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MEDIDAS DE REDUÇÃO DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS DE SUSTENTABILIDADE DO PBQP-H/SIAC

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Rev. Augustus | ISSN: 1981-1896 | Rio de Janeiro | v.25 | n. 50 | p. 12-32 | mar./jun. 2020. 12

MEDIDAS DE REDUÇÃO DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL COMO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS DE

SUSTENTABILIDADE DO PBQP-H/SIAC

Suelen Cristine Oliveira de Paula Haubrick Graduanda em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), RJ, Brasil

suelencristine.oliveira@gmail.com

Jose Roberto Moreira Ribeiro Gonçalves Mestre em Engenharia Agrícola e Ambiental pela UFRRJ, RJ, Brasil Professor do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), RJ, Brasil

joserobertoverde@gmail.com

RESUMO

O setor de construção civil é grande fonte geradora de resíduos sólidos no país. Estudos apontam que a quantidade de resíduos gerados pelas construções se intensificaram devido ao crescimento da população urbana. Resíduos sólidos não tratados e sem destinação final adequada trazem consequências negativas para o meio ambiente e a população. A problemática se dá pelo fato de grande parte do setor de construção civil negligenciar as normas e leis que contemplam o tema sustentabilidade e por desconhecerem os custos deploráveis da geração de resíduos sólidos. O presente artigo tem como objetivo apresentar, através de pesquisas exploratórias, como o setor de construção civil poderá gerenciar a redução da geração de resíduos sólidos de forma que se tenha um controle e monitoramento em todo o ciclo de vida da obra. Por fim, através do presente artigo foi possível concluir que a redução da geração de resíduos sólidos será obtida ao desenvolver um adequado plano de gerenciamento de resíduos sólidos estruturado no PBQP-H/SiAC, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat e Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil, que estabelece critérios para redução dos resíduos sólidos gerados. Planejar estratégias para a redução desses resíduos é um ato que beneficia a natureza no quesito sustentabilidade e também traz consequências positivas para o setor da construção civil através da redução de custos com melhoria da qualidade.

Palavras-chave: Redução de Resíduos Sólidos. Sustentabilidade na Construção Civil.

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MEASURES TO REDUCE SOLID WASTE GENERATION IN CIVIL CONSTRUCTION

IN ORDER TO MEET PBQP-H/SIAC SUSTAINABILITY REQUIREMENTS

ABSTRACT

The construction industry is a major source of solid waste generation in the country. Studies indicate that the amount of waste generated by buildings has intensified due to the growth of the urban population. Untreated solid waste without proper disposal has negative consequences for the environment and the population. This happens because much of the construction industry neglects the standards and laws that address the sustainability theme and because they are unaware of the deplorable costs of solid waste generation. This article aims to present, through exploratory research, how the construction industry can manage the reduction of solid waste generation in order to have control and monitoring throughout the work life cycle. Finally, through this article it was possible to conclude that solid waste generation may be reduced by developing a solid waste management plan structured in PBQP-H/Siac, Brazilian Habitat Quality and Productivity Program and Evaluation System of Compliance of Civil Service and Construction Companies, which establishes criteria for the reduction of solid waste generated. Planning strategies for the reduction of this waste is an act that benefits nature in terms of sustainability and has positive consequences for the construction industry by reducing costs with quality improvement.

Keywords: Solid Waste Reduction. Sustainability in Civil Construction. Solid Waste

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Rev. Augustus | ISSN: 1981-1896 | Rio de Janeiro | v.25 | n. 50 | p. 12-32 | mar./jun. 2020. 14 1 INTRODUÇÃO

Um dos assuntos mais comentados na atualidade diz respeito à sustentabilidade. É uma preocupação mundial preservar o meio ambiente, visto que cada dia mais utilizamos recursos naturais em função do crescimento econômico, gerando impactos ao meio ambiente. A prática de gerar resíduos sólidos é um dos impactos ambientais mais preocupantes, pois inúmeras vezes são ignoradas as práticas de sustentabilidade e seu destino final não é gerenciado de forma correta.

A construção civil está em constante crescimento e é notório que esta é uma área de atuação de extrema importância para o desenvolvimento econômico da sociedade e para a qualidade da infraestrutura do país, principalmente para países em desenvolvimento, assim como é o Brasil. Porém, a construção civil também é responsável por grande parte da geração de resíduos, tanto sólidos quanto líquidos e gasosos, que poluem e degradam continuamente a natureza.

A geração de resíduos da construção civil ainda é um grave problema, além de ser algo que compromete e causa impacto não apenas hoje, mas futuramente (DEZORDI; VIEIRA; SAUSEN, 2017). Por este motivo é de extrema importância que a área da construção civil esteja cada vez mais compromissada para com o desenvolvimento sustentável, priorizando a diminuição de seu impacto ambiental.

É necessário que se tenha implementado uma gestão adequada para controlar todo o ciclo da produção da construção civil de forma que a quantidade de resíduo gerado seja diminuída e que o destino final do que for gerado seja gerenciado de maneira correta. Segundo Dezordi, Vieira e Sausen (2017), a geração de resíduos está associada a diversas atividades da construção civil, até as atividades finais de acabamento.

No ano de 1990, a construção civil enfrentou um período de intensificação na questão da sustentabilidade. O tema passou a ter mais intensidade com o apoio de órgãos que tinham como objetivo tornar a área da construção civil mais sustentável, ou seja, em conformidade com leis e normas que defendessem o meio ambiente.

Em 1998, o Governo Federal brasileiro desenvolveu o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade, conhecido pela sigla PBQP-H, que permanece nos dias atuais

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gerenciando e garantindo qualidade e sustentabilidade no setor de construção civil. O PBQP-H tem uma semelhança com a norma ISO 9000, porém com uma estrutura mais voltada para a construção civil.

O cenário que o levou a elaborar programas e certificações com foco na construção civil foi a qualidade reduzida das construções entregues e os impactos ambientais crescentes gerados pelas mesmas. Porém o cenário de impacto ambiental ainda é presente nos dias atuais. A geração de resíduos sólidos resultantes das construções cresce continuamente. Foi estudado e constatado que a construção civil faz uso de 20 a 50% dos recursos naturais do planeta (BRASILEIRO; MATOS, 2015).

Quando analisada a consequência que a geração de resíduos traz ao planeta, é possível enxergar, talvez tardiamente, que são necessárias medidas de controle intensivas para que essa quantidade seja reduzida ao máximo, diminuindo assim o impacto ambiental causado pela mesma. É preciso que a grande fonte geradora de resíduos sólidos seja uma das partes interessadas nesse assunto e se faça presente e atuante nas medidas de controle que precisam ser tomadas.

A construção civil está no ranking das maiores fontes geradoras de resíduos sólidos, por isso é preciso que exista comprometimento com o desenvolvimento sustentável, sem que esse comprometimento seja despercebido em nenhum momento do ciclo de vida da construção civil, trazendo assim, benefícios ao meio ambiente e para a própria organização. Logo, o presente artigo se orienta na seguinte pergunta: Como a construção civil pode reduzir a quantidade de resíduos sólidos gerados de modo que estejam dentro das medidas impostas pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H, para que se tenha um menor impacto ambiental?

O PBQP-H conta com um Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras (SiAC) que tem como finalidade conduzir as construtoras em prol da qualidade e da produtividade. Os objetivos da qualidade são diversos e incluem questões de sustentabilidade a serem seguidos, entre eles, a redução da geração de resíduos. O PBQP-H trabalha com diretrizes para que as construtoras estejam alinhadas com determinados requisitos, incluindo questões de sustentabilidade ambiental, contudo o programa enfrenta

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algumas dificuldades para que suas diretrizes quanto à sustentabilidade sejam atendidas, principalmente no quesito às obras públicas.

O objetivo do presente artigo é unir os procedimentos que são impostos pelo programa, apontando maneiras cabíveis para que seja diminuída a geração de resíduos sólidos gerados pelas construtoras, buscando mudanças significativas com a finalidade de diminuição dos impactos ambientais. Desta forma, realizaram-se pesquisas exploratórias sobre os regulamentos do PBQP-H no que diz respeito à redução de resíduos sólidos e também sobre como as construtoras podem desenvolver ações para que a quantidade gerada possa ser reduzida.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A relação da Construção Civil para com o meio ambiente

A construção civil, por ser uma área importante para o desenvolvimento econômico, vem se intensificando ao longo dos anos e tem se tornado grande fonte geradora de resíduos sólidos ao realizar construções e demolições. Esses resíduos, identificados pela sigla RCD são responsáveis por degradar o meio ambiente e também por causar prejuízos financeiros no setor de construção (NAGALLI, 2014).

O PBQP-H que é responsável também pelas questões de qualidade e sustentabilidade, aponta que a construção civil precisar aderir a um plano de qualidade da obra, ou seja, precisa se atentar para um planejamento e controle operacional de forma que atenda aos requisitos pertinentes à geração de resíduos sólidos para que esteja em conformidade com a gestão de qualidade imposta pelo programa. Para estar certificado com a política de qualidade, é necessário que a construtora esteja alinhada e comprometida com as normas de sustentabilidade para os canteiros de obra, incluindo a redução dos resíduos sólidos (BRASIL, 2018).

A preocupação em relação aos resíduos sólidos gerados está relacionada com a quantidade que é gerada e posta em destinos irregulares, ocasionando diversos impactos ambientais. Dependendo do tipo de resíduo sólido descartado, o impacto poderá ser maior

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ou menor, como é o caso de resíduos referentes a telhas de amianto (CARDOSO; GALATTO, GUADAGNIN, 2014).

Estudos apontam que a quantidade de resíduos gerados pelas construções se intensificaram devido ao crescimento da população urbana (BRASILEIRO; MATOS, 2015). Atualmente o percentual de população vivendo em áreas urbanas está em 84,72%, tendo a maior concentração na região Sudeste com 93,14% (EDUCA IBGE, 2015).

No Brasil, algumas cidades têm a concentração de resíduos sólidos inerentes a construção e demolição em torno de 40 a 70% levando em consideração o total de resíduos gerados nas mesmas e, aproximadamente 45 milhões de toneladas de RCD foram recolhidos no país no ano de 2015, considerando apenas o recolhimento daqueles com destino final inadequado em locais públicos (PIACENTINI, 2018).

Um estudo de casos em Curitiba, Brasil, constatou um volume de resíduos gerados pela construção civil em torno de 3.000 m³ por dia. Em um mês é tido então, o equivalente a 90.000 m³, levando em consideração um mês com 30 dias (NAGALLI, 2014).

Os resíduos que são gerados pela demolição de estruturas já existentes para que se possa construir uma nova é questionável por ser responsável por um grande índice de RCD’s gerados. Diminuir a quantidade gerada utilizando novas tecnologias e abordagens é uma maneira de reduzir o impacto ambiental causado (BEHERA, 2014).

Tais dados alarmantes trazem preocupações, pois as consequências negativas que o meio ambiente sofre crescem devido à falta de conscientização ambiental. Através disso, surgem temas e estudos sobre a implementação de um sistema de gestão para desenvolver um setor de construção civil sustentável (LADEIRA; VERA; TRIGUEIROS, 2014).

Os problemas ambientais envolvendo resíduos sólidos não são unicamente do Brasil. Estudos apontam que a Líbia, por exemplo, devido ao forte crescimento da população, teve a quantidade de resíduos sólidos aumentada e não foram implementados sistemas de gestão para controle desses resíduos sólidos (HAMAD et al., 2014).

Introduzir novas práticas e ações envolvidas com a sustentabilidade é o início da conscientização (TECHIO; GONÇALVES; COSTA, 2016). Uma estratégia a ser aplicada é ver hoje o impacto que será causado futuramente, assim podem-se obter soluções cabíveis para as construtoras adotarem como medida de prevenção e redução da geração de resíduos,

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como é o caso da reutilização de materiais como alternativa de descarte (SIEFFERT; HUYNGEN; DAUDON, 2014).

2.2 Resíduos gerados e os impactos ao meio ambiente

Um dos resíduos sólidos mais conhecido é o popularmente chamado de entulho, ou seja, todo aquele material rejeitado após a demolição ou reparo de uma obra. Contudo, existe uma estimativa preocupante de que apenas 1/3 desse tipo de RCD seja originado por construções civis regularizadas, ou seja, existe também aqueles que são originados em construções informais (FERNANDES, 2018).

RCD ou resíduos da construção e demolição são definidos como todo material resultante de obras no geral, seja de infraestrutura, de reforma ou de novas construções. São eles: concreto em geral, tijolos, telhas, fios elétricos, plásticos, entre outros (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002).

No geral, os impactos ambientais oriundos dos resíduos sólidos descartados ilegalmente são: contaminação da água, do solo, ambiente favorável para criação de seres peçonhentos gerando riscos biológicos para a população e poluição visual (SIQUEIRA, 2016). Além dos danos causados ao meio ambiente, existe ainda o impacto financeiro e urbano ocasionado pelo descarte inadequado desses resíduos (FERNANDES, 2017).

Ao ser avaliado o impacto causado pelos resíduos gerados, é imprescindível que sistemas de controle da geração de resíduos sólidos sejam implementados mundialmente para garantir condições ambientais favoráveis para as futuras gerações. Tais sistemas devem contemplar diretrizes sustentáveis e ecológicas, incluindo a reutilização daquilo que seria simplesmente descartado como resíduo sólido sem utilidade (SHAK et al., 2014).

Dependendo de suas características físicas, um resíduo se torna perigoso quando afeta a saúde da população, resulta em doenças e contribui para o aumento da taxa de mortalidade, assim como quando resulta em riscos para o meio ambiente. Tais resíduos podem ser classificados como tóxicos, como é o caso de embalagens contaminadas por substâncias tóxicas. Solventes, muito utilizados para diluir diversos produtos na construção civil, são considerados tóxicos por conterem benzeno em sua composição. Benzeno é

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considerado tóxico e está presente nos anexos D e E da Norma Brasileira, NBR 10004, que trata sobre classificação de resíduos sólidos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004a).

A expectativa é que setores no geral estejam envolvidos e comprometidos de maneira igual para que seja obtido a progressão da sustentabilidade em todo o mundo (SCHEYVENS; BLANKS; HUGUES, 2016).

2.3 Normas como requisito para prevenção e controle da geração de resíduos sólidos

O meio ambiente é respaldado por normas que estimulam as áreas da construção civil em prol da sustentabilidade, como é o caso do PBQP-H, que, de acordo com suas diretrizes, para desenvolver a política de qualidade é necessário englobar o compromisso com a sustentabilidade durante todo o ciclo de vida do projeto, incluindo a fase final. O programa também prevê que, para a realização devida de gerenciamento de RCDs nas construções, é necessário atender a requisitos da Lei 12.305/2010 e da resolução do Conama 307/2002 (PBQP-H, 2018).

A lei 12.305/2010 discorre sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que tem como objetivo prevenir a geração de resíduos sólidos, assim como sua redução e até mesmo reutilização. Para a PNRS, agir em conformidade com a lei é uma forma de proteger o meio ambiente e trazer qualidade para o mesmo. (BRASIL, 2010). Para isso, é preciso que se tenha uma gestão desses resíduos de maneira que se encontrem soluções cabíveis para proceder com a não geração dos mesmos, ou em casos não aplicáveis, garantir processos de reciclagem e um destino final legal (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002).

As construtoras, mesmo sendo a maior fonte geradora de resíduos sólidos, não estão preocupadas em lidar com as questões de sustentabilidade de maneira responsável. Em sua grande maioria, cumprem as leis apenas por serem leis, com receios de penalidade, enquanto o compromisso real e significativo com o meio ambiente não se faz presente. É imprescindível que uma rotina vinculada à gestão de resíduos sólidos esteja sendo administrada de maneira correta, para que o setor de construção civil passe do patamar de principal fonte geradora de resíduos para o patamar de principal organização com

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envolvimento responsável pela redução da geração de resíduos sólidos e de impacto ambiental (FERREIRA, 2014).

Para ter uma gestão de resíduos sólidos compromissada, seguir as normas é o primeiro passo. A NBR ISO 14001 aponta os parâmetros necessários para seguir um gerenciamento adequado em prol da redução de resíduos sólidos. A primeira questão é entender que gerenciar é um processo contínuo de melhoria e que é preciso analisar de maneira estratégica as questões ambientais desde o início do planejamento do que irá ser executado e entregue como produto final (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004b).

O PBQP-H considera um plano da qualidade da obra e relata que neste plano deve conter o plano de gerenciamento de resíduos da construção civil e obra. A ISO 9001, por sua vez, aponta que adotar um plano de gerenciamento da qualidade propicia uma importante base para desenvolver questões de sustentabilidade dentro da organização (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).

2.4 Redução da quantidade de resíduos gerados em conformidade com o PBQP-H

O PBQP-H relata que é preciso conhecer os requisitos de qualidade e ter planejamento para que a política de qualidade possa ser aplicada de maneira correta, envolvendo questões de sustentabilidade que estejam em conformidade, pelo menos, em prol da utilização consciente da água, aplicabilidade energética e redução de resíduos sólidos (BRASIL, 2018).

A primeira ação da gestão de resíduos sólidos é o ato de não os gerar. Em caso de impossibilidade, a segunda ação é minimizá-los. É possível alcançar os objetivos determinados aplicando a gestão estratégica no setor de construção tendo como auxilio um programa que tenha em vista a redução de resíduos sólidos, como é o caso do PBQP-H, que estabelece práticas legais abrangendo outras leis que tratam de sustentabilidade e meio ambiente (NAGALLI, 2014).

A gestão ambiental deve abordar, de forma eficaz, as questões ambientais relacionadas com a organização e, talvez essa seja a parte mais complexa, pois as normas

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dão diretrizes gerais sobre esse tipo de gestão, cabendo à cada organização desenvolver pesquisas e avaliações para identificar quais metas e objetivos precisam ser cumpridos. Destaca-se ainda que construtoras de pequeno e médio porte devem adotar também sistemas de gestão ambiental, pois muitas PMEs atualmente levam as questões ambientais apenas como formalidade e não como compromisso, e assim negligenciam as leis (VECHI et

al., 2016).

Uma organização comprometida com o meio ambiente deverá proporcionar conscientização ambiental em todas as partes interessadas do projeto. Esta ação inclui que as pequenas empresas prestadoras de serviços para uma construtora maior devem, também, estar vinculadas ao comprometimento sustentável, de forma que se possa ter uma aplicação adequada da gestão ambiental em cada setor, de acordo com o impacto ambiental por ele causado. É uma maneira de fragmentar os problemas e causar raiz para que se possa ter uma melhor visão estratégica sobre a redução dos resíduos sólidos que causam impactos (LEITE; NETO, 2014).

O sistema de resíduos sólidos deve considerar o ciclo de vida do projeto, a fim de obter informações específicas sobre os impactos e benefícios que cada setor gera, trazendo adaptações necessárias e cabíveis de melhoria em favor do meio ambiente, sanando a causa do problema (LAURENT et al., 2014).

Para adotar a política de não geração de resíduos sólidos no setor de construção, será necessária a aplicação de esforços futuros, pois a ideia de resíduo zero ainda é um desafio muito grande. Porém, adotar essa visão é uma das estratégias que reduz a geração de novos resíduos (SONG; LI; ZENG, 2015).

Práticas adequadas para ter sucesso no gerenciamento de resíduos sólidos é conhecer os aspectos físicos e químicos dos resíduos gerados em cada etapa do ciclo de vida da construção e conhecer também o impacto gerado, traçando estratégias preventivas para que tais resíduos não sejam gerados, e em caso de não haver possibilidade de não gerar, é necessário que se tenha planos para reutilização e destinação final adequada e legalizada para cada um deles (BAKAS et al., 2014). A sustentabilidade deve ser um fator inserido em todo o ciclo de vida do projeto, incluindo as etapas de planejamento e execução das obras (GAMA; VIEIRA; COUTINHO, 2014).

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Ao realizar a análise do impacto ambiental ocasionado em cada setor devido a geração de resíduos, é preciso verificar, através de estudos detalhados, quais são críticos para que possam ser estabelecidas medidas de redução em conformidade com as leis impostas pelo PBQP-H (SILVA; FUCALE; FERREIRA, 2019). Fazer uso da aplicação correta da gestão de resíduos sólidos em prol do meio ambiente é a melhor maneira de garantir a redução dos resíduos sólidos gerados e do impacto ambiental causado por eles (DEZORDI; VIEIRA; SAUSEN, 2017).

3 METODOLOGIA

O presente artigo adotou o nível de pesquisa exploratória, tendo como fonte de pesquisa livros, artigos e leis que abordam conceitos associados ao problema proposto que visa a medidas de redução de geração de resíduos sólidos como atendimento dos requisitos de sustentabilidade do PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, criado pelo governo federal. O programa tem como objetivo auxiliar na gestão do setor da construção civil do país, através de melhoria contínua da qualidade e produtividade, resultando, através de diversas ações gerenciais, no aumento da competitividade na área da construção civil, na melhoria da qualidade dos produtos e serviços, assim como na redução de custos e otimização do uso dos recursos públicos.

As pesquisas realizadas de forma qualitativa têm a finalidade de gerar conhecimento sobre a relação da construção civil para com o meio ambiente, o impacto ambiental que a mesma causa ao desenvolver suas atividades organizacionais, os tipos de resíduos sólidos gerados, a quantidade produzida e maneiras de reduzi-los no setor de construção civil através dos requisitos impostos pelo PBQP-H.

4 DESENVOLVIMENTO

Em tempos de crise econômica no Brasil, o PIB (produto interno bruno) do setor de construção sofreu uma queda de aproximadamente 28% entre os anos de 2014 a 2018 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO E POUPANÇA, 2019),

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porém, neste mesmo período de queda, foram recolhidos em cidades do Brasil, cerca de 123.421 toneladas de resíduos da construção civil por dia (HONORATO; GURGEL, 2019). A perspectiva do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de crescimento do setor da construção civil para os próximos anos, logo é possível entender que a preocupação em relação à geração de resíduos sólidos deverá estar em constante crescimento, tendo em vista que embora tenha sido um período de crise do setor, o mesmo foi responsável por um grande número dos resíduos sólidos gerados no país.

A preocupação com os resíduos sólidos não está somente ligada a sua geração por parte das construtoras, mas também à responsabilidade negligenciada por parte das mesmas no momento de descarte inadequados dos resíduos gerados. Falta de gestão e planejamento desses resíduos, e disposições finais irregulares são as problemáticas que geram as consequências negativas para o meio ambiente.

O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) diz que as construtoras devem estabelecer níveis e processos necessários para um sistema de gestão da qualidade, qualidade esta que inclui a redução de geração de resíduos sólidos. Cada empresa construtora deverá elaborar um plano da qualidade da obra, e cada plano deverá ser único, ou seja, cada obra deverá possuir um projeto visando a qualidade da obra, incluindo nele um plano de gerenciamento de resíduos da construção civil em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, Lei 12.305/2010 e Resolução do Conama 307/2002.

A PNRS considera que a responsabilidade dos resíduos gerados é do próprio gerador, ou seja, se a construtora é a fonte geradora de resíduos sólidos da construção, ela mesma deverá estar à frente do descarte correto e sustentável, incluindo a reciclagem dos mesmos.

A gestão para controle dos resíduos sólidos é benéfica não só para o meio ambiente, mas também para as próprias construtoras. Segundo a ABRECON, Associação Brasileira de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição, Cerca de 30% de materiais são desperdiçados na área da construção civil, o que envolve fatores financeiros, pois existe custo para o descarte desses materiais que ainda poderiam ter sido reaproveitados, gerando economia para o setor.

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Em um mercado cada vez mais competitivo, é preciso que todos os setores visem à redução de custos em todo o ciclo de vida da produção, e a reciclagem dos resíduos sólidos gerados possibilita a redução de custos no setor de construção civil. Aproximadamente 90% dos RCD são recicláveis (NAVES, 2014). Ou seja, ao ser aplicada uma gestão de qualidade para que tais resíduos gerados sejam reutilizados, será possível reduzir aproximadamente 90% dos resíduos gerados dispostos no meio ambiente e, consequentemente, a redução de custos será atingida.

Um plano de gerenciamento de resíduos sólidos deve seguir a ordem de não gerar, minimizar, reutilizar, reciclar e descartar adequadamente os resíduos sólidos gerados, que ao passar por todo esse processo, deverá ter uma quantidade mínima. Infelizmente o ato de não gerar é um processo inexistente. Mediante isso, o objetivo principal está em reduzir a quantidade gerada.

Segundo a Política Nacional de Resíduos sólidos, Lei 12305/2010:

O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: I - descrição do empreendimento ou atividade;

II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;

III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos;

b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;

V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;

VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;

VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31;

VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;

IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama. (BRASIL, 2010, não paginado).

Em um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, responsabilidades devem ser designadas, procedimentos devem ser adotados e recursos devem ser buscados, como por

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exemplo, cursos e treinamentos para que a equipe envolvida no plano de gerenciamento de resíduos sólidos possa estar preparada e orientada quanto aos procedimentos que devem ser seguidos, para que sejam cumpridos os requisitos das normas que sustentam o PBQP-H.

A questão da sustentabilidade deverá estar bem explicada à toda a equipe da obra, isto inclui pessoal da mão de obra terceirizada, pessoal da mão de obra interna, fornecedores, gerência, gestores, clientes, entre outros. Distribuir cartazes pelo canteiro de obra e na frente de trabalhos e investir em palestras e treinamentos sobre sustentabilidade e meio ambiente são atitudes que irão contribuir para a redução da geração de resíduos sólidos, pois toda a parte interessada na construção estará também interessada no projeto de redução de geração de resíduos, uma vez que estará conscientizada sobre a importância de preservar o meio ambiente.

O ato de reduzir a quantidade de resíduos sólidos envolve a análise da possível substituição de materiais que causariam um número elevado de resíduos em seu manuseio por outros materiais que não gerem ou que gerem uma quantidade menor de resíduos sólidos, assim como materiais que possam ser reciclados. Outra conduta para reduzir a geração de resíduos sólidos é optar por menos demolições em áreas já construídas. Planejar um layout no qual seja possível utilizar a estrutura já existente reduz a quantidade de RCD e também o custo da obra.

A geração de resíduos sólidos está relacionada também com as mudanças de plano ao decorrer do ciclo de vida da construção. É preciso que todo o projeto seja analisado com cautela e precisão envolvendo todas as partes interessadas, com foco na não existência de mudanças de plano após a obra já ter iniciado, fazendo com que não seja necessário demolir nem descartar materiais comprados que não serão utilizados.

O famoso ditado “prevenir é melhor que remediar” se aplica perfeitamente quando o assunto é gestão de resíduos sólidos. O que se espera é que seja elaborado um plano de gerenciamento de resíduos sólidos com estratégias que objetivam a redução dos mesmos, a curto e longo prazo, ou seja, que tenham impacto positivo durante a obra e futuramente para com seus clientes finais.

A Resolução CONAMA 307/2002 estabelece ações e procedimentos para que seja realizada a devida gestão dos resíduos provenientes da construção civil.

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De acordo com a “Resolução CONAMA 307/2002”, a definição de resíduos da construção civil são:

Os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002, não paginado).

No caso de geração de tais resíduos, o projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil precisa seguir etapas estabelecidas pela Resolução CONAMA 307/2002. É preciso primeiramente passar pela etapa de caracterização, na qual será possível identificar e quantificar os resíduos; posteriormente é realizado uma triagem, ou seja, os resíduos são adequadamente separados, o que possibilita a terceira etapa que é o acondicionamento correto dos resíduos que já passaram pela triagem, até que os mesmos possam ir para o transporte. Nesta etapa de acondicionamento, tais resíduos ficam disponíveis para serem reutilizados e reciclados. Após o acondicionamento, é realizado o transporte e por fim, a destinação final adequada.

Atualmente o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) possui a norma operacional para o sistema online de manifesto de transporte de resíduos – Sistema MTR (NOP-35, 2018), que controla através de um sistema online os resíduos sólidos gerados, transportados e destinados no estado do Rio de Janeiro. Segundo a norma, é preciso que todo transporte de resíduos sólidos seja declarado no sistema MTR. O objetivo desta norma é trazer melhoria no controle e atuar decisivamente no processo de geração, transporte e destinação de resíduos sólidos.

Os resíduos sólidos deverão ser destinados de acordo com as suas características e propriedades. Segundo o CONAMA 307/2002:

Art. 3º Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte forma:

I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de

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processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fi os etc.) produzidas nos canteiros de obras;

II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;

IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002, não paginado).

Quanto à destinação final, segundo o CONAMA 307/2002:

Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:

I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002, não paginado).

É preciso que sejam realizados o monitoramento e o controle mensalmente, com planilhas para acompanhamento da evolução e da conformidade com o plano de gerenciamento de resíduos sólidos segundo o PBQP-H. O monitoramento e controle ocorrerá durante todas as etapas do projeto de redução de resíduos sólidos, incluindo a etapa de geração desses resíduos e descarte final adequado. O ato de acompanhar o projeto mensalmente reduz as chances de erros que podem ocasionar na impossibilidade de reciclagem e reutilização, assim como no aumento do custo de transporte.

Quando aplicado o gerenciamento de resíduos sólidos adequado, seguindo as diretrizes, procedimentos e ações impostas pelo PBQP-H/SiAC e também outras normas que estão relacionadas com sustentabilidade e qualidade, é possível que a quantidade de resíduos sólidos gerados pelas construtoras diminua significativamente ao longo do tempo, melhorando continuamente a qualidade do meio ambiente e reduzindo os custos das

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construtoras com manuseio e descartes de resíduos sólidos que não trariam retorno financeiro.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar, através da leitura de artigos com temas relacionados à construção civil e meio ambiente, foi possível tomar conhecimento de que o volume de resíduos sólidos gerados e descartados de maneiras incorretas, se dá por negligência às leis/normas que envolvem o tema sustentabilidade, como é o exemplo do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, que é uma certificação que atua como ferramenta de auxílio para um adequado planejamento e controle da gestão dos resíduos sólidos e da qualidade do setor de construção civil.

Aplicar as diretrizes do PBQP-H visando à qualidade e à redução da geração de resíduos é um ato benéfico não somente para o meio ambiente, mas também para as organizações, que terão uma redução de custos ao minimizar, reciclar e reutilizar os resíduos sólidos gerados.

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Recebido em 20/01/2020 Aceito em 02/03/2020

Referências

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