1 Curso de Engenharia Civil - Estrada de Rodagem - Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa
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Estrada de Rodagem
SeçãoTransversal
Introdução
• A planta e o perfil de uma estrada não identificam o tipo e o padrão da via projetada.
• Olhando em planta e em perfil não se pode identificar a qualidade da via, só a qualidade do traçado.
• A definição da seção transversal tipo é fator decisivo para estabelecer o padrão da via.
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Introdução
• A seção transversal tipo tem reflexo ao longo de toda a rodovia, tanto em características técnicas e econômicas. • Portanto, precisa ser muito bem especificada.
• As dimensões dos elementos da seção transversal tipo e a especificação da superfície de rolamento terão reflexos diretos na capacidade de tráfego, na segurança e nos quesitos estéticos/arquitetônicos da via.
Introdução
• Seção transversal tipo5 Curso de Engenharia Civil - Estrada de Rodagem - Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa
• Seção transversal tipo
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Pista ou Faixa de Rolamento
• Os veículos se deslocam em fila, com movimento contínuo e em sentidos opostos
• Assim, a pista de rolamento deve conter no mínimo duas faixas de rolamento (ou tráfego).
• Neste caso, tem-se uma faixa para cada sentido, característica da pista simples.
• A faixa de rolamento deverá possuir a largura do veículo acrescida de folgas laterais para permitir a circulação segura dos mesmos.
Pista ou Faixa de Rolamento
• A folga lateral é definida em função do veículo tipo adotado e da velocidade diretriz.
• O mais usual é adotar 3,60m de largura por faixa de rolamento, podendo haver variações de 3,00m a 3,75m. • Embora a velocidade diretriz possa variar ao longo da
rodovia, não se deve ter larguras diferentes para faixas de rolamento de uma mesma rodovia.
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Pista ou Faixa de Rolamento
• O número de faixas de rolamento é determinado pelo estudo de capacidade em função do volume de tráfego ao longo da vida útil da rodovia.
• No mínimo deve-se ter duas faixas de rolamento, ou pista simples.
• Após a pista simples passa-se diretamente para a pista dupla, com quatro faixas de rolamento.
• Pista com três faixas é muito perigosa e deve ser usada somente para rampas longas para permitir a ultrapassagem de veículos lentos em trechos bem definidos.
Pista ou Faixa de Rolamento
• Nas pistas simples não há separação entre as correntes de tráfego.
• Isto ocorre para permitir a ultrapassagem dos veículos mais rápidos sobre os mais lentos
• Nas pistas duplas é recomendado algum tipo de separação física entre as correntes de tráfego:
– Canteiro central
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Pista ou Faixa de Rolamento
• Visando uma direção mais confortável e segura,principalmente nas frenagens rápidas e nas ultrapassagens a pista de rolamento deveria ser transversalmente em nível. • No entanto, isso poderia acarretar um acumulo de agua de
chuva na pista o que afetaria muito mais a segurança da rodovia.
• Na pista simples, a partir de seu eixo ela tem
transversalmente uma inclinação para cada lado de forma que o centro da pista fica mais alto que os lados.
Pista ou Faixa de Rolamento
• A forma da seção transversal pode ser transversalmente circular ou parabólica.
• Na prática, acaba-se adotando os dois lados planos por facilidades construtivas.
• Esta inclinação para ambos os lados é denominada
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Pista ou Faixa de Rolamento
• O valor usual de se adotar para o abaulamento:– Pavimento de concreto de cimento: 1% ou preferencialmente 1,5%
– Pavimento betuminoso de alta qualidade: 2% – Pavimento betuminoso de grande rugosidade
(macadame betuminoso, tratamento superficial, etc.): 2,5 a 3,0%
– Pistas de rolamento com revestimento primário: 3 a 4%
Pista ou Faixa de Rolamento
• Em alguns casos, como na pista dupla, é recomendado que as duas faixas tenham inclinação continua para somente uma direção.
– Partindo do elemento central para as bordas – Entre 1 e 2%
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Acostamentos
• São faixas que ficam paralelas e contiguas às pistas de rolamento.
• Possui várias finalidades:
– Proporcionar estacionamento para veículos com defeito ou acidentados;
– Proporcionar parada de ônibus para descida ou subida de passageiros;
– Proporcionar espaço para eventual descontrole na condução do carro;
– Proporcionar suporte lateral do pavimento;
– Tráfego de pedestres, de bicicletas ou mesmo de veículo de tração animal
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Acostamentos
Acostamentos
• O acostamento, pelas inúmeras funções vistas, é um elemento da seção transversal fundamental para a segurança do tráfego
• A inexistência ou a largura inadequada dos acostamentos pode comprometer em muito a capacidade do fluxo de veículos na via
• A largura do acostamento é função da velocidade diretriz, dos veículos tipo que usam a via e do volume de tráfego.
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Acostamentos
• A largura ideal do acostamento seria aquela que
proporcionasse o estacionamento do veículo de projeto e comportasse também um homem ao seu lado.
• Isso é inviável economicamente e pode levar às pessoas a usarem o acostamento como mais uma pista de rolamento. • A largura do acostamento é definida por tabela do DNIT. • Deve apresentar aspecto contrastante com a pista de
rolamento
– Textura, coloração, etc.
Acostamentos
• A declividade transversal dos acostamentos deve ser de 5%, pois eles não tem finalidade de circulação de veículos • Por dificuldade construtiva, muitas das vezes é usada a
mesma declividade da pista de rolamento.
• Ao contrário da pista de rolamento, o acostamento pode ter sua largura reduzida em função da mudança da velocidade diretriz.
– Mas tem que ser bem sinalizada – Realizada de forma gradual
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Acostamentos
• Em rodovias de pistas duplas ou em pistas de mão única deve ser deixada uma área reservada entre o bordo esquerdo e o elemento separador da via denominado
acostamento interno ou faixa de segurança.
• Funciona como elemento de segurança para o usuário da faixa esquerda e permite ainda aguardar oportunidade para se dirigir para o acostamento externo.
• Nos casos de rodovias de classe superior, os viadutos e pontes são projetados com largura idêntica aos trechos adjacentes visando manter a mesma capacidade volumétrica de tráfego.
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Sarjeta
• As águas das chuvas, uma vez que tenham sido escoadas lateralmente, necessitam ser conduzidas no sentido longitudinal para serem lançadas no terreno natural. • Para tanto são construídas canaletas ao longo da rodovia
denominas sarjetas.
• O projeto das sarjetas está incluso no projeto de drenagem. – Podem ter seção triangular,, semi-circular, trapezoidal ou
retangular
Sarjeta
• Pelo ponto de vista do projeto rodoviário, no entanto, ocorre o risco, conforme for a forma geométrica da sarjeta, do veículo ficar com as rodas presas quando escapara da pista e do acostamento.
• Assim, quando possível que a sarjeta seja uma continuidade do próprio acostamento com inclinação maior.
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Taludes
• Os taludes formam o contorno lateral do corpo da estrada. • É primordial a estabilidade dos taludes para a segurança do
tráfego.
• Faz parte do Projeto de Obras de Terra
• O talude com menor inclinação oferece um melhor aspecto estético arquitetônico que faz parte do Projeto Paisagístico
Taludes
• Um talude suave (1V:4H) evita tombamentos para veículos desgovernados.
• Taludes em rocha podem ter inclinação de 12V:1H ou 5V:1H.
• Os taludes em rocha não devem ser verticais pela sensação que passam de estreitamento da pista para o condutor
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Taludes
• O ponto mais alto do talude é denomina crista. • O ponto mais baixo é denominado pé.
• Taludes muito elevados devem ser compartimentados a fim de reduzir o risco de dos efeitos da erosão ocasionado pela velocidade que a água chega no pé do talude
• Projeto de drenagem que deve definir a compartimentação do talude em bancadas
Separador de pistas
• Nas pistas duplas deve haver a preocupação em usar o separador de fluxo das correntes de tráfego de sentidos contrários
• Pode se usar:
– Um canteiro central – Separador físico continuo
• Tenta-se evitar com isso a colisão frontal de veículos. • Funciona como elemento de redução de ofuscamento.
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Separador de pistas
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Separador de pistas
Separador de pistas
• O melhor seria o uso de um canteiro central amplo. • Nestes casos, o canteiro deveria ser rebaixado com ostaludes contíguos à plataforma e com arbustos de caule fino – Pode ajudar no caso de fuga de um carro de uma
corrente de fluxo para outro, reduzindo sua velocidade e até mesmo o retendo, não o deixando invadir a outra pista.
• Essa solução só adequada para rodovias de alto padrão em face do seu custo muito elevado.
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Plataforma
• É o espaço criado na rodovia compreendido entre os limites externos dos passeios ou entre os pés dos cortes e cristas dos aterros.
• Destinado ao deslocamento dos veículos com acréscimo das áreas destinadas ao estacionamento, incluindo todos os dispositivos destinados ao escoamento superficial das águas pluviais.
• A plataforma é de fato a materialização da seção transversal.
Plataforma
• Seção transversal tipo35 Curso de Engenharia Civil - Estrada de Rodagem - Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa
Plataforma
• Seção transversal tipo37 Curso de Engenharia Civil - Estrada de Rodagem - Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa
Defensas e barreiras
• São estruturas acessórias colocadas próximas dos bordos das plataformas de pistas simples
• Tem a função de conter veículos desgovernados que podem:
– Cruzar o canteiro central e chocar-se com veículos da outra pista
– Chocar-se com obstáculos fixos próximos à pista (postes, pilares, etc.)
– Sair da plataforma e cair em taludes (ribanceiras) ou atingir os muros de arrimo ou outra estrutura
Defensas e barreiras
• Existem dois tipos principais:– Rígidas – Deformáveis
• Elas devem ser implantadas de maneira que os veículos possam nelas resvalar, porém que possam continuar a se mover, sem haver uma parada repentina do movimento. • As defensas e barreiras não devem ser instalados quando
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Defensas e barreiras
• Elas não evitam danos materiais ou pessoais, somente minimizam o impacto do acidente.
• Deve ser verificada, então, outros recursos para substituí-la. • É importante que a implantação das barreiras e defensas
não seja pior do que a ausência delas. – Suavização taludes
– Alargamento canteiro central
– Afastamento ou eliminação de obstáculos fixos (postes, construções, etc.)
Defensas
• As defensas metálicas, deformáveis com o choque dos veículos, são muito empregadas.
• Têm altura de 0,6 a 0,75m, largura de 0,5m quando estão na lateral da via e 0,6m quando separam o tráfego entre duas vias.
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Defensas
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Barreiras
• As barreiras geralmente são muros contínuos de concreto usados como separadores centrais em pista dupla.
– Usado para locais que não possuam espaço para o canteiro central
– Recomendado para situações onde a distância entre os acostamentos internos for inferior a 1,80m
– A base deve ter entre 0,6 a 0,8m, altura de 0,8m e largura na crista de 0,15m.
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Defensas e barreiras
• As barreiras e defensas devem ser iniciadas numa cota 0,0m e ir aumentando gradativamente até chegar a altura desejada.
• Para obstáculos fixos como postes, pilares, etc. as defensas devem ficar afastada pelo menos 1,0 a 1,5m.
• Dos gráficos a seguir é possível definir se haverá ou não a necessidade de barreira e defensas.
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• Necessidade de defensas ou barreiras rígidas em aterro
Defensas e barreiras
• Necessidade de defensa ou barreira rígida em canteiro central
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Gabaritos
Gabaritos
• Na rodovia não deve haver nenhum impedimento ao deslocamento dos veículos com dimensões dentro dos limites legais.
• Assim, tem-se que garantir espaço lateral e altura para que o veículo circule livremente.
• Obstáculos laterais altos próximos a pista causam efeito restritivo no comportamento dos motoristas.
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Gabaritos
• Sempre os acostamentos devem ficar livres de qualquer obstáculo e qualquer obstáculo na lateral da pista devem ficar afastados.
• Deve ser dada especial atenção aos obstáculos aéreos, viadutos, passarelas, passagem superior, etc.
• Também deve ser dada atenção especial à fiação de telefonia, transmissão de energia entre outros.
• Nas tabelas a seguir são apresentados os limites mínimos de altura para os gabaritos horizontal e vertical.
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Gabaritos
• Afastamento mínimo de obstáculos fixos (trecho em tangente)
Gabaritos
• Gabarito vertical55 Curso de Engenharia Civil - Estrada de Rodagem - Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa
Faixa de Domínio
Faixa de domínio
• Define a área pertencente à rodovia e é estabelecida prevendo-se futura duplicação, com implantação de faixas laterais para tráfego local.
• A faixa de domínio é demarcada de forma excêntrica da rodovia, prevendo para qual lado deverá ocorrer a duplicação.
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Faixa de domínio
• A largura estabelecida prevê uma folga de 10,0m além da crista dos cortes e pés dos aterros para atender obras de drenagem e a segurança da via.
• Esta folga deve ser acrescida aos valores da tabela abaixo.
Faixa de domínio (m) Terreno Classe I II III e IV Plano 60 30 30 Ondulado 70 40 30 Montanhoso 80 50 50