CAP. 2 – O MERCADO DE TRABALHO
Mercado de Trabalho e o Sistema de Emprego-Formação
Oferta e Procura no Mercado de Trabalho
Desequilíbrios, Distorções, Disfuncionamentos e
Discriminação no Mercado de Trabalho
Mercado de Emprego em Portugal
Os actores institucionais: Os sindicatos, as associações
patronais e o Estado - A Concertação Social
O MERCADO DE TRABALHO
OFERTA E PROCURA NO MERCADO DE TRABALHO
Modelo de Concorrência Perfeita
Modelo de Concorrência Perfeita
- Postulados
- Postulados
:
:
ATOMICIDADE;
HOMOGENEIDADE;
PLENA MOBILIDADE DO TRABALHO;
PAPEL REGULADOR DO SALÁRIO;
TRANSPARÊNCIA;
INDEPENDÊNCIA;
MAXIMIZAÇÃO DO RENDIMENTO.
MODELO DE ANÁLISE
Determinada por
Determinada por
:
:
NÍVEL SALARIAL;
INTENSIDADE PRODUTIVA;
PRODUTIVIDADE MARGINAL DECRESCENTE DO
TRABALHO;
NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO;
CAPACIDADE DE GESTÃO.
PROCURA DO FACTOR TRABALHO
Determinada por
Determinada por
:
:
DIMENSÃO E COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO ACTIVA;
Nº MÉDIO DE HORAS DISPONIBILIZADO PARA O TRABALHO; NÍVEL SALARIAL;
NÍVEL DE PREÇOS DOS BENS NECESSÁRIOS À SOBREVIVÊNCIA; ESQUEMAS COMPLEMENTARES DE SEGURANÇA SOCIAL;
MOTIVAÇÕES E VALORES DOS INDIVÍDUOS;
EFEITOS PERVERSOS: EFEITOS SUBSTITUIÇÃO E RENDIMENTO.
OFERTA DO FACTOR TRABALHO
As abordagens teóricas
As abordagens teóricas
:
:
A LEI DE FERRO DOS SALÁRIOS - MALTHUS;
O EXÉRCITO INDUSTRIAL DE RESERVA - MARX;
AS POLÍTICAS DE EMPREGO DE REGULAÇÃO FORDISTA
-KEYNES;
O CAPITAL HUMANO - A ABORDAGEM NEOLIBERAL;
A FALÁCIA DA QUANTIDADE FIXA DE TRABALHO - A
ABORDAGEM HUMANÍSTICA.
DETERMINAÇÃO DO NÍVEL SALARIAL
DESEQUILÍBRIOS, DISTORÇÕES,
DESEQUILÍBRIOS, DISTORÇÕES,
DISFUNCIONAMENTOS E DISCRIMINAÇÃO
DISFUNCIONAMENTOS E DISCRIMINAÇÃO
NO MERCADO DE TRABALHO
NO MERCADO DE TRABALHO
Factores
Factores
potenciadores
potenciadores
:
:
DIFERENTES RENTABILIDADES DOS PROJECTOS EMPRESARIAIS; ESTRATIFICAÇÃO E SEGMENTAÇÃO;
MAIOR RARIDADE DE QUALIFICAÇÕES;
EXIGÊNCIAS PARTICULARES DO CONTEÚDO DO TRABALHO; MEDIDAS DE ATRACTIVIDADE;
PRÁTICAS DE DISCRIMINAÇÃO;
FACTORES POTENCIADORES DE IMPERFEIÇÃO NA CONCORRÊNCIA.
DIFERENCIAÇÃO SALARIAL
Formas
Formas
:
:
ACESSO AO MERCADO DE
ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO:TRABALHO:
Oportunidades no sistema de ensino-formação; Criação de grupos não-concorrentes entre si; Segmentação do mercado;
Acesso a profissões / empregos mais qualificados.
NO MERCADO DE
NO MERCADO DE TRABALHO:TRABALHO:
Remunerações;
Progressão na carreira profissional e organizacional.
DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Segmentos populacionais discriminados
Segmentos populacionais discriminados
:
:
POPULAÇÃO FEMININA;MINORIAS ÉTNICAS, RELIGIOSAS, ETC.; DEFICIENTES;
OS QUE PROCURAM A REINSERÇÃO SOCIAL; OS MAIS JOVENS E OS MAIS IDOSOS.
DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Factores propiciadores
Factores propiciadores
:
:
QUESTÕES CULTURAIS; LIMITAÇÕES LEGAIS; OPÇÕES FAMILIARES;Medidas para a redução da discriminação no mercado
Medidas para a redução da discriminação no mercado
de trabalho
de trabalho
:
:
ABOLIÇÃO DAS PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS;
CONSAGRAÇÃO CONSTITUCIONAL E LEGAL DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES E DE TRATAMENTO;
DISCRIMINAÇÃO POSITIVA («
ACÇÃO AFIRMATIVA
»): Quotas;Tratamento preferencial.
MELHORIA DOS NÍVEIS DE INSTRUÇÃO E DE QUALIFICAÇÃO.
DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Configuração
Configuração
:
:
Desemprego em sentido estrito: os que estão desempregados, mas procuram efectivamente emprego;
Desemprego parcial: os que estão em situação de duração reduzida do horário de trabalho;
Desemprego disfarçado: situações de subemprego.
Desemprego em sentido lato: todos os que não trabalham e reúnem condições para tal;
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
MERCADO DE TRABALHO – O DESEMPREGO
Aspectos a considerar na análise do desemprego
Aspectos a considerar na análise do desemprego
:
:
Meios de subsistência;
Situação (estrutura) face ao desemprego (1º emprego, novo
emprego);
Composição por sexos, idade, nível de instrução, grupo
profissionais, sector de actividade económica, regiões, etc.;
Disponibilidade para trabalhar;
Repartição por duração de desemprego e por razões que
ocasionaram a situação de desemprego.
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
MERCADO DE TRABALHO – O DESEMPREGO
Natureza e Características do Desemprego
Natureza e Características do Desemprego
:
:
Conjuntural:
Conjuntural:
desemprego associado a flutuações conjunturais da actividade económica em geral, ou deste ou daquele sector em particular:Estrutural:
Estrutural:
desemprego originado a partir do desajustamento entre a oferta e a procura ao nível das qualificações, sectores e regiões;Investimentos aditivos (extensão)
vs
investimentos de substituição (renovação e de produtividade);Sectores em crescimento, em regressão ou em reestruturação / reorganização (inovação tecnológica, racionalização).
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
MERCADO DE TRABALHO – O DESEMPREGO
Perfil do Desempregado:
Perfil do Desempregado:
Sexo;
Idade;
Região;
Duração;
Situação;
Actividade anterior;
Profissão anterior;
Nível de instrução.
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
DESEQUILÍBRIOS E DISFUNCIONAMENTOS DO
MERCADO DE TRABALHO – O DESEMPREGO
MERCADO DE TRABALHO
MERCADO DE TRABALHO
E O
E O
SISTEMA DE EMPREGO-FORMAÇÃO
SISTEMA DE EMPREGO-FORMAÇÃO
Modus
Modus
Operandi
Operandi
:
:
A oferta e a procura de trabalho não se confrontam simplesmente no mercado, definindo um nível de emprego e um salário de equilíbrio;
Ruptura com os modelos neoclássico, keynesiano e marxista;
Emergência das teorias do capital humano e da segmentação do mercado de trabalho.
Conceito
Conceito
:
:
Conjunto de mecanismos de afectação dos trabalhadores aos empregos, onde se confrontam estratégias de agentes, visando a apropriação de recursos e de poderes ao nível económico, social e político.
MERCADO DE TRABALHO
Conceito
Conceito
:
:
Conjunto de condições jurídicas e institucionais que regem a utilização do factor trabalho assalariado, bem como a reprodução das condições de existência dos trabalhadores.
Componentes básicas
Componentes básicas
:
:
Organização do processo de trabalho; Hierarquia das qualificações;
Mobilidade dos trabalhadores;
Formação dos salários directos e indirectos; Utilização do rendimento salarial.
RELAÇÃO SALARIAL
Características
Características
:
:
HETEROGENEIDADE E MULTIDIMENSIONALIDADE; DESCONTINUIDADE:
Princípios de afectação da mão-de-obra aos empregos; Princípios de determinação dos salários.
SEGMENTAÇÃO:
Não existe um ajustamento entre oferta e procura;
Não há uma distribuição aleatória das pessoas pelos empregos. A mão-de-obra desenvolve uma certa mobilidade de inserção nas necessidades do mercado de trabalho;
Os salários não são uma mera consequência do disfuncionamento do mercado, mas um «percurso» profissional e organizacional.
MERCADO DE TRABALHO
Processo de Segmentação
Processo de Segmentação
:
:
Sector primário
Sector primário::
Melhor remunerados e mais atractivos.
Sector secundário
Sector secundário::
Salários relativamente baixos;
Condições de trabalho mais desfavoráveis; Instabilidade e Precariedade do emprego;
Reduzidas possibilidades de carreira profissional; Postos de trabalho geralmente menos qualificados; Cargos com mais supervisão e controlo;
Estatuto social inferior.
MERCADO DE TRABALHO
Processo de Segmentação
Processo de Segmentação
:
:
Factores explicativos da emergência do sector primário
Factores explicativos da emergência do sector primário
:
:
O investimento das empresas na formação profissional a fim de deixar a sua mão-de-obra comoquasi
-capital («capital humano»);O estabelecimento contratual de contenção do crescimento dos salários em troca da estabilidade de emprego;
As estratégias patronais de divisão dos trabalhadores assalariados;
As conquistas jurídico-institucionais dos grupos de assalariados que dispõem de mais poder sindical e de negociação.
MERCADO DE TRABALHO
Processo de Segmentação
Processo de Segmentação
:
:
As novas modalidades de contratação (formas atípicas)
As novas modalidades de contratação (formas atípicas)
:
:
Contratos de Trabalho a Termo Certo;Trabalho Temporário; Sub-contratação;
Outsourcing;
Contratos equiparados (ex: Tele-trabalho); Trabalho a Tempo Parcial;
Contrato de Prestação de Serviços; Partilha do Posto de Trabalho;
Auto-emprego.
MERCADO DE TRABALHO
SELF EMPLOYMENT INCREASED OUTSOURCING A G E N C Y T E M P O R A R I E S S U B C O N T R A C T I N G FIRST PERIPHERICAL GROUP
SECONDARY LABOUR MARKEY NUMERICAL FLEXIBILITY
CORE GROUP PRIMARY LABOUR MARKEY
FUNCTIONAL FLEXIBILITY SECOND PERIPHERICAL GROUP SHORT TERM CONTRACTS PUBLIC SUBSIDY TRAINEES DELAYED RECRUITMEN T PART TIME JOB SHARING Fonte:
Fonte: ATKINSON, John (1984),
Flexible Manning: the way ahead, Brigton, IMS/manpower Ltd, citado in: AA VV (2000). As novas modalidades de emprego , Maria da Conceição Cerdeira (coord.), MTS/DGEFP/Comissão Interministerial para o Emprego, Colecção Cadernos de Emprego, nº 24, Lisboa: p. 30.
Modelo de
Modelo de
Segmenta
Segmenta
çã
çã
o do
o do
Mercado de
Mercado de
Trabalho
Trabalho
MERCADO DE TRABALHO
MERCADO DE TRABALHO
Contratos de duração indeterminada Estágios Contratos de duração determinada Tempo parcial e indeterminado Temporário Subcontratação Trabalho independente
Externalização dos serviços
A]
B]
C]
Modelo de Segmenta
Modelo de Segmenta
çã
çã
o do Mercado de Trabalho
o do Mercado de Trabalho
(Modelo de
(Modelo de
Bernard
Bernard
Brunhes
Brunhes
Consultants
Consultants
)
)
Fonte:
Fonte: AA VV (1994), L’Europe de l’Emploi ou comment font les autres, Paris, Lês Éditions d’Organisation, citado in: AA VV (2000). As novas modalidades de emprego, Maria da Conceição Cerdeira (coord.), MTS/DGEFP/Comissão Interministerial para o Emprego, Colecção Cadernos de Emprego, nº 24, Lisboa: p. 31.
MERCADO DE TRABALHO
Conceito
Conceito
:
:
Conjunto organizado das estruturas, dos agentes e dos mecanismos económico e sociais, que transformam a utilização e a circulação da obra em interacção com os processos de (re)produção desta mão-de-obra.
Perspectivas de abordagem da questão do Emprego
Perspectivas de abordagem da questão do Emprego
:
:
Quantitativa,
Quantitativa, no que respeita à evolução do volume de desemprego;
Qualitativa,
Qualitativa, tomando em consideração a evolução da relação salarial e da especialização produtiva do emprego.
SISTEMA DE EMPREGO
Modelização:
Factores que explicam a evolução da oferta de emprego:
Modos de gestão da mão-de-obra ( Formas de emprego e política de ajustamento do volume de emprego; organização da mobilidade interna; critérios de recrutamento; política de formação profissional; política salarial; organização do tempo de trabalho; grau de aplicação das normas jurídicas);
Estruturas de qualificação (critérios de terciarização; taxa de enquadramento operário; perfil operário);
Sistemas organizacionais (modelo organizacional: hierarquização, divisão do trabalho e departamentalização);
Processos de produção (grau de automação e de mecanização); Categorias produtivas (bens e serviços);
Componentes da procura final (orientação para o exterior).
SISTEMA DE EMPREGO
Modelização
Modelização
:
:
Interesse do modelo de análise:
Interesse do modelo de análise:
Identificação do stock de trabalho;
Compreensão do processo de estruturação da oferta de
emprego;
Análise do processamento dos fluxos de trabalho;
Identificação das relações entre o processo de
especialização produtiva e a qualidade e quantidade dos
empregos e da população empregada.
SISTEMA DE EMPREGO
Outros componentes
Outros componentes
:
:
Sistema de Educação-Formação;
Modalidades de gestão do desemprego, da reforma, do apoio
aos deficientes, e dos fenómenos migratórios;
Modalidades de urbanização e de acesso à propriedade;
Níveis de sub-emprego (desemprego disfarçado) e do
desemprego oculto e respectivos fluxos de e para o mercado
de trabalho.
SISTEMA DE EMPREGO
MERCADO DE TRABALHO
MERCADO DE TRABALHO
EM
EM
PORTUGAL
PORTUGAL
Declínio do peso relativo do produto industrial no PIB e do emprego industrial no emprego total;
Excessivo peso da população activa no sector primário e com recidivas;
Excessivo peso do sector da construção e da indústria transformadora;
Ilusão da terciarização do emprego e do produto;
Ritmos menos significativos no crescimento da produtividade no sector terciário, com crescimento significativo dos salários reais; Falências e processos de concentração empresarial, com redução do volume de emprego;
Deslocalização produtiva das transnacionais.
E DO EMPREGO
Principais empregadores são as PME’s;
Desajustamento entre a oferta e a procura;
Baixo nível de qualificações, reduzida capacidade de adaptação e fracas oportunidades de formação, reconversão e requalificação da mão-de-obra;
Aumento do desemprego de longa duração;
Taxas de desemprego elevadas na população jovem e nos grupos problemáticos;
Reduzida eficácia dos serviços públicos de emprego;
Fortes assimetrias regionais em termos de salários, potencial de criação de emprego, desemprego, etc.;
Salários médios baixos.
REALIDADES DO MERCADO DE TRABALHO
REALIDADES DO MERCADO DE TRABALHO
EM PORTUGAL
Rigidez do mercado de trabalho e
Rigidez do mercado de trabalho e
precariedade
precariedade
crescente do emprego traduzível em:
crescente do emprego traduzível em:
São bem mais os que trabalham do que os que têm emprego; Os empregos são cada vez menos estáveis;
Cresceram em número e em importância as novas modalidades de emprego; Cresceu o múltiplo emprego e a ocupação laboral activa de reformados; Diminuíram os contribuintes para a segurança social;
Mulheres, maiores de 35 anos de idade, pouco instruídos e/ou qualificados, que incorram em situação de desemprego, terão grandes dificuldades de reinserção no mercado de trabalho.
REALIDADES DO MERCADO DE TRABALHO
REALIDADES DO MERCADO DE TRABALHO
EM PORTUGAL
OS ACTORES INSTITUCIONAIS: OS SINDICATOS,
OS ACTORES INSTITUCIONAIS: OS SINDICATOS,
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS E O ESTADO.
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS E O ESTADO.
A CONCERTAÇÃO SOCIAL
Posicionamentos sindicais face ao ajustamento do mercado de trabalho
Posicionamentos sindicais face ao ajustamento do mercado de trabalho::
Oposição declarada ou conflitual; Oposição passiva;
Cooperação.
Os Sindicatos são
Os Sindicatos são
:
:
Um obstáculo ao ajustamento do mercado de trabalho, impedindo mudanças nos salários em termos relativos e a reafectação sectorial do factor trabalho;
Um factor de resistência a medidas de política económica tendentes a reduzir os níveis de procura agregada.
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Factores determinantes do posicionamento sindical
Factores determinantes do posicionamento sindical
:
:
CARACTERÍSTICAS E FORÇA DO MOVIMENTO SINDICAL; FASE DO CICLO ECONÓMICO;
INSTITUIÇÕES POLÍTICAS.
Questões que se colocam
Questões que se colocam
:
:
O que leva o movimento sindical a cooperar ou a conflituar, permitindo, nalguns casos, o incremento da flexibilidade no mercado de trabalho? Que circunstâncias políticas levaram, num passado não muito distante, os sindicatos a terem um posicionamento bastante mais moderado?
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Índices de poder do movimento sindical
Índices de poder do movimento sindical
:
:
Taxas de sindicalização;Concentração ou fragmentação das confederações sindicais;
Inflexibilidade demonstrada na negociação colectiva (actividade grevista e outras formas de luta);
Diversidade das questões em discussão no processo reivindicativo;
Extensão dos acordos relativamente à participação dos trabalhadores na tomada de decisão ao nível da empresa;
Participação na definição da política económica.
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Objectivos e Estratégias do Movimento Sindical nos «
Objectivos e Estratégias do Movimento Sindical nos «
anos de ouro
anos de ouro
»»::Os sindicatos como factor de manutenção do modelo capitalista -
poder
compensador do poder patronal;
Papel reivindicativo dos trabalhadores -
posição conflitual e de
confronto;
Preocupações reivindicativas (contexto keynesiano de intervenção): Salários reais crescentes;
Maior participação dos rendimentos do trabalho no rendimento nacional;
Redução do horário de trabalho e do desemprego; Melhoria das condições de trabalho;
Definição de carreiras profissionais.
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Objectivos e Estratégias do Movimento Sindical na era da
Objectivos e Estratégias do Movimento Sindical na era da
globalização e das flutuações económicas (a abordagem
globalização e das flutuações económicas (a abordagem neoliberalneoliberal))::
O livre funcionamento do mercado tende a reforçar a flexibilidade do mercado de trabalho, desvalorizando a negociação colectiva e permitindo actualizações salariais mais modestas;
A acção sindical favorece a rigidez do mercado de trabalho e o incremento do desemprego, mesmo que acompanhados de aumentos dos salários reais.
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Principais ameaças com que se confronta a força de trabalho
Principais ameaças com que se confronta a força de trabalho
:
:
REDUÇÃO DO VOLUME DE EMPREGO;
RECOMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO;
PRIMADO DO INDIVIDUAL SOBRE O COLECTIVO; DIMINUIÇÃO DA EFICÁCIA DA ACÇÃO SINDICAL; DETERIORAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO; PRECARIZAÇÃO DO EMPREGO;
REDUÇÃO DO RITMO DE CRESCIMENTO DOS SALÁRIOS;
AUMENTO DAS POSSIBILIDADES DE CONTROLO POR PARTE DA DIRECÇÃO DAS EMPRESAS.
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Problemas actuais com que se confronta o movimento sindical
Problemas actuais com que se confronta o movimento sindical
:
:
TRANSFORMAÇÕES NAS RELAÇÕES SÓCIO-PROFISSIONAIS E UMA
TRANSFORMAÇÕES NAS RELAÇÕES SÓCIO-PROFISSIONAIS E UMA
CRESCENTE DIVISÃO DA FORÇA DE TRABALHO
CRESCENTE DIVISÃO DA FORÇA DE TRABALHO visualizáveis em:
Quebra de homogeneidade e de identificação cultural da força de trabalho;
Desarticulação e desagregação das categorias sócio-profissionais tradicionais;
Crescente estratificação e segmentação do mercado de trabalho; Afirmação das estratégias individuais em detrimento da acção colectiva;
Falência das tácticas e estratégias do movimento sindical, bem como do modelo, da estrutura e dos temas reivindicativos tradicionais.
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Problemas actuais com que se confronta o movimento sindical
Problemas actuais com que se confronta o movimento sindical
:
:
CONSEQUÊNCIAS:
REDUZIDA SINDICALIZAÇÃO (DESSINDICALIZAÇÃO E INSINDICALIZAÇÃO);
DESEQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES DE PODER ENTRE SINDICATOS, DE UM LADO, E ORGANIZAÇÕES PATRONAIS E ESTADO, DO OUTRO;
ENFRAQUECIMENTO PROGRESSIVO DAS FUNÇÕES CONFLITUAL E REIVINDICATIVA DOS SINDICATOS.
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Defesa do emprego;
Redução dos horários de trabalho;
Aumento dos salários reais; Reforço da protecção social; Manutenção dos direitos históricos:
Negociação colectiva; Greve;
Carreiras profissionais; Protecção dos sindicalistas.
Maior intervenção em novos domínios:
Promoção do desenvolvimento regional e local;
Defesa do consumidor e do ambiente; Maior participação no ensino e na formação profissional;
Maior envolvimento nos processos de reestruturação empresarial (direito de informação e de consulta);
Estímulo à participação cívica.
Objectivos gerais dos Sindicatos
Objectivos gerais dos Sindicatos
:
:
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
MAIS PESO POLÍTICO;
MENOS PESO REIVINDICATIVO NAS RELAÇÕES LABORAIS; MENOS SINDICALIZADOS DEVIDO A:
Diminuição do peso relativo dos colarinhos azuis; Menor peso do sector secundário;
Menor peso das actividades com emprego mais protegido;
Dificuldades de acção em contexto de recessão e de reestruturação empresarial;
Aumento da taxa de desemprego; Inflação moderada;
Maior precariedade no emprego.
Tendências e Objectivos Actuais do Associativismo Sindical em Portugal
Tendências e Objectivos Actuais do Associativismo Sindical em Portugal::
OS SINDICATOS E O MERCADO DE TRABALHO
Factores que resultam em favor das associações patronais
Factores que resultam em favor das associações patronais
:
:
REDUÇÃO DO PODER DOS SINDICATOS; ESPECTRO E PRESSÃO DO DESEMPREGO;
REDUÇÃO DAS TAXAS DE JURO E DE INFLAÇÃO; CRESCENTE SOFISTICAÇÃO TECNOLÓGICA;
FLEXIBILIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO LABORAL;
AS EMPRESAS ENQUANTO VECTOR DE INTERNACIONALIZAÇÃO E DE REFORÇO DA COMPETITIVIDADE DAS ECONOMIAS;
SEGMENTAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO; O INDIVIDUALISMO CRESCENTE;
REDUÇÃO DA PROTECÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL.
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS
Debilidades
Debilidades
das Associações Patronais
das Associações Patronais
:
:
PENSAMENTO CORPORATIVO; ESTRATÉGIAS DEFENSIVAS; VISÃO DE CURTO PRAZO;
NATUREZA E CARACTERÍSTICAS DOS EMPREGADORES E DO TECIDO EMPRESARIAL;
NÍVEL DE COOPERAÇÃO INSTITUCIONAL INTRA-ASSOCIAÇÃO; REPRESENTATIVIDADE.
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS
Celebrar convenções colectivas de trabalho;
Prestar serviços aos seus associados desde que não configurem actividades empresariais;
Defender e promover a defesa dos direitos e interesses dos seus associados.
ASSOCIAÇÃO DE EMPREGADORES, EMBORA AS ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS SE POSSAM CONSTITUIR COMO TAL;
ORGANIZAÇÕES INTERLOCUTORAS DO PROCESSO NEGOCIAL COM AS ASSOCIAÇÕES SINDICAIS;
INSTRUMENTO DE REPRESENTAÇÃO COLECTIVA DOS EMPREGADORES COMPETINDO-LHES, DESIGNADAMENTE:
Associativismo Patronal em Portugal
Associativismo Patronal em Portugal
:
:
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS
Diferenças em relação às associações sindicais
Diferenças em relação às associações sindicais
:
:
NÃO TÊM ACOLHIMENTO CONSTITUCIONAL;
NÃO LHES SÃO ATRIBUÍDAS ESPECIAIS PRERROGATIVAS EM MATÉRIA DE RELAÇÕES LABORAIS, PARA ALÉM DAS CONFERIDAS AOS EMPREGADORES CONSIDERADOS INDIVIDUALMENTE;
O SEU REGIME JURÍDICO É MENOS EXPLÍCITO;
NÃO TÊM ESTRATÉGIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO INDEPENDENTES DA VONTADE DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO ESTADO.
Associativismo Patronal em Portugal
Associativismo Patronal em Portugal
:
:
AS ASSOCIAÇÕES PATRONAIS
Actividades tradicionalmente desenvolvidas
Actividades tradicionalmente desenvolvidas
:
:
Colocação;
Informação e Orientação Profissional;
Análise do mercado de emprego;
Formação profissional;
Promoção do emprego;
Reabilitação e reconversão profissional.
O ESTADO
Formas de intervenção
Formas de intervenção
:
:
Fixação dos salários mínimos; Protecção no desemprego;
Medidas de regulamentação política e administrativa; Políticas Activas de Emprego;
Enquanto agente económico: o Estado como empregador; Enquanto parceiro social: a Concertação Social.
Objectivos gerais das políticas de emprego
Objectivos gerais das políticas de emprego
:
:
Fomentar o emprego; Combater o desemprego;
Promover a formação profissional;
Criar as condições legais para o exercício da representatividade de interesses.
O ESTADO
TIPOLOGIA
TIPOLOGIA
:
:
Diálogo Social: Existência de mecanismos em que os actores sociais colectivos conhecem e dão a conhecer pontos de vista sobre temas de interesse comum;
Concertação Social: Procura efectiva de consensos e de compromissos sobre a forma de acordos ou convenções (macroconcertação, mesoconcertação e microconcertação);
Negociação Colectiva: Visa a celebração de acordos formais, em determinadas matérias, entre associações sindicais e empregadores, ou respectivas estruturas representativas, e traduzem-se em modos de regulação das relações de trabalho, visando prevenir ou resolver a conflitualidade laboral.
TRIPARTISMO E CONCERTAÇÃO SOCIAL
Objectivos e Natureza
Objectivos e Natureza
:
:
APOIO À ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS ACTIVAS DE EMPREGO; COOPERAÇÃO ENTRE OS PODERES PÚBLICOS E OS PARCEIROS SOCIAIS NA ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS ECONÓMICAS E
SOCIAIS NACIONAIS --
FORMAS DE PARTICIPAÇÃO NO
ÂMBITO DE APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE LIBERDADE,
PLURALISMO E PARTICIPAÇÃO PRÓPRIAS DAS DEMOCRACIAS
POLÍTICAS;
TÊM MUITAS VEZES UM CARÁCTER AD-HOC.
TRIPARTISMO E CONCERTAÇÃO SOCIAL
Novos desafios
Novos desafios
:
:
GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA;
AGRAVAMENTO DO DESEMPREGO;
COMPROMISSO ENTRE CRESCIMENTO ECONÓMICO E
PROTECÇÃO SOCIAL;
CRESCENTE DESREGULAMENTAÇÃO, FLEXIBILIZAÇÃO E
DESCENTRALIZAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO
NECESSIDADE DE AJUSTAR OS MECANISMOS DE
ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS.
TRIPARTISMO E CONCERTAÇÃO SOCIAL
Vantagens
Vantagens
:
:
OPORTUNIDADE DE PARTICIPAÇÃO ALARGADA;
RETORNO DA INFORMAÇÃO PARA O ESTADO;
APROXIMA AS PARTES, FAVORECENDO O DIÁLOGO E A
COOPERAÇÃO;
PROPORCIONA UMA MAIOR ESTABILIDADE ECONÓMICA,
SOCIAL E POLÍTICA;
PERMITE A CONSOLIDAÇÃO DE UM ESTADO DE DIREITO
DEMOCRÁTICO.
TRIPARTISMO E CONCERTAÇÃO SOCIAL
Concertação
Concertação
Social em Portugal - História
Social em Portugal - História
:
:
Contexto favorável: criação da UGT (1978);
CRIADA EM 1984 (PELO CONSELHO NACIONAL DO
PLANO): DL nº 74/84, de 02MAR – Conselho Permanente da
Concertação Social (CPCS);
ENTROU EM FUNCIONAMENTO EM 1986;
Adesão da CGTP em 1987;
Integração no Conselho Económico e Social (CES), criado pela
Lei nº 108/91, de 17AGO, com a actual designação – Comissão
Permanente de Concertação Social.
TRIPARTISMO E CONCERTAÇÃO SOCIAL
NEGOCIAÇÃO COLECTIVA E
NEGOCIAÇÃO COLECTIVA E
CONFLITUALIDADE LABORAL EM PORTUGAL
CONFLITUALIDADE LABORAL EM PORTUGAL
Diminuição dos IRCT;
Menor número de trabalhadores abrangidos;
Passagem de acordos com conteúdos pecuniários para não
pecuniários;
Redução da conflitualidade laboral:
Menos greves;
Menos trabalhadores envolvidos; Menos dias perdidos;
Menor duração;