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4 RESULTADOS

4.2 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS REAIS COM O PBQP-H

De acordo com os resultados apresentados, pode-se notar que alguns elementos já são realizados de forma ideal e/ou correta, estando próximas as diretrizes do PBQP-h e SiAC. Ressaltando que, as mesmas são praticadas em uma cidade onde não existem empresas com a certificação do PBQP-h, em nenhum dos seus níveis.

Percebe-se que entre esses elementos realizados de forma ideal, os responsáveis técnicos se destacam, pois já fazem e/ou elaboram de forma correta ou o mais próximo possível ao ideal. Tendo em vista que, já conhecem o mercado, buscam qualificações, detalham bem os projetos, desde o mais básico até o orçamento, mesmo sem realizarem registros, fazem uma análise crítica para uma constante melhoria contínua.

Dessa forma, nota-se que estudando as diretrizes e normas do PBQP-h e adaptando as mesmas para a realidade estudada, percebe-se que os problemas e deficiências mais explícitas estão relacionados à mão de obra.

Para se alcançar a certificação do programa, a empresa deve estar empenhada em seguir e atender as diretrizes impostas pelo regimento do programa. Algumas dessas diretrizes gerais são: responsabilidade da direção da empresa, gestão de recursos, execução da obra, medição, análise e melhoria.

É de crucial importância definir as responsabilidades, gerenciar recursos (material, pessoas, equipamentos), planejar a execução e o cronograma da obra, para posteriormente se realizar a medição de serviços e materiais. Criando dessa forma, a documentação necessária, para a comprovação e obtenção da certificação do programa.

4.2.1 Responsabilidade da direção da empresa

Cabe à empresa evidenciar e afirmar seu comprometimento com um SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade), desde o desenvolvimento, implementação e com a sua forma de

melhoria contínua. É através desta responsabilidade que se deve elaborar a política de qualidade, os objetivos e os indicadores de qualidade da empresa, assim como as análises críticas pela direção da empresa. No Quadro 3, está demonstrado se os profissionais questionados atendem as normas e diretrizes do programa em relação a responsabilidade da direção da empresa, em caso de parecer favorável não é necessário a justificativa, pois entende-se que operam de forma correta ou próximo ao ideal.

Quadro 3 - Responsabilidade da direção da empresa

ATENDE JUSTIFICATIVA

NÃO Não se atende às responsabilidades firmadas com um SGQ, pois os profissionais da realidade estudada, não tem o PBQP-h inserido em suas empresas, em nenhum dos seus níveis de certificação. Dessa forma não há controle de registros, política de qualidade e de planejamento para a melhoria contínua.

Fonte: Autoria própria (2020).

Uma forma simples de usar essa normatização a favor do responsável, é adaptar as diretrizes do programa para a realidade em que ele atua. Dessa forma, começar aos poucos criando registros de suas obras. Estes registros podendo ser da empreitada global, começando a ver onde são os pontos necessários a se intervir, para desse modo conseguir estipular uma medida de correção, empregando a melhoria contínua.

4.2.2 Gestão de recursos

Para as obras que serão s executadas, a empresa deve prover de recursos necessários, assim como os ideais para a execução de um empreendimento. Estes recursos não se referem apenas a materiais, mas também a mão de obra, equipamentos e a infraestrutura em si da empresa. É nesta gestão de recursos onde se deve conhecer a competência da mão de obra, assim como o seu nível técnico, para que assim atinja-se a qualidade que o cliente espera. No Quadro 4, destaca-se se os profissionais questionados atendem as normas e diretrizes do programa para a gestão de recursos, em caso de parecer favorável não é necessário a justificativa, pois entende-se que operam de forma correta ou próximo ao ideal.

Quadro 4 - Gestão de recursos ATENDE JUSTIFICATIVA

NÃO Como os profissionais abordados trabalham com a mão de obra escolhida pelo cliente, acabam se tornando “reféns” da escolha do cliente, visto que muitas

vezes está mão de obra deixa a desejar, tanto em produtividade como qualidade técnica.

Fonte: Autoria própria (2020).

É importante o cliente/proprietário entender e escutar com atenção as indicações do responsável técnico, pois o mesmo já trabalhou com diferentes mestres de obras e suas respectivas equipes. Dessa forma, pode indicar e/ou apontar o caminho para uma mão de obra, com uma melhor técnica executiva, aumentando assim a qualidade do produto final.

Uma das formas de começar a mudar esse panorama, onde o cliente escolhe a mão de obra basicamente pelo custo monetário, é fazer com o que compreenda que é através da execução que se atingirá os resultados esperados por ele. Mostrando que a mão de obra deve estar no mesmo nível do projeto, pois de nada adianta um projeto bem elaborado e detalhado, se a mão de obra for precária a ponto de não conseguir executar o que é proposto.

4.2.3 Execução da obra

A etapa física da obra, sendo essa a execução, é de crucial importância para o profissional, pois é através do resultado controlado da execução por meio dos processos controlados, mão de obra qualificada e com materiais certificados, que será atendido o produto final almejado pelo cliente, buscando atender as características impostas por ele. O ideal para cada obra é criar o seu próprio Plano da qualidade da obra, tendo em vista, que uma é diferente da outra. É nessa etapa que se deve cuidar de forma direta a gestão de recursos, pois serão usados para atingir um resultado. Através do Quadro 5, demonstra-se se os profissionais questionados atendem as normas e diretrizes do programa na execução da obra, em caso de parecer favorável não é necessário a justificativa, pois entende-se que operam de forma correta ou próximo ao ideal.

Quadro 5 - Execução da obra ATENDE JUSTIFICATIVA

NÃO De acordo com a realidade estudada, não é atendido, pois os serviços não são controlados, muitas vezes são executados sem o acompanhamento ou instrução do profissional técnico. Além de que muitas vezes é o próprio cliente que compra o material necessário para a obra, tendo em vista a diminuição de custos, acaba-se optando por materiais de qualidade inferior. Ainda falta o registro do acompanhamento de serviços e de materiais controlados, também falta o projeto do canteiro assim como o destino dos resíduos sólidos.

Fonte: Autoria própria (2020).

Através de um estudo mais aprofundado do cronograma da obra, é possível elaborar um planejamento mais detalhado, criando uma ordem de etapas/serviços a serem feitos em busca do resultado final. Muitas vezes esse planejamento acaba não sendo feito, e quem toma estas decisões na maior parte das vezes é o mestre de obras dentro do próprio canteiro, visto que esse tem autonomia maior quando já é conhecido ou indicado pelo responsável.

É ideal demonstrar para o proprietário o quanto um material de qualidade baixa pode acabar prejudicando o resultado esperado. A melhor forma seria demonstrar e exemplificar para o cliente, fazendo assim com que reveja as suas escolhas.

4.2.4 Medição, análise e melhoria

É ideal fazer a análise da satisfação do cliente, isto ainda durante a execução, pois através desse monitoramento já se percebe se os requisitos solicitados estão sendo atendidos. Devem-se monitorar os processos, desde os mais básicos aos mais complexos, pois através disto é que se vê se são necessárias correções para garantir a qualidade final do projeto. No Quadro 6, indica-se se os profissionais questionados atendem as normas e diretrizes do programa para a medição, análise e melhoria. Em caso de parecer favorável não é necessário a justificativa, pois entende-se que operam de forma correta ou próximo ao ideal.

Quadro 6 - Medição, análise e melhoria

ATENDE JUSTIFICATIVA

NÃO Não é feita análises progressivas in loco, de serviço em serviço, para achar problemas e apontar soluções, é feita uma análise geral, procurando solucionar o problema com toda a mão de obra, até por que para as obras de pequeno porte da realidade estudada, poderiam ocorrer muitas paradas que atrasariam o cronograma.

Fonte: Autoria própria (2020).

Nota-se à dificuldade de aprender novos métodos, estes por parte dos operários, os quais já tem o conhecimento empírico que é passado de um para outro. Dessa forma, acabam apresentando uma resistência na aprendizagem de coisas novas, o ideal seria que o responsável técnico ensinasse e instruísse de forma correta os novos métodos.

Deve-se também mudar a forma de operação dos equipamentos, tendo em vista que ainda são operados de forma incorreta, o ideal seria o responsável instruir como uma forma de treinamento a mão de obra, procurando padronizar e racionalizar os processos, ou seja, distribuir funções especificas para cada operário e usar sempre aquele em questão para realizar determinada tarefa. Desse modo, estaria ocorrendo uma padronização do processo e consequentemente o aumento da qualidade, visto que o mesmo se tornaria uma referência.

Em desacordo com o PBQP-h ainda está a negligência ao uso dos EPI’s, os quais não são vistos como itens que possam trazer a segurança para a mão de obra. Dessa forma, cabe ao profissional instruir e demonstrar de forma eficiente os pontos positivos, e ainda, fazer a cobrança do uso, e em descaso por parte da mão de obra, deve-se notificar, autuar, para que dessa forma com o tempo o uso vire um hábito de todos.

Falta por parte da mão de obra a preocupação com o desperdício de material, o qual deveria ser punido se necessário. Pois, mesmo reaproveitando boa parte do material, sempre tem alguns que acabam por não sendo reaproveitados, gerando dessa forma custos maiores para o proprietário, além de gerar mais resíduos que venham a poluir o meio ambiente, deixando a obra com um apelo menos sustentável.

O ideal seria por parte do profissional, elaborar o layout do canteiro de obras, o qual poderia ser de crucial ajuda ao mestre de obras, pois poderia setorizar seus operários e evitar a

aglomeração de pessoas em pontos específicos da obra, assim como o trânsito dentro da mesma acabaria de ficar mais fluido. Um dos grandes pontos positivos da planta do layout do canteiro, é que dessa forma consegue separar operários, por suas funções, como por exemplo, ferreiros de um lado, marceneiros de outro, carpinteiros em outro e assim sucessivamente. Também, coordena a estocagem do material, evitando assim estocar materiais que serão usados em processos mais distintos. Além de que, essa organização do layout também contribui com o aumento a produtividade da mão de obra.

Ainda referente ao profissional, seria de grande valia gerar documentos de análise crítica das obras. Assim, sempre terá um parâmetro inicial de comparação, buscando sempre melhorar aquele aspecto, o qual depois de superado terá um histórico de documentos comprovando quais mudanças são efetivas ou não.

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