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Análise das receitas e despesas orçadas e realizadas do município de Bozano/RS no período administrativo de 2013 - 2016

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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DACEC - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇADAS E REALIZADAS

DO MUNICÍPIO DE BOZANO/RS NO PERÍODO ADMINISTRATIVO

DE 2013 - 2016

ÉVERTON BATISTA SANDRI

Ijuí (RS)

2018

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ÉVERTON BATISTA SANDRI

ANÁLISE DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇADAS E REALIZADAS

DO MUNICÍPIO DE BOZANO/RS NO PERÍODO ADMINISTRATIVO

DE 2013 - 2016

Relatório do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis - da UNIJUÍ, como requisito parcial para a conclusão do Curso.

Prof. Orientador: Irani Paulo Basso

Ijuí (RS)

2018

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus, pela vida, pela minha fé, e pelo sonho realizado;

Aos meus pais José e Clarice, por ser meu porto seguro, por ter me ensinado a trilhar meu caminho com coragem e esperança, e por ter feito de mim a pessoa que sou;

A minha esposa pelo amor e por estar sempre presente, tanto nos momentos felizes quanto nos maus momentos;

Ao Prefeito Ernesto Natal Nicoletti e a Contadora Danielle Fontella Lago da Prefeitura Municipal de Bozano/RS, que abriram as portas para que eu pudesse entrelaçar a teoria sobre o assunto.

Aos professores do curso, em especial ao meu professor orientador Irani Paulo Basso, pelos ensinamentos e dedicação;

Aos meus colegas, pelo laço de amizade que conseguimos construir;

Por fim, gostaria de agradecer a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho, meu eterno obrigado.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo realizar a análise comparativa dos balanços orçamentários do Município de Bozano/RS, no período de 2013 a 2016, com o intuito de verificar se o Município está atendendo aos requisitos legais, no planejamento e execução de seus orçamentos. Para este estudo foi executado mediante uma pesquisa aplicada em cima de estudo de caso e documental, analisado e observando as cópias dos documentos coletados junto à prefeitura do Município, os quais foram trabalhados, elencados em planilhas e realizadas as analises comparativas entre valores das receitas e despesas orçadas e executadas, mediante as técnicas de análise vertical e horizontal, com base na classificação das mesmas por categoria econômica e por órgão, para a obtenção dos resultados pretendidos.

Palavras-chave: Orçamento público. Receitas e Despesas Públicas. Análise orçamentária. Análise horizontal. Análise vertical.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Receitas e Despesas Orçadas e Executadas, segundo as categorias econômicas, do período de 2013 a 2016 do Município de Bozano/RS – Valores Originais. ... 41 Quadro 2 - Receitas e Despesas Orçadas em Percentual, segundo as categorias econômicas, do período de 2013/2016, do Município de Bozano/RS - Valores Originais. ... 44 Quadro 3 - Receitas e Despesas Executadas, segundo as categorias econômicas, do período 2013/2016, do Município de Bozano/RS - Valores Originais. ... 47 Quadro 4 - Receitas e Despesas Orçadas e as Variações Percentuais, segundo as categorias econômicas, do período de 2013/2016, do Município de Bozano/RS - Valores Originais. ... 50 Quadro 5 - Receitas e Despesas Executadas e Variação Percentual, segundo as categorias econômicas, do período de 2013/2016 do Município de Bozano/RS - Valores Originais. ... 52 Quadro 6 - Despesas Orçadas e Executada por Órgão/Secretaria do Período 2013/2016 do Município de Bozano/RS - Valores Originais. ... 56 Quadro 7 - Despesas Orçadas por Órgão no Período de 2013/2016 do Município de Bozano/RS - Valores Originais. ... 58 Quadro 8 - Despesas Executadas por Órgão do Período de 2013/2016 do Município de Bozano/RS - Valores Originais. ... 60 Quadro 9 - Despesas Orçadas por Órgão do Período de 2013/2016 do Município de Bozano/RS - Valores Originais e Variação Percentual de um Ano para o Outro. ... 61 Quadro 10 - Despesas Executadas por Órgão do Período de 2013/2016 do Município de Bozano/RS - Valores Originais e Variações de um Ano para o Outro. 63

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LISTA DE ABREVIATURAS

ART – Artigo

FPM – Fundo de Participação dos Municípios ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias IPCA – Índice de Preço ao Consumidor Amplo IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores IRF – Imposto de Renda Retido na Fonte

ISS – Imposto Serviço de Qualquer Natureza ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA – Lei Orçamentária Anual PIB – Produto Interno Bruto

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar PNTE – Programa Nacional de Transporte Escolar PPA – Plano Plurianual

RS – Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

1.1 ÁREA DE ABORDAGEM DO ESTUDO ... 10

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ... 11 1.3 PROBLEMA ... 11 1.4 OBJETIVOS ... 13 1.4.1 Objetivo geral ... 13 1.4.2 Objetivos específicos ... 13 1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16 2.1 CONTABILIDADE PÚBLICA ... 16

2.2 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO AO NÍVEL DO MUNICÍPIO ... 17

2.3 PLANEJAMENTO DA AÇÃO GOVERNAMENTAL ... 18

2.3.1 Plano Plurianual (PPA) ... 18

2.3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 19

2.3.3 Lei do Orçamento Anual(LOA) ... 19

2.4 CARACTERIZAÇÃO DE RECEITA PÚBLICA ... 20

2.4.1 Receita Orçamentária ... 21

2.4.1.1 Receitas Correntes ... 21

2.4.1.2 Receitas de Capital ... 22

2.4.2 Receitas Extra-Orçamentárias ... 23

2.5 CARACTERIZAÇÃO DE DESPESA PÚBLICA ... 23

2.5.1 Despesa Orçamentária ... 24

2.5.1.1 Despesas Correntes ... 24

2.5.1.2 Despesas de Capital ... 25

2.5.1.3 Classificação Institucional da Despesa ... 26

2.5.2 Despesa Extra-Orçamentária ... 26

2.6 ANÁLISE DE BALANÇOS ORÇAMENTÁRIOS ... 27

2.7 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS APLICÁVEIS AO ORÇAMENTO PÚBLICO... 28

2.7.1 Análise Vertical ... 29

2.7.2 Análise Horizontal ... 29

3 METODOLOGIA DAPESQUISA ... 31

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3.1.1 Quanto aos objetivos ... 31

3.1.2 Quanto aos procedimentos ... 31

3.1.3 Quanto à abordagem do problema ... 32

3.2 COLETA DE DADOS ... 33

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 34

4 ATIVIDADE PRÁTICA ... 36

4.1 RESULTADO DE PESQUISA EMPÍRICA ... 36

4.2 ANÁLISE COMPARATIVA DO DESEMPENHO DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇADAS E EXECUTADAS, SEGUNDO AS CATEGORIAS ECONÔMICAS, NO PERÍODO 2013 A 2016, DO MUNICÍPIO DE BOZANO – RS .. 40

4.3 ANÁLISE VERTICAL DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇADAS, POR CATEGORIA ECONÔMICA,NO PERÍODO 2013/2016 ... 44

4.4 ANÁLISE VERTICAL DAS RECEITAS E DESPESAS EXECUTADAS, SEGUNDO AS CATEGORIAS ECONÔMICAS, DO PERÍODO DE 2013/2016 ... 46

4.5 ANÁLISE HORIZONTAL DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇADAS, SEGUNDO AS CATEGORIAS ECONÔMICAS DO PERÍODO DE 2013/2016 ... 49

4.6 ANÁLISE HORIZONTAL DAS RECEITAS E DESPESAS EXECUTADAS, SEGUNDO AS CATEGORIAS ECONÔMICAS DO PERÍODO DE 2013/2016 ... 52

4.7 ANÁLISE COMPARATIVA DAS DESPESAS ORÇADAS E EXECUTADAS POR ÓRGÃO/SECRETARIA DO PERÍODO DE 2013/2016 ... 55

4.8 ANÁLISE VERTICAL DAS DESPESAS ORÇADAS POR ÓRGÃO/SECRETARIA DO PERÍODO DE 2013 A 2016 ... 58

4.9 ANÁLISE VERTICAL DAS DESPESAS EXECUTADAS POR ÓRGÃO/SECRETARIA DO PERÍODO DE 2013/2016 ... 59

4.10 ANÁLISE HORIZONTAL DAS DESPESAS ORÇADAS POR ÓRGÃO/SECRETARIA DO PERÍODO DE 2013/2016 ... 61

4.11 ANÁLISE HORIZONTAL DAS DESPESAS EXECUTADAS POR ÓRGÃO/SECRETARIA DO PERÍODO DE 2013 A 2016 ... 62

4.12 CONCLUSÕES DA ANÁLISE DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇADAS E EXECUTADAS, NO PERÍODO 2013/2016, DO MUNICÍPIO DE BOZANO – RS ... 64

CONCLUSÃO ... 67

REFERÊNCIAS ... 69

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1 INTRODUÇÃO

O Orçamento Público é um plano que expressa em termos de dinheiro, para um determinado período de tempo definido, os programas e as operações do governo e os meios de financiamento desses programas, ou seja, o planejamento das ações com a definição das fontes de recursos. É um instrumento de administração para auxiliar o Executivo nas várias etapas do processo administrativo: programação, execução e controle. Inicia-se com um Projeto de Lei elaborado pelo Poder Executivo, que é enviado para o Poder Legislativo para a discussão, aprovação e, em sendo aprovado, transforma-se em Lei.

É através da lei de meios, orçamento, que o poder público planeja a execução do orçamento que passa pelos processos de lançamento, arrecadação, empenho, liquidação e pagamento de serviços e de obras que serão prestados ao poder público.

O presente trabalho tem a finalidade de analisar e descrever os aspectos mais relevantes da execução orçamentária da receita e da despesa da administração pública do Município de Bozano/RS no período de 2013 a 2016, como forma de trazer a uma linguagem mais acessível e expositiva, a forma de como a Administração Municipal aplicou e distribuiu os recursos arrecadados, bem como procurar constatar a realidade do desempenho econômico do Município.

Inicialmente, o trabalho apresenta a contextualização do estudo, onde se define o tema, em seguida a caracterização da organização onde se relata um pouco da sua história e estrutura, logo após apresenta-se o problema pesquisado, e os objetivos gerais e específicos, seguidos da justificativa.

O segundo capítulo apresenta o referencial teórico, que contextualiza os principais temas abordados neste trabalho, e compreendem: contabilidade, contabilidade e orçamento público, planejamento da ação governamental, caracterização de receitas e despesas públicas, análise orçamentária e as técnicas de análise de balanços orçamentários.

No terceiro capítulo, evidencia-se a metodologia do estudo, que abrange a classificação da pesquisa, quanto os objetivos, sua natureza e procedimentos. Também constam nesse capitulo a definição do plano de coleta de dados e seus instrumentos, a metodologia quanto a análise e interpretação dos dados e a estrutura da pesquisa.

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No quarto capítulo, é relatada a parte prática do TCC, onde se realizou o levantamento dos dados dos demonstrativos contábeis obtidos junto ao Município em análise, e em seguida foram elaboradas as análises comparativas, horizontal e vertical, por categorias econômicas e funções do período de 2013 a 2016.

Por fim, apresentam-se as conclusões das análises e do Trabalho de Conclusão de Curso, bem como a bibliografia consultada durante o estudo.

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1.1 ÁREA DE ABORDAGEM DO ESTUDO

O presente relatório do Trabalho de Conclusão de Curso tem como área de pesquisa a Contabilidade e Orçamento Público, com aplicação prática na análise de desempenho orçamentário de um Município integrante da região de abrangência da AMUPLAM – Associação dos Municípios do Planalto Médio – Rio Grande do Sul.

A definição de Orçamento Público é ainda muito discutida, pois com o passar dos anos ocorreram significativas mudanças na sua concepção e na legislação que o rege.

O orçamento não é essencialmente uma lei, mas um programa de trabalho do poder Executivo. Programa que contém planos de custeio dos serviços públicos, planos de investimentos, de inversões e, ainda, planos de obtenção de recursos. A execução desse programa de trabalho exige autorização prévia do órgão de representação popular; e a forma material de esse órgão expressar sua autorização é a lei, (ANGÉLICO, 1995, p. 18).

Neste sentido Giacomoni (2009, p. 54), estabelece que, “O orçamento público é caracterizado por possuir uma multiplicidade de aspectos: político, jurídico, contábil, econômico, financeiro, administrativo, etc.”

O governo utiliza-se da execução orçamentária para planejar e controlar as ações de curto e longo prazo da entidade pública, tendo como base a análise da atual situação da mesma, visando atingir os objetivos desejados.

Com o passar dos anos, o orçamento público evoluiu, aumentando a sua contribuição para o poder político. Basso (2009, p. 33), classifica que, “A experiência do Orçamento Público nos Estados Unidos da América do Norte conduziu e evoluiu para e solidificação do orçamento moderno, entendido como um instrumento básico e fundamental para a administração dos serviços e aplicação dos recursos públicos.” A realização do orçamento moderno inclui a metodologia do orçamento-programa, sobre o que Giacomoni (2009, p. 161), estabelece que “A originalidade do Orçamento-Programa estava na sua organicidade, isto é, possuía todos os componentes bem articulados, o que lhe possibilitava reais chances de implantação generalizada em substituição ao antigo e arraigado orçamento tradicional.”

Neste contexto, Giacomoni (2009), define os elementos essenciais do orçamento-programa, afirmando que se trata de um instrumento de planejamento governamental em que constam as despesas da administração pública para um ano,

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em equilíbrio com a arrecadação das receitas previstas. Continua afirmando que é o documento onde o governo reúne todas as receitas arrecadadas e programa o que de fato vai ser feito com esses recursos. Complementa dizendo que o orçamento-programa é onde o governo aloca os recursos destinados a hospitais, manutenção das estradas, construção de escolas, pagamento de professores; é no orçamento onde estão previstos todos os recursos arrecadados e onde esses recursos serão destinados.

A Contabilidade se explicita no setor público através da Contabilidade Patrimonial e Financeira e da Contabilidade Orçamentária, seguindo normas e leis específicas. Assim, com esse enfoque, o tema geral deste estudo é a análise comparativa dos orçamentos do Município de Bozano no período de 2013 a 2016, procurando destacar os principais aspectos que caracterizam a materialização da busca das receitas e sua aplicação, com vistas à consecução da satisfação da população por ele beneficiada.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DOMUNICÍPIO

O município de Bozano foi elevado à esta categoria administrativa pela lei estadual nº 10.741, de 16 de abril de 1996, sendo desmembrado do município de Ijuí, visto que era distrito do mesmo. No dia 01/01/2001, foi instalado o novo município, localizado na região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul, ocupando uma área de 201,04 km²,composta por uma população estimada em aproximadamente 2.200 habitantes, a BR 285 é o principal acesso ao município que está situado há 380 km da capital Porto Alegre.

Atualmente a base da economia do município é a agropecuária no cultivo de soja, trigo, milho, feijão, aveia, onde a estrutura fundiária se caracteriza por pequenos estabelecimentos que utilizam a força do trabalho familiar. Outro fator muito importante é a pecuária, com a produção leiteira, criação de aves, ovinos, suínos, peixes; complementada com outras culturas e criações menos expressivas.

1.3 PROBLEMA

A Contabilidade Pública demonstra a composição patrimonial, a execução orçamentária e elabora balanços gerais para analisar e interpretar os resultados

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econômicos e financeiros obtidos em períodos anteriores, realizando projeções para exercícios futuros.

Os orçamentos no Setor Público, podem ser considerados espelho das prioridades estabelecidas pelas suas Administrações durante um determinado período administrativo. Neles estão dispostos os elementos que caracterizam as fontes dos recursos e sua respectiva aplicação, demonstrando também as dificuldades encontradas na realização das receitas públicas e de outro lado, a ênfase dada nas suas aplicações, através de projetos e atividades que foram planejadas e posteriormente desenvolvidas.

Os municípios de pequeno porte possuem baixa capacidade de arrecadação própria, pois sua arrecadação por impostos muitas vezes é pequena, gerando assim grande dependência das transferências intergovernamentais vindas dos Governos Federal e Estadual, principalmente do Fundo de Participação dos Municípios na União e dos repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado; isso os torna financeiramente dependentes do estado e da União, restringindo assim a autonomia que lhe é conferida pela Constituição Federal.

O Sistema Orçamentário usado no Brasil, e que foi fixado pela Constituição Federal, é baseado em uma hierarquia de três leis ordinárias: a Lei do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e pela Lei do Orçamento Anual (LOA), devendo as mesmas estarem em consonância, objetivando a execução do orçamento de forma racional e de acordo com o planejamento das ações a curto, médio e longo prazo.

Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar 101/2000 e a Constituição Federal de 1988, a administração pública de cada município tem a obrigação em investir um percentual mínimo das receitas públicas de impostos próprios e de transferências em saúde e educação. É também dever dele organizar e planejar ações e investimentos para fornecer os serviços básicos à população, satisfazendo necessidades essências ou secundárias da coletividade.

Para que os gestores realizem uma administração sustentável, transparente e eficiente, eles devem ter a consciência de que o seu encargo é em defesa, aprimoramento e conservação dos bens, serviços e interesses da coletividade, exigindo-se deles a obrigação de cumprir fielmente o emprego dos recursos públicos, conforme os desafios impostos pela legislação em vigor.

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Toda atividade pública deve ser regida pelo objetivo principal que é o bem comum da coletividade administrativa, no entanto, é necessário que a administração pública siga o planejamento e o orçamento, de forma a controlar os gastos públicos, para se evitar o correlacionado endividamento, bem como a expansão ou contenção de despesas em custeio ou investimentos em determinado período, interferindo assim, no cumprimento das obrigações da administração pública.

Assim, pode-se definir o problema básico para a realização do trabalho de conclusão de curso da seguinte forma: como se comportaram as receitas e as despesas públicas no Município de Bozano/RS no período de 2013 a 2016, consubstanciadas em seus relatórios contábeis-orçamentários no seu contexto sócio econômico?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos buscam determinar o que se quer atingir com a realização do trabalho de conclusão de curso proposto pelo acadêmico, divididos em geral e específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Identificar a situação econômica e financeira do município de Bozano/RS e o modo como se deu a execução de suas receitas e despesas no período 2013 a 2016 frente as prioridades do governo formalizadas no orçamento municipal, e contexto sócio-econômico.

1.4.2 Objetivos específicos

a) Revisar e aprofundar conhecimentos de contabilidade e orçamento público; b) Diagnosticar o processo de orçamentação no município de Bozano/RS;

c) Levantar a composição das receitas e a respectiva aplicação nas despesas realizadas pelo município de Bozano/RS no período de estudo;

d) Analisar a evolução comparativa horizontal e vertical das receitas e despesas públicas orçadas e realizadas do município de Bozano/RS no período de 2013 a 2016;

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e) Mensurar as variações orçamentárias da realização das receitas e das despesas nos períodos pré-definidos, definindo as políticas priorizadas pela gestão no período estudado;

f) Sistematizar um conjunto de recomendações à atual gestão do Município.

1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O Trabalho de Conclusão de Curso visa analisar o comportamento econômico e financeiro do município em estudo, de forma a desenvolver o conhecimento diante dos métodos, legislação e dos procedimentos e registros em relação às receitas arrecadadas e a composição das despesas executadas da entidade no período analisado, contribuindo assim para melhor compreensão do processo de geração das informações contábeis do ente público e por analogia, a demais municípios do porte do município de Bozano/RS.

A realização da análise orçamentária dos valores orçados/executados tem o objetivo de mostrar a projeção das origens dos recursos e onde estes foram inicialmente previstos para serem investidos, analisando as propostas iniciais da Administração ao projetá-las.

Quanto a comparação entre os valores orçados e os valores praticados, procura dimensionar a adequação do planejado com o efetivamente executado, evidenciando também possíveis modificações nas políticas inicialmente pensadas pela Administração.

De outra parte, tais análises proporcionam, implicitamente, a adequação das práticas adotadas pelo setor contábil do município no tocante ao cumprimento de normas, princípios constitucionais, leis que regem a Contabilidade Pública, proporcionando assim para servidores e gestores, um maior conhecimento para seus controles internos e para a realização de orçamentos posteriores, na busca de maior consistência, eficiência e eficácia da gestão pública.

Igualmente, o presente estudo poderá também evidenciar para a sociedade bozanense se o executivo municipal está cumprindo de fato com suas obrigações para com a gestão pública, no que se refere ao orçamento e execução dos gastos públicos.

A pesquisa visa contribuir com o acadêmico para uma realização pessoal e profissional, proporcionando um melhor entendimento da legislação pertinente ao

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setor público, e diante disso, a possibilidade de ingressar, mediante concurso público, no serviço público.

Já para a Universidade e para o curso de Ciências Contábeis, este estudo pode contribuir, motivar outros acadêmicos para novos trabalhos e pesquisas na área pública.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTABILIDADE PÚBLICA

Pode ser definida como sendo o ramo da Contabilidade que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos ocorridos com o patrimônio do ente público, revelando seus estados nas dimensões qualitativa e quantitativa, ao longo do tempo.

A contabilidade pública é uma especialização da Ciência Contábil que registra, controla e estuda os atos e fatos administrativos e econômicos operados no patrimônio de uma entidade pública, possibilitando a geração de informações, variações e resultados sobre a composição deste, auferidos por sua administração e pelos usuários. (ANDRADE, 2006, p. 29).

Segundo Angélico (1995, p. 107), “A Contabilidade Pública, aplicando normas de escrituração contábil, registra a previsão das receitas, a fixação das despesas, e as alterações introduzidas no orçamento.”

Já para Slomski (2013, p.4), a Contabilidade aplicada ao setor público “[...] evidencia os atos e fatos ligados à administração orçamentária e os fatos relacionados aos eventos relativos à gestão, financeira e patrimonial da entidade, com o objetivo de apresentar o patrimônio da entidade em determinado momento.”

Ainda em Kohama (2003, p. 50), encontramos que, “[...] que cabe à Contabilidade Pública o estudo dos vários aspectos que envolvem a execução orçamentária e financeira da receita e da despesa pública e toda a gama de repercussões que por ela é produzida.”

Em síntese, pode-se dizer que a Contabilidade Pública é um ramo da Contabilidade, em que o orçamento está presente, e que seu objeto de estudo é o patrimônio público, a qual é obrigada a praticar seus registros contábeis em conformidade com as normas públicas estabelecidas, bem como orientar-se pelos seus princípios; já como um sistema de informações podemos entendê-la, como um instrumento de auxílio no planejamento e tomada de decisões, buscando evidenciar com clareza, a transparência das ações da administração pública.

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2.2 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO AO NÍVEL DO MUNICÍPIO

Para que a administração pública execute suas atividades, estas deverão estar pautadas em instrumentos que legitimem suas ações, e o principal destes instrumentos é o orçamento, que quando elaborado pela administração pública, é chamado de Orçamento Público.

Angélico (1995, p.39), afirma o seguinte: “O orçamento público surgiu para atuar como instrumento de controle das atividades financeiras do Governo.”

Andrade (2006, p. 58), afirma que, “[...] orçamento é a função primordial da gestão pública de estimar as receitas e fixar as despesas. Momento em que se define legalmente, pelas dotações orçamentárias, a formalização de utilização dos recursos disponíveis nas instituições públicas.”

Normalmente, um orçamento é elaborado três ou quatro meses antes do início do ano orçamentário a que diz respeito. O ciclo orçamentário compreende o período de tempo em que se processam as atividades características do Orçamento Público; é a sequência de fases ou etapas que devem ser cumpridas como parte do processo orçamentário.

O Orçamento Público inicia-se com um texto elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao Poder Legislativo para discussão, avaliação, aprovação, emenda e conversão em lei. O documento contém a estimativa de arrecadação das receitas para o ano seguinte e a autorização para a realização de despesas. Porém, está atrelado a um forte sistema de planejamento público das ações propostas pelo Executivo a realizar no exercício.

No entanto, o processo de planejamento, execução e controle do orçamento público é de vital importância para uma gestão eficaz e eficiente dos recursos públicos. O planejamento governamental é materializado por três instrumentos: o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual.

Na elaboração desses instrumentos, desenvolvem-se esforços para identificar e ordenar prioridades em busca do equilíbrio na distribuição de recursos para o atendimento das carências apontadas pelos programas e projetos. Cabe ao gestor do Executivo municipal a tarefa de acompanhar a elaboração e a execução do orçamento, utilizando mecanismos de controle efetivo e estabelecendo objetivos para redirecionamento da tomada de decisão, visando às correções necessárias.

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2.3 PLANEJAMENTO DA AÇÃO GOVERNAMENTAL

O Planejamento Orçamentário brasileiro está elencado em três peças fundamentais dispostas na Constituição Federal: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Com essas peças juntas devem ser implementadas as técnicas orçamentárias a fim de garantir um orçamento baseado nos princípios legais com vistas a atingir os objetivos pretendidos.

2.3.1 Plano Plurianual (PPA)

O Plano Plurianual pode ser entendido como a elaboração de um planejamento estratégico tanto do governo federal, estadual ou municipal para um período de quatro anos, servindo como uma importante ferramenta para a administração pública conduzir os seus gastos públicos e também um modo de apresentar para a sociedade as intenções dos gestores durante a sua vigência.

O Plano Plurianual é o instrumento elaborado pelo poder Executivo que apresenta para o poder Legislativo e sociedade o seu plano de governo. É sempre elaborado no início do primeiro ano de governo, para vigorar a partir do exercício seguinte até o final do primeiro ano de mandato do novo governo, reeleito ou eleito como seu sucessor, (BASSO, 2009, p. 48).

Segundo Andrade (2008, p. 20), “Qualquer ação governamental somente poderá ser executada durante o ano (execução orçamentária) se o programa estiver adequadamente inserido no PPA.”

Na Lei Orgânica do Município de Bozano/RS, art. 108 o projeto de Lei do Plano Plurianual deve ser enviado pelo Prefeito Municipal, à Câmara Municipal até o dia 30 de julho do primeiro ano do mandato do Prefeito. No art. 109 diz que o Poder Legislativo tem prazo até o dia 30 de agosto do mesmo ano para encaminhar o Projeto aprovado para o Prefeito, onde é sancionado transformando-se em lei.

O PPA é responsável por dar embasamento necessário para a elaboração das demais peças orçamentárias, a LDO e a LOA, uma vez que, conforme estabelece à legislação, tudo o que dispuser a LDO e a LOA, devem estar dispostos anteriormente no PPA.

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2.3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

A LDO é feita anualmente e compreenderá quais as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o próximo exercício financeiro, ou seja, define quais as ações previstas no PPA que serão realizadas no próximo ano.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, compreendidos aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimentos das empresas e o orçamento da seguridade social, de forma a adequá-los as diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no plano plurianual. (KOHAMA, 2003, p. 59).

Conforme disposto em Brasil (2000), a LDO deverá dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas; os critérios e as formas de limitação de empenho; normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. Deverá conter também anexos de metas fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública e anexos de riscos fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. A obrigatoriedade desses dois anexos vem cumprir a principal finalidade da Lei de Responsabilidade Fiscal que é assegurar a gestão pública responsável.

Na Lei Orgânica do Município de Bozano/RS, art. 108, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias deve ser enviado pelo Prefeito Municipal, à Câmara Municipal anualmente até o dia 31 de setembro. No art. 109 diz que o Poder Legislativo tem prazo até o dia 30 de outubro do mesmo ano para encaminhar o Projeto aprovado para o Prefeito, onde é sancionado, transformando-se em lei.

2.3.3 Lei do Orçamento Anual (LOA)

A Lei do Orçamento Anual é o orçamento propriamente dito, sendo a última etapa do processo de planejamento orçamentário, é através dela que a execução do

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orçamento se materializa, devendo estar em consonância com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Para viabilizar a concretização das situações planejadas no plano plurianual e, obviamente transformá-las em realidade, obedecida a lei de diretrizes orçamentárias, elabora-se o Orçamento Anual, onde são programadas as ações a serem executadas, visando alcançar os objetivos determinados. (KOHAMA, 2003, p. 60).

A Lei do Orçamento Anual é uma lei elaborada anualmente, e nela estão relacionados os conjuntos de ações que devem ser executadas durante este período; devem estar fixados os valores a serem gastos no decorrer do ano e previstos os valores a serem arrecadados, se consubstanciando no Orçamento do Município para aquele determinado exercício financeiro. É através dele que são atendidas as necessidades da população, tudo deve estar previsto e ter um determinado valor, o que não foi previsto e não está no orçamento, não pode ser executado.

Na Lei Orgânica do Município de Bozano/RS, art. 108, o Projeto de Lei do Orçamento Anual deve ser enviado pelo Prefeito Municipal à Câmara Municipal até o dia 15 de novembro de cada ano. O Poder Legislativo tem prazo até o dia 15 de dezembro do mesmo ano para encaminhar o Projeto aprovado para o Prefeito, onde é sancionado e transformando em lei.

2.4 CARACTERIZAÇÃO DE RECEITA PÚBLICA

Segundo a Lei 4.320/64, a Receita pública é considerada qualquer ingresso de recursos aos cofres públicos, seja em dinheiro ou outro bem representativo de valor, em virtude de leis, contratos, convênios de direito do governo.

Receita pública é o conjunto de ingressos monetários aos cofres públicos, provenientes de várias fontes e fatos geradores, que formam as disponibilidades financeiras com as quais a Fazenda Pública pode dispor para financiamento das despesas públicas. (ANDRADE, 2008, p. 156).

Segundo Andrade (2006, p. 72), “As receitas públicas, por convenção contábil, são vislumbradas por regime de caixa, enquanto as despesas públicas são por regime de competência.”

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As receitas como obedecem ao regime de caixa para sua escrituração, só serão reconhecidas no momento em que houver a efetiva entrada do recurso.

A Receita Pública classifica-se em dois grupos definidos pela Lei 4.320/64: uma deve estar na Lei de Orçamento, chamada de Receita Orçamentária; e a outra são recursos recolhidos que não pertencem aos cofres públicos, chamada de Receitas Extra-orçamentária.

2.4.1 Receita Orçamentária

Receitas Orçamentárias são aquelas que estão previstas no orçamento e que entram de forma definitiva no patrimônio; são recursos próprios que poderão financiar políticas públicas e os programas de governo.

Segundo Kohama (2003, p. 84), “A Receita Orçamentária é a consubstanciada no orçamento público, consignada na Lei Orçamentária, cuja especificação deverá obedecer a discriminação constante do Anexo nº 3, da Lei Federal nº 4.320/64.”

As receitas orçamentárias são classificadas, segundo sua categoria econômica, em Receitas Correntes e Receitas de Capital.

2.4.1.1 Receitas Correntes

A finalidade das receitas correntes é custear o poder público, onde sua fonte de recursos provém de diversas formas, assim descritas pela Lei nº 4.320/64.

São Receitas Correntes, as receitas tributárias de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (KOHAMA, 2003, p. 85).

Elas são destinadas aos gastos correntes e decorrem de um fato modificativo, ou seja, todas as transações realizadas pela Administração Pública, não resultem em constituição de Patrimônio, ou que sejam definidas por lei; e suas fontes são:

a) Receita tributária: proveniente de impostos como IPTU, ISS, ITBI, IRF e taxas;

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b) Receitas de contribuições: são aquelas provenientes de descontos para institutos de previdência e outras previstas em lei federal específica;

c) Receita patrimonial: oriunda de recebimento de aluguel de imóveis do ente público e rendimentos de aplicações financeiras;

d) Receita agropecuária: proveniente de venda de produtos da exploração de atividades agropecuárias pelo ente público;

e) Receita industrial: valor que o ente público obtém da exploração de atividade extrativa industrial própria;

f) Receita de serviços: valor obtido pelo ente público decorrente da cobrança por qualquer serviço prestado ao cidadão pessoa física ou jurídica;

g) Transferências correntes: valores recebidos do Estado (provenientes de retorno de tributos como o ICMS, IPI, IPVA e outros; da União como FPM, ITR e outros, bem como de recursos repassados a título de ajuda como merenda escolar e transporte escolar e outros, destinados ao custeio de atividades do Executivo Municipal;

h) Outras receitas correntes: como cobrança da dívida ativa, multas, juros e restituições, entre outras.

2.4.1.2 Receitas de Capital

As receitas de capital são destinadas a cobrir as despesas de capital a título de investimentos. Decorrem de um fato permutativo, com isso, aumentam a disponibilidade financeira, porém sua característica básica é de que cria acréscimo ao patrimônio do ente público.

São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinado a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. (KOHAMA, 2003, p. 88).

Elas geram uma despesa de capital, mas acrescentam valor ao patrimônio e, são provenientes das seguintes fontes:

a) Operações de crédito: oriundas de empréstimos e financiamentos bancários;

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b) Alienação de bens: proveniente da alienação (venda) de bens próprios do ente público;

c) Transferências de capital: vinda de outra esfera de governo, destinadas a investimentos no município.

2.4.2 Receitas Extra-Orçamentárias

A Receita Extra-orçamentária, como o próprio nome pressupõe, são aquelas que não são previstas no orçamento, uma vez que não o afetam. São recursos que entram nos cofres públicos, mas que não pertencem a este, sendo destinados a repasses a terceiros.

A receita extra-orçamentária refere-se às receitas que não integram o orçamento público, ou seja, são todos recolhimentos efetuados, que constituirão compromissos exigíveis a curto prazo, cujo pagamento independe de autorização legislativa, razão pela qual classificadas em contas financeiras adequadas, preexistentes no plano de contas da entidade. (ANDRADE, 2006, p. 80).

Nesse sentido, Kohama (2003, p. 91), afirma que “O Estado figura apenas como depositário dos valores que ingressam a esse título, como por exemplo: as cauções, as fianças, as consignações, entre outras [...].”

2.5 CARACTERIZAÇÃO DE DESPESA PÚBLICA

As despesas públicas são todos os gastos utilizados para atender às necessidades dos serviços públicos criados para garantir o bem-estar da sociedade. Para Andrade (2006) despesa pública constitui-se em:

Toda saída de recursos ou de todo pagamento efetuado, a qualquer título, pelos agentes pagadores para saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em lei especial e destinados à execução dos serviços públicos, entre eles custeio e investimentos, além dos aumentos patrimoniais, pagamento de dívidas, devoluções de importâncias recebidas a título de caução, depósitos e consignações. (ANDRADE, 2006, p. 89).

Ainda segundo Andrade (2006, p. 89), “As despesas públicas, por convenção contábil, são vislumbradas por regime de competência, enquanto as receitas públicas são por regime de caixa [...]. ”Portanto, a despesa pública, para sua

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contabilização, ela é registrada no momento de sua ocorrência, não dependendo de ter sido realizado o seu pagamento.

Ainda analisando os estudiosos da área, Angélico (1995, p.62), apresenta o seguinte conceito: “Constitui despesa pública todo o pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores. Classifica-se a despesa pública, inicialmente, em dois grupos: despesa orçamentária e despesa extra-orçamentária.”

2.5.1 Despesa Orçamentária

É aquela que, para ser realizada, depende de autorização legislativa e que não pode ser efetivada sem a existência de crédito orçamentário que a corresponda suficientemente.

Segundo Andrade (2006, p. 89), “Despesas Orçamentárias são as que estejam discriminadas e fixadas no orçamento, estando, por conseguinte, previamente autorizadas pelo Legislativo, instituídas pelas normas legais e com adoção pelos três níveis de governos.”

Kohama (2003, p. 110), cita que: “Segundo o disposto na Lei Federal nº 4.320/64, deverá ser observada a discriminação por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão do governo.” Complementa ainda que:

Na Lei de Orçamento, a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo, por elementos. Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para a consecução de seus fins. (KOHAMA, 2003, p. 110).

A Lei nº 4.320/64, do mesmo modo, diz que a receita orçamentária é classificada por categorias econômicas, sendo classificadas em dois grupos: Despesa Corrente e Despesa de Capital.

2.5.1.1 Despesas Correntes

Despesas Correntes são os gastos de natureza operacional, realizados pela administração pública, que se tem como objetivo a manutenção dos serviços aprovados na lei orçamentária anual e também cobrir os custos de funcionamento dos seus órgãos.

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Pode-se definir como o grupo de despesas operacionais realizadas pela Administração Pública, a fim de executar a manutenção dos equipamentos e promover o funcionamento dos órgãos de suas atividades básicas, mas essas despesas não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem capital. A despesa corrente apresenta-se como fato modificativo ou diminutivo. (ANDRADE, 2006, p. 101).

As despesas correntes desdobram-se de acordo com a Lei 4.320/64, em despesas de custeio, que estão relacionadas com as atividades básicas da administração pública; são as despesas realizadas com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros e encargos diversos e outros, e as de transferências correntes,que são as despesas realizadas para as quais não haja contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender a manifestação de outras entidades de direito público ou privado. São exemplos de transferências correntes: subvenções econômicas, subvenções sociais, pessoal inativo, pensionistas, e, juros e encargos da dívida pública. Consideram-se subvenções, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, divididas em sociais ou econômicas.

2.5.1.2 Despesas de Capital

As Despesas de Capital correspondem aos gastos da Administração Pública para formar ou adquirir bens de capital.

As despesas de capital são os gastos realizados na administração pública, cujo propósito é o de criar novos bens de capital ou mesmo de adquirir bens de capital já em uso, como é o caso dos investimentos e inversões financeiras, respectivamente, e que constituirão, em última análise, incorporações no patrimônio público de forma efetiva ou através de mutação patrimonial. (KOHAMA, 2003, p. 113).

De acordo com a Lei 4.320/64, as despesas de capital se classificam em:

- Despesas de investimentos: que são as despesas necessárias ao planejamento e execução de obras, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, constituição ou aumento do capital de empresa do Estado que não sejam de caráter comercial ou financeiro, incluindo-se as aquisições de imóveis considerados necessários à execução de tais obras.

- Inversões financeiras: são despesas com aquisição de imóveis, bens de capital já em utilização, títulos representativos de capital de entidades já

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constituídas (desde que a operação não importe em aumento de capital), constituição ou aumento de capital de entidades comerciais ou financeiras (inclusive operações bancárias e de seguros). Em suma, são operações que importem a troca de dinheiro por bens.

- Transferências de capital: são despesas de transferência de numerário a entidades para que estas realizem investimentos ou inversões financeiras. Nessas despesas, incluem-se as destinadas à amortização da dívida pública.

Podem ser segregadas em: Auxílios, se derivadas da lei orçamentária, e, de Contribuições, se derivadas de lei anterior à lei orçamentária.

2.5.1.3 Classificação Institucional da Despesa

Essa parte da classificação da despesa pública está relacionada à estrutura orgânica da entidade. Segundo Silva (2004, p.136), “a classificação institucional corresponde aos órgãos e às unidades orçamentárias que constituem o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias”.

De acordo com o artigo 14 da Lei n.º 4.320/1964 “constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias”.

Esta classificação é utilizada para dispor, no orçamento, a estrutura organizacional da entidade ou órgão. Neste sentido, Andrade (2006, p.90) diz que a classificação institucional “consiste na discriminação dos créditos orçamentários pelos órgãos que integram a estrutura administrativa e que vão realizar as tarefas que lhes competem no programa de trabalho”.

Silva (2004, p.139) apresenta entendimento de que há uma tendência de acrescentar, à classificação institucional do gasto público, estudos e informações que demonstrem as competências e relações institucionais, melhorando a identificação de objetivos expostos nos documentos orçamentários.

2.5.2 Despesa Extra-Orçamentária

A Despesa Extra-orçamentária compreende os valores cujos pagamentos não estão vinculados a uma autorização legislativa. Este tipo de despesa não possui

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detalhamento no orçamento público, e sua realização não se vincula à execução do orçamento.

Por outro lado, a Despesa Extra-orçamentária refere-se a pagamentos que restituem as Receitas Extra-orçamentárias, ou valores que estão registrados em restos a pagar de exercícios anteriores.

Segundo Kohama (2003), Despesa Extra-orçamentária:

É aquela paga à margem da lei orçamentária e, portanto, independente de autorização legislativa, pois se constitui em saídas do passivo financeiro, compensatórias de entradas no ativo financeiro, oriundas de receitas extra-orçamentárias, correspondentes à restituição ou entrega de valores recebidos, como cauções, depósitos, consignações e outros. (KOHAMA, 2003, p.110).

Ou seja, despesa Extra-orçamentária é toda despesa com simples transitoriedade, não constante no orçamento anual, independendo de autorização legislativa.

2.6 ANÁLISE DE BALANÇOS ORÇAMENTÁRIOS

Neste trabalho, o foco do estudo será no balanço orçamentário. Segundo a Lei nº 4.320/64 “O Balanço Orçamentário apresentará as receitas e as despesas previstas em confronto com as realizadas.”

Slomski (2013, p. 116), define que: “O Balanço Orçamentário evidencia as receitas e as despesas orçamentárias, detalhadas em níveis relevantes de análises, confrontando o orçamento inicial e suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário.”

Para Iudicibus (2009, p. 5), a análise de balanços é a “[...] arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso.”

Andrade (2006), enfatiza que:

Uma análise criteriosa e bem-feita dos balanços e demonstrativos das entidades públicas, quando embasada em dados e relatórios confiáveis, permitirá ao administrador público a tomada de decisão que tenderá ao real cumprimento dos princípios da administração pública, tais como os de economicidade, equilíbrio, eficiência, assim como promoverá uma mudança cultural nos usuários dos recursos públicos. (ANDRADE, 2006, p. 319).

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Através da análise do Balanço Orçamentário, têm-se a avaliação da gestão orçamentária, sendo possível verificar e controlar o cumprimento das determinações contidas na Lei Orçamentária Anual, verificando-se o cumprimento de metas, na medida em que se contrasta a previsão com a execução orçamentária.

O resultado orçamentário será demonstrado pela comparação entre as receitas realizadas e as despesas empenhadas, podendo ser deficitário quando as despesas empenhadas forem superiores às receitas realizadas; superavitário quando as receitas realizadas forem superiores às despesas empenhadas; ou de equilíbrio orçamentário quando as despesas empenhadas forem equivalentes às receitas realizadas.

Para o efetivo controle e elaboração de orçamentos, a realização de análise dos balanços orçamentários pela entidade pública, servirá como base para a coleta de dados dos orçamentos posteriores, diminuindo falhas e corrigindo desvios.

2.7 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS APLICÁVEIS AO ORÇAMENTO PÚBLICO

Segundo Sá (2005, p. 15), “Analisar é tornar uma coisa simples mediante uma decomposição da mesma; é extrair elementos de um todo, procurando conhecer-lhe as partes. Assim, analisar é conhecer uma coisa pelos elementos que a compõem.”

No entanto, a análise dos orçamentos é necessária para detectar os percentuais alocados nos serviços públicos, durante o período em estudo. É por meio dela que será possível evidenciar a representatividade de cada fonte de recurso e de cada item de despesa.

Conforme Silva (2007, apud BASSO et al, 2015, p. 55), enfatiza que:

A análise de balanços é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas à apuração de dados indicadores que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade em gerar bons resultados (situação econômica).

Diante da necessidade de se ter informações completas e verídicas, a análise dos balanços orçamentários verifica se as porcentagens exigidas pela legislação estão de acordo com os valores executados pelo setor público.

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Portanto ela pode ser realizada de muitas maneiras, dependendo de qual é a informação que se quer buscar. Mas como parâmetro é utilizado à análise vertical e a horizontal.

2.7.1 Análise Vertical

Assaf Neto (2002, p. 108), define análise vertical como sendo: “[...] um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo.”

Logo, a análise vertical utiliza a regra de três simples, para calcular as proporções de cada parte em relação ao montante, sendo possível verificar a distribuição dos valores no total de recursos orçamentários, financeiros e patrimoniais, identificando descompassos entre receitas e despesas.

Mauss (2012, p. 2005), conclui ainda: “[...] que uma análise apurando o percentual da conta em cada ano analisado possibilita traçar uma tendência de gestão ao longo dos anos e viabiliza uma conclusão mais segura e embasada em relação a sua situação futura.”

Assim, é através das análises verticais de um orçamento que se analisa o quanto cada despesa ou receita representam no total, obtendo desta forma, os percentuais que podem ou não serem estipulados e cobrados legalmente.

2.7.2 Análise Horizontal

A análise horizontal dos orçamentos faz um comparativo ano após ano com o objetivo de verificar a sua evolução.

Conforme Assaf Neto (2002, p. 100), “A análise horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números-índices [...].”

Para Andrade (2006), a análise horizontal é uma comparação de períodos definidos, onde é adotada a proporção de 100% para o período anterior a data base, realizando uma regra de três simples é possível verificar o aumento ou a queda dos valores.

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Ao contrário da análise vertical ela verifica a evolução ou diminuição de cada conta de forma isolada, possibilitando analisar a situação financeira do Ente Público no decorrer dos anos, e verificando os anos que melhor foram distribuídos os recursos para o bem-estar da população.

Outras técnicas de análise de demonstrações contábeis, como a análise por indicadores econômicos e financeiros, por exemplo, completam esta importante técnica contábil que visa transformar dados em informações que revelam a situação patrimonial, econômica e financeira de entidades, que, no presente trabalho são desconsideradas, pois na parte prática utilizar-se-á apenas as técnicas de análise vertical e horizontal de balanços.

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3 METODOLOGIA DAPESQUISA

A metodologia do estudo abrange a classificação da pesquisa, contemplando também a coleta de dados e ainda a análise e interpretação dos dados coletados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A classificação da pesquisa é subdividida quanto aos objetivos, aos procedimentos técnicos do estudo e a forma de abordagem do problema.

3.1.1 Quanto aos objetivos

Em relação aos objetivos, uma pesquisa pode ser classificada em três grandes grupos: exploratória, descritiva, e explicativa.

A pesquisa descritiva visa identificar e descrever as características de determinada população, indivíduo, local, máquina, empresa ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos e fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características. (BERVIAN, 2002, p. 66).

Segundo Bervian (2002, p. 67), “Em síntese, a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade.”

Neste estudo a pesquisa é classificada como descritiva, pois foram buscadas informações na Entidade com objetivo de analisar os dados do orçamento municipal, assim estabelecendo e descrevendo, bem como comparando o previsto do orçado em relação as despesas e as receitas orçamentárias do município de Bozano.

3.1.2 Quanto aos procedimentos

Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser classificada como: estudo de caso, pesquisa de campo, bibliográfica e documental.

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Segundo (GIL, 2010, p. 37), “[...] o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento [...].”

O estudo de campo tem maior profundidade em situações típicas, não se preocupando em gerar grandes amostras representativas.

Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou relações entre eles. (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.186).

A Pesquisa Bibliográfica, segundo (GIL, 2010, p. 29), “[...] é elaborada com base em material já publicado, constituído principalmente de livros, revistas e artigos científicos.”

De acordo com GIL (2010, p. 30), “[...] a Pesquisa Documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.”

Sendo assim, para a realização da presente pesquisa utilizou-se da metodologia do estudo de caso na busca de dados e na abordagem do orçamento do município de Bozano/RS, e revelados através da análise dos mesmos, utilizará também a pesquisa bibliográfica, pois tem um referencial teórico baseado na pesquisa de leis, livros, documentos e internet, no que se refere ao assunto em estudo. Neste trabalho também foi utilizada a pesquisa documental na parte prática do trabalho, utilizando as demonstrações contábeis do município.

Complementando a pesquisa com a aplicação de um questionário para a pessoa encarregada do processo de orçamentação do município, com a finalidade de obter informações sobre o processo de elaboração do orçamento, auxiliando assim no desenvolvimento da parte prática da pesquisa.

3.1.3 Quanto à abordagem do problema

Quanto à abordagem, a pesquisa é classificada em quantitativa ou qualitativa. Conforme Richardson (1999, p. 80), “Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema,

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analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais [...].”

Com relação à abordagem do problema, a pesquisa é classificada como qualitativa, pois os dados são analisados de forma comparativa entre as receitas e despesas orçadas e executadas, usando os dados extraídos de relatórios contábeis obtidos na Prefeitura do Município de Bozano/RS, que serão analisados pelo pesquisador.

3.2 COLETA DE DADOS

Para Marconi e Lakatos (2003, p.165), “O plano de coleta de dados é a “Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.”

Na coleta de dados podem ser utilizadas as seguintes técnicas: observação, questionários, checklist e documentos.

A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 190).

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 201), “Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.”

As fontes documentais são capazes de proporcionar ao pesquisador dados em quantidade suficiente para evitar a perda de tempo e o constrangimento que caracterizam muitas das pesquisas em que os dados são obtidos diretamente das pessoas. Sem contar que em muitos casos só se torna possível realizar uma investigação social por meio de documentos. (GIL, 2010, p. 146).

Na realização deste trabalho a Coleta de Dados foi efetuada a partir de pesquisas bibliográficas realizada em livros, internet, legislação especifica e instruções normativas da área pública que diz respeito ao assunto pesquisado, aplicando também um questionário para a pessoa ligada ao processo orçamentário do município, no intuito de revelar como é efetuada a elaboração do orçamento no município de Bozano/RS.

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Na Pesquisa Documental, foram obtidas cópias dos demonstrativos contábeis junto à Secretaria de Finanças do município, que são os balanços e demonstrações anuais referentes aos anos de 2013, 2014, 2015 e 2016. No estudo de caso foi observado e feito o levantamento de dados disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Bozano/RS, processando-os em planilhas a fim de permitir a elaboração da análise da composição e evolução das receitas e despesas realizadas no município, onde são analisados balanços e demais relatórios contábeis e orçamentários, bem como documentos correlatos relativos aos anos de 2013 à 2016.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para Marconi e Lakatos, (2003, p. 167), a análise “É a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores.” Quanto a interpretação, Marconi e Lakatos (2003, p. 168), se refere como; “[...] a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos.”

Em relação à análise e interpretação dos dados, as mesmas serão realizadas tendo por base os dados coletados e as conclusões alcançadas pelas pesquisas bibliográficas e documentais no estudo de caso, dando assim sustentação nas análises descritivas dos orçamentos.

Os dados foram aglutinados em planilhas, para assim proceder à análise comparativa da estrutura de forma vertical e horizontal mostrando a composição e evolução das receitas e despesas realizadas na Prefeitura de Bozano/RS, evidenciando e explicando o desempenho econômico – financeiro no período em estudo.

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Figura 1 – Desenho da Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor Base Teórica: Contabilidade Pública Planejamento da Ação Governamental Caracterização de Receita Pública Coleta de Dados: Pesquisa Bibliográfica realizada em livros, internet legislação específica e instruções normativas em relação ao setor público. Obtenção de cópias dos Demonstrativos contábeis junto a Secretaria de Finanças do município Observação e levantamento dos dados disponibilizados pelo município, processando-os em planilhas.

Análise dos Dados: Entendimento e aprofundamento do conhecimento teórico Apuração dos indicadores de análise transformando-os em informações, onde serão analisados e interpretados Caracterização de Despesa Pública Análise comparativa vertical e horizontal, mostrando a composição e a

evolução das receitas e despesas realizadas no período em estudo Sistematização do desempenho econômico do período em análise, evidenciando explicando o ocorrido Conclusões

Problema:como se comportaram as receitas e as despesas públicas no Município de Bozano no período de 2013 a 2016, consubstanciadas em seus relatórios contábeis-orçamentário no seu contexto sócio econômico?

Objetivo geral: Identificar a situação econômica e financeira do município de Bozano e o modo como se deu a execução de suas receitas e despesas no período 2013 a 2016 frente as prioridades do governo formalizadas no orçamento municipal, e contexto sócio-econômico.

Processo Orçamentário ao Nível do Município Análise de Balanços Orçamentários Técnicas de Análise de Balanços Aplicáveis ao Orçamento Público Aplicação de um questionário para a pessoa encarregada do processo orçamentário do município. Elaboração de Parecer Final do quadro econômico e financeiro da entidade pública.

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4 ATIVIDADE PRÁTICA

Com base nos dados disponibilizados pela prefeitura em estudo, realizou-se a análise comparativa considerando os valores originais orçados e executados, a análise horizontal e vertical por categoria econômica e funções das despesas executadas e orçadas, utilizando os valores originais das demonstrações contábeis do período 2013 a 2016, disponibilizados pelo Setor de Contabilidade do Município objeto de estudo.

4.1 RESULTADO DE PESQUISA EMPÍRICA

Pesquisa respondida pela contadora do Município de Bozano/RS sobre o processo de Planejamento Municipal, envolvendo a elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual, com o objetivo de caracterizar a metodologia adotada para a elaboração desses três instrumentos de planejamento municipal.

1) Descreva, de forma seqüencial, o processo de elaboração do Plano Plurianual no Município de Bozano.

O Plano Plurianual é o instrumento de planejamento de médio prazo da administração pública, elaborado para o período de quatro anos, que tem como prazo para o envio do Projeto de Lei no Município de Bozano a data de 30 de julho do primeiro ano do mandato do Prefeito, sendo esse de iniciativa do Poder Executivo. Assim, quando se inicia uma nova gestão no Município essa deve iniciar também seu planejamento para os próximos quatro exercícios.

Em Bozano, a Secretaria da Fazenda, através do Secretário e Contadores, está encarregada de subsidiar esse processo, fornecendo os dados necessários para a tomada de decisão dos gestores. Então, no início do planejamento são elaboradas planilhas, nas quais são preenchidos os parâmetros que nortearão as estimativas de receitas e despesas para os próximos exercícios. Os índices utilizados em tais planilhas têm como base a economia em seu cenário nacional, para tanto utilizamos os dados de inflação média anual (IPCA), crescimento esperando do PIB, crescimento vegetativo da folha de pagamento, crescimento

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autônomo de custeios, esforço na arrecadação própria, bem como o crescimento médio das transferências dos governos estadual e federal, entre outros.

Definidos esses parâmetros, preenchemos as planilhas com dados históricos de anos anteriores à elaboração ao Plano e os orçados para o ano em que se elabora o mesmo, projetando assim os próximos quatro anos. Com esses dados preenchidos, obtemos dados de Receita Corrente Líquida projetada, bem como os valores mínimos que devemos aplicar em saúde, educação, e uma estimativa de valores com a despesa com pessoal dos poderes Executivo e Legislativo. Com essas informações, define-se o quanto de recursos teremos disponível para investimento para os quatro próximos exercícios.

Uma vez que se conhece a projeção da receita, e se tem uma estimativa das despesas obrigatórias constitucionais e as de custeio, os gestores sabem o que irão possuir de recursos disponíveis para o planejamento de suas metas e diretrizes, expostas no seu plano de governo. A partir daí, em reuniões com os secretários de cada pasta são definidos os investimentos em cada área, os quais serão apresentados à comunidade em Audiência Pública, nas quais os conselhos municipais são convidados a participar para também darem seus pareceres e aprovação das metas planejadas. Posteriormente o Projeto de Lei é enviado à Câmara de Vereadores para a apreciação e votação.

Acompanham o texto do projeto de lei, Anexo, contendo os Programas e a Tabela da Estimativa das Receitas e Despesas para o período de quatro anos.

2) Descreva, de forma seqüencial, o processo de elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A LDO tem como principal objetivo orientar a elaboração dos orçamentos fiscal e, da seguridade dos Poderes Executivo e Legislativo, definindo metas e prioridades para o exercício seguinte ao de sua elaboração. No Município de Bozano o prazo para envio do Projeto de LDO é até 30 de setembro de cada ano, sendo uma atribuição privativa do Poder Executivo a sua elaboração.

Da mesma forma que no PPA, são realizadas as estimativas de Receitas e Despesas, com base em parâmetros que utilizam índices e indicadores econômicos, bem como em dados internos de projeção de crescimento vegetativo da folha de pagamento, percentual de reajuste salarial, esforço na arrecadação própria,

Referências

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