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Estudo das possibilidades de atuação de uma instituição de ensino superior (IES) no desenvolvimento regional

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VILMAR BUENO SILVA

ESTUDO DAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) NO DESENVOLVIMETO REGIONAL

Ijuí (RS) 2013

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ESTUDO DAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) NO DESENVOLVIMETO REGIONAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão de Organizações e Desenvolvimento, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI), para a

obtenção do título de Mestre em

Desenvolvimento.

Orientador: Prof. Dr. Dilson Trennepohl

Ijuí (RS) 2013

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S586e Silva, Vilmar Bueno.

Estudo das possibilidades de atuação de uma instituição de ensino superior no desenvolvimento regional / Vilmar Bueno Silva. – Ijuí, 2013. – 129 f. : il. ; 29 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Campus Ijuí). Desenvolvimento.

“Orientador: Dr. Dílson Trennepohl”.

1. IES. 2. Agentes econômicos locais. 3. Desenvolvimento regional. I. Trennepohl, Dílson. II. Título.

CDU: 378.4

Catalogação na Publicação

Aline Morales dos Santos Theobald CRB10/1879

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UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento – Mestrado

A Banca Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação

E

ESSTTUUDDOODDAASSPPOOSSSSIIBBIILLIIDDAADDEESSDDEEAATTUUAAÇÇÃÃOODDEEUUMMAAIINNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOODDEE

E

ENNSSIINNOOSSUUPPEERRIIOORRNNOODDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOORREEGGIIOONNAALL

elaborada por

VILMAR BUENO SILVA

como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Dilson Trennepohl (UNIJUÍ): ___________________________________________

Prof. Dr. Ademar Michels (FAHOR): ____________________________________________

Prof. Dr. David Basso (UNIJUÍ): ________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, em especial, a minha amada companheira Rosemari Amaral, que nos momentos mais cruciais estava ao meu lado, ajudando-me a ultrapassar os muitos obstáculos desta trajetória. Soube compreender, como ninguém, a fase pela qual eu estava passando. Compreendeu a importância deste trabalho para nós e sempre entendeu minhas dificuldades e minhas ausências.

Agradeço a todos os professores doutores que contribuíram para que ampliasse minha visão de mundo, evoluindo de uma visão da causalidade (causa e efeito) para uma visão sistêmica caótica, regida pela complexidade, o que faz posicionar-me diante da vida com um olhar diferenciado diante de diferentes realidades. Assim, cito-os com o maior orgulho de ter convivido com eles: Argemiro Luis Brum, David Basso, Denize Grzybovski, Dieter Rugard Siedenberg, Enise Barth Teixeira, Jorge Oneide Sausen, Lurdes Marlene Seide Froemming, Sandra Fernandes, Sérgio Luís Allebrandt.

Incluo, de forma especial, meu orientador, Professor Doutor Dilson Trennepohl, que, deste o início, assumiu o compromisso de trabalbar o tema proposto, de forma entusiasmada. Neste trabalho, há de se considerar o desenvolvimento em conjunto orientando/orientador mais as contribuições do Professor Davi Basso. Logicamente, agradeço a Unijuí, na pessoa da Elisa Eickhoff Ledermann, sempre prestativa e proativa com suas obrigações.

Agradeço, também, a Faculdade de Horizontina (FAHOR) e ao Coordenador da Engenharia de Produção, Ademar Michels, por permitir meu afastamento, entendendo as razões que me levaram a fazer a pesquisa no tempo exigido, bem como pelo incentivo demostrado durante o período do curso.

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Cada ser complexo é constituído por uma pluralidade de tempos, ramificados uns nos outros segundo articulações sutis e múltiplas. A história, seja a de um ser vivo ou de uma sociedade, não poderá nunca ser reduzida à simplicidade monótona de um tempo único, quer esse tempo cunhe uma invariância, quer trace os caminhos de um progresso ou de uma degradação. Prigogine; Stengers

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RESUMO

O presente trabalho aborda as possibilidades de contribuição das Instituições de Ensino Superior (IES) na qualificação dos agentes econômicos locais para o desenvolvimento regional. Assim, foram pesquisadas IES em diferentes países as quais são referência nas formas de contribuir para o fortalecimento dos agentes econômicos e, consequentemente, de promover o desenvolvimento regional. Também são destacadas duas IES brasileiras que são proeminentes nas suas formas de atuação com os agentes econômicos, e que colaboram de modo significativo no desenvolvimento das regiões onde estão inseridas. Assim, este trabalho tem por objetivo apresentar possibilidades e estratégias de atuação de IES na participação da qualificação dos agentes econômicos locais, refletindo no desenvolvimento regional. Para isso, procedeu-se a um estudo de caso realizado na Faculdade Horizontina (FAHOR), que desenvolveu sua estratégia de atuação considerando sua dimensão e o contexto econômico de que faz parte. Como resultado de uma atuação mais direta, apresenta-se a melhoria nos sistemas de produção de alguns dos agentes econômicos.

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ABSTRACT

This paper discusses the possibilities of contribution of Higher Education Institutions (HEIs) in the qualification of local economic agents forward regional development. Therefore it was surveyed HEIs in different countries which are references in the forms to contribute to the strengthening of economic agents and thereby promoting regional development. It is also highlighted two Brazilian HEIs which are prominent in their ways of working with economic agents, which collaborate in a meaningful way in the development of the regions where they work in. This work aims to present possibilities and performance strategies of HEIs in the participation of qualification of the local economic agents, reflecting the regional development. For this, it proceeded to a case study conducted at the FAHOR College, which developed its performance strategy considering its size and economic context which it is part. As a result of more direct action, it shows the improvement in production systems of some economic agents.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: A população de Horizontina de 1970 a 2010 segregada em rural e urbana ... 61

Tabela 2: A renda per capita e o IDESE, comparados às cidades de Santa Rosa e Porto Alegre ... 63

Tabela 3: Produtividade por hectares por saca de 60Kg ... 64

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Agricultura não mecanizada... 28

Figura 2: Interação entre a IES e a realidade ... 29

Figura 3: Modelo para o NET: inovação e o mercado ... 38

Figura 4: Modelo Estadista ... 44

Figura 5: Modelo Laissez – Faire ... 44

Figura 6: Modelo Tríplice Hélice ... 45

Figura 7: A recoconstrução dos arranjos instucionais ... 46

Figura 8: Localização do município de Horizontina ... 54

Figura 9: Acesso rodoviário a Horizontina... 55

Figura 10: Fábrica de máquinas agrícolas ... 59

Figura 11: Evolução da educação de Horizontina ... 62

Figura 12: Gráfico da produção em toneladas das principais culturas ... 65

Figura 13: Produção dos principais tipos de rebanho ... 66

Figura 14: Unidade de engorda na propriedade do Sr. Fronza ... 67

Figura 15: Gráfico da produção e a produtividade leiteira ... 68

Figura 16: Estábulo de uma pequena propriedade... 69

Figura 17: Indústria de Horizontina... 70

Figura 18: Peso da indústria no PIB de Horizontina ... 71

Figura 19: Os agentes de serviços acumulados em grupos afins ... 73

Figura 20: Despesas x receitas orçamentárias de Horizontina ... 74

Figura 21: Campus da FAHOR ... 76

Figura 22: Organograma do FAHOR ... 79

Figura 23: Organograma do NAEMP ... 82

Figura 24: Sistema de produção desestruturado de uma empresa conveniada ... 86

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Figura 26: Mapeamento do fluxograma do processo ... 87

Figura 27: Arranjo físico esquemático ... 88

Figura 28: Arranjo físico em perspectiva real da área ... 89

Figura 29: Instrução de trabalho e plano de controle criado para a empresa ... 90

Figura 30: VSM atual ... 93

Figura 31: VSM futuro ... 94

Figura 32: Projeto do acadêmico ... 95

Figura 33: Instalações e área de armazenagem do leite indicado (seta) ... 96

Figura 34: Área e processo anterior à instalação de robôs ... 97

Figura 35: Comparação entre o robô e o processo manual... 98

Figura 36: As células com robôs de solda ... 99

LISTA DE QUADROS Quadro 1: Empresas conveniadas com o NAEMP ... 84

Quadro 2: Os projetos com as empresas conveniadas ... 91

Quadro 3: TFCs com aplicação práticas em empresas no ano 2012 ... 99

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LISTA DE ABREVIATURAS

APL - Arranjo Produtivo Local

CPPG - Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação

CFJL - Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann ERP - Planejamento dos Recursos da Empresa

FAHOR - Faculdade de Horizontina FEE - Fundação de Economia e Estatística FMEA - Metodologia de Modo e Efeito de Falha

HCMUT - Ho Chi Minh City University of Technology IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IDESE - Índice de Desenvolvimento Socioeconômico IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IEL - Instituto Euvaldo Lodi

IES - Instituição De Ensino Superior

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INESCER - Instituto de Educação Superior do Centro da República ISAEC - Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura ITEC - Incubadora Tecnológica de Caxias do Sul

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MASP - Metodologia de Análise e Solução de Problemas MEC - Ministério da Educação e Cultura

MPEs - Micro e Pequenas Empresas

MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts MITIM Co - Investment Company Management NAEMP Núcleo de Apoio Empresarial

NID - Núcleo de Inovação e Desenvolvimento

NET Inovação - Núcleo de Empreendedorismo Tecnológico

OECD - Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica 8D -Solução de Problemas em 8 Disciplinas

PIB - Produto Interno Bruto

PME - Pequenas e Médias Empresas PMH- Prefeitura Municipal de Horizontina RS - Rio Grande do Sul

SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SGQ - Sistema da Garantia da Qualidade

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SLC - Schneider Logemann Company Ltda TFC - Trabalho Final de Curso

TI - Tecnologia da Informação TQM -Total Quality Management UCS - Universidade de Caxias do sul

UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UT - Universidade de Tóquio

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 14

1 A IMPORTÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL ... 23

1.1 A Universidade de Tóquio ... 25

1.2 A Universidade de Tecnologia do Vietnã e o projeto Ho Chi Minh City ... 27

1.3 A Universidade da Dinamarca ... 30

1.4 Instituto de Tecnologia de Massachusetts ... 33

1.5 Instituto de Educação Superior do Centro da República (INESCER) ... 35

1.6 Universidade de Caxias do Sul (UCS) ... 36

1.7 Universidade Estadual de Campinas – SP (UNICAMP) ... 39

1.8 Perspectivas do Modelo Tríplice Hélice ... 42

1.9 Perspectivas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico ... 48

2 O CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO LOCAL E REGIONAL ... 53

2.1 A Formação do Município de Horizontina – RS ... 53

2.1.1 Localização e Aspectos Naturais ... 53

2.1.2 O Processo de Colonização ... 56

2.1.3 O Desenvolvimento Socioeconômico ... 58

2.2 Caracterização dos Agentes Econômicos do Município ... 61

2.2.1 Os Produtores Rurais (Familiares) ... 64

2.2.2 As Empresas do Setor Industrial ... 69

2.2.3 Os Agentes Prestadores de Serviços ... 72

2.2.4 O Setor Público ... 74

3 A EXPERIÊNCIA DA FAHOR NO APOIO AO DESENVOLVIMENTO REGIONAL ... 76

3.1 Gênese da FAHOR e seu Projeto Institucional ... 76

3.2 O Núcleo de Apoio Empresarial ... 79

3.3 Os Projetos de Assessoria ... 83

3.4 Os Projetos das Disciplinas Teórico-Práticas ... 91

3.5 Os Trabalhos de Final de Curso ... 96

4 POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO DE UMA IES NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL ... 101

4.1 Conhecimento da Realidade Local e Regional ... 101

(14)

4.3 Capacitação Científica e Tecnológica ... 111

4.4 Articulação de Políticas Públicas de Desenvolvimento ... 114

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 117

REFERÊNCIAS... 122

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INTRODUÇÃO

Com a internacionalização da economia que se intensificou com o avanço da tecnologia da informação e comunicação concomitantemente aos meios de transporte, o movimento de capitais tornou-se muito rápido buscando oportunidades de ganhos mais expressivos, e isso impacta diretamente nas empresas e nas regiões pelos efeitos da volatilidade do fluxo de capital. Diante desse processo, torna-se imperativo que regiões economicamente ativas potencializem seu desenvolvimento para estágios superiores, caso contrário, correm o risco de as atividades econômicas reduzirem-se significativamente. Assim sendo, abre-se uma oportunidade, e ao mesmo tempo uma responsabilidade, para as IES engajarem-se no desenvolvimento regional, atuando na qualificação dos agentes econômicos locais.

As instituições de ensino superior são chamadas a interagir com as vocações e as culturas regionais, repartindo o saber e a tecnologia com toda a sociedade (Lei de Educação Superior). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96 explicita, no seu art. 52, que: “[...] universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa e de extensão e de domínio e cultivo do saber humano” (BRASIL, 1996).

Segundo Fernandes (2009), existe uma relação positiva entre a existência das IES e o desenvolvimento das regiões, considerando que as IES afetam e beneficiam a melhoria das condições sociais nas regiões onde se inserem e passam a atuar de forma proativa com a comunidade local. As IES, como atores do desenvolvimento atuando conjuntamente com os agentes econômicos locais, podem ajudar a promover o desenvolvimento local, pois elas causam um impacto na comunidade local sob várias formas, destacando-se a oferta de ensino superior aos membros da comunidade. De outra forma, as IES promovem o desenvolvimento econômico da comunidade com a oferta de atividades e serviços (JOHNSON, 1994).

Apesar de a principal missão das IES ser a educação, a pesquisa e os serviços, elas podem contribuir com o bem-estar e a saúde financeira da comunidade onde operam, principalmente quando contribuem para o desenvolvimento dos agentes econômicos locais (JOHNSON, 1994).

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Recentemente os ativos intangíveis, como conhecimentos, habilidades, cultura e instituições, são reconhecidos como aspectos importantes para o desenvolvimento regional. Neste contexto, acentua-se a importância dos Arranjos Produtivos Locais (APL) e a relevância de fatores específicos do local, pois estes podem promover uma vantagem competitiva para a região. A capacidade de produzir conhecimento economicamente útil torna-se localmente uma condição importante para o desenvolvimento regional, e as IES trasformam-se não apenas em importantes fontes de conhecimento, mas também em atores do desenvolvimento regional. As IES, como atores do desenvolvimento, podem contribuir para o desenvolvimento regional de diversas maneiras, que vão desde sua vocação primeira, que é a formação, pesquisa do conhecimento, qualificação do capital humano, transferência de

know-how, inovação tecnológica, até a participação ativa em parcerias com os agentes econômicos

locais. É nesse quadro que se desenvolve o conceito de IES como ator, interagindo com outras esferas institucionais do modelo tríplice - hélice (universidade-indústria-governo). O papel e o nível de engajamento da IES no desenvolvimento da sua região dependem tanto do tipo e tamanho da IES quanto do tipo e tamanho da região.

Este estudo tem como objetivo a análise das possibilidades e estratégias de atuação de IES na qualificação dos agentes econômicos locais e a consequente contribuição para o desenvolvimento regional. Para isso, realizou-se um estudo de caso na Faculdade Horizontina (FAHOR), situada na cidade de Horizontina na região Noroeste do Rio Grande do Sul, para identificar suas práticas e estratégias na qualificação dos agentes econômicos que contribuem para o desenvolvimento. Nesse sentido, realizou-se uma descrição da trajetória da evolução do município para contextualizar e mostrar a atuação de forças econômicas em diferentes momentos e que constituíram a atual configuração do município e seus agentes econômicos. Os atuais agentes econômicos foram dimensionados e comparados por meio de pesquisas de dados socioeconômicos obtidos de órgãos, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação de Economia e Estatística (FEE), a Prefeitura Municipal de Horizontina (PMH). Como forma de identificar um número maior de possibilidades e estratégias, foram pesquisadas IES em diferentes partes do mundo que apresentassem comprometimento com o desenvolvimento local e regional, e também formas e estratégias de qualificação dos agentes econômicos.

(17)

As IES devem reforçar o seu papel de serviço à sociedade, especialmente as suas atividades destinadas a eliminar a pobreza, a intolerância, a violência, o analfabetismo, a fome, a degradação ambiental e as doenças, preferencialmente por meio de uma abordagem interdisciplinar e transdisciplinar na análise de problemas da sociedade. Segundo Frantz e Silva (2002), as IES vêm cumprindo diferentes funções, em diversas épocas, em diferentes países e, até mesmo, dentro de um mesmo país ou região. Essas funções são definidas conforme as relações estabelecidas com a sociedade política e com a sociedade civil. Sendo assim, define-se o problema de pesquisa: Quais são as possibilidades de atuação de uma IES para qualificar os agentes econômicos para o desenvolvimento regional?

A justificativa do tema proposto encontra-se na pesquisa para identificar na literatura existente e também no estudo de caso as possibilidades de contribuição de uma IES no desenvolvimento local e regional através da qualificação dos agentes econômicos e somar-se ao contexto pertinente à atuação de uma IES no desenvolvimento regional.

Conforme Fernandes (2009), as IES configuram-se como polos de desenvolvimento à medida que suas atividades de formação, difusão do conhecimento, da informação e da inovação imprimem impulsos de desenvolvimento do conjunto econômico e social na região que abrangem. Pela atividade de formação, essas instituições têm um papel fundamental na qualificação da população ativa, particularmente dos agentes econômicos envolvidos por ações da IES. Essa qualificação se reflete na melhoria dos níveis de produtividade e de competitividade da economia, com a consequente melhoria no nível de vida das pessoas. A motivação por esta pesquisa centra-se na busca de outras formas de atuação, além das áreas-chave de atividade de uma IES que podem gerar impacto sobre o desenvolvimento econômico e a prosperidade da região, incluindo: geração de novos conhecimentos através da pesquisa; formação de mão-de-obra qualificada; difusão do conhecimento dentro da instituição; desenvolvimento de atividades comunitárias; e os impactos regionais dos investimentos das instituições de ensino superior na região. Os impactos propostos pela qualificação dos agentes econômicos incluem os itens mencionados e outras formas que promovam o aumento da

performance regional, por meio de apoio à competitividade, produtividade e inovação.

Também pelo envolvimento e compromisso do autor que, com esta pesquisa, deseja demonstrar os resultados e aprender sobre o tema proposto.

(18)

O desenvolvimento econômico ofereceu diversas concepções na história da ciência econômica. Essas concepções apresentam um processo evolutivo influenciado pelo tempo e posições ideológicas. Dessa forma, a definição de desenvolvimento econômico era usada com referência à de crescimento econômico, mensurado e realizado através da acumulação de capital. Portanto, quando a economia crescia em termos de produto interno bruto, ou aumento da produtividade, observavam-se os resultados apenas através das variáveis quantitativas da economia. Com a evolução para uma concepção mais abrangente e contemporânea, o desenvolvimento econômico passou a referir-se à ascensão e melhoria da qualidade de vida da população de uma nação, respeitando o uso racional dos recursos para também disponibilizar esses recursos para as futuras gerações. De tal modo, na ausência de um aumento da acumulação de capital, promoveria um significativo aumento do padrão de vida da população, aumentando a oferta e a qualidade dos serviços de saúde, da infraestrutura básica, da cultura, da educação, do meio ambiente e em outros aspectos da economia (FURTADO, 1980).

Segundo Furtado (1980), na civilização industrial, a capacidade inventiva do homem foi progressivamente canalizada para a criação tecnológica, o que explica a formidável força expansiva que a caracteriza. A esse quadro histórico deve atribuir-se o fato de que a visão do desenvolvimento atual está circunscrito à lógica dos meios, a qual, do ponto de vista estático, conduz à ideia de eficiência, do dinâmico, de inovação técnica causadora do incremento dessa eficiência. A teoria do desenvolvimento tendeu a confundir-se, em consequência, com a explicação do comportamento do sistema produtivo que emergiu com a civilização industrial.

Os modelos de desenvolvimento econômico, quase que automaticamente, remetem-se ao processo de industrialização, principalmente quanto se trata de planejamento, e este último, por sua vez, refere-se à dinâmica do processo de crescimento determinada pelo setor industrial. A economia industrial está parcialmente inserida no âmbito da Microeconomia, dado pelo estudo da firma, contudo, os primórdios da teoria sobre a indústria dão-se com Alfred Marshall, que salientou a importância de se levarem em conta os custos com a produção (KON, 1994). No entanto, essas foram as primeiras teorias acerca da indústria. A teoria contemporânea, nas palavras de Kon (1994), teve seu advento com o estudo moderno da competição e do monopólio que começou aproximadamente em 1880. A esse respeito, a autora salienta:

(19)

A Microeconomia tradicional preocupa-se particularmente com a determinação de uma posição de equilíbrio da firma nos mercados econômicos. [...] Por sua vez, as análises da Economia Industrial enfatizam particularmente este comportamento individual das firmas e dos mercados, no decorrer de processos de crescimento, concentração, diversificação e fusões, onde não se aplicam as condições de equilíbrio da perfeita competição (KON, 1994, p. 45).

A política industrial é o elo que o governo estabelece com o sistema econômico a fim de usar os seus instrumentos como forma de ação para intervir no sistema de modo a promover um crescimento planejado do setor industrial e, assim, desenvolver a economia. Segundo Kon (1997, p. 65), “Os reflexos da aceleração do progresso tecnológico nas últimas décadas e do processo de globalização econômica foram intensos sobre a natureza e sobre a divisão nacional e internacional do trabalho”. Em sua obra, Kon (1994) enquadra as estratégias de diversificação e diferenciação como estratégias de crescimento, afirmando que as empresas capitalistas buscam o acúmulo de capital, representado pela procura de novas oportunidades de crescimento da produção e de aplicação do capital acumulado.

Quando o processo de crescimento ocorre de forma isolada, ele poderá acarretar desequilíbrios estruturais em uma economia, trazendo sérias dificuldades a seus governantes. O processo de desenvolvimento, por sua vez, traz consigo o crescimento. Em outras palavras, o crescimento econômico pode ocorrer através do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e assim acentuar as diferenças de concentração de renda. De outra forma, o desenvolvimento econômico refere-se a um estágio econômico, social e político de uma sociedade caracterizado pela constante melhoria nos índices de produtividade dos fatores de produção (PASSOS; NOGAMI, 2003).

Segundo Fusfeld (2001), a teoria do crescimento econômico alcançou substancial importância com o trabalho de Schumpeter. Este economista foi um dos primeiros idealizadores da vinculação entre o desenvolvimento de um país e a sua capacidade de gerar inovações. O trabalho de Schumpeter, que inspira um grupo de economistas, é baseado nos fatores que promovem a inovação, e esta é o verdadeiro motor do desenvolvimento econômico. As inovações ocorrem de forma descontinuada no tempo e promovem um processo de “destruição criadora”. As antigas estruturas de produção são abandonadas e substituídas pelo novo, pela inovação (VASCONCELLOS; GARCIA, 2011).

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Segundo Schumpeter (1982), as limitações do desenvolvimento de uma economia estão na falta de projetos rentáveis, na ausência de estoque de conhecimentos e na falta de pessoas capazes de empreender. Portanto, a limitação do desenvolvimento econômico e social não está na falta de investimentos, mas na falta de competências para identificar oportunidades de negócios. As principais formas de inovação classificadas por Schumpeter (1982) são:

 introdução de um novo bem, ou de uma nova qualidade, com o qual os consumidores ainda não estão familiarizados;

 introdução de um novo método de produção que ainda não tenha sido testado pela indústria de transformação e que, de algum modo, precisa estar baseado numa descoberta científica nova, que pode constituir uma nova maneira de comercializar uma mercadoria;

 abertura de um novo mercado, em que um ramo particular da indústria de transformação do país em questão não tenha entrado;

 conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados, independentemente do fato de essa fonte já existir ou ter que ser criada;

 estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de uma posição de monopólio ou a fragmentação de uma posição de monopólio.

Nesse sentido, o autor enfatiza o papel essencial de dois atores fundamentais no processo de desenvolvimento: o empresário e o capitalista. O empresário é o sujeito que realiza as novas combinações de criação de novos produtos e/ou avanços tecnológicos do processo de fabricação. O capitalista distingue-se pelo sujeito ou instituições que possuem os recursos financeiros, que se predispõem ao fornecimento de crédito tornando possível a realização dessas novas combinações. Dessa forma, as inovações causariam uma ruptura do mundo estacionário (o fluxo circular, em que predomina um equilíbrio geral entre os agentes econômicos) e promoveriam o início de um processo de desenvolvimento novo que se daria no âmbito da produção.

Com este trabalho pretende-se contribuir com o registro do processo de interação entre agentes econômicos e uma IES em particular, e as transformações decorrentes dessa

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interação, cujo foco é a qualificação dos agentes e, por consequência, o desenvolvimento regional.

Conforme Johnson (1994), as empresas e a comunidade, pela interação com as IES, também transformam criticamente suas características objetivas. Se a instituição de ensino superior da região está bem alinhada com os agentes econômicos locais e com o que está acontecendo na economia (também local), o seu impacto regional é provável que seja maior (positivo) entre as necessidades da economia regional e a contribuição IES. Ademais, o presente estudo está vinculado à linha de pesquisas abordadas no Mestrado em Desenvolvimento da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). A segunda vertente é a área de “Gestão de Organizações e Desenvolvimento”. Diante disso, abre-se uma oportunidade, e ao mesmo tempo um compromisso, para a instituição de ensino superior engajar-se no desenvolvimento regional atuando nas possibilidades de qualificação dos agentes econômicos. Assim, esta pesquisa, além de suprir a relevância conceitual, mostra-se plenamente viável.

O método utilizado foi o realismo crítico como teoria geral, desenvolvido originariamente por Roy Bhaskar na década de 1970, retomado por um número crescente de outros cientistas sociais, particularmente no campo dos estudos aplicados, no desenvolvimento econômico, em atividades agrícolas e industriais. Assim, a pesquisa reafirma a importância da análise da realidade apresentada, a qual, a partir das experiências trocadas com os agentes econômicos, pode ser melhorada.

Primeiramente foi feita uma revisão na literatua sobre a atuação de uma IES para o desenvolvimento regional. Com a revisão da literatura surgiram sete IES que, constantemente, são mencionadas pela sua contribuição na qualificação dos agentes econômicos e, consequentemente, no desenvolvimento local, que gerou um estudo aprofundado nas formas e estratégias destas IES. Dando sequência, foram visitadas várias indústrias e produtores rurais para compreender seus processos produtivos, sistemas de gestão da qualidade e gestão empresarial. Para compreensão da realidade foram feitas várias incursões nas regiões rurais, utilizando-se de entrevista não estrututarada, com o objetivo de investigar a realidade dos produtores rurais e, posteriormente, comparar com os dados estatíscos oficiais.

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Em relação ao caso de estudo da Faculdade Horizontina foram coletados das empresas conveniadas as necessidades e a formas de atuação da Fahor, através do seu núcleo de apoio empresarial por coletas de dados de documentos e entrevistas professores. Conforme com Yin (2001), o estudo de caso traz como contribuição a compreensão de fenômenos individuais, pois permite ao pesquisador preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real.

Pela teoria geral da metodologia tem-se um procedimento a seguir, conforme Layder (1993). Trata-se de fazer as análises pelo método que utiliza um conjunto sistemático de procedimentos para desenvolver um estudo sobre determinado fenômeno (STRAUSS; CORBIN, 1990). Depois de algumas explorações de campo e coleta de dados, o pesquisador começa a desenvolver categorias que iluminam os dados e os encaixam. Essas categorias são destinadas a estimular a teorização e a conceituação. Os dados não são conclusivos e, certamente, estão no campo mais sugestivo até que o processo completo de investigação seja concluído.

A seguir estão algumas regras dessa modalidade de análise:

 Quando as categorias estão em processo de repetição (saturado) significa que outros casos se encaixam nas categorias reunidas, e o pesquisador está confiante na relevância e alcance das categorias para a definição de pesquisa. Há um reconhecimento na ideia de “saturação”, e outras incursões tornam-se um exercício supérfluo.

 O pesquisador então procura abstrair uma formulação mais geral da categoria, bem como especificar os critérios para a inclusão nessa categoria.

 Essas definições mais gerais agem como um guia para o pesquisador e estimulam a reflexão teórica. Esta etapa pode levar o pesquisador a pensar em outros casos que podem ser reunidos sob a definição mais geral da categoria.

 O pesquisador deve ser sensível às conexões entre categorias gerais emergentes e outras categorias que possam ser relevantes.

 O pesquisador pode se tornar cada vez mais consciente das ligações entre as categorias desenvolvidas na fase anterior, e vai procurar desenvolver hipóteses sobre tais ligações.

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 O pesquisador deve, então, procurar estabelecer as condições em que essas conexões acontecem.

 Neste ponto, o pesquisador deve explorar as implicações da estrutura emergente teórica para outros esquemas teóricos pré-existentes que são relevantes para a área de pesquisa.

O pesquisador pode, então, testar as relações emergentes entre as categorias sob condições extremas para testar a validade das conexões postuladas. Este procedimento de pesquisa que orienta, de forma prática, a atuação do pesquisador segue as premissas anteriores quanto à importância de os sujeitos agentes do objeto de estudo participarem, de forma ativa, nos processos.

Destaca-se o objetivo geral como quais as possíveis formas de contribuição de uma IES para o desenvolvineto local e regional, que passam pelos objetivos específicos nas formas de qualifificação dos agentes econômicos, descrição dos agentes econômicos e possíveis estratégias de contribuição de uma IES para o desenvolviemento regional.

Buscaram-se na literatura os conceitos e a contextualização dos temas envolvidos no estudo, os quais seguem: identificar na bibliografia outras experiências de IES no desenvolvimento regional; analisar a experiência de intervenção da FAHOR na qualificação dos agentes econômicos; identificar novas possibilidades de atuação de uma IES que promova o desenvolvimento regional. Após, o trabalho foi organizado em capítulos. O primeiro capítulo aborda A importância das instituições de ensino superior para o desenvolvimento

regional. O segundo capítulo apresenta O contexto do desenvolvimento socioeconômico local e regional. O terceiro discorre sobre A experiência da FAHOR no apoio ao desenvolvimento regional. O quarto capítulo traz As experiências de outras instituiçoes de ensino superior, e o

o quinto capítulo apresenta As possíveis estratégias de atuação de uma IES no desenvolvimento

regional.

Segui-se à apresentação e análise dos resultados, a partir dos dados levantados em relação ao referencial teórico, bem como aos capítulos mencionados. Por fim, são apresentadas as considerações finais e recomendações para próximos estudos, para um maior aprofundamento do tema.

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1 A IMPORTÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Neste capítulo abordam-se as temáticas referentes ao objeto de estudo proposto em uma sequência que corrobora com o desenvolvimento do tema. As IES, por determinação do Ministério da Educação e Cultura (MEC), devem inserir-se no processo de desenvolvimento local. Assim, localizam-se as empresas em suas dimensões e o papel do núcleo de uma IES no desenvolvimento local e regional, a importância da participação de uma IES na qualificação dos agentes econômicos locais e no desenvolvimento regional. Versar-se-á sobre temas centrais dos processos – o modelo da tríplice hélice, desenvolvimento endógeno, pequena e média empresa e sua posição no desenvolvimento e relações com as IES. Por fim, mas não menos importante, a literatura e os resultados mostraram um relacionamento condicionante entre o desenvolvimento de regiões atrelado ao suporte e apoio aos agentes econômicos por parte de IES.

Segundo Blackwell, Cobb e Weinberg (2002), o interesse das IES na análise do impacto econômico na região aumentou, pois elas precisam não só demonstrar para as regiões em que atuam os benefícios que obtêm por acolher este tipo de instituição, mas também ajudar essas regiões a captar recursos estatais ou privados para promover o desenvolvimento. Assim justificam sua presença para além da formação de profissionais.

Segundo Webster e Etzkowitz (1991), se está vivenciando a chamada Segunda Revolução Acadêmica, caracterizada pela agregação da função de desenvolvimento econômico regional e local às atividades já atribuídas e desempenhadas pelas universidades. Na visão de Porto e Régnier (2003), as Universidades extrapolaram seu papel clássico e se tornaram mais visíveis, vulneráveis e menos protegidas perante a sociedade.

Assim, de acordo com Frantz e Silva (2002), o processo de integração da IES ao contexto regional, proporcionando o desenvolvimento da região por meio de seus atores, é sua forma mais proativa de atuação, pois vincula o ensino e pesquisa às necessidades sociais, com a atuação de estudantes e professores junto à realidade da população; produção do conhecimento pela troca de saberes acadêmico-populares; desenvolvimento mútuo IES e sociedade.

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Siegfried, Sanderson e Mchenry (2007) afirmam que o ambiente financeiro é cada vez mais exigente. Sem ignorar o papel fundamental do ensino superior e das suas instituições para a sociedade, é esperado que elas produzam desenvolvimento econômico local, e possam assim justificar o financiamento público. Por isso, torna-se importante o engajamento das IES, não apenas nas dimensões da inovação ou novas tecnologias, mas também na qualificação do sistema de produção dos agentes econômicos locais. Nesse campo específico, existe pouca literatura e trabalhos publicados.

Para muitas universidades o envolvimento regional é uma resposta adequada às tendências gerais da educação superior que está sendo requerida pela sociedade. Responder às novas demandas requer novos tipos de recursos e novas formas de gestão que permitem às universidades, como instituições, contribuir com o processo dinâmico de desenvolvimento regional. Dentro da universidade, o desafio é ligar as funções de serviço de ensino, pesquisa e extensão com o desenvolvimento dos agentes econômicos locais. Neste contexto, muitas IES estão direcionando esforços para tentar responder às necessidades regionais (GODDARD, 1999).

Ao refletir sobre a importância das IES na qualificação dos agentes econômicos locais e sua relação com o desenvolvimento local, observa-se o quanto essas instituições podem impactar de forma positiva quando se dispõem a colaborar e contribuir no aprimoramento do sistema produtivo dos agentes econômicos. Elas podem interferir no aumento da produtividade e na qualidade dos bens e serviços que impulsionam o desenvolvimento. Nesta perspectiva, não se trata de buscar o desenvolvimento pelo desenvolvimento, e sim aperfeiçoar o sistema social circunscrito, pois o desenvolvimento é feito por pessoas, com pessoas e para pessoas.

As opiniões aqui expressas em relação às sete universidades pesquisadas são de responsabilidade do autor, constatada na pequisa de suas contribuições para o desenvovimento local e regional, mas não refletem, necessariamente, as mesmas convicções das IES mencionadas.

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1.1 A Universidade de Tóquio

No Japão, a relevância da universidade no que diz respeito à sociedade tem sido uma prioridade na agenda política educacional há décadas. O Conselho Nacional de Educação, criado em 1984 pelo Primeiro-Ministro a fim de reformular todo o sistema educacional no Japão, fez recomendações extensivas. O aspecto mais fundamental foi a mudança no sistema nacional de educação para um baseado na aprendizagem ao longo da vida. A fim de servir à sociedade, as IES, em geral, foram direcionadas a ser mais abertas e desenvolver uma relação mais proativa, de forma a contribuir para a sociedade e as indústrias regionais. Esta orientação política tem sido basicamente adotada em políticas educacionais governamentais subsequentes (KURODA, 2007).

No âmbito institucional, vários esforços têm sido feitos pela Universidade de Tokyo para fortalecer os compromissos institucionais com a sociedade em geral, as regiões, áreas e indústrias locais, em particular. As seguintes atividades e arranjos organizacionais podem ser listados como exemplos:

 Cursos de formação de curta duração e palestras para as pessoas comuns, em cooperação com as autoridades locais;

 Investigação conjunta sobre temas específicos da localidade, em cooperação com as autoridades locais;

 Atividades educativas conjuntas com as escolas primárias e secundárias da região;  Liberação de consulta de projeto de desenvolvimento de tecnologia para os

trabalhadores locais e empresas;

 Aceitação de estagiários no nível avançado de empresas privadas, governos, ONGs e outros;

 União e trabalho com empresas de pesquisa;

 Programas educacionais para os estudantes resolverem problemas locais;

 Uso de equipamentos e estruturas da universidade pela população local (KURODA, 2007).

A universidade de Tóquio tem o entendimento de que a relevância do ensino superior para a sociedade precisa ser reforçada, e sua parceria e interação com as partes interessadas externas, tais como comunidades, indústrias e localidades são necessárias. Isto emerge do

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ponto de vista de que o ensino superior pode desempenhar um papel importante na transmissão de conhecimentos para sociedade, principalmente na colaboração do desenvolvimento dos potenciais da região, através do aprimoramento dos sistemas produtivos, utilizados pelos agentes econômicos da região. A crescente necessidade de prestação de contas das IES para a sociedade, particularmente as instituições financiadas com recursos públicos salienta essa postura (KURODA, 2007). As técnicas de gestão e os arranjos institucionais para promover essas atividades formaram as seguintes atuações onde foram estabelecidos:

 Acordos oficiais entre a universidade e as autoridades locais para a cooperação e reuniões regulares;

 Convite ao alto representante da região (prefeito, associações) para o conselho universitário;

 Criação de um gabinete de ligação universidade-comunidade, dirigida por um membro do corpo docente;

 Estabelecimento de uma unidade administrativa para apoiar a articulação universidade-comunidade;

 Atribuição de um membro da diretoria que será responsável pela articulação universidade-comunidade e cooperação universidade-empresas;

 Estabelecimento de um escritório fora do campus para os programas de cooperação universidade-sociedade (KURODA, 2007).

A cooperação das universidades com as regiõeslocais é uma das principais formas de interação universidade-sociedade e atua como uma das forças motrizes para o desenvolvimento regional. Além disso, as universidades funcionam como centros de aprendizagem nas regiões locais. As regiões onde atuam uma IES devem aproveitar essa tendência de aprimoramento da produtividade dos sistemas de produção e captação de recursos humanos e de conhecimento avançado, que são vitais para o ensino superior (KURODA, 2007).

Atuando em direção à região (sociedade), a Universidade de Tóquio está desenvolvendo, para interesse comum, um projeto chamado Desenvolvimento de um Sistema de Segurança, com uma função interna para minimizar o impacto de desastres secundários.

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O objetivo do estudo é desenvolver um sistema para ajudar a segurança em áreas onde um grande número de pessoas se reúne, como escolas, estações de trem, centros comerciais e aeroportos, e permitir evacuações suaves durante grandes terremotos e incêndios para minimizar o impacto do desastre. A empresa Mitsubishi Electric Corporation e a Universidade de Tóquio implementam um projeto de pesquisa colaborativa denominado Proprius21, com o objetivo de utilizar as informações a partir de tecnologia de detecção de ponta para criar um espaço urbano seguro e confortável. Como resultado, um projeto de pesquisa colaborativa conta com 10 pesquisadores de ambos os lados. Da Universidade de Tóquio, participam cinco departamentos (da Escola de Engenharia, da Escola de Pós-Graduação de Ciência e Tecnologia da Informação, do Instituto de Ciência Industrial, do Instituto de Pesquisa Sísmica, e do Instituto de Pesquisas Econômicas) (UT, 2013).

1.2 A Universidade de Tecnologia do Vietnã e o Projeto Ho Chi Minh City

O projeto intitulado Capacitação de Ho Chi Minh City da Universidade de Tecnologia para o Fortalecimento da Relação Universidade-Comunidade foi projetado para institucionalizar as atividades de ligação universidade-comunidade em Ho Chi Minh City

University of Technology (HCMUT, 2013). A universidade é uma das mais antigas e maiores

universidades de engenharia no Vietnã e posiciona-se como uma universidade nacional-chave para o sistema Nacional de Universidade do Vietnã.

O projeto foi lançado para enfrentar vários desafios no desenvolvimento socioeconômico no Vietnã, que são as seguintes de acordo com a HCMUT (2013):

1) Embora o Vietnã tenha registrado um crescimento econômico elevado, existe uma lacuna significativa entre as áreas de desenvolvimento local/rural e urbano. Assim, deve haver um esforço endógeno para garantir que áreas e comunidades locais não sejam deixadas para trás no desenvolvimento do país.

2) É também essencial que as universidades no Vietnã façam esforços no nível institucionais, para melhor responder às necessidades sociais, pela adaptação do sistema educativo, bem como por atividades de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para mudar a sociedade com uma economia de mercado de orientação socialista.

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3) As universidades vietnamitas, que tendem a ser reconhecidas como instituições de ensino e formação, agora são universidades obrigadas a reforçar a sua capacidade de pesquisa, pois a criação do conhecimento está ganhando cada vez mais importância no desenvolvimento.

A figura 1 mostra os desafios da universidade e do país.

Figura 1: Agricultura não mecanizada Fonte: Talkvietnam (2013)

Existem três componentes principais nas atividades do projeto para HCMUT, para estabelecer a ligação universidade-comunidade como uma função normal da universidade no futuro. Esses componentes são:

 Aumento da capacidade de gestão das atividades de articulação universidade-comunidade;

 Reforço da pesquisa e desenvolvimento tecnológico, a fim de atender às necessidades regionais e resolver problemas regionais;

 Desenvolvimento de capacidades para a formação da população local (HCMUT, 2013).

Após dois anos de operação do projeto, resultaram em várias propostas, que são as seguintes: o estabelecimento de mecanismos de organização para promover a ligação universidade-comunidade, através da criação de um comitê interfaculdade com representantes do poder público e outras entidades em um arranjo de estreita parceria entre as autoridades provinciais e a universidade, e implementação de quatro subprojetos de pesquisa e

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desenvolvimento tecnológico em cooperação com duas províncias. Cada tópico dos subprojetos é de grande importância para as localidades em questão, pois os temas foram selecionados através de estreita colaboração entre parceiros locais e a universidade.

A figura 2 mostra um exemplo simples da relação da realidade enfrentada pela população e o desenvolvimento de trabalhos dos estudantes.

Figura 2: Interação entre a IES e a realidade Fonte: HCMUT (2013)

Característica da universidade: A Ho Chi Minh University of Technology é uma universidade de engenharia que se concentra mais na aplicação de pesquisa em vez de ciência básica e compromissos institucionais e individuais, para projetar soluções para os problemas locais. A universidade também é reconhecida como uma universidade chave para o Vietnã, que apresenta uma educação e pesquisa de alto nível para apoiar a população local e regional. A população deposita grande expectativa na universidade para continuar resolvendo os problemas locais.

Territorialidade da universidade: A Universidade está localizada na cidade de Ho Chi

Minh, mas o âmbito da sua atividade engloba todo o sul do Vietnã, pois é uma universidade

chave no Vietnã. Isso ocorre porque a universidade mantém cursos de engenharia, considerados pela população do sul do Vietnã como cursos-chaves para satisfazer suas dificuldades educacionais e tecnológicas. Por isso, muitos membros do corpo docente da universidade têm focado suas atividades nas áreas e comunidades locais. Alguns aspectos relevantes do projeto:

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 A proativa parceria entre a população local e a Universidade: Os atores locais, tais como as autoridades provinciais, instituições de ensino e pesquisa, universidades locais, associação de agricultores etc. têm uma visão clara sobre seus problemas locais, e também estão fortemente motivados para resolver estes problemas. Todos os agentes têm sido participantes ativos na implementação do projeto.

 Compromisso de alto nível das partes interessadas: Forte comprometimento e liderança em atividades para o desenvolvimento da conexão universidade-comunidade das pessoas responsáveis da universidade, e também das autoridades provinciais locais, bem como os principais agentes econômicos que participam conjuntamente.  Relevância das atividades para as localidades: Os tópicos de pesquisa e

desenvolvimento de tecnologia pela universidade são selecionados por meio de consulta às partes interessadas locais, a fim de que os resultados das atividades possam beneficiar diretamente a população local.

 Adequação de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologia: Os resultados de pesquisa e tecnologia estão determinados a ser transferidos para as áreas locais envolvidas. Os temas para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologia são cuidadosamente estudados. Eles não são excessivamente acadêmicos, assim não envolverem os membros do corpo docente por longos períodos para produzir resultados teóricos, mas buscar resultados práticos. Estes devem motivar os membros da faculdade a fazer uso da pesquisa aplicada(HCMUT, 2013).

1.3 A Universidade da Dinamarca

A Dinamarca é membro da OECD, e adota também projetos que fazem das IES um centro potencial para o desenvolvimento regional e local. Este caso, em especial, é composto por 5 IES da Dinamarca: University of Southern Denmark, Aarhus School of Business, the

University of Aarhus, the Danish Institute of Agricultural Sciences at Foulum, and Aalborg University (KERNDRUP, 2006). Segundo Kerndrup (2006), as cinco participantes apreciaram

a ampla margem de manobra na criação dos processos cooperativos através de uma linha comum para todos os participantes que foi a determinação de quatro questões gerais que guiariam as ações:

1. Como os programas de pesquisa da universidade podem contribuir para o desenvolvimento regional?

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2. Como os ensinamentos e cursos da universidade contribuem para o mercado de trabalho regional?

3. Como a universidade contribui para o desenvolvimento social, cultural e ambiental da região?

4. Como pode a capacidade de cooperação regional ser desenvolvida na região?

Kerndrup (2006) acrescenta que o crescimento por meio de uma maior cooperação entre as universidades e a sociedade foi possível através de um sistema mais flexível, que visa a fortalecer a cooperação entre universidades e entre universidades e outros grupos de interesse. Essas mudanças institucionais promoveram, entre outras coisas, uma série de planos de ação, que têm o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimentos. Um fator importante nesse processo é a presença do papel do estado em todos os níveis (municipal, estadual, federal), que ajudaram nas mudanças institucionais e no financiamento dos projetos.

Conforme Kerndrup (2006), o ponto de partida para isso é considerar que o conhecimento, por si só, não vai estimular o desenvolvimento. Se as indústrias locais e instituições de ensino não tiverem uma relação estreita e benéfica não ocorrem parcerias para o desenvolvimento. É necessário construir pontes entre os setores público e privado com base em pesquisa e inovações. O autor salienta que o plano de ação pretende considerar os seguintes pontos de partida entre as instituições:

 Cooperação em pesquisa e desenvolvimento;  Acesso aos talentos importantes das instituições;

 Desenvolvimento comercial de investigação com financiamento público;  Criação pelas universidades do seu próprio estado de cooperação;  Foco e priorização de pesquisa com financiamento público;

 Acesso aos serviços tecnológicos qualificados (KERNDRUP, 2006).

A experiência da Dinamarca partiu da atuação em conjunto de cinco IES que definiram, por análise, quais eram as mais qualificadas para contribuir com áreas específicas em que tinham maior domínio. Outras foram incentivadas a qualificarem-se para contribuir com a sociedade local, principalmente no desenvolvimento e inovação de produtos (KERNDRUP, 2006).

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Kerndrup (2006) explica que as mudanças mais importantes nas universidades são os seus objetivos estratégicos. A obrigação da universidade de realizar pesquisa e ofertar cursos com base nos mais altos padrões acadêmicos e divulgar informações sobre os métodos científicos e os resultados de pesquisas que devem ser estendidas com a inclusão de comunicação e troca de conhecimento. A troca de conhecimentos e habilidades com a sociedade, principalmente a comunidade empresarial, leva ao desenvolvimento observando-se os seguintes itens:

 Participar do debate público de desenvolvimento;

 Proteger as relações de pesquisa com outros provedores de cursos de educação em longo prazo;

 Melhorar a possibilidade de priorização das demandas locais;

 Aumentar a qualificação da mão-de-obra nas atividades da região (KERNDRUP, 2006).

Assim, conforme Kerndrup (2006), com as premissas anteriores, as decisões das IES da Dinamarca com relação à contribuição para o desenvolvimento centraram-se na identificação das competências das regiões e após definiram qual das IES apresentava maior afinidade. Esta receberia forte apoio para desenvolver centro de pesquisas ligadas às competências regionais. Vários centros de alta tecnologia foram instalados. Para isso, foi decisivo que os projetos de pesquisa nas universidades pudessem dar suporte para a renovação e substituição das indústrias tradicionais, e promover novas áreas de crescimento. Seguem alguns centros de pesquisa e inovação:

MAPP: O centro de pesquisa com relação ao mercado do setor de alimentos. Este trabalha para tornar as empresas dinamarquesas de alimentos mais orientadas para o mercado e tem desenvolvido muitos métodos e ferramentas para ajudar as empresas a desenvolverem inovações de gestão e foco no mercado.

CLUSTER DO GÊNERO ALIMENTÍCIO EM AARHUS: Um exemplo de estratégias de inovação baseadas em pesquisa é o desenvolvimento do cluster do gênero alimentício. Um consórcio foi criado com o objetivo de desenvolver alimentos que são classificados em termos de sanidade pela excelência com o uso de nano e biotecnologia. Este centro atraiu outras empresas que fabricam máquinas para a indústria de alimentos.

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O CENTRO DE PESQUISA EM FOULUM, AARSLEV, BYGHOLM (DIAS): Este possui uma competência-chave relacionada com a pesquisa no campo da pecuária e da agroecologia, na produção de hortícolas (negócios da jardinagem), especializado em engenharia agrícola. Possui um cluster de alimentos muito forte.

HIBAT-WIND: É um centro de pesquisa e competência operacional no sector da energia. O centro está envolvido em pesquisa de novos conhecimentos aplicados diretamente à indústria de energia. Assim, contribui para um aumento da capacidade de competir e para o emprego na indústria de turbinas eólicas e seus subcontratados. A região é responsável por 50% da produção do mundo de turbinas eólicas.

ROBOCLUSTER: É uma rede de competência para o desenvolvimento, a inovação e a utilização de robô em processos de automação. A rede abrange fornecedores, desenvolvedores de tecnologia robótica, setor de automação, instituições de pesquisa e Faculdade de Engenharia, juntamente com especialistas em robôs e tecnologia de automação.

Segundo Kerndrup (2006), historicamente, na Dinamarca, a interação entre as universidades e regiões tem sido mais difundida nas novas universidades que baseiam os conceitos de investigação e educação em uma dimensão interdisciplinar, e mantêm projetos orientados para a solução de problemas, com os seus pontos de partida em formulações de problemas do cotidiano das empresas, organizações e da sociedade local.

Como consequência do desenvolvimento da sociedade, a importância da IES aumentou, e há uma crescente tendência de as IES serem responsáveis por tarefas sociais, o que as coloca no papel ativo como organizações estratégicas para iniciativas de desenvolvimento na forma de desenvolvimento local, baseada no conhecimento, e leva ao desenvolvimento regional como uma estratégia para a Dinamarca (KERNDRUP, 2006).

1.4 Instituto de Tecnologia de Massachusetts

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Massachusetts Institute of Technology) é uma universidade privada localizado em Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos. O MIT tem cinco escolas e uma faculdade, com um total de 32 departamentos acadêmicos, e uma forte ênfase nas ciências naturais, engenharia e educação tecnológica e pesquisa. O MIT é

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uma instituição sem fins lucrativos; é uma instituição de ensino reconhecida pela excelência no desenvolvimento de novas tecnologias, novos produtos, pesquisa avançada em diversas áreas e constituição do maior número de spinoffs (empresas constituídas por estudantes a partir dos centros de pesquisas) dos Estados Unidos. O MIT é a instituição de ensino que possui um dos maiores números de prêmios Nobel nas suas áreas de atuação (KOSONEN, 2005).

Kosonen (2005) salienta que, para alcançar esses resultados, o MIT conta com uma estratégia de cooperação entre a faculdade – empresas – governo muito forte desde sua fundação. Assim, os recursos financeiros do MIT e outros ativos são geridos através de uma subsidiária MIT Investment Company Management (MITIM Co), que está avaliada em US $ 9,7 bilhões em 2011. Com um volume financeiro desta ordem, o MIT tem a possibilidade de constituir centros de pesquisas mais avançados que a grande maioria das empresas e mesmo que o próprio governo. Esses centros de excelência de pesquisa são utilizados pelos melhores doutores das respectivas áreas, sem importar a nacionalidade, que são convidados a juntar-se ao MIT (KOSONEN, 2005).

Segundo Kosonen (2005), o MIT contribui para o desenvolvimento regional com sua estrutura e a dos centros de pesquisa, guiado por alguns princípios:

 Pesquisa para uso prático na sociedade;

 Formação de mão-de-obra altamente qualificada para intervir nos processos administrativos e produtivos;

 Transferência de tecnologias para as empresas;

 Patenteamento de produtos e invenções das empresas parceiras;

 Por sua excelência atrai muitos estudantes de fora que injetam recursos na região;  Inovação e empreendedorismo conduz à criação de um grande número spinoffs.

O MIT, pela sua constituição inicial baseada na cooperação triangular faculdade-empresa-governo, também desempenhou e desempenha um papel importante na segurança nacional dos Estados Unidos (KOSONEN, 2005). Kosonen (2005) cita alguns exemplos, mas poucos entre a diversidade e interdisciplinaridade de uma gama de centros de pesquisas:

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CEEPR: Centro de Pesquisas Energéticas e Política Ambiental. Este realiza pesquisa relacionada com a política econômica de energia e o meio ambiente.

IPC: É dedicado ao estudo da inovação, produtividade e competitividade para empresas. O Centro é especializado em reunir equipes multidisciplinares de pesquisadores em engenharia, ciência, gestão e ciência social para levar a cabo pesquisa inovadora aplicada no crescimento industrial, crescimento econômico, competitividade regional, e inovação.

LMP: O Laboratório de Produção e Produtividade é um laboratório interdepartamental na Escola de Engenharia do MIT dedicado a explorar novas fronteiras de produção.

CSAIL: É o laboratório da ciência da computação e inteligência artificial. Ele abrange uma ampla gama de assuntos e cursos, alguns envolvem grupos que se concentram em uma área específica de conhecimento, enquanto outros utilizam o laboratório para fazer uma abordagem sistêmica para uma questão complexa a partir de múltiplas perspectivas e disciplinas.

A característica das dezenas de centros de pesquisa do MIT é a interdisciplinaridade, tanto na formação dos grupos de pesquisa quanto no uso individual de estudantes dos mais variados cursos.

1.5 Instituto de Educação Superior do Centro da República (INESCER)

O Instituto de Educação Superior do Centro da República “Dr. Angel Diego Márquez” é uma instituição do governo da Argentina, sob a Direção-Geral do Ministério da Educação da Província de Córdoba (FERREYRA et al, 2012).

Segundo Ferreyra et al (2012), o Centro de Pesquisa de Desenvolvimento Regional realiza um trabalho importante, focado em questões regionais:

 Desenvolver um trabalho que permita ligar, de forma criativa, educação, ciência e tecnologia com as forças produtivas e os setores sociais.

 Estabelecer uma comunidade de professores, alunos e graduados intimamente ligados com a sociedade e, em particular, da comunidade local e regional.

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 Desenvolver atividades no domínio da educação sistemática, bem como no domínio da aprendizagem ao longo da vida e desenvolver projetos educacionais e culturais que promovam o desenvolvimento regional, tendendo para o desenvolvimento da educação e da cultura popular.

 Formar profissionais qualificados necessários para o desenvolvimento econômico, social e cultural da região.

 Prestar assessoria a instituições, públicas ou privadas, e as empresas ou organizações, mediante pedido, desde que tal assessoria venha em benefício do interesse público e sirva para o desenvolvimento da região.

 Realizar programas ou projetos numa perspectiva inovadora e contribuir para o desenvolvimento regional, compromisso consistente com a realidade.

 A promoção de estudos e pesquisas em ciências sociais, ciências naturais, tecnologia e treinamento de pesquisadores interessados principalmente nos problemas mais urgentes apresentados pelas realidades locais e regionais.

O INESCER, como outras IES argentinas, segue orientação nacional para desenvolver sua atuação, mas com liberdade de atuação. Esta situação representa um momento histórico fundamental - inovar e fazer os institutos de educação superior, verdadeiros centros de desenvolvimento tecnológico, comprometidos com a formação contínua em diferentes áreas do conhecimento técnico e científico, de acordo com os interesses dos alunos e a estrutura ocupacional do contexto no qual eles estão inseridos (FERREYRA et al, 2012).

1.6 Universidade de Caxias do Sul (UCS)

A UCS lançou em 2000 o Núcleo de Empreendedorismo Tecnológico (NET Inovação) com a intenção de desenvolver e disponibilizar mecanismos de promoção ao empreendedorismo e inovação junto à comunidade acadêmica e buscar atender às demandas tecnológicas regionais (UCS, 2013). Segundo Triches (2002), a Universidade de Caxias do Sul vem confirmando seu interesse em estimular o desenvolvimento regional através da implantação de um diversificado conjunto de programas, ações e parcerias. O enfoque está sustentado na própria missão da universidade de produzir conhecimento e torná-lo aberto à sociedade, contribuindo para o desenvolvimento integrado da região.

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Triches (2002) afirma que o Núcleo de Inovação e Desenvolvimento (NID) se caracteriza como um grupo de pesquisadores com proposta de investigação conjunta de natureza tecnológica, cultural ou social, visando à geração de novos processos ou produtos intelectuais, novas metodologias ou adaptação de ferramentas científicas para novas aplicações, otimização de sistemas de produção e/ou gerenciamento (UCS, 2013).

Os NIDs têm por objetivo consolidar a pesquisa de natureza tecnológica, cultural e social através da atuação direcionada e objetiva de um conjunto de pesquisadores na solução de problemas em áreas específicas (UCS, 2013).

Segundo a UCS (2013), a concepção de consolidação de pesquisa compreende:

(a) produção qualificada dentro da respectiva área, através de produtos intelectuais, tecnologias, propriedade intelectual, patentes ou outras formas de divulgação e transferência para a sociedade;

(b) formação de pesquisadores qualificados;

(c) orientação em nível de graduação e pós-graduação; (d) interação com empresas e outras instituições;

(e) obtenção de recursos externos de empresas, entes governamentais ou agências de fomento;

(f) implantação de uma infraestrutura física apropriada.

A recomendação de criação de um NID foi baseada na avaliação da proposta pela Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação (CPPG), levando em consideração os seguintes itens, sempre que pertinentes ao caso:

(a) os aspectos inovadores da proposta;

(b) a contribuição para o desenvolvimento regional e institucional;

(c) a disponibilidade de recursos, públicos e privados, já existentes ou potenciais;

(d) a manifestação comprovada de interesse de empresas, agências de fomento e outras fontes de financiamento;

(e) a infraestrutura física disponível;

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(g) o enquadramento e o impacto nas áreas prioritárias dos centros, dos institutos, dos cursos de graduação ou dos programas de pós-graduação stricto sensu; no último caso, será considerado o documento de área e as normas específicas da CAPES;

(h) outros aspectos que venham a ser considerados relevantes pelos proponentes, desde que justificados adequadamente;

(i) O calendário de apresentação de propostas de criação de novos núcleos será definido pela CPPG.

É o caso da Universidade de Caxias do Sul, que vem demonstrando interesse em estimular o desenvolvimento regional através da implantação de um diversificado conjunto de programas, ações e parcerias. Esse enfoque está sustentado na própria missão da universidade de produzir conhecimento em todas as suas formas e torná-lo acessível à sociedade, contribuindo principalmente para o desenvolvimento integrado da região. Nesse sentido, busca-se, num primeiro momento, sensibilizar e motivar os principais atores da região vinculados e envolvidos com as diversas cadeias produtivas do agronegócio. Com isso, visa-se promover ações para articulação das suas principais lideranças, com vistas à criação do Agropólo da Serra Gaúcha (TRICHES, 2002, p. 2).

A UCS desenvolve o modelo para guiar sua atuação no âmbito regional, conforme figura 3.

Figura 3: Modelo para o NET: inovação e o mercado Fonte: UCS (2013)

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