Unidades
de Saúde
Na chamada rede básica de saúde há vários tipos de unidades de saúde que
apresentam estruturas diversas e com diferentes capacidades de resolver
situações simples e/ou complexas, que variam desde menores, como
Consultórios Simplificados e Postos de Saúde (PS), aos maiores, os Centros
Municipais de Saúde (CMS), passando por unidades intermediárias e de
caráter misto, como as Unidades Integradas de Saúde ou as Policlínicas, que
fazem atendimento básico e hospitalar. Hoje, um novo modelo de atenção à
saúde no município, que busca maior capilaridade e alcance desses serviços,
vem sendo implementado pelo Programa de Saúde da Família.
A partir da composição dessa rede de unidades e sistema de saúde,
pode-se esperar por sua complexidade, que nem todas as situações
que interferem com a saúde dos membros da comunidade escolar
e/ou vivenciadas no dia-a-dia da escola poderão ser resolvidas
imediatamente na unidade de saúde da sua área de abrangência.
A Unidade Básica de
Saúde, ou Posto de Saúde
É um serviço de saúde que visa ao atendimento básico e primário; sua maior tarefa é a prevenção, embora possa prestar atendimen-tos clínicos e laboratoriais, mais simples. É na rede básica, repre-sentada pelo Posto de Saúde (PS), que as pessoas devem se
cadas-trar como clientes e estarem aten-tas para os procedimentos de pre-venção, mesmo que não estejam doentes, pois ela deve represen-tar a porta de entrada do usuário no sistema de saúde. O Programa de Saúde da Família também de-sempenha esse papel.
A Unidade de
Saúde da Família
É um serviço de saúde que visa à prevenção, promoção e assis-tência à saúde dentro das comunidades do município. As equipes não se restringem a essa sede, mas atuam ativamente nessas co-munidades, por exemplo, por meio de visitas domiciliares, estrei-tando relação mais direta com a realidade dos indivíduos e da coletividade. Assim trabalha com princípios básicos como “territorialização” (territorialidade), população geograficamente delimitada e cadastramento familiar.
O Hospital
É o serviço de saúde que está voltado para atendimentos especia-lizados, consultas, exames, tratamentos, cirurgias e outros procedi-mentos mais complexos, além das situações de emergência.
Outro papel importante dos hospitais é o de realizar procedimentos mais
complexos, como cirurgias, exames diagnósticos, tratamentos e outras situações
que necessitam de acompanhamento do paciente com internação hospitalar.
Um exemplo de situação vivida pela comunidade escolar é quando um aluno sofre algum ferimento ou “corte” por acidente durante sua es-tada na escola. Ele pode ser atendi-do no Posto de Saúde mais próximo, contudo, se ele precisar de sutura, ou seja, “levar pontos” para fechar o ferimento, terá que ser encaminha-do a um Serviço de Emergência em que há material próprio e mais ade-quado a esse procedimento.
Outro exemplo de situação que in-dica a entrada do usuário nos servi-ços de saúde: um homem de 50 anos com pressão alta, peso elevado e com dores no peito procura atendimento no posto de saúde mais próximo de sua residência. Ao ser examinado por um clínico geral, é diagnosticada a ne-cessidade de consulta com cardio-logista e de eletrocardiograma para avaliar suas condições cardíacas. Como, pelo grau de complexidade, o Posto de Saúde não dispõe desses ser-viços, o paciente, depois de atendido, deverá ser encaminhado para uma unidade especializada de maior porte
e com maior poder de resolução para que ele receba todos os procedimen-tos necessários. Contudo, em emer-gência, se nessa situação os sintomas parecessem mais graves e houvesse sido detectada a possibilidade de enfarte do miocárdio, a ordem de bus-ca pela unidade de saúde se modifi-caria e o hospital deveria ser procura-do imediatamente.
Os hospitais representam, pois, os serviços responsáveis pelos atendi-mentos de emergência, situações que necessitam de atendimento rápido para interromper e/ou corrigir uma si-tuação aguda que se instalou subita-mente comprometendo as condições de saúde do indivíduo e/ou nos ca-sos em que há, inclusive, risco de vida. Vale lembrar que quando o paci-ente procura diretampaci-ente o hospital, quer pela gravidade do seu estado de saúde ou não, é importante dar se-qüência ao seu atendimento, direcio-nando-o posteriormente a uma das unidades básicas de saúde ou unida-de unida-de saúunida-de da família unida-de referência próximas ao seu local de moradia.
É importante dizer que nas situações em que houver risco de
vida, TODO E QUALQUER SERVIÇO DE SAÚDE É OBRIGADO A
PRESTAR O ATENDIMENTO INICIAL E/OU OS PRIMEIROS
SOCORROS, ainda que ele não esteja aparelhado adequadamente.
Porém, é bom lembrar que cada tipo de unidade presta um
atendimento compatível com sua aparelhagem e quando houver
limitação para determinados atendimentos, a pessoa deverá ser
encaminhada para outra unidade. Para isso é necessário saber
ONDE encontrar a unidade da rede de saúde, que possibilita o
atendimento necessário.
Ao procurar um serviço de emergência hospitalar, o usuário
deverá ter suas necessidades atendidas de modo integral, ou
seja, ele precisa ser considerado como um ser humano na
totalidade do seu contexto, com necessidades que muitas vezes
estão além da causa maior que o levou a procurar o serviço de
emergência. É necessário que o sistema de saúde esteja atento
para outras questões que o envolvem, por exemplo, situação de
estresse e angústia, necessidade de apoio em outros aspectos que
variam inclusive com sua faixa etária e requerem outros
atendimentos, especialistas ou outros olhares e cuidados, como
psíquicos e sociais. O paciente pode precisar de um
acompanhante, deve receber informações adequadas que podem
ser repassadas e/ou compartilhadas com seus familiares etc.
A porta de entrada dos usuá-rios no Sistema de Saúde deve acontecer pela rede básica de saúde: Postos de Saúde (PS), Cen-tros Municipais de Saúde (CMS) ou Unidades de Saúde da Famí-lia. Ainda que em algumas ocasi-ões ela se inverta, o fato da co-munidade conhecer os serviços disponíveis da sua região favo-rece a melhor utilização dos
ser-É direito do cidadão dispor de serviços de saúde que atendam suas necessidades
É dever do poder público e dos profissionais de saúde prestar atendimento,
solicitar exames ou indicar profissionais ou serviços especializados de maior
complexidade, sempre que necessário.
Portanto, é importante conhecer melhor a unidade de saúde de referência do local de moradia ou de abrangência da escola, bem como o perfil de atendimento e as outras referências em saúde para situações mais específicas. Assim, podem ser utilizadas de melhor forma e estimular o controle social pela qualidade do aten-dimento prestado.
viços de saúde e daquilo que eles podem oferecer. Por sua vez, os serviços podem fazer maior divul-gação junto às comunidades do que têm para oferecer à popula-ção. Tudo isso pode facilitar ou melhorar o entrosamento dos ser-viços de saúde com a comunida-de e estimular a participação do usuário no controle e na quali-dade dos serviços.
Conhecer e anotar os dias e horários de: coletas de exames,
tipos de exames e consultas que a unidade oferece, como
acompanhamento pré-natal das gestantes, disponibilidade
de médicos, outros profissionais e especialistas, além de
programas de saúde e programas sociais vinculados à
unidade de saúde, grupos de trabalho, grupos de adolescentes,
atividades de salas de espera, disponibilidade de métodos
contraceptivos, práticas educativas e outros atendimentos.
E, por meio do SUS, determinados serviços com menor disponibili-dade na rede pública podem ser adquiridos na rede privada ou parti-cular, por exemplo, com as clínicas conveniadas que passam a receber recursos públicos, recolhidos por meio dos impostos pagos, para atender a população que deles necessita e precisa ter acesso.
Com o Sistema Único de Saú-de (SUS), algumas UnidaSaú-des Saú-de Saúde da esfera estadual ou fe-deral passam para a gestão da Prefeitura por intermédio da Se-cretaria Municipal de Saúde, tor-nando-se unidades municipaliza-das. Na prática, o gestor único visa à racionalização e descen-tralização do próprio gerencia-mento das ações e dos recursos
“Os diferentes tipos de serviços de saúde formam uma grande rede,
a rede que compõe o Sistema Único de Saúde - SUS”, que deve ser:
• regionalizada: oferta de serviços por regiões
• hierarquizada: cada unidade tem um grau de complexidade dos
procedimentos mais simples aos mais complexos
• descentralizada: estar cada vez mais próximos da gestão da população
da saúde por uma única instân-cia. Nessa situação, os profissio-nais continuam exercendo suas atividades na unidade e deve pre-valecer a perspectiva de atendi-mento integral à população, que só teria a ganhar com essa me-lhor equação de recursos huma-nos, de equipamentos instalados e financeiros para melhoria das suas condições de saúde.
Algumas propostas para encaminhar reflexões
e os cuidados em saúde na escola
Emergência ou não?
Para entender melhor quando a situação é de emergência ou
não, promova discussões na comunidade de sua escola e
selecione três exemplos de situações que forem levantadas e os
encaminhamentos dados. Verifique se elas eram ou não de
emergência ou se teriam outras soluções!
1.__________________________________________________
2.__________________________________________________
3.__________________________________________________
Discussão com os alunos e/ou com a comunidade
• Que doenças ocorrem com mais freqüência na escola e o que
provavelmente as originam?
• Como essas situações de doenças têm sido enfrentadas pela
comunidade escolar?
• Os atendimentos necessários puderam ser feitos na unidade
de saúde mais próxima da escola ou não? Por quê?
• Analise as soluções que foram encontradas para as situações
de doenças ocorridas. Poderiam ter tido outras soluções e
encaminhamentos que garantissem melhor atendimento e
atenção?
Em grupo, reflita e identifique
• Quais as atividades que existem hoje na escola e/ou na
comunidade que promovem a saúde e a qualidade de vida da
comunidade?
• Que outras atividades poderiam ser incentivadas na escola
e/ou na comunidade para promover a saúde e a melhoria
da qualidade de vida na escola?
• Que tipo de parceria poderia ser feita com a unidade de
saúde de referência de sua escola? Quais as atividades que
poderiam ser acordadas nessa parceria?
Você pode ajudar muito,
quer saber como?
a) Fazendo um levantamento do que precisa ser melhorado no atendimento à saúde da popu-lação de sua comunidade, esco-la ou família.
b) Discutindo com a comu-nidade questões relacionadas às necessidades para me-lhorar suas condições de saú-de e saú-de vida.
c) Aprimorando o conhecimento das pessoas em relação aos fa-tores determinantes de suas condições de saúde, mas tam-bém em relação aos serviços de saúde existentes e disponíveis à comunidade.
d) Usando as situações do coti-diano da escola para
promo-ver uma reflexão com os alu-nos sobre a importância deles nessa parceria entre educação e saúde.
e) Preparando os alunos para se tor-narem agentes promotores de saúde em suas famílias e na co-munidade, por meio de uma ação escolar que integre debates so-bre direitos e deveres de todos e sobre os serviços de saúde que a comunidade dispõe.
f) Identificando grupos ou pes-soas na comunidade que já se mobilizam para essas questões, como saúde e qualidade de vida, e que possam contribuir na discussão com os alunos, por exemplo.
saúde e
educação
Redes Municipais de
A rede municipal de saúde do Rio de Janeiro consta de 108 uni-dades básicas de saúde, 25 hospitais, 6 materniuni-dades e, até agosto de 2005, com 76 equipes de saúde da família e 742 agentes comu-nitários de saúde. Esses dois últimos representam, respectivamente, uma cobertura estimada de 291.256 e 671.650 habitantes, cober-tura de cerca de 15,7% da população total da cidade. Essa é a maior rede de serviços públicos de saúde do país e pressupõe-se que a Secretaria Municipal de Saúde atue em gestão plena após a municipalização de alguns serviços que seriam de outras esferas do governo. A expansão do Programa de Saúde da Família está estima-da para a formação de mais equipes, ampliando a capilariestima-dade e a abrangência dessa rede a maior parte da população. Com um qua-dro de profissionais da ordem de 39 mil servidores, foram realiza-das em 2001, por exemplo, cerca de 7,7 milhões de consultas ambulatoriais (consultas médicas) por ano na rede municipal de saúde (DATASUS/SAI/2001).
A rede municipal de educação também é a maior rede municipal de ensino fundamental do país, com 1.054 escolas, 203 creches e 750 mil alunos. Ela conta com um quantitativo estimado de 40 mil professores.
Um rápido olhar nessas dimensões pode pressupor a magnitude do desafio de articular as Políticas de Saúde e de Educação. Há ne-cessidade de se estabelecer estratégias que permitam universalizar as ações de saúde e de educação à população carioca, como na for-mulação de Programas de Saúde Escolar que contribuam para me-lhorar a qualidade de educação, saúde e das condições de vida da comunidade escolar, além da articulação dessas às outras Políticas Sociais da Prefeitura para que se busque o Rio de Janeiro como uma Cidade Saudável.
Arquivo: ACS/SMS
Arquivo: ACS/SMS
Estratégia de
Saúde da Família
(ESF)
Originalmente chamado de Programa de Saúde da Família (PSF), hoje tem recebido a denominação de Estratégia de Saúde da Fa-mília.
Na área da Saúde, diante da necessidade de reorganizar a atenção básica e solidificar o Sistema Único de Saúde, foi pensada uma estratégia de atendimento à população dife-rente do modelo tradicional, denominada de Programa de Saúde da Família.
Com a proposta de reverter, por exemplo, características ou posturas passivas do mode-lo de atendimento de unidades de saúde, que, na maioria das vezes, apenas atendem a de-manda que chega até elas e apontam
encami-nhamentos para especialistas, esse novo mo-delo de Atenção à Saúde constitui-se por equi-pes de saúde que atuam diretamente na co-munidade, identificando seus problemas e às necessidades das pessoas e famílias que mo-ram numa determinada região. A partir desse olhar, as equipes de saúde trabalham de modo planejado, organizando e priorizando a aten-ção às necessidades identificadas, além de si-nalizar melhor a unidade de referência para os usuários de cada comunidade.
Com atuação mais ativa da equipe de saúde, em parceria com a comunidade, estima-se favo-recer, sobremaneira, a formação de um vínculo entre os moradores e os serviços de saúde.
Com esse vínculo, espera-se melhorar o grau de resolutividade das ações de saúde na co-munidade e que se estabeleça, mais efetiva-mente, um sistema de referência e contra-re-ferência, ou seja, um elo entre os profis-sionais e serviços de saúde e a população, o que deve possibilitar melhoria da qualidade da atenção integral à saúde. Além disso, a implantação dessas equipes e a atuação de
novos atores na comunidade presumem mai-or capilaridade da rede de saúde no municí-pio do Rio de Janeiro, favorecendo abertura da rede de saúde à população, na qual se in-clui a comunidade escolar.
Ao possibilitar a revisão do modelo de saú-de existente, essa proposta se apresenta mais como uma Estratégia de Saúde do que um Pro-grama de Saúde.
Nesse sentido, além das atividades de assistência, as equipes de saúde da
família desenvolvem outras atribuições fundamentais, como: planejamento
de ações, promoção de saúde, vigilância à saúde e de fatores de risco,
trabalho intersetorial e interdisciplinar e abordagem integral da família.
A rede municipal de saúde se constitui, assim, com todas essas unidades e serviços, que se organi-zam de modo hierárquico, apresentam diferentes graus de resolutividade e devem estar constituindo um sistema regionalizado e descentralizado com o propósito de favorecer, da melhor forma possível, o acolhimento das pessoas com uma atenção à saúde mais integral e humanizada.
A equipe da Estratégia de Saúde da Família é for-mada, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um a dois auxiliares de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde, que acompanham de 600 a 1.000 famílias. Para cada equipe de saúde da famí-lia são inseridos ainda: um dentista, um técnico de
higiene dental e um atendente de consultório dentário. Outros profissionais poderão se inserir nes-se Programa em função das necessidades.
A implantação de equipes da Estratégia de de da Família e de Agentes Comunitários de Saú-de pressupõe dar maior capilaridaSaú-de a reSaú-de Saú-de saúde e favorecer a porta de entrada da popula-ção no sistema de saúde. Sua implantapopula-ção está prevista principalmente para áreas de difícil acesso aos serviços de saúde, com menores índices de desenvolvimento humano (IDH), naquelas com in-dicadores de saúde mais desfavoráveis e em regi-ões em que há maiores riscos para a saúde da po-pulação local.