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Zero, 2002, ano 18, n.1, nov./dez.

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(1)

- -- --- --- -- - -

---(

FLORIANÓPOLIS,

21

DE

NoVEMBRo/16

DE

DEZEMBRO

2002

-ANO

XVIII,

NÚMERO

1

da

es

erança

sobre

o

meao

(2)

ZERO

ANOXVIII-Wl NOVEMBRO 2002 CURSO DE

JORNALISMO

CCE

-JOR

UFSC

...

Melhor

Jornal-laboratório

IPrêmioFoca

Sind. dos

Jornalistas

deSC

2000

...

3°Melhor

Jornal-laboratório

doBrasil

Expocom94

...

Melhor

Peça

Gráfica

I, II, III, IV,

VeXI

SetUniversitário

88, 89, 90, 91,

92e98

Jornal-laboratório

do Cursode

Jornalismo

da Universidade Federal de Santa Catarina

CONCLUÍDO

EM 21/11/2002

Arte:

Alê,

Alexandre

Brandão,

Amarildo,

Angeli,

Clayton,

Gisele

Pungan,

Glauco,

Kacio,

Marco

Jacobsen,

Mirria,

Padron,

Rucke

Apoio:

Apufsc,

LabFoto,

Lablnfografia

Colaboração:

Marques Cassara,

Mino

Carta, Ney Pacheco,

Olívio

Lamas,

YanBoechat

Copy-write:

Dilson

Branco, Jessica

Arruda,

Mariana

Faraco,

Vitorde

Brites,

professor

RicardoBarreto

Direção

dearteede

redação:

Ricardo Barreto

Edição:

Mariana

Faraco, Upiara

Boschí,

Vitorde Brites

(sêniors),

Dilson

Branco,

Leda

Malysz,

Wendel

Martins

Fotografia:

Leonardo

Miranda,

Márcio

Henrique

dos

Santos, Wagner

Maia

Editoração

eletrônica: Alexandre

Brandão,

Gisele

Pungan

Laboratório

fotográfico:

Débora

Remar, Wagner

Maia

Produção

gráfica:

Alexandre Brandão

Serviços

editoriais:

AcessoCom,

Agência

Estado,

Al

jazeera,

A

Notícia,

AP

Photo, Cartaslapital,

CBPress,

Correio

Braziliense,

Correiodo

Povo,

Época,

Folha de

São

Paulo,

Google,

IstoÉ,

IstoÉ

Gente,

Sítio

Campanha

Lula,

Observatório da

Imprensa,

O

Pasquim,

Veja,

ZeroHora

Textos: Bruno

Duarte,

Camíla

Paschoal,

Dilson

Branco,

Flavia

Lima,

KarinaDella

Giustina,

Leda

Malysz,

Luiz

Fakri,

Marcos

Franzoni,

Márcio

Fukuda,

Mariana

Faraco,

Rafael

Bruno,

Renata

Dalmaso,

Thiago

Momm, Upiara

Boschi,

Vitorde

Brites,

Vivian

Awad,

WendelMartins

Tratamentode

imagens:

Alexandre

Brandão,

Gisele

Pungan

Impressão:

DiárioCatarinense

Redação:

Cursode

Jornalismo

(UFSC-CCE-JOR),

Trindade,

CaEP

88040-900,

Florianópolis,

SC Telefones:

51(48)

331-6599,331-9490

e331-9215 Fax:

(48)

331-9490

Sítio:www.zero.ufsc.br E-mail: zero@cce.ufsc.br

Circulação:

gratuita

e

dirigida

Tiragem:

5000

exemplares

CARTA AO LEITOR

Os

20

anos e o

século

21

Em

ocasiões

comoestasomostentados à

grandiloquência.

Não éoquese dará.

Numdistantedia de setembro de1982,

transcorridosapenastrêsanosda

criação

do

Cursode

jornalismo,

nascia,do

empenho

de

algunsprofessores

edeseus

alunos,

nossotão

prezado

Zero, durantemuito tempo, nosso

primeiro

eúnico laboratório deumaáreaque

não é vistacomociênciaapesardoseuinar­

redável

compromisso

comamelhoria daso­

ciedade,

a

dignidade

do homeme a

defesa

das

liberdades. Todasasliberdades.Nascianosso

liberto

jornal

Fielaos

primeiros impressores

domun­

do,

os

chineses,

e aoeuropeu

Gutenberg

que entre­

gouaoOcidenteos

tipos móveis,

nasceu em seu

pri­

meironúmeroemversão

tipográfica,

impresso

na so­

lidez do metaleda

força

dasprensasdecontato di­

retocom amatriz.

Os

registros

doautoredasrazõesquemotivaram tão curiosae,

original,

denominação

se

perderam

no

tempo.Mas restouanítida

intenção

deque,paranos­

sos

alunos,

o

jornal

representaoao

primeiro

passode uma

longa jornada

em

direção

aoamadurecimento

epermanente

evolução

profissional. Algo

comoo

qui­

lômetrozero,semprecentralnavida de

qualquer

ci­

dadee,

aqui,

nadenossosestudantes. Embora desde

oinícioestecursotenha mantidosua

opção

exclusi­

va

pelo

jornalismo,

com otempo, as

transformações

do mercado

profissional

e osavanços

tecnológicos,

naturalmente,

acrescentaramoutroslaboratórios.E muitos

alunos,

seduzidosporoutras

linguagens

edis­

cursos

mergulharam

em suasescolhas

individuais,

não tãoenvolvidoscom amídia

impressa

- ainda

hoje,

a

fonte

mais

procurada

para

explicar

os

fatos

e

aprofundar

oconhecimento da realida­

de.Assim

fluiu

oZero, absorvendoorit­

modas

mudanças

e,comotodos queo

fa­

zem,evoluindo.Feitosemprecomoindis­

pensável

distanciamento críticomastam­

bémcommuita

paixão.

O Zeroéabsolutamente

independen­

te,

requisito

da verdadeira liberdade deex­

pressão.

Seus

princípios

e

compromissos

sevoltam exclusivamenteparaseusleito­

rese seu

mantenedor;

ocontribuinte. Vale

dizer,

o cidadão brasileirotão

desrespei­

tadoportodos os

poderes

da

República.

Comoo

jornal

é mantidoporverba

específica,

destinada

pelo

Ministério da

Educação,

nosso

publisher

éo

povo,sem

demagogia

ou

disfarçada

hipocrisia.

As­

sim, o

jornal

nãodeve atrelamento sequerao

pró­

prio Departamento

de

jornalismo.

Muitomenos ao

reitor,ao

prefeito,

ao

governador

ouatémesmo ao

presidente.

Seu

compromisso

écom a

defesa

doci­

dadão,

doespaço

público,

da

democracia,

das li­

berdadescivis,do Estado de direitoe

dajustiça:

For­

çosamente, portanto, exerceuma

aguçada

investi­

gação

da atividade dosextratosque

compõem

a so­

ciedade,

comoda

própria imprensa.

Emnossa

equi­

pe, mais que

profissionais preparados,

exigimos

profissionais

críticoseconscientesdamissão

fis­

calizadora da

imprensa.

Inclusive sobresimesma.

O

jornal

publica

apenasoquedecideseuConse­

lho

Editorial,

formado

exclusivamente

pelos prcfes­

sores ealunosqueo

fazem.

Édessa

forma,

que cada

turma,

naturalmente, impõe

sua

personalidade

ao

jornal

emcadasemestre.Eexecutamas

experiênci­

asdecididasnesterestritogrupo,sem

influências

ex-ternas.Essaliberdade

permite

que,com

frequência,

se

criem

experiências

queincluem até

alterações

no

for­

matodo

jornal

(normalmente tablóide)

ou

experimen­

tem

edições

monotemáticas de até32

páginas. (O

jor­

nal

arriscouuma

avaliação

da década de80, uma

edição

todavoltada sobreamídia

impressa,

emoutra,

fez

umaanálise

política

da América do Sulerealizou

duas

edições

especiais

sobre

quadrinhos.)

Emsuaposturaeditorial

crítica,

que nãoincluiso­

menteo

denuncismo,

busca

oforecer

outraleitura da

realidade docampus,da

cidade,

do

estado,

do Brasile

até do

mundo,

diferenciada

da

oferecida pelos

diários

estaduaisenacionais. E

valoriza,

sempreque

pode,

a

informação

cultural, seja

informativa

oucrítica.

Afi­

nal,

o

jornal

deve

informar

mastambém

formar.

E nis­

so

implica

seu

compromisso

com ascausasmaisno­

bres da cidadaniaeem

defosa

doespaço

público.

Portudoisto, émuito oportunoque esta

edição

quecomemora os20anosde existência doZeroco­

incidacom uma

edição especial,

que revisitae

regis­

tra

alguns

dos

principais

fenômenos

desencadeados

pela

recente

eleição

e,

sobretudo,

pela

vibrante

dispu­

ta

presidencial

Apesar

doscostumeiros revezes, tive­

mos um anoextraordinárioao

conquistar

uminédi­

topentacampeonatomundial de

futebol (sem

esque­

ceroutras

inesquecíveis

vitóriasemoutroscampose

esportes)

e

eleger

umlíder

metalúrgico

paraa

presi­

dência da

República.

Amadurecee cresce nossaauto­

estima tantoquantoseconsolidanossa

jovem

demo­

cracia. Foramduas

grandes

lições

aomundo de uma

Nação

quetoma

fôlego

eadotaoutrodestino históri­

co.Com mais

e,denovo,esperança.

Ingressamos

no

século21.

Enfim!

ral.Entreoutubro de1998eagostodo

ano

seguinte,

ovalor mensal de loca­

ção

departedo imóvel daReceita Fe­

deralficouemtornode

R$

36

mil.Em

setembro domesmo ano ovalor do alu­

guel

das salassubiupara

R$

61mile

sofreu

reajustes

até abril de

2002,

quando

chegou

aovalor de cercade

R$

69

mil.

Em 2001 a

justiça

solicitou uma nova

avaliação

do imóvel. No laudo

pericial

ficou

comprovada

a discre­

pância

entreosvalores

apresentados

por Borlineporoutrosdois

engenhei­

ros,Paulo F.

Junger

eCarlosE.Aver­

beck.

Enquanto

Borlin avaliouem

R$

94.130

ovalor de

locação

das

salas,

opreço médio parao

aluguel

estabe­

lecidopor

Junger

eAverbeckficouem

R$

52.750. O resultado da

perícia

cor­

responde

avaloresreferentesaomês

de dezembro de 1997.

No

laudo,

o

perito

judicial

Orlando

da Silva Filho considerou que a dife­

rença de valoresna

avaliação

feitapor

Borlinaconteceudevidoa um errode

OEditor

Justiça

decide

que

Zero

está

certo

Juiz

defende

liberdade de

expressão

e

recomenda

fiscalização

cálculoenão por má fé

do autor.

Segundo

os

advoga­

dos do Sin­

tufsc,

Antô­ nioCarlosda Silva e Elias Norberto da Silva que de­

fenderam o

professor

Finco,

a

avaliação

do

engenheiro

não

levava em conta

queovalorde cada

metro

quadrado

deveria diminuir

quantomaiorfosseo

espaço

alugado.

"Uma coisa é

alugar

uma

sala,

outracoisa

é

alugar

todoo

prédio.

Obviamenteo valor do

metro

quadrado

da área do

prédio

temqueser menorqueoda

sala",

explicou

o

advogado

Antônio Carlos da Sil­

va.Borlinseeximede

culpa

dizendo que o erro ocorreu por causadeum

proble­

ma na

planilha

de cálculos fornecida

pela Delegacia

do Patrimônio da União

(DPU).

"Eu somente

lanço

osfatores de cálculo na

planilha

for­ necida

pela

DPU",

disse Borlin, Malen-. d

UFSC

tendido -bou

ap0to

a O

enge-ssor

não

gan

nheiro diz ter

profe

deixado claroao

repórter

Ale-xandre

Brandão,

nomomentodaen­

trevista,

que não tinha conhecimento

sobreeventuais

irregularidades

noalu­

guel

doimóvel. Para

ele,

orelato pu­

blicado daconversaquetevecomBran­

dão foi tendencioso. "O

repórter

veio

predisposto

a me

prejudicar

eacabou

publicando

um

absurdo", completa

o

engenheiro.

Borlin

alegou,

também,

quefoi apenas solicitado parafazer

uma

avaliação

do valor doimóveleque

nãoera o

responsável pelo

processo

de

licitação

e

locação

das salas.

Brandão diz que foi fortemente

ameaçado pelo

engenheiro após

a en­

trevista. "Ele disse paramim ter cui­

dado

quando

estivesseandando sozi­

nho na rua". O

engenheiro

garante

que somente alertouo

repórter

que

entrariana

justiça

requerendo

inde­

nização

por danosmoraiscaso a ma­

téria contivesse

qualquer informação

irrealoutendenciosa.

Marcos Franzoni

O

juiz

da4'VaraFederal de Floria­

nópolis,

Paulo

Henrique

de

Carvalho,

considerou

improcedente

o

pedido

de

indenização

por danos morais feito

pelo engenheiro

Wilson

Borlin,

refe­

renteàreportagemde capa

publicada

pelo

Zeroemsetembro de 1998.Car­

valho deu

ganho

decausa ao

professor

Henrique Finco,

na

época

supervisor

do

jornal,

eà UFSC. Borlin

alega

queo

jornal

oacusou,

indevidamente,

desu­

peravaliar

o valor de

aluguel

de um

prédio

locado

pela

Delegacia

daRe­ ceitaFederal

(DRF)

naavenida Osmar

Cunha-nocentroda

Capital.

Osadvo­

gados

do

engenheiro

recorreramda

decisãodo

juiz.

A

apelação

foienviada

aoTribunal

Regional

Federal dePorto

Alegre.

O

engenheiro alega

que sofreu

danos moraise vemtendo

prejuízos

fi­

nanceiros. Ovalor

pedido

comoinde­

nização

é de

aproximadamente R$

44

mil,

o

equivalente

a220salários míni­

mos.

Adefesado

professor

Finco

alegou

queoconteúdo da matéria

atingia

di­

retamentea

instituição

federalenão

o

engenheiro

Wilson Borlin.

Argumen­

tou,

ainda,

quea

responsabilidade

pela

publicação

da

reportagem

eraexclu­

sivadaUniversidadeFederalde Santa

Catarina. O

juiz

considerou queasin­

formações

publicadas

no

jornal

eram

verídicas. Notextodasentença, defen­

deualivre

manifestação

do pensamen­

toeconcluiu que "a notícia relata ir­

regularidades

na

gestão

do

patrimônio

público,

que

demandafiscalização

acu­

rada da sociedade".

Coincidência - Foradesta

briga,

quem saiu

ganhando

foramos cofres

públicos.

Depois

dadenúncia feitape­

los

repórteres

Pedro

Valente,

Grasiela

CostaeAlexandre Brandãono

Zero,

o

preço pago

pelo

aluguel

das salas bai­

xou

significativamente.

Nos últimos

quatroanos cercade

R$

2milhões fo­

ramecononúzados

pelo

governo

fede-Denúncia foi

de

superfaturamento

Em

.setemb�o

de 1998oZero

pl1blicop,

comomatériade capaena

págtna

een­

tfal,

adenúncia de queaReceitaFederalpagava

;uuguel

com

valpr

muito

a� 40

preçode

m,çrcado

porum

prédio

àitlda

em

const\'Ução

localizadO na.àven!da·QsJ»;g.

Cunha,

no centrode

Florianópolis.

Nil

época,

o

[emal

era

supervisionaMpelopro,o

fessor

aenrique

Fincoea

reportílgem

foi assinada

pelos estudantes

Alenridre Brarç

dão,

PedroValenteeGrasíela CoSta.AdenúnciaenvolViao

engenheit9 Wilso.(l,Sorlin,

que avaliouo

imóvel,

a

Delegada

da Receitafederal (DRF)e aRCD

Empreendimen­

tos,

responsávelpela

construção

do.JJrédio,

Q

Delegado

da

J)JU;Jamir

Cassol,

afipna;.

nareportagem, queassalasVinham sendo utilizadaspata

ar�va.mento

de.waterial

apreeadíde.

Fotografias

publicadas 1'€10

Zeromostraram,

porém,

queo

prédio ainda

estavaem

constrUção

enão

po<ua

.estarsendousado.

AReceitaFederalpagílva

R$

94,130de

aluguei,.

cohlortnemostramos

cq!lipr(j­

vaatesde

pagamento

anexados àreportagem.Estevalor foi

estipulad:o

pelo

engenhei­

roWilson

Bodin,

da

Delegada

doPatrimôniodaUnião. Corretoresdeimóveiscon­

sultados

pela

reportagemna

época

avaliaramqueopreço de mercadodas saíasera

de

aproximadamente

R$

50 mil.Amatéria trazia

també.(llo

relato deUma conversa entreo

repórter

Alexandre BrandãoeBorlín,Foiesterelato, consíderado tendencio­

(3)

- --

--�----É

DANDO �UE SE RECEBÊ

FHC

amordaça

Conselho

de

Comunicação

Governo

regulamenta

capital

estrangeiro

na

mídia

sem

consultar

a

sociedade

Joãozinho

ePedrinho são vizinhos.Pedrinho

propõe

umatro­

ca:vocêmedáseu

guarda-chuva

e eulheentregomeus sa­

patos decamurça.

Negócio

fechado.Na

primeira

tempesta­

de,

Joãozinho

roubao

guarda-chuva

paraprotegerseussapa­

tosnovos.Pedrinho fica

descalço

eencharcado. Foi maisou me­

nosisso queogovernofezcom a

oposição

e asociedade

quando

regulamentou

por medida

provisória

aentrada de

capital

estran­

geiro

nasempresas

jornalisticas.

OConselho de

Comunicação

So­

cial, cuja

criação

foia

condição exigida pelos parlamentares

da

oposição

paraque aprovassemaemenda do

capital

estrangeiro,

nãofoisequer consultado.

A assinaturade Fernando

Henrique

CardosonaMP

70,

de lOde

outubro,

permite

que empresas

jornalisticas

nacionais,

de mídia

impressa,

rádioe

televisão,

vendam até30%deseu

capital

social parainvestidores

estrangeiros,

eaté 100% para pessoas

jurídicas

brasileiras.

É

a

regulamentação

daemenda constitucional número

36,

que

depois

demuita

polêmica

foi

promulgada

em maio. A

aprovação

no

Congresso

Nacional sóocorreuporqueabancada da

oposição

condicionouseuvotoà

criação

do Conselho de Comuni­

cação Social,

um

órgão

auxiliar do

Congresso,

previsto

naConsti­

tuição

eque durante 10anosfoiumapromessa não

cumprida.

O

conselho é um

órgão

formado por

representantes

de empresas,

sindicatosedasociedadeem

geral.

Sua

função

éemitirpareceres

ao

poder

Executivosobre

regulamentos

e normasrelacionados à

comunicação.

Em

maio,

quando

as

garantias

paraa

composição

e

instalação

doconselho foram

asseguradas

pelo

governo, DanielHerz,o coor­

denador

geral

doFórum Nacional

pela

Democratização

da Comu­

nicação,

entidade queconvenceu a

oposição

atrocara

aprovação

da emenda

36

pela criação

do

conselho,

declarou: "Trata-se de

umespaçoinstitucionalque abre paraa

sociedade,

democratica­

mente,

condições

de incidência sobreo

Legislativo

e oExecutivo,

viabilizando,

publicamente,

oqueantessó estavaaoalcance dos

lobbies

empresariais".

Passadoscinco meses,tamanha

empolga­

ção

foifrustrada.

Após

assinara

regulamentação

da emenda

36,

o

ministrodas

Comunicações,

Juarez

Quadros,

reconheceu que "fi­

zemos amedida

provisória

e nãoum

projeto

de leia

pedido

das

empresas. Elas

pediram

agilidade,

falaram que hámuito interesse

dos investidoresexternosemfazer

operações

com asempresas de

comunicação

do Brasil".

Aoinvés de consultaro

Conselho,

oministrodeclarouterdis­

cutidoo textoda

regulamentação

com orelator da emenda

36,

deputado

Henrique

Cardoso Alves

(PMDB-

RN),

cuja

família é pro­

prietária

de duasafiliadasda rede

Globo,

cinco emissorasde rá­ dioe um

jornal

noRioGrande doNorte. Nofim de

2001,

quando

foi criadoo

Código

de

Ética

da

câmara,

oque

obriga

o

parlamen­

tara sedeclarar

impedido

devotar assuntosque

sejam

relaciona­

dosa seusinteresses

patrimoniais,

Cardoso Alves atestouque a

emenda

36

"nãofoi feita paraaumentaro

patrimônio

deum ou

outro

deputado,

mas um

princípio

para beneficiarum setor". A assessoria

jurídica

da

presidência

da Câmara concordou. Seocó­

digo

fosse

respeitado,

o mínimo de 308votosnecessários para

aprovar emendasconstitucionais

jamais

seria

alcançado,

porque

pelo

menos50

deputados

federais são

proprietários

de empresas de

comunicação.

Emnotaoficial assinada porseu

coordenador,

oFórumNacio­

nal

pela Democratização

da

Comunicação

criticouaatitude do

executivo. O documento destaca que

"sonegar

ao

Congresso

e à

sociedadea

apresentação

dapropostade

regulamentação

feita

pelo

governo Fernando

Henrique

Cardoso

cor-responde

ao

pior

usoquese

poderia

fa­

zerdeumamedida

provisória

eexpres­

sa umaatitude autoritáriae antidemo­

crática".A MPsó

pode

serassinadaem

casosde

urgência,

ou

seja,

quando

existe

perigo

de

danos,

e

relevância,

vincula­

daunicamenteà

realização

dointeresse

público.

Outro

problema apontado

pelo

Fó­

ruméaínconveniência da

regulamen­

tação

do

ingresso

do

capital

estrangei­

ro sem a

prévia regulamentação

doar­

tigo 221,

que

prevê

a

regionalização

da

produção

cultural,

artísticae

jornalis­

tica.

"Proporcionar

aentrada do

capi­

tal

estrangeiro,

antesque

seja

regula­

daaincidência do Art. 221 consiste

numainversão tumultuáriado proces­

so

legislativo

enum

desrespeito

ao co­

mando constitucional" alertou o

Fó-COLOQUE

A

MATÉRIA

NA

PRIMEIRA

PÁGINA

...

TIRE

DA

PRtME1RA.,

vOLTE

PRA

dLTIMA!

Presidente

assinou

3.752

MPs

AsMedidas Provisórias foram criadasna

Constituição

123noatual.

É

seguido

por ItamarFranco,com141 medi­

de 1988 substituindoos também criticados decretos lei das

provisórias

emapenasdoisanosde governo, por

José

previstos

nas

Constituições

anteriores.AMPé editada

pelo

Sarney,

com 125MPsemcinco anos eFernando Collor

presidente

da

República,

tem

poder

deleieentraemvi- com87 MPsemdoisanos.

Algumas

medidas sãoreedita­

gorantesmesmodeser

aprovada

no

Congresso.

daspor FHCdesdeogoverno Itamar. Nos seis

primeiros

É

instrumento para queo

presidente

da

República

pos- anosdegoverno,o

presidente

editouereeditou 3.752

MPs,

sasolucionar

situações

emergenciais,

em queademora umamédia de

1,7

por

dia,

(incluindo

sábados,

domingos

doprocesso

legislativo,

emtese, ocasionaria

prejuízos

à e

feriados).

nação.

Mesmo

possuindo

finalidade

clara,

asmedidaspro- ParavotarumaMP é

preciso

apresença de 257dos

visóriasvemsendo utilizadas

pelo

executivode maneira 513

deputados

no

plenário,

a

aprovação

depende

demaí­

arbitráriaeinconstitucional: desetembro de

2001,

quan- 'oría

simples

enão existenecessidade da contagem devo­

doaEmenda32alterouoprazo de

vigência

das

MPs, 36

tos no

painel.

A MP tem validade de 60 diase

pode

ser

medidas

tramitaramno

Congresso.

renovada

pelo

mesmo

período.

Nenhum

presidente

usoutantasMPsquantoFernando

Henrique

Cardoso. Eleeditou 160no

primeiro

mandatoe

TUDO

ERRADO.

TIRE

DA

ÚLTIMA

E

VOLTE

Pf<A

PRIMEIRA!

rum.

Regulamentação

- Dentreas

determinações

daMPquere­

gulamenta

aemenda do

capital

estrangeiro,

umadasmais

polê­

micastratados fundos de investimento decarteiras de

ações.

A

permissão

para que eles

pudessem

investirnas empresas deco­

municação

estavanaminutado

projeto

de

lei,

que ficouem con­

sulta

pública.

Apesar

detersido retirada dotextoenviado à Casa

Civil,

em 2 de

setembro,

foi restabelecida no texto daMP. Os

fundoseinvestidores

individuais,

poderão

investiremempresas

de rádioetelevisão

aberta,

por intermédio de carteiras de

ações,

submetendo-se àsmesmasregras válidasparaosdemaisinvesti­

dores. Masse ofundo

desejar

participar

deum

grande

número

de empresas de radiodifusãoem todoo

país,

por

exemplo,

poderá

fazê-locasocontroleou

indique

administrador para ape­ nas umadelas.Nasdemais empresas,ofundo

precisará

manter

menos de 20% das

ações,

com ou sem direito avoto. Caso o

fundo

pretenda

assumir

participação

relevante,

igual

ou

superi­

or a

20%,

em mais deumaempresa, terá de se submeter aos

limites da

legislação

de radiodifusão de

1967.

Essa

legislação

determina,

por

exemplo,

queum mesmo controlador não

pode

termaisde 10emissorasde TVno

país,

sendocincoemUHFe

cinco em

VHF,

limitadas a duas por estado. Se a carteirade

ações

forde fundo

estrangeiro,

ele não

poderá

superarolimite

de 30%.

Outroponto da

regulamentação

estabelece que ossócios

es-trangeiros,

oubrasileiros naturalizados hámenosde dez anos, só

poderão

participar

das empresas, de mídia

impressa

oude rádioe

TV,

demaneira

indireta,

por intermédio de pessoas

jurídicas

cons­

tituídasesediadasnoPaís.A MPestabelece ainda que toda altera­

ção

do controle societário dessas empresas deverásercomunica­

daao

Congresso.

Nocasodasemissorasde rádioe

TV,

acomuni­

cação

seráfeita

pelo órgão

do Executivo

responsável

pelo

setor,

que atualmente é oMinistério das

Comunicações.

No caso dos

jornais

erevistas,cada empresa faráa

comunicação.

Entreasati­

vidadesa seremexercidas só por brasileiros estãoa

responsabili­

dade

editorial,

a

seleção

e

direção

da

programação

veiculadae a

gerência

das empresas.

Indiferença

-Após

a

publicação

da MPnoDiário

Oficial,

senadorese

deputados

tiveram seisdias para

apresentarem

emen­

das ao texto, mas apenas o PTfez

sugestões

de

alterações.

O

partido

apresentoudez emendas aditivase

modificadoras,

entre

elas aretirada do

artigo

10 da Medida

Provisória,

emque os

investimentosde carteirade

ações

não estão

sujeitos

às limita­

ções,

desde queotitular não

indique

administradoremmaisde

uma

participação

societária. Se não

conseguir,

oPT quer definir

umlimite mínimo de 5% do

capital

votanteparaostitulares dos

investimentos. O Partido dos Trabalhadores também

pediu

que

fosse acrescentadoum

artigo

emque até90

depois

da

publica­

ção

da MPoMinistério das

Comunicações

fizesse orecadastra­

mento das

composições

societárias das empresas de

radiodifu-são,

comunicandoao

Congresso

Naci­

onale aoConselho de

Comunicação

So­

cialas

alterações

nocontrole dasem­

presas.

Além da omissão dosoutros

parti­

dos,

a

imprensa

também colaborou paraa

indiferença

quanto à medida.

Apesar

da

liberação

de entrada deca­

pital

estrangeiro

ser uma discussão queocorredesde

1996,

quando

opro­

jeto

original

foi

apresentado

pelo

de­

putado Aloysio

Nunes Ferreira

(PSDB­

SP),

a

criação

deumaMPno

lugar

de

um

projeto

de leifoipouco criticada

pela

mídia,

queamedida favorecia

asempresas de

comunicação

às vés­

peras do

primeiro

turno das

eleições

presidenciais.

Vitor

de Brites

Dilson Branco

(4)

MEDIEVAL

repercussãocomoaqueocorre com oCorreio"porquea

assessoriadeimprensado

jornal

nãoé tão boaquantoà do concorrente".

Outrodiário,Tribuna doBrasil,sofreuumaaçãomais

violenta,emsetembro.Agentesda PolíciaFederalestiveram

na

redação

commandadode buscae

apreensão

contrama­

térias queacusassem

Magela

deestarenvolvidona

regulari­

zação

ilegal

de condomínios. Os

policiais

foramatéa

gráfi­

ca, ondeconfiscaram20

exemplares

deuma

edição já

pu­

blicada.Depois disso,

segundo

disseJoséAntônioAlves,di­

retorde

redação

daTribunado Brasilao sítio Comuni­ que-se,entraramna

redação

evasculharamgavetasdere­

pórteres

e

fotógrafos,

examinaramdocumentos admínístra­

tivose

impediram

osfuncionáriosdeusar otelefone. "So­

moscontraa censura. Essaperseguiçãoporpartedo PT começouem

julho,

em

função

da manchete 'PT quer calara

Tribuna'etambém

pelas

matériasfavoráveisaRoriz",com­

plementa

Alves.

OPTtambém

impediu

a

circulação

dedenúnciascontra

Magelafeitas pelo deputado

distrital Tadeu

Filipelli (PMDB),

aliado de Roriz. Nasexta-feira 25,um

advogado

do

partido

e um

policial

militar,semmandado debusca,tentaramim­

pedir

a

distribuição

do

jornal

Coletivo,quetemtiragemde

60mil

exemplares

ecircula diáriaegratuitamente,no me­

trô da cidade. Um diaantes,

policiais

militarese umoficial

dejustiçaentraramna

redação

do

jornal

da Comunidade para recolher

qualquer

tipode material que fizesse referên­ ciaa

Magela.

Sobram protestos,da

direção

dojornalde Brasiliaeda

Tribuna do Brasilsobreapequenarepercussão doscasos

decensura edos diários não teremrecebidoapoiode ne­

nhum

órgão

representativodaimprensaedasociedadecivil. "Nenhumaentidade,como aOABouoSindicato dosJornalis­

tassepronuncioua nossofavor",reclama Alves.

Edgard

Tava­

res,

presidente

do Sindicato dosJornalistasProfissionaisdo DistritoFederal,se

defende,

dizendoque condenou

publica­

menteoqueocorreu naTribuna."Quandoosagentesestive­

ramláme

ligaram

e meentrevistaram.Eucondeneiaaçãono

jornal".

Eleacrescentaquea

direção

do

jornal

de Brasília

nãoinformouosindicato sobrea censurasofrida.

(WM)

Maisumpaís

árabe

expulsa

a

AI-Jazeera

Saddam HusseineGeorgeWalker Bush aindasepreparam paraaguerramas

atacamuminimigocomum: aimprensa.O governodoKuwait,aliado dos Estados

Unidos, fechou,nodia03,asucursallocal

da rede de televisãoAI-Jazeera,alegando

queocanalnãoéobjetivo.Ocomunicado foi feito portelefonepeloministro da

informaçãoaochefe doescritóriolocal,

jornalistaSaadaiEnezi,quesequer sabese amedidaéprovisóriaoupermanente.A

programaçãoautênticaconquistoucercade

40 milhões detelespectadoresetransfor­

mou aAI-Jazeeranarede de maior audiência do OrienteMédio,atingindo,via

satélite,umalongafaixadevaide

DamascoaHong-Kong.ThomasFriedman,

colunistadoThe NewYorkTimes,em

marçode2001,definiuque"não é somente

omaiorfenômenode mídianomundo

árabe desdeoadvento datelevisão,é tambémomaior fenômenopolítico".

Perseguição-A AI-Jazeera está

acostumadaaocerceamento.É impedidade

operaremBahraineJordânia.Em1999,o

emir do Kuwait Jaber ai-Ahmed al-Sabah

proibiu,duranteum mês, aestaçãode produzir reporta­ gensnopaís porqueum iraquianooinsultou pelotelefoneem umprogramaao

vivo. Vasser Arafat

fechoutemporaria­

menteasucursal da emissoraem

Ramallah por conta deumapropagan­

da deum

documentário

sobreaguerra civil

libanesa. Emabril

doanopassado,

umtribunal civilpenalizouaemissoracom umamulta deUS$1.650por terpublicado

comentários ofensivosacidadãos

kuwaitia-nos.Acondenação, porém,foi derrubadaem

instânciasuperior.

Desdequefoifundadaem1996,aAI­ Jazeera motivaaemissão de mais de 100

reclamaçõesoficiaisporanodepaisesárabes

aosdiplomatasdoQatar,paíssededa

emissora. Kuwaitianos dizemqueacobertura

jornalísticaéfavorávelaosiraquianos.

Sauditasinsistem queosprogramas são anti­

islâmicos. Por conta deprogramasda AI­

Jazeera,LíbiaeTunísiachegaramaretirar

seusembaixadorestemporariamentede

Doha,capitaldoQatar.Atéogovernodo

Líbano,mais acostumadocom aimprensa

livre,tambémnãogostouquandoaemissora

entrevistouRogerHatem,membro das

ForçasCristãs Libanesas. Fora do mundoárabe,osamericanos

sãoosmaiorescríticos. Oficiaisdopaís

pediramaoemir doQatar,Hamad bin Khalifa

al-Thani,queusasse seupoderpara controlar

aAI-Jazeera,numaconferência deimprensa

emWashingtonno anopassado.No contextodos atentados de 11 desetembro,o

governoBushacusou aAI-Jazeerade

imparcialidadeeanti-americanismo;disse

queasrepetiçõesde entrevistascomOsama

Bin Ladenestariam estimulando sentimentos

fundamentalistasepropagando códigos

secretosquelevariama novosataques

terroristas.Alémdisso,condenouaemissão deumanotíciasupostamentenão confirmada sobreacapturade soldados americanos porguerreirosTalibã.Ahmad

Sheik,umdos editoresdetelejornalismoda

AI-Jazeera,sesurpreendecom areação

americana:"Porquevemdos Estados

Unidos,queseconsideraomaiordefensor

da liberdade deexpressão,isso émuito

estranho,einaceitável".

Dilson Branco

Justiça

censura

imprensa

no

DF

Candidatos

ao

governo

recorrem

à

Justiça

para evitar

denúncias

lia continuavam

impedidos

de

publicar

trechos de fitas queen­

volvem Rorizna

grilagem

deter­

ras,e

qualquerveículo

quequei­ ra

divulgar

seuconteúdo terá que

responder

criminalmente.

Nãofoiaprimeiravezquea

FrenteBrasília Solidáriatentou censurarodiário. Na

véspera

do

primeiro turno,

advogados

da

coligação, alegando

queo

jornal

iria

publicar

umencarteespeci­

al para

divulgar

oconteúdo das

fitas,

pediram

àJustiçaquecen­ surasse ojornal.O

advogado

do

jornal,

FranciscoCaputo,contes­ taasuspeitade queodiáriovai

publicar

as conversasque

ligam

Roriz àmáfia da

grilagem

e se

impressionacom ofatodeogo­

vernador "movimentartodaa

máquina judiciária

para,injusti­ ficadamente,censurar oconteú­

dodo

jornal".

Emoutro

episódio

recente,

aFrenteBrasília Solidária

ob-CORREIO

,.",••.

BRAZILIENSE

_..�.y, ... �

_.._

.._-Governador faz terrorismo eleitoral

f,",J,....�'J..

"_�.'M."'.;""-":::.::�'\",""""..''''�''''!...'"''�f'''_

Uma

justiçacega,

acorrupção emaltos escalões do gover

no,um

governador

tentando

a

reeleição, grilagem

deterras

pú­

blicas: essessão oselementosde

umahistóriaquetrouxea censura

de volta àimprensanacional. O jor-nalemquestão,CorreioBrazilien­

se,foi

impedido

de

publicar

grava­

çõestelefônicas feitas

pela

Polícia

Federal-comautorização

judicial­

que envolviamintegrantesdogover­

nodoDistritoFederalemesquemas

deapropriaçãodeterras

públicas.

A

ordem, expedida pelo

desembar­

gador

Jirair Meguerian determina­

va"buscaeapreensão,com arrom­

bamento ouentrada

compulsória,

nasede do

jornal,

sehouvesse ne­

cessidade".ParaVictorGentilli,edi­

tordo sítio Observatório daIm­

prensae

professor

da Universida­

de Federal do

Espírito

Santo,oepi­

sódioocorridocom oCorreio Bra­

ziliense vai ficarnahistória daim­

prensaeda democracia brasileira:

éaprimeiravez,desdeaditaduramilitar,queum

jornal

de

grande

porteé vítima decensura

explícita".

O

pedido

decensura

prévia

foi feito

pela coligação

Fren­

teBrasíliaSolidária,do

governador

reeleitoJoaquimRo­

riz

(PMDB),

soba

alegação

de queoCorreioBraziliense iria

divulgar

asescutasfeitasnostelefonesdosirmãos

Pas-2':

� sos,osmaiores

grileiros

do Distrito Federal. Ricardo

Yoshi-�

da,oficial dejustiçaeAdolfoMarquesdaCosta,

advogado

'< deRoriz, fiscalizarama

redação

e a

gráfica

do

jornal,

além

:E devistoriartodasas

páginas

da

edição

de24de outubro.

� Marquesda Costadissequeo

jornal

nãosofreu censura porque "não havia

polícia"

na

redação

eafirmou queo

governador

JoaquimRorizterndemonstradoum

"espírito

democráticomuito

grande".

Dotado desse

"grande espírito

democrático", Roriz, negouaautoria dacensuraduranteoprograma eleitoral

do diaseguinte. Horas

depois

de aparecernatelevisão,

entretanto,investiu novamente contraaliberdadede im­

prensa,

pedindo

àJustiçaque enviasseumoficialparafis­

calizara

redação

do

jornal.

MasojuizCarlosEduardodos Santosindeferiuo

pedido,

por considera-lo "desnecessá­

rio".Também disse quea"medidasomente contribuiria para adicionarcontornos

políticos

a umaquestãoque de­

veriatersidotratada apenasnoâmbito

jurídico".

Durante

anoite,um

advogado

do

governador

estevena

redação

do

Correio Braziliense paraentregarumacarta, confirman­

do queasfitasestavam

protegidas

por

segredo

dejustiça. Roriztinhamedode queoconteúdo das

gravações

fosse

divulgado, já

quenamesmasexta-feiraoTribunalSuperi­ orEleitoral (TSE) revogouacensura

prévia

imposta ao

jornal.

Atéofechamento desta

edição,

osjornaisde

Brasí-tevedireito derespostacontraoCorreioBraziliense. Os

advogados

de Roriz

alegaram

queo teordasinfor­

mações

da matéria

"Aliança

fechada"na

madrugada

ofendeuahonra do

governador

aoafirmar que ele ofe­

receu,emtrocadoapoiodo

vice-governador

Benedito

Domingos

(PPB), "R$

20

milhões,

além deuma secre­

taria, a

direção

de trêsestataise a

administração

de

Taguatinga"

Brasília,

capital

dacensura

-Não é sóoCor­ reiaBraziliense que sofrecensuradajustiçaernBra­ sília. Outros trêsjornais,ATribuna doBrasil,

jornal

da Comunidade e

jornal

deBrasília, também estão

impedidos

de

publicar

conteúdo das fitas

gravadas pela

Polícia Federal. Na

edição

de24deoutubro,o

jornal

de Brasília trouxe, como o Correio Bra­

ziliense,umboxcorntarja"Censurado

-o

JBrestá sobcensuradoTRE".Além disso

oPTobteve três liminares

impedindo

apu­

blicação

dereportagenssobre recebimen­

to de dinheiro para

regularizar

oscondo­

mínios,a

publicação

defitasemqueogri­

leiro GermanoCarlosfazacusaçõesaMa­

gela

etambém deconversasde Pedro Pas­

sos comHermesdePaula,ex-secretário de ObrasdeCristóvamBuarque.

"Aocontrário do quedizem, ojornalde Brasilia não é

ligado

aJoaquimRoriz. Esse boato colou e, desdeentão, somos acusa­

dos depatrocinaroatualgoverno",dizPau­ lo Pestana, diretor de

redação. Segundo

o

jornalista,

a censuraao]Ernão tem tanta Censura

prévia: advogado

de Rorizrevivehábitosda ditadura

Roriz

terras

em

troca

de favores

políticos

Ern1992,oPlano deOrdenamentoTerri­ torial do Distrito Federal determinou que só

poderiam

ser

regularizados

condomíniosim­

plantados

aténovembro

daquele

ano. Isso provocouumacorrida de

grileiros

aos

órgãos

do DF paracadastrarcondomíniosfantasmas, inexistentes. Essescadastros seriamusados

posteriormente noprocesso de

regulariza­

ção.Damesma

forma,

foram fraudadasem

cartórios escrituras que comprovavamaexis­

tênciados condomíniosem1992.

ACâmara

Legislativa

do DistritoFederal

realizou,em1995, aCPI da

Grilagem

para Roriz:

xerife

e

juiz

noDF

investigaraposseindevidadeterrenos

pú­

blicos. O relatório da Comissão denunciouosenvolvidos com a

grilagem

etambémapontou caminhosparase or­

denaraocupaçãodeterrasnoDF. A

deputada

federalMa­

riajosé Conceição

(PT),

relatora da CPIna

época,

diz que urnadas

soluções

encontradas para

impedir

queasirre­

gularidades

prosseguissemfoioagrupamento de condo­ míniosembairros."Tornoumaisfácil

regularizar

oslotes

já ocupados

efiscalizarosespaços ainda não

ocupados".

Masa

regularização

e a

fiscalização

nãovemacontecendo

nogovernoRoríz,que

alega

nãoter

condições

parareprimiras

invasõesdeterraUrnainvestigaçãodo Tribunal deJustiçaedo

Ministério Público revela queasterrasdo estado são utilizadas

pelo governador

comomoedadetrocapard.favores

políticos.

No finalde

1994,Joaquim

Rorizautorizouumacordo que feza

Terracap,empresa que

disciplina

adivisão deterrenosnoDF,

i

perder

72

alqueires

paraocondomí­

moRK.Ocontratotramitouemveloci­

'" daderecorde, emapenasseisdias

úteis,ogovernodeuinício, estudou,

aprovoueassinouadivisão.Rorizres­

ponde

aumaaçãode

improbidade

ad­

e ministrativana

JustiçaFederal porcau­

sadoacordo. Ocasotambém fezcorn

.:

que ele fosse

investigado pelo

Ministé­

':!1 rioPúblicoFederal.

Segundo

oMinistérioPúblico,o

CondomínioRKé de

propriedade

de

"laranjas"

que agemern nomedos

irmãosPassos,famílíaamigade

Ro-riz- Pedro Passosfoi

premiado

cornduasmedalhasofi­ ciais de mérito. Em 1995, Rorizfoi fiador deum em­

préstimo

de

US$

1milhãoparaurnaempresa da família

Passosetambém

desapropriou

áreas embeneficio de pessoas consideradas

pelo

MP, testasde ferro dosPas­

sos.Omoteda

campanha

de Pedro Passosa

deputado

distrital(PSD) era ser"amigodo

governador".

Maso

caçula

dos Passos começoua

disputar

eleito­

res emáreas da cidadeantes

ocupadas

por

parlamenta­

resdo PMDBepassou a seratacado

pelos

antigosalia­

dos. Em

represália,

oirmão Márcio Passosentregouao

CorreioBrazilienseumconjuntodefitasdevídeo, em

quemostraOdilonAires,o ex-secretáriodeAssuntosFun­

diários reclamando querecebeumenoslotes queopre­

sidente daCâmara,Gim

Argelio,

para aprovarprojetos

de

regularização

de condomínios. Márcio Passos diztermais

decernfitascom conversas

gravadas

nosúltimoscincoanos

comintegrantesdoalto escalão do governo.Ementrevista

aoCorreioBraziliense,Márcio diz que

"quer

acabarcorn a

hipocrisia.

Papagaiocomemilhoeperiquitolevaafama. O

Odilon,por

exemplo,

ficanaCâmara

Legislativa

mefazendo

ataques,estoucomfamadebandido,mas o

negócio

nãoé

bernassim",provoca.Quando

perguntado

setinha

gravado

o

governador,

Márciogarantiu:

- Graveitodo mundo.

Depois de aentrevistaser

publicada,

foi criadaoutra

CPI,adasfitas,aindaemandamento.

Questionado

por seis horas doenvolvimentodo

governador

com a

grilagem,

Pe­ dro Passosgarantiuque "Roriznuncafeznada para benefi­

ciaramimou meusirmãos".Tambémacusou os

deputados

deoposiçãodeestaremcriandournfato

político

na

véspera

das

eleições.

Na

segunda

sessão da CPIdas Fitasfoi

depor

o

advogado

Orivaldo Ferrari, queacusou um ex-assessorde Geraldo

Magela,

candidatopetistaderrotadoaogoverno doDF, de

regularizar

condomínios

irregularmente. Após

mentir para

acomissão, o

deputado

Paulo Tadeu (PT)

pediu

aprisão

preventivade Ferrarri mas o

presidente

damesa, Wilson

Lima

(PSD), partido

queapoia Roriz,encerrou asessão. "A

oposiçãosóqueria tumultuar",

justificou

Lima. "Essamedi­ da só demonstrá queaCPIfoiurnafarsa criada

pelos

gover­ nistas parao

segundo

turnodas

eleições",

acusouTadeu.

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