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A integração do jovem ao mercado de trabalho

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PHAENNA PROENÇA MARTINS

A INTEGRAÇÃO DO JOVEM AO MERCADO DE TRABALHO:

PERFIL DO JOVEM ATENDIDO NO PROGRAMA ADOLESCENTE APRENDIZ, DO CIEE/SC – UNIDADE FLORIANÓPOLIS

Palhoça 2009

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PHAENNA PROENÇA MARTINS

A INTEGRAÇÃO DO JOVEM AO MERCADO DE TRABALHO:

PERFIL DO JOVEM ATENDIDO NO PROGRAMA ADOLESCENTE APRENDIZ, DO CIEE/SC – UNIDADE FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina, Pedra Branca, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Serviço Social.

Orientadora: Profª. Regina Panceri, Dra.

Palhoça 2009

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PHAENNA PROENÇA MARTINS

A INTEGRAÇÃO DO JOVEM AO MERCADO DE TRABALHO:

PERFIL DO JOVEM ATENDIDO NO PROGRAMA ADOLESCENTE APRENDIZ, DO CIEE/SC – UNIDADE FLORIANÓPOLIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 19 de novembro de 2009.

________________________________________ Profª. e orientadora Regina Panceri. Dra.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________ Profª. Carolina Hoeller da Silva Boeing. Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________ Lisiane Bueno da Rosa

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Dedico este presente trabalho primeiramente a Deus, essa força maior que me possibilitou ser um instrumento de sua vontade. A toda minha família e em especial a minha amada mãe (in memorian) por toda a dedicação e carinho. A minha querida irmã por ser um raio de sol, fonte de inspiração. Ao meu marido, por ter trazido razão a minha vida e ser amigo e companheiro em todas as horas.

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AGRADECIMENTOS

Ao escrever as últimas linhas deste estudo, em meio à sensação de alívio, minha memória recaptura momentos e episódios que marcaram os últimos quatro anos, sobre os quais não pretendo me detalhar.

Contudo, a minha memória também recupera rostos e nomes de pessoas a quem gostaria de expressar minha gratidão, pois de forma direta ou indireta, contribuíram para que eu conseguisse cumprir esta etapa em meu processo de formação.

Agradeço a minha amada mãe Soninha (in memorian), que aonde quer que esteja, vibra orgulhosa da semente que me ajudou a plantar ao iniciar este curso movido a tantos desafios e que agora gera seus primeiros frutos.

Agradeço a toda a minha família, que apesar de pequena, esta muito bem representada por minha irmã Fabiana, que é parte de mim e me ensina muitas lições. A minha tia Antonia, por todo o seu amor, carinho e dedicação. A minha prima Carol, pelo sorriso contagiante e abraço apertado. Ao meu primo Tato, por ser o bendito fruto entre as mulheres e a minha querida vovó Maria, por ser a matriz que nos possibilitou esta rica experiência e se mostra símbolo de resistência e vontade de viver.

Agradeço muito a toda a equipe do CIEE, pois cada um foi muito importante no processo de elaboração deste trabalho, principalmente o Sr. Anibal, que há sete anos atrás acreditou no meu potencial profissional, inserindo-me na organização, demonstrando sua crença na capacidade e na potencialidade dos jovens.

À Lisiane, por ter sido a minha inspiração para a escolha da profissão e é claro ao Carlos e a Débora, por serem profissionais comprometidos e verdadeiros amigos.

Devo um obrigado muito especial a todas as professoras e professores do curso, que foram verdadeiros mestres mentores.

As amigas e colegas de turma, por compartilhar do mesmo ideal de ver um mundo mais justo e menos desigual e em especial a Gabi, minha irmãzinha de coração e agora mãe do Caio.

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Agradeço a minha sogra Maura e ao meu sogro Arnoldo, por serem verdadeiros pais presentes e atenciosos. Ao Cristhian por ser nossa criança amada e por trazer a esperança em seu sorriso.

Agradeço a todos os jovens entrevistados que generosamente contaram suas histórias, expectativas e sugestões.

E por fim, mas não por acaso, agradeço ao meu marido, por ser meu parceiro em todos os momentos, por ter me presenteado com uma família maravilhosa repleta de amor e por me apoiar incondicionalmente na materialização dos meus sonhos.

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ELOGIO À APRENDIZAGEM Aprende as coisas elementares!

Para aqueles a quem chegou à hora nunca é demasiado tarde! Aprende o abecedário.

Não bastará, mas aprende-o! Não deixes que te desanimem! Começa!

Deves saber tudo. Tens que ser dirigente. Aprende, homem no asilo! Aprende, homem na prisão! Aprende, mulher na cozinha! Aprende, tu que tens 60 anos! Tens que ser dirigente.

Procura a escola, tu que não tens casa! Não tenhas medo de perguntar, camarada! Não deixes que te induzam a nada.

Investiga por ti mesmo!

O que não separares tu mesmo não conheces. Examina os detalhes a fundo; és tu que pagas as s.

Põe o teu dedo em cada detalhe, pergunta: Como chegou isto aqui? Tens de ser dirigente. (Bertolt Brecht).

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RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso propõe uma análise do perfil dos principais personagens – Os Jovens – do Programa Adolescente Aprendiz, do Centro de Integração Empresa Escola do Estado de Santa Catarina – CIEE/SC, na unidade de Florianópolis. Jovens esses, em sua maioria, habitantes da região da Grande Florianópolis, que compõem o contexto de um cenário marcado pela disparidade entre demanda e oportunidades de trabalho. O tema relaciona o jovem e a sua inserção no mercado de trabalho, apresentando as legislações de proteção ao trabalho dos adolescentes, destacando a Lei n. 10.097/00 e o Decreto lei n. 5.598/05, que regulamenta a contratação de aprendizes e dá outras providências. Este trabalho apresenta informações do momento em que o CIEE/SC resolve ser além do conceituado agente de integração de estágios e passa a atuar também como entidade qualificada para a formação técnico profissional de adolescentes aprendizes dentre outros programas e projetos de primeiro emprego, comprometida com a articulação entre a atuação no mercado de trabalho e a aprendizagem, através do estímulo do protagonismo juvenil e do desenvolvimento de competências. Por fim, busca-se contribuir com subsídios para o debate e reflexão da prática profissional do Assistente Social na área da educação profissional de jovens, por meio de sugestões de ações sócio educativas para uma maior integração entre a Instituição, a Família e o Jovem.

Palavras-chave: Adolescente. Trabalho. Aprendizagem. Educação Profissional. Inserção.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Idade... 64

Gráfico 2 – Naturalidade... 66

Gráfico 3 – Residência... 67

Gráfico 4 – Município da residência... 67

Gráfico 5 – Infra estrutura urbana... 68

Gráfico 6 – Localização da residência... 69

Gráfico 7 – Participação em programas na comunidade... 69

Gráfico 8 – Sexo... 70

Gráfico 9 – Escolaridade... 71

Gráfico 10 – Instituição de ensino... 72

Gráfico 11 – Turno escolar... 72

Gráfico 12 – Deslocamento até a escola... 73

Gráfico 13 – Já reprovou de ano? ... 73

Gráfico 14 – Índice de reprovação por sexo... 73

Gráfico 15 – Motivos de reprovação... 74

Gráfico 16 – Estado civil... 75

Gráfico 17 – Filhos... 76

Gráfico 18 – Número de filhos... 76

Gráfico 19 – Participação em projetos sociais... 77

Gráfico 20 – Uso de drogas lícitas e ilícitas... 78

Gráfico 21 – Sofre de alguma doença? ... 79

Gráfico 22 – Uso de remédios... 79

Gráfico 23 – Portadores de deficiência na residência... 80

Gráfico 24 – Renda per capita... 81

Gráfico 25 – Etnia... 81

Gráfico 26 – Trabalhos anteriores... 82

Gráfico 27 – Duração dos trabalhos anteriores... 83

Gráfico 28 – Escolaridade dos pais... 83

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Gráfico 30 – Atividades extra estudos... 86 Gráfico 31 – Expectativas pós programa... 87 Gráfico 32 – Sugestões de melhorias... 88

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LISTA DE SIGLAS

ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária BPC - Benefício de Prestação Continuada

CASAN - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento CBO - Classificação Brasileira de Ocupações

CIEE – Centro de Integração Empresa Escola CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas

CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente CONANDA - Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social

MDS - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome MEC – Ministério da Educação

PETI - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil PIT – Programa de Iniciação ao Trabalho

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNDS - Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde SC – Santa Catarina

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAD - Secretaria Nacional Antidrogas

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

SESCOOPC - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo SUAS - Sistema Único de Assistência Social

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 13

2 O TRABALHO DO ADOLESCENTE E SUAS LEGISLAÇÕES REGULAMENTADORAS... 16

2.1 CONTEXTUALIZANDO O JOVEM BRASILEIRO E A SUA INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO... 16

2.2 LEGISLAÇÕES DE PROTEÇÃO AO TRABALHO DO ADOLESCENTE... 19

2.2.1 A Consolidação das Leis Trabalhistas e a Constituição Federal Brasileira de 1988... 20

2.2.2 O Estatuto da Criança e do Adolescente... 21

2.2.3 Lei n. 10.097 de 19 de dezembro de 2000 e Decreto lei n. 5.098 de 1º de dezembro de 2005 - Lei da aprendizagem... 23

2.2.4 Lei n. 11.788 de 25 de setembro de 2008 - Lei do estágio... 27

3 CIEE - ENTIDADE QUALIFICADA EM FORMAÇÃO TÉCNICO PROFISSIONAL METÓDICA... 29

3.1 HISTÓRICO INSTITUCIONAL DO CENTRO DE INTERGRAÇÃO EMPRESA ESCOLA DO ESTADO DE SANTA CATARINA – CIEE/SC... 29

3.2 HISTÓRICO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO CIEE/SC... 32

3.3 PROGRAMAS E PROJETOS DESENVOLVIDOS PELO DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL DO CIEE/SC... 34

3.3.1 Programa de Iniciação ao Trabalho – PIT... 34

3.3.2 Consórcio social da juventude... 36

3.3.3 Escola de fábrica... 37

3.3.4 ProJovem urbano... 38

3.3.5 Programa CIEE aprendiz... 39

3.4 A EXPERIÊNCIA PRÁTICA DO ESTÁGIO E A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO CIEE/SC... 44 4 A ARTICULAÇÃO ENTRE A ATUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO E 47

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A APRENDIZAGEM... 4.1 A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PARA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

DO JOVEM ATENDIDO NO PROGRAMA... 47

4.2 ESTIMULANDO O PROTAGONISMO JUVENIL ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS... 55

5 O PERFIL DO JOVEM NO PROGRAMA DE APRENDIZAGEM DO CIEE/SC - UNIDADE DE FLORIANÓPOLIS... 60

5.1 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA DE PESQUISA CONCLUSÃO... 60

5.2 RESULTADO DA PESQUISA SOBRE O PERFIL DOS ADOLESCENTES APRENDIZES DO CIEE/SC – UNIDADE DE FLORIANÓPOLIS... 63 5.2.1 Idade... 64 5.2.2 Naturalidade... 66 5.2.3 Residência... 66 5.2.4 Sexo... 69 5.2.5 Escolaridade... 71 5.2.6 Estado civil... 75

5.2.7 Participação em projetos sociais... 77

5.2.8 Uso de drogas... 78

5.2.9 Doenças... 79

5.2.10 Índice social de prioridades de atendimento... 80

5.2.11 Trabalhos anteriores... 81

5.2.12 Escolaridade dos pais... 83

5.2.13 Cursos de aperfeiçoamento... 84

5.2.14 Atividades extra estudos... 85

5.2.15 Expectativas pós programa... 87

5.2.16 Sugestões de melhorias... 88

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 91

REFERÊNCIAS... 93

APÊNDICE... 98

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1 INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso é fruto da experiência de estágio curricular obrigatório realizado no quinto, sexto e sétimo semestres do curso de Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, compreendido no período de 2008/01 a 2009/01, no Centro de Integração Empresa Escola do Estado de Santa Catarina – CIEE/SC.

Nesse período elaborou-se um Projeto de Pesquisa tendo como principal objetivo analisar o perfil dos jovens atendidos pelo Programa CIEE Aprendiz do CIEE/SC, unidade de Florianópolis, no ano de 2008.

A preocupação com a problemática identificada deu-se com o apoio da equipe multidisciplinar da Instituição, que após inúmeras reuniões remeteu-se ao principal objetivo deste trabalho, que é o de analisar detalhadamente o perfil do jovem atendido pelo Programa CIEE Aprendiz, a fim de contribuir para melhorias na execução do programa.

Com base nos procedimentos teórico metodológicos, ético políticos e técnico operativos utilizados como instrumentos de trabalho do Serviço Social, foi possível concluir que é extremamente necessário conhecer claramente quem é o sujeito com o qual trabalhamos.

Através da prática da construção coletiva, foi possível a intervenção sistematizada com entrevistas individuais com os jovens, que possibilitaram a coleta dos dados indicadores e a identificação das carências e necessidades dos jovens participantes do Programa.

A procura por estimular o protagonismo juvenil, por meio do desenvolvimento de competências, torna-se uma constante institucional, para que desvinculados da Entidade, esses jovens tenham internalizado atitudes capazes de mantê-los focados em seus projetos de vida, de trabalho e de sociedade.

Em respeito ao jovem e a sua condição peculiar de desenvolvimento, busca-se com este trabalho contribuir com subsídios para o debate e a reflexão da prática profissional do Assistente Social na área da educação profissional e fazem-se sugestões de ações sócio educativas para uma maior integração entre Instituição, a Família e o Jovem.

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Torna-se imprescindível valorizar o trabalho do adolescente, em todas as etapas do programa, como forma de incentivo e acolhimento à família, proporcionando a elevação da escolaridade e consequentemente da qualidade de vida. Daí surge a necessidade de uma intervenção, de uma ação do Serviço Social que enfatize a importância do apoio ao jovem e todo o seu contexto familiar, por meio de iniciativas que contribuam para um desempenho efetivo e com qualidade.

Este Trabalho de Conclusão de Curso organiza-se em cinco capítulos, e a introdução é considerada como o primeiro capítulo. Na sequência, o segundo capítulo traz reflexões sobre o jovem e a sua inserção no mercado de trabalho através da contextualização do jovem brasileiro e da análise das legislações regulamentadoras que perpassam desde a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT de 1943, a Constituição Federal Brasileira de 1988 até o marco na luta contra a exploração do trabalho dos jovens: O Estatuto da Criança e do adolescente de 1990. O Estatuto da Criança e do Adolesceste que certamente viabilizou o sancionamento da Lei da Aprendizagem n. 10.097 de dezenove de dezembro de dois mil, regulamentada pelo Decreto n. 5.598 de primeiro de dezembro de dois mil e cinco, que dispõe as observações para as relações jurídicas pertinentes à contratação de aprendizes.

No terceiro capítulo, faz-se a apresentação do histórico institucional do Centro de Integração Empresa Escola do Estado de Santa Catarina – CIEE/SC, aqui destacado por ser além do conceituado agente de integração de estágios, a entidade qualificada em formação técnico profissional metódica, responsável desde a seleção dos aprendizes ao desenvolvimento de atividades teóricas e práticas, organizadas em complexidade progressiva. Originalmente cabe referenciar sobre a implementação do Serviço Social no CIEE/SC que, a partir da atuação profissional do social, começa a desenvolver programas e projetos legítimos através de construções eminentemente sócio políticas. Neste mesmo capítulo constam dados da experiência prática do estágio curricular obrigatório e da instrumentalização do Serviço Social que em complemento ao trabalho desenvolvido das disciplinas proporcionou a ampliação dos horizontes, possibilitando, através de objetivos pré determinados, a assessoria à organização por meio da realização da pesquisa e de seus resultados alcançados.

O quarto capítulo apresenta a proposta de articulação entre a atuação no mercado de trabalho e a aprendizagem, pois a teoria não está separada da prática

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ou o trabalho na empresa distanciado da formação e da realidade, do contrário, busca-se a aproximação dos métodos ao conhecimento, propondo uma abordagem integradora ao aprendiz, tudo para que ele possa absorver ao máximo o período de aprendizagem para construir ferramentas viabilizadoras de inserção no mundo do trabalho e na sociedade, vivenciando de forma plena a sua cidadania.

Portanto, a capacitação para formação profissional, torna-se de extrema relevância para o aprendiz que muitas vezes é desafiado a superar suas inseguranças e incertezas para qualificar-se para o trabalho, motivados pela obrigação de contribuir precocemente no orçamento familiar.

A fim de superar a baixa auto estima, decorrente da comum situação de desvantagem social, exclusão, fracasso escolar, o programa prevê o estímulo do protagonismo juvenil através do desenvolvimento de competências, para que ao final do programa os jovens tornem-se capazes de continuar aprendendo autonomamente, compreender os mais diversificados processos e construir argumentos.

O quinto e último capítulo apresenta os resultados obtidos por meio da pesquisa, sob a forma de gráficos e com a análise crítica correspondente, possibilitando perceber com maior visibilidade as características daquele grupo de adolescentes através do estudo do material coletado, buscando-se compreender a dinâmica das atividades desenvolvidas no Programa CIEE Aprendiz e a importância da prática profissional do Assistente Social na área da educação profissional de jovens.

Por fim, apresentam-se as considerações finais, o referencial teórico consultado para o desenvolvimento deste estudo e o material complementar em anexo.

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2 O TRABALHO DO ADOLESCENTE E SUAS LEGISLAÇÕES REGULAMENTADORAS

Apesar de causar extrema indignação, desde os primórdios da história do trabalho, constata-se a exploração do trabalho adolescente, no entanto essa exploração persiste com o passar do tempo e ganha destaque em nosso País que busca com pouco sucesso extingui-la. Apesar do surgimento de legislações de proteção ao seu trabalho, o adolescente de nosso país vê-se em situações que o obrigam muitas vezes a submeter-se às condições precárias e de exploração ocasionados pela necessidade de se promover minimamente enquanto cidadão.

2.1 CONTEXTUALIZANDO O JOVEM BRASILEIRO E A SUA INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Conforme o apontamento de inúmeros estudos, os jovens constituem um dos grupos populacionais mais afetados pela incidência do desemprego em nosso país. Diante dessa constatação, ampliar o conhecimento sobre como se dá o processo de inserção no mercado de trabalho, é uma condição necessária para enfrentar adequadamente o fenômeno do desemprego juvenil.

O cenário atual do mercado de trabalho para o jovem é desanimador, a reprodução das condições sociais desfavoráveis perpetua o ciclo da pobreza, a baixa escolaridade limita o acesso a um emprego digno com melhores rendimentos e consequentemente uma melhora na qualidade de vida.

De acordo com dados da pesquisa intitulada de População Jovem no Brasil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1999) ressalta-se o grave e generalizado quadro da violência nacional, cuja maior ênfase recai justamente na população com menos de vinte e cinco anos de idade, especialmente nos grandes centros metropolitanos do país, destacando que em 1940, eram 8,2 milhões de jovens no grupo etário de 15 a 24 anos e 30 anos depois

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estes jovens e adultos jovens já somavam 18,5 milhões. Em anos mais recentes, 1991 e 1996, os respectivos censos populacionais enumeraram 28,6 e 31,1 milhões de pessoas de 15 a 24 anos de idade.

Inicialmente cabe mencionar que o número elevado de jovens constitui um conjunto de pessoas que, efetivamente, pressiona a economia para a criação de novos postos de trabalho. Por outro lado, são estes mesmos jovens que estão expostos às mais elevadas taxas de mortalidade por causas externas.

A emergência do desemprego entre os jovens torna mais distantes as possibilidades de constituição de trajetórias ocupacionais e de vida vinculadas à ascensão social. O processo de imobilidade social pode tornar frustrada a perspectiva de construção de um futuro pelo trabalho decente, mesmo no ambiente de elevação da escolaridade.

Segundo as autoras Sposati, Falcão e Fleury (2006, p.123) o jovem desempregado compõe uma demanda específica a ser atendida pela Assistência Social:

É preciso que a política de assistência social ganhe visibilidade, no que se refere ao seu significado e à sua extensão. A assistência social no Brasil não é apenas “pronto socorro social”, mais sim o principal mecanismo pelo qual se opera a extensão de serviços de infra estrutura urbana e social aos pauperizados.

O aumento da pobreza em nosso país tem como uma de suas consequências os índices de desemprego. Dados da Pesquisa Mensal de Emprego de setembro de 2009 elaborada pelo IBGE mostra que 6,3% das pessoas desocupadas no Brasil têm até dezessete anos e 35,2% são jovens entre dezoito e vinte e quatro anos, e ainda entre os desocupados 16,6% estavam à procura do primeiro emprego, portanto cabe também a atribuição de geração de renda à assistência social.

Sem perspectivas, os jovens brasileiros sucumbem em uma série de problemas sociais como o consumo e o tráfico de drogas e da prostituição.

Dentre as diversas causas inviabilizadoras da inserção dos jovens no mercado de trabalho, destacam-se a formação educacional inadequada e a ausência de experiência anterior de trabalho.

Segundo Moraes (2002, p. 6) foge ao controle do Estado o atendimento das demandas emergentes da população, incluindo-se os jovens e ressaltando-se, aqui,

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as seguintes colocações:

Deve-se, portanto, levar em conta que os direitos sociais somente progridem quando a violência é interrompida, assumindo o Estado o seu monopólio, o que impede que grupos se armem levando horror a população. A imediata deste fato é o aumento do autocontrole das pessoas, ficando os mais fracos mais protegidos, como é o caso das crianças e dos adolescentes.

O nosso país necessita de políticas públicas para a juventude que abranjam além do trabalho, a educação, a saúde, o lazer para minimizar as consequências que se estendem às famílias, causando danos, muitas vezes, irreversíveis.

O desenvolvimento humano é, em última análise, uma permanente busca de capacitação e inserção em nichos sociais cada vez mais complexos. Demonstrar habilidades profissionais é de maneira encoberta mostrar que está apto para enfrentar e sobreviver no mundo.

Diante de tudo isso, observa-se que o trabalho para um jovem é de importância vital, mas torna-se muitas vezes uma grande e difícil barreira a ser transposta. Ao longo da história, o jovem passou por árduos testes para ser aceito no mercado de trabalho e poder conquistar essa independência. Desde muito tempo, um dilema permeia essa relação; de um lado as organizações que necessitam de mão de obra experiente e especializada, do outro, o jovem inexperiente e ávido por entrar no mercado. A inexperiência associada ao comportamento rebelde e inovador que sempre causaram desconfianças na hora de contratar um jovem.

Com frequência dois temas costumam ser mencionados ao se abordar os problemas sociais da juventude: o do desemprego e da violência.

Além dos problemas econômicos gerados pelo desemprego entre os jovens, talvez o mais grave seja que o desemprego e a baixa empregabilidade dos jovens têm contribuído para o aumento da violência, da prostituição e do consumo de álcool e drogas, assim como sua vulnerabilidade social em todo o mundo. Vários estudos correlacionam a situação de desemprego com a criminalidade juvenil.

Além de estarmos comprometendo o futuro de nosso País, são famílias inteiras abaladas em sua organização em razão da violência instalada em nossa cidade. Torna-se cada vez mais necessário efetivar ações para combater os reflexos

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da exclusão social histórica, que refletiu como consequência a situação de insegurança a qual estamos submetidos.

O poder público muitas vezes se faz ausente nas áreas de risco e de inclusão social. Existem poucas políticas públicas para atender uma grande demanda social. A facilidade com que os traficantes dominam essas áreas reflete a omissão do Estado.

Os jovens precisam de políticas sociais básicas, voltadas para geração de emprego, educação e profissionalização, as quais se constituem em ferramentas que contribuem para reverter essa dura realidade.

Investir na geração de oportunidades para a inserção e a permanência de nossos jovens no mercado de trabalho não é somente garantir melhorias na qualidade de vida, é acima de tudo viabilizar condições para o desenvolvimento econômico e sustentável do País.

Diante dessa situação, cabe aos órgãos competentes elaborar e fiscalizar as legislações que tem como fim assegurar a proteção do trabalho dos adolescentes e evitar ao máximo toda e qualquer tipo de exploração, para isso se faz necessário citar neste trabalho as legislações existentes e que teoricamente já estão em andamento no Brasil.

2.2 LEGISLAÇÕES DE PROTEÇÃO AO TRABALHO DO ADOLESCENTE

A população infantojuvenil se constitui hoje um dos segmentos mais prejudicados pelo acirramento dos problemas socioeconômico culturais que o país enfrenta.

O não oferecimento por parte do poder público de uma rede de ensino de qualidade e universal, a concentração de renda, os baixos salários, o desemprego e os desarranjos das famílias são fatores que vêm afetando diretamente a trajetória de vida de crianças e adolescentes, os obrigando a se inserirem precocemente no mercado de trabalho, no qual seus direitos como "cidadãos em condições especiais de desenvolvimento" são seguidamente desrespeitados.

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A exploração do trabalho infantil é constante motivo de preocupações e ao longo dos anos diversas legislações foram elaboradas visando o fim da exploração infantil e a proteção do trabalhador adolescente.

Historicamente a exploração da mão de obra infantojuvenil esteve presente nos mais diversos países; entretanto, a problemática que envolve crianças e adolescentes e sua mão de obra ganham destaque pelo número de ocorrências constatadas no Brasil.

Mesmo diante de tantas normas de caráter protecionista em relação ao trabalho infantojuvenil, consagradas na Constituição Federal de 1988, Consolidação das Leis do Trabalho e o Estatuto da Criança e do Adolescente, e ainda em Convenções da Organização Internacional do Trabalho ratificadas pelo Brasil, que trazem entre outras proteções, a proibição do trabalho do menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 anos, a exploração é uma realidade em nosso País.

2.2.1 A Consolidação das Leis Trabalhistas e a Constituição Federal Brasileira de 1988

Através de uma breve retrospectiva podemos constatar que em 1943, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), se estabeleceu a idade mínima de doze anos para o trabalho. Já a Constituição Federal de 1988, em seu art. 7°, inciso XXXIII, elevou para catorze anos a idade mínima para o trabalho, abrindo exceção para os aprendizes (doze anos); e o trabalho noturno, perigoso ou insalubre foi proibido para menores de 18 anos:

[...]

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

Em 1998, a Emenda Constitucional n° 20 alterou o referido inciso. A idade mínima para o trabalho passou de catorze para dezesseis anos, e a do aprendiz, de doze para catorze anos.

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2.2.2 O Estatuto da criança e do adolescente

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) promulgado em 1990 veio regulamentar os direitos e garantias assegurados às crianças e adolescentes pela Constituição de 1988, dentre eles o direito ao trabalho. Em seu capítulo V, que trata do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho, faz a seguinte menção em seus artigos 60 aos 69:

Art. 60 - É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.

Art. 61 - A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.

Art. 62 - Considera-se aprendizagem a formação técnico profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

Art. 63 - A formação técnico profissional obedecerá aos seguintes princípios:

I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular; II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64 - Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65 - Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, é assegurado os direitos trabalhistas e previdenciários.

Art. 66 - Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Art. 67 - Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não governamental, é vedado trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e às cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

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IV – realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. Art. 68 - O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada. § 1º - Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.

§ 2º - A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

Art. 69 - O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:

I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

O ECA revogou todas as disposições legais contrárias a ele, incluindo os dispositivos da CLT que contrariavam seus princípios.

O ECA se fundamenta no art. 227 da Constituição Federal Brasileira que menciona:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Coube a lei regulamentar a atividade profissionalizante do jovem, seguindo o estabelecido na Constituição Brasileira.

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2.2.3 Lei n. 10.097, de 19 de dezembro de 2000 e Decreto lei n. 5.098, de 1º de dezembro de 2005 – Lei da aprendizagem

Em 19 de dezembro de 2000, entra em vigor a Lei n. 10.097, que altera dispositivos da CLT. A Lei do Aprendiz institui que, de acordo com o seu número de funcionários, as empresas devem dar emprego a uma quota de 5 a 15% de jovens entre 14 e 24 anos. Ela institui também a responsabilidade da empresa de matriculá-los em cursos profissionalizantes ministrados por escolas técnicas, do sistema Senai Senac ou de organizações sem fins lucrativos qualificadas para o ensino de adolescentes, no qual o CIEE/SC atua enquanto entidade executora da aprendizagem. O CIEE é um agente de Integração que faz a ponte entre as empresas, as instituições de ensino e os estudantes, como já foi citado anteriormente.

A lei regulamentada pelo decreto n. 5.598 de 1º de dezembro de 2005 considera menor para todos os efeitos o trabalhador de quatorze até vinte e quatro anos, proíbe qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos e estabelece que o trabalho do adolescente não possa ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a frequência à escola.

Estabelece que o contrato de aprendizagem seja um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado não superior a dois anos, em que o empregador se compromete a assegurar ao aprendiz, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz se compromete a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.

Para fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz portador de deficiência mental deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profissionalização.

A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz à escola, caso

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não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico profissional metódica.

O descumprimento das disposições legais e regulamentares importará na nulidade do contrato de aprendizagem, nos termos do estabelecendo-se o vínculo empregatício diretamente com o empregador responsável pelo cumprimento da cota de aprendizagem.

A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz à escola, caso não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico profissional metódica. A lei entende por formação técnico profissional metódica para os efeitos do contrato de aprendizagem as atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.

De acordo com a Lei n. 10.097, a formação técnico profissional metódica deve ser realizada por programas de aprendizagem organizados e desenvolvidos sob a orientação e responsabilidade de entidades qualificadas em formação técnico profissional metódica. A formação técnico profissional do aprendiz deverá obedecer aos princípios de garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino fundamental; horário especial para o exercício das atividades; e capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Na lei são consideradas entidades qualificadas em formação técnico profissional metódica as que prestam os serviços nacionais de aprendizagem, sendo eles o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC); o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR); o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT); o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP); as escolas técnicas de educação, inclusive as agrotécnicas; e as entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivos a assistência ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), como é o caso do CIEE/SC.

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A lei ainda prevê que as entidades devem contar com estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados, e faz referência ao Ministério do Trabalho e Emprego em conjunto com o Ministério da Educação, os quais farão a elaboração das normas para avaliação da competência das entidades assistenciais.

No que se refere à obrigatoriedade da contratação de aprendizes, a lei considera que os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional e entende-se por estabelecimento todo complexo de bens organizado para o exercício de atividade econômica ou social do empregador, que se submeta ao regime da CLT.

Em complemento a legislação nos cabe citar a Portaria Nº 615, de 13/12/2007 que cria o Cadastro Nacional de Aprendizagem, destinado à inscrição das entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica

A Portaria Nº. 616 de 13/12/2007 que determina que as empresas privadas, empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades representativas de setores econômicos interessados no desenvolvimento de programas de aprendizagem corporativos poderão celebrar termos de cooperação técnica com o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, através da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego – SPPE e a Portaria Nº 618, de 13/12/2007 que cria o Selo de Responsabilidade Social denominado “Parceiros da Juventude”, que poderá ser concedido às entidades sociais, empresas, entidades governamentais e outras instituições que atuarem em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE no desenvolvimento de ações que envolvam a formação, qualificação, preparação e inserção de adolescentes e jovens no mundo do trabalho.

Para a definição das funções que demandem formação profissional, deverá ser considerada a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, sendo que ficam excluídas as funções que demandem, para o seu exercício, habilitação profissional de nível técnico ou superior, ou, ainda, as funções que estejam caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança e deverão ser incluídas na base de cálculo todas as

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funções que demandem formação profissional, independentemente de serem proibidas para menores de dezoito anos.

A prioridade para a contratação de aprendizes deverá ser dos adolescentes entre quatorze e dezoito anos, exceto quando as atividades práticas da aprendizagem ocorrerem no interior do estabelecimento, sujeitando os aprendizes à insalubridade ou à periculosidade, sem que se possa elidir o risco ou realizá-las integralmente em ambiente simulado; a lei exigir, para o desempenho das atividades práticas, licença ou autorização vedada para pessoa com idade inferior a dezoito anos; e a natureza das atividades práticas for incompatível com o desenvolvimento físico, psicológico e moral dos adolescentes aprendizes.

A aprendizagem para as atividades relacionadas somente deverá ser formalizada após a celebração de contrato entre o estabelecimento e a entidade sem fins lucrativos, no qual, dentre outras obrigações recíprocas, estabelecer-se-á que a entidade sem fins lucrativos, simultaneamente ao desenvolvimento do programa de aprendizagem, assume a condição de empregador, com todos os ônus dela decorrentes, assinando a Carteira de Trabalho e Previdência Social do aprendiz e anotando, no espaço destinado às anotações gerais, a informação de que o específico contrato de trabalho decorre de contrato firmado com determinado estabelecimento para efeito do cumprimento de sua cota de aprendizagem; e o estabelecimento assume a obrigação de proporcionar ao aprendiz a experiência prática da formação técnico profissional metódica a que este será submetido.

A contratação de aprendizes por empresas públicas e sociedades de economia mista dar-se-á de forma direta, hipótese em que será realizado processo seletivo mediante edital, e a contratação de aprendizes por órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional observará regulamento específico.

No que se refere à remuneração, ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora, entendendo-se por condição mais favorável aquela fixada no contrato de aprendizagem ou prevista em convenção ou acordo coletivo de trabalho, em que se especifique o salário mais favorável ao aprendiz, bem como o piso regional.

Sobre a jornada de trabalho a lei estabelece que a duração do trabalho do aprendiz não excederá seis horas diárias.

No estabelecimento, será formalmente designado um empregado monitor responsável pela coordenação de exercícios práticos e acompanhamento das

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atividades do aprendiz no estabelecimento, em conformidade com o programa de aprendizagem.

A entidade responsável pelo programa de aprendizagem fornecerá aos empregadores e ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), quando solicitado, cópia do projeto pedagógico do programa.

Para os fins da experiência prática, segundo a organização curricular do programa de aprendizagem, o empregador que mantenha mais de um estabelecimento em um mesmo município poderá centralizar as atividades práticas correspondentes em um único estabelecimento.

Nenhuma atividade prática poderá ser desenvolvida no estabelecimento em desacordo com as disposições do programa de aprendizagem.

Nos contratos de aprendizagem, a Contribuição ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) corresponderá a dois por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, ao aprendiz.

As férias do aprendiz devem coincidir, preferencialmente, com as férias escolares, sendo vedado ao empregador fixar período diverso daquele definido no programa de aprendizagem.

As convenções e acordos coletivos apenas estendem suas cláusulas sociais ao aprendiz quando expressamente previsto e desde que não excluam ou reduzam o alcance dos dispositivos tutelares que lhes são aplicáveis.

É assegurado ao aprendiz o direito ao benefício do vale transporte, e aos adolescentes participantes dos programas de aprendizagem com aproveitamento será concedido pela entidade qualificada em formação técnico profissional metódica o certificado de qualificação profissional, que deverá enunciar o título e o perfil profissional para a ocupação na qual o aprendiz foi qualificado.

Por fim, a lei compete ao Ministério do Trabalho e Emprego organizar o cadastro nacional das entidades qualificadas em formação técnico profissional metódica e disciplinar a compatibilidade entre o conteúdo e a duração do programa de aprendizagem, com vistas a garantir a qualidade técnico profissional.

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Entrou em vigor a Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre estágio para estudantes. O estágio é definido como ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequêntando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.

Essa Lei substitui a Lei n. 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e acrescenta benefícios como férias após um ano de estágio, auxilia no transporte, limita a jornada de estagiários de ensino médio, profissional e superior a seis horas diárias, e a dos alunos de educação especial e dos últimos anos do ensino fundamental a quatro horas diárias.

A legislação em vigor no Brasil deixa clara a impossibilidade do trabalho infantil e define que as atividades laborais desenvolvidas por adolescentes devem estar subordinadas à sua formação escolar. Apesar disso os governos Federal, Estaduais e Municipais, pouco ou nada fazem para superar tais dificuldades. Seguindo pela contramão, insistem em manter uma retórica e uma prática que intensifica os problemas sociais, ensejando situações que obrigam os jovens a se inserirem precocemente no mercado, mantêm os privilégios de setores da economia que presunçosamente se utilizam do trabalho infantojuvenil e se omitem em apresentar à população um sistema de educação e saúde de qualidade.

Seguindo esses rumos, os subestimados pelo IBGE 9,3 milhões de crianças e adolescentes que hoje trabalham no Brasil poderão ser os adultos desempregados de amanhã. Sem acesso a estudo, saúde, moradia digna e salubre e outros direitos básicos, serão obrigados a enfrentar um mercado que já retirou deles tudo o que lhe interessava com inexpressivo retorno e procura avidamente por novos jovens que estejam expostos a sua ânsia lucrativa.

Na luta contra todo o tipo de desigualdade, atualmente podemos contar com o trabalho desenvolvido por entidades sem fins lucrativos, que tem por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional, como é o caso do Centro de Integração Empresa Escola do Estado de Santa Catarina – CIEE/SC, como veremos a seguir.

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3 CIEE - ENTIDADE QUALIFICADA EM FORMAÇÃO TÉCNICO PROFISSIONAL METÓDICA

Dentre outras atividades o CIEE/SC também desenvolve a formação técnico profissional metódica dos adolescentes aprendizes, por meio do programa de aprendizagem organizado com tarefas de complexidade progressivas e extensivas ao ambiente de trabalho em consonância às exigências do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que o habilita para a execução do programa de aprendizagem e que leva em consideração a qualidade do processo de ensino, bem como acompanha e avalia os resultados.

3.1 HISTÓRICO INSTITUCIONAL DO CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA ESCOLA DO ESTADO DE SANTA CATARINA – CIEE/SC

Se faz necessário descrever sucintamente sobre a história do Centro de Integração Empresa Escola do Estado de Santa Catarina – CIEE/SC. Para tanto, se consultaram documentos disponibilizados pela organização.

O Centro de Integração Empresa Escola do Estado de Santa Catarina – CIEE/SC é uma associação filantrópica de assistência social, de direito privado, de âmbito estadual, sem fins lucrativos.

Define sua responsabilidade como essencialmente SOCIAL, de modo que promove ações sociais visando ao aprimoramento da interação das pessoas na sociedade, desenvolvendo o processo de formação profissional.

Criado em 20 de fevereiro de 19641, em São Paulo, pelo empresariado

local, tem como maior objetivo promover o acesso de jovens aos instrumentos necessários à sua inserção no mundo do trabalho, através de qualificação profissional com qualidade e responsabilidade, visando à geração de trabalho e

1 Ano em que após um golpe articulado pelas Forças Armadas contra o governo de João Goulart se

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renda. A intenção é construir uma formação profissional permanente e levar aos educandos as novidades do mercado de trabalho, criando e recriando dessa forma as atitudes que esse exige, para que eles possam não apenas ingressar no mundo do trabalho, mas também permanecer e buscar a realização de seus objetivos.

Em Santa Catarina, o CIEE/SC busca entender a conjuntura social e econômica nacional, em que cada vez mais a sociedade civil organizada faz parceria com o Estado na busca de qualidade de vida comum, e as demandas e potencialidades regionais a fim de investir de forma “diferente” para que todos tenham oportunidades “iguais”. Nos últimos anos grandes investimentos foram e estão sendo feitos na estrutura física e nos recursos humanos, para garantir que seus ideais de inclusão continuem a atingir maiores padrões de eficiência e eficácia reais para a comunidade catarinense.

O trabalho desenvolvido pelo CIEE/SC visa contribuir para a promoção da construção de um profissional comprometido com as questões sociais e com a transformação para um mundo melhor, por meio de práticas éticas e com compromisso cidadão. Mais que conhecimentos, habilidades e atitudes comportamentais, o CIEE/SC busca garantir a formação profissional para os educandos, contribuindo para sua mobilização social e tornando-os multiplicadores de cidadania.

O CIEE/SC em seu papel de Agente de Integração vem aprofundando as relações entre instituições de ensino e empresas conveniadas, e busca promover a inserção adequada dos futuros profissionais no mercado de trabalho. Por meio de programas e projetos sociais já colocou, em Santa Catarina, mais de 155.000 jovens no mercado de trabalho de acordo com os balanços sociais da Instituição.

A entidade tem objetivos filantrópicos e assistenciais de ordem social, nos termos do inciso III do art. 203 da Constituição Federal.

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

[...]

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho.

Seus principais objetivos são:

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• A atuação como Agente de Integração, administrando programas de estágios a estudantes de curso de educação superior, de ensino médio, de educação profissional de nível médio ou superior ou escolas de educação especial, em empresas privadas, órgãos públicos, capazes de ampliar o processo formativo do ensino – aprendizagem, principalmente nas áreas de profissionalização;

• Entrosamento entre Escola e Empresa ou entes públicos; • Intercâmbio das instituições de ensino e pesquisa;

• Desenvolvimento do processo educativo de formação escolar;

• A prestação de assistência social e educacional a pessoas carentes, inclusive mediante cursos gratuitos de alfabetização e educação;

• Desenvolvimento da cultura;

• A defesa da ética, da cidadania, dos direitos humanos e de outros valores universais.

A Entidade, em sua gestão executiva, abrangendo as atividades de caráter administrativo e financeiro, dispõe de um superintendente executivo que presta trabalho remunerado, com vínculo empregatício.

Seu quadro institucional é constituído por empresários, educadores, profissionais liberais e pessoas da sociedade, que emprestam seu nome e seu tempo, voluntária e gratuitamente, à instituição.

O CIEE/SC se mantém financeiramente por meio de recursos de doações e parcerias com empresas e entidades privadas. Contribuição Institucional (80,35%) paga pelas empresas parceiras por estagiário mensalmente e por meio de recursos de subvenções, convênios e parcerias com órgãos ou entidades públicas (19,65%).

O CIEE/SC não recebe receita compulsória, nem recursos públicos para manutenção e/ou custeio da entidade. Dessa forma são as parcerias dos programas de estágio, o programa de aprendizagem e os demais programas e projetos que mantém a sustentabilidade da Instituição.

Em consonância com o seu projeto ético político, o Serviço Social vem por meio de instrumentos técnico operativos intervindo nos Programas e Projetos voltados para o atendimento de jovens na organização.

No que tange a relação com as iniciativas de inserção do jovem ao mercado de trabalho e a atuação do Assistente Social é possível afirmar a

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necessidade de defender e executar ações como o Programa Adolescente Aprendiz e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), que está diretamente vinculado ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

A seguir, contextualiza-se a trajetória percorrida pelo Serviço Social no espaço ocupacional do CIEE/SC.

3.2 HISTÓRICO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO CIEE/SC

A primeira assistente social do CIEE/SC foi contratada em 1º/6/2002 para criar o departamento de Projetos Sociais e Educacionais.

Até então o CIEE/SC atuava com a ótica da psicologia, através dos recrutamentos e seleções, não se tinha muita clareza das funções e ações a serem desenvolvidas para buscar e manter as titularidades junto aos conselhos; faltava a segurança na linguagem utilizada nos relatórios e público alvo que consta no estatuto ainda não era efetivamente atendido.

A partir da iniciativa do Superintendente Executivo do CIEE/SC, identificou-se a necessidade de criar programas e projetos pautados nas políticas públicas de geração de emprego pautados inciso III art.1 da Lei Orgânica de Assistência Social que dispõe:

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.

[...]

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho.

Para o cumprimento de todas as especificações e o atendimento da demanda, o CIEE/SC conta atualmente com uma assistente social nas unidades de Itajaí, Joinville, Lages, Criciúma, São Miguel do Oeste, Chapecó e dois na unidade de Florianópolis

O profissional de Serviço Social possui autonomia para atender a grande demanda emergencial e para desenvolver projetos baseados na legislação vigente, pelo fato de a Instituição ser legalista.

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Dos referenciais teóricos e conhecimentos necessários para atuação do Serviço Social destacam-se a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o SUAS, a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o ECA, CLT, a Lei n. 10.097, de 19 de dezembro de 2000, que altera os dispositivos da CLT e o Decreto n. 5.598/05, que regulamenta a aprendizagem, e a Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio para estudantes, além da constante atualização no que se refere às políticas públicas de 1º emprego.

O CIEE/SC atua no nível de proteção básica na modalidade de apoio às Ações de Inclusão e Reinserção Profissional para adolescentes – Jovens e Adultos.

Ao Serviço Social cabe identificar as prioridades de intervenções, ou seja, coletar dados e interpretá-los para que o público alvo da instituição seja de fato atendido, levando-se em consideração critérios de relevância e de viabilidade.

Segundo Baptista (2002, p. 73), ao planejador social cabe a seguinte postura:

O planejador que pretende criar condições para uma intervenção que conduza a mudanças significativas – não apenas na singularidade do seu objeto, mas na particularidade da situação e na universalidade das relações sociais - deve necessariamente procurar superar os limites do enforque situacional para identificar prioridades de intervenção, adotando uma visão que não reduza a ação à imediaticidade.

A partir da identificação do problema no qual se faz necessário atuar, fica viável traçar as estratégias de ação, definir os objetivos e o estabelecimento de metas, que também se constituem em atribuições do Serviço Social na Instituição.

Para a Instituição definir seus objetivos significa antecipar os resultados esperados em oposição às decisões tomadas emergencialmente, embora que no decorrer dos processos os objetivos são passíveis de alterações, entretanto aumentam as chances de atingir o crescimento, seja ele a curto, médio ou longo prazo.

De acordo com os autores Michael Jucius e Schlender apud Baptista (2002, p. 117) “são indicados cinco princípios aplicáveis na definição dos objetivos para garantir a sua efetividade: aceitabilidade, exequibilidade, motivação, simplicidade e comunicação”.

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Atualmente o departamento de Serviço Social da Instituição é responsável por controlar os programas2 e projetos3 de primeiro emprego, para Baptista (2002)

em planejamento, o controle é instrumento de apoio e racionalização da execução, no sentido de assegurar a observância ao programado, prevenindo desvios.

Para a Instituição o controle das ações viabiliza a avaliação dos resultados que periodicamente são apresentados aos órgãos fiscalizadores que em consonância com os dados emitem as certificações, garantem as isenções fiscais que transformam o CIEE/SC em uma entidade beneficente e de assistência social.

3.3 PROGRAMAS E PROJETOS DESENVOLVIDOS PELO DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL DO CIEE/SC

Neste item apresentam-se os programas e projetos desenvolvidos pelo CIEE em Santa Catarina e que são acompanhados pelos assistentes sociais.

3.3.1 Programa de Iniciação ao Trabalho – PIT

O Programa de Iniciação ao Trabalho consiste em um meio de qualificar o jovem para a inserção e permanência no mercado de trabalho, passando informações técnicas e práticas sobre a vida profissional, por meio de cursos gratuitos.

As aulas, com carga horária em média de 60 horas, integram estratégias pedagógicas que estimulam os jovens a interagirem entre si na busca de soluções para as rotinas do dia a dia num ambiente competitivo, valorizando a ética e o espírito empreendedor. Mais que conhecimentos, habilidades e atitudes, possibilitam

2

É o documento que detalha, por setor, a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais.

3 É o documento que sistematiza e estabelece o traçado prévio da operação de um conjunto de

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a assimilação de técnicas através de situações reais das relações de trabalho, atuando sobre as necessidades e as exigências postas pelo mercado de trabalho.

As estratégias pedagógicas adotadas para o desenvolvimento do PIT proporcionam aos estudantes participação ativa e condições de aprender a aprender, com avaliação contínua e sistemática, voltada para a auto aprendizagem.

O programa distribui gratuitamente materiais didáticos. As turmas são compostas de vinte e cinco a trinta alunos, selecionados por questionário socioeconômico examinados por assistentes sociais do CIEE/SC.

Visa fornecer conhecimentos técnicos e práticos e desenvolver conhecimentos, habilidades e competências que possam contribuir para a formação de um profissional que atenda as novas exigências do mundo do trabalho.

São priorizados instrumentos de avaliação integradores de conteúdos trabalhados e estimuladores da autonomia na aprendizagem, que envolvam atividades realizadas individualmente e em grupo e forneçam indicadores da aplicação, no contexto profissional, dos conhecimentos e habilidades aprendidas.

A avaliação do desempenho do aluno se baseia nos atributos (conhecimentos, habilidades e valores) das competências definidas nos perfis de conclusão caracterizados neste plano de curso. Deverá ser contínua e acumulativa e possibilitar o diagnóstico sistemático do ensino aprendizagem, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e os resultados obtidos ao longo do processo de aprendizagem somados a conceitos que são frutos de uma avaliação processual composta por auto avaliação, avaliação dos educadores e do grupo.

A frequência mínima obrigatória às aulas é de 75% do total de horas de cada módulo, podendo haver compensação de ausências, conforme critérios estabelecidos na proposta pedagógica. Para isso, usa-se como indicador as listas de chamada que são preenchidas diariamente.

Um outro indicador é o número de parcerias e convênios assinados com empresas, que vêm crescendo gradativamente. Estas empresas e instituições têm o papel de fomentar novas alternativas de emprego e renda para os jovens inclusos no Programa.

A verificação da eficácia e efetividade do Programa também é mensurada e vem se confirmando pelo número crescente de contratações de jovens em

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programas de estágio, bem como pela contratação no Mercado Formal, que passaram pelo Projeto.

Todos os estudantes que participam do Programa automaticamente são encaminhados às empresas.

Público alvo: Jovens maiores de 16 anos e em situação de vulnerabilidade social.

3.3.2 Consórcio Social da Juventude

O governo Federal assumiu a tarefa de promover mudanças na realidade brasileira para gerar desenvolvimento econômico com inclusão social. Esse compromisso vem se materializando por meio de políticas governamentais como o “Fome Zero” e o “Programa Primeiro Emprego” dentre outros de grande relevância.

Idealizado pelo Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego, o Consórcio Social da Juventude é um projeto que não fecha os olhos para a realidade do País. É uma iniciativa do Governo Federal através do Ministério do Trabalho e Emprego em parceria com a sociedade civil na execução das ações do Programa Nacional do Primeiro Emprego – MTE, com foco em três eixos de organização: fomento à geração de postos de trabalho formais e informais, preparação para o primeiro emprego e articulação com a sociedade civil.

Oferece oportunidades para que os jovens excluídos integrem-se à sociedade por meio do trabalho. Isso acontece através de um programa de capacitação de 400 horas em que adolescentes e jovens de baixa renda são treinados para se tornar profissionais competentes.

Em Santa Catarina, o CIEE faz parte do Consórcio denominado Aroeira, e em 2007 atendeu 155 jovens que participaram dos cursos “Atendimento ao Público” e “Soluções em Informática” e em 2008 atendeu 90 jovens com o curso “Operador de Caixa”, ministrados na própria instituição ou em instituições de ensino da rede pública, em parceria com o Centro Cultural Escrava Anastácia. Os estudantes que participaram do projeto receberam uma bolsa auxílio de R$ 120,00, alimentação, transporte, uniforme e material didático.

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O Ministério do Trabalho e Emprego revela-se disposto a desempenhar um papel mais presente na sociedade civil enquanto promotor das mudanças em relação ao mundo do trabalho, colocando na ordem do dia temas como economia solidária, primeiro emprego para a juventude, reforma trabalhista e estimulando a participação da cidadania.

O Consórcio Social da Juventude tem como objetivo geral promover a criação de oportunidades de trabalho, emprego e renda para os jovens em situação de maior vulnerabilidade social, por meio da mobilização e da articulação dos esforços da sociedade civil organizada.

O público beneficiado são jovens de ambos os sexos, na faixa etária dos 16 aos 24 anos, em situação de desemprego, oriundos de famílias de renda per capita de até ½ salário mínimo e com defasagem escolar, com prioridade de acesso para jovens em conflito com a lei, jovens em situação de rua ou abandono familiar, jovens com deficiências, jovens afro descentes, jovens indígenas e jovens de outros segmentos sociais tradicionalmente excluídos das políticas públicas.

Público alvo: Jovens maiores de 16 anos e em situação de vulnerabilidade social que nunca tenham tido vínculo empregatício.

3.3.3 Escola de fábrica

O Projeto Escola de Fábrica tem a finalidade de promover formação profissional inicial e continuada a jovens de baixa renda. A seleção dos jovens que integram as equipes de formação profissional deste projeto acontece a partir do preenchimento de um questionário socioeconômico desenvolvido pelo CIEE/SC, em consonância com a Lei Orgânica da Assistência Social, atingindo assim o seu público.

O CIEE é parceiro do MEC na execução do Escola de Fábrica – Programa do Governo Federal que oferece a oportunidade de formação profissional inicial e continuada a jovens de baixa renda, mediante cursos ministrados nas

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empresas. A meta é viabilizar a formação humana e social do estudante, acompanhada da iniciação à formação para o trabalho.

O Programa é voltado para os jovens entre 16 e 24 anos, que possuam renda familiar mensal per capita de até um salário mínimo e meio. Precisam estar matriculados na educação básica regular da rede pública ou na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, prioritariamente no ensino de nível médio.

O jovem matriculado no Programa Escola de Fábrica recebe uma bolsa auxílio de R$150 mensais, desde que atenda às condições estabelecidas pelo MEC/FNDE, durante o período do curso, compreendido de no mínimo seis meses. O CIEE é responsável pela captação das empresas parceiras para gerir o programa e também a escolha dos cursos voltados à realidade de cada região.

Público alvo: Jovens de 16 a 24 anos; priorizando aqueles em situação de risco e pertencentes aos grupos historicamente descriminados, sejam eles os negros, índios, portadores de necessidades especiais e autores de autos infracionais, salvo em situação de atividade insalubre, onde a idade mínima exigida será de 18 anos.

Jovens provenientes de famílias com renda inferior a 1 (um) salário mínimo e meio per capita.

Jovens matriculados na rede pública de ensino regular do Ensino Fundamental ou no percurso do Ensino Médio, bem como os que concluíram a alfabetização no programa Brasil Alfabetizado e que estejam matriculados ou ingressando na Educação de Jovens e Adultos.

3.3.4 ProJovem urbano/trabalhador

ProJovem Trabalhador, que unifica os programas Consórcio Social da Juventude, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica e visa à preparação dos jovens para o mercado de trabalho e ocupações alternativas geradoras de renda.

O ProJovem tem como finalidade proporcionar formação integral aos jovens, por meio de uma efetiva associação entre:

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