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Avaliação pós-ocupação de uma edificação de uma instituição pública de ensino superior baseada na satisfação dos usuários e nas recomendações das normas e legislações

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

PIERRE LUÍS ALVES

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR BASEADA NA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E

NAS RECOMENDAÇÕES DAS NORMAS E LEGISLAÇÕES

DISSERTAÇÃO

CURITIBA 2018

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AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR BASEADA NA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E

NAS RECOMENDAÇÕES DAS NORMAS E LEGISLAÇÕES

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná para obtenção do título de “Mestre em Engenharia Civil”. Área de Concentração: Construção Civil. Linha de Pesquisa: Sistemas de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai.

CURITIBA 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

A474a Alves, Pierre Luís

2018 Avaliação pós-ocupação de uma edificação de uma instituição pública de ensino superior baseada na satisfação dos

usuários e nas recomendações das normas e legislações / Pierre Luís Alves.-- 2018.

1 arquivo texto (111 f.) : PDF ; 6,14 MB Texto em inglês com resumo em português

Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, Curitiba, 2018

Bibliografia: p. 95-101

1. Engenharia civil - Dissertações. 2. Sistemas de produção. 3. Construção civil - Avaliação. 4. Iluminação. 5. Ruído. 6. Temperatura. 7. Satisfação de Usuários. 8. Universidades e faculdades - Construção. 9. Construção civil - Legislação. I. Catai, Rodrigo Eduardo, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil, inst. III. Título.

CDD: Ed. 22 -- 624

Biblioteca Ecoville da UTFPR, Câmpus Curitiba Bibliotecária Lucia Ferreira Littiere – CRB 9/1271

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº 159

A Dissertação de Mestrado intitulada AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR BASEADA NA SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS E NAS RECOMENDAÇÕES DAS NORMAS E LEGISLAÇÕES, defendida em sessão pública pelo(a) candidato(a) Pierre Luís Alves, no dia 31 de agosto de 2018, foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, área de concentração Construção Civil, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA:

Prof(a). Dr(a). Rodrigo Eduardo Catai - Presidente - UTFPR Prof(a). Dr(a). Cezar Augusto Romano – UTFPR

Prof(a). Dr(a). Gutemberg Ribeiro – IFPR

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

Curitiba, 31 de agosto de 2018.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter dado condições para concretização deste trabalho e principalmente por ter dado forças em não desistir nos obstáculos da vida.

Agradeço a minha esposa Eliete e meus filhos Francisco e Miguel pela compreensão na minha ausência nesse período, eles sem dúvida são minha fortaleza e fonte de inspiração. Aos meus pais Renato e Maria que souberam transmitir sobre caráter, princípios e valores.

Aos colegas do IFPR Nara e Tiago que fizeram as suas contribuíram neste trabalho. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UTFPR pelas contribuições neste trabalho.

O meu orientador, Professor Dr. Rodrigo Eduardo Catai, pelo apoio, ajuda, dedicação e competência na orientação deste trabalho.

Aos professores Eden e Paulo Yamamoto que me recomendaram ao PPGEC.

Agradeço ao Professor Zanatta que mesmo com uma missão enorme foi compreensivo nesta reta final.

Ao professor Frederico que foi conselheiro nos momentos difíceis.

Agradeço a banca examinadora, pelo tempo e atenção em relação a esta dissertação. E por fim, agradeço a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento desta dissertação.

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“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si.”

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RESUMO

ALVES, Pierre Luís. Avaliação Pós-Ocupação de uma Edificação de uma Instituição Pública de Ensino Superior Baseada na Satisfação dos Usuários e nas Recomendações das Normas e Legislações. 2018. 111 páginas. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2018.

No mundo globalizado e competitivo a busca pela excelência em processos se torna cada vez mais uma obrigação por parte das empresas, como diferencial mercadológico, visto que existem normas de desempenho que contribuem para produtos diferenciados, além de uma boa avaliação da satisfação dos clientes. Desta forma, esta dissertação tem por objetivo a realização de uma Avaliação Pós-Ocupação de uma edificação de uma instituição pública de ensino superior baseada na satisfação dos usuários e nas recomendações das normas e legislações. Para tanto foram utilizados dois métodos: análise comportamental, por meio de questionários, onde o usuário expressa a sua opinião com relação à edificação que está sendo avaliada e avaliação técnica, onde são avaliados os aspectos físicos arquitetônicos e de conforto. Na aplicação da análise comportamental foi possível detectar a insatisfação dos usuários em alguns pontos como conservação de louças e metais dos banheiros. Nos itens relacionados ao conforto ambiental, os itens sensação térmica e ruído foram mal avaliados pelos usuários. Em instalações elétricas o item quantidade de tomada foi o que apontou maior atenção. A aplicação da avaliação técnica por meio de normas e legislações corroborou com a opinião dos usuários, além de apresentados outros problemas. Os resultados finais foram apresentados de forma resumida em uma matriz de descobertas e recomendações. Assim, pode-se concluir que é possível identificar uma certa insatisfação dos usuários que podem ser decorrentes de falhas de projetos e especificações, mas que poderiam ser reduzidas com avaliações periódicas, acompanhando as atualizações das legislações e normas técnicas, contribuindo assim para projetos futuros e atendendo o propósito para a qual a Avaliação Pós-Ocupação foi criada.

Palavras-chave: Avaliação Pós-Ocupação. Satisfação de Usuários. Iluminância. Ruído.

(8)

ABSTRACT

ALVES, Pierre Luís. Post-Occupancy Assessment of a Public Institution of Higher Education Based on the Satisfaction of the Users and the Recommendations of the Norms and Legislation. 2018. 111 pages. Dissertation (Master in Civil Engineering) - Graduate Program in Civil Engineering. Federal Technological University of Paraná, Curitiba, 2018.

In the globalized and competitive world, the search for excellence in processes is becoming an obligation on the part of companies, as a market differential, since there are performance standards that contribute to differentiated products, as well as a good evaluation of customer satisfaction. In this way, this dissertation aims at the realization of a Post-Occupancy Assessment of a building of a public institution of higher education based on the satisfaction of the users and in the recommendations of the norms and laws. For this, two methods were used: behavioral analysis, through questionnaires, where the user expresses his opinion regarding the building being evaluated and technical evaluation, where the physical and architectural aspects of comfort are evaluated. In the application of the behavioral analysis it was possible to detect the users' dissatisfaction in some points like conservation of chinaware and bathroom metals. In the items related to environmental comfort, the thermal sensation and noise items were poorly evaluated by the users. In electrical installations the item quantity of outlet was the one that pointed out the most attention. The application of the technical evaluation through norms and laws corroborated with the opinion of the users, besides presenting other problems. The final results were summarized in an array of findings and recommendations. Thus, it can be concluded that it is possible to identify a certain dissatisfaction among users that may be due to project failures and specifications, but could be reduced with periodic evaluations, accompanying updates of legislation and technical standards, thus contributing to future projects and serving the purpose for which the Post-Occupancy Assessment was created.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Retroalimentação para futuros projetos ... 21

Figura 2 - Estrutura de avaliação pós-ocupação ... 23

Figura 3 - Campo de trabalho retangular ... 38

Figura 4 - Malha de medição da iluminância das salas de aula ... 49

Figura 5 - Luxímetro digital modelo LD-300 da Instrutherm ... 50

Figura 6 - Vista do banheiro com a porta aberta ... 56

Figura 7 - Box comum com porta abrindo para o interior ... 57

Figura 8 - Área livre existente ... 57

Figura 9 - Boxe comum com porta abrindo para o exterior ... 58

Figura 10 - Acabamento comum de válvula ... 59

Figura 11 - Acabamento válvula de descarga... 60

Figura 12 - Dispenser de papel higiênico ... 60

Figura 13 - Vaga exclusiva para PcD ... 63

Figura 14 - Acesso do estacionamento ao passeio ... 63

Figura 15 - Barra de apoio e válvula de descarga ... 64

Figura 16 - Válvula PcD ... 64

Figura 17 - Torneira no banheiro PcD ... 65

Figura 18 - Torneira para PcD ... 65

Figura 19 - Pontos de leitura em "r" ... 72

Figura 20 - Pontos de leitura em "q" ... 73

Figura 21 - Pontos de leitura em "t" ... 74

Figura 22 - Pontos de leitura em "p" ... 75

Figura 23 - Vista do interior da sala... 77

Figura 24 - Layout das salas de aula ... 82

Figura 25 - Distribuição de tomadas nas salas de aula ... 82

Figura 26 - Proposta de tomadas ... 84

Figura 27 - Comando da iluminação das salas de aula ... 85

Figura 28 - Iluminação de emergência desligada ... 88

Figura 29 - Matriz de descoberta das salas de aula do bloco analisado ... 88

Figura 30 - Matriz de descoberta dos banheiros do bloco analisado ... 89

Figura 31 - Matriz de descoberta quanto a acessibilidade dos banheiros do bloco analisado . 89 Figura 32 - Matriz de descoberta da biblioteca do bloco analisado... 90

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Dados demográficos ... 53

Gráfico 2 - Dimensões de salas de aula e biblioteca ... 54

Gráfico 3 - Quantidade de banheiros, sanitários e lavatórios ... 55

Gráfico 4 - Privacidade e dimensões dos sanitários ... 56

Gráfico 5 - Conservação de louças, metais e acessórios dos banheiros ... 58

Gráfico 6 - Acessibilidade no bloco analisado ... 62

Gráfico 7 - Sensação térmica no período de inverno e verão nas salas de aula e biblioteca ... 66

Gráfico 8 - Sensação térmica no inverno ... 68

Gráfico 9 - Sensação térmica no verão ... 68

Gráfico 10 - Ventilação das salas de aula e biblioteca ... 69

Gráfico 11 - Iluminância das salas de aula e biblioteca ... 70

Gráfico 12 - Ruídos nas salas de aula e biblioteca ... 76

Gráfico 13 - Tempo de reverberação - situação atual ... 79

Gráfico 14 - Tempo de reverberação - simulação 1 ... 80

Gráfico 15 - Tempo de reverberação - simulação 2 ... 81

Gráfico 16 - Instalações elétricas ... 81

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Vantagens de aplicação de APO ... 22

Quadro 2 - Classe do conforto térmico ... 29

Quadro 3 - Níveis aceitáveis de ruído ambientes de acordo com o uso ... 31

Quadro 4 - Tempo de reverberação em segundo por ambiente ... 32

Quadro 5 - Coeficiente de absorção ... 34

Quadro 6 - Índice de refletância média ... 35

Quadro 7 - Iluminância por classe de tarefas visuais ... 36

Quadro 8 - Fatores de iluminância adequada ... 36

Quadro 9 - Tarefas e atividades com a especificação da iluminância ... 37

Quadro 10 - Teste de confiabilidade ... 52

Quadro 11 - Dados construtivos das salas de aula ... 70

Quadro 12 - Dados construtivos da biblioteca ... 70

Quadro 13 - Levantamento de dados e leitura das iluminâncias ... 71

Quadro 14 - Leituras em "r" ... 72

Quadro 15 - Leituras em "q" ... 73

Quadro 16 - Leituras em "t" ... 74

Quadro 17 - Leituras em "p" ... 75

Quadro 18 - Características geométricas ... 77

Quadro 19 - Materiais, superfícies e coeficientes de absorção ... 78

Quadro 20 - Média dos coeficientes de absorção ... 78

Quadro 21 - Características geométricas da sala simulada ... 79

Quadro 22 - Coeficiente de absorção do forro ... 80

Quadro 23 - Critério para quantificação de tomadas ... 83

Quadro 24 - Quadro de recomendações para salas de aula e banheiros ... 91

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

APO Avaliação Pós-Ocupação

CUB Custo Unitário Básico

IBRAOP Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat

TCU Tribunal de Contas da União

SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção Civil

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custo e Índice da Construção Civil

(13)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 16 1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ... 18 1.2 OBJETIVOS ... 18 1.2.1 Objetivo geral... 18 1.2.2 Objetivos específicos ... 18 1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ... 18 1.4 JUSTIFICATIVAS ... 19 1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ... 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 21 2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ... 21 2.1.1 Walkthrough ... 23

2.1.2 Avaliação técnica funcional ... 24

2.1.3 Mapa comportamental ... 24

2.1.4 Poema dos desejos... 25

2.1.5 Questionário ... 25

2.1.6 Matriz de descobertas ... 26

2.1.7 Quadro de recomendações ... 26

2.2 QUALIDADE DO AMBIENTE ESCOLAR ... 27

2.2.1 Conforto térmico ... 27

2.2.1.1 Índice de temperatura resultante ... 28

2.2.1.2 Ventilação ... 29

2.2.2 Conforto acústico ... 30

2.2.2.1 Conforto acústico no ambiente escolar ... 32

2.2.3 Conforto lumínico ... 34

2.3 INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIOS ... 38

2.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES ... 39

2.5 ESTUDO DE VIABILIDADE ... 40

2.6 ANTEPROJETO ... 41

2.7 PROJETO BÁSICO ... 41

2.8 DEFINIÇÃO DE OBRA PÚBLICA ... 42

3 METODOLOGIA ... 43

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 43

3.2 LOCAL DA REALIZAÇÃO DA PESQUISA ... 44

3.3 MÉTODO DE LEVANTAMENTO DE DADOS ... 44

3.4 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA ... 44

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 45

3.6 VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO ... 46

3.7 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE DADOS ... 46

3.8 ARQUITETURA ... 47

(14)

3.10 ANÁLISE DA TEMPERATURA ... 47

3.11 ANÁLISE DO RUÍDO ... 48

3.12 ANÁLISE DA VENTILAÇÃO ... 48

3.13 ANÁLISE DA ILUMINAÇÃO ... 49

3.13.1 Avaliação da iluminância ... 50

3.14 ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ... 51

3.15 ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIOS ... 51

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 52

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ... 52

4.2 ARQUITETURA ... 53

4.3 QUANTIDADE DE BANHEIROS, SANITÁRIOS E LAVATÓRIOS ... 54

4.4 PRIVACIDADE NOS BANHEIROS E DIMENSÕES DOS SANITÁRIOS ... 55

4.5 CONSERVAÇÃO DE LOUÇA, METAIS E ACESSÓRIOS NOS BANHEIROS .... 58

4.6 ACESSIBILIDADE... 61

4.7 SENSAÇÃO TÉRMICA ... 66

4.7.1 Conforto térmico ... 67

4.8 VENTILAÇÃO DOS AMBIENTES... 69

4.9 ILUMINÂNCIA ... 70

4.9.1 Medições ... 71

4.9.2 Tratamento dos dados ... 72

4.10 RUÍDO ... 76

4.10.1 Tempo de reverberação com as condições atuais ... 77

4.10.2 Simulação 1 - Tempo de reverberação com redução de volume ... 79

4.10.3 Simulação 2 - Tempo de reverberação com rebaixamento do forro ... 80

4.11 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ... 81

4.11.1 Quantidade de tomadas... 82

4.11.2 Critério para quantificação de tomadas ... 84

4.11.3 Comando de iluminação ... 84

4.12 INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ... 85

4.13 MATRIZ DE DESCOBERTA ... 88

4.14 RECOMENDAÇÕES GERAIS ... 90

5 CONCLUSÕES ... 93

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 94

REFERÊNCIAS ... 95

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ... 102

APÊNDICE B – CARACTERIZAÇÃO METEOROLÓGICA DO PERÍODO DE INVERNO DE 2017, SEGUNDO A FONTE OFICIAL (INMET) ... 105

APÊNDICE C – CARACTERIZAÇÃO METEOROLÓGICA DO PERÍODO DE VERÃO DE 2017, SEGUNDO A FONTE OFICIAL (INMET) ... 108

(15)

APÊNDICE D – TABELA DE AMOSTRAS CAUSAIS SIMPLES PARA NÍVEL DE CONFIANÇA 95,5%, HIPÓTESE P=50% ... 111

(16)

1 INTRODUÇÃO

Para Tookaloo e Smith (2015), as instituições de ensino quando pretendem construir uma nova edificação devem verificar se está inserida no Plano Diretor da unidade, respeitando as legislações vigentes. O projeto deve ser elaborado dentro de um programa de necessidades com informações necessárias para atender as necessidades do público alvo. No entanto, existem casos em que o edifício não funciona como o esperado, apesar de tais diretrizes de projeto. As instituições têm enfrentado questões de mal desempenho das edificações e lidando com problemas semelhantes repetidamente, levando ao desperdício de recursos para reparar. A avaliação pós-ocupação é uma das ferramentas utilizadas por gestores para mapear e avaliar o comportamento das edificações.

Os estudos que utilizam a técnica de avaliação pós-ocupação tem como propósito a melhoria da qualidade de vida, além de produzir conhecimento sobre os ambientes, em razão de analisar o ambiente construído ocupado a partir de múltiplas óticas, contribuindo para a retroalimentação dos projetos com a mesma tipologia e controle da qualidade do ambiente durante sua vida útil, mesmo assim a funcionalidade dos ambientes escolares tem sido pouco estudada no âmbito nacional quanto aos aspectos de adequação dos espaços e equipamentos às atividades previstas pela metodologia de ensino adotada, levando em conta apenas o indicador a área por aluno como fator de funcionalidade.

Segundo Kowaltowski (1980), o nível de satisfação relativo ao desempenho do ambiente físico é um fator importante, uma vez que existem dados que correlacionam sentimentos de satisfação com aumento de produtividade em várias atividades, inclusive no rendimento escolar.

A satisfação é o julgamento formado durante o uso ou consumo de produtos ou serviço de determinado fornecedor, ou depois dele; portanto constitui uma reação ou sentimento em relação a uma expectativa (SOLOMON, 2002).

De acordo com Womack e Jones (1998):

“O valor só pode se definido pelo cliente final. E só é significativo quando expresso em termos de um produto específico (um bem ou um serviço e, muitas vezes, ambos simultaneamente) que atenda às necessidades do cliente a um preço específico em um momento específico.”

(17)

Atingir níveis de qualidade aceitáveis na construção de edificações há muito tem sido debatido no setor da construção civil. Os problemas nas edificações públicas estão relacionados em princípio, a falhas executivas, projetos e fiscalização. As falhas construtivas podem estar associadas ao uso de materiais, equipamentos ou técnicas inadequadas, além da mão-de-obra não qualificada. Outro aspecto extremamente relevante é a deficiência de projetos básicos, bem como a ausência de fiscalização para exigir o que foi especificado. Outros aspectos, entretanto, estão também relacionados ao significado mais abrangente de qualidade da edificação, como por exemplo desperdícios de materiais, tempo e mão-de-obra aumentando os custos de produção, planejamento e gestão ineficientes acarretando atraso no cumprimento do cronograma de obra e informações incompletas quanto ao uso e manutenção da edificação reduzindo seu tempo de vida útil e contribuindo para sua inadequação. Tais problemas hoje são vistos como motivo de preocupação por parte daqueles que pretendem adquirir um imóvel e impõem às empresas construtoras o desafio de sobreviverem em um mercado mais exigente.

O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) foi criado em 1988 com a finalidade de difundir os novos conceitos de qualidade, gestão e organização da produção que estão revolucionando a economia mundial, indispensáveis à modernização e competitividade das empresas brasileiras.

Embora os sistemas de gestão de qualidade auxiliem as construtoras, a fim de se obter um produto com melhor qualidade e menor desperdício e consequentemente menor custo, em se tratando de uma obra pública, onde historicamente os órgãos optam pelo tipo menor preço, existe uma impossibilidade na legislação em se exigir que os licitantes tenham certificação de qualidade, primeiramente por uma questão isonômica, conforme Art. 3º da Lei nº 8.666, e segundo pelo fato de que na seção II – da habilitação da referida Lei, que vai dos art. 27º ao 33º, trata especificamente de todos os documentos que podem ser exigidos dos licitantes, não levando em consideração esse tipo de certificação, além de ser também entendimento do Tribunal de Contas da União, conforme Acórdão 2215/2008- Plenário:

“9.5.2 não exijam, como requisito para habilitação das licitantes, a apresentação de certificados de qualidade e outros documentos que não integram o rol da documentação exigida por lei para comprovação de capacidade técnica, nos termos do inciso II c/c p §1º do Art. 30 da lei 8.666/93, abstendo-se, em especial, de exigir certificado do Programa Brasileiro de Qualidade e produtividade de Habitat (PBQPH), por falta de amparo legal”.

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1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Esta pesquisa visa ampliar o conhecimento sobre o tema: avaliação pós-ocupação, fazendo uma aplicação prática de métodos avaliativos da arquitetura e conforto ambiental para medir o nível de satisfação dos usuários de edificações de ensino pública e tem como questão central:

Avaliações periódicas e a retroalimentação dos projetos novos poderiam reduzir a insatisfação dos usuários de edificações públicas?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa foi a realização da APO (Avaliação Pós-Ocupação) de uma edificação de uma instituição pública de ensino superior, tendo como base o valor percebido pelos usuários, coletando os aspectos positivos para que possam ser incorporados em novos projetos e subsídios para corrigir possíveis falhas por meio de normas e legislações

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos foram:

• Avaliar o grau de percepção dos usuários de um bloco didático de uma instituição de ensino superior;

• Analisar a satisfação dos usuários do bloco didático de uma edificação pública de ensino superior;

• Analisar aspectos arquitetônicos;

• Avaliar o conforto ambiental como temperatura, ruído e iluminância.

1.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Em razão da existência de várias abordagens sobre o tema de pesquisa proposto no setor privado, nesta pesquisa optou-se em restringir por uma edificação pública de ensino superior

(19)

construída no ano de 2010, o que difere de qualquer empreendimento do setor privado em razão de legislação específica na contração e execução. A delimitação da pesquisa se justifica por que a “Administração Pública é o grande construtor de obras que determinarão o desenvolvimento do Brasil” (NOGUEIRA, 2008).

1.4 JUSTIFICATIVAS

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI foi implementado pelo governo federal por meio do Decreto nº. 6.096, de 24 de abril de 2007, que conforme art. 1º, tem como objetivo criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, pelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais.

Em razão desse decreto, várias instituições de ensino superior na cidade de Curitiba receberam dezenas de milhões de reais em orçamento da União para investimento em estrutura física, fracionados entre os anos de 2008 e 2010, sendo possível viabilizar diversas obras.

Atualmente o país vive uma crise política e financeira, tendo como reflexos a redução drástica de investimentos, principalmente na área da educação, sendo que diversos programas vêm sendo extintos como foi o caso do Ciências sem Fronteiras. Por essa razão as instituições estão tendo dificuldades para honrar com os compromissos assumidos e tendo que descobrir soluções para redução de gastos.

Por essa razão e primando pelo Princípio Constitucional da Eficiência, Art. 37º, “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”, tendo o interesse público acima do privado, essa pesquisa propõe apontar o grau de satisfação dos usuários de uma edificação pública de ensino, apontar os itens observados pelos usuários que necessitaram de intervenção e propor soluções.

(20)

1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

Esta dissertação está estruturada e apresentada da seguinte maneira:

No Capítulo 1 foi definido o tema em questão, o problema da pesquisa, os objetivos, delimitação da pesquisa, justificativa e a estrutura da dissertação.

No Capítulo 2 apresenta-se a base teórica para o trabalho, na qual foi realizado um levantamento sobre os temas: avaliação pós-ocupação e conforto ambiental.

No Capítulo 3 são apresentadas as escolhas metodológicas desta dissertação, caracterização do objeto de estudo, método de levantamento de dados, definição de amostras instrumento de coleta de dados e ferramentas para análise de dados.

No Capítulo 4 foi realizada a tabulação dos dados coletados e a análise, buscando uma resposta do problema de pesquisa.

No Capítulo 5 foram apresentadas as conclusões a respeito da pesquisa realizada e sugestões para futuros trabalhos.

(21)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

Meira e Oliveira (1998) definem avalição pós-ocupação (APO) como uma ferramenta eficaz de avaliação sistemática do ambiente construído, incluindo o usuário nesse processo.

A APO pode ser definida como um conjunto de métodos e técnica de avalição de desempenho aplicado no decorrer do uso de qualquer ambiente construído, visando aferir e estabelecer diagnósticos que levem em consideração o nível de satisfação dos usuários finais, de forma a subsidiar não somente as intervenções como melhorias nos programas de manutenção, além de realimentar diretrizes para projetos semelhantes conforme a Figura 1 (ABIKO; ORNSTEIN 2002).

Figura 1 - Retroalimentação para futuros projetos Fonte : Brasil (2006a)

A APO tem por objetivo diagnosticar problemas na obra para que os mesmos sejam corrigidos, construir banco de dados para alimentar outros projetos de mesma tipologia e desenvolver conhecimento acadêmico (ORNSTEIN; ROMÉRO, 1992), trazendo a informação para melhoria do espaço construído, fazendo recomendações e diretrizes, incorporando aspectos positivos em projetos semelhantes ao avaliado (LAY; REIS, 1993), além de apurar o índice satisfação e percepção dos usuários, avaliações técnicas e observações dos empreendimentos.

Segundo Ornstein e Roméro (1992), ocorreram no Brasil a repetição de vários empreendimentos pouco satisfatório para os usuários, principalmente as edificações públicas.

PROJETO AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO CONSTRUÇÃO/ USO PROGRAMAÇÃO

(22)

Para Sanoff (2007), existem três níveis de APO, a indicativa, a investigativa e a diagnóstica; a utilização depende da profundidade do desenvolvimento da pesquisa, da finalidade, dos prazos e dos recursos disponíveis, conforme Quadro 1.

Prazos Vantagens

Curto

Identificação e solução dos problemas nos equipamentos;

Melhoria na utilização dos espaços e consequentemente melhoria no desempenho do edifício;

Entendimento das implicações dos cortes orçamentários sobre o desempenho do edifício;

Melhoria no entendimento sobre as consequências de projeto.

Médio

A significativa economia de custos na construção do edifício bem como através do ciclo de vida;

Facilidade para adaptação de equipamentos visando mudanças organizacionais e ampliação ao longo do tempo que incluem a reciclagem de equipamentos para novos usos.

Longo

Melhoria de longo prazo no desempenho do edifício; Melhoria nos bancos de dados que alimentam os projetos; Critérios e literatura de referência;

Melhoria na mensuração de desempenho dos edifícios através da quantificação. Quadro 1 - Vantagens de aplicação de APO

Fonte: Preiser, Rabinowitz e White, apud Villa (2008)

Segundo Rheingantz (1997), de acordo com os objetivos do cliente e do tempo necessário, a APO possibilita a adoção de melhorias a curto, médio e longo prazo:

a) Melhorias de curto prazo: a possibilidade de identificar e solucionar e problemas nos diversos sistemas/serviços, otimizar o uso do espaço interno e feedback da performance do edifício, otimizar as atitudes dos ocupantes do edifício, através do seu envolvimento efetivo no processo de avaliação, conhecer a influência das modificações ditadas pela redução dos custos na performance do edifício, informar decisões tomadas e melhorar a compreensão das consequências das decisões projetuais na performance do edifício.

b) Melhorias de médio prazo: flexibilidade e facilidade de adaptação às modificações organizacionais e crescimento contínuo, incluindo reciclagem de serviços/sistemas para novos usos; redução significativa nos custos de

(23)

construção e de manutenção do ciclo vital do edifício; acompanhamento permanente da performance do edifício, por profissionais e usuários;

c) Melhorias a longo prazo: aperfeiçoamentos na performance a longo prazo do edifício; otimizar dados de projeto, padrões, critérios, e produção de literatura técnica; otimizar e quantificar as medições de performance do edifício.

Os principais métodos de pesquisa em APO são divididos em avaliação técnica e análise comportamental. O primeiro grupo são levados em consideração aspetos físicos e funcionais, dentre eles: walkthrough, avaliação técnico funcional, mapa comportamental e poema dos desejos. No segundo grupo são analisados as percepções, utilizando questionários.

Os resultados obtidos nos dois grupos são apresentados em conjunto e recorrem à matriz de descobertas e ao quadro de recomendações, sendo desenvolvidos conforme a estrutura apresentada na Figura 2.

Figura 2 - Estrutura de avaliação pós-ocupação Fonte: O autor (2016).

2.1.1 Walkthrough

O walkthrough é um procedimento exploratório inicial da APO, entendido como um percurso dialogado complementado por fotografia, croquis gerais e gravação de áudio e de vídeo, abrangendo todos os ambientes, na qual os aspectos físicos servem para articular as reações dos participantes em relação ao ambiente (ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995).

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A vantagem de deste método é a rapidez e a facilidade, porém os resultados obtidos são superficiais e necessitam de investigação mais profunda. A partir das características positivas e negativas identificadas nesta etapa o pesquisado pode redefinir os objetivos da pesquisa e os métodos e técnicas a serem utilizados posteriormente. É desejável a presença de pelo menos um usuário com grande conhecimento experiencial do ambiente (ex: zeladores, supervisores de manutenção, chefes de departamentos) para complementar as observações e esclarecer possíveis dúvidas dos pesquisadores. O registro dos resultados pode ser feito de diversas maneiras (mapas, plantas, check-lists, gravações de áudio e vídeo, fotografias, desenhos, diários, fichas, etc) (RHEINGANTZ, 2009) e os instrumentos podem ser previamente estruturados.

2.1.2 Avaliação técnica funcional

Conhecida como vistoria técnica, trata-se de avaliação profissional de aspectos construtivos e funcionais (como superestrutura, pisos, alvenaria, esquadrias, impermeabilizações, instalações, cobertura, área construída e área útil, circulações, adensamento, layout, acessibilidade, conforto ambiental e outros), que pode acontecer apenas em termos perceptivos ou ser complementada pelo uso de instrumentos de medição como luxímetros, decibelímetros, termômetros, etc). No que se refere aos resultados, sempre que possível a avaliação técnica deve compará-los com normas e diretrizes de literatura técnica nacional e internacional, de forma a orientar a tomada de decisões (ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995).

2.1.3 Mapa comportamental

Técnica de observação do comportamento, os mapas comportamentais são registros gráficos das atividades dos usuários em um determinado ambiente, que possibilitam verificar usos, arranjos espaciais, fluxos, interações, movimentações e distribuição das pessoas no ambiente (RHEINGANTZ, 2009).

De acordo com a literatura (ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995; SOMMER, SOMMER, 2002; PINHEIRO, ELALI, FERNANDES, 2008), o mapa comportamental identifica atividades e comportamentos padrão que se repetem no tempo e no espaço, e o formato gráfico dos resultados facilita a utilização dos dados na formulação das diretrizes de projeto. De modo geral, o mapeamento pode ser centrado no ambiente lugar ou centrado na

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pessoa. O primeiro enfoca no ambiente construído e como os usuários se distribuem e se comportam, sendo seu registro feito em instrumento específico e em intervalos regulares de tempo (exemplo de 15 em 15 minutos). O segundo enfoca os usuários e as atividades desenvolvidas por eles enquanto permanecem no local, sendo o registro feito em instrumento específico, e o número de participantes definido de acordo com o fluxo geral de pessoas naquele lugar. O desenvolvimento dos mapas comportamentais demanda grande disponibilidade de tempo para pesquisa, pois as observações necessárias devem abrange uma variedade considerável de dias e horários, e o pesquisador deve evitar interferências no ambiente durante o período de permanência (ELALI, 2006).

2.1.4 Poema dos desejos

Trata-se de um instrumento método que permite que os usuários possam declarar, por meio de um conjunto de sentenças escritas ou desenho que exprimem as necessidades, sentimento e desejos relativos ao edifício ou ambiente analisado. É um instrumento que busca a espontaneidade das respostas, geralmente, produz resultados ricos e representativos das necessidades e expectativas dos usuários (RHEINGANTZ, 2009). De acordo com Sanoff (2001), o Poema dos Desejos é uma abordagem que sugere que os respondentes fantasiam sobre a possibilidade de ter o ambiente dos sonhos, sempre a partir da frase “Eu gostaria que (ambiente) fosse...”.

2.1.5 Questionário

O questionário é o método mais utilizado para obter informações sobre percepção ambiental, comportamentos e atributos, os questionários buscam a obtenção de respostas relativas a um conjunto de questões definidas pelo pesquisador em função do tema investigado (ORNSTEIN, BRUNA, ROMÉRO, 1995; ROMÉRO, ORNSTEIN, 2003).

Para Moreira e Silva (2017), os questionários são instrumentos de coleta de dados utilizados para comparação das respostas de um mesmo grupo de perguntas com a obtenção de regularidades para um número representativo e significativo de respondentes.

Na elaboração o questionário deve refletir o objetivo da pesquisa, ser adequado ao vocabulário do respondente (a fim de coletar sua opinião, independentemente de sua habilidade ou treinamento anterior) e, se necessário, recolher informações sociodemográficas que permitam identifica o grupo à qual pertence (GUNTHER, 2008).

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A aplicação do questionário é simples, podendo ocorrer de modo presencial ou não presencial (telefone, correio, internet), sendo fundamental que haja possibilidade para o esclarecimento de dúvidas sem influenciar os respondentes. Em geral a tabulação das respostas gera resultados quantitativos, de acordo com uma escala de valor. E, quando a amostra está estatisticamente calculada e o número de respondentes é superior a 30, os questionários são uma fonte de informações bastante confiável (ROMÉRO, ORNSTEIN, 2003).

Os questionários são elaborados com perguntas fechadas, permitindo perceber como o usuário se comporta e utiliza os espaços, as satisfações e insatisfações, bem como as deficiências e potencialidades do projeto em termos funcionais, espaciais e ambientais (VILLA; SARAMAGO; GARCIA, 2015).

Segundo Moreira e Silva (2017), os questionários podem revelar a satisfação dos usuários com relação a diversos aspectos funcionais e comportamentais do ambiente construído em questão.

2.1.6 Matriz de descobertas

Definida por Rheingantz (2009), como o instrumento de análise que permite identificar e comunicar graficamente as descobertas da APO, especialmente aquelas decorrentes de falhas de projeto ou de execução, bem como à incompreensão e ao desconhecimento de tipo de usuários, a matriz de descoberta é um instrumento de análise que permite identificar e comunicar graficamente os achados da pesquisa, especialmente as relacionadas à funcionalidade do dia-a-dia. A utilização da matriz de descobertas para apresentação dos resultados facilita a leitura e o entendimento dos resultados por clientes e usuários leigos.

2.1.7 Quadro de recomendações

Matriz que determina as intervenções necessárias ao enfrentamento dos principais problemas detectados na APO, indicando soluções (projetuais ou ligadas ao uso) a serem implementadas a curto, médio e longo prazo (ORNSTEIN, 1992).

Ornstein e Roméro (1992) delimitaram tempos médios para essas ações, que seriam: Curto prazo, 6 a 12 meses: Prazo médio, 13 a 24 meses; e Longo prazo, 25 a 48 meses. Contudo, os próprios autores esclarecem que esses prazos não são absolutos e podem variar de acordo com questões relacionadas ao investimento financeiro necessário para realizar a intervenção e a disponibilidade institucional para fazê-lo, além de verem considerar situações que

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representem eventual risco de vida aos usuários ou risco de degradação acelerada de elementos construtivos.

2.2 QUALIDADE DO AMBIENTE ESCOLAR

O conforto ambiental está diretamente relacionado à produtividade de trabalho e ao rendimento escolar e depende do projeto da edificação e de suas adequações para as atividades de seus usuários. Itens como qualidade do ar interno, temperatura e umidade, condições de ventilação e de iluminação e acústica têm grande influência no aprendizado dos alunos (GRAÇA; KOWALTOWSKI; PETRECHE, 2006, ORNSTEIN; ONO, 2005).

A interdisciplinaridade requerida para o projeto de espaços escolares é uma realidade extremamente complexa, deve haver visões psicológicas, pedagógicas, arquitetônicas, alguém que tenha uma visão do espaço, da cor, da relação entre o que compõe o espaço e o usuário (PIZARRO, 2005).

A interferência do ambiente natural ou construído desempenha um importante papel no comportamento e na saúde de seus usuários (FRANÇA, 2011).

O ensino público brasileiro vem sendo constantemente questionado, por meio de avaliações de desempenho, o que demonstra a grande importância social na preparação do indivíduo para a vida e construção social. No entanto, as ações tomadas não colaboram para melhorar a qualidade do ensino e a vivência dos alunos e profissionais da educação no ambiente escolar (KOWALTOWISK, 2011).

Dentro da qualidade ambiental existe o conceito de conforto ambiental e os parâmetros utilizadas para mensurar são: conforto térmico, acústico e lumínico. Estes parâmetros buscam a satisfação dos usuários, bem como a definição das condições mínimas para o bem-estar na edificação (ORNSTEIN, 1990).

2.2.1 Conforto térmico

O conforto térmico, junto com outros elementos como o ruído, a qualidade do ar e a luminosidade, constituem o conforto ambiental, uma área de investigação, onde se procura compreender de que forma as condições do meio influenciam, positiva ou negativamente na percepção de conforto humano (GONÇALVES, 2007).

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Segundo ANSI/ASHRAE 55 (2004), conforto térmico é a satisfação que a mente expressa em relação ao ambiente térmico. Essa definição enfatiza que o julgamento de conforto térmico é um processo que envolve fatores físicos, fisiológicos e psicológicos.

No mesmo sentido Fanger (1970), quando um indivíduo não prefere nem mais calor nem mais frio em relação ao ambiente em que se encontra é denominado neutralidade térmica, ou seja, o corpo humano está em equilíbrio com o ambiente, uma vez que trocando todo calor gerado é trocado em proporção igual.

Para Ruas (2002), o corpo humano é um sistema termodinâmico que gera calor em consonância com o ambiente para obter o equilíbrio térmico essencial à vida. Desta forma, existe uma constante troca de calor entre o corpo e o meio, regidos pelas leis da física e influenciados por mecanismos de adaptação fisiológica, por condições ambientais e fatores individuais. Portanto, a sensação de conforto térmico está relacionada ao esforço realizado pelo organismo para manter o equilíbrio térmico.

Existem dois grupos de variáveis que influenciam no conforto térmico: as de natureza ambiental e as de natureza pessoal, sendo que as de natureza ambiental são: temperatura radiante média, umidade relativa do ar e velocidade do vento. No entanto as de natureza pessoal são: atividades físicas e o tipo de vestimentas (RUAS, 1999).

2.2.1.1 Índice de temperatura resultante

Criado por Missernard em 1948, na França, este índice considera em sua equação os efeitos da umidade e do movimento do ar em indivíduos com ou sem vestuário, conforme Equação 1 (CARVALHO, 2006).

= − 0,4( − 10)(1 − ) (Eq.1)

Em que,

= temperatura resultante (ºC);

= temperatura do ar (bulbo seco) (ºC); = umidade relativa do ar (%).

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A classificação foi realizada por comparação das faixas de sensação térmica conforme Quadro 2, desenvolvido por Funari (2006).

Resultado dos índices

Sensação térmica Grau de estresse fisiológico

<13 Muito frio Extremo estresse ao frio

13 – 16 Frio Tremer

16 – 19 Frio moderado Ligeiramente resfriamento do corpo

19 – 22 Ligeiramente frio Vasoconstrição

22 – 25 Confortável Neutralidade térmica

25 – 28 Ligeiramente quente Ligeiro suor e vasodilatação

28 -31 Quente moderado Suando

31 – 34 Quente Suor em profusão

>34 Muito quente Falha na termorregulação Quadro 2 - Classe do conforto térmico

Fonte: Funari (2006).

2.2.1.2 Ventilação

A ventilação é o processo de renovação de ar de um ambiente; a troca do ar pode controlar a temperatura e a umidade do ambiente (COSTA, 2005).

Segundo Nicol (2004), o impacto da ventilação em ambientes permite a tolerância de temperaturas do ar até 4º C mais elevadas e se houver a utilização de ventiladores, a sensação pode ser alterada em 2º C com velocidades do ar de 0,25m/s e temperaturas a 25º C.

Para Fleury (1990) a movimentação do ar pode produzir sensação de conforto sob temperaturas acima de 30º C.

O critério para o dimensionamento de abertura para ventilação natural, utilizado pelos códigos de obras no Brasil, baseia-se na fração da área de piso dos ambientes internos, para garantir a renovação de ar, com objetivo de assegurar a qualidade do ar respirável e o conforto térmico dos usuários (TOLEDO, 2001).

(30)

2.2.2 Conforto acústico

Segundo Hirashima e Assis (2017), o conforto acústico depende do nível sonoro, mas também de variáveis subjetivas que estão relacionadas aos aspectos psicológicos e fisiológicos. Conforto acústico está relacionado ao fato de ouvir sem interferência que causem estresses, ou distorções das atividades desempenhadas (OCHOA, 2010).

Para Eniz e Garavelli (2006), os ruídos estão presentes no cotidiano no ambiente de trabalho e escolas, podendo trazer prejuízos as relações sociais, à comunicação, ao rendimento escolar e saúde.

Ochoa (2010), destaca que o ruído pode ser perturbador ou prejudicial, dependendo do tempo de exposição e distância da fonte.

No mesmo entendimento, Ribeiro e Câmara (2006) ressaltam que o tempo de exposição do ruído pode ocasionar efeitos à saúde como estresse, irritabilidade, hipertensão arterial e estar associada a outras situações de riscos. Neste sentido no Brasil existe a Norma Regulamentadora (NR 9) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na qual classifica os agentes de risco ocupacionais em grupos: em relação a natureza, danos que pode causar a saúde do trabalhador, intensidade e tempo de exposição.

Segundo Losso (2003), a perda da audição pode ocorrer em função de longa exposição a alto níveis de ruídos, ou ainda, pelo envelhecimento dos indivíduos que podem perder progressivamente a capacidade auditiva ao longo da vida.

Os edifícios brasileiros não oferecem conforto acústico aos seus usuários, uma vez que estudos sobre avaliação pós-ocupação, comumente retratam a insatisfação dos usuários quanto a perturbações sonoras. As edificações escolares também estão inseridas nesse contexto, onde a preocupação com os aspectos acústicos é praticamente nula (OCHOA, 2010).

No Brasil, a NBR 10152 atribui os intervalos adequados de ruído para ambientes de acordo com a finalidade características do recinto conforme Quadro 3.

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LOCAIS Nível de ruído ambiente dB (A) HOSPITAIS

Apartamentos, enfermarias, berçários e centro cirúrgicos 35 – 45 Laboratórios, área para uso do público 40 – 50

Serviços 45 – 55

ESCOLAS

Bibliotecas, salas de música, salas de desenho 35 – 45

Salas de aula, laboratórios 40 – 50

Circulação 45 – 55

HOTÉIS

Apartamentos 35 – 45

Restaurantes, salas de estar 40 – 50

Portaria, recepção, circulação 45 – 55

RESIDÊNCIAS

Dormitórios 35 – 45

Salas de estar 40 – 50

AUDITÓRIOS

Salas de concertos, teatros 30 – 40

Salas de conferências, cinemas, salas de uso múltiplo 35 – 45

RESTAURANTES 40 – 50

ESCRITÓRIOS

Salas de reunião 30 – 40

Salas de gerência, salas de projeto e de administração 35 – 45

Salas de computadores 45 – 65

Salas de mecanografia 50 – 60

IGREJAS E TEMPLOS MEDITATIVOS 40 – 50

LOCAIS PARA ESPORTE, PAVILHÕES FECHADOS PARA ESPETÁCULOS E ATIVIDADES ESPORTIVAS

45 – 60 Quadro 3 - Níveis aceitáveis de ruído ambientes de acordo com o uso

(32)

2.2.2.1 Conforto acústico no ambiente escolar

Em ambientes escolares, os altos níveis de ruído de fundo podem interferir na comunicação, podendo ser um agravante para o aprendizado. São várias as fontes de ruídos, tanto internas, quanto externas, que podem contribuir no desconforto acústico dos ambientes, segundo Losso (2003), os ruídos externos podem ser produzidos pelo tráfego de veículos que circulam em vias próximas da edificação, além de que outros fatores podem potencializar o ruído como volume de veículos, o tipo de pavimento da via e a velocidade, além de ruídos produzidos por indústrias, feiras e obras.

No caso de fontes internas, estas podem ser produzidas pelas áreas de circulação, atividades esportivas, espaços recreativos, ambientes como refeitórios e locais em que são manipuladas a alimentação e que não possuem um bom isolamento acústico em razão do material cerâmico de revestimento das paredes, pois esses têm propriedades que contribuem para os altos índices de reverberação acústica (SCHIMD; THIBAULT, 2001).

O tempo de reverberação influencia na qualidade acústica do ambiente. É definido como o intervalo de tempo, em segundos, que o nível de pressão sonora leva para decair 60 decibéis (dB) a partir da interrupção da fonte em um ambiente fechado (KUTTRUFF, 1979).

Segundo Bistafa (2005), o tempo de reverberação é o único índice objetivo de qualidade sonora e pode ser calculado a partir de dados construtivos da sala.

O tempo de reverberação varia em função do volume do recinto e as características dos materiais empregados. No mesmo entendimento, Silva (2005) comenta que a medida que se aumenta o volume dos recintos, são incrementados os tempos de reverberação.

Segundo ANSI 1 S12.60/2010, os valores do tempo de reverberação para salas de aula devem permanecer entre 0,4 e 0,6 segundos, conforme Quadro 4.

Tipo de ambiente Tempo adequado de reverberação em segundos

Salas de aula De 0,4 a 0,6

Salas para ensaios musicais De 0,6 a 1,1

Lanchonetes De 0,8 a 1,2

Auditórios De 1,0 a 1,5

Ginásios De 1,2 a 1,6

Quadro 4 - Tempo de reverberação em segundo por ambiente Fonte: Adaptado de SEEP , 2000 apud FRANÇA, 2011.

(33)

Por meio de estudos analíticos, o tempo de reverberação foi relacionado com o volume e características de absorção do ambiente, Sabine (1896) estabeleceu condições acústicas satisfatórias e desenvolveu uma equação matemática para o cálculo do tempo de reverberação, conforme Equação 2.

= 0,161 = 0,161 (Eq. 2)

Em que,

= tempo de reverberação (s); = volume do recinto (m³);

= superfície dos materiais (m²); = coeficiente de absorção materiais;

Segundo a NBR 12.179, a fórmula de Sabine deve ser empregada quando o coeficiente de absorção médio for menor ou igual a 0,30 (ABNT, 1992a).

Para ambientes com superfícies altamente absorventes Eyring (1930) apresentou a fórmula alterada para corrigir a fórmula de Sabine, conforme Equação 3 (SILVA, 2005).

=

, !," #$%( &) (Eq. 3) Em que, = tempo de reverberação (s); = volume do recinto (m³);

= área total das superfícies interiores do recinto (m²);

'= coeficiente médio de absorção;

Segundo a NBR 12.179, a fórmula de Eyring deve ser utilizada quando o coeficiente médio de absorção for maior que 0,3 (ABNT, 1992a).

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Coeficiente absorção sonora α 125 Hz 250 Hz 500 Hz 1 kHz 2 kHz 4 kHz

Parede de tijolos rebocada caiada 0,018 0,02 0,03 0,03 0,03 0,03 Placas de gesso (parede ou teto) 0,25 0,15 0,08 0,06 0,04 0,04 Laje nervurada 0,01 0,01 0,015 0,015 0,02 0,02 Laje de concreto aparente 0,29 0,39 0,43 0,52 0,60 0,70 Forro em fibra lenhos, espessura

20mm

0,25 0,30 0,30 0,40 0,55 0,60 Janela simples fechada 0,04 0,04 0,03 0,02 0,02 0,02 Porta madeira pintada 0,20 0,15 0,10 0,10 0,09 0,11

Piso vinílico 0,02 0,03 0,04 0,05 0,05 0,10

Piso parquet madeira 0,04 0,04 0,06 0,12 0,10 0,15 Tablado emborrachado 0,02 0,03 0,04 0,05 0,05 0,10 Tablado madeira 0,09 0,08 0,08 0,09 0,10 0,10 Quadro negro de madeira, espessura

3 mm 0,28 0,20 0,10 0,10 0,08 0,08 Cortina PVC 0,06 0,06 0,17 0,17 0,03 0,03 Cortina jeans 0,06 0,08 0,10 0,10 0,10 0,10 Carteira de fórmica 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03 Carteira de madeira 0,02 0,05 0,05 0,05 0,04 0,03 Cadeiras de fórmica 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 Cadeiras de madeira 0,02 0,05 0,05 0,05 0,04 0,03 Cadeira estofada 0,41 0,50 0,56 0,58 0,54 0,46 Quadro 5 - Coeficiente de absorção

Fonte: Zannin; Ferreira; Sant´ Ana (2009).

2.2.3 Conforto lumínico

O sistema de iluminação pode ser dividido em natural e artificial com o objetivo de fornecer luz para prática de tarefas visuais, proporcionando um conforto visual mais adequado aos usuários, ocupantes dos postos de trabalho (GHISI, 1997).

Para Lamberts (1997), conforto visual é entendido com a existência de um conjunto de condições em um ambiente, na qual o usuário pode desenvolver suas atividades visuais com o máximo de atenção e precisão visual e com menor esforço, assim reduzindo riscos de acidentes.

(35)

A iluminância é a grandeza mais comum e de fácil medição, na qual é medida a quantidade de luz emitida por uma fonte que incide sobre uma superfície, iluminando-a, por unidade de área. Sua unidade no sistema internacional é lm/m² ou lux (lx) (PEREIRA; SOUZA, 2005).

Segundo Souza (2005), o sistema de iluminação artificial consiste em fontes como lâmpadas, reatores, refletores, componentes de proteção, difusão e luminárias.

As luminárias fazem o controle da distribuição da luz emitida pelas lâmpadas, “uma luminária eficiente otimiza o desempenho do sistema de iluminação artificial. Ao avaliar uma luminária, sua eficiência e suas características de emissão são de considerável importância” (LAMBERTS, 1997).

Para Souza (2005), as luminárias utilizam materiais de alta refletância com objetivo de ter uma melhor distribuição de luz e assim ampliar o espaço entra as luminárias proporcionando um conforto visual, ressalta-se que as cores influenciam no rendimento do sistema de iluminação, pois, possuem propriedade de reflexão, o Quadro 6, indica o índice de reflexão média de algumas cores.

Cor Refletância (%) Branco teórico 100 Amarelo 70 Verde limão 60 Amarelo ouro 60 Rosa 60 Laranja 50 Azul claro 50 Cinza neutro 30 Vermelho 20 Azul turquesa 15 Violeta 05 Preto 03

Quadro 6 - Índice de refletância média Fonte: Pereira e Souza (2005).

No Brasil a norma que tratava sobre iluminância era a NBR 5413 - Iluminância de interiores, que tinha por objetivo, estabelecer os valores de iluminância média mínimos em

(36)

serviço para iluminação artificial em interiores, onde se realiza atividades de comércio, indústria, ensino esporte e outra, conforme Quadro 7 (ABNT, 1992a).

Tipo de ambiente LUX

Escolas

Salas de aula 200 300 500

Quadros negros 300 500 750

Bibliotecas

Sala de leitura 300 500 750

Recinto das estantes 200 300 500

fichário 200 300 500

Quadro 7 - Iluminância por classe de tarefas visuais Fonte: ABNT (1992a).

A norma estabelece procedimento na escola dos valores das iluminâncias constantes no Quadro 7, sendo determinado pelo somatório de três fatores: idade, velocidade e precisão e refletância do fundo e os valores dos pesos são determinados conforme Quadro 8.

Características da tarefa e do observador

Peso

-1 0 +1

Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos Velocidade e precisão Sem importância Importante Crítica Refletância do fundo Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30% Quadro 8 - Fatores de iluminância adequada

Fonte: ABNT (1992a).

Usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor for igual a -2 ou -3; a iluminância superior, quando a soma +2 ou +3; e a iluminância média nos demais casos.

A partir de 2013 a NBR 5413 foi substituída pela NBR 8995 que passou a estabelecer a iluminância média por ambiente, tarefa ou atividade, conforme Quadro 9.

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Tipo de ambiente, tarefa ou atividade (' () *) + , -Bibliotecas Estantes 200 19 80 Área de leitura 500 19 80 Bibliotecárias 500 19 80 Construções educacionais

Salas de aula, salas de aula particulares 300 19 80 Salas de aula noturnas, classe e educação de adultos 500 19 80 Quadro 9 - Tarefas e atividades com a especificação da iluminância

Fonte: ABNT (2013).

Conforme Nota Técnica n.º 224/2014 do Ministério do trabalho “a NBR ISO/CIE 8995-1/2013 não deixa clara a forma que dever ser realizadas as avaliações em ambientes de trabalho, os níveis de iluminamento a serem observados devem ser contidos na NBR 5413/92, devendo ser utilizada para fins de avaliação o disposto na NBR 5382/85.

Segundo NBR 5382 – Verificação de iluminância de interiores, fixa o modo pelo qual se faz a verificação da iluminância de interiores de área retangulares, através da iluminância média sobre um plano horizontal, proveniente da iluminação geral (ABNT, 1985).

A iluminância média é determinada pela Equação 4.

.' = (/ )(0 )12(/ )13(0 )14

/0 (Eq. 4)

Onde:

5 = número de luminárias por fila 6= número de filas

A mesma norma estabelece que R, Q, T e P, sejam as médias das leituras, r1, r2, r3, r4, r5, r6, r7 e r8, q1, q2, q3 e q4, t1, t2, t3 e t4, p1 e p2, respectivamente e as leituras ocorrerão conforme Figura 3.

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Figura 3 - Campo de trabalho retangular Fonte: ABNT (1985).

2.3 INSTALAÇÕES DE PREVENÇÃO E COMBATE CONTRA INCÊNDIOS

As regulamentações desenvolveram-se com a promulgação da Constituição Federal em 1988, em que atribuindo a responsabilidade ao Corpo de Bombeiros de cada Estado, em razão desse processo, foi implantado diversas normativas em cada Estado (FERNANDES, 2010).

Segundo NPT 003, sinalização de emergência é definia como o conjunto de sinais visuais que indicam, de forma rápida e eficaz, a existência, a localização e os procedimentos referentes a saídas de emergência, equipamentos de segurança contra incêndios e riscos potenciais de uma edificação ou áreas relacionadas a produtos perigosos (PARANÁ, 2014a).

Segundo Brentano (2010), a sinalização de emergência deve ser disposta de tal forma que os usuários possam visualizar facilmente e orientar de forma rápida e segura a evacuação em uma situação de incêndio, tendo como finalidade reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio (PARANÁ, 2014c).

As saídas de emergência devem ser dimensionadas, para que a população possa abandonar a edificação, em caso de incêndio ou pânico, completamente protegida em sua integridade física, e permitir o acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas (PARANÁ, 2016).

(39)

A NPT 003, define saída de emergência, rota de fuga, rota de saída ou saída:

“caminho contínuo, devidamente protegido e sinalizado, proporcionado por portas, corredores, “halls”, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas, conexões entre túneis paralelos ou outros dispositivos de saída, ou combinações desses, a ser percorrido pelo usuário em caso de emergência, de qualquer ponto da edificação, recinto de evento ou túnel, até atingir a via pública ou espaço aberto (área de refúgio), com garantia de integridade física (PARANÁ, 2014a).

Salas com capacidade acima de 200 pessoas e nas rotas de saída de locais de reunião com capacidade acima de 200 pessoas, as portas de comunicação com os acessos, escadas e descargas devem ser dotadas de ferragem do tipo antipânico (PARANÁ, 2016). A barra antipânico é um dispositivo de destravamento da folha de uma porta, na posição de fechamento, acionado mediante pressão exercida no sentido de abertura, em uma barra horizontal fixada na face da folha (PARANÁ, 2014a).

Para Brentano (2011), a iluminação de emergência tem a função de substituir a iluminação artificial dos ambientes, em caso de falha no sistema elétrico ou em caso de incêndio, devendo permanecer em funcionamento, mantendo um mínimo de iluminância permitindo a evacuação da edificação com rapidez e segurança.

2.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O Programa de Necessidades corresponde à determinação das exigências de caráter prescritivo ou de desempenho, verificando as necessidades e expectativas dos usuários.

Segundo Altounian (2009), é preciso otimizar as demandas sociais em todas as áreas (social, saúde, educação, desenvolvimento) com a previsão da receita, trabalhando com a hipótese de que não haja recursos suficientes para o atendimento a todas as necessidades.

No mesmo entendimento, Baeta (2013), apresenta que um bom plano de necessidade deve considerar a área de influência do empreendimento, a população atingida e a região beneficiada.

O órgão interessado na obra terá a incumbência da definição do programa de necessidades da coletividade, apresentando um organograma funcional da obra pretendida, acompanhada de fluxograma, desenhos esquemáticos, memoriais com as recomendações de caráter geral e as planilhas contendo a relação dos ambientes, usuários, atividades, equipamentos e mobiliários (BONATTO, 2012).

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O Tribunal de Contas da União – TCU, em algumas fiscalizações de obras, detectou falhas e superdimensionamentos nos planos de necessidades elaborados por alguns órgãos. Havendo desperdício de recurso público na ordem de milhões de reais, uma vez que foram construídos vários pavimentos de uma edificação com área superdimensionada para as reais necessidades do órgão (BAETA, 2013).

2.5 ESTUDO DE VIABILIDADE

Etapa responsável pelas análises técnicas e econômicas promovendo a seleção das alternativas para a concepção dos projetos, permitindo verificar o atendimento ao programa do ponto de vista legal, econômico e social, analisando os benefícios com a implantação e prejuízos pela ausência do empreendimento, sendo o órgão da Administração responsável pela elaboração do estudo de viabilidade.

Para Baeta (2012), elaborar uma estimativa de custos é uma atividade bem diferente de elaborar um orçamento, pois pode fazer uma avaliação com base em custos históricos, índices, gráficos, estudos de ordem de grandeza, correlações ou comparação com projetos similares.

Um dos índices específicos é o custo unitário básico – CUB que indica o custo por metro quadrado de uma edificação em razão de sua característica, conforme art. 54 da Lei 4.591/64, os sindicatos estaduais da indústria da construção civil ficam obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 de cada mês, O CUB não considera, em sua composição, uma série de itens de custo presentes na maioria das obras, tais como, fundações especiais, elevadores e instalações especiais como água quente, ar condicionado e outras (TCU, 2013).

Toda e qualquer obra envolve dois tipos de custos: diretos e indiretos, sendo que os custos diretos são os insumos (materiais e mão de obra) que ficam agregados fisicamente à obra (SILVA, 2006).

Segundo Art. 102º da Lei nº 12.708:

“O custo global das obras e dos serviços de engenharia contratados e executados com recursos dos orçamentos da União será obtido a partir de composições de custos unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal e pelo IBGE, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil.”

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O preço de referência das obras e dos serviços de engenharia será o custo de diretos acrescido do percentual do BDI, sendo composto por taxas correspondentes ao lucro, aos encargos financeiros, às despesas de administração central, aos tributos, seguros, riscos e imprevistos (ALTOUNIAN, 2009).

No caso de obras públicas é necessário aplicar sobre o custo direto total o BDI aplicando a fórmula apresentada no acórdão nº 325/2007- TCU e as taxas do acórdão 2409/2011 – TCU.

Obtém-se, assim, uma ordem de grandeza do orçamento referente a cada empreendimento, para se estimar a dotação orçamentária necessária. Nessa etapa, ainda não é possível a definição precisa dos custos envolvidos na realização da obra, mas é preciso obter uma noção adequada dos valores envolvidos, que é fundamental para priorizar as propostas (TCU, 2013)

2.6 ANTEPROJETO

O anteprojeto é o esboço ou croqui composto por plantas baixas, cortes e elevações, desenvolvidos a partir dos estudos técnicos preliminares e das determinações do cliente estabelecidas no programa de necessidades, apresentando a melhor solução técnica, definindo diretrizes a serem adotadas na elaboração do projeto básico, levando em consideração os estudos de viabilidade técnica e econômica, sendo que esta fase possibilita um melhor conhecimento do empreendimento, refinando os valores a serem investidos (BRAÜNERT, 2010).

2.7 PROJETO BÁSICO

Segundo art. 6º, inciso IX da Lei 8.666/93, projeto básico é definido como:

“conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução”.

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No mesmo sentido o IBRAOP – OT – IBR 001/2006, define projeto básico como: “(...) conjunto de desenhos, memoriais descritivos, especificações técnicas, orçamento, cronograma e demais elementos técnicos necessários e suficientes à precisa caracterização da obra a ser executada, atendendo às Normas Técnicas e à legislação vigente(...)”

O objetivo principal do legislador foi garantir aos interessados em participar da licitação o conhecimento de todas as informações necessárias para a preparação de propostas, sem que houvesse benefício quando da contratação a qualquer dos concorrentes, como aditivos em serviços com preços elevados, supressão de serviços com subpreço, alteração de especificação de serviços, ou antecipação do cronograma físico-financeiro (ALTOUNIAN, 2009).

2.8 DEFINIÇÃO DE OBRA PÚBLICA

Obra pública é considerada toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de bem público. Ela pode ser realizada de forma direta, quando a obra é feita pelo próprio órgão ou entidade da Administração, por seus próprios meios, ou de forma indireta, quando a obra é contratada com terceiros por meio de licitação (TCU, 2013).

Referências

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