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Análise de perturbações em redes eléctricas de baixa e média tensão

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Academic year: 2021

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Por

Tˆania Patr´ıcia de Barros Baptista Pereira

Orientador: Doutor Jos´e Manuel Ribeiro Baptista

Disserta¸c˜ao submetida `a

UNIVERSIDADE DE TR ´AS-OS-MONTES E ALTO DOURO para obten¸c˜ao do grau de

MESTRE

em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores, de acordo com o disposto no DR – I s´erie–A, Decreto-Lei n.o 74/2006 de 24 de Mar¸co, com as

altera¸c˜oes introduzidas pelos Decretos-Lei no107/2008,

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Por

Tˆania Patr´ıcia de Barros Baptista Pereira

Orientador: Doutor Jos´e Manuel Ribeiro Baptista

Disserta¸c˜ao submetida `a

UNIVERSIDADE DE TR ´AS-OS-MONTES E ALTO DOURO para obten¸c˜ao do grau de

MESTRE

em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores, de acordo com o disposto no DR – I s´erie–A, Decreto-Lei n.o 74/2006 de 24 de Mar¸co, com as

altera¸c˜oes introduzidas pelos Decretos-Lei no107/2008,

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Doutor Jos´e Manuel Ribeiro Baptista

Professor Auxiliar do Departamento de Engenharias

Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro

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”Al andar se hace el camino. | O caminho faz-se caminhando.”

Antonio Machado(1875 – 1939)

Aos meus pais, Arlindo e Ana Bela

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Os membros do J´uri recomendam `a Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro a aceita¸c˜ao da disserta¸c˜ao intitulada “ An´alise de Perturba¸c˜oes em Redes El´ectricas de Baixa e M´edia Tens˜ao” realizada por Tˆania Patr´ıcia de Barros Baptista Pereira para satisfa¸c˜ao parcial dos requisitos do grau de Mestre.

Dezembro 2012

Presidente: Doutor Ant´onio Lu´ıs Gomes Valente,

Professor Auxiliar C/Agrega¸c˜ao da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro

Vogais do J´uri: Doutor Mauro Augusto da Rosa,

Investigador S´enior do INESC Porto

Doutor Jos´e Manuel Ribeiro Baptista ,

Professor Auxiliar do Departamento de Engenharias da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro

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Tˆania Patr´ıcia de Barros Baptista Pereira

Submetido na Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro para o preenchimento dos requisitos parciais para obten¸c˜ao do grau de

Mestre em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores

Resumo — Desde o in´ıcio da produ¸c˜ao el´etrica em grande escala que o assunto Qualidade da Energia El´etrica tem sido objecto de grande interesse. Contudo, um combinado de factores contemporˆaneos, tˆem-no tornado um assunto de extrema relevˆancia. A crescente preocupa¸c˜ao com um consumo eficiente da energia e a crescente populariza¸c˜ao de dispositivos eletr´onicos de potˆencia a n´ıvel do transporte, distribui¸c˜ao e utiliza¸c˜ao s˜ao exemplos desses factores. Com a presen¸ca de correntes de carga n˜ao sinusoidais oriundas dos dispositivos eletr´onicos de potˆencia, resultam distor¸c˜oes harm´onicas de tens˜ao que, por sua vez, levam a perdas na rede e degradam a qualidade da energia el´etrica. A qualidade da energia el´etrica ´e tamb´em degradada aquando a existˆencia de desequil´ıbrios nas amplitudes das tens˜oes, ou quando surgem cavas, eleva¸c˜oes ou interrup¸c˜oes de tens˜ao. Este trabalho tem como objectivo o estudo da qualidade de energia da energia de uma rede real de m´edia e baixa tens˜ao. Para tal, procedeu-se `a modeliza¸c˜ao da rede no programa ATP-EMTP (Alternative

Transients Program). ´E feita uma compara¸c˜ao do comportamento da rede com e sem cargas n˜ao lineares e s˜ao elaborados dois estudos para melhorar a qualidade da energia. Toda a an´alise ´e baseada nos resultados obtidos por simula¸c˜ao uma vez que n˜ao foi poss´ıvel o acesso a medi¸c˜oes alusivas ao comportamento da rede.

Palavras Chave: Qualidade de Energia El´etrica, ATP-EMTP, Distor¸c˜ao harm´onica, Cargas n˜ao lineares.

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Tˆania Patr´ıcia de Barros Baptista Pereira

Submitted to the University of Tr´as-os-Montes and Alto Douro in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science in Electrical Engineering and Computers

Abstract — Energy quality has always been a matter of great interest since the beginning of large scale electric energy production. Nowadays, a combination of factors has made energy quality a major concern. The increasing worry about energy efficiency and the increasing use of power electronic devices in transport and distribution are some examples of those factors. Non sinusoidal currents deriving from the use of nonlinear electronic devices lead to harmonic voltage distortion that causes network energy losses and electric energy quality degradation. Energy quality can also be affected by current interruption, voltage unbalance, dips and elevations. The main objective of this work is to study the energy quality in a real network, featuring high and medium voltage. To accomplish this objective a model of the network has been created using the software ATP-EMTP (Alternative Transients Program). A comparison between the network behavior with and without non-linear charges has been performed and two different studies were conducted looking for the energy quality improvement. All analysis showed in this work are based on simulation results only. Real network data collection was not possible to perform. Key Words: Power Quality, ATP-EMTP, Harmonic distortion, Nonlinear loads.

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Esta disserta¸c˜ao ´e o culminar de um objectivo acad´emico a que me propus e que foi conseguido n˜ao s´o atrav´es de horas de estudo, reflex˜ao e trabalho, como tamb´em atrav´es da ajuda de um grupo de pessoas a quem gostaria de agradecer.

• Os meus agradecimentos ao Magn´ıfico Reitor da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro, Professor Doutor Carlos Alberto Sequeira;

• Ao Professor Doutor Jos´e Manuel Ribeiro Baptista, Professor Auxiliar do Departamento de Engenharias da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro, orientador deste trabalho, pela sua total disponibilidade, motiva¸c˜ao, pelas suas sugest˜oes, ideias inovadoras e orienta¸c˜oes;

• Ao Professor Doutor Salviano Filipe Silva Pinto Soares, Director do Mestrado em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores da Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro;

• A todos os meus colegas e amigos de universidade pelo companheirismo, amizade, apoio e troca de informa¸c˜oes durante a realiza¸c˜ao deste trabalho.

• Ao Alexandrino Guedes, pela partilha de informa¸c˜oes ligadas `a rede el´etrica em estudo;

(16)

disposi¸c˜ao e pela aten¸c˜ao concedida.

• Aos meus colegas e amigos do Grupo Arkadia e Dour’Orquestra, pela amizade, companheirismo e momentos de lazer;

• `A minha fam´ılia, em especial `a minha av´o Eliseth, pelo constante apoio, carinho e preocupa¸c˜ao;

• Aos meus pais, pelos princ´ıpios que sempre me transmitiram ao longo da vida e pelo apoio incondicional em todos os momentos;

• Ao meu irm˜ao, por ser meu amigo, por me apoiar...por ser o meu exemplo. • Ao Paulo, pela pessoa especial que ´e, por estar sempre presente em todos os

momentos.

• Ao meu avˆo que recordo todos os dias.

Por tudo o que foi dito e pelo que ficou por dizer, a todos, um sincero obrigada!

UTAD/IPL, Tˆania Patr´ıcia de Barros Baptista Pereira Vila Real, 15 de Outubro de 2012

(17)

Resumo xi

Abstract xiii

Agradecimentos xv

´Indice de tabelas xxi

´Indice de figuras xxiii

Gloss´ario, acr´onimos e abreviaturas xxxiii

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Motiva¸c˜ao e objetivos . . . 2

1.2 Organiza¸c˜ao da disserta¸c˜ao. . . 3

2 Linhas de Transmiss˜ao 5 2.1 Elementos constituintes de uma LT . . . 10

2.1.1 Estruturas de Suporte (Apoios) . . . 11

2.1.2 Isoladores . . . 18

2.1.3 Cabos de Guarda . . . 21

2.1.4 Condutores . . . 21

2.2 Modelos de Linhas de transmiss˜ao . . . 33

2.2.1 Modelos Simples . . . 39

2.3 Sum´ario . . . 43 xvii

(18)

3.2 Principais perturba¸c˜oes que afectam a qualidade da energia el´etrica . 48

3.2.1 Varia¸c˜oes de frequˆencia . . . 51

3.2.2 Varia¸c˜oes da tens˜ao de alimenta¸c˜ao . . . 51

3.2.3 Varia¸c˜oes r´apidas da tens˜ao . . . 53

3.2.4 Cavas de tens˜ao de alimenta¸c˜ao . . . 61

3.2.5 Interrup¸c˜ao da tens˜ao de alimenta¸c˜ao . . . 66

3.2.6 Sobretens˜oes . . . 73

3.2.7 Desequil´ıbrio das tens˜oes de alimenta¸c˜ao . . . 81

3.2.8 Distor¸c˜ao Harm´onica . . . 87

3.3 Sum´ario . . . 94

4 O Software ATP-EMTP 97 4.1 Princ´ıpio de opera¸c˜ao . . . 98

4.2 ATPDraw . . . 99

4.2.1 Categorias de modelos Dispon´ıveis no ATPDraw . . . 100

4.2.2 Resultados dispon´ıveis . . . 109

4.2.3 Ferramenta Compress . . . 110

5 Apresenta¸c˜ao do caso pr´atico 111 5.1 Elabora¸c˜ao do diagrama no ATPDraw e Simula¸c˜ao . . . 116

5.1.1 Fonte de Alimenta¸c˜ao. . . 118

5.1.2 Transformadores . . . 119

5.1.3 Linha de distribui¸c˜ao . . . 127

5.1.4 Cargas . . . 131

5.1.5 Cargas Lineares . . . 131

5.1.6 Cargas N˜ao Lineares . . . 133

5.1.7 Componentes de medida . . . 135

5.2 Sum´ario . . . 136

6 Apresenta¸c˜ao e An´alise dos Resultados Obtidos 137 6.1 An´alise da rede de Baixa Tens˜ao . . . 138

6.1.1 An´alise da rede alimentada pelo transformador de 160 kVA . . 138

6.1.2 An´alise da rede alimentada pelo transformador de 100 kVA . . 156

6.2 An´alise da rede de M´edia Tens˜ao . . . 173

6.3 Estudo da influˆencia das cargas n˜ao lineares na rede MT e BT . . . . 181

6.3.1 Influˆencia na rede alimentada pelo transformador de 160 kVA 183 6.3.2 Influˆencia na rede alimentada pelo transformador de 100 kVA 204 6.3.3 Influˆencia na rede MT . . . 229

(19)

7.1 Rede alimentada pelo transformador de 160 kVA. . . 244

7.2 Rede alimentada pelo transformador de 100 kVA. . . 249

7.3 Sum´ario . . . 253

8 Conclus˜oes 255 Referˆencias bibliogr´aficas 257 A Anexo A 263 B Anexo B 265 C Anexo C 267 D Ressonˆancia e Filtros Harm´onicos 269 D.1 Ressonˆancia . . . 269 D.1.1 Ressonˆancia S´erie . . . 269 D.1.2 Ressonˆancia Paralelo . . . 270 D.2 Filtros harm´onicos . . . 270 D.2.1 Filtros Passivos . . . 271 D.2.2 Filtros Activos . . . 273

E S´ımbolos, constantes f´ısicas e prefixos de unidades 275

(20)
(21)

2.1 Caracteriza¸c˜ao dos condutores de alum´ınio.. . . 22

3.1 Categorias e caracter´ısticas t´ıpicas das interrup¸c˜oes de tens˜ao. . . 68

3.2 Categorias e caracter´ısticas t´ıpicas dos transit´orios e sobretens˜oes. . . 74

3.3 Caracter´ısticas das sobretens˜oes transit´orias. . . 78

3.4 Caracter´ısticas das sobretens˜oes tempor´arias. . . 81

3.5 Classifica¸c˜ao das harm´onica quanto `a ordem. . . 88

3.6 Valores das tens˜oes harm´onicas nos pontos de entrega at´e `a ordem 25. 89 3.7 Valores m´aximos de distor¸c˜ao harm´onica em percentagem de IL. . . . 90

5.1 Parˆametros da fonte de alimenta¸c˜ao de 30 kV. . . 118

5.2 Caracter´ısticas PT0087 (Ervedeiro). . . 121

5.3 Caracter´ısticas PT0013 (Queimada). . . 123

5.4 Caracter´ısticas PT0063 (Queimada II). . . 125

5.5 Caracter´ısticas para modelizar o condutor AA 50. . . 128

5.6 Caracter´ısticas para modelizar o condutor LSVAV 4 × 95. . . . 129

5.7 Caracter´ısticas para modelizar o condutor LXS 4 × 50. . . . 130

5.8 Caracter´ısticas para modelizar o condutor LXS 4 × 70. . . . 130 xxi

(22)

6.3 Registo dos valores de distor¸c˜ao harm´onica. . . 148

6.4 Valor eficaz das tens˜oes nos n´os ao longo do circuito 04. . . 149

6.5 Valores de pico e valores eficazes das tens˜oes de linha no n´o 31. . . . 153

6.6 Registo dos valores das tens˜oes harm´onica obtidos no ATPDraw. . . . 160

6.7 Registo dos valores das correntes harm´onicas obtidos no ATPDraw. . 162

6.8 Registo dos valores de distor¸c˜ao harm´onica. . . 165

6.9 Valor eficaz das tens˜oes nos n´os ao longo dos circuito 01 e 02. . . 166

6.10 Valores de pico e valores eficazes das tens˜oes de linha no n´o 2PT87. . 170

6.11 Valores de pico e valores eficazes das tens˜oes de linha no n´o 4PT87. . 170

6.12 Registo dos valores das tens˜oes harm´onicas obtidos no ATPDraw. . . 176

6.13 Registo dos valores das correntes harm´onica obtidos no ATPDraw. . . 178

6.14 Valor eficaz da tens˜ao nos n´os da rede MT. . . 180

6.15 Registo dos valores das tens˜oes harm´onicas obtidos no ATPDraw. . . 192

6.16 Registo dos valores das correntes harm´onicas obtidos no ATPDraw. . 194

6.17 Valor eficaz das tens˜oes ao longo do circuito 04 com carga n˜ao linear. 198

6.18 Valores de pico e valores eficazes das tens˜oes de linha no n´o 31.. . . . 201

6.19 Registo dos valores das tens˜oes harm´onicas obtidos no ATPDraw. . . 214

6.20 Registo dos valores das correntes harm´onicas obtidos no ATPDraw. . 216

6.21 Valor eficaz das tens˜oes ao longo do circuito 04 com carga n˜ao linear. 220

6.22 Tens˜oes de linha nos n´os 2PT87 e 4PT87. . . 224

(23)

2.1 Mapa completo da rede de transporte em Portugal (REN, 2012). . . . 7

2.2 Estrutura topol´ogica da rede radial. . . 8

2.3 Estrutura topol´ogica da rede malhada. . . 9

2.4 Estrutura topol´ogica da rede malhada com explora¸c˜ao radial. . . 9

2.5 Ilustra¸c˜ao de apoios de alinhamento. . . 11

2.6 Ilustra¸c˜ao de apoios de ˆangulo. . . 12

2.7 Ilustra¸c˜ao dos apoios de deriva¸c˜ao. . . 12

2.8 Ilustra¸c˜ao dos apoios de fim de linha. . . 13

2.9 Arma¸c˜ao do tipo HRFSC. . . 14

2.10 Arma¸c˜ao do tipo: a) TAL, b) TAN. . . 15

2.11 Arma¸c˜ao do tipo GAL. . . 15

2.12 Arma¸c˜ao do tipo: a) VAL, b) VAN. . . 16

2.13 Arma¸c˜ao do tipo HPT4. . . 16

2.14 Fen´omenos que podem ocorrer nos isoladores. . . 19

2.15 Ilustra¸c˜ao dos isoladores r´ıgidos e suspensos. . . 21

2.16 Aspecto f´ısico dos condutores de alum´ınio. . . 23

2.17 Espectros do ru´ıdo aud´ıvel.. . . 25

2.18 Linha monof´asica com 2 condutores. . . 27

(24)

2.21 Linha trif´asica transposta. . . 31

2.22 Geometria dos condutores em GAL. . . 32

2.23 Geometria dos condutores em VAN. . . 32

2.24 Linha de Transmiss˜ao com Parˆametros Distribu´ıdos. . . 34

2.25 Quadripolo de uma linha de transmiss˜ao. . . 38

2.26 Compara¸c˜ao entre a extens˜ao da LT e o comprimento de onda. . . 39

2.27 Esquema equivalente em π de uma linha. . . 40

2.28 Esquema equivalente em π nominal de uma linha. . . 41

2.29 Linha de linha curta. . . 42

3.1 Representa¸c˜ao gr´afica de algumas perturba¸c˜oes el´etricas. . . 50

3.2 Queda de tens˜ao ao longo da linha de transmiss˜ao. . . 52

3.3 Representa¸c˜ao gr´afica das varia¸c˜oes de tens˜ao do tipo A. . . 53

3.4 Representa¸c˜ao gr´afica das varia¸c˜oes de tens˜ao do tipo B. . . 54

3.5 Representa¸c˜ao gr´afica das varia¸c˜oes de tens˜ao do tipo C. . . 54

3.6 Representa¸c˜ao gr´afica das varia¸c˜oes de tens˜ao do tipo D. . . 54

3.7 Ilustra¸c˜ao de um forno a arco. . . 55

3.8 Flutua¸c˜ao de tens˜ao causada por um forno a arco. . . 55

3.9 Dispositivos e elementos geradores de flutua¸c˜oes repetitivas. . . 56

3.10 Flutua¸c˜ao de tens˜ao causada por um laminador. . . 56

3.11 Exemplo da forma de onda que o efeito de tremula¸c˜ao pode tomar. . 58

3.12 Curva geral de medi¸c˜ao do efeito flicker. . . . 59

3.13 Curva para determina¸c˜ao da severidade de tremula¸c˜ao de curta dura¸c˜ao. 60

3.14 Forma de onda de uma cava de tens˜ao. . . 62

3.15 Afundamento de tens˜ao tempor´ario por arranque de um motor. . . . 63

3.16 Curva ITIC. . . 65

3.17 Representa¸c˜ao gr´afica de uma interrup¸c˜ao. . . 66

3.18 Ilustra¸c˜ao de condutores cobertos para minimizar o efeito das cegonhas. 72

3.19 Ilustra¸c˜ao do funcionamento de uma UPS. . . 72

3.20 Forma de onda t´ıpica de uma corrente de descarga atmosf´erica. . . . 75

(25)

3.23 Diferentes aplica¸c˜oes dos p´ara-raios. . . 79

3.24 Representa¸c˜ao gr´afica de uma eleva¸c˜ao causada por curto-circuito. . . 80

3.25 Sistema equilibrado e desequilibrado de tens˜oes. . . 82

3.26 Decomposi¸c˜ao do sistema sinusoidal trif´asico nos sistemas equivalentes. 83

3.27 Decomposi¸c˜ao em s´eries de Fourier de um sinal distorcido. . . 87

3.28 Rela¸c˜ao tens˜ao corrente num circuito formado por elementos lineares. 91

3.29 Rela¸c˜ao tens˜ao corrente num circuito formado por elementos n˜ao

lineares. . . 91

4.1 Estrutura geral do ATP. . . 98

4.2 Ilustra¸c˜ao do aspecto gr´afico do ATPDraw. . . 100

4.3 Curva caracter´ıstica de um resistˆencia linear. . . 100

4.4 Caracter´ısticas n˜ao lineares b´asicas. . . 101

4.5 Ilustra¸c˜ao de a) elementos RL acoplados e b) PI equivalente .. . . 102

4.6 Modelo de linha de parˆametros distribu´ıdos dispon´ıvel no ATPDraw. 103

4.7 Modelo LCC dispon´ıvel no ATPDraw. . . 104

4.8 Switches dispon´ıveis no ATPDraw. . . . 105

4.9 Formas de onda de fontes de excita¸c˜ao. . . 106

4.10 Modelos de transformadores ideais presentes no ATPDraw. . . 107

4.11 Modelos de transformadores com satura¸c˜ao presentes no ATPDraw. . 107

4.12 Modelos de transformadores BCTRAN e XFMR ATPDraw. . . 108

4.13 Modelos de m´aquinas s´ıncronas e Windsyn presentes no ATPDraw. . 108

4.14 Modelo de uma fonte de harm´onicos presente no ATPDraw. . . 108

4.15 Categorias com todos os modelos dispon´ıveis no ATPDraw. . . 109

5.1 Localiza¸c˜ao geogr´afica da rede em estudo. . . 111

5.2 Parcela da rede MT em estudo. . . 112

5.3 Folha 1 do mapa da rede MT 30kV Varosa-Armamar. . . 113

5.4 Levantamento de algumas caracter´ısticas da rede BT. . . 114

5.5 Circuito 01 do PT0087 (ver anexo A).. . . 115

(26)

5.8 Diagrama da rede em estudo, implementado no ATPDraw. . . 117

5.9 Janela de di´alogo e ”Help Viewer ”da fonte utilizada. . . . 118

5.10 Imagem real do PT0087 (Ervedeiro). . . 120

5.11 Curva de Satura¸c˜ao do PT0087 (Ervedeiro). . . 122

5.12 Imagem real do PT0013 (Queimada). . . 122

5.13 Curva de Satura¸c˜ao do PT0013 (Ervedeiro). . . 124

5.14 Curva de Satura¸c˜ao do PT0063 (Queimada II). . . 126

5.15 Janela de di´alogo do modelo LCC. . . 128

5.16 Janela de di´alogo do modelo LINEPI. . . 131

5.17 Janela de di´alogo do modelo RLC. . . 133

5.18 Rectificador de onda completa monof´asico. . . 134

5.19 Bloco equivalente ao circuito das cargas n˜ao lineares. . . 134

5.20 Circuito da carga n˜ao linear sem a utiliza¸c˜ao do compress. . . . 135

5.21 Modelo de c´alculo para as diferentes potˆencias. . . 135

6.1 Diagrama da rede alimentada pelo transformador de 160 kVA. . . 139

6.2 Tens˜oes na sa´ıda do transformador de 160 kVA. . . 139

6.3 Correntes na sa´ıda do transformador de 160 kVA. . . 140

6.4 Tens˜oes RMS na sa´ıda do transformador de 160 kVA. . . 140

6.5 Correntes RMS na sa´ıda do transformador de 160 kVA. . . 140

6.6 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da tens˜ao. . . 141

6.7 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas `a sa´ıda do transformador. 142

6.8 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da corrente. . . . 143

6.9 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador.144

6.10 Corrente de neutro. . . 147

6.11 Gr´afico obtido pelo ATPDraw do espectro da corrente de neutro.. . . 147

6.12 Gr´afico da distor¸c˜ao harm´onica na corrente de neutro.. . . 148

6.13 Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz na fase A. . . 149

6.14 Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz na fase B. . . 150

6.15 Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz na fase C. . . 151

(27)

6.18 Potˆencia no lado MT do transformador. . . 155

6.19 Potˆencia no lado BT do transformador. . . 155

6.20 Diagrama da rede alimentada pelo transformador de 100 kVA. . . 157

6.21 Tens˜oes na sa´ıda do transformador de 100 kVA. . . 157

6.22 Correntes na sa´ıda do transformador de 100 kVA. . . 158

6.23 Tens˜oes RMS na sa´ıda do transformador de 100 kVA. . . 158

6.24 Correntes RMS na sa´ıda do transformador de 100 kVA. . . 158

6.25 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da tens˜ao. . . 159

6.26 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas `a sa´ıda do transformador. 160

6.27 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da corrente. . . . 161

6.28 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador.162

6.29 Corrente de neutro. . . 164

6.30 Gr´afico obtido pelo ATPDraw do espectro da corrente de neutro.. . . 164

6.31 Gr´afico da distor¸c˜ao harm´onica na corrente de neutro.. . . 165

6.32 Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz na fase A. . . 167

6.33 Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz na fase B. . . 167

6.34 Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz na fase C. . . 168

6.35 Valor instantˆaneo das tens˜oes no n´o 2PT87. . . 169

6.36 Valor instantˆaneo das tens˜oes no n´o 4PT87 (Cliente 04). . . 169

6.37 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 2PT87. . . 171

6.38 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 4PT87. . . 171

6.39 Potˆencia no lado MT do transformador. . . 172

6.40 Potˆencia no lado BT do transformador. . . 172

6.41 Diagrama implementado no ATPDraw da rede de MT. . . 174

6.42 Tens˜oes na sa´ıda da fonte de energia. . . 174

6.43 Correntes na sa´ıda da fonte de energia. . . 175

6.44 Tens˜oes RMS na sa´ıda da fonte de energia. . . 175

6.45 Correntes RMS na sa´ıda da fonte de energia. . . 175

6.46 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da tens˜ao. . . 176

(28)

6.49 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda da fonte de energia.179

6.50 Representa¸c˜ao gr´afica do valor eficaz da tens˜ao ao longo rede MT. . . 181

6.51 Esquema representativo de um rectificador de onda monof´asico. . . . 182

6.52 Diagrama da carga n˜ao linear alimentada pelo transformador de 160 kVA. . . 184

6.53 Formas de onda da tens˜ao `a sa´ıda do transformador sem a carga n˜ao

linear. . . 184

6.54 Formas de onda da tens˜ao `a sa´ıda do transformador com a carga n˜ao

linear. . . 185

6.55 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da tens˜ao. . . 185

6.56 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas `a sa´ıda do transformador. 186

6.57 Formas de onda da corrente de entrada na carga n˜ao linear. . . 186

6.58 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da corrente de

entrada na carga n˜ao linear. . . 187

6.59 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador.187

6.60 Diagrama da rede BT alimentada pelo transformador de 160 kVA

com carga n˜ao linear. . . 188

6.61 Tens˜oes na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . 189

6.62 Correntes na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . 189

6.63 Tens˜oes RMS na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . . 189

6.64 Correntes RMS na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . 190

6.65 Representa¸c˜ao gr´afica da tens˜ao com e sem a carga n˜ao linear. . . 190

6.66 Representa¸c˜ao gr´afica da corrente com e sem a carga n˜ao linear. . . . 191

6.67 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro da tens˜ao com a carga n˜ao

linear. . . 191

6.68 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas `a sa´ıda do transformador. 192

6.69 Gr´afico que compara os valores das tens˜oes harm´onicas `a sa´ıda do

transformador. . . 193

(29)

6.71 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador

com a carga n˜ao linear. . . 194

6.72 Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do

transformador. . . 195

6.73 Corrente de neutro. . . 196

6.74 Gr´afico obtido pelo ATPDraw do espectro da corrente de neutro.. . . 196

6.75 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas no neutro. . . 197

6.76 Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onicas no neutro. . 197

6.77 Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz na fase A, B e C ao longo dos n´os. . . 198

6.78 Valor instantˆaneo das tens˜oes no n´o 31. . . 200

6.79 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 31. . . 202

6.80 Gr´afico que compara os valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 31. . . 202

6.81 Potˆencia no lado MT . . . 203

6.82 Potˆencia no lado BT. . . 203

6.83 Diagrama da carga n˜ao linear alimentada pelo transformador de 100 kVA. . . 206

6.84 Forma da tens˜ao `a sa´ıda do transformador sem a carga n˜ao linear. . . 206

6.85 Forma da tens˜ao `a sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . 207

6.86 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da tens˜ao. . . 207

6.87 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas na sa´ıda do transformador.208

6.88 Formas de onda da corrente de entrada na carga n˜ao linear. . . 208

6.89 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro harm´onico da corrente. . . . 209

6.90 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformado.209

6.91 Diagrama da rede BT alimentada pelo transformador de 100 kVA

com a carga n˜ao linear. . . 210

6.92 Tens˜oes na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . 210

6.93 Correntes na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . 211

6.94 Tens˜oes RMS na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . . 211

6.95 Correntes RMS na sa´ıda do transformador com a carga n˜ao linear. . . 211

(30)

6.97 Representa¸c˜ao gr´afica dos valores da corrente com e sem a carga n˜ao

linear. . . 213

6.98 Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro da tens˜ao com a carga n˜ao

linear. . . 213

6.99 Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas na sa´ıda do transformador.214

6.100Gr´afico que compara os valores das tens˜oes harm´onicas `a sa´ıda do

transformador. . . 215

6.101Gr´afico obtido no ATPDraw do espectro da corrente com a carga n˜ao

linear. . . 215

6.102Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador.216

6.103Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do

transformador. . . 217

6.104Corrente de neutro. . . 218

6.105Gr´afico obtido pelo ATPDraw do espectro da corrente de neutro.. . . 218

6.106Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas no neutro. . . 219

6.107Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onicas no neutro. . 219

6.108Evolu¸c˜ao da tens˜ao eficaz ao longo dos n´os do circuito 01 e 02. . . 221

6.109Valor instantˆaneo das tens˜oes no n´o 31. . . 223

6.110Valor instantˆaneo das tens˜oes no n´o 31. . . 223

6.111Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 2pt87. . . 225

6.112Gr´afico dos valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 4pt87. . . 225

6.113Gr´afico que compara os valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 2pt87. . 226

6.114Gr´afico que compara os valores das tens˜oes harm´onicas no n´o 4pt87. . 227

6.115Potˆencia no lado MT. . . 227

6.116Potˆencia no lado BT. . . 228

6.117Tens˜oes na sa´ıda da fonte de energia. . . 229

6.118Correntes na sa´ıda da fonte de energia. . . 229

6.119Tens˜oes RMS na sa´ıda da fonte de energia. . . 230

6.120Correntes RMS na sa´ıda da fonte de energia. . . 230

(31)

6.122Representa¸c˜ao gr´afica dos valores da corrente com e sem a carga n˜ao

linear. . . 231

6.123Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda da fonte de energia.232

6.124Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda da

fonte de energia.. . . 233

6.125Valores da corrente na entrada do transformador sem a carga n˜ao linear.233

6.126Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas na entrada do transformador.234

6.127Valores da corrente na entrada do transformador com a carga n˜ao

linear. . . 235

6.128Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas na entrada do transformador.235

6.129Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onica na entrada

do transformador. . . 236

6.130Valores da corrente na entrada do transformador sem a carga n˜ao linear.237

6.131Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas na entrada do transformador.238

6.132Valores da corrente na entrada do transformador com a carga n˜ao

linear. . . 238

6.133Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas na entrada do transformador.239

6.134Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onica na entrada

do transformador. . . 240

7.1 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador.244

7.2 Diagrama da rede BT alimentada pelo transformador de 160 kVA

com filtros. . . 246

7.3 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador247

7.4 Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do

transformador. . . 247

7.5 Forma de onda da corrente instantˆanea.. . . 248

7.6 Espectro harm´onico da corrente de neutro com o filtro. . . 248

7.7 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador.249

(32)

7.9 Gr´afico dos valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do transformador.251

7.10 Gr´afico que compara os valores das correntes harm´onicas `a sa´ıda do

transformador. . . 252

7.11 Forma de onda da corrente instantˆanea.. . . 252

7.12 Espectro harm´onico da corrente de neutro com filtro. . . 253

7.13 Potˆencias `a sa´ıda da fonte de alimenta¸c˜ao da rede MT sem filtros. . . 254

7.14 Potˆencias `a sa´ıda da fonte de alimenta¸c˜ao da rede MT com filtros. . . 254

(33)

abreviaturas

Gloss´

ario de termos

Cliente — Comprador de energia el´etrica junto de um fornecedor.

Fornecedor — Entidade que fornece energia el´etrica a clientes por meio de uma rede de distribui¸c˜ao p´ublica.

Ponto de entrega — Ponto de liga¸c˜ao da instala¸c˜ao do cliente `a rede.

Tens˜ao nominal — Tens˜ao que caracteriza uma rede e em rela¸c˜ao `a qual s˜ao referidas certas caracter´ısticas de funcionamento.

Tens˜ao declarada — Tens˜ao nominal da rede, salvo se, por acordo entre fornecedor e o cliente, a tens˜ao de alimenta¸c˜ao aplicada no ponto de entrega diferir da tens˜ao nominal, caso em que essa tens˜ao ´e a tens˜ao de alimenta¸c˜ao declarada.

(34)

Sigla Expans˜ao

LT Linhas de Transmiss˜ao

SEE Sistema El´ectrico de Energia

QEE Qualidade da Energia El´etrica

RQS Regulamento da Qualidade de Servi¸co

EE Energia El´etrica

MAT Muito Alta Tens˜ao

AT Alta Tens˜ao

MT M´edia Tens˜ao

BT Baixa Tens˜ao

PT Posto de Transforma¸c˜ao

AC Alternating Current (corrente alternada)

Un Tens˜ao nominal

Uc Tens˜ao de declarada

THD Distor¸c˜ao harm´onica total

Lista de abreviaturas

Abreviatura Significado(s)

e.g. por exemplo

et al. e outros (autores)

etc. etcetera, outros

i.e. isto ´e, por conseguinte

(continua na p´agina seguinte)

(35)

vid. veja-se, ver

vs. versus, por compara¸c˜ao com

(36)
(37)

1

Introdu¸c˜

ao

O ano de 1882 marca o inicio da era da energia el´etrica com a inaugura¸c˜ao da primeira central el´etrica em Pearl Street, Nova Iorque, alimentando apenas 400 lampˆadas de 83 watt cada. Desde a´ı a produ¸c˜ao mundial de energia tem vindo a aumentar a um ritmo galopante ultrapassando j´a os 17400 TWh (valor atingido em 2004). Nos tempos actuais, o sistema El´ectrico de Energia (SEE) funciona continuamente, desempenhando uma fun¸c˜ao vital para a sociedade moderna, que depende intensamente desta forma de energia para a satisfa¸c˜ao das suas necessidades nos dom´ınios econ´omico e social (Paiva, 2007).

Quando bem concebido, o SEE, deve satisfazer os seguintes requisitos:

• A energia el´etrica deve ser fornecida em qualquer local onde seja solicitada, • A produ¸c˜ao deve igualar o consumo mais perdas,

• Os custos de produ¸c˜ao da energia fornecida devem ser minimizados, • O impacto ambiental da produ¸c˜ao da energia el´etrica deve ser contido,

• A energia el´etrica deve obedecer a crit´erios de qualidade bem definidos: frequˆencia constante; tens˜ao dentro de limites estreitos; forma de onda sinusoidal; fiabilidade

(38)

elevada.

Quando um evento se manifesta na tens˜ao, corrente e frequˆencia em propor¸c˜oes que p˜oem em causa o bom funcionamento dos equipamentos el´etricos e electr´onicos diz-se que estamos numa situa¸c˜ao de falta de qualidade de energia. Varia¸c˜oes de tens˜ao de curta ou longa dura¸c˜ao, interrup¸c˜oes de energia, flutua¸c˜ao de tens˜ao, desequil´ıbrios de tens˜ao e frequˆencias harm´onicas, s˜ao exemplos de pertuba¸c˜oes que afectam a qualidade da energia.

A qualidade da energia el´etrica constitui um t´opico de interesse desde os prim´ordios da eletricidade contudo, com a evolu¸c˜ao da electr´onica de potˆencia, o seu interesse tomou uma relevˆancia acrescida. A electr´onica de potˆencia permitiu a constru¸c˜ao de grandes conversores que eram utilizados na sua maioria pelas industrias. Com isso, sobreaquecimentos, diminui¸c˜ao da vida ´util dos equipamentos come¸caram a fazer-se sentir nos sistemas pr´oximos das industrias pois, os conversores de potˆencia injetam grandes quantidades de harm´onicos (da Concei¸c˜ao Nunes, 2007). Mas o problema n˜ao se restringiu apenas `as industrias, com a generaliza¸c˜ao de equipamentos electr´onicos como televisores, computadores ou micro-ondas, a inje¸c˜ao de harm´onicos come¸cou tamb´em a fazer-se sentir em grandes propor¸c˜oes junto dos consumidores residenciais e comerciais.

A crescente utiliza¸c˜ao destes equipamentos com comportamentos n˜ao lineares tem vindo a afectar cada vez mais a qualidade da energia no sistema el´ectrico, levanto a preju´ızos econ´omicos cada vez maiores tanto a n´ıvel da distribui¸c˜ao como do consumo.

1.1

Motiva¸c˜

ao e objetivos

Sendo a qualidade da energia el´etrica um tema da actualidade que tende, com a introdu¸c˜ao de um ambiente concorrencial no sector el´etrico, a aumentar cada vez mais o grau de interesse, torna-se aliciante a sua compreens˜ao e estudo. Posto isto, este trabalho teve como objectivo perceber como funciona o sistema el´ectrico de

(39)

energia, quais os factores que afectam a sua qualidade e quais os indicadores de qualidade utilizados.

Como o uso das cargas n˜ao lineares s˜ao a principal fonte de frequˆencias harm´onicas que, por sua vez, levam ao aumento do valor da corrente eficaz, ao aumento das perdas nos equipamentos e `a falta de qualidade de energia, torna-se interessante o estudo do comportamento de uma rede de energia el´etrica na presen¸ca de cargas n˜ao lineares. Neste trabalho, com a ajuda de um programa computacional de simula¸c˜ao ATP (Alternative Transient Program), ´e feita tamb´em a modeliza¸c˜ao de uma rede de energia de m´edia e baixa tens˜ao onde ´e elaborado um estudo da qualidade da energia com especial enfoque na penetra¸c˜ao harm´onica por introdu¸c˜ao de cargas n˜ao lineares. O estudo da qualidade de energia ´e baseado segundo a norma europeia em vigor EN 50160. S˜ao ainda apresentados dois estudos, ambos na baixa tens˜ao, que tˆem como finalidade reduzir a taxa de distor¸c˜ao harm´onica melhorando assim a qualidade da energia.

1.2

Organiza¸c˜

ao da disserta¸c˜

ao

Por forma a tentar responder a todas as quest˜oes que o tema envolve, esta disserta¸c˜ao foi dividida em 8 cap´ıtulos. Os 4 primeiros cap´ıtulos s˜ao cap´ıtulos de car´acter introdut´orio e tˆem como objectivo fazer o enquadramento do tema, os restantes tˆem um caracter te´orico-pr´atico e s˜ao respons´aveis por criar uma liga¸c˜ao dos conte´udos te´oricos abordados nos cap´ıtulos introdut´orios com o trabalho pr´atico em estudo. Resumidamente:

Cap´ıtulo 1 - Introdu¸c˜ao: O cap´ıtulo 1 tem como objectivo fazer a apresenta¸c˜ao do tema, explicar a motiva¸c˜ao e objetivos do trabalho e expor a estrutura que o trabalho vai tomar.

Cap´ıtulo 2 - Linhas de Transmiss˜ao Neste cap´ıtulo ´e explicado o funcionamento do sistema el´etrico de energia, caracterizando os seus elementos e parˆametros

(40)

el´etricos.

Cap´ıtulo 3 - Qualidade da Energia El´etrica: Aqui foram caracterizadas as principais perturba¸c˜oes `a qualidade da energia el´etrica. Referenciaram-se factores causadores dessas pertuba¸c˜oes e formas de prevenir e contornar essas mesmas perturba¸c˜oes. Cap´ıtulo 4 - O Software ATP-EMTP: Neste cap´ıtulo s˜ao apresentadas e descritas

sucintamente as funcionalidades do software ATP-EMTP, utilizado na modeliza¸c˜ao da rede em estudo.

Cap´ıtulo 5 - Apresenta¸c˜ao do caso pr´atico: Neste cap´ıtulo ´e apresentada a rede el´etrica em estudo e s˜ao descritas as etapas e c´alculos necess´arios `a modeliza¸c˜ao da mesma no software ATP-EMTP.

Cap´ıtulo 6 - Apresenta¸c˜ao e An´alise dos Resultados Obtidos: Este cap´ıtulo ´e maioritariamente pr´atico e ´e onde s˜ao apresentados os resultados obtidos na modeliza¸c˜ao da rede. A rede ´e modelizada em dois estados de opera¸c˜ao distintos (com e sem carga n˜ao linear) e ´e tamb´em neste cap´ıtulo que se faz a compara¸c˜ao dos resultados obtidos.

Cap´ıtulo 7 - Solu¸c˜oes para melhorar a qualidade da rede: Neste cap´ıtulo s˜ao modelizados filtros com o objectivo de melhorar a qualidade da energia.

Cap´ıtulo 8 - Conclus˜oes: No cap´ıtulo final ´e feita uma revis˜ao dos conceitos abordados e s˜ao apresentadas as conclus˜oes deste trabalho.

(41)

2

Linhas de Transmiss˜

ao

A energia el´etrica (EE) est´a presente na natureza sob diversas formas. Essas formas de energia, todavia, surgem em regimes vari´aveis e imprevis´ıveis. Para que a energia el´etrica seja utiliz´avel, foi necess´ario criar estruturas capazes de transformar formas de energia em energia el´etrica dispon´ıvel no tempo de uma forma est´avel e previs´ıvel. Uma vez produzida, ´e necess´ario assegurar o transporte e a distribui¸c˜ao da energia desde as centrais produtoras at´e aos consumidores finais. As estruturas respons´aveis pela produ¸c˜ao de energia em conjunto com as redes respons´aveis pela condu¸c˜ao da mesma constitui o sistema el´ectrico de energia (SEE).

As redes el´etricas s˜ao classificadas segundo: a Tens˜ao nominal (ou de servi¸co) respons´avel por definir a capacidade da linha bem como as suas dimens˜oes e da aparelhagem das subesta¸c˜oes; Fun¸c˜ao que deve assegurar e topologia respons´avel por definir o modo de opera¸c˜ao normal da rede e as possibilidades de socorro em caso de falha.

Segundo os n´ıveis de tens˜ao, as redes classificam-se em 4 tipos:

• Baixa Tens˜ao (≤ 1000 V): Valores t´ıpicos de 400/230 V na Europa.

• M´edia Tens˜ao ( 1 kV < MT ≤ 45 kV): 10, 15, 30 kV para redes de distribui¸c˜ao 5

(42)

urbana ou rural, 6 kV para redes industriais.

• Alta Tens˜ao (45 kV < AT ≤ 110 kV): Em Portugal os valores t´ıpicos rodam os 60 kV (REN, 2012).

• Muito Alta Tens˜ao (Acima dos 110 kV): Em Portugal os valores t´ıpicos rodam os 150, 220, 400 kV (REN, 2012).

Segundo a fun¸c˜ao, as redes classificam-se em 3 tipos:

• Redes de Distribui¸c˜ao: ´E respons´avel por levar a energia at´e junto dos consumidores dom´esticos ou industriais e ´e constitu´ıda por linhas a´ereas e cabos subterrˆaneos de alta, m´edia e baixa tens˜ao. As Subesta¸c˜oes, a par de outros equipamentos como postos de seccionamento e de transforma¸c˜ao e instala¸c˜oes de ilumina¸c˜ao p´ublica, s˜ao tamb´em infra-estruturas fundamentais da Rede (EDP,2012). Aquando a existˆencia de produtores independentes que usam fontes renov´aveis, essa energia ´e recebida pela rede de distribui¸c˜ao.

• Redes de Transporte: Percorrem um grande espa¸co geogr´afico (em Portugal, como ilustra a figura2.1, cobrem a totalidade do territ´orio Continental e tem interliga¸c˜oes com a rede de transporte espanhola) e assegura o deslocamento de energia entre os centros produtores e as subesta¸c˜oes que ligam `a rede de distribui¸c˜ao. Como cobrem grandes distˆancias, s˜ao utilizadas tens˜oes muito elevadas minorando, desta forma, as perdas por efeito de Joule.

• Redes de interliga¸c˜ao: De forma a melhorar a seguran¸ca das redes em caso de falhas e tamb´em para trocas comerciais, ´e comum redes de pa´ıses vizinhos estarem interligadas. A estrutura respons´avel por essa comunica¸c˜ao entre redes ´e a rede de interliga¸c˜ao.

(43)
(44)

A topologia da rede ´e muito importante no que diz respeito `a qualidade do servi¸co. Na grande parte do SEE, a reposi¸c˜ao imediata da energia em caso de falha ´e fundamental. Para tal, a rede necessita ser pensada, dimensionada e constru´ıda, por forma a obter uma certa redundˆancia no que diz respeito ao fornecimento de energia. Diferentes constru¸c˜oes da rede implicam diferentes custos de investimento

(da Concei¸c˜ao Nunes, 2007; Paiva, 2007).

• Radial (ilustra¸c˜ao2.2): Tipicamente utilizada nas redes de distribui¸c˜ao, s˜ao as que possuem menor fiabilidade e menor custo. A energia desloca-se tipicamente numa s´o direc¸c˜ao (da alimenta¸c˜ao para as cargas) pois apenas possui um ´unico ponto de alimenta¸c˜ao de onde partem as ramifica¸c˜oes das linhas.

~

Figura 2.2 – Estrutura topol´ogica da rede radial.

• Malhada (ilustra¸c˜ao2.3): Obrigatoriamente utilizada nas redes de transporte, possuem uma grande fiabilidade e, consequentemente, maior custo. Neste tipo de topologia, os geradores est˜ao ligados de forma a que a energia possa circular por diferentes caminhos. As linhas tˆem que estar devidamente dimensionadas para que, em caso de avaria, consigam transmitir a potˆencia necess´aria.

(45)

~

~

Figura 2.3 – Estrutura topol´ogica da rede malhada.

• Malhada com explora¸c˜ao radial (ilustra¸c˜ao 2.4): Usada em redes de distribui¸c˜ao com elevada densidade de carga. Esta topologia consiste na liga¸c˜ao de duas ou mais redes radiais por interruptores. Os interruptores est˜ao normalmente abertos sendo fechados no caso de falha de energia numa linha.

~

~

Figura 2.4 – Estrutura topol´ogica da rede malhada com explora¸c˜ao radial.

As linhas de transmiss˜ao (LTs) podem ser respons´aveis pelo transporte de energia ou por transmiss˜ao de sinal sendo que, nos dois tipos de transmiss˜ao a teoria base de funcionamento ´e a mesma. No caso particular do transporte de energia, a sua transmiss˜ao ´e realizada pelo campo electromagn´etico criado pela tens˜ao entre os

(46)

condutores e pela corrente que neles flui (Paiva, 2007). Cada linha de transmiss˜ao possui propriedades diferentes que dependem de:

• Frequˆencia; • N´ıvel de Tens˜ao;

• Quantidade de potˆencia a ser transmitida; • Modo de transmiss˜ao (a´ereo ou subterrˆaneo); • Distˆancia entre os terminais transmissor e receptor.

A energia el´etrica ´e, na sua maioria, transmitida atrav´es de LTs a´ereas. A transmiss˜ao subterrˆanea ´e usada apenas em ´areas densamente povoadas devido ao seu alto custo de instala¸c˜ao e manuten¸c˜ao, e porque a alta potˆencia reativa produz elevadas correntes de carga e dificuldades na gest˜ao dos n´ıveis de tens˜ao (Baptista, 2011). Este cap´ıtulo pretende tratar as linhas de transmiss˜ao a´erea de energia el´etrica que compreendem toda a rede que interliga as subesta¸c˜oes de distribui¸c˜ao at´e aos consumidores finais.

2.1

Elementos constituintes de uma LT

As linhas de transmiss˜ao s˜ao constitu´ıdas por:

1. Estruturas de Suporte (Apoios) 2. Isoladores

3. Cabos de Guarda 4. Condutores

(47)

2.1.1

Estruturas de Suporte (Apoios)

Os apoios s˜ao constitu´ıdos pelo poste e respectiva funda¸c˜ao e servem de pontos de fixa¸c˜ao dos cabos condutores garantindo as distˆancias de seguran¸ca entre eles e entre o solo (Sequeira, 2009).

Nas linhas de transmiss˜ao a´ereas s˜ao utilizados apoios met´alicos ou de bet˜ao armado. Qualquer outro tipo de material s´o deve ser utilizado ap´os licenciamento. Apesar dos apoios em bet˜ao armado serem mais baratos e ocuparem menos espa¸co, estes possuem a desvantagem de terem de ser transportados na sua configura¸c˜ao final. Em muitos casos torna-se, por isso, mais vantajosa a utiliza¸c˜ao de apoios met´alicos. Estes s˜ao mais caros, ocupam mais espa¸co mas, tˆem a vantagem de poderem ser montados no local (de Figueiredo, 2009).

Para al´em do material utilizado, os apoios s˜ao tamb´em caracterizados segundo a sua fun¸c˜ao (das Neves Madureira, 2009; Ferreira, 2004):

• Apoios de Alinhamento. Apenas suportam os condutores e cabos quando os dois v˜aos adjacentes est˜ao no prolongamento um do outro. Ilustrado na figura 2.5.

Figura 2.5 – Ilustra¸c˜ao dos apoios de alinhamento (das Neves Madureira,2009).

(48)

guarda nos v´ertices dos ˆangulos formados por dois alinhamentos. Ilustrado na figura 2.6.

Figura 2.6 – Ilustra¸c˜ao dos apoios de ˆangulo (das Neves Madureira,2009).

• Apoios de deriva¸c˜ao. Apoios onde s˜ao estabelecidas uma ou mais deriva¸c˜oes para outras linhas. Podem ser de alinhamento ou de ˆangulo.Ilustrado na figura

2.7.

Figura 2.7– Ilustra¸c˜ao dos apoios de deriva¸c˜ao (das Neves Madureira,2009).

• Apoios de refor¸co (em alinhamento, ˆangulo ou deriva¸c˜ao). Usados para proporcionar pontos firmes na linha.

(49)

isso resistir a esfor¸cos longitudinais de todos os condutores e cabos. Ilustrado na figura 2.8.

Figura 2.8 – Ilustra¸c˜ao dos apoios de fim de linha (das Neves Madureira,2009).

Arma¸c˜oes

As arma¸c˜oes consistem em estruturas met´alicas que se colocam no topo de um apoio permitindo a fixa¸c˜ao dos condutores a este. A aplica¸c˜ao dos diferentes tipos de arma¸c˜oes no apoio deve ter em conta a fun¸c˜ao que este desempenha.

As arma¸c˜oes normalizadas s˜ao:

• Para apoios de alinhamento, ˆangulo e refor¸co s˜ao recomendadas a seguintes arma¸c˜oes:

– HRFSC ( Esteira Horizontal refor¸cada, representada na ilustra¸c˜ao 2.9); – TAL ( Triˆangulo para fun¸c˜ao de Alinhamento, representada na ilustra¸c˜ao

2.10);

– TAN ( Triˆangulo para fun¸c˜ao de ˆAngulo, representada na ilustra¸c˜ao2.10); – GAL ( Galhardete para fun¸c˜ao de Alinhamento, representada na ilustra¸c˜ao

(50)

– GAN ( Galhardete para fun¸c˜ao de ˆAngulo);

– VAL ( Esteira Vertical para fun¸c˜ao de Alinhamento, representada na ilustra¸c˜ao 2.12);

– VAN ( Esteira Vertical para fun¸c˜ao de ˆAngulo, representada na ilustra¸c˜ao

2.12)

• Para apoios de fim de linha e deriva¸c˜ao s˜ao recomendadas as seguintes arma¸c˜oes:

– HDR ( Esteira Horizontal);

– HPT4 ( Esteira Horizontal, utilizada em apoios fim de linha albergando PT a´ereo como representa a figura 2.13).

(51)

a) b)

Figura 2.10 – Arma¸c˜ao do tipo: a) TAL, b) TAN.

(52)

a) b)

Figura 2.12 – Arma¸c˜ao do tipo: a) VAL, b) VAN.

Figura 2.13 – Arma¸c˜ao do tipo HPT4.

Os esfor¸cos que cada tipo de arma¸c˜ao consegue suportar podem ser modificados atrav´es do aumento ou redu¸c˜ao da espessura dos perfis do ferro. Por este motivo

(53)

podemos dizer que, dentro do mesmo tipo de arma¸c˜ao, existem v´arios modelos. As disposi¸c˜oes mais comuns em pequenas linhas derivadas ´e fazer a deriva¸c˜ao em esteira horizontal e o restante percurso em triˆangulo. Apesar de a disposi¸c˜ao em triˆangulo garantir uma boa distˆancia entre os condutores, no caso de o v˜ao ser muito extenso e com a presen¸ca de ventos fortes, os condutores podem tocar-se e originar curto-circuitos. Para evitar este problema utilizam-se disposi¸c˜oes do tipo galhardete

(das Neves Madureira, 2009).

Funda¸c˜oes

Segundo (dos Santos Pereira,2005), funda¸c˜ao ´e parte de uma constru¸c˜ao destinada, essencialmente, a distribuir as cargas sobre o terreno. Corresponde por isso ao elemento estrutural de funda¸c˜ao que assegura a transferˆencia de carga desde o elemento estrutural, neste caso o poste, para o terreno. Maci¸co de funda¸c˜ao ´e o terreno onde ocorrem varia¸c˜oes do estado de tens˜ao de que resulta o equil´ıbrio da carga aplicada a uma certa ´area do terreno.

S´o por si um elemento estrutural de funda¸c˜ao n˜ao garante a estabilidade. Para tal ´e necess´ario que o maci¸co de funda¸c˜ao possua caracter´ısticas que possibilitem o equil´ıbrio da carga que lhe ´e transmitida pela funda¸c˜ao. Conclui-se daqui que a natureza do terreno condiciona o tipo de funda¸c˜ao a aplicar. No que diz respeito `as funda¸c˜oes dos apoios das linhas de transmiss˜ao a´ereas, existem outros parˆametros importantes que devem ser tidos em conta aquando o seu dimensionamento. S˜ao eles (Sequeira, 2009; dos Santos Pereira, 2005):

• A responsabilidade da linha • Fun¸c˜ao do apoio

• Esfor¸cos envolvidos • Altura do apoio

(54)

O c´alculo do dimensionamento das funda¸c˜oes raramente ´e realizado pelo projectista sendo as dimens˜oes das funda¸c˜oes especificadas no cat´alogo do fabricante. Contudo, este deve ser tal que, sob o efeito das solicita¸c˜oes m´aximas, i.´e., na situa¸c˜ao mais desfavor´avel, n˜ao ocorram aumentos perigosos do v˜ao dos condutores nem o derrube do poste (Sequeira, 2009;de Figueiredo, 2009; dos Santos Pereira,2005).

2.1.2

Isoladores

Fixados nas estruturas met´alicas, de bet˜ao ou de madeira, os isoladores s˜ao dotados de uma fun¸c˜ao el´etrica e mecˆanica. Eles devem ser capazes de impedir a passagem de corrente dos condutores para os apoios ao mesmo tempo que sustentam mecanicamente os cabos. Devem tamb´em oferecer uma alta resistˆencia para correntes de fuga de superf´ıcie e ser suficientemente espessos para prevenir ruptura sob as condi¸c˜oes de tens˜ao que devem suportar. Estas fun¸c˜oes s´o s˜ao garantidas quando o dimensionamento e a manuten¸c˜ao dos isoladores s˜ao feitos de forma correta. Aquando um mau dimensionamento e deficiente manuten¸c˜ao podem ocorrer os seguintes fen´omenos

(Sequeira, 2009;Ferreira, 2004; de Figueiredo,2009):

Condutividade atrav´es da massa dos isoladores: Dados os materiais de fabrico atualmente utilizados nos isoladores, podemos desprezar a corrente resultante desde fen´omeno 2.14 a).

Perfura¸c˜ao da massa do isolador: As possibilidades de ocorrˆencia deste fen´omeno s˜ao diretamente proporcional ao n´ıvel de tens˜ao da linha. Quanto maior o n´ıvel de tens˜ao maior a espessura do isolador. Este aumento de espessura implica maiores cuidados no processo de fabrico de forma a evitar heterogeneidades (impurezas) no interior da massa que conduzam `a perfura¸c˜ao 2.14 b).

Condutividade superficial: Associada `a acumula¸c˜ao de humidade, poeiras e dep´ositos salinos (se perto do mar) `a superf´ıcie dos isoladores. ´E poss´ıvel atenuar este fen´omeno, conferindo aos isoladores formas e dimens˜oes adequadas de modo a aumentar os comprimentos das linhas de fuga 2.14 c).

(55)

Descarga disruptiva e contornamento: Resulta do estabelecimento de um arco el´ectrico entre o condutor e o apoio, atrav´es do ar que os separa, cuja rigidez diel´etrica, em determinadas situa¸c˜oes n˜ao ´e suficiente para evit´a-lo. O afastamento conveniente dos condutores e apoios ´e um modo de evitar este fen´omeno 2.14

d).

d)

b)

c)

a)

Figura 2.14 – Fen´omenos que podem ocorrer nos isoladores: (a) condutividade da massa do isolador; (b) perfura¸c˜ao da massa do isolador; (c) condutividade superficial; (d) descarga disruptiva e contornamento.

Conclui-se que, para al´em dos importantes aspectos econ´omicos, sempre presentes no dia a dia, a escolha dos isoladores ´e fortemente condicionada pela zona onde a linha ser´a implantada. A polui¸c˜ao e o clima envolvente s˜ao parˆametros muito importantes uma vez que condicionam o perigo de descarga disruptiva e contornamento (Ferreira,

(56)

Tipos de Isoladores

Os isoladores apresentam diferentes configura¸c˜oes e composi¸c˜oes. Quanto `a composi¸c˜ao estes podem ser:

• Porcelana vitrificada: Caracterizados por um pre¸co baixo e processo de fabrico simples.

• Vidro temperado: Caracterizados por um processo de fabrico automatizado que leva a baixos custos e elevado controle de qualidade.

• Pol´ımeros e borracha de EPDM ou Silicone: Os isoladores polim´ericos s˜ao caracterizados por terem um peso reduzido o que torna a sua instala¸c˜ao r´apida e simples.

Quanto `a configura¸c˜ao, os isoladores podem ser r´ıgidos ou suspensos como ilustra a figura 2.15. Os isoladores r´ıgidos, apesar de terem custos inferiores est˜ao a cair em desuso. A partir de determinados valores de tens˜ao, o seu manuseamento torna-se dif´ıcil devido `as suas dimens˜oes. Nestas situa¸c˜oes torna-se mais f´acil o uso de v´arios isoladores suspensos reunidos em forma de cadeia. O n´umero de isoladores que forma uma cadeia depende da tens˜ao sendo, a tens˜ao m´edia por isolador de 10 kV

(Ferreira,2004).

As cadeias de isoladores podem ser de amarra¸c˜ao ou suspens˜ao. As cadeias de amarra¸c˜ao s˜ao utilizadas preferencialmente em apoios sujeitos a esfor¸cos elevados (s˜ao exemplo os apoios de ˆangulo ou de fim de linha). Neste tipo de cadeia a liga¸c˜ao entre o condutor e o apoio ´e feita na horizontal. As cadeias em suspens˜ao est˜ao, como nome indica, suspensas no apoio dando, desta forma, liberdade de movimento aos condutores. Apesar de, em situa¸c˜oes de vento extremo, os condutores poderem aproximar-se perigosamente uns dos outros ou dos apoios, este tipo de cadeia ´e utilizado nos apoios de alinhamento devido a terem um custo inferior aos de amarra¸c˜ao.

(57)

Isoladores Rígidos Isoladores Suspensos

Figura 2.15 – Ilustra¸c˜ao dos isoladores r´ıgidos e suspensos (Ferreira,2004).

2.1.3

Cabos de Guarda

Os cabos de guarda nas linhas de transmiss˜ao a´erea devem assegurar que, em caso de descarga atmosf´erica, os condutores n˜ao s˜ao atingidos e o fornecimento de energia n˜ao ´e interrompido. Est˜ao localizados no topo da linha e s˜ao tamb´em respons´aveis pela interliga¸c˜ao dos circuitos de liga¸c˜ao `a terra dos apoios.

2.1.4

Condutores

Os condutores mais utilizados nas linhas de transmiss˜ao a´ereas s˜ao os cabos de cobre ou ligas de cobre e os cabos de alum´ınio ou ligas de alum´ınio. A escolha do tipo de metal a utilizar ´e feita com base em aspectos t´ecnicos e econ´omicos como, alta condutibilidade el´etrica, baixo custo, boa resistˆencia mecˆanica, baixo peso espec´ıfico e alta resistˆencia `a oxida¸c˜ao e corros˜ao. Apesar de o cobre ter uma condutividade duas vezes maior que a do alum´ınio, este ´e o mais comum pois possui custos e pesos mais baixos (Paiva, 2007). O diˆametro de um condutor de alum´ınio,

(58)

quando comparado com um condutor de cobre equivalente, ´e tamb´em superior. Esta caracter´ıstica confere aos cabos de alum´ınio uma vantagem adicional que ser´a posteriormente explicada.

Nas linhas de transmiss˜ao a´ereas os condutores s˜ao ent˜ao normalmente multifilares sem isolamento, homog´eneos ou heterog´eneos dependendo se s˜ao constitu´ıdos por metal simples ou liga met´alica. Na tabela 2.1 s˜ao caracterizados os condutores de alum´ınio. Na figura2.16´e apresentado o aspecto f´ısico dos condutores caracterizados em 2.1.

Sigla Descri¸c˜ao

AAC Cabo composto por v´arios fios de

”all aluminum conductor” alum´ınio encordoados

Semelhante aos cabos AAC mas conductor neste caso s˜ao utilizadas ligas de AAAC alum´ınio de alta resistˆencia. Dos

”all aluminum alloy conductor” cabos descritos ´e o que tem menor rela¸c˜ao peso/carga de ruptura e menores flechas, mas ´e

o de maior resistˆencia el´ectrica

ACSR Condutor composto por camadas

”aluminum conductor steel concˆentricas de fios de alum´ınio

reinforced” encordoados sobre uma alma de

a¸co.

Semelhante ao tipo ACSR mas ACAR neste caso utiliza-se alma com fios

”aluminum conductor alloy de alum´ınio de alta resistˆencia.

reinforced” Desta maneira a rela¸c˜ao

peso/carga fica ligeiramente maior que a do cabo ACSR.

(59)

a)

b)

c)

d)

Figura 2.16 – Aspecto f´ısico dos condutores de alum´ınio: a) Condutor AAAC b) Condutor ACAR c) Condutor AAC d) Condutor ACSR.

Resistˆencia el´ectrica

A resistˆencia el´etrica (R) ´e um aspecto t´ecnico muito importante pois ´e este que condiciona as perdas por efeito de joule. Em corrente continua, a resistˆencia (Ω/m), ´e dada pela f´ormula2.1onde ρ e a resistividade do material (Ω.m), l o comprimento do condutor (m) e A a sec¸c˜ao do condutor (m2).

R = ρl

A (2.1)

Para al´em destes factores, a resistˆencia varia tamb´em com a temperatura contudo, essas varia¸c˜oes n˜ao s˜ao muito significativas. O valor da resistˆencia ´e, por isso, na maior parte dos casos especificado `a temperatura de 20oC. Atrav´es da f´ormula 2.2

podem obter-se valores de resistˆencia a outras temperatura onde R1 e R2 s˜ao as

resistˆencias `as temperatura T1e T2, respectivamente e α o coeficiente de temperatura

(Paiva, 2007).

R2 = R1[1 + α(T2− T1)] (2.2)

O c´alculo da resistˆencia atrav´es da equa¸c˜ao2.1 n˜ao ´e um c´alculo exacto. Aquando a utiliza¸c˜ao de condutores entran¸cados, o comprimento de cada fio ´e ligeiramente superior ao do condutor. Devido ao efeito pelicular, a resistˆencia em corrente

(60)

alternada ´e superior `a resistˆencia em corrente continua. Este fen´omeno consiste na distribui¸c˜ao n˜ao uniforme da corrente pela sec¸c˜ao do condutor que resulta numa distribui¸c˜ao tamb´em n˜ao uniforme do fluxo magn´etico no interior do condutor. Para frequˆencias superiores a 60 Hz, o c´alculo da resistˆencia ´e tamb´em afectado pelo efeito

de proximidade. Distribui¸c˜ao n˜ao uniforme do fluxo dentro do condutor devido `a

indu¸c˜ao m´utua entre os condutores de uma linha.

Condutˆancia Transversal e Efeito coroa

A condutˆancia transversal (G) representa a corrente de fuga entre os condutores e a terra que flui pelos isoladores. ´E dependente das condi¸c˜oes de opera¸c˜ao da linha como, humidade do ar, polui¸c˜ao, sujidade, etc. A contribui¸c˜ao da condutˆancia no comportamento geral de uma linha ´e muito pequena e, por isso, o seu efeito ´e desprezado.

O efeito de coroa corresponde a uma corrente de fuga semelhante `a da condutˆancia transversal. Esta corrente de fuga surge quando os condutores de uma linha atingem um potencial suficientemente grande capaz de gerar a disrup¸c˜ao e ioniza¸c˜ao do ar envolvente. O efeito de coroa depende do gradiente potencial nas imedia¸c˜oes dos condutores, aumentando com o n´ıvel das tens˜oes e diminuindo com o aumento da sec¸c˜ao dos condutores (Sequeira, 2009). ´E por esta raz˜ao que os condutores de alum´ınio possuem uma vantagem acrescida aos condutores de cobre. Como foi dito anteriormente, a sec¸c˜ao de um condutor de alum´ınio, quando comparado com um condutor de cobre equivalente, ´e superior. Desta maneira, o campo el´ectrico na superf´ıcie do condutor ´e reduzido evitando o efeito de coroa (Paiva, 2007). Nos condutores a´ereos o efeito para al´em de aud´ıvel ´e tamb´em vis´ıvel na escurid˜ao da noite. Os condutores s˜ao envolvidos num arco luminoso azulado de forma transversal circular em forma de coroa (Sequeira, 2009).

Tal como o fen´omeno de condutˆancia transversal, o efeito de coroa ´e tamb´em dependente de condi¸c˜oes atmosf´ericas. A presen¸ca de ´agua proveniente de chuvas, nevoeiros ou neblinas nos condutores s˜ao condi¸c˜oes favor´aveis ao efeito de coroa

(61)

sendo este, nestas condi¸c˜oes, mais ruidoso. Na figura 2.17 s˜ao apresentadas as an´alises espectrais dos sinais sonoros registados em medi¸c˜oes ac´usticas efetuadas na linha Batalha-Pego que comprovam isso mesmo (Jos´e Peralta,2009).

Figura 2.17 – Espectros do ru´ıdo aud´ıvel: (1) com chuva; (2) sem chuva; (3) ambiente.(Jos´e Peralta,2009)

Susceptˆancia, Capacitˆancia e Admitˆancia

Segundo (Paiva, 2007), a susceptˆancia ´e dada pela express˜ao 2.3:

B = ωC(S/Km) (2.3)

Segundo (Sequeira, 2009), a capacidade linear (C) de servi¸co de um condutor de linha, ´e por defini¸c˜ao, a rela¸c˜ao entre a carga capacitiva electrost´atica (Q) desse condutor, sobre um comprimento unit´ario e a diferen¸ca de potencial (V) existente, em cada instante, entre o condutor e o seu inv´olucro, quando os condutores respectivos s˜ao sujeitos a um sistema polif´asico sim´etrico de diferen¸cas de potencial em rela¸c˜ao a esse inv´olucro.

C = Q

(62)

A admitˆancia (Y) ´e dada pela express˜ao 2.5:

Y = G + jB(S/Km) (2.5)

Reactˆancia e Impedˆancia

Segundo (Paiva, 2007), a reactˆancia (X) ´e dada pelo produto entre a frequˆencia angular ω da corrente alternada pela indutˆancia (L)(2.6). Este parˆametro tem influˆencia na capacidade e na queda de tens˜ao da linha.

X = ωL (2.6)

A indutˆancia de um circuito ´e a rela¸c˜ao entre o fluxo magn´etico λ ligado e a corrente

I que percorre o circuito (2.7):

L = λ

I (2.7)

A Impedˆancia (Z) ´e dada pela express˜ao 2.8

Z = R + jX(Ω/Km) (2.8)

Indutˆancia de uma linha monof´asica

Segundo (Paiva,2007), a Indutˆancia (L) ´e resultado da soma de duas componentes: uma devida ao fluxo interno ao condutor; a outra devida ao fluxo que se fecha no exterior do condutor. Considerando uma linha monof´asica com dois condutores2.18, podemos deduzir a express˜ao da indutˆancia total da linha.

(63)

2r1 2r2

2 1

D

Figura 2.18 – Linha monof´asica com 2 condutores.

Fluxo interno ao condutor

Admitindo que um condutor de raio r (representado em 2.19) e sendo I a sua corrente total com densidade de corrente uniforme, i.´e., ignorando o efeito pelicular, a corrente dentro do cilindro de raio x ´e dada por:

I(x) = x 2 r2I (2.9) r B x dx

Figura 2.19 – Fluxo no interior de um condutor maci¸co de raio r.

Como as linhas de densidade de fluxo s˜ao concˆentricas com o eixo condutor, aplicando a lei de Amp´ere, obt´em-se o campo magn´etico (H) pela express˜ao 2.10:

H(x) = 1

2πxI(x) = x

(64)

Sendo µ a permeabilidade relativa do material do condutor e µ0 a permeabilidade

do ar, a indu¸c˜ao magn´etica ´e dada por 2.11:

B(x) = µµ0x

2πr2I (2.11)

O fluxo dΦ que circula num elemento tubular de espessura dx, por unidade de comprimento da linha, ´e (express˜ao 2.12):

dΦ = µµ0x

2πr2Idx (2.12)

O fluxo ligado dλ ´e devido apenas `a corrente I(x) como ilustra a express˜ao 2.13,

dλ = x

2

r2dΦ =

µµ0x3

2πr4 dx (2.13)

Para obter o fluxo total, expresso Wb/m, basta integrar entre x=0 e x=r a express˜ao

2.13: λ = Z r 0 µµ0x3 2πr4 dx = µµ0 8π I (2.14)

Sendo a µ0 = 4π × 10−7 H/m e admitindo µ = 1, usando a express˜ao 2.7 obtemos a

express˜ao da indutˆancia devida ao fluxo interno 2.15

Lint =

1 2 × 10

7

(H/m) (2.15)

Fluxo exterior ao condutor

Para calcular a indutˆancia devida ao fluxo externo calcula-se tamb´em o campo magn´etico mas, desta vez `a distˆancia x do eixo respectivo sendo x>r:

H(x) = 1

(65)

O fluxo ligado dλ com a corrente total I, circulando num elemento tubular de espessura dx, por unidade de comprimento da linha, ´e 2.17:

dλ = µµ0

2πxIdx (2.17)

O fluxo total entre dois pontos `a distˆancia D1 e D2, respectivamente, (ver figura

2.20) ´e dado por 2.14:

λ = Z D2 D1 µµ0 2πxIdx = µµ0 2π ln D2 D1 I (2.18) B2 B1 r D2 D1

Figura 2.20 – Fluxo exterior ao condutor.

Aplicando tamb´em a express˜ao 2.7 e substituindo os valores µ0 = 4π × 10−7 H/m e

µ = 1, obtemos a express˜ao da indutˆancia devido ao fluxo externo 2.19

Lext = (2 × 10

−7

) lnD2 D1

(2.19) Aplicando as express˜oes 2.15 e 2.19 aos condutores 1 e 2 da linha monof´asica representada em 2.18 temos que:

L1int= L2int =

1 2 × 10

7

(66)

L1ext= (2 × 10−7) ln D r1 (2.21) L2ext= (2 × 10 −7 ) lnD r2 (2.22) Como a indutˆancia total ´e a soma das duas componentes devidas ao fluxo interno e externo conclu´ımos que, para os condutores 1 e 2:

L1 = (2 × 10 −7 )(1 4 + ln D r1 ) (2.23) L1 = (2 × 10 −7 )(1 4 + ln D r2 ) (2.24)

A indutˆancia total da linha, admitindo que os condutores s˜ao de igual sec¸c˜ao, ´e dada por L = L1+ L2, ou seja: L = (4 × 10−7 )(1 4+ ln D r) (2.25)

Considerando r o raio m´edio geom´etrico temos que:

r′

= e−14 r (2.26)

Assim sendo, a express˜ao capaz de calcular a indutˆancia total de uma linha com as caracter´ısticas referidas ´e:

L = (4 × 10−7

)(lnD

r′)(H/m) (2.27)

Retira-se desta dedu¸c˜ao que a indutˆancia varia com a distˆancia entre condutores e o respectivo raio.

(67)

Indutˆancia de uma linha trif´asica

A linha de transmiss˜ao trif´asica n˜ao ´e um elemento sim´etrico. Para que seja poss´ıvel a an´alise monof´asica equivalente ´e necess´aria a transposi¸c˜ao dos condutores da linha. Os condutores v˜ao sendo permutados circularmente, em tro¸cos equidistantes, e cada um ocupa sequencialmente as trˆes posi¸c˜oes poss´ıveis (figura 2.21).

a b c c c a a b b

Figura 2.21 – Linha trif´asica transposta.

Uma vez que a queda de tens˜ao em cada fase s´o depende da corrente nessa fase, pode ser feito um estudo por fase usando o esquema monof´asico equivalente. Aqui, a indutˆancia ´e metade da correspondente a uma linha monof´asica (Paiva, 2007).

L = (2 × 10−7

)(lnD

r′)[H/m] (2.28)

Como se verifica na express˜ao2.28, tamb´em aqui a indutˆancia depende da distˆancia entre condutores. Contudo, nas linhas trif´asicas, a distˆancia D representa a m´edia geom´etrica da distˆancia entre os 3 condutores.

Em 2.1.1 foi visto que a linha, mediante o tipo de arma¸c˜ao, pode possuir diferentes

configura¸c˜oes. Conclui-se assim que, para as diferentes configura¸c˜oes da linha, existem diferentes m´edias geom´etricas.

(68)

a

b

c

Figura 2.22 – Geometria dos condutores em GAL.

Para uma linha com configura¸c˜ao do tipo GAL, a m´edia geom´etrica das distˆancias entre as fases (Dm) ´e dada pela express˜ao 2.29:

Dm =

3

pDab× Dac× Dbc (2.29)

onde Dab, Dac e Dbc representam as distˆancias entre as fases a e b, a e c, e b e c

respectivamente. Arma¸c˜ao VAN

a a’

b b’

c c’

(69)

Para uma linha com configura¸c˜ao do tipo VAN (Dm) ´e dada por 2.30:

Dm =

3

pDa× Db× Dc (2.30)

onde:

Da=pDa−b× Da−b′ × Da−c× Da−c′ (2.31)

Db =pDb−a× Db−a′× Db−c× Db−c′ (2.32)

Dc =pDc−a× Dc−a′× Dc−b× Dc−b′ (2.33)

2.2

Modelos de Linhas de transmiss˜

ao

Pelo que foi dito, conclui-se que as linhas de transmiss˜ao possuem resistˆencia, indutˆancia, condutˆancia e capacitˆancia uniformemente distribu´ıdas ao longo do comprimento da linha. Na literatura, encontram-se diversos modelos capazes de calcular estes quatro parˆametros e, desta forma, representar o comportamento real das linhas de transmiss˜ao. Os modelos existentes podem ser divididos em dois grupos:

• Modelos Exatos, que utilizam parˆametros distribu´ıdos.

• Modelos Simples, que utilizam parˆametros concentrados e constantes; O tipo de modelo de linha a utilizar depende da extens˜ao da linha de transmiss˜ao em estudo. Linhas at´e 80km s˜ao consideradas linhas curtas. Nestes casos, a capacitˆancia ´e desprezada por ser muito pequena logo, a linha ´e representada apenas por uma

Imagem

Figura 2.14 – Fen´ omenos que podem ocorrer nos isoladores: (a) condutividade da massa do isolador; (b) perfura¸c˜ ao da massa do isolador; (c) condutividade superficial; (d) descarga disruptiva e contornamento.
Figura 2.26 – Compara¸c˜ ao entre a extens˜ ao da LT e o comprimento de onda (Lemos, 2008).
Figura 3.1 – Representa¸c˜ ao gr´ afica de algumas perturba¸c˜oes el´etricas.
Figura 3.9 – Ilustra¸c˜ ao de a) laminadores industriais, b) m´ aquinas de soldar, c) elevadores de mina e d) linhas de caminho de ferro.
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