• Nenhum resultado encontrado

Responsabilidade Civil para Concursos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Responsabilidade Civil para Concursos"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

Responsabilidade Civil

para Concursos

(2)
(3)

Renato Souza Oliveira Junior

Advogado da União Mestre em Direito pelo UNICEUB.

Responsabilidade Civil

para Concursos

Abordagem simplificada de acordo com a melhor

doutrina e jurisprudência atualizada e mais

de 100 questões de concursos públicos

e exames da Ordem

(4)

Índice para catálogo sistemático: EDITORA LTDA.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

R

Rua Jaguaribe, 571 CEP 01224-001 São Paulo, SP — Brasil Fone (11) 2167-1101 www.ltr.com.br Janeiro, 2012

Todos os direitos reservados

1. Brasil : Concursos públicos : Direito civil 347(81)(079.1)

Oliveira Junior, Renato Souza

Responsabilidade civil para concursos / Renato Souza Oliveira Junior. — São Paulo : LTr, 2012.

“Abordagem simplificada de acordo com a melhor doutrina e jurisprudência atualizada e mais de 100 questões de concursos públicos e exames da Ordem”.

1. Direito civil — Brasil — Concursos 2. Responsabilidade (Direito) — Brasil I. Título.

11-09187 CDU-347(81)(079.1)

Versão impressa - LTr 4495.7 - ISBN 978-85-361-1988-5 Versão digital - LTr 7294.2 - ISBN 978-85-361-2061-4

(5)

À minha esposa, Jacqueline. Você sempre foi meu porto seguro.

(6)
(7)

Sumário

Prefácio ... 11

Introdução ... 15

CAPÍTULO I — Noções iniciais 1. A responsabilidade ... 17

2. Responsabilidade civil vs. responsabilidade penal ... 17

3. Responsabilidade contratual vs. responsabilidade extracontratual ... 18

4. Obrigação vs. responsabilidade ... 18

5. Características da obrigação de indenizar ... 19

6. Conceito de responsabilidade ... 19

7. Evolução histórica ... 21

8. Natureza jurídica ... 22

9. Funções ... 22

10. Quadro sinótico da responsabilidade civil ... 23

CAPÍTULO II — Pressupostos gerais da responsabilidade civil extracontratual subjetiva 1. Conduta humana culposa ... 25

1.1. A conduta humana ... 26

1.2. Imputabilidade ... 26

1.3. Responsabilidade por fato próprio, de outrem e da coisa ... 28

1.4. Conduta humana e ilicitude ... 28

1.5. Culpa lato sensu ... 29

1.6. Culpa stricto sensu ... 30

1.6.1. Definição e elementos ... 30

1.6.2. Formas de manifestação da culpa ... 31

1.6.3. Espécies de culpa ... 31

2. Nexo causal ... 33

(8)

2.2. Teorias do nexo causal ... 34

2.3. Teoria adotada pelo Código Civil de 2002 ... 37

2.4. Concorrências de causas ... 38

2.5. Concausa ou causalidade múltipla ... 40

2.5.1. Conceito ... 40

2.5.2. Espécies ... 40

2.6. Solidariedade ... 42

2.7. Exclusão do nexo causal ... 43

2.7.1. Estado de necessidade ... 44

2.7.2. Legítima defesa ... 45

2.7.3. Exercício regular de direito ... 47

2.7.4. Estrito cumprimento do dever legal ... 47

2.7.5. Caso fortuito e força maior ... 48

2.7.6. Culpa exclusiva da vítima ... 50

2.7.7. Fato de terceiro ... 51

2.8. Cláusula de não indenizar ... 52

3. Dano ... 54

3.1. Conceito ... 54

3.2. Requisitos do dano indenizável ... 55

3.3. Formas de reparação de danos ... 55

3.4. Espécies de dano ... 55

3.4.1. Dano patrimonial ou material e os critérios de ressarcimento ... 55

3.4.2. Dano pela perda de uma chance ... 56

3.4.3. Dano reflexo, indireto ou em ricochete ... 58

3.4.4. Dano moral, não patrimonial, imaterial ou extrapatrimonial ... 59

3.4.4.1. Personalidade ≠≠≠≠≠ Capacidade ... 60

3.4.4.2. Definição de dano moral ... 60

3.4.4.3. Configuração do dano moral ... 61

3.4.4.4. Transmissibilidade do dano moral ... 63

3.4.4.5. Legitimidade ativa da ação de danos morais ... 64

3.4.4.6. Arbitramento do dano moral ... 66

3.4.4.7. Prefixação legal da indenização por dano moral ... 66

(9)

3.4.5. Dano estético ... 67

3.5. Liquidação dos danos ... 68

3.5.1. Técnicas de liquidação dos danos ... 68

3.5.2. Morte da vítima ... 69

3.5.2.1. Danos materiais ... 69

3.5.2.2. Danos morais ... 71

3.5.3. Permanente redução da capacidade laborativa da vítima ... 71

3.5.4. Súmulas sobre liquidação dos danos ... 71

3.6. Prazo prescricional ... 72

Questões ... 73

CAPÍTULO III — Pressupostos gerais da responsabilidade civil objetiva e a teoria do risco 1. Introdução ... 92

2. Teoria do risco ... 93

2.1. Atividade de risco ... 93

2.2. Modalidades de risco ... 94

2.3. Dever de segurança ... 96

3. Responsabilidade objetiva e a redução equitativa da indenização ... 96

4. Abuso de direito ... 96

4.1. Exemplos de abusos de direito ... 97

4.2. Abuso de direito em comunidades e páginas de relacionamento da internet ... 99

5. Responsabilidade civil do Estado ... 99

5.1. Agentes estatais ... 101

5.2. Pressupostos da pretensão ressarcitória ... 101

5.3. Causas excludentes da responsabilidade estatal ... 102

5.4. Caso de responsabilidade subjetiva do Estado: a responsabilidade por omissão .... 102

6. Responsabilidade civil no Código de Defesa do Consumidor ... 104

6.1. Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço ... 104

6.1.1. Responsabilidade pelo fato do produto ... 104

6.1.2. Responsabilidade pelo fato do serviço ... 105

6.2. Responsabilidade por vício do produto e do serviço ... 106

6.2.1. Vícios de qualidade ... 106

(10)

6.2.3. Prazos decadenciais ... 108

6.2.4. Tabela comparativa: os vícios no CC/02 e no CDC ... 108

6.3. Responsabilidade civil dos profissionais liberais ... 109

7. Responsabilidade civil por dano ambiental ... 111

Questões ... 112

CAPÍTULO IV — Responsabilidade civil por ato de terceiro 1. Introdução ... 126

1.1. Natureza da lista do art. 932: se taxativa ou exemplificativa ... 127

1.2. Dever de vigilância ... 127

1.3. Responsabilidade solidária e o direito de regresso ... 127

2. Responsabilidade civil dos pais pelos atos dos filhos ... 128

2.1. Responsabilidade subsidiária do menor ... 128

2.2. Indenização equitativa ... 129

3. Responsabilidade civil dos tutores e curadores pelos atos dos tutelados e curatelados ... 129

4. Responsabilidade civil do empregador ou comitente pelos atos dos seus empregados, serviçais ou prepostos ... 130

4.1. Exclusão da responsabilidade e teoria da aparência ... 131

4.2. Ação regressiva ... 131

5. Responsabilidade civil dos donos de hotéis, hospedarias e estabelecimentos educacio-nais pelos atos de seus hóspedes, moradores e educandos ... 132

6. Responsabilidade civil pelo produto de crime ... 132

7. Responsabilidade dos empresários individuais e das sociedades empresariais por danos causados por produtos ... 133

Questões ... 134

CAPÍTULO V — Responsabilidade civil pelo fato da coisa e do animal 1. Introdução ... 146

1.1. Natureza da responsabilidade ... 146

1.2. O guardião ... 147

2. Responsabilidade civil pela guarda de animal ... 148

3. Responsabilidade civil pela ruína de edifício ou construção ... 149

4. Responsabilidade civil pelas coisas caídas de edifícios ... 150

Questões ... 151

Gabaritos ... 155

(11)

Prefácio

Honrado pelo convite do autor para prefaciar a publicação de seu trabalho, e reconhecendo a sua excelência, cheguei à conclusão de que, em primeiro lugar, caberia a mim, no prefácio, fazer uma breve apresentação de Renato.

Conheci Renato logo após entrar em exercício na Consultoria Jurídica do Ministério das Relações Exteriores, no início de 2007. Em verdade, só vim a conhecê--lo pessoalmente alguns dias depois, já que ele se encontrava em viagem a serviço para o exterior. Mas, antes mesmo de sermos devidamente apresentados, os colegas já haviam me relatado sua competência técnica, seu comprometimento com o serviço público, além do seu excelente humor, como bom baiano que é.

A partir do momento que fomos apresentados, pude comprovar, pessoalmente, todas as qualidades e virtudes já destacadas pelos colegas, além de perceber naquele jovem advogado da União um interesse também pelo magistério e pelas letras jurídicas.

A competência e a dedicação do amigo não tardaram a lhe render bons frutos, já que, em um curto espaço de tempo, Renato foi convidado a assumir os cargos em comissão de Coordenador de Direito Administrativo e, em seguida, o de Coordenador-Geral de Direito Administrativo, ambos da Consultoria Jurídica do Ministério das Relações Exteriores.

No campo acadêmico, o autor também começou a trilhar o seu caminho de sucesso, iniciando a docência no ensino superior e em cursos preparatórios no Distrito Federal. Publicou vários artigos científicos em periódicos de renome, e concluiu, com distinção, seu Mestrado em Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário de Brasília.

As pretensões acadêmicas do jovem e talentoso Renato não terminariam ali. Agora ele brinda a comunidade jurídica com a sua obra Responsabilidade Civil para Concursos — Abordagem simplificada de acordo com a melhor doutrina e jurisprudência atualizada e mais de 100 questões de concursos públicos e exames da ordem.

A obra, por mais que o próprio título possa até indicar, não se destina apenas àqueles estudantes que almejam lograr aprovações em concursos públicos e exames da Ordem, mas deve ser considerada uma importante fonte de reflexão e inspiração para todos os operadores do Direito.

(12)

A obra trata de um tema essencial para a sociedade, uma vez que cuida da responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana, subjetiva e objetiva. Um exame atento da obra demonstra a preocupação do autor em destacar em quadros aqueles pontos considerados mais relevantes, e, geralmente, mais cobrados em provas e concursos, sob o título “ATENÇÃO!”. Além disso, para fazer jus ao título da obra, ao final de cada tópico, o autor colaciona uma seleção de questões dos mais diversos concursos públicos e exames de Ordem, com seus respectivos gabaritos.

Por tudo o que foi dito, o melhor é eu terminar a minha prazerosa tarefa e, deixar ao leitor, agora já devidamente avisado, os sabores e o deleite intelectual da sua leitura.

Brasília, março de 2011.

Álvaro Chagas Castelo Branco

Professor Universitário. Advogado da União.

(13)

Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização. (Martin Luther King)

(14)
(15)

Introdução

A responsabilidade civil tem importância garantida para o Direito. Diversos são os manuais e livros especializados no tema, assim como diversa é sua abordagem nas provas de exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB — e de concursos públicos, seja na fase objetiva, seja na fase subjetiva.

Com este livro, pretendemos oferecer ao leitor uma abordagem simplificada e didática dos principais conceitos e problemas relacionados à responsabilidade civil, aproveitando o melhor dos livros especializados e, inevitavelmente, da jurisprudência pátria. Assim, o objetivo é ressaltar os aspectos relevantes para provas de exame da Ordem e de concursos públicos.

Com esse fim, o trabalho é limitado à responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana, subjetiva e objetiva. A responsabilidade contratual é tema que decorre da inexecução de um negócio jurídico, sendo normalmente abordada quando do estudo do Direito das Obrigações e dos Contratos. Calha salientarmos: em razão dos limites im-postos à obra, não serão objeto de pormenorizada a responsabilidade civil do Estado, a decorrente das relações de consumo, assim como a responsabilidade por dano ambiental. Dividimos este livro em cinco capítulos. O primeiro capítulo, como não poderia deixar de ser, traz noções básicas, necessárias para todo estudo. O segundo adentra na importante questão dos pressupostos da responsabilidade civil aquiliana subjetiva, quais sejam: conduta culposa ou dolosa, nexo e dano. Por isso esse representa o capítulo mais extenso da presente obra. A responsabilidade objetiva e a teoria do risco são estudadas no capítulo terceiro. Ainda nesse capítulo, destacamos os institutos do abuso de direito, da responsabilidade civil do Estado, daquelas decorrentes das relações de consumo e, também, da responsabilidade civil por danos ambientais, tendo em vista que, em regra, todos esses representam casos de responsabilidade que independe da aferição de culpa.

A responsabilidade pelo fato de terceiro e pelo fato da coisa e de animal seguem, respectivamente, nos capítulos quarto e quinto. Ao final dos capítulos é apresentado um rol de questões para exercício. Essa parte é um importante complemento nos estudos e ajudará o aluno a fixar melhor os pontos que estão sendo cobrados nos concursos públicos e nos exames da Ordem.

Desse modo, iniciemos nossos estudos por alguns conceitos e distinções importantes sobre o assunto, para, depois, adentrarmos nos aspectos gerais da responsabilidade civil extracontratual.

(16)
(17)

CAPÍTULO I

Noções Iniciais

1. A responsabilidade

O termo responsabilidade deriva do latim respondere, que significa a obrigação que cada pessoa deve assumir em razão das consequências jurídicas de sua atividade. O respaldo dessa obrigação está na máxima neminem laedere (a ninguém se deve lesar), um limite objetivo da liberdade individual em sociedade civilizada.

2. Responsabilidade civil vs. responsabilidade penal

Tanto a responsabilidade civil como a penal, a priori, decorrem de um ilícito, ou seja, uma violação de um dever jurídico preexistente. Isso, a seu turno, acarreta um desequilíbrio social. Enquanto a responsabilidade penal decorre de uma lesão aos deveres dos cidadãos em sociedade, a responsabilidade civil é a repercussão de dano privado, ou seja, prejuízo causado a terceiro, particular ou Estado(1).

Conforme denota do REsp 1.117.131-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1º.6.2010, os critérios de apreciação da prova são diferentes: o Direito Penal exige integração de condições mais rigorosas e taxativas, uma vez que está adstrito ao princípio da presunção de inocência; já o Direito Civil é menos rigoroso, parte de pressupostos diversos, pois a culpa, mesmo levíssima, induz à responsabilidade e ao dever de indenizar. Assim, pode haver ato ilícito gerador do dever de indenizar civilmente, sem que penalmente o agente tenha sido responsabilizado pelo fato.

A toda evidência, o ilícito penal é muito mais intenso e gravoso, daí que a única sanção adequada é a imposição de uma pena pessoal e, em regra, física ao agente infrator. No ilícito civil, por ser de menor extensão, são suficientes sanções civis (indenização, restituição in specie, anulação do ato etc.). A diferença, portanto, entre uma e outra é de grau ou de quantidade da infração e da sanção correspondente.

(1) DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil: 7. vol. Responsabilidade civil. 22. ed. revista, ampliada e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 23.

(18)

3. Responsabilidade contratual vs. responsabilidade extracontratual

Outra distinção que merece destaque é a distinção entre a responsabilidade que decorre diretamente do descumprimento de um negócio jurídico daquela que decorre da violação de um mandamento legal. No primeiro caso, temos a responsabilidade civil

contratual, decorrente do descumprimento de obrigação firmada em contrato. Agora,

caso uma norma jurídica violada pelo agente causador do dano seja diretamente a lei, estaremos diante da responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana.

A distinção, além de acadêmica, repercute na organização das normas no Código Civil de 2002. Os arts. 389 e ss. e 395 e ss. tratam da responsabilidade contratual. Já nos arts. 186 a 188 e 927 e ss. encontraremos as normas que regem a responsabilidade civil aquiliana.

Para que não pareça que a distinção entre essas espécies é meramente normativa, eis dois elementos distintivos que merecem destaque:

a) Preexistência de um negócio jurídico: própria da responsabilidade civil contratual e inexistente na responsabilidade civil extracontratual; e

b) Culpa presumida: presente, em regra, na responsabilidade civil contratual. Na responsabilidade aquiliana, em regra, recai sobre a vítima o ônus da prova.

4. Obrigação vs. responsabilidade

A responsabilidade se distingue de obrigação na medida em que esta é sempre um dever jurídico originário ou primário e aquela é um dever jurídico secundário ou

derivado, dever que alguém tem de reparar o prejuízo decorrente da violação de outro

dever jurídico. Daí a expressão do professor alemão Karl Larenz: “A responsabilidade é a sombra da obrigação.”(2)

Podemos destacar dois momentos distintos na relação obrigacional:

a) do débito (Shuld): consistente na obrigação de realizar prestação, dependente da ação ou omissão do devedor; e

b) da responsabilidade (Haftung): faculta-se ao credor atacar e executar o patri-mônio do devedor a fim de obter a correspondente indenização pelos prejuízos causados em virtude do descumprimento da obrigação primária.(3)

Perceba que o próprio CC/02 faz essa distinção. Eis o que dispõe o art. 389: Art. 389. Não cumprida a obrigação [ORIGINÁRIA], responde o devedor por perdas e danos [RESPONSABILIDADE — OBR. DERIVADA], mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

(2) CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 8. ed. revista e ampliada. São Paulo: Atlas, 2008. p. 2-3.

(19)

É preciso ressaltar que esse dispositivo aplica-se às obrigações contratuais e às extracontratuais. Tanto o contrato como sua inexecução são fonte de obrigações. O contrato traz a obrigação de prestar (dar, fazer, não fazer). A inexecução contra-tual estabelece uma nova obrigação, que substitui a preexistente no todo ou em parte, qual seja, a obrigação de reparar o prejuízo. Então, resta-nos indagar: que obrigação nova é essa que se origina da inexecução de uma obrigação?

A resposta é a obrigação de indenizar. Essa tem a finalidade de tornar indemne (ileso, incólume, que não sofreu dano) o lesado. É neste sentido o conteúdo do art. 927 do CC/02, verbis:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

5. Características da obrigação de indenizar

Nesse contexto, a obrigação de indenizar possui as seguintes características: a) legalidade: é imposta pela lei. Atua sobre a vontade das partes apenas como condicionadora, nunca como modeladora dos efeitos jurídicos. A própria lei determina quando a obrigação surge e quais são os seus efeitos; e

b) sucessividade: a obrigação de indenizar decorre do descumprimento de uma obrigação anterior, estabelecida na lei ou no contrato. Alguns autores sustentam que em certos casos haverá responsabilidade sem obrigação, como ocorre na fiança. Contudo, a questão é de enfoque, pois há a responsabilidade direta, por fato próprio, e a indireta, por fato de outrem, de sorte que a responsabilidade nessa hipótese também decorre do descumprimento de uma obrigação (obrigação de terceira pessoa).(4)

6. Conceito de responsabilidade

Responsabilidade civil possui significado específico: refere-se à situação jurídica de quem descumpriu dever jurídico específico, implicando em dano material ou moral a ser reparado(5). A responsabilidade é a consequência jurídica da violação

de um dever ou direito (dever jurídico primário) que acarretou dano a outrem, consistente no dever (secundário) de reparar a vítima, restituindo as coisas ao

status quo ante.

(4) Idem, p. 3-6.

(20)

Maria Helena Diniz a define como “a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato do próprio imputado, de pessoa por que ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda ou, ainda, de simples imposição legal”.(6)

Nessa medida, responsabilidade civil nada mais é do que uma obrigação em que a vítima pode exigir o pagamento de indenização do agente, em razão de um prejuízo sofrido pela vítima imputável ao agente. A responsabilidade civil aqui tratada é extracontratual, na medida em que é obrigação não negocial. Ela pode derivar de quatro causas jurídicas diferentes:

a) Ato ilícito (stricto sensu): lesão antijurídica e culposa dos comandos que devem ser observados por todos;

b) Violação de deveres especiais de segurança, incolumidade ou garantia impostos pela lei: àqueles que exercem atividade de risco ou utilizam coisas perigosas;

c) Violação de deveres especiais impostos pela lei àquele que se encontra numa determinada relação jurídica com outra pessoa: são os casos de responsabilidade civil indireta, v.g. como agir com os pais em relação aos filhos menores, tutores e curadores em relação aos tutelados e curatelados, respectivamente; e d) Ato lícito: o exemplo clássico é o caso de quem age em estado de necessidade. Neste, a obrigação de indenizar decorre diretamente da lei.

ATENÇÃO!

A responsabilidade civil será contratual quando decorrer de um negócio jurídico. O inadimplemento de qualquer contrato implica, em regra, na obrigação de pagar perdas e danos. Contudo, no inadimplemento contratual a indenização é consequência, enquanto que na responsabilidade civil extracontratual a indenização corresponde à própria prestação.(7)

A responsabilidade civil é derivada de uma agressão a um interesse eminentemente particular e que, por isso, sujeita o infrator ao pagamento de uma compensação pecuniária à vítima, caso não possa repor in natura e satisfatoriamente o estado anterior das coisas.

São três os pressupostos gerais da responsabilidade civil extracontratual:(8)

a) conduta (positiva ou negativa);

(6) DINIZ, Maria Helena. Ob. cit., 2008, p. 34.

(7) COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, Vol. 2: Obrigações: Responsabilidade civil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 266-267.

(8) GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, Vol. III: Responsabilidade Civil. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 23-26.

Referências

Documentos relacionados

de dano moral trabalhista, o prejuízo causado ao alguém em seus valores anímicos, decorre de um vinculo trabalhista. Então quando alguém sofre um prejuízo que atinja sua

A responsabilidade civil tem por objetivo, genericamente, a reparação do prejuízo causado por ato indevidamente praticado por um agente, que tenha gerado ao ofendido a diminuição

É possível fixar parâmetros que determine a extensão do dano moral: natureza especifica da ofensa; intensidade real do sofrimento; repercussão da ofensa; existência de dolo;

A responsabilidade civil consiste, pois, na imposição de medidas que obrigam alguém a reparar o dano, tanto material, quando moral, causado a terceiros, em razão da

a) O total das indemnizações a pagar por um dano causado por um acidente nuclear não pode ultrapassar o montante máximo da responsabilidade fixado nos termos do presente artigo. b)

a) será responsável, desde que haja culpa de sua parte, devendo ressarcir o dano causado por Mário e não poderá reaver do filho o que houver pago. b) será responsável, ainda que

A RESPONSABILIDADE POR DANO CAUSADO PELO EMPREGADOR, DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO (ART. 7º) E PARA FINS DE INDENIZAÇÃO (E NÃO

Uma vez constatada a ocorrência do dano, surge para o causador do prejuízo a responsabilidade civil de reparar o mesmo. A fundamentação legal que obriga