art. 1002, CPC). A parte final do parágrafo primeiro do art. 1013 é bem clara: “ Serão, porém ,

objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sidos solucionadas, desde que relativa ao capítulo impugnado”.

Há então, há possibilidade de serem proferidas, ao longo do processo, várias decisões que possuem aptidão para tornar indiscutíveis pela coisa julgada.

Questão: a) para cada coisa julgada começa a fluir um prazo de ação rescisória;

b) haveria um único prazo de ação rescisória, para todas as coisa julgadas, contando do último transito em julgado. Ao tempo do CPC/73- o STJ, encampou o segundo entendimento, que restou consagrando no enunciado n. 401. Todavia, essa decisão fora muito criticada, posto que se há coisa julgada com aptidão para autorizar execução definitiva, impedir a ação rescisória é grave ofensa ao acesso à Justiça. Para cada coisa julgada, um prazo para ação rescisória.

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da execução ocorrerá a prescrição intercorrente.

COISA JULGADA E OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIA

ART. 274 CC- O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o

julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo da exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles”. A regra, com se vê, permite a extensão da coisa julgada favorável ao credor que não havia demandado a obrigação solidária e veda a extensão da coisa julgada desfavorável. Mas a regra protege o devedor, que poderá arguir, contra os demais credores, eventuais exceções pessoais que tenha contra qualquer deles.

SENTENÇA DETERMINATIVA/ CONTINUATIVA

O art. 505 do CPC- A coisa julgada será revista q nos casos que versem sobre relação jurídica de trato continuado, havendo fato superveniente que justifique essa revisão, e nos demais casos previsto em lei. Não há propriamente a revisão da coisa julgada e sim, um fato novo a modificar uma decisão já deferida. De regra, não cabe sentença futura, aquelas que regram situações ainda não consumadas (futura), haveria falta de interesse de agir de tal situação não concretizada.

Primeiro precisamos revisar os conceitos de relação jurídica instantânea – aquela que decorre do fato gerador que se esgota em um único momento, sem continuidade no tempo, ex: danos materiais emergentes causados em razão de ilícito.

Relação jurídica permanente - nasce de um suporte fático que se prolonga no tempo Tb conhecida como relação continuativa - prestações alimentícias, de família, locatícia, ou seja, envolvem prestações periódicas.

Relação jurídica sucessiva- nascidas de fato gerador instantâneos homogêneos, que por sua reiteração recebem tratamento jurídico conjunto. Ex: exemplos no direito tributário, direito do trabalho.

Assim, as relações jurídicas permanentes e sucessivas contém a cláusula rebus sic stantibus, ou seja, art. 505, I, do CPC.

E as questões com base na relação jurídica CONTINUATIVA? CPC art. 505 – RELAÇOES ALIMENTÍCIAS/ ad insalubridade/ ação revisional – art. 872 CLT – -SENTENÇAS DETERMINATIVAS OU DISPOSITIVAS – são relações provisórios, rebus sic stantibus, podem ser objeto de revisão. MATÉRIA CONTROVERTIDA? OCORRE A COISA JULGADA MATERIAL?

Tais demandas tem no seu bojo a cláusula rebus sic stantibus ( Teoria da imprevisão) – POSSIBILIDADE DE MUDANÇA COM ALTERAÇÃO NO COTIDIANO.

Para uma primeira corrente clássica - não faz, todavia Alexandre CÂmara entende que faz, pois embora as partes sejam as mesmas terá alteração da CAUSA DE PEDIR (MUDANÇA DA NECESSIDADEX POSSIBILIDADE, MUDANÇA DO LOCAL DE TRABALHO E FORNECIMENTO DE EPI). Para Wagner Giglio tais não transitam em julgado. Denominada AÇÃO DE REVISÃO OU AÇÃO DE MODIFICAÇÃO – ou seja, ocorrera alteração da causa de pedir, no meu ponto de vista. _ Sempre com efeito ex nunc. A sentença proferida não modificará a anterior, ou seja, a coisa julgada sempre operará.

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A) Ação Rescisória - ação autônoma de impugnação- art. 966 do CPC. – visa a desconstituir a coisa

julgada. – prazo decadencial de dois anos.

B) Ação de querela nulitatis - maculada por vícios de nulidade - caso clássico nulidade de citação

em sentença de revelia. – sem prazo prescricional.

C) Impugnação com base em erro material ( art. 494, I, do CPC) D) Revisão de sentença inconstitucional ( art. 525 e 535 doCPC)

E) Cogita-se , ainda, a possibilidade de reforma da coisa julgada por denuncia de violação à

Convenção Americana de Direitos Humanos formulados pela Corte Interamericana de Direitos Humanos – mas escapa deste capítulo.

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