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Sustentabilidade e governança corporativa de uma empresa metalúrgica

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUARIAIS E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

JOÃO LUIZ DOMINGOS DE SOUSA

SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA CORPORATIVA DE UMA EMPRESA METALÚRGICA

FORTALEZA 2019

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JOÃO LUIZ DOMINGOS DE SOUSA

SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA CORPORATIVA DE UMA EMPRESA METALÚRGICA

Monografia apresentada ao Curso do

Departamento de Administração da

Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino.

FORTALEZA 2019

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JOÃO LUIZ DOMINGOS DE SOUSA

SUSTENTABILIDADE E GOVERNANÇA CORPORATIVA DE UMA EMPRESA METALÚRGICA

Monografia apresentada ao Curso do

Departamento de Administração da

Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino.

Aprovado em____de_____________ de 2019.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________- Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

________________________________________________- Prof. Dr. Luiz Carlos Murakami

Universidade Federal do Ceará (UFC)

________________________________________________- Prof. Dr. José Carlos Lázaro da Silva Filho

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Aos meus pais e à minha Tia Edireide, minhas âncoras.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais e à minha tia por tudo que fizeram por mim, pelo investimento no meu conhecimento, suporte nos meus estudos na qual resultaram no ingresso e egresso com sucesso e conquistas na Universidade Federal do Ceará (UFC), por todo o amor, carinho, atenção, paciência, que me tornaram um indivíduo com ética, moral e respeito.

À UFC, pela oportunidade de realizar esse curso, por ter expandido não apenas meus horizontes, mas a mim e toda minha perspectiva social, e por sua luta pela educação de qualidade.

Ao meu orientador, professor Cláudio Bezerra Leopoldino, por toda a atenção e paciência na realização desse projeto.

Aos meus professores, Luiz Carlos Murakami e José Carlos Lázaro da Silva Filho, por aceitaram participar da banca de defesa da minha monografia e contribuir pelo conhecimento e toda a caminhada.

Aos meus colegas da universidade que estiveram presentes e criaram vínculos além da expectativa ao longo da jornada do curso, contribuindo de maneira direta ou indireta.

Agradeço, por fim, à uma das melhores pessoas que conheci na vida, Silvia Mara Rocha, a qual me deu suporte, carinho e atenção desde quando nos conhecemos e, além disso, expandiu meus olhos sobre plantar a semente de mudar a sociedade.

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“Remember: your focus determines your reality” (STAR WARS, 1999).

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RESUMO

A sociedade está em meio a transformações e cobranças de como agir de maneira mais sustentável e é importante atentar às empresas que cumprem seus deveres legais e cobrar que as organizações apresentem uma gestão sustentável, diminuindo a degradação ambiental e promovendo valorização social. Na busca de saber a aplicação da gestão sustentável nas organizações, este trabalho analisou uma empresa de grande porte do Estado do Ceará no ramo metalúrgico, a Aço Cearense Industrial. A presente pesquisa tem como objetivo geral a finalidade de analisar a sustentabilidade e a governança corporativa em uma empresa metalúrgica na ótica das três dimensõesda Sustentabilidade: a perspectiva social, ambiental e econômica, e relacionando-os aos princípios da Governança Corporativa: a transparência, equidade, prestação de contas ou accountabiliy, e Responsabilidade Social Corporativa (RSC), e objetivos específicos identificar os projetos de gestão sustentável adotados pela empresa e a possibilidade de sugerir melhorias. O referencial teórico discorre sobre: a evolução da sustentabilidade, a governança corporativa e a governança corporativa sustentável. Este estudo possui abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa do tipo exploratória. Em relação ao procedimento técnico, caracteriza-se como grupo focal. A análise das respostas foi obtida por 5 colaboradores pertencentes a Gerência de Sustentabilidade da empresa estudada e sugerem o incentivo do setor sustentável em promover a educação dos colaboradores, através de projeto escolar, e treinamentos para melhores condições de trabalho de forma sustentável dentro da metalúrgica. Além disso, foram apresentados programas internos de reciclagem, reutilização e revenda de materiais, contenção de resíduos sólidos e efluentes com a troca de lâmpadas da indústria por LEDs e tratamento do maquinário, cozinha industrial e vestiários, além dos programas sociais para a comunidade, visando esporte, educação e suporte a diversas instituições sociais.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Governança Corporativa. Governança Corporativa Sustentável.

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ABSTRACT

Society is in the midst of transformations and demands in order to act more sustainably and importantly to companies that fulfill their legal duties and demand that organizations present sustainable management, reducing environmental degradation and promoting social valorization. In the search for a sustainable management application in organizations, this work analyzed a large company from the Ceara State in the metallurgical industry, a Aco Cearense Industrial. This research aims to analyze the sustainability and corporate governance in a metallurgical company optical of the three levels of sustainability: a social, environmental and economic perspective, and relate to the principles of corporate governance: transparency, equity, provision of accountability and accountability, and Corporate Social Responsibility (CSR), and objectives identified as sustainable management projects adopted by the company and the possibility of suggesting improvements. The theoretical framework discusses: an evolution of sustainability, corporate governance and sustainable corporate governance. This study has a qualitative approach, characterized as an exploratory research. Regarding the technical procedure, characterize as a focus group. An analysis of the responses was applied by 5 employees belonging to the Sustainability Management of the studied company and suggested encouraging the sustainable sector to promote employee education, school design and training for better working conditions in a sustainable way within the metallurgical industry. In addition, in-house recycling, reuse and review programs, waste and effluent containment with LED industry lamp replacement and treatment of machinery, industrial kitchen and changing rooms, as well as social programs for the community, sports, education, were presented. and support for various social institutions.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Linha do tempo da sustentabilidade ... 18

Figura 2 – 10 Princípios Globais de acordo com a Organização das Nações Unidas ... 22

Figura 3 - 17 metas da ONU para Desenvolvimento Sustentável ... 23

Figura 4 - Representantes Grupo Aço Cearense ... 30

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Empresas brasileiras mais responsáveis e com melhor governança corporativa.... 20 Tabela 2 – Instituições apoiadas em 2019 pela Aço Cearense ... 31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

1.1 Problematização da pesquisa ... 14

1.2 Objetivos da pesquisa ... 15

1.3 Justificativa da escolha do tema ... 15

1.4 Organização da pesquisa ... 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17

2.1 A Evolução da Sustentabilidade ... 17

2.2 Governança Corporativa ... 18

2.2.1 Os princípios da Governança Corporativa ... 20

2.3 Governança Corporativa Sustentável ... 21

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 27

3.1 Caracterização da pesquisa ... 27

3.2 Técnica da coleta de dados ... 27

3.3 Método da coleta de dados ... 28

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 29

4.1 Apresentação da empresa ... 29

4.2 Análise das respostas obtidas ... 34

4.2.1 A gestão corporativa sustentável adotada pela Aço Cearense ... 35

4.2.2 Os desafios da Aço Cearense na aplicação da gestão sustentável ... 37

5 CONCLUSÃO ... 41

REFERÊNCIAS ... 43

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADA AO SETOR SUSTENTÁVEL DO GRUPO AÇO CEARENSE ... 47

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com ELKINGTON (2001), a sustentabilidade empresarial surge do reconhecimento da necessidade de mercados estáveis, possuindo habilidades tecnológicas, financeiras e de gerenciamento para possibilitar a transição eficiente rumo ao desenvolvimento sustentável.

De acordo com Coral (2002), ser uma organização ecologicamente sustentável implica construir sistemas de produção que não causem impactos negativos, que estejam contribuindo para a recuperação de áreas degradadas ou oferecendo produtos e serviços que contribuam para a melhoria da performance ambiental dos consumidores e clientes.

As relações com o meio ambiente e os aspectos sociais passam a ser um fator estratégico na gestão das organizações, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. Os aspectos ambientais, tanto quanto os sociais, são introduzidos na reflexão estratégica das empresas como um diferencial competitivo, através da percepção de que o posicionamento e o reforço de suas imagens corporativas permitirão a continuidade de seus negócios (PETKOW; ALMEIDA, 2005).

Para Jacobi e Sinisgalli (2012), outros tipos de governança têm sido utilizados. A governança ambiental envolve todos e cada um nas decisões sobre o meio ambiente, por meio das organizações civis e governamentais, a fim de obter ampla e irrestrita adesão ao projeto de manter a integridade do planeta. Portanto, implica no estabelecimento de regras, normas e condutas que reflitam os valores e visões em um processo participativo, e acima de tudo, de aprendizagem.

Segundo Benites e Polo (2013), o papel da empresa perante a sociedade não se restringe meramente à produção de bens ou à prestação de serviços em condições eficientes, assim como não se limita à maximização do lucro para os acionistas, porém consiste, antes, na geração de riqueza em um sentido mais amplo. A geração de riqueza pela empresa, pode se estender além do desenvolvimento econômico, pode incorporar, também, a preservação dos recursos naturais não renováveis, a promoção de direitos fundamentais do trabalhador e a proteção dos interesses do consumidor.

A responsabilidade social empresarial se expressa pelo desejo e pelo propósito das organizações incorporarem considerações socioambientais em seus processos decisórios, responsabilizando-se pelos impactos na sociedade e meio ambiente. Além disso, que estejam

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em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais (NADAE, 2016).

1.1 Problematização da pesquisa

A partir disso, traz-se o questionamento desta pesquisa: Como a Sustentabilidade alinhada à Governança Corporativa pode contribuir para a gestão de uma empresa metalúrgica, o Grupo Aço Cearense Industrial LTDA?.

1.2 Objetivos da pesquisa

- Objetivo geral: esta pesquisa tem a finalidade de analisar a sustentabilidade e a governança corporativa em uma empresa metalúrgica. O estudo analisa as três dimensõesda Sustentabilidade: a perspectiva social, ambiental e econômica, relacionando-os aos princípios da Governança Corporativa: a transparência, equidade, prestação de contas ou accountabiliy, e Responsabilidade Social Corporativa (RSC).

- Objetivos específicos: são:

a) Identificar os projetos de gestão sustentável adotados na organização estudada; b) Analisar as possibilidades de aprimorar a governança corporativa sustentável na Aço Cearense.

1.3 Justificativa da escolha do tema

A centralização deste debate está na forma de implementar, manter e melhorar as práticas da Responsabilidade Social Corporativa e, por outro lado, como avaliar os seus impactos e resultados. Isto é, como integrar no planeamento estratégico das empresas os princípios da Responsabilidade Social Corporativa, o que medir e como medir para monitorizar e avaliar os seus resultados e que canais de comunicação utilizar para divulgar suas intenções, propostas e resultados (SILVESTRE; AMARO, 2014).

As empresas têm mostrando crescente interesse na adoção de práticas relacionadas à sustentabilidade para mitigar riscos e aumentar suas chances de sobrevivência. Nesse contexto, os indicadores de desempenho alinhados ao desenvolvimento sustentável são

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fundamentais para apoiar decisões gerenciais e operacionais (MORIOKA; DE CARVALHO, 2017).

Assim, este trabalho procura tentar fornecer conteúdo sobre questões referentes ao tema em questão e visualizar as atitudes sustentáveis na metalúrgica, além de visualizar a possibilidade de aprimorar a continuidade da conscientização na aplicação da gestão sustentável dentro da Aço Cearense.

1.4 Organização da pesquisa

Essa investigação está estruturada em cinco seções. A primeira seção constitui a introdução. A segunda, está subdividida em tópicos acerca da sustentabilidade, da governança corporativa e da aplicação da sustentabilidade na governança corporativa.

Na terceira é tratada a metodologia da pesquisa. A quarta apresenta os resultados obtidos. E, por fim, a quinta seção, na qual são divulgadas as considerações finais acerca da pesquisa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção serão abordados tópicos sobre a Evolução da sustentabilidade, Governança Corporativa e, a Governança Corporativa Sustentável.

2.1 A Evolução da Sustentabilidade

Em seu sentido lógico, sustentabilidade é a capacidade de se sustentar, de se manter, ou seja, uma atividade sustentável que pode ser mantida para sempre. O conceito envolve a definição mais concreta do objetivo de desenvolvimento atual (a melhoria da qualidade de vida de todos os habitantes) e ao mesmo tempo distingue o fator que limita tal desenvolvimento e pode prejudicar as gerações futuras, o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra (MIKHAILOVA, 2004).

Para Petkow e Almeida (2005), a preocupação com a defesa do meio ambiente, a proteção dos ecossistemas naturais e os processos ecológicos do planeta passaram a fazer parte das discussões da sociedade em geral. Assim, continuidade do desenvolvimento, atendendo as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.

Na Figura 1, pode-se observar a sustentabilidade em sua linha temporal de desenvolvimento.

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Figura 1 – Linha do tempo da sustentabilidade

Fonte: Cardoso; Santos Jr., (2018).

De acordo com o Programa das Nações Unidas – PNUD (2015), a Agenda de 2030 consiste em uma declaração de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas propondo os 5 P’s, o qual constituem: as Pessoas como meta erradicar a pobreza e a fome de todas as maneiras e garantir a dignidade e a igualdade. No que diz respeito ao Planeta, busca proteger os recursos naturais e o clima do nosso planeta para as gerações futuras. Já a Prosperidade, visa garantir vidas prósperas e plenas, em harmonia com a natureza. A Paz, foca em promover sociedades pacíficas, justas e plenas. E por último, Parcerias corresponde a implementar a agenda por meio de uma parceria global sólida.

2.2 Governança Corporativa

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) define governança corporativa como sendo o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. O conceito de governança corporativa tem como objetivo maior criar condições para uma organização mais racional, ética e pluralista da economia (BACKES; RATHKE; BIANCHI; GASSEN, 2010).

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Segundo Machado, Bianchi e Silveira (2017), a governança corporativa contribui para que a gestão da empresa alcance os níveis internacionais em transparência, accountabillity, equidade e representatividade corporativa, as quais são as linhas mestras. Assim, quanto mais a empresa aplica esses pilares nos seus processos, maior seu desenvolvimento quanto às boas práticas de governança corporativa, possibilitando chegar a um maior grau de conformidade.

A Governança Corporativa representa um sistema aonde às sociedades são guiadas e acompanhadas, buscando a relação de envolver os acionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal (DIAZ; APARECIDO; QUINTILHANO; COSTA, 2019).

A geração de valor na governança corporativa ocorre quando, junto a uma boa administração, há um negócio de qualidade, lucrativo e bem gerido. Esta boa governança permite aos proprietários a gestão estratégica e o efetivo controle da direção executiva. As ferramentas que asseguram o controle da propriedade são o Conselho de Administração, a Auditoria Independente e o Conselho Fiscal, os quais são fundamentais para minimizar os problemas relacionados ao controle das empresas e assim, consolidar diversos interesses (DESCONDI, 2007).

A mudança organizacional sofre influência dos atores (stakeholders) internos e externos e, dessa forma, é construída através da visão de mundo destes atores (interpretativismo). Não se pode negar que a estratégia, baseada em diretrizes da cúpula organizacional, não seja atuante no processo de mudança organizacional. Mas a visão de mundo dos indivíduos possui forte formação nas relações fora da organização e torna-se essencial para moldar o comportamento organizacional e para influenciar o funcionamento das estratégias (NASCIMENTO, 2017).

Para Troccoli e Lisboa (2018), no Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define a governança corporativa como um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, sendo a preocupação criar um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas.

Anualmente, é realizado pela empresa espanhola Monitor Empresarial de Reputação Corporativa (Merco) um levantamento e formulação de ranking que reúne ao todo 100 companhias que correspondem com a melhor reputação em responsabilidade social, sustentabilidade e boa governança corporativa. Na tabela 1 é possível visualizar as 10 empresas elencadas no topo do ranking, de acordo com pesquisas através de executivos,

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analistas de mercado, especialistas em RSC, ONGs, sindicatos, jornalistas e consumidores em geral em 2018.

Tabela 1 – Empresas brasileiras mais responsáveis e com melhor governança corporativa

Posição Empresa 1 Natura 2 AmBev 3 Itaú Unibanco 4 Google 5 Grupo Boticário 6 Nestlé 7 Unilever 8 Bradesco 9 Apple 10 Toyota Fonte: Merco (2018).

A Merco analisa diversas variáveis para a elaboração, como comportamento ético, transparência, boa governança, contribuição à comunidade e compromisso com o meio ambiente e mudanças climáticas.

O segmento mais recente criado pela BOVESPA (2009) é o BOVESPA MAIS, idealizado para tornar o mercado acionário brasileiro acessível a um número maior de empresas, principalmente àquelas que sejam particularmente atrativas aos investidores que buscam aplicações de médio e longo prazo e cuja preocupação com o retorno potencial sobrepõe à necessidade de liquidez imediata (MACHADO; BIANCHI; SILVEIRA, 2017).

2.2.1 Os princípios da Governança Corporativa

Para Oliveira, Vilela, Nascimento, Silveira, Campos, Lopes, Eustáquio e Magalhães (2019), as bases da boa governança variam de acordo com o ambiente corporativo em que as organizações estão inseridas. Entretanto, quatro são os princípios fundamentais:

a) A transparência traduz-se no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos;

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stakeholders;

c) Prestação de contas, ou accountabillity, existe a necessidade por parte dos envolvidos em prestar contas de modo claro e oportuno, assumindo inteiramente as implicações de atos e omissões;

d) Na responsabilidade social corporativa, os agentes devem zelar pela sustentabilidade das organizações, introduzindo considerações de ordem social e ambiental na escolha de seus negócios e operações.

Dessa forma, a economia das organizações foca a diminuição dos custos e aumento da rentabilidade, sempre através de modelos de gestão eficientes e eficazes, apresentando-se como um grupo relevante de abordagens teóricas para a análise organizacional (NASCIMENTO, 2017).

2.3 Governança Corporativa Sustentável

De acordo com Jacobi (2003, p. 192), existe uma demanda para que a sociedade esteja mais motivada e mobilizada para assumir um papel mais propositivo, sendo capaz de questionar, de forma concreta, a falta de iniciativa do governo na implementação de políticas sustentáveis e o desenvolvimento em um contexto de crescente dificuldade na promoção da inclusão social. Dessa forma, a problemática da sustentabilidade assume um papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se apresentam.

A sustentabilidade ambiental está relacionada a padrões de consumo e de produção sustentáveis e uma maior eficiência no uso de energia para reduzir, ao mínimo, as pressões ambientais, o esgotamento dos recursos naturais e a poluição. Os governos, em conjunto com setor privado e a sociedade, devem atuar para reduzirem a geração de resíduos e de produtos descartados, por meio da reciclagem nos processos industriais e na introdução de novos produtos ambientalmente saudáveis (SOUZA; RIBEIRO, 2013, p. 370).

Neste segmento, o Pacto Global, ou Global Compact, da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado em julho de 2000, visa a promover os valores universais, como justiça, sustentabilidade ambiental e direitos humanos. A criação considerou que as empresas são protagonistas fundamentais no desenvolvimento das nações e devem agir com responsabilidade na sociedade com a qual interagem (BENITES; POLO, 2013).

A Figura 2 mostra os 10 princípios a serem cumpridos pelas organizações de acordo com a Organização das Nações Unidas.

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Figura 2 – 10 Princípios Globais de acordo com a Organização das Nações Unidas

Fonte: ONU, (2015).

Através do Pacto Global da ONU, empresas são incentivadas a aderir aos dez princípios universais em suas operações e estratégias e nesse contexto, distribui as funções de governança entre várias entidades de forma a envolver os participantes e as partes interessadas nos níveis global e local na tomada de decisões e no aconselhamento sobre as questões de maior importância para o seu papel, para participação e para refletir o caráter público-privado e de diversidade de participantes da iniciativa (ONU BRASIL, 2015).

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Na Figura 3 estão as metas propostas pela ONU na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Figura 3 – 17 metas da ONU para Desenvolvimento Sustentável

Fonte: ONU Brasil, (2015).

Esta Agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Esta também busca, com as 17 metas, fortalecer o desenvolvimento social e sustentável. Assim, todos os países e as partes interessadas, poderão atuar em parceria colaborativa (ONU, 2015).

A sustentabilidade nos negócios é encarada não como uma iniciativa ambiental, mas sim como uma estratégia empresarial que gera valor a partir da busca de melhores resultados sociais e ambientais. Portanto, as empresas estão procurando inserir o tripé da sustentabilidade na estratégia e gestão de seus negócios, surgindo novos modelos de negócios que visam ao equilíbrio entre o capital natural e o humano como desenvolvimento inclusivo com tecnologias limpas (BM&FBOVESPA, 2010).

Muitos profissionais estão envolvidos com a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), elaborando estudos ambientais para o licenciamento de empreendimentos, avaliando a viabilidade ambiental de projetos e implementando Sistemas de Gestão Ambiental. Os Gestores Ambientais estão entre tais profissionais, que possuem sua formação fortemente

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pautada na busca do desenvolvimento sustentável (ALMEIDA; GARRIDO; ALMEIDA, (2017).

Para Almeida, Garrido e Almeida (2017), o gestor ambiental deve avaliar com imparcialidade os futuros efeitos da contaminação de recursos naturais, a resiliência do ambiente e até que ponto o empreendimento instalado segue padrões internacionais de controle de suas emissões e uso de fornecedores com selos de qualidade.

A criação do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), uma iniciativa pioneira na América Latina, buscou criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações. O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na Bolsa, Brasil, Balcão (B3) sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Também amplia o entendimento sobre empresas e grupos comprometidos com a sustentabilidade, diferenciando-os em termos de:

a) Qualidade;

b) Nível de compromisso com o desenvolvimento sustentável; c) Equidade;

d) Transparência e prestação de contas; e) Natureza do produto;

f) Desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas (BM&FBOVESPA, 2010).

Uma vez que as empresas não costumam ter sucesso em suas primeiras tentativas de implementar um sistema de indicadores de sustentabilidade, estas devem começar com soluções parciais e temporárias, refinando-as ao longo do tempo para elaborar indicadores que integrem um sistema eficaz de indicadores de sustentabilidade. Tal definição de indicadores têm a necessidade dos três pilares da sustentabilidade e, simultaneamente, permitam a coleta de dados de forma viável e confiável (MORIOKA; CARVALHO, 2017).

Aliado aos parâmetros já mencionados está a normalização da ABNT NBR ISO 14001 que foi elaborada no Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (ABNT/CB-38), pela Comissão de Estudo de Gestão Ambiental (CE-38:001.01). As normas definem que a gestão ambiental tem por objetivo prover as organizações elementos de um Sistema da Gestão Ambiental (SGA) eficaz que possam ser integrados a outros requisitos da gestão e auxiliá-las a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos. Além disso, capacitar uma organização a

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desenvolver e implementar a política e os objetivos que levem em consideração requisitos legais e informações sobre aspectos ambientais significativos. Pretendendo a aplicação de todos os tipos e portes de organizações e adequação de diferentes condições geográficas, culturais e sociais. Exigindo:

a) Que a gestão ambiental seja mais importante no posicionamento estratégico da empresa;

b) Maior comprometimento da liderança;

c) Implantação de iniciativas proativas que visem proteger o meio ambiente contra danos e degradação;

d) Enfoque no conceito de ciclo de vida a fim de garantir que aspectos ambientais sejam levados em consideração;

e) E a adoção de uma estratégia de comunicação com foco nas partes interessadas (ABNT NBR ISO 14001:2015, 2015).

Ser uma organização sustentável significa exercitar cotidianamente a responsabilidade e permanente busca por menores riscos. Essa forma de gestão deixa de ser apenas uma busca da satisfação dos acionistas para inserir a organização numa sociedade com melhor qualidade de vida, ou seja, uma organização sustentável precisa ser, além de economicamente lucrativa, ambientalmente correta e socialmente responsável. Assim, as ações atuam como suporte as estruturas de gestão das organizações, e não apenas como ações pontuais (MARCONDES, 2007).

Para Nascimento (2017), existe a necessidade de integração das ações de sustentabilidade no planejamento estratégico, pois a estratégia foca não apenas o curto prazo, mas o longo prazo e, dessa forma, as empresas podem adotar ações efetivas em prol da sustentabilidade.

As contribuições da gestão ambiental nas diversas áreas de uma empresa podem ser agrupadas em três esferas: produtiva, inovação e estratégica. Na esfera produtiva ela intervém no controle do respeito às regulamentações públicas pelas divisões operacionais e atua na elaboração e na implementação das ações ambientais. Na esfera da inovação a gestão ambiental auxilia no acompanhamento dos dispositivos de regulamentação e das avaliações ecotoxicológicas de produtos e emissões e também na definição dos projetos de desenvolvimento. Na esfera estratégica, a gestão ambiental fornece avaliações sobre os potenciais de desenvolvimento e sobre as restrições ambientais emergentes (SANTOS; NEVES; PIMENTEL; CARRIERI, 2006).

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Segundo o Instituto Ethos (2006), a Responsabilidade Ambiental e Social Empresarial (RSA) pode ser compreendida como a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando as diversidades e promovendo a redução das desigualdades sociais.

No Brasil, embora o tema esteja em discussão desde o início da década de 90, a inserção do assunto dentro da rotina das organizações é gradual. A partir dessas transformações no ambiente e na sociedade, novos conceitos foram considerados dentro do cenário organizacional, tais como Responsabilidade Social Empresarial, Governança Corporativa, Gestão Ambiental, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável. Mesmo considerando que possa haver diferentes fins para esses conceitos, no geral, todos buscam uma atitude de consciência moral para com os stakeholders e o ambiente. Quando se trata desses conceitos, ainda há uma falta de consenso por parte dos teóricos e estudiosos a respeito das definições corretas do termo sustentabilidade. Uma forma generalizada de definição no âmbito de mercado é que refere às atividades que evidenciam a inclusão de aspectos sociais e ambientais nas atividades fins e nas interações com stakeholders (MILANI; RIGHI; CERETTA; DIAS, 2012).

Portanto, as ações sustentáveis dentro da organização a tornam, não somente bem vistas no mercado como trazem benefícios à sociedade e ao meio ambiente. Aplicar a gestão sustentável exige, inicialmente, investimento, mas engrandece exponencialmente a qualidade da organização e dos parceiros envolvidos.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Esta seção aborda os processos metodológicos desenvolvidos no estudo e pretende elucidar a forma da pesquisa com técnicas utilizadas na coleta e análise de dados obtidos através de relatórios sustentáveis obtidos pelo site institucional em 2013 e entrevista-chave em data agendada.

3.1 Caracterização da pesquisa

O presente trabalho tem como abordagem a pesquisa qualitativa, pois questionou a aplicação da sustentabilidade na governança corporativa. A pesquisa baseou-se em um grupo focal em uma empresa de grande porte em Fortaleza, a metalúrgica Aço Cearense.

Segundo Minayo (2003), a pesquisa qualitativa visa à construção da realidade, em um nível que não pode ser quantificado. Oliveira (2007) ressalta que a pesquisa qualitativa é como um processo de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para compreensão detalhada do objeto de estudo em seu contexto histórico e/ou segundo sua estruturação.

A abordagem escolhida encaixa com a proposta deste projeto, pretendendo entender a relação a ser estudada. Para Augusto et. al. (2013), tal tipo de pesquisa envolve uma abordagem interpretativa do mundo, o que significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus cenários naturais, tentando entender os fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem.

3.2 Técnica da coleta de dados

A pesquisa foi realizada de forma bibliográfica e pesquisa de campo. Na pesquisa bibliográfica, foram realizados estudos com informações fornecidas pelo site institucional da empresa, além do último relatório de sustentabilidade produzido datado em 2013, e através de fontes especializadas na proposta do tema de sustentabilidade e governança corporativa, composta por pesquisas realizadas por autores, tanto livros como artigos, além da pesquisa de campo entrevistando os colaboradores responsáveis pela gestão sustentável da Aço Cearense.

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Conforme explanado no objetivo, a pesquisa buscou analisar os projetos desenvolvidos pela empresa metalúrgica e sua gestão governança corporativa sustentável, destacando as vantagens de se aplicar a sustentabilidade.

3.3 Método da coleta de dados

Pesquisa de campo foi feita para coletar as informações necessárias para desenvolvimento desta fase do trabalho, através de visita a empresa na realização de entrevista única, além de consultas no site institucional, livros e trabalhos científicos. A opção pela entrevista com a gerência responsável por tal elaboração da sustentabilidade na empresa visou entender os pontos de vista dos agentes envolvidos no contexto em que ocorre o problema que se deseja investigar e compreender. A abordagem foi adotada como forma de entender melhor o contexto da sustentabilidade corporativa na empresa e sua prática.

A pesquisa qualitativa foi feita através de um questionário desenvolvido pelo autor com base nos objetivos da pesquisa e aplicado como grupo focal, o qual foram entrevistados pessoalmente, com atendimento agendado no dia 14 de novembro de 2019 às 10 horas no endereço da empresa Aço Cearense Industrial S.A. e os 5 colaboradores pertencentes a Gerência de Sustentabilidade, com dados obtidos através de gravação de áudio e transcrição das falas. Tal quantidade de funcionários foi a total até o momento em que a pesquisa estava sendo realizada e engloba as subgerências: a Gestão de Resíduos Sólidos, possuindo um subgerente e dois técnicos ambientais, a Gestão de Imóveis e a Gestão Ambiental, possuindo um subgerente em cada.

Para Barbour (2009), o estímulo ativo à interação do grupo está relacionado, obviamente, a conduzir a discussão do grupo focal e garantir que os participantes conversem entre si em vez de somente interagir com o pesquisador ou “moderador”. Entretanto, também se relaciona com a preparação necessária ao desenvolvimento de um roteiro e a seleção de materiais de estímulo que incentive a interação.

Os resultados obtidos pela aplicação do questionário, a qual se encontra no Apêndice A deste trabalho, foram avaliados e apresentados, caracterizando a amostra e analisando o envolvimento da empresa frente a sustentabilidade organizacional de acordo com o trabalho dos colaboradores da Gestão de Sustentabilidade.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta o resultado da análise sobre a proposta de estudo, a aplicação da sustentabilidade na governança corporativa e como a empresa em questão, Grupo Aço Cearense, aplica em sua estrutura organizacional.

4.1 Apresentação da empresa

Há 40 anos no mercado siderúrgico brasileiro e com uma carteira de 16 mil clientes ativos em todo o país, o Grupo se destaca pelo seu crescimento e representatividade alcançada no mercado do aço. É líder regional do setor, com capacidade produtiva de 1.000.000 t/ano de aço e um faturamento de R$ 2,7 bilhões em 2018. Assim, o Grupo busca atuar no mercado do aço de forma sustentável, com dinamismo e excelência, contribuindo para o desenvolvimento do país, fomentando o crescimento dos seus clientes, para assim garantir a sustentabilidade do negócio (GRUPO AÇO CEARENSE RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE, 2013).

Ao longo de sua história, a organização expandiu e diversificou suas operações, contando com quatro empresas e um instituto com atuação no Ceará, Pará e Tocantins. Em Fortaleza (CE), está a Aço Cearense Comercial, primeira empresa do Grupo, criada em 1979. Sua estrutura e força de vendas posicionam o Grupo como o maior distribuidor independente de aço e seus derivados no Brasil fazendo parte do mix de produtos comercializados itens como: vergalhões, arames, telas, treliças, cantoneiras, barras, perfis, caixilho, bobinas, telhas, bobininhas, chapas, cumeeiras, lambril, tubos e toda linha especial em inox (GRUPO AÇO CEARENSE RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE, 2013).

O Grupo conta com diversos representantes comerciais espalhados pelo Brasil os quais atuam distribuindo materiais como pode ser ilustrado na figura 4 abaixo.

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Figura 4 – Grupo Aço Cearense

Fonte: Obtido do site institucional e adaptado pelo autor (2019).

Como pode ser observado, as maiores concentrações de representantes do Grupo estão em São Paulo, Pará e Ceará, evidenciando a abrangência de mercado do Grupo.

Em Caucaia (CE), está a Aço Cearense Industrial, voltada para o segmento de aços planos, com duas plantas com capacidade de produção de 620 mil toneladas de aço por ano. A indústria se destaca no mercado do aço por meio da produção de tubos com costura para diversos segmentos, e ainda de perfis, chapas articuladas, bobininhas, slitter para indústria e chapas de aço carbono, em diversas espessuras. A produção se estende para lambris e uma gama de produtos para a construção civil, como treliças, telas e trefilados (GRUPO AÇO CEARENSE RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE, 2013).

Também na capital cearense está localizado o Instituto Aço Cearense (IAC), responsável por colocar em prática ações para proporcionar oportunidades de transformação e inclusão social com base na educação, cultura, esporte e empreendedorismo, na qual desde a sua fundação, já foram investidos mais de R$ 11 milhões em 143 instituições, totalizando mais de 80 mil pessoas beneficiadas nos três Estados. Além das instituições, o IAC também apoia colaboradores que se destacam no esporte e realiza campanhas nas empresas do Grupo

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com diversas ações de solidariedade, como arrecadação de roupas, produtos de higiene pessoal, alimentos e brinquedos (GRUPO AÇO CEARENSE RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE, 2013).

Tabela 2 apresenta as ações de suporte social que o Instituto Aço Cearense fomenta.

Tabela 2 – Instituições apoiadas em 2019 pela Aço Cearense

Instituição Atividade

Associação beneficente amigos pela vida (ABAV)

Acolhe e abriga idosos em situação de maus tratos, promovendo cuidados especiais na área da saúde, da nutrição e do

entretenimento, no município de Marco-CE Associação beneficente e educacional nova

Jerusalém (ABENJ)

Atende crianças e adolescentes, oferecendo serviços de educação, esporte, saúde e lazer em Fortaleza

Associação beija-flor Proporciona um atendimento biopsicossocial, contínuo e humanístico às pessoas com lábio leporino, ou fissura labiopalatina, e

deformidades craniofaciais em Fortaleza Associação escola de campeões Realiza atividades culturais, esportivas,

musicais e de formação profissional com crianças e adolescentes em Caucaia-CE Associação São Vicente de Paulo Promove a evangelização e realiza o

desenvolvimento das ações voltadas ao bem-estar social, à valorização humana e à convivência saudável junto a idosos da comunidade de São Gonçalo do Amarante-CE

Casa de abrigo Lar Batista Garante o direito à moradia para crianças que estejam em vulnerabilidade social, com vínculos familiares fragilizados, vítimas de violência ou abandono em Fortaleza

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Centro de pesquisa e vivência ecológica (CEPEVIVE)

Promove o acesso de arte e cultura a crianças e jovens com vulnerabilidade

socioeconômica da comunidade de Genipabu, em Caucaia-CE

Creche Amadeu Barros Leal Promove a educação e alimentação em tempo integral junto a crianças nas idades de seis meses a um ano em Fortaleza

Grupo espírita bem-vindos a caridade Presta apoio e assistência aos moradores de rua em Fortaleza

Junior Achievement (JA) Ceará Prepara jovens de escolas públicas e

comunidades para o empreendedorismo em Fortaleza

Lar de Clara Assiste crianças, adolescentes, idosos e

gestantes da comunidade carente de Iparana, em Caucaia-CE

Patronato Santana Presta serviços pastorais e profissionais nas áreas de educação, saúde e assistência social para famílias em situação de vulnerabilidade social, em Caucaia-CE

Pequeno Cotolengo Promove a reabilitação, o acolhimento e a

integração de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais, em Caucaia-CE Fonte: Site institucional, 2019.

Na região Norte, em Marabá (PA), opera a Siderúrgica Norte Brasil S.A. (SINOBRAS), que produz aços longos e tem capacidade instalada de 380 mil toneladas por ano e é a primeira siderúrgica integrada das regiões Norte e Nordeste, que há 13 anos contribui com o desenvolvimento do estado do Pará e de toda a região Norte, com produção de aço feita com 70% de sucata e 30% de ferro-gusa líquido, produto imediato da redução do minério de ferro pelo coque ou carvão e calcário num alto forno. No Tocantins está localizada a unidade de reflorestamento da Siderúrgica, a SINOBRAS Florestal, que conta com 15 fazendas próprias com plantio de eucalipto, em uma área de 25.100 hectares, para a produção de uma Unidade de Produção de Redutor bioenergético (UPR) a qual possui uma bateria de 8

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fornos retangulares de modo a fazer a redução da madeira sem liberar fumaça nociva ao meio ambiente através do duto construído no subterrâneo que passam os gases gerados e filtrados no queimador de fumaça. Com este modelo de produção, a SINOBRAS diminui os gases poluentes para a atmosfera e, além disso, contribui para o incremento socioeconômico da região gerando cerca de 200 empregos diretos e por ocasião do plantio outros colaboradores são somados para essas operações (GRUPO AÇO CEARENSE RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE, 2013).

As empresas do Grupo Aço Cearense trabalham o gerenciamento de seus resíduos e controles legais ambientais, com o objetivo de garantir o melhor desempenho, o pleno acompanhamento das destinações e reduções dos resíduos gerados, bem como o cumprimento de todas as obrigações legais.

Na figura 5 é possível visualizar o processo cíclico do aço realizado pela empresa estudada e como esta busca minimizar os problemas da geração de resíduos.

Figura 5 – Ciclo de vida do aço

Fonte: Grupo Aço Cearense Relatório de Sustentabilidade (2013).

Entre os exemplos de ações e projetos implementados pelo Grupo Aço Cearense estão:

a) A preservação aplicada em baterias, que após o final de sua utilização, são encaminhadas para o fabricante e recebem destinação correta. Da mesma forma acontece com os pneus, que são encaminhados para ecopontos;

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b) A destinação de óleos lubrificantes após o uso é feita com o rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC). Esse processo transforma o óleo usado em óleo básico novamente, trabalho em conjunto por meio de empresas parceiras, evitando que esse resíduo perigoso seja descartado no meio ambiente;

c) O uso da água por meio de sistema de captação, tratamento, recirculação, torre de resfriamento e tanque de decantação que garante a recirculação da água utilizada nos processos industriais. Em 2018, foi alcançada a marca de 98,35% de água recirculada nos processos;

d) Projeto Reciclo, com o objetivo de consolidar a coleta seletiva na empresa, o qual inclui as atividades de caracterização dos resíduos, adequação das áreas, treinamento de colaboradores, monitoramento dos resultados e auditorias internas;

e) Ações de doações de mudas de árvores com os colaboradores tanto nas comunidades onde residem como no entorno da empresa

(SITE INSTITUCIONAL, 2019).

A empresa também disponibiliza em seu site institucional um Relatório de Sustentabilidade produzido em 2013 de acordo com as diretrizes da Global Reporting Iniciative (GRI), organização não-governamental que lança encaminhamentos para gerar relatórios de sustentabilidade mais completos, consistentes, confiáveis e padronizados internacionalmente, sobre todas as ações e projetos econômicos, sociais e ambientais realizados e seus principais resultados obtidos pelo Grupo.

4.2 Análise das respostas obtidas

A formulação utilizada na pesquisa para coleta e análise de dados com os colaboradores encontra-se no questionário localizado no Apêndice A. No grupo focal, foram entrevistados pessoalmente com atendimento agendado no dia 14 de novembro de 2019 às 10 horas no endereço da empresa Aço Cearense Industrial S.A., 5 colaboradores da Gerência de Sustentabilidade, tal quantidade foi a total de funcionários até o momento em que a pesquisa estava sendo realizada, e engloba as subgerências: a Gestão de Resíduos Sólidos, possuindo um subgerente e dois técnicos ambientais, a Gestão de Imóveis e a Gestão Ambiental, possuindo um subgerente em cada. Tal entrevista se deu em forma de conversa em grupo, a

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qual foi gravada e transcrita, com a perspectiva de cada um sobre a pauta perguntada, seja complementando ou fornecendo outro apontamento. Também se observou que no perfil dos entrevistados, houve predomínio de funcionários do gênero feminino, uma ocupando o cargo de subgerente de Gestão de Resíduos Sólidos e duas funcionárias analistas ambientais. Tanto o cargo principal de Gerência de Sustentabilidade como as subgerência de Gestão Ambiental e da Gestão de Imóveis são ocupados pelo gênero masculino.

4.2.1 A gestão corporativa sustentável adotada pela Aço Cearense

Apesar da Gerência de Sustentabilidade existir a apenas 10 anos, frente aos 40 anos que a Aço Cearense possui, a empresa conquistou a certificação ISO 9001, o Sistema de Gestão da Qualidade, e busca aprimorar futuramente para atingir a ISO 14001, com a criação de um Sistema de Gestão Ambiental. A empresa também mostrou-se estar legalizada com os órgãos ambientais de fiscalização, como a Superintendência Estadual do Ceará (SEMACE) e atuando com as devidas autorizações em sua propriedade. No início da montagem do parque fabril, houve a remoção de 68 carnaubeiras que foram negociadas com a SEMACE e replantio de 440 árvores em outra área do terreno da empresa.

De acordo com o Entrevistado X, Gerente de Sustentabilidade da Aço Cearense, durante a entrevista concedida, “aqui eu tenho a mais de 10 anos sem autuação nenhuma, questão ambiental. Quando os galpões foram construídos, a gente negociou com a SEMACE para poder remover as carnaubeiras da área e elas ficaram debaixo do galpão. Tinham 68 para remover, mas eu não matei as carnaubeiras, só mudei e replantei em outras áreas, praças, avenidas um total de 440 carnaubeiras. Aqui nós temos uma plantação e foram mais de 400 pés nos entornos da fábrica. A regra é para que a cada planta removida se plante duas, e fizemos muito mais do que isso e, se considerar o plantio de carnaubeiras no Ceará, somos a empresa que mais replantou. Aqui nós temos duas espécies, a natural do estado e a exótica e fizemos parceria com professores da UFC para um sistema de replantio junto a SEMACE para assim dar início a remoção. Toda atividade que a empresa toma é necessário a autorização dos órgãos de regulação ambiental, nós cumprimos a legislação e vamos além”.

O Grupo também possui parcerias significativas com empresas que trabalham com a destinação correta dos resíduos produzidos e faz acompanhamento de todo o processo. Além disso, não envia tais resíduos ao aterro sanitário, faz sua segregação e armazenamento de materiais do parque fabril como plástico e papel recebidos em mercadorias, restos

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alimentares, pó de ferro gerado no processo de perfila e alongamento do aço, tambores de óleo, sucata de pneus e contaminados em geral gerando venda e receita. Também trabalha para o não descarte incorreto de óleo emitido pelas máquinas e contaminação deste para o subsolo, pois o maquinário tem um circuito de tratamento e na conservação do aço são utilizadas soluções com óleo e água para a proteção anticorrosiva. O Grupo também faz a reciclagem de resíduo eletrônico com a coleta de ouro, níquel, cádmio e outros metais nobres afim de se beneficiar através da compra e da coleta desses resíduos de sucata metálica.

De acordo com o Entrevistado, “A um tempo atrás, a gente pegava o papel, como não tinha segregação melhor, e ia para o aterro sanitário a qual era coletado pela BRASLIMP, empresa de transporte especializada em resíduos. Hoje, só com a separação que estamos fazendo no parque fabril já gerou um armazenamento de 120 toneladas de papel, não é nosso produto fim, mas a gente recebe em embalagens. Também já gerou uma receita de 30 mil reais só por conta de a gente com a venda de papel, cobre, alumínio, bronze, baterias, pneus e tudo mais que é gerado no processo fabril”.

O Projeto de Iluminação também tem sido levado em consideração com a troca de todas as 3250 lâmpadas do complexo industrial por lâmpadas de LED, reduzindo a emissão de gás carbônico e a economia no gasto com eletricidade. Entrevistado X também fala que “Na parte energética, por exemplo, estamos substituindo todas as 3.250 lâmpadas de 250W por LED, que já é uma economia significativa, e foi contabilizado que apenas com a substituição de 450 lâmpadas já houve uma economia de 98 mil reais de janeiro a setembro, além disso, diminuiu a emissão de 14,6 toneladas de gás carbônico”.

Dois projetos consideráveis e exercidos é a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) que trabalha com os resíduos orgânicos do vestiário e da cozinha; e a Estação de Tratamento de Água (ETA) com capacidade de 60 milhões de litros que capta e armazena a água da chuva para o processo fabril e abastecimento dos empregados.

O projeto mais atual é o Reciclo, o qual trabalha para melhorar a gestão de resíduos sólidos, tendo como objetivo consolidar a coleta seletiva na Aço Cearense por meio de atividades de caracterização dos resíduos, adequação das áreas, treinamento dos funcionários, monitoramento dos resultados e auditorias até julho de 2020 e engloba aspectos sociais, ambientais, financeiros e tem por base a educação profissional de todos os funcionários da empresa.

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Quadro 1 – Projeto Reciclo Aço Cearense

Focos do Projeto

Contribui para um ambiente de trabalho mais limpo e organizado, consequentemente mais seguro

Reduz custos com descarte de resíduos ao melhorar a separação e a destinação dos resíduos Aumenta a geração de renda mediante a comercialização dos recicláveis

Minimiza a poluição da água e do solo reduzindo o volume de resíduos destinados ao aterro sanitário

Reduz a exploração dos recursos naturais ao aumentar o volume de resíduos destinados para a reciclagem

Gera emprego e renda com o crescimento de empresas de serviços ambientais e de reciclagem

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

Os investimentos na educação socioambiental trouxeram benefícios econômicos e reconhecimento à empresa. O pensamento da responsabilidade socioambiental expandiu ao longo dos anos, não apenas figurando o que a empresa poderia fornecer a comunidade, através de campanhas de doação e eventos em periferia, mas abarcando a valorização dos funcionários e os impactos da empresa no meio ambiente e como isto poderia estar em constante evolução.

4.2.2 Os desafios da Aço Cearense na aplicação da gestão sustentável

O desafio inicial e principal da empresa na criação da Gerência e desenvolvê-la foi quebrar os paradigmas dos colaboradores, enfrentando certa resistência por parte de alguns, e definir o que poderia ser feito para tornar-se melhor. O Entrevistado X disse que “O primeiro desafio foi quebrar o paradigma do que poderíamos fazer diferente, afinal isso é cultural. O segundo era que a gente lutava para fazer a segregação, e mesmo a empresa desejando fazer, nós tivemos que educar nossos empregados para poder alcançar o objetivo da empresa”.

Como toda empresa metalúrgica, a criação de resíduos sólidos é apresentada em larga escala e necessita de controle e cuidado devido ao risco de agressão ao meio ambiente. Inicialmente, a empresa não tinha um setor específico para atuar nesta área, porém não deixou de promover a assistência necessária para irregularidades ambientais. A Gerência de

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Sustentabilidade trouxe melhor qualificação profissional e visões de melhoria sustentável mais eficiente, mas este processo foi gradativo e lento devido o dever da atualização do pensamento organizacional dos funcionários de baixa escolaridade e os que apresentavam pensamentos corporativos engessados, atendendo a uma governança corporativa sustentável.

O Entrevistado X relata “Nós estamos fazendo a etapa de auditoria das separações de materiais de resíduos dentro da fábrica e os problemas que tivemos foi na mudança da cultura e já está 90% vencida. Mas é um tratamento contínuo”.

O novo modelo e pensamento sustentável exigem a mudança da cultura empresarial, através da reeducação, do incentivo e da repetição do treinamento e engajamento. Apesar de ser um pequeno grupo com apenas 5 funcionários e 5 bolsistas, já houve o treinamento de mais de mil empregados de baixa e média escolaridade do parque fabril, buscando melhorar a qualidade de trabalho e a conscientização, até mesmo com o incentivo de adotarem mudas de árvores e fazendo-os aprender na empresa e devolvendo para a sociedade. Além disso, a empresa tem um projeto chamado EducAço que fornece educação aos funcionários que desejarem participar. Entrevistado X comenta “Nós temos o projeto EducAço que alfabetiza os funcionários que desejarem participar e vai até o ensino médio. Nós treinamos os funcionários desde a admissão e os retreinamos o tempo todo”.

A Gerência obteve resistência durante o contato inicial, como explicar o conceito de sustentabilidade e demonstrar didaticamente. Houve o trabalho constante de educação e observação das atividades corretamente desempenhadas. Em outro âmbito, também existiu resistência ao convencer a credibilidade da aplicação do desenvolvimento da gestão sustentável mais concisa e forte como benefício e visibilidade empresarial. Entrevistado X disse “É uma mudança de cultura, então preliminarmente quebra paradigmas e existe essa resistência natural o que não é um absurdo, é natural e normal do ser humano. Mas com a repetição e educação é vencido e acaba todo mundo se engajando. A consequência é que se aprende dentro da fábrica e leva para dentro de casa e sua comunidade, a atuação vai muito além das nossas divisas”. Naturalmente, a mudança na organização foi gradativa e apresenta-se de forma positiva ao longo dos anos desde que a Gerência de Sustentabilidade foi criada e melhora sua condição fabril.

Face a urgência dos problemas ambientais, a empresa elabora constantemente relatórios sobre a produção dos resíduos sólidos para o controle correto e tornar este menos nocivo. Por ser uma corporação, é mantida pela economia e consumismo, mas a ideologia sustentável não atua de forma secundária. A empresa fiscaliza seus projetos de contenção e

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busca sempre melhorar, já que esta é referência regional do setor metalúrgico. Para o gestor entrevistado, “Nós aqui temos a destinação completa para todos os resíduos produzidos, temos contratos com empresas que recebem os resíduos para dar a destinação correta e temos o acompanhamento completo do processo. No que diz respeito aos resíduos, fizemos um projeto para fazer educação profissional para todos os empregados e gerar receitas e melhores condições de trabalho”.

Em 2015, assim como a maioria das empresas, a Aço Cearense passou por conturbações devido ao período de recessão econômica do país iniciada em meados do ano anterior, a qual levou recuo no produto interno bruto (PIB) por dois anos consecutivos. Tal condição afetou a produção e, consequentemente, o rendimento do parque fabril, além de diminuir a carteira de empregados. Estas causas afetaram a Gerência de Sustentabilidade, pois houveram prioridades em outras áreas, tanto que desde 2013 o Grupo não produz relatórios de sustentabilidade, os quais são relevantes para a visibilidade externa da empresa. Comenta o entrevistado X “A gente tem todos os relatórios, porém não divulga da forma como fazia. Passamos uma fase que fizemos até 2013, mas em 2014 vieram as crises econômicas que deram uma balançada e aí tivemos que priorizar a salvaguarda da empresa e não focamos na produção desses documentos para produção externa. Porém nós publicamos internamente e para os órgãos ambientais. É até uma obrigatoriedade, nós não deixamos de fazer, nós temos uma área de comunicação que faz a publicidade através da empresa, a ADM 2 - CSP, que faz a divulgação externa em todos os meios de comunicação”.

A manutenção de tais relatórios demonstra a transparência e a prestação de contas em ser uma empresa que pratica atividades sustentáveis e através desta, define suas expectativas internas e externas, envolvendo colaboradores, stakeholders, clientes e a sociedade. Portanto, se faz de um instrumento de importante comunicação e gestão. Apesar da empresa ter passado pela inconstância econômica assolada no país anos atrás, a manutenção de relatórios à sociedade garante credibilidade. Assim, se faz importante a continuidade de exposição sobre as práticas da empresa. Segundo a Gerência, os relatórios são produzidos apenas para divulgação interna.

No conteúdo bibliográfico é visto que o Instituto Ethos (2006) é apresentado que sustentabilidade vai muito além de um conceito de preservação ambiental, ou seja, a visão dos recursos finitos, mas também dos recursos imateriais, os intangíveis que devem ser usados de forma que possam se recuperar.

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Mesmo com 10 anos de elaboração da Gerência de Sustentabilidade, a empresa ainda está em processo de aprimoramento para criar uma área de sustentabilidade com visão mais específica na governança corporativa com o objetivo de ser mais sistêmico. O mercado cada vez presta mais atenção as condutas e tomadas decisões corretas para a governança corporativa sustentável, assim, a competitividade e o crescimento de visão para a sustentabilidade empresarial fazem com que a empresa tenha a obrigação de alinhar todas as suas áreas e aja corretamente com a sociedade, meio ambiente, obtenha lucro e, consequentemente, reconhecimento e longevidade.

A Aço Cearense tem como projeto futuro, em 2020-2021, criar um centro de capacitação técnica, promovendo uma associação de empresas em educação nas imediações do parque industrial, localizado no município de Caucaia, para incentivar e facilitar a capacitação dos colaboradores ao ensino superior. A Gerência não divulgou em qual etapa este projeto se encontra, mas trará benefícios importantes na qualidade de trabalho, na satisfação dos colaboradores e na produção mais consciente de cada fase desenvolvida. O Gerente Entrevistado X relatou também “Nós estamos com um projeto para futuro próximo de investir e montar uma associação de empresas industriais aqui em Caucaia com a intenção de formar um Centro de Capacitação Técnica para ter mais profissionais locais trabalhando nas atividades aqui da indústria, facilitando o acesso. A maior parte dos funcionários mora em Caucaia, mas têm pessoas de São Gonçalo do Amarante, Pindoretama, Maracanaú, Maranguape, e como a empresa fornece transporte para translado dos funcionários faz com que a logística encareça. Essa meta é para o ano 2020-2021. Além disso, parcerias de faculdades como a Fatene para poder auxiliar esse projeto. Cada vez mais é despertado esse interesse nos funcionários, e eles têm se engajado e participado por verem a melhoria que está acontecendo para fábrica e para eles. É um trabalho de formiguinha o treinamento para aprimorar a educação. Além disso, a doação de mudas de plantas também é um incentivo bem visto dentro da empresa”.

Por fim, o gerente entrevistado finaliza “Nós precisamos aprimorar sempre. Existe uma formação dentro da empresa específica em governança e está sendo trabalhada e desenvolvida para se tornar mais sistêmica a visão de governança empresarial e um dos caminhos é a sustentabilidade, como está na missão e visão da empresa”.

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5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa teve como objetivo analisar a sustentabilidade e governança corporativa em uma empresa metalúrgica, baseando-se pelas as três dimensões da sustentabilidade: a perspectiva social, ambiental e econômica, e relacionando aos princípios da governança corporativa: a transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade social corporativa.

Conforme explorado no referencial teórico do trabalho, atingir a gestão sustentável não é apenas uma meta futura, mas sim uma prática que deve ser adotada com eficiência o mais breve possível. Preservar o meio ambiente e atuar com a comunidade são tão relevantes quanto a organização gerar lucros. Como foi apontado por diversos autores citados nesta monografia, a sustentabilidade parte das pessoas envolvidas na empresa e é importantíssimo a aprendizagem envolvida dos colaboradores para corroborar em uma melhor implantação da sustentabilidade organizacional.

Este trabalho apresentou como primeiro objetivo a identificação dos projetos adotados pela empresa e pôde ser observado as práticas internas de gestão de resíduos, justamente por ser uma empresa metalúrgica, a emissão de efluentes, troca de lâmpadas por LED, destinação correta e parcerias com empresas para destinação de materiais para reciclagem, reeducação dos colaboradores e atividades sociais em várias instituições. A Gerência de Sustentabilidade relata que tem todas as condições favoráveis para obter a ISO 14001, ou seja, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e está na meta da empresa. Almeida, Garrido e Almeida (2017) também falam de sua importância para análise dos aspectos ambientais e seu planejamento imprescindível visando minimizar os impactos ambientais de suas atividades. As várias vantagens como conservação de recursos naturais, redução de custos de produção, possibilidade de obter lucros financeiros com a venda de resíduos reciclados e redução da emissão de poluentes, trazem benefícios as organizações.

No decorrer da pesquisa encontrou-se surpresas com a entrevista, com 40 anos de mercado, apenas a 10 anos apresenta uma gerência na área de sustentabilidade. Além disso, como a empresa não divulga relatórios de desempenho sustentável para a comunidade, o acesso aos dados atuais torna-se exclusivo a organização.

Porém, a empresa com sua constante reeducação dos funcionários, reduziu por quase completo o índice de colaboradores que não possuíam o conhecimento ambiental

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através de projetos como o EducAço e o Reciclo. Fazendo com que crescesse em produtividade e visibilidade.

De acordo com o segundo objetivo deste trabalho, dentre as possibilidades de aprimorar traz-se a sugestão de tornarem a publicar à comunidade, clientes e colaboradores os desempenhos da empresa através de relatórios anuais de sustentabilidade de acordo com os órgãos internacionais de qualidade, pois isso é um mecanismo de governança corporativa com a transparência e a prestação de contas.

Assim, o Grupo aprimora suas áreas, avança na credibilidade de mercado, exerce seu papel em também promover ações sociais, tanto pelo Instituto Aço Cearense e pelo EducAço, como por atividades pontuais nos Natais, projeto chamado de “Abraço Feliz”, a qual os funcionários adotam cartas de crianças de baixa renda das imediações e as presenteiam, e, principalmente, como vetor de mudança ambiental, através da preservação do meio ambiente, reduzindo a geração poluentes.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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