- -- --- --- -- - -
---(
FLORIANÓPOLIS,
21
DE
NoVEMBRo/16
DE
DEZEMBRO
2002
-ANO
XVIII,
NÚMERO
1
da
es
erança
sobre
o
meao
ZERO
ANOXVIII-Wl NOVEMBRO 2002 CURSO DEJORNALISMO
CCE-JOR
UFSC...
MelhorJornal-laboratório
IPrêmioFocaSind. dos
Jornalistas
deSC2000
...
3°MelhorJornal-laboratório
doBrasilExpocom94
...
Melhor
Peça
GráficaI, II, III, IV,
VeXISetUniversitário
88, 89, 90, 91,
92e98Jornal-laboratório
do CursodeJornalismo
da Universidade Federal de Santa CatarinaCONCLUÍDO
EM 21/11/2002Arte:
Alê,
AlexandreBrandão,
Amarildo,
Angeli,
Clayton,
GiselePungan,
Glauco,
Kacio,
MarcoJacobsen,
Mirria,
Padron,
RuckeApoio:
Apufsc,
LabFoto,
Lablnfografia
Colaboração:
Marques Cassara,
Mino
Carta, Ney Pacheco,
OlívioLamas,
YanBoechatCopy-write:
DilsonBranco, Jessica
Arruda,
MarianaFaraco,
VitordeBrites,
professor
RicardoBarretoDireção
dearteederedação:
Ricardo Barreto
Edição:
MarianaFaraco, Upiara
Boschí,
Vitorde Brites(sêniors),
Dilson
Branco,
LedaMalysz,
WendelMartins
Fotografia:
LeonardoMiranda,
Márcio
Henrique
dosSantos, Wagner
Maia
Editoração
eletrônica: AlexandreBrandão,
GiselePungan
Laboratório
fotográfico:
DéboraRemar, Wagner
MaiaProdução
gráfica:
Alexandre BrandãoServiços
editoriais:AcessoCom,
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Estado,
Aljazeera,
ANotícia,
APPhoto, Cartaslapital,
CBPress,
CorreioBraziliense,
Correiodo
Povo,
Época,
Folha deSão
Paulo,
Google,
IstoÉ,
IstoÉ
Gente,
SítioCampanha
Lula,
Observatório da
Imprensa,
OPasquim,
Veja,
ZeroHoraTextos: Bruno
Duarte,
CamílaPaschoal,
DilsonBranco,
FlaviaLima,
KarinaDella
Giustina,
LedaMalysz,
Luiz
Fakri,
MarcosFranzoni,
MárcioFukuda,
MarianaFaraco,
RafaelBruno,
RenataDalmaso,
Thiago
Momm, Upiara
Boschi,
VitordeBrites,
VivianAwad,
WendelMartinsTratamentode
imagens:
AlexandreBrandão,
GiselePungan
Impressão:
DiárioCatarinenseRedação:
CursodeJornalismo
(UFSC-CCE-JOR),
Trindade,
CaEP88040-900,
Florianópolis,
SC Telefones:51(48)
331-6599,331-9490
e331-9215 Fax:(48)
331-9490
Sítio:www.zero.ufsc.br E-mail: zero@cce.ufsc.brCirculação:
gratuita
edirigida
Tiragem:
5000exemplares
CARTA AO LEITOR
Os
20
anos e o
século
21
Em
ocasiõescomoestasomostentados à
grandiloquência.
Não éoquese dará.Numdistantedia de setembro de1982,
transcorridosapenastrêsanosda
criação
doCursode
jornalismo,
nascia,doempenho
dealgunsprofessores
edeseusalunos,
nossotãoprezado
Zero, durantemuito tempo, nossoprimeiro
eúnico laboratório deumaáreaquenão é vistacomociênciaapesardoseuinar
redável
compromisso
comamelhoria dasociedade,
adignidade
do homeme adefesa
dasliberdades. Todasasliberdades.Nascianosso
liberto
jornal
Fielaosprimeiros impressores
domundo,
oschineses,
e aoeuropeuGutenberg
que entregouaoOcidenteos
tipos móveis,
nasceu em seupri
meironúmeroemversão
tipográfica,
impresso
na solidez do metaleda
força
dasprensasdecontato diretocom amatriz.
Os
registros
doautoredasrazõesquemotivaram tão curiosae,original,
denominação
seperderam
notempo.Mas restouanítida
intenção
deque,paranossos
alunos,
ojornal
representaoaoprimeiro
passode umalonga jornada
emdireção
aoamadurecimentoepermanente
evolução
profissional. Algo
comooqui
lômetrozero,semprecentralnavida de
qualquer
cidadee,
aqui,
nadenossosestudantes. Embora desdeoinícioestecursotenha mantidosua
opção
exclusiva
pelo
jornalismo,
com otempo, astransformações
do mercado
profissional
e osavançostecnológicos,
naturalmente,
acrescentaramoutroslaboratórios.E muitosalunos,
seduzidosporoutraslinguagens
ediscursos
mergulharam
em suasescolhasindividuais,
já
não tãoenvolvidoscom amídiaimpressa
- aindahoje,
afonte
maisprocurada
paraexplicar
osfatos
eaprofundar
oconhecimento da realidade.Assim
fluiu
oZero, absorvendooritmodas
mudanças
e,comotodos queofa
zem,evoluindo.Feitosemprecomoindis
pensável
distanciamento críticomastambémcommuita
paixão.
O Zeroéabsolutamente
independen
te,requisito
da verdadeira liberdade deexpressão.
Seusprincípios
ecompromissos
sevoltam exclusivamenteparaseusleito
rese seu
mantenedor;
ocontribuinte. Valedizer,
o cidadão brasileirotãodesrespei
tadoportodos os
poderes
daRepública.
Comoojornal
é mantidoporverbaespecífica,
destinadapelo
Ministério daEducação,
nossopublisher
éopovo,sem
demagogia
oudisfarçada
hipocrisia.
Assim, o
jornal
nãodeve atrelamento sequeraopró
prio Departamento
dejornalismo.
Muitomenos aoreitor,ao
prefeito,
aogovernador
ouatémesmo aopresidente.
Seucompromisso
écom adefesa
docidadão,
doespaçopúblico,
dademocracia,
das liberdadescivis,do Estado de direitoe
dajustiça:
Forçosamente, portanto, exerceuma
aguçada
investigação
da atividade dosextratosquecompõem
a sociedade,
comodaprópria imprensa.
Emnossaequi
pe, mais que
profissionais preparados,
exigimos
profissionais
críticoseconscientesdamissãofis
calizadora da
imprensa.
Inclusive sobresimesma.O
jornal
publica
apenasoquedecideseuConselho
Editorial,
formado
exclusivamentepelos prcfes
sores ealunosqueo
fazem.
Édessaforma,
que cadaturma,
naturalmente, impõe
suapersonalidade
aojornal
emcadasemestre.Eexecutamasexperiênci
asdecididasnesterestritogrupo,sem
influências
ex-ternas.Essaliberdade
permite
que,comfrequência,
secriem
experiências
queincluem atéalterações
nofor
matodo
jornal
(normalmente tablóide)
ouexperimen
temedições
monotemáticas de até32páginas. (O
jor
nal
já
arriscouumaavaliação
da década de80, umaedição
todavoltada sobreamídiaimpressa,
emoutra,fez
umaanálisepolítica
da América do Sulerealizouduas
edições
especiais
sobrequadrinhos.)
Emsuaposturaeditorial
crítica,
que nãoincluisomenteo
denuncismo,
buscaoforecer
outraleitura darealidade docampus,da
cidade,
doestado,
do Brasileaté do
mundo,
diferenciada
daoferecida pelos
diáriosestaduaisenacionais. E
valoriza,
semprequepode,
ainformação
cultural, seja
informativa
oucrítica.Afi
nal,
ojornal
deveinformar
mastambémformar.
E nisso
implica
seucompromisso
com ascausasmaisnobres da cidadaniaeem
defosa
doespaçopúblico.
Portudoisto, émuito oportunoque esta
edição
quecomemora os20anosde existência doZeroco
incidacom uma
edição especial,
que revisitaeregis
tra
alguns
dosprincipais
fenômenos
desencadeadospela
recenteeleição
e,sobretudo,
pela
vibrantedispu
ta
presidencial
Apesar
doscostumeiros revezes, tivemos um anoextraordinárioao
conquistar
uminéditopentacampeonatomundial de
futebol (sem
esqueceroutras
inesquecíveis
vitóriasemoutroscamposeesportes)
eeleger
umlídermetalúrgico
paraapresi
dência da
República.
Amadurecee cresce nossaautoestima tantoquantoseconsolidanossa
jovem
democracia. Foramduas
grandes
lições
aomundo de umaNação
quetomafôlego
eadotaoutrodestino histórico.Com mais
fé
e,denovo,esperança.Ingressamos
noséculo21.
Enfim!
ral.Entreoutubro de1998eagostodo
ano
seguinte,
ovalor mensal de locação
departedo imóvel daReceita Federalficouemtornode
R$
36
mil.Emsetembro domesmo ano ovalor do alu
guel
das salassubiuparaR$
61milesofreu
reajustes
até abril de2002,
quando
chegou
aovalor de cercadeR$
69
mil.Em 2001 a
justiça
solicitou uma novaavaliação
do imóvel. No laudopericial
ficoucomprovada
a discrepância
entreosvaloresapresentados
por Borlineporoutrosdois
engenhei
ros,Paulo F.
Junger
eCarlosE.Averbeck.
Enquanto
Borlin avaliouemR$
94.130
ovalor delocação
dassalas,
opreço médio parao
aluguel
estabelecidopor
Junger
eAverbeckficouemR$
52.750. O resultado daperícia
corresponde
avaloresreferentesaomêsde dezembro de 1997.
No
laudo,
operito
judicial
Orlandoda Silva Filho considerou que a dife
rença de valoresna
avaliação
feitaporBorlinaconteceudevidoa um errode
OEditor
Justiça
decide
que
Zero
está
certo
Juiz
defende
liberdade de
expressão
e
recomenda
fiscalização
cálculoenão por má fé
do autor.
Segundo
osadvoga
dos do Sintufsc,
Antô nioCarlosda Silva e Elias Norberto da Silva que defenderam o
professor
Finco,
aavaliação
doengenheiro
nãolevava em conta
queovalorde cada
metro
quadrado
deveria diminuir
quantomaiorfosseo
espaço
alugado.
"Uma coisa é
alugar
uma
sala,
outracoisaé
alugar
todooprédio.
Obviamenteo valor do
metro
quadrado
da área doprédio
temqueser menorqueoda
sala",
explicou
oadvogado
Antônio Carlos da Sil
va.Borlinseeximede
culpa
dizendo que o erro ocorreu por causadeumproble
ma naplanilha
de cálculos fornecidapela Delegacia
do Patrimônio da União(DPU).
"Eu somentelanço
osfatores de cálculo naplanilha
for necidapela
DPU",
disse Borlin, Malen-. dUFSC
tendido -bouap0to
a Oenge-ssor
não
gan
nheiro diz terprofe
deixado claroaorepórter
Ale-xandre
Brandão,
nomomentodaentrevista,
que não tinha conhecimentosobreeventuais
irregularidades
noaluguel
doimóvel. Paraele,
orelato publicado daconversaquetevecomBran
dão foi tendencioso. "O
repórter
veiopredisposto
a meprejudicar
eacaboupublicando
umabsurdo", completa
oengenheiro.
Borlinalegou,
também,
quefoi apenas solicitado parafazer
uma
avaliação
do valor doimóvelequenãoera o
responsável pelo
processode
licitação
elocação
das salas.Brandão diz que foi fortemente
ameaçado pelo
engenheiro após
a entrevista. "Ele disse paramim ter cui
dado
quando
estivesseandando sozinho na rua". O
engenheiro
garante
que somente alertouo
repórter
queentrariana
justiça
requerendo
indenização
por danosmoraiscaso a matéria contivesse
qualquer informação
irrealoutendenciosa.
Marcos Franzoni
O
juiz
da4'VaraFederal de Florianópolis,
PauloHenrique
deCarvalho,
considerou
improcedente
opedido
deindenização
por danos morais feitopelo engenheiro
WilsonBorlin,
referenteàreportagemde capa
publicada
pelo
Zeroemsetembro de 1998.Carvalho deu
ganho
decausa aoprofessor
Henrique Finco,
naépoca
supervisor
do
jornal,
eà UFSC. Borlinalega
queojornal
oacusou,indevidamente,
desuperavaliar
o valor dealuguel
de umprédio
locadopela
Delegacia
daRe ceitaFederal(DRF)
naavenida OsmarCunha-nocentroda
Capital.
Osadvogados
doengenheiro
já
recorreramdadecisãodo
juiz.
Aapelação
foienviadaaoTribunal
Regional
Federal dePortoAlegre.
Oengenheiro alega
que sofreudanos moraise vemtendo
prejuízos
financeiros. Ovalor
pedido
comoindenização
é deaproximadamente R$
44mil,
oequivalente
a220salários mínimos.
Adefesado
professor
Fincoalegou
queoconteúdo da matéria
atingia
diretamentea
instituição
federalenãoo
engenheiro
Wilson Borlin.Argumen
tou,
ainda,
quearesponsabilidade
pela
publicação
dareportagem
eraexclusivadaUniversidadeFederalde Santa
Catarina. O
juiz
considerou queasinformações
publicadas
nojornal
eramverídicas. Notextodasentença, defen
deualivre
manifestação
do pensamentoeconcluiu que "a notícia relata ir
regularidades
nagestão
dopatrimônio
público,
quedemandafiscalização
acurada da sociedade".
Coincidência - Foradesta
briga,
quem saiu
ganhando
foramos cofrespúblicos.
Depois
dadenúncia feitapelos
repórteres
PedroValente,
GrasielaCostaeAlexandre Brandãono
Zero,
opreço pago
pelo
aluguel
das salas baixou
significativamente.
Nos últimosquatroanos cercade
R$
2milhões foramecononúzados
pelo
governofede-Denúncia foi
de
superfaturamento
Em
.setemb�o
de 1998oZeropl1blicop,
comomatériade capaenapágtna
eentfal,
adenúncia de queaReceitaFederalpagava;uuguel
comvalpr
muitoa� 40
preçode
m,çrcado
porumprédio
àitlda
emconst\'Ução
localizadO na.àven!da·QsJ»;g.
Cunha,
no centrodeFlorianópolis.
Nilépoca,
o[emal
erasupervisionaMpelopro,o
fessor
aenrique
Fincoeareportílgem
foi assinadapelos estudantes
Alenridre Brarçdão,
PedroValenteeGrasíela CoSta.AdenúnciaenvolViaoengenheit9 Wilso.(l,Sorlin,
que avaliouo
imóvel,
aDelegada
da Receitafederal (DRF)e aRCDEmpreendimen
tos,
responsávelpela
construçãodo.JJrédio,
QDelegado
daJ)JU;Jamir
Cassol,afipna;.
nareportagem, queassalasVinham sendo utilizadaspataar�va.mento
de.waterial
apreeadíde.
Fotografias
publicadas 1'€10
Zeromostraram,porém,
queoprédio ainda
estavaemconstrUção
enãopo<ua
.estarsendousado.AReceitaFederalpagílva
R$
94,130dealuguei,.
cohlortnemostramoscq!lipr(j
vaatesdepagamento
anexados àreportagem.Estevalor foiestipulad:o
pelo
engenhei
roWilson
Bodin,
daDelegada
doPatrimôniodaUnião. Corretoresdeimóveisconsultados
pela
reportagemnaépoca
avaliaramqueopreço de mercadodas saíaserade
aproximadamente
R$
50 mil.Amatéria traziatambé.(llo
relato deUma conversa entreorepórter
Alexandre BrandãoeBorlín,Foiesterelato, consíderado tendencio- --
--�----É
DANDO �UE SE RECEBÊFHC
amordaça
Conselho
de
Comunicação
Governo
regulamenta
capital
estrangeiro
na
mídia
sem
consultar
a
sociedade
Joãozinho
ePedrinho são vizinhos.Pedrinho
propõe
umatroca:vocêmedáseu
guarda-chuva
e eulheentregomeus sapatos decamurça.
Negócio
fechado.Naprimeira
tempestade,
Joãozinho
roubaoguarda-chuva
paraprotegerseussapatosnovos.Pedrinho fica
descalço
eencharcado. Foi maisou menosisso queogovernofezcom a
oposição
e asociedadequando
regulamentou
por medidaprovisória
aentrada decapital
estrangeiro
nasempresasjornalisticas.
OConselho deComunicação
Social, cuja
criação
foiacondição exigida pelos parlamentares
daoposição
paraque aprovassemaemenda docapital
estrangeiro,
nãofoisequer consultado.
A assinaturade Fernando
Henrique
CardosonaMP70,
de lOdeoutubro,
permite
que empresasjornalisticas
nacionais,
de mídiaimpressa,
rádioetelevisão,
vendam até30%deseucapital
social parainvestidoresestrangeiros,
eaté 100% para pessoasjurídicas
brasileiras.
É
aregulamentação
daemenda constitucional número36,
quedepois
demuitapolêmica
foipromulgada
em maio. Aaprovação
noCongresso
Nacional sóocorreuporqueabancada daoposição
condicionouseuvotoàcriação
do Conselho de Comunicação Social,
umórgão
auxiliar doCongresso,
previsto
naConstituição
eque durante 10anosfoiumapromessa nãocumprida.
Oconselho é um
órgão
formado porrepresentantes
de empresas,sindicatosedasociedadeem
geral.
Suafunção
éemitirpareceresao
poder
Executivosobreregulamentos
e normasrelacionados àcomunicação.
Em
maio,
quando
asgarantias
paraacomposição
einstalação
doconselho foram
asseguradas
pelo
governo, DanielHerz,o coordenador
geral
doFórum Nacionalpela
Democratização
da Comunicação,
entidade queconvenceu aoposição
atrocaraaprovação
da emenda
36
pela criação
doconselho,
declarou: "Trata-se deumespaçoinstitucionalque abre paraa
sociedade,
democraticamente,
condições
de incidência sobreoLegislativo
e oExecutivo,viabilizando,
publicamente,
oqueantessó estavaaoalcance doslobbies
empresariais".
Passadoscinco meses,tamanhaempolga
ção
foifrustrada.Após
assinararegulamentação
da emenda36,
oministrodas
Comunicações,
Juarez
Quadros,
reconheceu que "fizemos amedida
provisória
e nãoumprojeto
de leiapedido
dasempresas. Elas
pediram
agilidade,
falaram que hámuito interessedos investidoresexternosemfazer
operações
com asempresas decomunicação
do Brasil".Aoinvés de consultaro
Conselho,
oministrodeclarouterdiscutidoo textoda
regulamentação
com orelator da emenda36,
deputado
Henrique
Cardoso Alves(PMDB-
RN),
cuja
família é proprietária
de duasafiliadasda redeGlobo,
cinco emissorasde rá dioe umjornal
noRioGrande doNorte. Nofim de2001,
quando
foi criadoo
Código
deÉtica
dacâmara,
oqueobriga
oparlamen
tara sedeclarar
impedido
devotar assuntosquesejam
relacionadosa seusinteresses
patrimoniais,
Cardoso Alves atestouque aemenda
36
"nãofoi feita paraaumentaropatrimônio
deum ououtro
deputado,
mas umprincípio
para beneficiarum setor". A assessoriajurídica
dapresidência
da Câmara concordou. Seocódigo
fosserespeitado,
o mínimo de 308votosnecessários paraaprovar emendasconstitucionais
jamais
seriaalcançado,
porquepelo
menos50deputados
federais sãoproprietários
de empresas decomunicação.
Emnotaoficial assinada porseu
coordenador,
oFórumNacional
pela Democratização
daComunicação
criticouaatitude doexecutivo. O documento destaca que
"sonegar
aoCongresso
e àsociedadea
apresentação
dapropostaderegulamentação
feitapelo
governo Fernando
Henrique
Cardosocor-responde
aopior
usoquesepoderia
fazerdeumamedida
provisória
eexpressa umaatitude autoritáriae antidemo
crática".A MPsó
pode
serassinadaemcasosde
urgência,
ouseja,
quando
existeperigo
dedanos,
erelevância,
vinculadaunicamenteà
realização
dointeressepúblico.
Outro
problema apontado
pelo
Fóruméaínconveniência da
regulamen
tação
doingresso
docapital
estrangei
ro sem a
prévia regulamentação
doartigo 221,
queprevê
aregionalização
daprodução
cultural,
artísticaejornalis
tica.
"Proporcionar
aentrada docapi
talestrangeiro,
antesqueseja
regula
daaincidência do Art. 221 consiste
numainversão tumultuáriado proces
so
legislativo
enumdesrespeito
ao comando constitucional" alertou o
Fó-COLOQUE
A
MATÉRIA
NA
PRIMEIRA
PÁGINA
...TIRE
DA
PRtME1RA.,
vOLTE
PRA
dLTIMA!
Presidente
assinou
3.752
MPs
AsMedidas Provisórias foram criadasna
Constituição
123noatual.É
seguido
por ItamarFranco,com141 medide 1988 substituindoos também criticados decretos lei das
provisórias
emapenasdoisanosde governo, porJosé
previstos
nasConstituições
anteriores.AMPé editadapelo
Sarney,
com 125MPsemcinco anos eFernando Collorpresidente
daRepública,
tempoder
deleieentraemvi- com87 MPsemdoisanos.Algumas
medidas sãoreeditagorantesmesmodeser
aprovada
noCongresso.
daspor FHCdesdeogoverno Itamar. Nos seisprimeiros
É
instrumento para queopresidente
daRepública
pos- anosdegoverno,opresidente
editouereeditou 3.752MPs,
sasolucionar
situações
emergenciais,
em que�ademora umamédia de1,7
pordia,
(incluindo
sábados,
domingos
doprocesso
legislativo,
emtese, ocasionariaprejuízos
à eferiados).
nação.
Mesmopossuindo
finalidadeclara,
asmedidaspro- ParavotarumaMP épreciso
apresença de 257dosvisóriasvemsendo utilizadas
pelo
executivode maneira 513deputados
noplenário,
aaprovação
depende
demaíarbitráriaeinconstitucional: desetembro de
2001,
quan- 'oríasimples
enão existenecessidade da contagem devodoaEmenda32alterouoprazo de
vigência
dasMPs, 36
tos nopainel.
A MP tem validade de 60 diasepode
sermedidas
já
tramitaramnoCongresso.
renovadapelo
mesmoperíodo.
Nenhum
presidente
usoutantasMPsquantoFernandoHenrique
Cardoso. Eleeditou 160noprimeiro
mandatoeTUDO
ERRADO.
TIRE
DA
ÚLTIMA
E
VOLTE
Pf<A
PRIMEIRA!
rum.Regulamentação
- Dentreasdeterminações
daMPqueregulamenta
aemenda docapital
estrangeiro,
umadasmaispolê
micastratados fundos de investimento decarteiras de
ações.
Apermissão
para que elespudessem
investirnas empresas decomunicação
estavanaminutadoprojeto
delei,
que ficouem consulta
pública.
Apesar
detersido retirada dotextoenviado à CasaCivil,
em 2 desetembro,
foi restabelecida no texto daMP. Osfundoseinvestidores
individuais,
poderão
investiremempresasde rádioetelevisão
aberta,
por intermédio de carteiras deações,
submetendo-se àsmesmasregras válidasparaosdemaisinvesti
dores. Masse ofundo
desejar
participar
deumgrande
númerode empresas de radiodifusãoem todoo
país,
porexemplo,
sópoderá
fazê-locasocontroleouindique
administrador para ape nas umadelas.Nasdemais empresas,ofundoprecisará
mantermenos de 20% das
ações,
com ou sem direito avoto. Caso ofundo
pretenda
assumirparticipação
relevante,
igual
ousuperi
or a
20%,
em mais deumaempresa, terá de se submeter aoslimites da
legislação
de radiodifusão de1967.
Essalegislação
determina,
porexemplo,
queum mesmo controlador nãopode
termaisde 10emissorasde TVno
país,
sendocincoemUHFecinco em
VHF,
limitadas a duas por estado. Se a carteiradeações
forde fundoestrangeiro,
ele nãopoderá
superarolimitede 30%.
Outroponto da
regulamentação
estabelece que ossócioses-trangeiros,
oubrasileiros naturalizados hámenosde dez anos, sópoderão
participar
das empresas, de mídiaimpressa
oude rádioeTV,
demaneiraindireta,
por intermédio de pessoasjurídicas
constituídasesediadasnoPaís.A MPestabelece ainda que toda altera
ção
do controle societário dessas empresas deverásercomunicadaao
Congresso.
Nocasodasemissorasde rádioeTV,
acomunicação
seráfeitapelo órgão
do Executivoresponsável
pelo
setor,que atualmente é oMinistério das
Comunicações.
No caso dosjornais
erevistas,cada empresa faráacomunicação.
Entreasatividadesa seremexercidas só por brasileiros estãoa
responsabili
dade
editorial,
aseleção
edireção
daprogramação
veiculadae agerência
das empresas.Indiferença
-Após
apublicação
da MPnoDiárioOficial,
senadorese
deputados
tiveram seisdias paraapresentarem
emendas ao texto, mas apenas o PTfez
sugestões
dealterações.
Opartido
apresentoudez emendas aditivasemodificadoras,
entreelas aretirada do
artigo
10 da MedidaProvisória,
emque osinvestimentosde carteirade
ações
não estãosujeitos
às limitações,
desde queotitular nãoindique
administradoremmaisdeuma
participação
societária. Se nãoconseguir,
oPT quer definirumlimite mínimo de 5% do
capital
votanteparaostitulares dosinvestimentos. O Partido dos Trabalhadores também
pediu
quefosse acrescentadoum
artigo
emque até90depois
dapublica
ção
da MPoMinistério dasComunicações
fizesse orecadastramento das
composições
societárias das empresas deradiodifu-são,
comunicandoaoCongresso
Nacionale aoConselho de
Comunicação
Socialas
alterações
nocontrole dasempresas.
Além da omissão dosoutros
parti
dos,
aimprensa
também colaborou paraaindiferença
quanto à medida.Apesar
daliberação
de entrada decapital
estrangeiro
ser uma discussão queocorredesde1996,
quando
oprojeto
original
foiapresentado
pelo
deputado Aloysio
Nunes Ferreira(PSDB
SP),
acriação
deumaMPnolugar
deum
projeto
de leifoipouco criticadapela
mídia,
já
queamedida favoreciaasempresas de
comunicação
às vésperas do
primeiro
turno daseleições
presidenciais.
Vitor
de Brites
Dilson BrancoMEDIEVAL
repercussãocomoaqueocorre com oCorreio"porquea
assessoriadeimprensado
jornal
nãoé tão boaquantoà do concorrente".Outrodiário,Tribuna doBrasil,sofreuumaaçãomais
violenta,emsetembro.Agentesda PolíciaFederalestiveram
na
redação
commandadode buscaeapreensão
contramatérias queacusassem
Magela
deestarenvolvidonaregulari
zação
ilegal
de condomínios. Ospoliciais
foramatéagráfi
ca, ondeconfiscaram20
exemplares
deumaedição já
publicada.Depois disso,
segundo
disseJoséAntônioAlves,diretorde
redação
daTribunado Brasilao sítio Comuni que-se,entraramnaredação
evasculharamgavetasderepórteres
efotógrafos,
examinaramdocumentos admínístrativose
impediram
osfuncionáriosdeusar otelefone. "Somoscontraa censura. Essaperseguiçãoporpartedo PT começouem
julho,
emfunção
da manchete 'PT quer calaraTribuna'etambém
pelas
matériasfavoráveisaRoriz",complementa
Alves.OPTtambém
impediu
acirculação
dedenúnciascontraMagelafeitas pelo deputado
distrital TadeuFilipelli (PMDB),
aliado de Roriz. Nasexta-feira 25,umadvogado
dopartido
e um
policial
militar,semmandado debusca,tentaramimpedir
adistribuição
dojornal
Coletivo,quetemtiragemde60mil
exemplares
ecircula diáriaegratuitamente,no metrô da cidade. Um diaantes,
policiais
militarese umoficialdejustiçaentraramna
redação
dojornal
da Comunidade para recolherqualquer
tipode material que fizesse referên ciaaMagela.
Sobram protestos,da
direção
dojornalde BrasiliaedaTribuna do Brasilsobreapequenarepercussão doscasos
decensura edos diários não teremrecebidoapoiode ne
nhum
órgão
representativodaimprensaedasociedadecivil. "Nenhumaentidade,como aOABouoSindicato dosJornalistassepronuncioua nossofavor",reclama Alves.
Edgard
Tavares,
presidente
do Sindicato dosJornalistasProfissionaisdo DistritoFederal,sedefende,
dizendoque condenoupublica
menteoqueocorreu naTribuna."Quandoosagentesestive
ramláme
ligaram
e meentrevistaram.Eucondeneiaaçãonojornal".
Eleacrescentaqueadireção
dojornal
de Brasílianãoinformouosindicato sobrea censurasofrida.
(WM)
Maisumpaís
árabe
expulsa
a
AI-Jazeera
Saddam HusseineGeorgeWalker Bush aindasepreparam paraaguerramasjá
atacamuminimigocomum: aimprensa.O governodoKuwait,aliado dos Estados
Unidos, fechou,nodia03,asucursallocal
da rede de televisãoAI-Jazeera,alegando
queocanalnãoéobjetivo.Ocomunicado foi feito portelefonepeloministro da
informaçãoaochefe doescritóriolocal,
jornalistaSaadaiEnezi,quesequer sabese amedidaéprovisóriaoupermanente.A
programaçãoautênticaconquistoucercade
40 milhões detelespectadoresetransfor
mou aAI-Jazeeranarede de maior audiência do OrienteMédio,atingindo,via
satélite,umalongafaixadevaide
DamascoaHong-Kong.ThomasFriedman,
colunistadoThe NewYorkTimes,em
marçode2001,definiuque"não é somente
omaiorfenômenode mídianomundo
árabe desdeoadvento datelevisão,é tambémomaior fenômenopolítico".
Perseguição-A AI-Jazeera está
acostumadaaocerceamento.É impedidade
operaremBahraineJordânia.Em1999,o
emir do Kuwait Jaber ai-Ahmed al-Sabah
proibiu,duranteum mês, aestaçãode produzir reporta gensnopaís porqueum iraquianooinsultou pelotelefoneem umprogramaao
vivo. Vasser Arafat
fechoutemporaria
menteasucursal da emissoraem
Ramallah por conta deumapropagan
da deum
documentário
sobreaguerra civil
libanesa. Emabril
doanopassado,
umtribunal civilpenalizouaemissoracom umamulta deUS$1.650por terpublicado
comentários ofensivosacidadãos
kuwaitia-nos.Acondenação, porém,foi derrubadaem
instânciasuperior.
Desdequefoifundadaem1996,aAI Jazeera motivaaemissão de mais de 100
reclamaçõesoficiaisporanodepaisesárabes
aosdiplomatasdoQatar,paíssededa
emissora. Kuwaitianos dizemqueacobertura
jornalísticaéfavorávelaosiraquianos.
Sauditasinsistem queosprogramas são anti
islâmicos. Por conta deprogramasda AI
Jazeera,LíbiaeTunísiachegaramaretirar
seusembaixadorestemporariamentede
Doha,capitaldoQatar.Atéogovernodo
Líbano,mais acostumadocom aimprensa
livre,tambémnãogostouquandoaemissora
entrevistouRogerHatem,membro das
ForçasCristãs Libanesas. Fora do mundoárabe,osamericanos
sãoosmaiorescríticos. Oficiaisdopaís
pediramaoemir doQatar,Hamad bin Khalifa
al-Thani,queusasse seupoderpara controlar
aAI-Jazeera,numaconferência deimprensa
emWashingtonno anopassado.No contextodos atentados de 11 desetembro,o
governoBushacusou aAI-Jazeerade
imparcialidadeeanti-americanismo;disse
queasrepetiçõesde entrevistascomOsama
Bin Ladenestariam estimulando sentimentos
fundamentalistasepropagando códigos
secretosquelevariama novosataques
terroristas.Alémdisso,condenouaemissão deumanotíciasupostamentenão confirmada sobreacapturade soldados americanos porguerreirosTalibã.Ahmad
Sheik,umdos editoresdetelejornalismoda
AI-Jazeera,sesurpreendecom areação
americana:"Porquevemdos Estados
Unidos,queseconsideraomaiordefensor
da liberdade deexpressão,isso émuito
estranho,einaceitável".
Dilson Branco
Justiça
censura
imprensa
no
DF
Candidatos
ao
governo
recorrem
à
Justiça
para evitar
denúncias
lia continuavam
impedidos
depublicar
trechos de fitas queenvolvem Rorizna
grilagem
deterras,e
qualquerveículo
quequei radivulgar
seuconteúdo terá queresponder
criminalmente.Nãofoiaprimeiravezquea
FrenteBrasília Solidáriatentou censurarodiário. Na
véspera
doprimeiro turno,
advogados
dacoligação, alegando
queojornal
iria
publicar
umencarteespecial para
divulgar
oconteúdo dasfitas,
pediram
àJustiçaquecen surasse ojornal.Oadvogado
dojornal,
FranciscoCaputo,contes taasuspeitade queodiáriovaipublicar
as conversasqueligam
Roriz àmáfia da
grilagem
e seimpressionacom ofatodeogo
vernador "movimentartodaa
máquina judiciária
para,injusti ficadamente,censurar oconteúdodo
jornal".
Emoutro
episódio
recente,aFrenteBrasília Solidária
ob-CORREIO
,.",••.BRAZILIENSE
_..�.y, ... �_.._
.._-Governador faz terrorismo eleitoral
f,",J,....�'J..
"_�.'M."'.;""-":::.::�'\",""""..''''�''''!...'"''�f'''_
Uma
justiçacega,acorrupção emaltos escalões do gover
no,um
governador
tentandoa
reeleição, grilagem
deterraspú
blicas: essessão oselementosde
umahistóriaquetrouxea censura
de volta àimprensanacional. O jor-nalemquestão,CorreioBrazilien
se,foi
impedido
depublicar
gravaçõestelefônicas feitas
pela
PolíciaFederal-comautorização
judicial
que envolviamintegrantesdogover
nodoDistritoFederalemesquemas
deapropriaçãodeterras
públicas.
Aordem, expedida pelo
desembargador
Jirair Meguerian determinava"buscaeapreensão,com arrom
bamento ouentrada
compulsória,
nasede do
jornal,
sehouvesse necessidade".ParaVictorGentilli,edi
tordo sítio Observatório daIm
prensae
professor
da Universidade Federal do
Espírito
Santo,oepisódioocorridocom oCorreio Bra
ziliense vai ficarnahistória daim
prensaeda democracia brasileira:
éaprimeiravez,desdeaditaduramilitar,queum
jornal
de
grande
porteé vítima decensuraexplícita".
O
pedido
decensuraprévia
foi feitopela coligação
FrenteBrasíliaSolidária,do
governador
reeleitoJoaquimRoriz
(PMDB),
sobaalegação
de queoCorreioBraziliense iriadivulgar
asescutasfeitasnostelefonesdosirmãosPas-2':
� sos,osmaiores
grileiros
do Distrito Federal. RicardoYoshi-�
da,oficial dejustiçaeAdolfoMarquesdaCosta,advogado
'< deRoriz, fiscalizarama
redação
e agráfica
dojornal,
além:E devistoriartodasas
páginas
daedição
de24de outubro.�
� Marquesda Costadissequeo
jornal
nãosofreu censura porque "não haviapolícia"
naredação
eafirmou queogovernador
JoaquimRorizterndemonstradoum"espírito
democráticomuito
grande".
Dotado desse
"grande espírito
democrático", Roriz, negouaautoria dacensuraduranteoprograma eleitoraldo diaseguinte. Horas
depois
de aparecernatelevisão,entretanto,investiu novamente contraaliberdadede im
prensa,
pedindo
àJustiçaque enviasseumoficialparafiscalizara
redação
dojornal.
MasojuizCarlosEduardodos Santosindeferiuopedido,
por considera-lo "desnecessário".Também disse quea"medidasomente contribuiria para adicionarcontornos
políticos
a umaquestãoque deveriatersidotratada apenasnoâmbito
jurídico".
Duranteanoite,um
advogado
dogovernador
estevenaredação
doCorreio Braziliense paraentregarumacarta, confirman
do queasfitasestavam
protegidas
porsegredo
dejustiça. Roriztinhamedode queoconteúdo dasgravações
fossedivulgado, já
quenamesmasexta-feiraoTribunalSuperi orEleitoral (TSE) revogouacensuraprévia
imposta aojornal.
Atéofechamento destaedição,
osjornaisdeBrasí-tevedireito derespostacontraoCorreioBraziliense. Os
advogados
de Rorizalegaram
queo teordasinformações
da matéria"Aliança
fechada"namadrugada
ofendeuahonra do
governador
aoafirmar que ele ofereceu,emtrocadoapoiodo
vice-governador
BeneditoDomingos
(PPB), "R$
20milhões,
além deuma secretaria, a
direção
de trêsestataise aadministração
deTaguatinga"
Brasília,
capital
dacensura-Não é sóoCor reiaBraziliense que sofrecensuradajustiçaernBra sília. Outros trêsjornais,ATribuna doBrasil,
jornal
da Comunidade e
jornal
deBrasília, também estãoimpedidos
depublicar
conteúdo das fitasgravadas pela
Polícia Federal. Na
edição
de24deoutubro,ojornal
de Brasília trouxe, como o Correio Bra
ziliense,umboxcorntarja"Censurado
-o
JBrestá sobcensuradoTRE".Além disso
oPTobteve três liminares
impedindo
apublicação
dereportagenssobre recebimento de dinheiro para
regularizar
oscondomínios,a
publicação
defitasemqueogrileiro GermanoCarlosfazacusaçõesaMa
gela
etambém deconversasde Pedro Passos comHermesdePaula,ex-secretário de ObrasdeCristóvamBuarque.
"Aocontrário do quedizem, ojornalde Brasilia não é
ligado
aJoaquimRoriz. Esse boato colou e, desdeentão, somos acusados depatrocinaroatualgoverno",dizPau lo Pestana, diretor de
redação. Segundo
ojornalista,
a censuraao]Ernão tem tanta Censuraprévia: advogado
de Rorizrevivehábitosda ditaduraRoriz
dá
terras
em
troca
de favores
políticos
Ern1992,oPlano deOrdenamentoTerri torial do Distrito Federal determinou que só
poderiam
serregularizados
condomíniosimplantados
aténovembrodaquele
ano. Isso provocouumacorrida degrileiros
aosórgãos
do DF paracadastrarcondomíniosfantasmas, inexistentes. Essescadastros seriamusados
posteriormente noprocesso de
regulariza
ção.Damesma
forma,
foram fraudadasemcartórios escrituras que comprovavamaexis
tênciados condomíniosem1992.
ACâmara
Legislativa
do DistritoFederalrealizou,em1995, aCPI da
Grilagem
para Roriz:xerife
ejuiz
noDFinvestigaraposseindevidadeterrenos
pú
blicos. O relatório da Comissão denunciouosenvolvidos com a
grilagem
etambémapontou caminhosparase ordenaraocupaçãodeterrasnoDF. A
deputada
federalMariajosé Conceição
(PT),
relatora da CPInaépoca,
diz que urnadassoluções
encontradas paraimpedir
queasirregularidades
prosseguissemfoioagrupamento de condo míniosembairros."Tornoumaisfácilregularizar
oslotesjá ocupados
efiscalizarosespaços ainda nãoocupados".
Masa
regularização
e afiscalização
nãovemacontecendonogovernoRoríz,que
alega
nãotercondições
parareprimirasinvasõesdeterraUrnainvestigaçãodo Tribunal deJustiçaedo
Ministério Público revela queasterrasdo estado são utilizadas
pelo governador
comomoedadetrocapard.favorespolíticos.
No finalde
1994,Joaquim
Rorizautorizouumacordo que fezaTerracap,empresa que
disciplina
adivisão deterrenosnoDF,i
perder
72alqueires
paraocondomí�
moRK.Ocontratotramitouemveloci
�
'" daderecorde, emapenasseisdias
�
úteis,ogovernodeuinício, estudou, .êaprovoueassinouadivisão.Rorizres
�
ponde
aumaaçãodeimprobidade
ade ministrativana
JustiçaFederal porcau
�
sadoacordo. Ocasotambém fezcorn.:�
que ele fosse
investigado pelo
Ministé':!1 rioPúblicoFederal.
Segundo
oMinistérioPúblico,oCondomínioRKé de
propriedade
de"laranjas"
que agemern nomedosirmãosPassos,famílíaamigade
Ro-riz- Pedro Passosfoi
premiado
cornduasmedalhasofi ciais de mérito. Em 1995, Rorizfoi fiador deum empréstimo
deUS$
1milhãoparaurnaempresa da famíliaPassosetambém
desapropriou
áreas embeneficio de pessoas consideradaspelo
MP, testasde ferro dosPassos.Omoteda
campanha
de Pedro Passosadeputado
distrital(PSD) era ser"amigodo
governador".
Maso
caçula
dos Passos começouadisputar
eleitores emáreas da cidadeantes
ocupadas
porparlamenta
resdo PMDBepassou a seratacado
pelos
antigosaliados. Em
represália,
oirmão Márcio PassosentregouaoCorreioBrazilienseumconjuntodefitasdevídeo, em
quemostraOdilonAires,o ex-secretáriodeAssuntosFun
diários reclamando querecebeumenoslotes queopre
sidente daCâmara,Gim
Argelio,
para aprovarprojetosde
regularização
de condomínios. Márcio Passos diztermaisdecernfitascom conversas
gravadas
nosúltimoscincoanoscomintegrantesdoalto escalão do governo.Ementrevista
aoCorreioBraziliense,Márcio diz que
"quer
acabarcorn ahipocrisia.
Papagaiocomemilhoeperiquitolevaafama. OOdilon,por
exemplo,
ficanaCâmaraLegislativa
mefazendoataques,estoucomfamadebandido,mas o
negócio
nãoébernassim",provoca.Quando
perguntado
setinhagravado
o
governador,
Márciogarantiu:- Graveitodo mundo.
Depois de aentrevistaser
publicada,
foi criadaoutraCPI,adasfitas,aindaemandamento.
Questionado
por seis horas doenvolvimentodogovernador
com agrilagem,
Pe dro Passosgarantiuque "Roriznuncafeznada para beneficiaramimou meusirmãos".Tambémacusou os
deputados
deoposiçãodeestaremcriandournfato
político
navéspera
das
eleições.
Na
segunda
sessão da CPIdas Fitasfoidepor
oadvogado
Orivaldo Ferrari, queacusou um ex-assessorde Geraldo
Magela,
candidatopetistaderrotadoaogoverno doDF, deregularizar
condomíniosirregularmente. Após
mentir paraacomissão, o
deputado
Paulo Tadeu (PT)pediu
aprisãopreventivade Ferrarri mas o
presidente
damesa, WilsonLima
(PSD), partido
queapoia Roriz,encerrou asessão. "Aoposiçãosóqueria tumultuar",