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Verificação de um programa de qualidade para implementação em obras de pequeno porte

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HENRIQUE KRAMPE

VERIFICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE QUALIDADE PARA

IMPLEMENTAÇÃO EM OBRAS DE PEQUENO PORTE

Ijuí 2020

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HENRIQUE KRAMPE

VERIFICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE QUALIDADE PARA

IMPLEMENTAÇÃO EM OBRAS DE PEQUENO PORTE

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me Thiana Dias Herrmann.

Ijuí /RS 2020

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HENRIQUE KRAMPE

VERIFICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE QUALIDADE PARA

IMPLEMENTAÇÃO EM OBRAS DE PEQUENO PORTE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 10 de julho de 2020.

Prof. Me. Thiana Dias Herrmann Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria/RS - Orientador

Cristina Eliza Pozzobon Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Cristina Eliza Pozzobon Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria/RS – Coordenadora do curso

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus que me dá forças, amparo e caminho nos momentos difíceis. Segundo, aos meus pais Sidinei e Valéria, que desde sempre me apoiaram nas minhas escolhas, me instruíram a seguir um caminho correto e nunca pouparam esforços para me ajudar a alcançar meus objetivos e sonhos, saibam que eu os amos incondicionalmente.

Agradeço também aos meus demais familiares que sempre me instruíram, me incentivaram a continuar estudando, que os estudos abrirão um caminho de oportunidades e conquistas.

Não se esquecendo dos colegas de graduação, agradeço-os também por fazerem desses anos de caminhada, mais amenos e felizes, sempre um servindo de base e apoio para o outro. Não esquecendo também dos amigos que tenho fora dessa graduação, que sempre me apoiaram e me incentivaram a continuar.

Agradeço também a todos os profissionais que ajudaram na minha pesquisa, que colaboraram de forma espontânea e honesta para que este trabalho acontecesse.

A minha orientadora Thiana Dias Herrmann que me instruiu, me ajudou e me conduziu de forma excelente para o desenvolvimento deste trabalho. Pela sua disponibilidade e prontidão de sanar dúvidas, não importando dia e horário, mas sempre disposta a me ajudar.

Enfim, agraço a todos que colaboraram de forma direta ou indiretamente pela realização deste trabalho.

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“O tamanho dos seus sonhos deve sempre exceder a sua capacidade de alcança-los. Se os seus sonhos não te assustam, eles não são grandes o suficiente” Ellen Johnson Sirleaf

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RESUMO

KRAMPE, HENRIQUE. VERIFICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE QUALIDADE PARA IMPLEMENTAÇÃO EM OBRAS DE PEQUENO PORTE. 2020. Trabalho de

Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2020.

Com a grande demanda e crescimento da construção civil, torna-se necessário e indispensável o uso de Sistemas de Gestão da Qualidade, a fim de procurar o máximo de qualidade e excelência em obras. Dessa forma, conhecer o mercado em que atua ajuda a conhecer os problemas encontrados e resolvê-los por meio do planejamento. Uma das formas de se planejar e erradicar a grande parte dos erros é através do PBQP-h, pois é um programa de qualidade que busca a melhoria contínua, racionalização de processos, excelência na mão de obra e reutilização de recursos, este fundamentado no ciclo PDCA e nas diretrizes da família de normas ISO 9000. Dessa forma, foi realizada uma pesquisa na cidade de Pejuçara/RS, a fim de conhecer a realidade das obras de construção de civil pela visão dos responsáveis técnicos (Arquitetos e Engenheiros), esta pesquisa tendo o intuito de levantar dados qualitativos e quantitativos para posterior análise. Com os dados obtidos através de questionário, notou-se que a maior parte dos problemas ainda se encontrava na mão de obra, os quais apresentavam desde resistência ao cumprir ordens até negligência e incapacidade. Através desses resultados negativos, foi elaborado através das diretrizes da ISO 9000 e PBQP-h, de maneira adaptada e mais simplificada, maneiras de contornar estas situações e buscar diminuir ou erradicar os problemas enfrentados com a mão de obra. Aplicando todas essas adaptações e instruções sugeridas para a mão de obra, as probabilidades de alcançar a qualidade e a satisfação de ambas as partes, responsável e cliente é maior.

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ABSTRACT

KRAMPE, HENRIQUE. VERIFICATION OF A QUALITY PROGRAM FOR IMPLEMENTATION IN SMALL WORKS. 2020. Course Completion Work. Civil

Engineering Course, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2020.

With the great demand and growth of civil construction, it is necessary and indispensable to use Quality Management Systems, in order to seek the maximum quality and excellence in works. Thus, knowing the market in which it operates helps to know the problems encountered and solve them through planning. One of the ways to plan and eradicate most errors is through PBQP-h, as it is a quality program that seeks continuous improvement, process rationalization, excellence in manpower and resource reuse, based on the cycle PDCA and in the guidelines of the ISO 9000 family of standards. Thus, a survey was carried out in the city of Pejuçara / RS, in order to know the reality of civil construction works from the perspective of the technicians responsible (Architects and Engineers), this research aiming to collect qualitative and quantitative data for further analysis. With the data obtained through a questionnaire, it was noted that most of the problems were still in the workforce, which ranged from resistance to carrying out orders to negligence and incapacity. Through these negative results, it was elaborated through the guidelines of ISO 9000 and PBQP-h, in an adapted and more simplified way, ways to get around these situations and seek to reduce or eradicate the problems faced with the workforce. Applying all these adaptations and instructions suggested for the workforce, the chances of achieving quality and satisfaction of both parties, responsible and customer are greater.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Parâmetros da qualidade de produto ... 28

Quadro 2 - Organização dos sistemas de qualidade em c construtoras segundo floyd ... 30

Quadro 3 - Responsabilidade da direção da empresa ... 58

Quadro 4 - Gestão de recursos ... 59

Quadro 5 - Execução da obra ... 60

Quadro 6 - Medição, análise e melhoria ... 61

Quadro 7 - Contexto da organização ... 63

Quadro 8 - Liderança ... 64

Quadro 9 - Planejamento ... 65

Quadro 10 - Apoio ... 65

Quadro 11 - Operação... 66

Quadro 12 - Avaliação de desempenho ... 67

Quadro 13 - Melhoria ... 68

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estágios de um projeto ... 23

Figura 2: Diagrama conceitual para definição da qualidade ... 26

Figura 3- Ciclo PDCA ... 32

Figura 4 - Melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade ... 35

Figura 5 – Sistemas de avaliação das conformidades... 38

Figura 6 – Delineamento do trabalho ... 40

Figura 7 – Conhecemos bem o mercado atual, assim como a demanda da cidade. ... 43

Figura 8 – Evitamos usar materiais diferentes do usual, métodos construtivos novos, a fim de evitar problemas. ... 43

Figura 9 - Os profissionais responsáveis pelo projeto e execução, sempre buscam atualizações referentes a materiais, métodos construtivos e softwares. Se sim, quais? ... 44

Figura 10 - Os processos produtivos in loco, são bem racionalizados? Emprega-se o uso de equipamentos modernos. Se sim, quais? ... 45

Figura 11 - Em relação ao projeto, a quantificação e orçamentação de material sempre condiz com o usado em obra? Tem-se conhecimento dessa divergência? Ou normalmente não se efetua esse cálculo? ... 45

Figura 12 - Os projetos são bem detalhados, com especificações corretas e minuciosas tanto em pranchas como no memorial. ... 46

Figura 13 - A alteração ou readequação de projetos é feita em tempo hábil, antes de se chegar nessa etapa da execução. ... 47

Figura 14 - Os fornecedores conseguem suprir a demanda, sem causar atrasos ou entrega errada de materiais. ... 47

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Figura 15 - Ao final de cada obra, é realizado uma análise crítica? Como uma forma de estudo, para encontrar possíveis erros? Se sim, tem-se registro disso ou é só uma análise visual sem registros? ... 48 Figura 16 - A produtividade da mão de obra local é adequada, atende ao esperado. ... 49

Figura 17 - A dificuldade da mão-de-obra, em aprender novos métodos construtivos e o uso correto de materiais. ... 50 Figura 18. - Dificuldade de cumprir ordens. ... 51 Figura 19 - Operação incorreta ou inadequada de equipamentos. ... 51

Figura 20 - Quantidade elevada de acidentes de trabalho. Acontecem com qual frequência? Qual a gravidade? ... 52

Figura 21 - Produtividade baixa. Verifica-se que em algum serviço, a produtividade é menor que nos demais? ... 53 Figura 22 - Resistência ao uso de EPI’s. ... 53

Figura 23 - Falha de sincronismo nas etapas no canteiro. É elaborado cronograma? Se sim, o mesmo consegue ser acompanhado? ... 54

Figura 24 - Excesso de paradas e esperas. Estas paradas acontecem devido à que: espera de material, deslocamento de mão de obra, busca de equipamentos? ... 55 Figura 25 - Muito retrabalho. Com quais serviços mais acontece isso? ... 55 Figura 26 - Desperdício de material. Quais são os mais desperdiçados? ... 56

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LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação brasileira de normas técnicas BB – Banco do Brasil

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CEF – Caixa Econômica Federal

CTECH – Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

FGTS – Fundo de garantia do tempo de serviço GAT – Grupo de Assessoramento Técnico

ISO - International Organization for Standardization MCMV – Minha Casa Minha Vida

OGU – Ouvidoria Geral da União

PDCA – Ciclo Planejar, Desempenhar, Checar, Agir

PBQP-h – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no habitat QT – Qualidade Total

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade SiAc - Sistema de avaliação da conformidade

SiMaC – Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Produtivos SiNAT – Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores

STP - Sistema Toyota de produção TQM - Total quality Management

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 PROBLEMA ... 19 1.1.1 Objetivos de pesquisa ... 19 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ... 21 2.1. DEFINIÇÃO DE PLANEJAMENTO ... 21

2.2. PADRONIZAÇÃO DOS PROCESSOS ... 24

2.3. DEFINIÇÃO DE QUALIDADE ... 26

2.4. CICLO PDCA ... 31

2.5. NORMAS ABNT ISO ... 33

2.6.1 ISO 9000 – Sistemas de Gestão de Qualidade: fundamentos e vocabulário ... 33

2.7.1 ISO 9001 – Sistemas de Gestão de Qualidade: requisitos ... 35

2.8.1 PBQP-H: Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat ... 36

2.9 A QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 38

3 METODOLOGIA ... 40

3.1. MÉTODO DE PESQUISA ... 40

3.2. TÉCNICAS DE PESQUISA ... 40

4 RESULTADOS ... 42

4.1 ANÁLISEDOSDADOS ... 42

4.1.1 Relativos ao projeto e ao profissional responsável ... 42

4.1.2 Relativa à produção ... 49

4.2 COMPARAÇÃODOSRESULTADOSREAISCOMOPBQP-H ... 57

4.2.1 Responsabilidade da direção da empresa ... 57

4.2.2 Gestão de recursos ... 58

4.2.3 Execução da obra ... 59

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4.3 COMPARAÇÃODOSRESULTADOSREAISCOMAISO ... 62 4.3.1 Contexto da organização ... 63 4.3.2 Liderança ... 63 4.3.3 Planejamento ... 64 4.3.4 Apoio ... 65 4.3.5 Operação ... 66 4.3.6 Avaliação de desempenho ... 67 4.3.7 Melhoria ... 68

4.4 IMPLEMENTAÇÃODEPARÂMETROSDEQUALIDADESEMCERTIFICAÇÃO DENORMATIVAS ... 69

5 CONCLUSÃO ... 73

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS ... 75

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1 INTRODUÇÃO

A realidade da construção civil brasileira nos últimos anos é de que, a mesma não para de evoluir e crescer. Mesmo o setor sendo abalado por instabilidades econômicas, o mesmo vem se desenvolvendo cada vez mais. Mas essa evolução rápida acaba causando déficits negativos para a área (TAVARES; WAPLER, 2018).

De acordo com Calçada (2014), o cenário da construção civil é positivo, pois não para de ocorrer um aumento na competitividade de mercado. Este cenário influencia no lucro das empresas, pois a mesma acaba qualificando e formalizando a mão de obra.

Para dar continuidade ao crescimento sustentável, um dos caminhos é aumentar a produtividade e a qualidade das obras a partir do aperfeiçoamento dos processos construtivos atuais (que são considerados demasiadamente artesanais) e do investimento em processos construtivos mais modernos, com tecnologia e industrialização aplicados (CALÇADA, 2014, p. 6).

Dentro das organizações, a busca pelo aumento da produtividade e a excelência em seus produtos é constante, quando a produção cresce, os lucros aumentam, e muitas vezes isto se deve a quantidade de funcionários ter aumentado. Também, porém uma das variáveis que pode aumentar na mesma proporção, são as perdas nos processos, as quais podem ser as mais variadas, desde movimentações desnecessárias a retrabalho excessivo (TUBINO, 2015).

Segundo Pinto (1993), qualidade total (QT) pode ser entendida como um conjunto de objetivos, visando estes não apenas aumentar a competitividade de produtos e serviços, mas também aumentar a qualidade de vida. Pinto (1993, p.3) afirma que a informação é crucial para se alcançar a qualidade total, desta forma descreve que “...Para se chegar a esse alvo, torna-se necessário que sejam levadas em considerações inúmeras variáveis, dentre as quais se destaca a informação...”.

Para Honorio (2002), a construção civil necessita de adaptações especificas das teorias de qualidade, pois ainda encontra alguns obstáculos, sendo eles:

O caráter heterogêneo e não seriado de produção devido à singularidade do produto, normalmente feito sob encomenda; a dependência de fatores climáticos ao longo da sua execução; o período de execução relativamente longo; a complexa rede de interferências dos 18 participantes (usuários, clientes, projetistas, financiadores, construtores); ampla segmentação da produção em etapas ou fases; o parcelamento da responsabilidade entre várias empresas, onde o processo de subcontratação é

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comum; além do nomadismo do setor (tanto em relação aos produtos finais como ao processo de produção) e do caráter semi-artesanal (manufatureiro) das suas práticas têm contribuído significativamente para o aumento da complexibilidade dos seus processos construtivos (HONORIO, 2002, p. 17).

Gestão de qualidade é vista como uma estratégia de mercado apresentando caráter competitivo, e pode ser entendida e dividida em duas seções: reduzir desperdícios e conquistar mercados. A forma de pensamento é simples, pessoas satisfeitas podem resultar no aumento da renda da empresa, pois acaba elevando a reputação, cresce a demanda e ainda contribui para a remuneração dos funcionários da empresa (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2011).

Mattos (2010) afirma que a baixa qualidade dos produtos, perdas elevadas e a baixa produtividade do setor, são problemas diretamente ligados com a deficiência do planejamento e controle da obra. A inadequação ou a ausência de um planejamento de obras é mais notável em obras de médio e pequeno porte, que muitas vezes acabam sendo gerenciadas por profissionais autônomos. A má execução ou deficiência de um planejamento pode trazer consequências graves para a obra e para a construtora responsável. Algumas empresas planejam, mas acabam fazendo de forma incorreta, outras planejam bem, mas não controlam seus serviços e muitas ainda trabalham na base do improviso, realizando as atividades conforme vão ocorrendo no canteiro. Os benefícios do planejamento são:

a) Conhecimento pleno da obra;

b) Detecção de situações desfavoráveis; c) Agilidade de decisões;

d) Relação com o orçamento;

e) Otimização e alocação de recursos; f) Referência para acompanhamento; g) Padronização;

h) Referência para metas;

i) Documentação e rastreabilidade; j) Criação de dados históricos; k) Profissionalismo;

Segundo Laufer (1990 apud BERNARDES; MOREIRA, 2013, p. 1), o planejamento é necessário devido a diversos motivos:

a) Facilitar a compreensão dos objetivos do empreendimento, aumentando assim a probabilidade de entendê-los;

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b) Definir todos os trabalhos exigidos para habilitar cada participante do empreendimento a identificar e planejar a sua parcela de trabalho;

c) Desenvolver uma referência básica para processos de orçamento e programação; d) Disponibilizar uma melhor coordenação e integração multifuncional, além de produzir

informações para a tomada de decisão mais consistente;

e) Evitar decisões errôneas para projetos futuros, através da análise do impacto das decisões atuais;

f) Melhorar o desempenho da produção através da consideração e análise de processos alternativos;

g) Aumentar a velocidade de resposta para mudanças futuras;

h) Fornecer padrões para monitorar, revisar e controlar a execução do empreendimento; i) Explorar a experiência acumulada da gerência obtida com os empreendimentos

executados, em um processo de aprendizado sistemático.

De acordo com Thomaz (2001), o sistema de qualidade pode ser definido como um agrupamento de processos, recursos e responsabilidade visando aperfeiçoar as atividades de um empreendimento. Dessa forma um sistema de qualidade implantado em uma construtora busca regular, controlar de maneira planejada, adquirir em tempo hábil e correto os recursos necessários, elevar a produtividade e a qualidade da mão de obra, minimizar os custos e melhorar a relação empresa cliente. Porém todo sistema de qualidade deverá se enquadrar na realidade da empresa, não basta se basear em modelos europeus ou asiáticos, que acabam por ser muito teóricos e formais, e, portanto, não se adaptando a realidade brasileira. Devido a isso, deve-se moldar o próprio plano de gestão, este podendo se basear nos modelos mais complexos, no entanto adaptado a realidade da empresa.

A qualidade deve sempre atender as necessidades e expectativas dos clientes, com um preço que eles estejam dispostos a pagar (DEMING, 1990). A qualidade desta forma não pode estar associada somente ao grau de perfeição técnica, mas sim ao grau de aceitação dos requisitos do cliente. Dessa forma o conceito de qualidade mudou para “satisfação do cliente quanto à adequação do produto ao uso” (JURAN, 1990; FEIGENBAUM,1991).

Tendo em vista o quanto é importante a modernização, qualidade de serviços, diminuição de custos e aumento da qualidade da obra, surgiu no Brasil no dia 18 de dezembro de 1998, através da Portaria nº 134 do Ministério de Planejamento e Orçamento o PBQP-h (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no habitat). Como uma série de termos e

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compromissos a serem seguidos no setor de construção. São baseados nas normas ISO (International Organization for Standardization) e ABNT (Associação brasileira de normas técnicas) a fim de atingir metas, organizar e melhorar a qualidade do habitat brasileiro (BRASIL, 2017). O ministério das cidades brasileiro define o programa como:

A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se destacam: avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo, a longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em especial, a produção habitacional de interesse social (BRASIL, 2017, Web, p.1)

Empresas do setor privado que conseguem se adequar ao programa e posteriormente atender ao SiAC (Sistema de Avaliação da Conformidade), acabam passando credibilidade para os clientes, pois demonstram que se preocupam e cumprem um plano de gestão de qualidade na obra, fazendo com que isso se torne um fator de diferenciação de outras empresas. A adesão ao PBQP-h tem um grande benefício, qualifica a empresa para participar do programa “Minha Casa Minha Vida” (MCMV), outra conquista advinda junto com o programa é a possibilidade de financiamentos em instituições de credito públicas (como CEF- Caixa Econômica Federal e BB- Banco do Brasil) (VIEIRA; NETO, 2019).

Araújo e Rivelini (2016), descrevem que um sistema de qualidade, quando for bem implementado e com simples definições, claras, objetivas, auxilia no desenvolvimento de uma empresa. Uma das virtudes positivas é a melhoria contínua em seus processos, pois as dificuldades encontradas, mesmo que não sejam superadas, acabam virando possibilidades de melhorias.

Deste modo, neste contexto, este trabalho tem como objetivo, levantar os problemas enfrentados na construção civil, analisar e demonstrar como um sistema de gestão da qualidade pode melhorar a realidade da construção civil em cidades pequenas.

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1.1 PROBLEMA

Moreira (2012) comenta que produtos e serviços que sejam oferecidos ao público, devem ter as atividades correspondentes planejadas, organizadas e controladas. Desta forma entende-se que independente do produto, todos os processos relacionados a um produto final, devem ser planejados e controlados, desde o começo, para evitar contratempos e resultados insatisfatórios.

Segundo Silva e Woitchunas (2008), a filosofia de pensamento Kaizen, significa uma melhora gradativa e constante da produção, devendo ser sempre contínua e adquirida com o aprendizado dos erros e acertos. Este pensamento busca melhora de processos, elevação da produtividade e redução de custos.

Coelho e Vieira (2017), ao estudar o STP- Sistema Toyota de produção, afirmam que é necessário o engajamento desde a alta cúpula até o chão de fábrica. É imprescindível a visão e a interpretação sistêmica de todo o processo. Seguindo esse pensamento, torna-se de crucial importância conhecer todos os processos relacionados na obtenção de um produto, no nosso caso da construção civil, é importante conhecer todos os métodos e processos para se chegar a um produto, uma edificação.

Dessa forma, torna-se importante à realização deste trabalho, devido à necessidade de conhecer os problemas atuais, analisá-los e propor alternativas para melhoria contínua.

1.1.1 Objetivos de pesquisa  Objetivo geral

Verificar a influência de um programa de qualidade em obras e empresas de pequeno porte na cidade de Pejuçara/RS.

 Objetivos específicos

a) Revisão bibliográfica sobre o tema;

b) Conhecer os problemas da realidade estudada através do ponto de vista dos responsáveis técnicos;

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c) Analisar estes problemas em relação a ISO, PBQP-h e o ideal de qualidade para obras;

d) Adaptar soluções baseados na ISO, PBQP-h e Ciclo PDCA, para estes problemas;

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2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1. DEFINIÇÃO DE PLANEJAMENTO

Chiavenato (2004) comenta que a importância da disponibilidade de informação variada e ampla cresce de uma maneira proporcional ao aumento da sociedade e da complexidade dela. Dessa forma quanto maior o número de informações, menor será as variações de incerteza. Ter o conhecimento de outros dois conceitos básicos ajudam a compreender o conceito de informação, que são eles: o de dados e de comunicação. Segundo o autor, o mesmo pode ser definido como:

a) Dados: é o registro ou anotação a respeito de determinado evento ou ocorrência;

b) Informação: é o conjunto de dados que tenham algum significado, ou seja, que acabam reduzindo a incerteza ou que aumenta o conhecimento a respeito de algo.

Uma das características essenciais de um bom gestor de modo geral é o planejamento, sendo ele em qualquer âmbito. Isto faz parte de um processo permanente e interdependente conhecido como processo administrativo. Ainda, faz parte desse processo quatro características: planejamento, organização, direção e controle. Planejamento pode ser definido como o processo de determinar os objetivos e metas de uma organização e de como realizá-los (RIBAS; FACINI; TEIXEIRA, 2014).

Formoso (2011) diz que elevadas perdas, baixa qualidade de seus produtos e baixa produtividade do setor, estão entre as principais deficiências do planejamento e controle de obras. Devido a isso, um bom planejamento acaba se tornando inerente para melhorar uma organização e uma obra em todos os seus âmbitos, pois é através dele que se consegue: melhorar a produtividade, reduzir atrasos, apresentar uma melhor sequencia de produção, organizar e balancear a necessidade de mão de obra para o trabalho a ser produzido e coordenar múltiplas atividades.

De acordo com Maximiniano (2009), para se chegarem a um determinado objetivo, possíveis rotas a serem percorridas devem ser traçadas, planejar bem é uma das maneiras de se precaver de imprevistos futuros, e se caso aconteça, fará com que se esteja mais preparado para se resolver. Ainda segundo o autor o processo de planejamento se consiste em duas etapas:

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a) Dados de entrada: são os dados e tudo o que é necessário para se fazer um bom planejamento;

b) Processamento dos dados: consiste na análise dos dados coletados, afim de se elaborar formas e planos, analisar recursos e métodos para se atingir um determinado objetivo.

Planejamento se divide em três níveis, tudo depende da abrangência e do impacto que têm sobre a organização, podem ser classificados em: estratégicos, funcionais e operacionais (RIBAS; FACINI; TEIXEIRA 2014):

a) Planos estratégicos: este é um dos planos de responsabilidade da alta direção, é neste plano que é decidido os produtos e serviços que uma organização pretende oferecer a um mercado e os clientes em que almejam alcançar.

b) Planos funcionais: é neste plano que se atinge as áreas especializadas de cada empresa, também são conhecidos como planos administrativos, são nestes que são estudados os recursos e a operação;

a) Planos operacionais: é o plano onde se define os recursos, processos, métodos e meios de realizar determinada atividade, é aqui onde é visto os processos necessários para se chegar a um resultado, um produto.

De acordo com Mattos (2010), a baixa qualidade dos produtos, perdas elevadas e baixa produtividade, são problemas causados pela falta de planejamento e controle, ou ainda, pela deficiência do mesmo, não adianta tentar planejar e controlar, se o mesmo for feito de maneira errada ou equivocada. Ainda segundo Mattos (2010), todo projeto tem um ciclo de vida, o qual se divide em quatro estágios (Figura 1), que são eles:

a) I - Concepção e viabilidade;

b) II - Detalhamento do projeto e detalhamento; c) III - Execução;

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Figura 1: Estágios de um projeto

Fonte: MATTOS (2010)

De acordo com a Figura 1, o estágio I (Concepção e viabilidade) deve ter uma boa dedicação de tempo, pois é nele que se estuda a viabilidade, estimam-se os custos, de onde virá à fonte de financiamento, além de elaborar o anteprojeto. Depois desse tempo dedicado, então se avança para o estágio II (Detalhamento do projeto e do planejamento), aqui se deve dedicar o tempo para a elaboração do cronograma da obra real, fazer o orçamento final além do projeto executivo. Então, por fim passamos ao estágio III (Execução), neste que acontece a execução dos serviços, deve-se haver o controle da qualidade além da fiscalização da obra. Por fim, chega-se ao estágio IV (Finalização), aqui se faz os testes do produto, para ver se o mesmo está apto e atende tudo ao que foi projetado, é aqui que se acontece a destinação da obra.

De acordo com Bernardes e Moreira (2013), para se fazer um bom planejamento demanda-se de tempo. Geralmente é comum ver diretores, engenheiros ou até mesmo mestre-de-obras com excesso de tarefas, o que acaba contribuindo para a falta de tempo necessária para se realizar um adequado planejamento. Isso acaba se tornando mais comum e agravante para engenheiros que “tocam” mais de uma obra ao mesmo tempo.

Um dos principais colaboradores para essa falta de tempo é o próprio ambiente de trabalho do engenheiro, que em muitas vezes o mesmo tem que controlar tudo, desde a compra de material, recebimento, execução de serviços e todos os demais processos que acabam envolvendo uma obra. Ainda de acordo com o autor, o mesmo enfatiza o quanto é importante à integração do planejamento, pois é com essa integração, que consegue

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estabelecer as metas de cada planejamento, sendo eles de curto, médio e longo prazo (BERNARDES; MOREIRA, 2013).

2.2. PADRONIZAÇÃO DOS PROCESSOS

Segundo Chiavenato (2004) o planejamento e a administração deve se preocupar com a racionalização do trabalho por parte do operário, cada trabalhador deve ficar focado a uma especifica tarefa a fim de aumentar o rendimento do trabalhador, dessa forma, acaba se procurando ter uma linha de produção mais automatizada possível, fazendo com que cada um execute determinado serviço, buscando maior eficiência. Essa simplificação e especialização de tarefas por parte da mão de obra permite ter maior facilidade de acompanhamento e supervisão.

De acordo com Maximiano (2000), em uma empresa ou organização, cada operário deve ter suas próprias tarefas e atribuição específica para atingir determinado objetivo. A mão de obra deve ser especializada em determinada tarefa específica, a fim de separar os serviços que estão ligados à linha de produção de um bem. Dessa forma a divisão das tarefas passa a ser a forma de superar as limitações individuais por meio da especialização em um método ou serviço. Somando-se essas especializações individuais de cada operário, atinge-se o resultado esperado, onde não conseguiria se atingir sozinho. Exige-se desempenho e responsabilidades limitadas, autonomia reduzida aos profissionais das organizações formais, sendo que cada um ocupa um cargo, com competências bem definidas.

Taylor (1990), diz que o desperdício pode acontecer devido a falhas da mão de obra, advindo de tarefas mal executadas, mal dirigidas, ou ainda pela insuficiência do trabalhador. Com isso o ideal segundo o autor, a direção da empresa ou organização precisaria planejar diariamente, buscando dessa forma maior velocidade e qualidade na execução e sua tarefa ou serviço, mas estas sempre sobre supervisão. Seguindo esse raciocínio surgiu o Taylorismo, que buscava coletar, reconhecer métodos e transmitir para os trabalhadores, fazendo assim com que a mão de obra ficasse apropriada para executar tal tarefa. Desta forma a gerência passa a ter algumas atribuições, são elas:

a) Desenvolver uma ciência para cada elemento de trabalho individual, buscando substituir os métodos empíricos;

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b) Selecionar de forma mais técnica a mão de obra, aperfeiçoar os trabalhadores, treinar e ensinar;

c) Instruir os trabalhadores a conseguir articular a tarefa a ser executada com a ciência desenvolvida para a execução da mesma;

d) Dividir de forma igual à quantidade e a responsabilidade do trabalho, entre a direção e os trabalhadores.

Ainda para Taylor (1990), a falta de informação sobre o que cada trabalhador deveria fazer naquele dia, acabava sendo um dos obstáculos para a harmonia entre a direção e trabalhador. Fazendo com que ocorram atrasos desnecessários durante o dia, serviços executados de forma errônea, os quais acabam atrasando a obra e diminuindo a qualidade da mesma. Então a administração cientifica acaba surgindo como meio de melhorar a convivência entre mão de obra e direção, pois o trabalho passa a ser planejado pela direção com antecedência, e assim cada trabalhador acaba recebendo detalhes, meios, métodos e instruções de qual tarefa deverá executar, e como deverá executar e ainda o tempo limite que ele tem para executar a mesma. O autor acaba abordando a administração através de quatro princípios, são eles:

a) Princípio de planejamento: substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos – sai de cena o improviso e o julgamento individual, o trabalho deve ser planejado e testado, seus movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua execução;

b) Princípio de preparo dos trabalhadores: selecionar os operários de acordo com as suas aptidões e então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado para que atinjam a meta estabelecida;

c) Princípio de controle: controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta; d) Princípio da execução: distribuir as atribuições e responsabilidades para que o trabalho

seja o mais disciplinado possível.

Segundo Chiavenato (2004), uma das maneiras de diminuir o desperdício e aumentar a eficiência é fazer a padronização dos processos do trabalho, fazendo assim com que cada funcionário tenha a sua função em determinado processo, colaborando com a padronização.

(26)

Com a finalidade de reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo, e, por conseguinte eliminar o desperdício aumentando a eficiência.

2.3. DEFINIÇÃO DE QUALIDADE

De acordo com Thomaz (2001), a ISO 8402 (1994), conceitua qualidade como: “a totalidade das características de um produto que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explicitas e implícitas de seus usuários.” O autor define então qualidade como:

Conjunto de propriedades de um bem ou serviço que redunde na satisfação das necessidades dos seus usuários, com a máxima economia de insumos e energia, com a máxima proteção a saúde e integridade física dos trabalhadores na linha de produção, com a máxima preservação da natureza. (THOMAZ, 2001, p.44).

Dessa forma qualidade pode ser definida através do diagrama da Figura 2. Interpreta-se que vários fatores são esInterpreta-senciais e devem Interpreta-ser atendidos para Interpreta-se atingir a qualidade, todos esses fatores juntos, acabam por atender a satisfação do usuário, assim alcançando a qualidade no seu produto.

Figura 2: Diagrama conceitual para definição da qualidade

(27)

Thomaz (2001) diz que toda empresa que se preocupa com a qualidade de suas obras, deve ter um “Manual de Qualidade”, o qual seria um regimento de politica, normas e diretrizes a serem seguidas, a fim de se obter o máximo de qualidade em seus empreendimentos. Para isso tudo, deve-se haver um “Sistema de Qualidade”, que são os procedimentos intrínsecos para a implantação da gestão de qualidade na organização em questão.

Segundo Ishikawa (1986 apud THOMAZ, 2001, p. 47), “controlar a qualidade é controlar fatos: às vezes as pessoas ignoram isto e confiam na sua própria experiência, no seu sexto sentido ou em sentimentos umbilicais”.

Para Deming (1990), existem 14 princípios essenciais, os quais considera básico para o desenvolvimento e a gestão da qualidade, são eles:

a) Estabelecer a filosofia da continua melhoria da qualidade de produtos e serviços; b) Adotar a nova filosofia em todos os níveis;

c) Não se basear no controle do produto final para atingir a qualidade;

d) Não fechar negócios considerando apenas o fator “preço”; minimizar o custo total do bem produzido trabalhando com o menor número possível de fornecedores;

e) Melhorar constantemente todos os processos de planejamento, produção e controle; f) Implantar o continuado treinamento da força de trabalho;

g) Incentivar o desenvolvimento das lideranças;

h) Eliminar o receio dos trabalhadores em exporem suas opiniões;

i) Eliminar a compartimentação entre departamentos ou setores da empresa; j) Eliminar “slogans”, dogmas e metas de produção para a força de trabalho; k) Estabelecer metas de produção somente para a gerência;

l) Eliminar prêmios baseados unicamente na produção;

m) Instituir programas de aperfeiçoamento para os funcionários de todos os níveis; n) Motivar a todos para que as transformações na empresa possam ser atingidas.

De acordo com Carpinetti, Miguel e Gerolamo (2011) para se entender o conceito de qualidade, primeiro devem-se conhecer as características que compõe a qualidade de um produto, as quais são demonstradas no Quadro 1.

(28)

Quadro 1 - Parâmetros da qualidade de produto

Desempenho técnico ou funcional Grau com que o produto cumpre a sua missão ou função básica.

Facilidade ou conveniência de uso Inclui o grau com que o produto cumpre funções secundárias que suplementam a função básica.

Disponibilidade Grau com que o produto encontra-se

disponível para uso quando requisitado

Confiabilidade Probabilidade que se tem de que o produto,

estando disponível, consegue realizar sua função básica sem falhar, durante um tempo predeterminado e sob determinadas condições de uso.

Mantenabilidade (ou manutenibildiade) Facilidade de conduzir as atividades de manutenção no produto, sendo um atributo do projeto do produto.

Durabilidade Vida útil média do produto, considerando

os pontos de vista técnico e econômico.

Conformidade Grau com que o produto encontra-se em

conformidade com as especificações de projeto.

Instalação e orientação de uso Orientação e facilidades disponíveis para conduzir as atividades de instalação e uso do produto.

Assistência técnica Fatores relativos à qualidade dos serviços

de assistência técnica e atendimento ao cliente.

Interface com o usuário Qualidade do ponto de vista ergonômico,

de risco de vida e de comunicação do usuário com o produto.

Interface com o meio ambiente Impacto no meio ambiente, durante a produção, o uso e o descarte.

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partir de seus órgãos sensoriais.

Qualidade percebida e imagem da marca Percepção do usuário sobre a qualidade do produto a partir da imagem e reputação da marca, bem como sua origem e fabricação.

Fonte: CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO (2011) – adaptado pelo autor.

De acordo com os autores, os parâmetros mencionados acima, devem ser seguidos para se atender à qualidade.

Para oferecer produtos ou serviços melhores ou diferentes do que a concorrência oferece é preciso investir em melhorias do produto ou serviço de forma a torna-lo mais atrativo; como certamente a concorrência logo percebe esse movimento de mudança, e tenta fazer o mesmo processo, o processo de melhoria continua acaba se tornando algo inevitável; como a melhoria de produtos é resultante da melhoria dos processos e de aspectos-chaves da qualidade, por consequência, a melhoria continua de produtos ou serviços implica necessariamente na melhoria continua dos processos produtivos. (CARPINETTI; MIGUEL; GEROLAMO, 2011, p.8).

TQM – Total Quality Management acaba se tornando uma estratégia de fazer negócios, que tem por fim aumentar a competitividade entre as empresas por meio de uma gestão de qualidade.

De acordo com Fragoso (2013), o emprego e o uso de normas técnicas têm por objetivo influenciar no desempenho de um produto, fazendo com que ele atinja os seus requisitos mínimos, dessa forma o tornando um produto com qualidade.

As normas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança, mas também podem orientar procedimentos, padronizar... Por isso ao utilizar uma norma, o fabricante ou prestador de serviço economiza em estudos e pesquisa e praticamente elimina os riscos de errar. E o grande beneficiado é o consumidor. (FRAGOSO, 2013, p.3).

Segundo Floyd (1991 apud THOMAZ 2001), sistemas de qualidades necessitam serem encarados como ferramentas gerenciais, pois só assim, podem contribuir de forma significativa para o sucesso da empresa e seus empreendimentos.

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Quadro 2 - Organização dos sistemas de qualidade em c construtoras segundo Floyd

Fonte: THOMAZ (2001)

De acordo com o Quadro 2, a partir das teorias de Floyd (1991), a qualidade em construtoras deve ser dividida, primeiramente deve-se especificar cada função específica para cada colaborador, desde o chão de fábrica até a alta direção. Posteriormente as etapas de gerenciamento e interfaces devem ser bem elaboradas, pois é nessas onde haverá um controle dos processos, assim como a responsabilidade por parte dos colaboradores, e finalmente, após essas funções, vem a documentação, na qual é seguido o sistema de gestão da qualidade, procurando o controle dos processos anteriores.

Segundo Garvin (2002 apud FROEMMING, 2017, p. 20), diz que existem oito conceitos básicos de uma organização, para se atingir a qualidade, são eles:

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a) Desempenho: refere-se às características operacionais básicas do produto;

b) Características: são as funções secundárias do produto, que suplementam seu funcionamento básico;

c) Confiabilidade: reflete a probabilidade de mau funcionamento de um produto; d) Conformidade: refere-se ao grau em que o projeto e as características operacionais de um produto estão de acordo com padrões preestabelecidos;

e) Durabilidade: refere-se à vida útil de um produto, considerando suas dimensões econômicas e técnicas;

f) Atendimento: refere-se à rapidez, cortesia, facilidade de reparo ou substituição; g) Estética: refere-se ao julgamento pessoal e ao reflexo das preferências individuais;

h) Qualidade percebida: refere-se à opinião subjetiva do usuário acerca do produto (FROEMMING, 2017, p.20).

2.4. CICLO PDCA

De acordo com Pacheco, Salles e Garcia (2005), Ciclo de Deming, Ciclo da Qualidade ou ainda Clico de Shewart, se referem todos ao conhecido Ciclo PDCA – (P: Plan, D: Do, C:

Check, A: act). Em português: P: planejar; D: desempenhar; C: checar; A: agir. Este ciclo é

uma metodologia que busca diagnosticar e analisar problemas em organizações, sendo ele uma das maneiras mais úteis de se obter soluções sensatas para possíveis imprevistos. A finalidade é controlar todos os processos dentro de uma organização por meio de um regimento, tal regimento seguindo: normas, diretrizes e leis. Essa metodologia do ciclo está diretamente ligada ao conceito de processo, pois analisa os processos dentro de uma instituição, procurando sempre uma resolução.

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Figura 3- Ciclo PDCA

Fonte: MATTOS (2010)

Conforme demonstrado na Figura 3, uma forma mais simplificada de entender o ciclo é:

a) P = Plan/Planejar: onde ocorre o estabelecimento de um plano de ações, a qual busca atingir um resultado;

b) D= Do/Executar: parte do ciclo onde é executado tudo o que foi planejado na etapa anterior, é onde se implementa o que foi planejado.

c) C= Check/Checar: parte crucial onde se compara os dados da execução com o que foi planejado

d) A= Act/Agir: fase onde é feita as correções ou melhoras nos problemas encontrados durante a execução, após os mesmos terem sido checados.

Mattos (2010), afirma que o Ciclo PDCA é um planejamento de melhoria contínua, pois sempre se deve procurar melhorar todos os processos dentro de uma organização, desde o mais simples até o mais complexo. Dessa forma, sempre são estudadas as técnicas, normas, diretrizes e formas de executar determinado serviço, buscando sempre usar a boa técnica e deixar o conhecimento empírico de lado.

O autor ainda afirma que planejamento não é uma missão técnica, mas sim um compromisso de todos, que envolva os trabalhadores até a gerência de uma organização. Se

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caso o que for planejado, não está de acordo com o quarto quadrante do ciclo – agir – o gestor deve então revisar o seu planejamento, para que o empreendimento consiga voltar ao seu rumo. Devido a contratempos, acaba sendo comum que as durações previstas nos cronogramas sejam extrapoladas, nesse aspecto é crucial atentar-se ao terceiro quadrante do ciclo – checar – pois vai ser através dele que será visto se é ou não necessário refazer o planejamento do empreendimento, buscando alcançar o objetivo final dentro do prazo estipulado. Mattos (2010).

Segundo Alves (2018), a fase de “P” - planejar do ciclo PDCA, é a mais importante do mesmo, pois é nela que serão estipuladas as metas a serem alcançados, os recursos empregados na busca da realização dessas metas, e o tempo que será destinado a cada tarefa ou processo. Já no “D” – desenvolver, tudo o que foi projetado na fase anterior, acaba sendo colocado em prática, é nessa parte do ciclo que as tarefas são feitas de forma gradual e organizada. “C” – checar é a parte do ciclo onde deverá ser checado, analisado, tudo o que foi planejado e desenvolvido nos ciclos anteriores, porém para essa checagem ser satisfatória, todas as ações executadas antes, dentro do “D”, devem estar devidamente padronizadas. E por último, no “A” – agir é a etapa onde se vê, e se aplica os métodos da melhoria contínua, é nessa etapa, que após analisada os outros ciclos, é a formada a necessidade de instituir novos processos dentro de uma organização.

2.5. NORMAS ABNT ISO

2.6.1 ISO 9000 – Sistemas de gestão de qualidade: Fundamentos e vocabulário

De acordo com a segunda versão da ISO 9000:2005, as normas desta família foram criadas com o intuído de desenvolver as organizações, na operação e/ou implementação em um sistema de gestão de qualidade. Dentro da família de normas ISSO 9000, se destacam as seguintes:

- ABNT NBR ISO 9000; descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece a terminologia para esses sistemas;

- ABNT NBR ISO 9001; especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam os requisitos do cliente e das outras partes interessadas; (ISO 9000, 2005, p. 5)

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De acordo com Melhado (1999), as normas da família ISO 9000, são uma forma de aumentar e melhorar a relação entre os agentes de um empreendimento. Essa busca pela melhoria da relação, cria a necessidade de se elaborar metodologias específicas para atender os requisitos da qualidade.

Desta forma a ISO 9000, passa a ser uma maneira de aumentar a vantagem competitiva entre as empresas. Em busca pela adequação a esta norma, acaba elevando a qualidade final do produto, tendo em vista que a ela estabelece parâmetros para que os processos melhorem, os quais influenciam nos resultados (DEPEXE; PALADINI, 2012).

Controlar de maneira transparente e o mais sistemática possível é um dos passos para conduzir e posteriormente conseguir operar com sucesso uma empresa, porém para isso se consolidar deve-se levar em conta, as considerações das partes interessadas, no caso, empresa e cliente (ISO 9000, 2005).

Dessa forma a alta direção de uma empresa, deve-se a atentar a oito itens que são intrínsecos a qualidade, os quais são;

a) Foco no cliente; b) Liderança;

c) Envolvimento de pessoas; d) Abordagem de processo;

e) Abordagem sistêmica para gestão; f) Melhoria contínua;

g) Abordagem factual para tomada de decisão;

h) Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores;

A norma ainda preconiza, que cada cliente tem a sua exigência característica de um produto, dessa forma atender as exigências e as características impostas pelo cliente, acarretam na sua aprovação. Sendo assim é o cliente que irá aceitar ou não o que ele exige, é o mesmo que irá dizer no final de todos os processos se as características e exigências impostas por ele foram atendidas.

Conforme a Figura 4 existe um ciclo de tarefas e processos que buscam a melhoria contínua na gestão da qualidade. Este sendo iniciado por parte de um cliente, onde o mesmo que preconiza os requisitos que devem ser atendidos para a satisfação própria, dai em diante, ocorre o ciclo apresentado na figura, todos buscando a satisfação do cliente.

(35)

Figura 4 - Melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade

Fonte: ISO 9000 (2005)

2.7.1 ISO 9001 – Sistemas de gestão de qualidade: Requisitos

Buscando a melhoria contínua, procurar a adoção ou implementação de um programa de qualidade acaba se tornando uma decisão estratégica para a empresa, pois gera uma base de dados para uma constante evolução (ISO 9001, 2015). A norma ISO 9001 (2015, p.7) preconiza potenciais benefícios que a adoção de um sistema de gestão de qualidade pode apresentar, são eles:

a) A capacidade de prover consistentemente produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis; b) Facilitar oportunidades para aumentar a satisfação do cliente;

c) Abordar riscos e oportunidades associados com seu contexto e objetivos; d) A capacidade de demonstrar conformidade com requisitos especificados de

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Segundo Ferreira e Silva (2019), a ISO 9001 consegue auxiliar as empresas que buscam a certificação em um programa de qualidade, pois é através desta que surge uma documentação, com formulários, registros e conformidades, capaz de garantir a existência de um controle dentro da organização.

De acordo com Silva e Morais (2018), o cenário atual da construção civil brasileira, deixa a desejar no quesito qualidade, desta forma as empresas buscam correr atrás de resultados que venham a ser satisfatórios. É aí onde entra a ISO 9001, pois as empresas buscam utilizar essa norma visando a qualidade e desempenho das edificações.

Devem-se adotar infinitas maneiras de promover a melhoria contínua, os quais devem ser baseados nas necessidades e problemas enfrentados pela empresa, buscando dessa forma uma crescente dinâmica na melhoria. Se for necessário, devem-se haver inovações, reorganizações internas e externas, assim como rupturas de processos com deficiências (ISO 9001, 2015).

2.8.1 PBQP-h: Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no habitat

Em dezembro de 1998, mais especificamente no dia 18, surge através da Portaria nº 134 do Ministério de Planejamento e Orçamento o PBQP-h, programa criado pelo Governo Federal para alavancar a construção civil. Este preconiza dois assuntos principais, são eles: a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva. (Ministério das cidades, 2020).

A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se destacam: avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais, formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O objetivo, a longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva, que propicie soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em especial, a produção habitacional de interesse social. (PBQP-h, Web. p.1).

O ambiente tecnológico em constante desenvolvimento, assim como a melhoria nas práticas de gestão, é uma das virtudes do PBQP-h. O mesmo procura potencializar de forma eficiente o uso de recursos financeiros, que vêm de variadas fontes, como: FGTS, Poupança, OGU. Os quais são aplicados por órgãos financeiros, tais como: CEF, BNDES, FINEP,

(37)

SEBRAE, SENAI. Ainda outro princípio do programa é a atuação integrada do poder público, para ampliar a otimização dos recursos e das ações, aumentando a sintonia entre as políticas de habitação municipais, estaduais e federais (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2020).

De acordo com Froemming (2017), o cenário atual para as construtoras e incorporadoras não é o melhor possível, pois as mesmas ainda enfrentam e sofrem com as crises politicas e econômica, dessa forma, a busca pelo aumento da competitividade e da qualidade, acaba sendo atrativa para as empresas, que dessa forma passam a enxergar o PBQP-h – Programa

Brasileiro de Qualidade e Produtividade no habitat, como uma melhoria e adequação dos

processos considerados valiosos para as empresas. Deste modo, o programa de produtividade e qualidade é cada vez mais empregado no setor da construção civil brasileira.

Adotar um sistema de gestão é um dos passos para se alcançar a qualidade dos seus produtos, este deve atender todos os requisitos solicitados e especificados em um SGQ, pois é através deste que acontece o processo de melhoria contínua (FARIA; ARANTES, 2012).

O PBQP-H é um programa do governo federal que tem o objetivo de incentivar a iniciativa privada no setor da construção civil, pois, atua subsidiando (financiando) empreendimentos certificados e oferecendo ao empresário um plano de gestão atualizado. (LOIOLA; BERNARDI. 2015. p.80).

Ainda de acordo com Loiola e Bernardi (2015), o PBQP-h procura de um modo geral, aprender e adquirir novas tecnológicas construtivas, melhorando os processos produtivos, padronizar a qualidade dos materiais, criar uma mão de obra igualmente qualificada, para que com essas diretrizes consiga diminuir os custos da construção.

Conforme a Figura 5, pode-se ver a hierarquia do programa, o GAT – Grupo de

Assessoramento Técnico – e o CTECH – Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação. São grupos que dividem a responsabilidade de incentivar a melhoria da

qualidade e o aumento da produtividade da construção civil brasileira, e de apoiar as inovações tecnológicas no setor de habitação e no ambiente construído (PBPQ-h, 2018).

(38)

Figura 5 – Sistemas de avaliação das conformidades

Fonte: http://pbqp-h.mdr.gov.br/estrutura.php

São estes, GAT e CTECH que coordenam os sistemas de avaliação, qualidade e conformidades. Dentro destes existem três sistemas que devem ser atendidos, SiAC – Sistema

de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil –

SiMaC – Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Produtivos – e o SiNAT – Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores.

2.9 A QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com Thomaz (2001), existem algumas falhas que podem acarretar na falta de qualidade no ramo da construção, as quais podem acontecer devido a problemas no: gerenciamento, processo, mão de obra, equipamento, material e projeto. Se todos os setores dentro de uma empresa não forem considerados, não se atingirá a qualidade, pois todos os processos desde o projeto até a entrega englobam o termo, se este não receber a devida atenção, a qualidade não será atingida.

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A falta de gestão influencia diretamente no canteiro. Às vezes a falta do planejamento ou ainda sua ineficiência só traz prejuízos para a obra, tais como: excesso de perdas durante a execução, pausas seguidas e desnecessárias (HANDA; LANG, 1988).

Segundo Araujo e Rivelini (2016), é possível notar a evolução da qualidade em empresas que implantam um SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade -. Pois, este sistema enfatiza que, através das auditorias os gestores vão se adaptando e buscando evoluir. Desse modo, a implantação do sistema acaba por gerar uma melhoria contínua, pois atende metas pré-estabelecidas.

A improvisação ao executar um processo é um dos fatores que podem reduzir a qualidade, esta acontece muitas vezes devido a etapa anterior estar inacabada. Dessa forma, acaba causando um ciclo de realização de etapas subsequentes, onde as anteriores estão incompletas, fazendo consequentemente uma “gambiarra” para se conseguir executar um serviço (SOMMER, 2010).

Para Thomaz (2001), a qualidade de uma obra ao longo da sua vida útil, dependerá exclusivamente da qualidade do projeto. É comum ver muitos empreendedores entenderem um projeto somente como um conjunto de pranchas, muitas destas ainda com a falta de detalhamento específico, assim como a falta de especificação de materiais, o que acaba contribuindo com a má qualidade da construção.

(40)

3 METODOLOGIA

3.1. MÉTODO DE PESQUISA

De acordo com Gil (2002), a pesquisa se classifica como descritiva, pois uma das características deste trabalho é a coleta de dados na forma de questionário. A pesquisa ainda tem caráter quantitativo, pois através da pesquisa de campo, atingiu-se a uma quantidade “x” de respostas. Também, se enquadra como qualitativa, pois através da mesma se consegue ter uma ideia de como é a realidade estudada. Segundo Assis (2009), a modalidade de pesquisa usada no trabalho é definida como aplicada, pois tem como objetivo a investigação de problemas reais.

Dessa forma, procura-se ter conhecimento dos problemas enfrentados na realidade de uma cidade pequena. Buscando analisar quais problemas os profissionais apontam, sendo relacionados ao: projeto, orçamento, acompanhamento, execução e a qualidade final do produto.

3.2. TÉCNICAS DE PESQUISA

O delineamento da pesquisa pode ser visto na Figura 6, através do fluxograma elaborado.

Figura 6 – Delineamento do trabalho

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Conforme a Figura 6, primeiramente procedeu-se a revisão bibliográfica, buscando definir o que é planejamento, padronização de processos, qualidade, assim como as normas relacionadas à gestão e qualidade de obras.

Posteriormente foi realizada uma coleta de dados, em forma de questionário, este elaborado de acordo com as tabelas exemplificadas por Thomaz (2001). As metodologias do autor nortearam e instruíram a elaboração do questionário para a realidade estudada, o qual pode ser encontrado nos Apêndices.

O método de pesquisa teve enfoque em duas partes cruciais, sendo referente ao profissional/responsável técnico pelas obras e com a execução das mesmas. O questionamento apurou dados de oito profissionais que atuam na cidade de Pejuçara/RS, sendo entre eles seis Arquitetos e Urbanistas e dois Engenheiros Civis.

Posterior à coleta de dados, realizou-se uma análise de cada questão levantada aos profissionais, buscando ver os pontos positivos e negativos de cada questionamento. A análise quantitativa se deu através da quantidade de respostas e seus respectivos pesos, que variam de 1 a 5, como pode ser visto no Apêndice A e também através da quantidade de vezes em que um respectivo peso (resposta) se repetia. A análise qualitativa ocorreu com as mesmas questões, visto que as respostas tinham pesos diferentes, criando assim um parâmetro de qualidade e realidade para cada questionamento.

Por meio dos dados quantitativos e qualitativos resultantes da pesquisa, realizou-se três análises comparativas: em relação ao PBQP-h, em relação a ISO e a qualidade ideal para obras. Estas comparações foram feitas com base nos dados apurados através dos questionários apresentados nos Apêndices A. Este foi elaborado com o intuito de conhecer e mensurar, como é a realidade estudada, para assim se comparar e ver os pontos satisfatórios e insatisfatórios, buscando assim apontar possíveis soluções para os pontos negativos.

(42)

4 RESULTADOS

Inicialmente, apresenta-se os resultados obtidos em campo do questionário aplicado aos profissionais da cidade de Pejuçara/RS. Por meio de sua análise, elenca-se os pontos positivos e negativos, para posteriormente realizar as possibilidades de aplicação do PBQP-h, da norma ISO, e, também as diretrizes necessárias para o alcance da qualidade ideal para obras, mas sem levar em conta o atendimento a normas.

4.1 ANÁLISE DOS DADOS

Serão apresentados os dados (qualitativos e quantitativos) apurados com o questionamento aos profissionais, bem como sua análise, abordando os aspectos positivos e negativos de cada um deles. Está dividido em duas etapas, sendo o primeiro relativo ao profissional e a segunda em relação à execução.

4.1.1 Relativos ao projeto e ao profissional responsável

É de crucial importância conhecer o meio em que os profissionais atuam e sua opinião sobre. Dessa forma, a primeira parte do questionário teve enfoque no profissional técnico, buscando saber seu conhecimento do mercado em que atuam, se buscam qualificações, como é feito os projetos, além de saber como a mão de obra trabalha.

Através da Figura 7, pode-se compreender o quanto os profissionais questionados possuem conhecimento do mercado onde atuam. Desta forma, quanto melhor for o conhecimento de sua realidade, mais veracidade há nos próximos questionamentos. A demanda da realidade estudada é bem conhecida pelos profissionais que atuam, visto que a maioria diz que tem muito ou pleno conhecimento neste quesito.

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Figura 7 – Conhecemos bem o mercado atual, assim como a demanda da cidade.

Fonte: Autoria própria (2020)

Os dados apresentados na Figura 8 em relação ao uso de materiais diferentes do usual, de métodos construtivos novos, para evitar problemas, pode-se observar que a maioria dos profissionais evita usar métodos novos durante a execução das obras. Isto tem um lado positivo, o qual evita erros de execução ou queda na qualidade do produto, devido à mão de obra não ter conhecimento de novos métodos. Por outro lado, a falta de inovação faz com que não se conheça novas práticas que podem aumentar a eficiência da mão de obra.

Figura 8 – Evitamos usar materiais diferentes do usual, métodos construtivos novos, a fim de evitar problemas.

Fonte: Autoria própria (2020)

Analisando se os profissionais responsáveis pelo projeto e execução buscam atualizações referentes a materiais, métodos construtivos e softwares, de acordo com a Figura 9, nota-se que a maioria dos profissionais, mais de 70% buscam qualificações. Contudo, todas voltadas a

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o cliente a investir. Dessa forma, causa uma satisfação maior do cliente devido a ele já saber como ficará o produto final. Ainda, muitos procuram especializações em materiais de construções, para que possam sempre se manter atualizados.

Figura 9 - Os profissionais responsáveis pelo projeto e execução, sempre buscam atualizações referentes a materiais, métodos construtivos e softwares. Se sim, quais?

Fonte: Autoria própria (2020)

Nota-se através da Figura 10, abordando os processos produtivos in loco e sua racionalização, com emprego ou não equipamentos modernos, que a grande maioria dos profissionais busca racionalizar os processos produtivos in loco, a fim de evitar desperdício de materiais. Porém, essa racionalização segundo eles depende exclusivamente da colaboração da mão de obra, visto que essa deve ser qualificada para a execução dos processos e ainda, preocupada com sua racionalização. Desta forma observa-se que 50% dos profissionais se preocupam com o uso de materiais e equipamentos. E que 37,5%, preocupam-se quando é usado algum método ou equipamento novo, sabendo que nesse caso, o acompanhamento deve ser mais rígido, a fim de evitar problemas por insuficiência.

(45)

Figura 10 - Os processos produtivos in loco, são bem racionalizados? Emprega-se o uso de equipamentos modernos. Se sim, quais?

Fonte: Autoria própria (2020)

Em relação ao projeto, a quantificação e orçamentação de material orçado e utilizado, segundo os dados da Figura 11, demonstra-se a mesma situação. É feito o orçamento e levantamento de material, porém o mesmo é sempre maior do que é estipulado inicialmente. Esta variação sempre é para mais, alguns afirmam que é devido a alterações durante a execução para atender as vontades do cliente e por problemas relacionados à execução. Observa-se que, quanto maior for à obra/empreendimento, mais tende a ser essa variação.

Figura 11 - Em relação ao projeto, a quantificação e orçamentação de material sempre condiz com o usado em obra? Tem-se conhecimento dessa divergência? Ou normalmente não se efetua esse cálculo?

Fonte: Autoria própria (2020)

Verificando se os projetos são bem detalhados, com especificações corretas e minuciosas tanto em pranchas como no memorial, pode-se notar através da Figura 12, que

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todos os profissionais elaboram de forma mais rica e completa possível os projetos, sendo estes bem detalhados, a fim de evitar problemas na parte executiva. Este aspecto não tem nenhum ponto negativo, pois quanto mais se detalha os projetos, menor será a chance de ocorrer falhas no canteiro. Alguns dizem que às vezes, mesmo com um projeto rico em detalhes ainda pode ocorrer erros, estes devido a falha de interpretação e leitura por parte do executor.

Figura 12 - Os projetos são bem detalhados, com especificações corretas e minuciosas tanto em pranchas como no memorial.

Fonte: Autoria própria (2020)

Segundo a Figura 13, mais de 80% das alterações ou readequações nos projetos é feita em tempo hábil, antes de se chegar nessa etapa da execução, observa-se que quase todas “as built” ou readequação de projetos, são feitas em tempo hábil antes de chegar nessa etapa da construção. Entretanto, para essa ser efetiva, o contratante deve solicitar as mudanças ao profissional em tempo hábil, para que só assim consiga-se faz as alterações necessárias, estas ainda, só serão feitas se o responsável achar coerente e segura. Busca-se sempre realizar essas alterações o quanto antes, fazendo com que se diminuía a chance de equívocos ou erros no momento da execução.

Referências

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