• Nenhum resultado encontrado

Download/Open

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Download/Open"

Copied!
149
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde. Aline Oliveira da Costa. Depressão, autoestima e satisfação conjugal no ciclo gravídico puerperal: implicações para a maternidade. São Bernardo do Campo 2018.

(2) UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde. ALINE OLIVEIRA DA COSTA. Depressão, autoestima e satisfação conjugal no ciclo gravídico puerperal: implicações para a maternidade. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Psicologia da Saúde, da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), como requisito para obtenção do título de Mestre em Psicologia da Saúde. Orientadora: Prof.ª Dra. Miria Benincasa.. São Bernardo do Campo 2018.

(3) A dissertação de mestrado sob o título: Depressão, autoestima e satisfação conjugal no ciclo gravídico puerperal: implicações para a maternidade, foi apresentada e aprovada em 06 de Agosto de 2018, perante banca examinadora composta por Prof/a. Dr/a. Miria Benincasa (Presidente/UMESP), Prof.ª Dra. Hilda Rosa Capelão Avoglia, (Titular/UMESP) e Prof.ª Dra. Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo (Titular/USP).. __________________________________________ Prof/a. Dr/a. Miria Benincasa Orientador/a e Presidente da Banca Examinadora. ___________________________________________ Prof/a. Dr/a. Maria do Carmo Fernandes Martins Coordenador/a do Programa de Pós-Graduação. Programa: Pós-graduação em Psicologia da Saúde Área de Concentração: Psicologia da Saúde Linha de Pesquisa: Saúde, Violência e Adaptação Humana.. São Bernardo do Campo 2018.

(4) FICHA CATALOGRÁFICA. Costa, Aline Oliveira da. C823d. Depressão, autoestima e satisfação conjugal no ciclo gravídico puerperal: implicações para a maternidade / Aline Oliveira da Costa. 2018. 148 f.. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) –Escola de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2018. Orientação de: Miria Benincasa.. 1. Puerpério 2. Período pós-parto 3. Transtornos emocionais 4. Maternidade I. Título CDD 157.9.

(5) Aos meus pais, Sérgio e Duwirges..

(6) AGRADECIMENTOS. Antes de um propósito nascer, assim como um bebê, ele passa por diversos estágios, sendo o primeiro deles o desejo. Desejo este que leva a um planejamento para a concepção e que, após o nascimento, requer intensa dedicação e cuidados. Os nomes a seguir representam a minha rede de apoio durante esta jornada, tão necessária e importante para mim quanto a rede de apoio para uma gestante no puerpério. Estas pessoas me sustentaram, me pouparam, me financiaram e contribuíram para que este projeto fosse gestado, nascesse, crescesse e, acima de tudo, me permitiram vivenciar esta fase com saúde mental e qualidade de vida. Ressalto que nenhuma palavra seria suficiente para expressar minha gratidão.. Meu agradecimento mais sincero ao Grande Espírito, representado pela pessoa de Jesus, que sempre se mostrou tão real em minhas experiências, que sempre me inspirou e me dotou de criatividade, proatividade e competências para superar os desafios, porque por Ele, e para Ele, são todas as coisas.. Minha eterna gratidão aos meus pais. À minha mãe Dulce, por ser minha principal rede de apoio, me poupando de todas as preocupações que não estivessem relacionadas ao meu crescimento profissional e acadêmico, por todo suporte emocional e gentilezas diárias, que, em uma tese, eu não seria capaz de descrever. Ao meu pai Sérgio, por sempre apoiar todo e qualquer projeto que eu me envolvesse, entrando com recursos financeiros, apoio e amor incondicionais. Sem eles, eu jamais teria chegado tão longe.. Ao meu grande amigo Lucas Andrade, que sempre me apoiou em toda a minha jornada, desde o ensino médio, graduação e mestrado; e, mesmo sendo de uma área completamente distinta, conseguiu contribuir com seus conhecimentos, me auxiliando em momentos de grande ansiedade, além da amizade mais sincera que pude vivenciar em minha história.. Minha gratidão ao meu analista Renato Guimarães, que sempre me guiou na minha jornada de autoconhecimento, que me acolheu diante de intensas angústias pessoais, profissionais e acadêmicas, e que, apesar de toda resistência apresentada, nunca me deixou desistir do meu processo de ressignificação e cura..

(7) Gratidão ao meu irmão Alberto, que nem sempre pode estar ao meu lado durante minhas trajetórias, mas os momentos em que esteve foram guardados com muita gratidão em meu coração.. Gratidão a todas as participantes voluntárias da pesquisa, que, ao abrirem suas casas e exporem suas experiências, contribuíram para que esta e tantas outras pesquisas pudessem existir. Sem essa colaboração genuína, nada poderia ser construído.. Gratidão à secretária do programa Elisangela Castro, por todo suporte, educação e gentiliza destinados a mim desde o período da graduação.. Aos meus mestres: Prof.ª Dra. Maria Geralda Helena, sempre atenciosa e competente; à Prof.ª Dra. Tânia Elena Bonfim, que contribuiu genuinamente com sugestões para esta pesquisa; ao Prof. Dr. Magno Oliveira Macambira pelas trocas tão produtivas; à Prof.ª Dra. Lucineida Dovão Praun, que para mim sempre foi um exemplo de conduta e uma grande inspiração; e ao Prof. Dr. Manuel Morgado Rezende, pela atenção e gentilezas diárias.. Aos meus amigos do programa: Ana Paula Magosso Cavaggione, Cristiano Andrade, Marcela Silva Baccelli, Francisca Yana Souza, Nivaldo Galvão, que sempre foram uma grande inspiração para mim, além de dividirem suas experiências e aprendizados, gratidão pela amizade despendida. Aos meus colegas do grupo de pesquisa, ―Humanização da assistência à gestação, parto, nascimento e pós-parto‖, por todos os projetos em parceria, e por todas as trocas de experiências e aprendizados.. À FAPESP e CAPES, pelos financiamentos que me possibilitaram vivenciar esta experiência.. Gratidão à Prof.ª Dra. Hilda Rosa Capelão Avoglia, por me conceder a honra de fazer parte da banca deste trabalho, por compartilhar seus conhecimentos conosco no grupo de pesquisa e por estar sempre presente, contribuindo de forma direta para a construção deste trabalho..

(8) Gratidão à Prof.ª Dra. Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo, por sempre me inspirar através de suas grandes contribuições para a história da Psicologia, pela força e competência que carrega consigo, e por aceitar o convite de fazer parte da banca deste trabalho, marcando positivamente a minha experiência na pós-graduação.. Gratidão à minha orientadora Prof.ª Dra. Miria Benincasa, por me ensinar a amar a pesquisa e a psicanálise desde a graduação, e por incentivar e favorecer a minha entrada e permanência no programa até este momento. Gratidão por todo suporte, contribuição e apoio, sem o seu envolvimento nesta jornada, nada disso seria possível..

(9) "A integridade e dignidade de um povo se mede pela proteção que ele oferece aos mais frágeis. Proteger as mulheres no sagrado tempo da espera e do êxtase pela nova vida, é a missão nobre que cada um de nós carrega no coração, pois, ainda que apenas elas tenham condição de gestar em seu ventre, somos todos nascidos da mulher, e carregamos por toda a existência a dívida com o feminino, e o respeito com o milagre da vida.". Trecho do livro Parto Ativo (Ricardo Herbert Jones – Membro ReHuNa ).

(10) RESUMO. Costa, A. O. (2018). Depressão, autoestima e satisfação conjugal no ciclo gravídico puerperal: implicações para a maternidade (Dissertação de Mestrado). Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo. O presente estudo teve por objetivo investigar e descrever as experiências afetivas, relacionais, e clínicas do ciclo gravídico puerperal, e analisar o impacto destas vivências no puerpério. Para isso, foram estudados qualitativamente quatro casos selecionados a partir de uma análise estatística, derivada do projeto intitulado: ―Cesárea eletiva, parto humanizado e violência obstétrica, o legado destas experiências para a vida emocional e relacional da mãe‖, que apontaram duas participantes melhores adaptadas a transição da maternidade e duas participantes menos adaptadas, de acordo com os resultados das análises dos instrumentos: EFS-RC, Escala de autoestima Rosenberg, e EPDS. Os instrumentos utilizados foram a entrevista semiestruturada, e o Procedimento do Desenho-Estória com Tema. De modo geral, os resultados apresentaram que existe um sofrimento que é intrínseco do puerpério. Destacou-se também, que o apoio do cônjuge não se mostrou como determinante para uma má adaptação a maternidade, pois todas as participantes tiveram apoio do parceiro em algum grau, e três delas apresentaram um transtorno emocional, assim, como a vivência de violência obstétrica no momento do parto não se mostrou como determinante para um transtorno emocional. No entanto, a amamentação mostrou-se como fator importante no puerpério, de onde derivaram diversos sentimentos de desamparo, tristeza e desespero. E as alterações corporais também se mostraram como um fator importante na transição para a maternidade, pois duas participantes que apresentaram um transtorno emocional, apresentaram muitas dificuldades em aceitar as transformações corporais, e as demais não apresentavam queixas em relação ao novo corpo. Logo, ressaltamos a necessidade de que mais estudos sejam realizados, a fim de refletir sobre as mudanças da imagem corporal na mulher durante a gravidez, e destacamos também, a importância e necessidade da estruturação de programas de assistência à amamentação, e a implantação de políticas públicas, visando à instrução qualificada para a amamentação e prevenção de agravos neste sentido. Palavras-chave: Puerpério. Pós-parto. Transtornos emocionais. Maternidade..

(11) ABSTRACT. Costa, A. O. (2018). Depression, self-esteem and marital satisfaction during the pregnantpuerperal cycle: implications for motherhood (Dissertação de Mestrado). Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo. The present study aimed to investigate and describe the affective, relational, and clinical experiences during the pregnant-puerperal cycle and to analyze the impact of these experiences during the puerperium. In order to do so, four cases were qualitatively selected from a statistical review derived from a project entitled: "Elective caesarean section, humanized childbirth and obstetric violence — The legacy of these experiences for the mother's emotional and relational life." The project focused on two participants most welladapted to the transition to motherhood, as well as on two less adapted participants, according to the results of the analysis made through the following instruments: SAF-RC, Rosenberg Self-Esteem Scale, and EPDS. The instruments used were the semi-structured interview and the Drawing-And-Story Procedure with a Theme. In general, the results showed that there is some suffering that is intrinsic to the puerperium. We also emphasize that the spouse's support did not prove to be a determinant for a poor adaptation to motherhood, as all the participants received support from their partner to some degree, and three of them developed an emotional disorder. The experience of obstetric violence at childbirth did not prove to be a determinant of emotional disorder either. However, breastfeeding has proved to be an important factor during the puerperium, when many feelings of helplessness, sadness, and despair have arisen. And body changes were also an important factor during the transition to motherhood, since the two participants with emotional disorders struggled in accepting their body changes, and the well-adapted participants did complained about the new body shape. Therefore, we emphasize the need to carry out more studies in order to reflect on changes in body image in women during pregnancy. We also emphasize the importance and necessity of structuring breastfeeding assistance programs and implementing public education policies aiming at qualified instruction for breastfeeding and disease prevention in this sense. Keywords: Puerperium. Postpartum. Emotional disorders. Motherhood..

(12) LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Scores das participantes selecionadas ...................................................................... 32 Figura 2 - Registro fotográfico do desenho da mulher, da participante Arizona ..................... 47 Figura 3 - Registro fotográfico do desenho da mãe, da participante Arizona .......................... 51 Figura 4 - Registro fotográfico do desenho da família, da participante Arizona ..................... 55 Figura 5 - Pintura “Maternity”.................................................................................................. 61 Figura 6 - Registro fotográfico do desenho da mulher, da participante Amália ...................... 71 Figura 7 - Registro fotográfico do desenho da mãe, da participante Amália ........................... 74 Figura 8 - Registro fotográfico do desenho da família, da participante Amália ...................... 77 Figura 9 - Pintura “Desemparats 1903” .................................................................................... 80 Figura 10 - Registro fotográfico do desenho da mulher, da participante Valentina ................. 87 Figura 11 - Registro fotográfico do desenho da mãe, da participante Valentina ..................... 91 Figura 12 - Registro fotográfico do desenho da família, da participante Valentina ................. 93 Figura 13 - Pintura “Mother and child 1902” ........................................................................... 96 Figura 14 - Registro fotográfico do desenho da mulher, da participante Poliana .................. 106 Figura 15 - Registro fotográfico do desenho da mãe, da participante Poliana ....................... 109 Figura 16 - Registro fotográfico do desenho da família, da participante Poliana .................. 111 Figura 17 - Pintura “Mother and child 1921” ......................................................................... 114.

(13) LISTA DE QUADROS. Quadro 1 - Fatores de risco para depressão pós-parto .............................................................. 27 Quadro 2- Caracterização sociodemográfica da amostra ......................................................... 33 Quadro 3 - Categorias de análise do DE-T da participante Arizona ........................................ 60 Quadro 4 - Categorias de análise do DE-T da participante Amália ......................................... 80 Quadro 5 - Categorias de análise do DE-T da participante Valentina...................................... 95 Quadro 6 - Categorias de análise do DE-T da participante Poliana ....................................... 114.

(14) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 18 1.1 Maternidade ................................................................................................................. 18 1.2 Aspectos que envolvem a gestação ............................................................................. 20 1.3 Rede de apoio no pós-parto ......................................................................................... 22 1.4 Transtornos emocionais no puerpério ......................................................................... 26 2 MÉTODO .............................................................................................................................. 31 2.1 Participantes ................................................................................................................ 32 2.2 Local ............................................................................................................................ 33 2.3 Instrumentos ................................................................................................................ 34 2.3.1 Entrevista Semiestruturada ............................................................................... 34 2.3.2 Questionário Sociodemográfico........................................................................ 34 2.3.3 Procedimento de Desenho - Estória com Tema (DE-T) ................................... 35 2.3.4 Procedimentos para a coleta de dados .............................................................. 35 2.3.5 Procedimentos para a análise dos dados ........................................................... 36 2.3.6 Analogia com as obras de Pablo Picasso .......................................................... 36 3 RESULTADOS ..................................................................................................................... 38 3.1 Caso 01 - Arizona........................................................................................................ 38 3.1.1 Dados gerais obtidos pelas entrevistas .............................................................. 38 3.1.2 Análise categorial da entrevista ........................................................................ 39 3.1.2.1 Gestação ................................................................................................. 39 4.1.2.2 Parto ........................................................................................................ 42 4.1.2.3 Pós-parto ................................................................................................. 43 3.1.3 Dados do procedimento projetivo (DE-T) e análise do material ...................... 47 3.1.3.1 Unidade 01: Desenho da mulher, da participante Arizona ..................... 47 4.1.3.2 Unidade 02: Desenho da mãe, da participante Arizona.......................... 51 4.1.3.3 Unidade 03: Desenho da família, da participante Arizona ..................... 55 4.1.4 Análogo: “Maternity” ................................................................................ 61 3.2 Caso 02 - Amália ......................................................................................................... 62 3.2.1 Dados gerais obtidos pela entrevista ................................................................. 62.

(15) 3.2.2 Análise categorial da entrevista ........................................................................ 63 3.2.2.1 Gestação ................................................................................................. 63 4.2.2.2 Parto ........................................................................................................ 65 4.2.2.3 Pós-parto ................................................................................................. 67 3.2.3 Dados do procedimento projetivo (DE-T) e análise do material ...................... 71 3.2.3.1 Unidade 01: Desenho da mulher, da participante Amália ...................... 71 4.2.3.2 Unidade 02: Desenho da mãe, da participante Amália ........................... 74 4.2.3.3 Unidade 03: Desenho da família, da participante Amália ...................... 77 3.2.4 Análogo: “Desemparats 1903” ......................................................................... 80 3.3 Caso 03 - Valentina ..................................................................................................... 82 3.3.1 Dados gerais obtidos pelas entrevistas .............................................................. 82 3.3.2 Análise categorial da entrevista ........................................................................ 82 3.3.2.1 Gestação ................................................................................................. 82 4.3.2.2 Parto ........................................................................................................ 84 4.3.2.3 Pós-parto ................................................................................................. 85 3.3.3 Dados do procedimento projetivo (DE-T) e análise do material ...................... 87 3.3.3.1 Unidade 01: Desenho da Mulher, da participante Valentina .................. 87 4.3.3.2 Unidade 02: Desenho da Mãe, da participante Valentina ...................... 91 4.3.3.3 Unidade 03: Desenho da família, da participante Valentina .................. 93 3.3.4 Análogo: “Mother and child 1902” .................................................................. 96 3.4 Caso 04 - Poliana......................................................................................................... 97 3.4.1 Dados gerais obtidos pelas entrevistas .............................................................. 97 3.4.2 Análise categorial da entrevista ........................................................................ 98 3.4.2.1 Gestação ................................................................................................. 98 4.4.2.2 Parto ...................................................................................................... 100 4.4.2.3 Pós-parto ............................................................................................... 103 3.4.3 Dados do procedimento projetivo (DE-T) e análise do material .................... 106 3.4.3.1 Unidade 01: Desenho da mulher, da participante Poliana .................... 106 4.4.3.2 Unidade 02: Desenho da mãe, da participante Poliana ........................ 108 4.4.3.3 Unidade 03: Desenho da família, da participante Poliana .................... 111.

(16) 3.4.4 Análogo: “Mother and child 1921” ................................................................ 114 4 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 116 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 134 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 137 ANEXOS ................................................................................................................................ 143.

(17) APRESENTAÇÃO O trecho do livro “Parto Ativo” traduz, com sensibilidade, a necessidade de proteger e amparar as mulheres, diante da fragilidade vivenciada ao tornarem-se mães. Tornar-se mãe, na contemporaneidade, reserva desafios que até então não foram compreendidos em sua totalidade pela sociedade moderna, em especial, pelas próprias mulheres, que vivenciam de forma mais intensa e agressiva essa transição para a maternidade. Em face da incapacidade de reconhecimento, de que existe um sofrimento real e característico do puerpério, além das difíceis e novas demandas que decorrem a partir da descoberta da gestação, tal sofrimento característico desses momentos passa a ser vivenciado com intensa carga culposa pelas mulheres, levando-as a crerem que há algo errado com elas, pois, aparentemente, todas as outras mulheres lidam com mais facilidade com as novas demandas, menos elas. Os transtornos emocionais no puerpério tendem a ser julgados pela sociedade apenas do ponto de vista moral. A sociedade desconhece a totalidade das implicações que envolvem a transição para a parentalidade e não reconhece tais transtornos como uma doença que merece ser tratada com a seriedade que a patologia requer. Portanto, o interesse em realizar este estudo se deu mediante a intencionalidade de apresentar as implicações da depressão pós-parto, da autoestima e da satisfação conjugal, em todo ciclo gravídico puerperal, para a maternidade. Outro ponto existente é o fato de que, além da existência dos transtornos emocionais no puerpério, há um sofrimento que é intrínseco a essa fase, não necessariamente constituindo-se como uma patologia, mas sendo considerado como um período de crise do ciclo vital, assim como adolescência ou terceira idade. O puerpério é considerado como um momento de crise, em que especialmente as mulheres têm que se adaptar à nova realidade de ser mãe, momento esse em que os primeiros doze meses condensam as transformações mais intensas - como a construção do vínculo com o bebê, posteriormente o retorno ao trabalho ou o abandono da carreira e a adaptação às mudanças que ocorrem na relação do casal -, de forma que todos esses fatores influenciam essa vivência e o envolvimento com a maternidade. Esse interesse ainda vai ao encontro da necessidade da desmistificação dos transtornos emocionais, além de chamar atenção para o ciclo gravídico puerperal, e para o sofrimento característico do puerpério, independentemente do diagnóstico de um.

(18) transtorno emocional. Tratando-se da realidade brasileira os dados são expressivos, já que a prevalência da depressão pós-parto e baby blues no país é bem alta. Considerando que o ciclo gravídico puerperal se constitui de uma das mais importantes transições e crises da vida da mulher, surgiu o interesse de conhecer e estudar, de forma mais profunda, as alterações psíquicas inerentes a esse ciclo, com a intenção de apresentar políticas públicas para gestantes e puérperas e intervenções mais direcionadas e específicas para tais demandas. Essas preocupações decorrem da minha luta pela qualidade de vida da mulher, em cumprimento da minha dívida com o sagrado feminino. Para a compreensão desta temática, a introdução será apresentada com a seguinte sequência de capítulos: Maternidade, Aspectos que envolvem a gestação, Rede de apoio no pós-parto, e Transtornos emocionais no puerpério..

(19) 18. 1 INTRODUÇÃO. 1.1 Maternidade. A transição para a parentalidade é classificada como um fenômeno complexo, em que as mudanças propostas podem influenciar a saúde da mulher, bem como do casal e familiares, desafiando o equilíbrio que foi previamente estabelecido pelos envolvidos (Henriques, Santos, Caceiro, & Ramalho, 2015). E, embora possa ser considerado um acontecimento normativo no ciclo de vida de uma família, pode ser considerado como uma fonte de estresse - quando diz respeito aos cuidados, à reorganização conjugal, familiar e profissional -, bem como uma fonte de grande satisfação pessoal através do novo significado que atribui à vida dos pais e da família em geral (Ramos & Canavarro, 2007). Pais e mães apresentam trajetórias diferentes na adaptação à parentalidade, no entanto, o impacto dessa transição em um casal é percebido de forma mais precoce e mais intensa nas mulheres do que nos homens, pois elas experimentam maiores perturbações no sono, nos momentos de lazer e no tempo com os amigos e parceiros (Guedes & Canavarro, 2013; Ramos & Canavarro, 2007). Leva-se em consideração que o puerpério é um período bastante propício ao desenvolvimento de transtornos emocionais devido às profundas modificações desencadeadas pela gestação e parto (Henriques et al., 2015). Essa transição é um dos maiores eventos que a mulher pode vivenciar, pois acontecem diversas alterações que afetam praticamente todos os hormônios do organismo materno, interferindo no dia a dia da mulher. Além de que, durante o pós-parto, a puérpera está dependente de vários fatores que poderão facilitar ou dificultar tal transição (Camacho, Vargens, Progianti, & Spíndola, 2010; Pereira & Canavarro, 2012). A maternidade é compreendida como uma fase de transição na vida da mulher, em que é necessário que ela incorpore um novo conhecimento e altere seus comportamentos, pois, nessa transição, ocorrem diversos reajustes e reestruturações em meio a diversas mudanças hormonais, físicas, psicológicas e sociais. Portanto, cada vez mais, a maternidade tem sido alvo de investigação (Airosa & Silva, 2013; Felgueiras & Graça, 2013). Durante o ciclo gravídico puerperal, não só a mulher, mas todos que compõem o seio familiar estão envolvidos com as mudanças que a maternidade propõe. Mudanças que podem ser temporárias, ou definitivas, e incluem a vida pessoal, profissional e social de cada.

(20) 19. individuo, independentemente da situação econômica e cultural em que estão inseridos (Airosa & Silva, 2013; Silva et al., 2011). Embora o processo do nascimento de um bebê seja o mesmo desde o início da humanidade, a forma como essa experiência é percebida mudou de acordo com o tempo. O período gestacional dura em torno de 40 semanas e, nessa etapa, ocorrem intensas preparações e transformações - de uma vida sem filhos para uma vida com filhos -, além da adaptação da mulher à maternidade, que é influenciada por três fatores em especial: seu bem-estar psicossocial, sua família e a sociedade em que está inserida (Gomes, Donelli, Piccinini, & Lopes, 2008; Silva et al., 2011). A construção da maternidade é realizada a cada dia por meio de sintomas - como enjoo, fraqueza, desmaios, mudanças do corpo -, de forma que a mulher vai adaptando-se ao seu novo formato, passando a considerar o futuro e a olhar a si mesma nele. Durante esse período gestacional, no primeiro trimestre da gestação, as mudanças estão acontecendo mais internamente, não expondo tanto as alterações físicas que, no entanto, já estão sendo sentidas. Já no segundo trimestre, a gestação começa a se estabilizar, melhorando a disposição da gestante e, muitas vezes, até há o aumento da libido. No entanto, no terceiro trimestre, geralmente, há um aumento da indisposição, inchaço e cansaço mais acentuado devido à dificuldade de respirar, além das preocupações com o parto. Lembrando que todos esses fatores costumam impactar no relacionamento conjugal (Camacho et al., 2010). Além das novas dificuldades no relacionamento conjugal, tornar-se mãe implica em mudanças de identidade, que podem ocorrer ainda na gestação, e podem evocar sentimentos ambíguos e gerar conflitos internos a respeito das competências necessárias para assumir o papel de mãe (Felgueiras & Graça, 2013). E, diante da expectativa do nascimento de um filho, a gestação produz uma nova realidade pessoal e familiar, em que todos precisam desenvolver novos papéis, paternos e maternos, caracterizando, por meio desse desenvolvimento, a adaptação à maternidade (Silva et al., 2011). Durante o puerpério, considerado como um momento de crise, as mulheres em especial têm que adaptar-se à nova realidade de ser mãe, sendo que os primeiros doze meses condensam as transformações mais intensas - como a construção do vínculo com o bebê, posteriormente o retorno ao trabalho, ou o abandono da carreira, e a adaptação às mudanças que ocorrem na relação com o casal. Todos esses fatores influenciam essa vivência e o envolvimento com a maternidade (Airosa & Silva, 2013; Felgueiras & Graça, 2013). Deste modo, vivencia-se uma fase exigente em estratégias para uma melhor adaptação às mudanças que a maternidade propõe, constituindo-se como um desafio para o casal, em.

(21) 20. especial para a mulher, pois o modo como essas mudanças são integradas e elaboradas relaciona-se diretamente com a estrutura da personalidade da mulher, além do significado que é dado à gravidez e do suporte familiar e social que é recebido (Airosa & Silva, 2013; Felgueiras & Graça, 2013).. 1.2 Aspectos que envolvem a gestação. A gestação é um momento repleto de significados para as mulheres, os quais influenciam de forma direta em sua saúde. Portanto, é importante conhecer e levar em consideração a visão, sentimentos e experiências das mulheres a respeito de sua gestação (Aldrighi, Wal, Souza, & Cancela, 2016). Parte-se do pressuposto de que a maternidade é algo naturalizado, um fato corriqueiro, que ocorre como um instinto pré-programado, que se inicia na concepção e se finaliza com a feliz experiência da díade mãe x bebê; no entanto, essa experiência está longe de ser algo de ordem do natural. A experiência de ser mãe não é reproduzível, não segue parâmetros instintivos, podendo ocorrer de forma alegre e natural, porém também pode ser vivenciada de forma sofrida, logo, cada sujeito irá vivenciar essa experiência de forma única (Aguiar, Silveira, & Dourado, 2011; Rodriguez & Carneiro, 2013). Além de ser uma experiência única para cada gestante, o planejamento da gestação também possui implicações na adaptação à maternidade. De acordo com Brito, Alves, Ludermir e Araújo (2015), inúmeras gestações não desejadas acontecem ao redor do mundo e, em 2008, estimou-se a ocorrência de 68 milhões. A falta de planejamento tem um impacto negativo, pois muitas mulheres podem iniciar o pré-natal tardiamente, continuar utilizando drogas ilícitas, além do aumento da mortalidade materna, consequência da realização de abortos inseguros. No entanto, o planejamento da gravidez não tem se mostrado fundamental para o estado de humor da mulher durante a gestação. A pesquisa de Silva et al. (2011), por exemplo, relata que nem todas as mulheres que tiveram uma gestação não planejada estavam infelizes com a mesma. Segundo Camacho et al. (2010), uma gestação não planejada implica diretamente em uma surpresa, provocando sentimentos distintos na gestante como, por exemplo, fortes emoções - tanto positivas quanto negativas, desde alegria e bem-estar intensos até a profunda sensação de desamparo - e sentimentos de culpa, frustação e vergonha. Contudo, é importante destacar que, segundo Rodriguez e Carneiro (2013), as vivências da maternidade e.

(22) 21. sentimentos ambivalentes caminham juntos, ou seja, independentemente da gestação ser ou não planejada, esta suscita transformações físicas e psicossociais intensas. Camacho et al. (2010) coloca, ainda, que o ponto de partida para a vivência simbólica da gestação seria a descoberta de que um novo ser está sendo gerado, sendo capaz de transformar a vida da mulher e, também, de todos que a cercam. Logo, a descoberta da gravidez é considerada como um momento de transição e identificação, em que as mulheres, especialmente as primíparas, recorrem a experiências anteriores para conseguir lidar com o futuro, articulando elementos internos com fatores externos (Gomes et al., 2008). O processo de tornar-se mãe desperta a necessidade de um profundo realinhamento psíquico, tendo em vista as demandas que a maternidade propõe, em especial, a adaptação a novos papéis. Geralmente, as mulheres são as principais cuidadoras do bebê e se veem diante da necessidade de uma reorganização mental, o que implicará na reelaboração de vários esquemas a respeito de si mesma, do bebê, do cônjuge e da família de origem (Sousa, Prado, & Piccinini, 2011). Processo que é nomeado por Bydlowski (1997) de “transparência psíquica”, estado em que a mulher experimenta sentimentos intensos e que, a partir desses processos de identificações, vai construindo um espaço psíquico para seu bebê. Após a descoberta da gestação, a mulher passa a conviver com a ideia de estar grávida e busca recursos para lidar com essas vivências e transformações, desencadeando um processo de reorganização da sua percepção. Ela passa da condição de ser apenas filha para ser mãe, o que implica em uma grande necessidade de reajustar seu relacionamento conjugal e sua situação financeira, sendo que todas essas repercussões estão associadas em como será criar esse bebê (Camacho et al., 2010; Gomes et al., 2008). A gestação é um momento de reatualização de tudo que uma mulher teve que percorrer para tornar-se o que é, fato que envolve uma gama de afetos, o que ela viveu em relação à própria mãe, as relações que estabeleceu com o cônjuge e todas as expectativas boas e ruins que experimentou desde que soube que estava grávida. Todos esses fatores influenciam na forma como cada mulher lidará com a condição de ser mãe e em como cada criança será incluída nesse desejo (Aguiar et al., 2011; Gomes et al., 2008). Segundo a literatura, esse conflito é ainda maior em mães tardias. Para o Ministério da Saúde, mulheres gestantes com idade igual ou superior a 35 anos são consideradas mães com idade materna avançada, ou mães tardias (Aldrighi et al., 2016). Schupp (2006) defende que há variações quanto à definição de mulheres com idade materna avançada (IMA), sendo que alguns autores consideram a idade de 35 anos, outros a partir de 40, e há aqueles que vão além, considerando gestantes com IMA acima de 45 anos..

(23) 22. Dion (1995) defende que o nível de expectativa de mães com IMA em relação ao seu próprio desempenho frente ao papel materno é muito maior, atuando como uma armadilha à adaptação a maternidade. Essas mulheres têm uma série de experiências anteriores de grande autonomia e segurança sobre vários aspectos da própria vida, que podem causar ainda mais estresse ao se depararem com o novo desafio da maternidade, que é vivenciado por elas com total imprevisibilidade, diminuindo por completo seu desempenho (Rodriguez & Carneiro, 2013). Para as mães com IMA, a transição e a adaptação para a maternidade é tão ambivalente quanto para mulheres mais jovens, ou até mais intensa, pois podem vivenciar momentos de rupturas, perdas, tristeza, raiva, conflitos, irritabilidade, assim como outras fragilidades de ordem física (Aldrighi et al., 2016), oscilando entre novas descobertas a respeito de aspectos da personalidade e crescimento pessoal (Shelton & Johnson, 2006). Em contrapartida, em uma gestação tardia, as mulheres tendem a sentir-se mais preparadas em muitos aspectos, financeiros e psicológicos, por exemplo, e sentem-se mais pacientes e mais realizadas, descrevendo essa experiência como um dos melhores acontecimentos da sua vida, é quase como um milagre conceber nessa etapa da vida. Porém, também apresentam maiores dificuldades em retomar as tarefas diárias e, principalmente, apresentam maiores preocupações com as mudanças que ocorrerão em sua vida após o nascimento do bebê, em relação à carreira profissional e o retorno ao trabalho (Aldrighi et al., 2016; Gomes et al., 2008).. 1.3 Rede de apoio no pós-parto. A família representa o agente socializador primário do individuo. Além de oferecer suporte, apoio e orientações, fornece exemplo de como viver, amar, sentir, cuidar de si e do outro. Dentro do sistema familiar, o sujeito é ligado a crenças, valores e tradições, que estão diretamente relacionados aos cuidados com a saúde. As ligações familiares possuem a capacidade de influenciar na forma com a qual os indivíduos percebem e vivenciam o processo saúde-doença, bem como nas necessidades de cuidado com seus membros. Esse padrão se transfere para o período de gestação, parto e pós-parto (Prates, Schmalfuss, & Lipinski, 2015). No que diz respeito ao ciclo gravídico puerperal, entende-se que o apoio familiar é de extrema importância, pois pode ser fundamental no manejo de uma série de demandas específicas do pós-parto. Tornar-se mãe é uma das transições mais importantes e difíceis da.

(24) 23. vida adulta. A gravidez e o puerpério são períodos cruciais, tanto biológica quanto psicologicamente, devido às alterações fisiológicas que preparam a gestante para o parto, nascimento e cuidados posteriores. Nessa fase, torna-se imprescindível a revisão dos papéis sociais e familiares (Fave, Pozzo, Bassi, & Cetin, 2013; Rubin, 1975). A gestação faz com que as mulheres fiquem mais sensíveis, tornando-as mais suscetíveis aos transtornos emocionais1 (Raphael-Leff, 2000). Airosa e Silva (2013) destacam a importância do suporte social e familiar, que poderá atuar como um fator de redução de diversas perturbações psicológicas, pois quanto maior a satisfação com os amigos e atividades sociais desenvolvidas, principalmente com a família, menores serão os sintomas de depressão e estresse. Tal apoio pode modificar os efeitos do estresse e da depressão gestacional no resultado neonatal (Thiengo, Pereira, Santos, Cavalcanti, & Lovisi, 2012). Existem protagonistas que compõem essa importante rede de apoio da puérpera, denotando maior grau de importância. Segundo os estudos realizados por Silva et al. (2011) com gestantes brasileiras, predominantemente adultas, com faixa etária em torno de 25 anos, de baixo nível socioeconômico, em que 58,3% dos casos não houve planejamento da gravidez, os dados apresentaram que mães e parceiros foram percebidos como as principais fontes de apoio no que diz respeito às dimensões afetivas e materiais. O relacionamento com a própria mãe, segundo os autores, seria um dos principais fatores que favoreceriam uma melhor adaptação psicossocial da puérpera à maternidade, de forma que o aspecto que mais afetou negativamente a adaptação foi a não identificação com o papel materno. Os estudos realizados por Felgueiras e Graça (2013) corroboram os estudos supracitados realizados por Silva et al. (2011). Mulheres predominantemente jovens, trabalhadoras ativas, com uma escolaridade elevada, casadas, primíparas e com um índice de 83% de gravidez planejada foram alvo desse estudo. Os resultados obtidos apontam que o papel do cônjuge é fundamental para que as mulheres demonstrem um bom ajustamento à maternidade. Em casos de mulheres que obtiveram uma classificação baixa quanto à resiliência para lidar com as adversidades, o companheiro ou pessoa significativa são consideradas como fonte fundamental de suporte na transição para a maternidade. Assim, quando as mulheres apresentaram atitudes positivas e ajustamento favorável, as maiores evidências apontam para a relação conjugal e para as atitudes perante a gravidez e o bebê. Embora a rede de apoio familiar envolva outras pessoas, o papel do homem nessa fase merece destaque, pois ele vivencia mudanças e alterações psicológicas semelhantes as da 1 O termo adotado: transtornos emocionais, também deriva do DSM, que é o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais..

(25) 24. mulher, e a forma como ambos lidarão com o direcionamento desses fatos repercutirá de maneira favorável ou não no relacionamento do casal (Silva & Botti, 2005). Espera-se do companheiro que esse participe ativamente da criação dos filhos, pois possuem uma forte contribuição para o desenvolvimento mental e físico dos mesmos. É de suma importância, portanto, que eles possam reduzir a ansiedade, angustia e depressão durante o pré-natal, pois os níveis de ansiedade paterno e materno podem influenciar no desenvolvimento do bebê e da criança (Tohotoa et al., 2012). Romagnolo, Costa, Souza, Somera e Benincasa (2017) defendem que a qualidade da relação familiar, que se constitui desde o momento da gestação, pode influenciar no ciclo gravídico puerperal, de forma que a participação do companheiro e da família se mostra importante e necessária. E, no que tange ao relacionamento conjugal, tais manifestações de cuidado e afeto por parte do companheiro nessa transição para a maternidade podem fortalecer o vínculo do casal, bem como a sintonia e cumplicidade nos cuidados do novo membro da família. No que tange à importância do relacionamento com a própria mãe, segundo Patel et al. (2012), o déficit de um relacionamento positivo com a mãe é considerado como um fator de risco para a depressão pós-parto, o que indica uma má adaptação ao novo papel. A adaptação da mulher à maternidade, enquanto gestante e puérpera, é influenciada pela relação que foi construída desde a infância com a própria mãe. A mulher internaliza modelos de maternidade, que farão parte do universo mental feminino, com os quais ela posteriormente poderá se identificar ou não, podendo ocorrer uma internalização de modelos positivos e negativos (Corrêa & Serralha, 2015; Silva et al., 2011). Caso essa identificação seja baseada em um modelo negativo, que é representado por um modelo de mãe escrava, sobrecarregada, sem identidade, e predominarem sentimentos de desconfiança e agressividade para com essa mãe internalizada, a mulher tenderá a sentir-se culpada e angustiada ao tornar-se mãe. Mediante a internalização de uma boa mãe, que transmite a ideia de que maternar é uma experiência enriquecedora e gratificante, provavelmente a mulher terá mais recursos emocionais e se sentirá mais segura e identificada com o papel de mãe (Corrêa & Serralha, 2015). Alguns fatores podem influenciar a construção deste relacionamento positivo entre mulher e mãe desde a infância até o puerpério, dentre eles: a disponibilidade da mãe para a filha - desde a infância até a descoberta da gestação -, a reação materna à gestação de sua filha, o respeito à autonomia e ao espaço da filha no período gestacional, e o.

(26) 25. compartilhamento de experiências relacionadas ao nascimento (Corrêa & Serralha, 2015; Silva et al., 2011). No que se refere à importância do apoio do cônjuge e a boa relação entre casal durante o ciclo gravídico puerperal, Camacho et al. (2010) defendem que a gestação tem um melhor desenvolvimento quando a mulher recebe apoio e atenção, pois, além de gerar um novo ser, gera-se uma mãe que nunca havia sentido e vivenciado emoções tão intensas e transformadoras como dessa natureza. Mediante essas transformações, as mudanças que ocorrem nas relações podem ser negativas, em especial no relacionamento conjugal, as quais podem ser afetadas pela diminuição da satisfação e por maiores níveis de conflito (Felgueiras & Graça, 2013). Os níveis de vulnerabilidade são elevados durante a transição para a parentalidade, podendo a qualidade da relação conjugal contribuir para a adaptação e ajustamento psicológico da gestante ao atuar como um fator de proteção, pois esse sistema de apoio facilita as mudanças que a maternidade produz e pode diminuir o impacto dos eventos adversos. Nesse período, o sistema de apoio que advém do companheiro minimiza muitas adversidades para as mães (Cantilino, Zambaldi, Sougey, & Rennó, 2010; Felgueiras & Graça, 2013). Alio, Lewis, Scarborough, Harris e Fiscella (2013) defendem que as características de um pai que demostra um envolvimento ideal durante o período gravídico seriam: um pai presente, disponível, participante ativo da gravidez e presente nas consultas do pré-natal, nos cursos destinados às gestantes, na sala de parto ao estar à disposição para cortar o cordão umbilical e dar todo o suporte e apoio emocional à parturiente, além de ajudá-la em todas as questões burocráticas que envolvem o nascimento. O envolvimento paterno é de suma importância durante o período gravídico, tendo grande impacto sobre o mesmo, pois, quando o pai está envolvido durante a gravidez, os riscos diminuem consideravelmente. Um exemplo disso é a menor incidência de bebês com baixo peso. A boa relação conjugal e o envolvimento paterno, além de diminuírem os riscos, podem melhorar o resultado do parto, pois os pais podem influenciar os comportamentos maternos, diminuir os comportamentos negativos durante a gravidez e reduzir o estresse materno ao cuidarem das questões logísticas e financeiras que estão em pauta durante o ciclo gravídico e puerperal, favorecendo o bem-estar materno (Alio et al., 2013; Gomes et al., 2008). Silva, Marcolino, Ganassin, Santos e Marcon (2016) ressaltam que o envolvimento paterno efetivo possibilita uma série de resultados positivos para o bebê, sendo eles: o.

(27) 26. incentivo ao aleitamento materno, o fortalecimento ao desenvolvimento do bebê e do vínculo pai e filho e, consequentemente, maior capacidade social e regulação emocional. Esses resultados fazem com que o envolvimento paterno seja complementar e fundamental para o desenvolvimento familiar. O apoio paterno durante o período gravídico vai além da provisão material, podendo ser compreendido pela sua participação em atividades direcionadas às gestantes, auxiliando-as em todas as questões que estejam relacionadas à chegada do bebê, oferecendo apoio emocional, auxiliando com o planejamento do parto ou com a escolha do nome do filho. Um pai realmente envolvido com a gravidez está preocupado com a mãe e com o bebê, e se mantém informado sobre os detalhes para que a gestante tenha uma gravidez saudável. O pai envolvido na gestação encoraja a gestante e a tranquiliza a respeito das transformações do seu corpo, além de reforçar que ela conseguirá ser uma boa mãe. Porque, embora gestar e parir sejam específicos à mulher, o homem, ocupando sua posição enquanto companheiro e pai, também é receptor das alterações gravídicas vivenciadas pela mãe de seu filho (Alio et al., 2013; Melo, Angelo, Pontes, & Brito, 2015).. 1.4 Transtornos emocionais no puerpério. As variadas mudanças que a gestação provoca podem implicar no surgimento do estresse, o que representa um desafio à capacidade de adaptação da mulher, do casal e dos familiares. O nascimento de um filho está associado a vários aspectos psicológicos, em particular os transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, (Pereira & Canavarro, 2010) devido à mulher ter um súbito aumento das responsabilidades, tornando-se uma figura indefesa, tendo que aprender a lidar com a privação de sono e o isolamento social (Cantilino et al., 2010). As mudanças hormonais que ocorrem na mulher durante a gravidez são significativas, pois o estrogênio, a progesterona e o cortisol caem drasticamente em 48h após o parto. Durante os eventos reprodutivos, as mulheres podem estar mais sensíveis às mudanças hormonais, já que existe uma associação entre os níveis de cortisol e os sintomas depressivos durante a gravidez. Embora todas as mulheres experimentem essas mudanças hormonais, nem todas desenvolvem uma depressão pós-parto (Patel et al., 2012; Kaplan & Sadock, 1999). Giardinelli et al. (2012) defendem que algumas mulheres seriam expostas a janelas de vulnerabilidade para a depressão, partindo do pressuposto de que a sensibilidade do cérebro aumentou devido às mudanças nos níveis de hormônios reprodutivos, que poderiam constituir.

(28) 27. um gatilho para distúrbios de humor relacionados à reprodução. E, convém lembrar, que a gravidez por si só é um desafio adaptativo, pois a mulher vivencia um desequilíbrio de tal ordem que a gravidez é vivenciada como sendo um enorme evento estressor (Tedesco, 1997). A depressão pós-parto traz muitas implicações. Uma delas, que é bastante considerável, é a influência no relacionamento entre mãe e filho, pois desfavorece a construção do vínculo mãe-bebê, comprometendo a disponibilidade cognitiva e emocional da mãe (Brocchi, Bussab, & David, 2015) ao mesmo tempo em que repercute nas práticas relacionadas aos cuidados do bebê. Trata-se de uma perturbação emocional, humoral e reativa, cujos sintomas podem aparecer desde a gestação (Brito et al., 2015; Corrêa & Serralha, 2015). Diante de todo o contexto da chegada de uma criança, existem muitos fatores de risco que favorecem a depressão pós-parto. Segundo Schwengber e Piccinini (2005), a própria experiência da maternidade pode representar um risco para a depressão materna em virtude do seu caráter, muitas vezes, conflituoso. A literatura destaca alguns fatores de risco, que, associados ou não, poderão influenciar na má adaptação à maternidade, embora Isfer (1997) defenda que toda gravidez, em alguma medida, é considerada de risco, mesmo este sendo baixo. Será apresentado, no Quadro 1 - Fatores de risco para depressão pós-parto -, alguns dos fatores apontados pela literatura.. Quadro 1 - Fatores de risco para depressão pós-parto Baixa escolaridade. Baixa autoestima. Histórico abuso infantil. de Histórico de Eventos sexual aborto espontâneo estressantes durante a gravidez Baixa renda Ausência de Violência Bebê com má Idade abaixo de apoio emocional e doméstica formação vinte anos financeiro do congênita parceiro Baixo apoio Ter um histórico Relacionamento Complicações Ser mãe solo social de depressão e pobre com a mãe obstétricas ansiedade prénatal Dificuldades no Longos Conflitos em Problemas de Gravidez relacionamento tratamentos para relação à saúde crônicos indesejada conjugal infertilidade identidade feminina Obesidade pré- Histórico de Complicações Gravidez não gravidez depressão paterna devidas à pretendida gestação ou ao parto.

(29) 28. Fonte: Angelo et al. (2014), Brocchi et al. (2015), Giardinelli et al. (2012), Patel et al. (2012) e Verreault et al. (2014).. Segundo Giardinelli et al. (2012), os períodos de maior prevalência de ansiedade e transtornos emocionais no ciclo gravídico puerperal estão nos últimos trimestres de gestação e nos primeiros três meses após o parto. Muitos conflitos são vivenciados no puerpério, que se define como um período correspondente à maternidade - com seu início demarcado pelo momento da saída da placenta no parto (Baptista & Furquim, 2009) com final de âmbito impreciso - e como um período cronologicamente variável, em que se desenrolam todas as manifestações involutivas ou de recuperação da genitália materna, as quais ocorreram após o parto. Compreende os seguintes períodos: pós-parto imediato, do primeiro ao décimo dia, pós-parto tardio, do décimo até o 45º dia, e o pós-parto remoto, além do 45º (Saraiva & Coutinho, 2007). Dentre os transtornos emocionais mais comuns identificados no pós-parto, três podem ser destacados: baby blues, a psicose puerperal e a depressão pós-parto. Ao se analisar esses transtornos emocionais no puerpério sob a ótica dos conceitos médicos envolvidos, o baby blues é caracterizado como a melancolia da maternidade, em que se apresenta um estado de fragilidade, hiperemotividade, choro constante e sentimentos de incapacidade para cuidar do bebê. Essa melancolia corresponde a uma etapa de reconhecimento e vínculo entre a mãe e o bebê, marcando, assim, o fim da gravidez psíquica (Carlesso & Souza, 2011); esse transtorno também pode ser conhecido como disforia puerperal. Algumas mulheres podem apresentar, ainda, sentimentos de estranheza, despersonalização e elação, porém, esse é considerado o transtorno mais leve dos quadros apresentados (Cantilino et al., 2010). A depressão pós-parto ocorre após os sentimentos depressivos do baby blues se tornarem persistentes e, geralmente, os sintomas da depressão se iniciam entre a quarta e oitava semana após o parto (Brocchi et al., 2015). Algumas mães podem permanecer com os sintomas de depressão por um período mais prologando, no entanto, outras podem apresentar uma depressão pós-parto tardia, no primeiro ano após o parto (Schwengber & Piccinini, 2005). Trata-se de um problema de saúde pública, que se caracteriza como uma doença que afeta a forma das pessoas sentirem, pensarem, agirem, comerem e dormirem. Estima-se que 20% das mulheres apresentem um episódio de depressão ao longo de suas vidas (Airosa & Silva, 2013; Corrêa & Serralha, 2015). A depressão que ocorre no período pós-parto é denominada como depressão puerperal, depressão pós-parto, maternal ou pós-natal, possuindo um forte impacto na saúde da mulher e nas relações familiares (Corrêa & Serralha, 2015; Giardinelli et al., 2012). O.

(30) 29. transtorno depressivo possui sintomas multivariados e é investigado como sendo um tipo de depressão reativa por se tratar de uma reação a estímulos externos ao indivíduo, como a relação que deve ser construída com o bebê e a modificação das relações já existentes (Saraiva & Coutinho, 2007). Em países em desenvolvimento, segundo Carlesso e Souza (2011), Corrêa e Serralha (2015), a taxa de prevalência da depressão pós-parto é de 10% a 15% e, em estudos realizados no Brasil, a taxa de prevalência de baby blues é de 70% (Almeida & Arrais, 2016) e a de depressão pós-parto é de 10% a 15%. (Chiattone, 2007). A depressão é um transtorno caracterizado pelos sentimentos de tristeza ou perda de interesse, incluindo dificuldade na capacidade de concentração, perda do apetite, déficit ou excesso de sono, falta ou preocupação excessiva com os cuidados do bebê, fadiga constante, ansiedade e irritabilidade (Airosa & Silva, 2013; Patel et al., 2012). Segundo Brocchi et al. (2015), a presença da anedonia é marcante, ou seja, a ausência da capacidade de sentir prazer na vida ou no lazer, choro frequente, sentimentos de culpa, medo de machucar o bebê, alteração da libido e do nível de funcionamento mental, ideias suicidas, obsessivas ou supervalorizadas. Além de sentimentos de desamparo e desesperança, estão presentes sentimentos ambivalentes em relação aos filhos, dificuldade em falar sobre o assunto devido às estigmatizações, à negligência com os cuidados do filho, podendo até diminuir o período de amamentação (Corrêa & Serralha, 2015; Schwengber & Piccinini, 2005). Sintomas físicos também estão frequentemente descritos na depressão pós-parto como, por exemplo, desconfortos mamários, cefaleia, lombalgia e cervicalgia (Angelo et al., 2014). A psicose puerperal é considerada como sendo o transtorno mais grave que pode ocorrer no puerpério, no entanto, a taxa de prevalência é menor, em torno de 0,1% a 0,2%. Inicia-se de forma abrupta nos primeiros dias ou semanas seguintes após o parto, o que a difere da depressão, que apresenta seus primeiros sinais de forma mais insidiosa. A mesma é caracterizada por um distúrbio de humor psicótico, apresentando perturbações mentais graves, cujos sintomas se constituem em: euforia, humor irritável, logorreia, confusão mental, agitação psicomotora, angústia, insônia, delírios, ideias persecutórias, alucinações e comportamentos desorganizados, além da desorientação, perplexidade e despersonalização. Com tendência a evoluir para formas maníacas, melancólicas e até mesmo catatônicas (Cantilino et al., 2010; Kaplan & Sadok, 1999; Rocha, 1999; Zanotti, Saito, Rodrigues, & Otani, 2003). Sousa et al. (2011) defendem que os transtornos emocionais estariam associados, também, à ocorrência de representações negativas acerca da maternidade, como a.

(31) 30. preocupação de não conseguir atender as necessidades do bebê e de se sentir pouco apoiada pelo companheiro em relação aos cuidados do recém-nascido, além da necessidade de conciliar antigos e novos papéis (Rodriguez & Carneiro, 2013). Ao ser constatada a presença da depressão pós-parto no seio familiar, é preciso levar em conta que a mesma afeta a todos os membros da família, mesmo que de forma indireta e em diferentes graus. Assim, a manutenção do equilíbrio, com base no auxílio mútuo entre a puérpera e a família, é relevante para o tratamento (Silva, Araújo, Araújo, Carvalho, & Caetano, 2010), pois o suporte social adequado funciona como um fator de proteção contra os transtornos emocionais (Cantilino et al., 2010). O senso comum a respeito das expressões afetivas vinculadas à maternidade dificulta o reconhecimento da patologia, apesar da alta incidência da mesma, pois a maternidade está associada a uma crença de que só proporciona sentimentos agradáveis e prazerosos para todas as mulheres, longe de estar associada ao sofrimento (Saraiva & Coutinho, 2007). Na sociedade ocidental, a maternidade ainda é vista de forma romanceada, onde ser mãe ganha significados, tais como sacrifício, amor incondicional e total disponibilidade. Logo, se ao assumir a função materna a possibilidade de frustrar-se, como é exercício da maternidade, e de apresentar sentimentos hostis em relação ao bebê já são banidos, quiçá apresentar um transtorno emocional (Rodriguez & Carneiro, 2013). Sendo assim, muitas famílias desconhecem o problema da depressão, associando os sintomas ao estresse fisiológico e à dificuldade de adaptação inerente ao puerpério (Silva et al., 2010). Há relatos de que 50% a 90% dos casos de depressão pós-parto sequer são identificados (Almeida & Arrais, 2016). Desta forma, a não identificação do transtorno pode favorecer sua permanência por meses ou anos, aumentando o risco de outros episódios depressivos futuramente (Figueira, Corrêa, Diniz, & Silva, 2009) O presente estudo apresenta o seguinte objetivo: investigar e descrever as experiências afetivas, relacionais, e clínicas do ciclo gravídico puerperal, e analisar o impacto destas vivências no puerpério..

(32) 31. 2 MÉTODO Este estudo deriva de um projeto intitulado: ―Cesárea eletiva, parto humanizado e violência obstétrica, o legado destas experiências para a vida emocional e relacional da mãe‖, idealizado pelos professores Prof.ª Dra. Miria Benincasa e Prof. Dr. Manuel Morgado Rezende, com o parecer do Comitê de Ética (CEP-UMESP): 896.875. Este projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP) e está sendo realizado na UMESP - Universidade Metodista de São Paulo, em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde. Inicialmente, foram realizadas análises quantitativas dos instrumentos: EFS-RC, Escala de Autoestima Rosenberg e EPDS, no projeto supracitado, com uma amostra composta por 67 mulheres. Após a análise dos resultados quantitativos, foram selecionadas quatro participantes, com scores mais distantes da média das três escalas, com as quais trabalharemos nesta pesquisa. Sendo duas com resultados maiores que a média e que se aproximam da máxima em EFS-RC e na Escala de autoestima Rosenberg, ao mesmo tempo em que se aproximam da mínima na EPDS. São as participantes: Poliana, com a pontuação de EFS-RC: 40, Escala de Autoestima Rosenberg: 40 e EPDS: 02; e Arizona, com a pontuação de EFS-RC: 39; Escala de Autoestima Rosenberg: 40 e EPDS: 02. E duas, com scores menores que a média, que se aproximam da mínima em EFS-RC e na Escala de Autoestima Rosenberg, ao mesmo tempo em que se aproximam da máxima na EPDS. São as participantes: Amália, com a pontuação de EFS-RC: 28, Escala de Autoestima Rosenberg: 18 e EPDS: 23; e Valentina, com a pontuação de EFS-RC: 28, Escala de Autoestima de Rosenberg: 27 e EPDS: 18..

(33) 32. Figura 1 - Scores das participantes selecionadas. Análise Descritiva das escalas - Extremos 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0. 40 40. 39 40 28. 28 27. 23 18. 2. 18. 2 Poliana. Arizona Score EPDS. Amália Score EFS-RC. Valentina. Score EAR. Fonte: A autora (2018).. Trata-se de uma pesquisa qualitativa baseada em estudos de caso. No presente estudo, utilizamos, fundamentalmente, o método clínico do tipo estudo de caso, apoiado nos princípios metodológicos qualitativos. O contexto da metodologia qualitativa não busca estudar o fenômeno em si, mas entender qual o significado que o fenômeno toma, de forma individual ou coletiva, para a vida das pessoas, tornando-se indispensável saber o que a doença, a transição vivenciada ou o episódio em si representam para as pessoas, pois o significado assume uma função estruturante, de forma que as pessoas organizarão as suas vidas, incluindo seus próprios cuidados com a sua saúde (Turato, 2005). De acordo com Minayo (2012), a principal definição do método seja a compreensão, colocando-se no lugar do outro, tendo em vista que temos condições, enquanto seres humanos, de exercitar esse entendimento, levando em conta a singularidade de cada indivíduo. Indo ao encontro do que defende Turato (2000), para o pesquisador qualitativo não bastam os fatos, mas é necessária uma interpretação para entender o que eles querem dizer para o indivíduo e para a cultura.. 2.1 Participantes. Quatro participantes irão compor deste estudo. Duas apresentaram baixo desempenho nas escalas de autoestima e satisfação no relacionamento conjugal e alto desempenho na escala de depressão pós-parto, são elas: Amália e Valentina. E as outras duas apresentaram.

(34) 33. alto desempenho nas escalas de autoestima e satisfação no relacionamento conjugal e baixo desempenho na escala de depressão pós-parto, são elas: Poliana e Arizona.. 3.1.1 Caracterização sociodemográfica da amostra. Quadro 2- Caracterização sociodemográfica da amostra Participantes2 Idade da mãe Idade do bebê. Casada Civil. Arizona 36 1 ano e dois meses Casada Civil. Casada Civil. Com quem reside. Cônjuge e filho. Cônjuge e filho. Cônjuge e filha. Escolaridade. Superior Completo Médica Veterinária Médica Veterinária Cesariana com trabalho de parto 1 ano e meio a 2 anos Cônjuge e família. Superior Completo Psicóloga. Superior Incompleto Aux. de Classe. Psicóloga Técnica. Do lar. Cesárea Eletiva. Parto normal. Fisioterapeuta Geriátrica Cesárea Eletiva. 6 meses a um ano. 1 a 3 meses. 1 a 3 meses. Cônjuge e mãe.. Sogra. Mãe. Estado civil. Profissão Ocupação Tipo de parto. Amamentação Rede de apoio. Poliana 37 10 meses. Amália 23 11 meses. Valentina 26 2 anos e três meses Casada (não oficialmente em cartório) Sogros, cunhando, cônjuge e filho Superior Completo Fisioterapeuta. Fonte: A autora (2018).. 2.2 Local. As entrevistas e aplicações dos instrumentos foram realizadas no ambiente mais confortável para as entrevistadas, com a possibilidade de serem realizadas em sua residência ou na Policlínica da Universidade Metodista de São Paulo, localizada na Rua Alfeu Tavares, número 149, Edifício Iota, bairro Rudge Ramos, na cidade de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, com o CEP 09641-000.. 2. Para os nomes das participantes, foram utilizados pseudônimos escolhidos pela pesquisadora, colocados apenas para efeito didático, conservando o sigilo e identidade das participantes..

Referências

Documentos relacionados

O candidato e seu responsável legalmente investido (no caso de candidato menor de 18 (dezoito) anos não emancipado), são os ÚNICOS responsáveis pelo correto

A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se baseia no fato de que uma

Para se candidatar ao apoio o cidadão nacional tem de ter emigrado até dia 31 de dezembro de 2015, inclusive. No caso de ser familiar de emigrante para se candidatar não precisa de

Mecânica Coração Eucarístico Engenharia Mecânica Vaga 30 Comandos Hidráulicos e Pneumáticos Noite 06 2T+4P Engenharia Mecânica Contagem 01 Vaga para as três

II - os docentes efetivos, com regime de trabalho de 20 (vinte) horas semanais, terão sua carga horária alocada, preferencialmente, para ministrar aulas, sendo o mínimo de 8 (oito)

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

As pontas de contato retas e retificadas em paralelo ajustam o micrômetro mais rápida e precisamente do que as pontas de contato esféricas encontradas em micrômetros disponíveis

Ainda que não se utilizem diretamente suas obras, os fundamentos por ele expostos – há mais de um século – ainda permanecem vivos nas discussões tributárias